26.11.2014 Views

As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Camille</strong> <strong>Flammarion</strong> – <strong>As</strong> Casas Mal <strong>As</strong>sombradas 266<br />

conclusões. Aos mais competentes e experientes no assunto é<br />

que compete julgar essa narrativa, cujo único valor está na sua<br />

absoluta sincerida<strong>de</strong>.<br />

Jean Mettois.”<br />

A hipótese que primeiro nos ocorre, isto é, a alucinação coletiva,<br />

em absoluto não cabe aqui. Essas manifestações, insistimos,<br />

apresentam na sua estranha banalida<strong>de</strong> os mais variados aspectos.<br />

Detenhamo-nos ainda na que vai a seguir e que me foi comunicada<br />

em setembro <strong>de</strong> 1920. Ela nos lembra, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as primeiras<br />

linhas, a fantasmagoria da casa do ourives <strong>de</strong> Estrasburgo, diferindo<br />

tão só na circunstância <strong>de</strong> indiciar algo <strong>de</strong> intencionalida<strong>de</strong> (no<br />

seguinte capítulo teremos ocasião <strong>de</strong> fazer uma classificação característica,<br />

tal como requer o assunto). Eis a narrativa na integra,<br />

<strong>de</strong>ste caso especial:<br />

“Os fatos são <strong>de</strong> 1865. Meu pai era ateu, republicano, livre<br />

pensador. Eu era criança ainda. Morávamos então em Mosnes,<br />

perto <strong>de</strong> Amboise, numa casinha muito asseada e quase elegante,<br />

na qual minha mãe estabelecera pequena mercearia, enquanto<br />

meu pai trabalhava <strong>de</strong> ferrador. Saudável, fron<strong>de</strong>ur, expansivo<br />

e loquaz, não se lhe dava <strong>de</strong> ridiculizar os beatos <strong>de</strong><br />

qualquer <strong>de</strong>voção, mormente quantos, sempre numerosos no<br />

campo, acreditam em feitiços, milagres e leituras da buena dicha.<br />

Um dia, ou melhor, uma noite, dormindo o bom sono dos<br />

que mourejam <strong>de</strong> sol a sol, meu pai foi <strong>de</strong>spertado com o estranho<br />

barulho que se fazia na escada. Era coisa assim <strong>de</strong> uma<br />

bola a cair <strong>de</strong> <strong>de</strong>grau em <strong>de</strong>grau, em ritmo regular, nos dois<br />

lances da dita escada. 36 A esse tempo tinha meu pai um ajudante<br />

chamado Angevin. A camaradagem florescia nessa bela<br />

época e cada operário reivindicava para si o nome <strong>de</strong> sua pro-<br />

36 Esse ruído audível, inexplicável, mas incontestável, não é raro.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!