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As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

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<strong>Camille</strong> <strong>Flammarion</strong> – <strong>As</strong> Casas Mal <strong>As</strong>sombradas 258<br />

ples, acionado pelo cor<strong>de</strong>l pen<strong>de</strong>nte da porta, do lado da rua<br />

(eles se limitaram a substituir a campainha quebrada). Ficamos,<br />

assim, reduzidos a interrogar a vizinhança, tendo conversado<br />

com diversas testemunhas visuais e auditivas. Todos a-<br />

firmaram, unânimes, a realida<strong>de</strong> e gran<strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> dos fenômenos:<br />

a campainha não timbrava simplesmente, mas repicava,<br />

floreava, e o cordão se repuxava como se alguém o manobrasse.<br />

Uma vizinha <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>-meia <strong>de</strong>u-nos apontamentos<br />

preciosos. Ouviu, por vezes, os gritos <strong>de</strong> pavor da Senhora D.<br />

e sempre que lá acudira verificou que a campainha tocava por<br />

si mesma. Dias houve em que a ouviu tocar <strong>de</strong> cinco maneiras<br />

diferentes, enquanto o cordão se agitava loucamente. De outra<br />

feita, enquanto conversava com a Sra. D., à porta <strong>de</strong> sua casa,<br />

referiu-se à campainha e esta tilintou imediatamente. Esse fato<br />

se <strong>de</strong>u mais <strong>de</strong> uma vez. Dir-se-ia que a campainha zombava<br />

<strong>de</strong> mim, comentava a senhora. A sua opinião era a <strong>de</strong> todos os<br />

vizinhos, isto é: que o bruxedo estava na criada.<br />

O padre, chamado a benzer a casa, limitou-se a aconselhar a<br />

substituição da campainha. O construtor da casa fez um exame<br />

em regra, examinou particularmente a campainha e assegurou<br />

a inexistência <strong>de</strong> qualquer artifício que pu<strong>de</strong>sse acioná-la, intra<br />

et extra muros. Nada mais restando a fazer, a polícia organizou<br />

um serviço <strong>de</strong> vigilância e... nada! Uma noite, novo alarme sugeriu<br />

o chamado do serralheiro no dia seguinte, mas, justamente<br />

nesse dia, verificou-se o último toque com a queda e quebra<br />

da campana, que, substituída, não mais timbrou. Nem por isso,<br />

digam-se, os pobres inquilinos ficaram tranqüilos, pois começaram<br />

a ouvir passadas fortes por toda a casa, lâmpadas a se<br />

apagarem, a criada lobrigando vultos na escada e nos quartos.<br />

Tais alucinações reincidiam amiú<strong>de</strong>. Também os móveis mudavam<br />

<strong>de</strong> lugar, um berço foi <strong>de</strong>predado, colchões atirados no<br />

chão e as roupas <strong>de</strong> cama cuidadosamente dobradas e arruma-

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