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As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

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<strong>Camille</strong> <strong>Flammarion</strong> – <strong>As</strong> Casas Mal <strong>As</strong>sombradas 271<br />

buir qualquer participação em todo esse negócio. À noite as<br />

criadas se <strong>de</strong>spediram, foram-se e tudo prosseguiu como se lá<br />

estivessem, o que vale dizer que nenhuma interferência lhes<br />

cabia nos fenômenos. Estes prosseguiram à revelia da providência.<br />

Resolveram, então, remover a própria enferma para outra<br />

casa e os fenômenos com ela se transferiram. O leito foi revolvido<br />

e até tombado. Mais <strong>de</strong> cinqüenta pessoas idôneas presentearam<br />

esses fatos e os reafirmaram perante as autorida<strong>de</strong>s.<br />

Que fenômenos serão esses? Farsa <strong>de</strong> mau gosto, como a-<br />

contece tantas vezes? Teremos uma simples criada a zombar<br />

<strong>de</strong> toda uma al<strong>de</strong>ia com história <strong>de</strong> <strong>de</strong>funtos? Penso que não e<br />

vou dizer porquê: os fenômenos fraudulentos ocorrem comumente<br />

à noite e sempre no mesmo local. Cessam com o afastamento<br />

do seu promotor. Aqui, vemo-los dia e noite, após o<br />

afastamento <strong>de</strong> todos os membros da família. Seria preciso,<br />

pois, admitir uma cumplicida<strong>de</strong> coletiva, que, ainda assim, <strong>mal</strong><br />

explicando alguns efeitos físicos mais grosseiros, jamais explicaria<br />

as vozes e esses <strong>de</strong>slocamentos instantâneos. Ao <strong>de</strong>mais,<br />

temos a quebra <strong>de</strong> um espelho, por tal maneira que não po<strong>de</strong>ria<br />

dar-se artificialmente. Trata-se <strong>de</strong> um orifício circular muito<br />

perfeito, com uma convexida<strong>de</strong> entre a ma<strong>de</strong>ira e a abertura,<br />

a indicar que a operação partiu <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro para fora, como no<br />

caso <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>scarga elétrica. Os ingênuos que preten<strong>de</strong>m tudo<br />

explicar, não <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> dizer: o ventríloquo está oculto<br />

em qualquer parte. Mas basta estudar a ventriloquia para ver o<br />

absurdo, pois é impossível promover fenômenos que tais no<br />

fundo do porão e, se <strong>de</strong> fato alguma pessoa da casa possuísse<br />

essa arte, os ditos fenômenos teriam cessado com o seu afastamento.<br />

Enfim, o locatário não <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r a pesquisas<br />

rigorosas nesse porão, fazendo até escavações para certificarse<br />

da inexistência <strong>de</strong> fios e dispositivos quaisquer em comunicação<br />

com os pavimentos superiores. Todos os vizinhos inqui-

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