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As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

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<strong>Camille</strong> <strong>Flammarion</strong> – <strong>As</strong> Casas Mal <strong>As</strong>sombradas 248<br />

estávamos então em Arras, e ainda agora aqui tenho à vista a<br />

carta <strong>de</strong> minha mãe, datada <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1881, em que<br />

nos participava as insólitas ocorrências. A princípio, pancadas<br />

secas, <strong>de</strong>pois sacudi<strong>de</strong>las, serrar <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>iras, raspagens, fechaduras<br />

que se abriam, queda <strong>de</strong> chaves... Omito todos os<br />

pormenores para economizar tempo e quero apenas dizer que o<br />

ar estava calmo, não ventava e ninguém se poupou a pesquisas<br />

minuciosas para convencer-se <strong>de</strong> que se não tratava <strong>de</strong> algum<br />

ani<strong>mal</strong> ou <strong>de</strong> algum pân<strong>de</strong>go <strong>de</strong> mau gosto. “Que pensam vocês<br />

<strong>de</strong> tudo isso?” – perguntou minha mãe aos meus irmãos,<br />

ainda muito jovens. “É a alma <strong>de</strong> tio Edmundo, que quer uma<br />

missa em Foncquevillers” – teriam eles respondido sem hesitação.<br />

Esse tio, advogado nos auditórios <strong>de</strong> Paris, falecido havia<br />

pouco e quase <strong>de</strong> repente, em Arras, ocupava-se um tanto <strong>de</strong><br />

Espiritismo e mostrara <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> manifestar-se post-mortem, se<br />

lhe fosse permitido – dizia.<br />

Na manhã do segundo dia, o serralheiro Caron foi à nossa<br />

casa, a serviço <strong>de</strong> sua profissão. Examinando a fechadura e a<br />

porta, encontrou-as perfeitas. Contaram-lhe o caso e ele, logo:<br />

“Morreu-lhes alguém da família há pouco tempo? Pergunto-o<br />

porque lá na minha al<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Fampoux se <strong>de</strong>u um caso semelhante<br />

e <strong>de</strong> maiores proporções.” E contou o seguinte, por ele<br />

próprio testemunhado: “O conterrâneo havia perdido prematuramente<br />

a esposa com a qual tinha compromisso <strong>de</strong> umas tantas<br />

missas. Nos primeiros tempos cumpriu pontualmente a<br />

promessa, mas <strong>de</strong>pois distraiu-se com os planos <strong>de</strong> segundo<br />

matrimônio. A tralha da cozinha e a louça no armário entraram<br />

então a dançar todas as noites, e a coisa só terminou quando<br />

ele se <strong>de</strong>sobrigou inteiramente do compromisso com a <strong>de</strong>funta.”<br />

Pouco antes <strong>de</strong> 1880, noutra casa <strong>de</strong> Foncquevillers, ouviram-se<br />

rumores sem causa conhecida. Diversos moradores da

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