26.11.2014 Views

As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Camille</strong> <strong>Flammarion</strong> – <strong>As</strong> Casas Mal <strong>As</strong>sombradas 304<br />

há, mistério, vamos ver o que seja. Varejamos todos os cantos,<br />

fora e <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa, e nada <strong>de</strong>scobrimos.<br />

Depois <strong>de</strong> muito comentar o fato, acabamos recomeçando<br />

nossa tarefa. E bem não principiávamos, persianas <strong>de</strong>positadas<br />

num estrado alto, sobre vigas embutidas na pare<strong>de</strong>, entraram a<br />

trepidar com violência tal que pareciam esfrangalhar-se. Pensamos<br />

logo: “Anda alguém lá por cima...” Agarrei a escada,<br />

trepei rápido, espiei... <strong>As</strong> persianas estavam imóveis e recobertas<br />

<strong>de</strong> pó e teias <strong>de</strong> aranha. Ao <strong>de</strong>scer, quando a cabeça atingia<br />

o nível das vigas, <strong>de</strong>parou um pedaço <strong>de</strong> pau da grossura <strong>de</strong><br />

dois <strong>de</strong>dos a <strong>de</strong>slizar, saltitando em cima <strong>de</strong> uma tábua e, num<br />

salto <strong>de</strong>rra<strong>de</strong>iro, passou-me junto do ouvido. <strong>As</strong>sustado, saltei<br />

por minha vez, gritando: “Não há que rir! O sobrenatural existe...<br />

que acham vocês?” Um colega concordou, o outro insistiu<br />

em dizer que alguém estava a zombar <strong>de</strong> nós. Enquanto assim<br />

discutíamos, do ângulo extremo da oficina voou um sarrafo<br />

que foi bater no chapéu do contraditor. Nunca me esquecerei<br />

da cara pasmada que ele fez. De quando em quando, um toco<br />

<strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, pouco antes serrado, saltava do chão para os bancos<br />

e punha-se a dançar entre as ferramentas. E o que é muito<br />

para notar é que, apesar dos esforços feitos, não conseguimos<br />

agarrar esses estranhos dançarinos, que iludiam todos os estratagemas,<br />

como se possuíssem inteligência. Lembro-me <strong>de</strong> um<br />

que, da banca, saltou para um cavalete distante 3 metros, e dali<br />

para outro móvel, até que foi parar num canto. Ainda outro a-<br />

travessou a oficina, como se fosse uma flecha, em plano horizontal,<br />

a um metro do solo. Seguiu-se-lhe daí a pouco outro,<br />

em linha on<strong>de</strong>ante e finalmente outro em linha obliqua, abatendo-se<br />

a meus pés... Enquanto o mestre da oficina, Senhor<br />

Clarck, me explicava às minúcias <strong>de</strong> um <strong>de</strong>senho e tínhamos<br />

os <strong>de</strong>dos nele colocados, com espaço <strong>de</strong> dois centímetros ape-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!