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As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

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<strong>Camille</strong> <strong>Flammarion</strong> – <strong>As</strong> Casas Mal <strong>As</strong>sombradas 277<br />

rente. Propus lá permanecer sozinho para melhor observar, e<br />

quando todos se retiraram, tranquei-me no porão. Os companheiros<br />

postaram-se no extremo do corredor, on<strong>de</strong> começa a<br />

escada para o pavimento superior. Meu primeiro cuidado foi<br />

certificar-me, vela em punho, que estava realmente só. Coisa<br />

fácil, alias, porque o porão não é espaçoso e não permitia lá se<br />

escon<strong>de</strong>sse alguém atrás dos poucos utensílios existentes. Ao<br />

longo das pare<strong>de</strong>s mais extensas, assentaram traves fortes, a-<br />

poiadas em grossos suportes, também <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, nas extremida<strong>de</strong>s.<br />

<strong>As</strong> prateleiras, assim improvisadas, estavam inteiramente<br />

abastecidas <strong>de</strong> garrafas, cheias e vazias. Cumpre também<br />

notar que a única janela que abria para o pátio estava absolutamente<br />

interceptada por uma tábua. Vi, então, <strong>de</strong> olhos<br />

bem abertos, as garrafas se quebrarem por si mesmas. Aproximei<br />

a escada do local em que se davam as quebras, tomei<br />

uma garrafa vazia que se quebrara pouco antes e da qual só<br />

restava a meta<strong>de</strong> inferior, isolei-a das outras, distante do local<br />

primitivo, e ao fim <strong>de</strong> alguns instantes ela se partiu e voou como<br />

um raio em estilhas luminosas. Esse é um dos efeitos que<br />

posso atestar com a maior segurança. Examinando atentamente<br />

como as garrafas se quebravam, pu<strong>de</strong> verificar que a fratura<br />

era precedida do estalido próprio, peculiar do vidro quando se<br />

parte. Já adverti que as garrafas vazias também se quebravam,<br />

fato que exclui a hipótese <strong>de</strong> explosão por gases da fermentação,<br />

coisa <strong>de</strong> resto pouco provável. Para dar uma idéia do ruído<br />

das garrafas ao quebrarem-se, bem como do esmigalhamento<br />

que lhe sucedia, di-lo-ei comparável à ruptura <strong>de</strong>ssas contas<br />

<strong>de</strong> vidro que se pulverizam quando as arranhamos, geralmente<br />

conhecidas por lágrimas batávicas.<br />

A 22 <strong>de</strong> novembro a Senhora Fumero partiu para a sua al<strong>de</strong>ia<br />

natal e lá permaneceu três dias, durante os quais nada<br />

houve <strong>de</strong> extraordinário. Com o seu regresso reapareceram os

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