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As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

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<strong>Camille</strong> <strong>Flammarion</strong> – <strong>As</strong> Casas Mal <strong>As</strong>sombradas 217<br />

caça ia começar. Meu pai convidara para o feito três velhos<br />

camaradas (os Srs. Richelot e Biancé, professores aposentados,<br />

e o Dr. Cuisnier) bem como o primo Roberto, jovem da minha<br />

ida<strong>de</strong> mais ou menos. Todos esses senhores se conheciam perfeitamente,<br />

<strong>de</strong> velha data. No sábado, véspera da caçada inaugural,<br />

achávamo-nos todos (exceto o primo Roberto) reunidos<br />

em torno da mesa, <strong>de</strong>pois do jantar muito burguês e muito<br />

simples, por sinal. Tínhamos comentado a <strong>de</strong>mora <strong>de</strong> Roberto<br />

e procurávamos explicá-la. Recomendáramos à cozinheira que<br />

lhe reservasse ao fogo algumas iguarias, certos <strong>de</strong> que, fosse<br />

qual fosse a causa <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>mora, não <strong>de</strong>ixaria <strong>de</strong> chegar até à<br />

noite, para a partida do dia seguinte.<br />

Meu pai e seus amigos discutiam finanças. O Dr. Cuisnier e<br />

ele, meu pai, estavam <strong>de</strong>fronte da porta envidraçada, que dava<br />

para o jardim e cujos postigos pintados <strong>de</strong> ver<strong>de</strong> escuro conservavam-se<br />

fechados. De pé, também diante da porta, eu<br />

montava o meu fuzil. Súbito, os cães pacificamente <strong>de</strong>itados<br />

em baixo da mesa levantaram-se, começaram a rosnar e atiraram-se<br />

à porta. Fora, nenhum rumor, nem uma aragem sequer.<br />

Concluímos fosse a simples passagem <strong>de</strong> algum ani<strong>mal</strong> farejado<br />

e tratamos <strong>de</strong> acalmar os cães. Mas, um silêncio estranho<br />

como que se impõe a todos, e foi uma impressão singularíssima,<br />

da qual nunca mais nos esquecemos. Passado um minuto,<br />

os cães investem para a porta, ao mesmo passo que uma clarida<strong>de</strong><br />

cerúlea, muito diáfana e da altura <strong>de</strong> 1,70 m., mais ou<br />

menos, oscilou duas ou três vezes entre a porta envidraçada e<br />

os postigos arriados, da porta externa. Uns doze segundos, se<br />

tanto, foi esmaecendo e <strong>de</strong>sapareceu <strong>de</strong> todo. Algum fogofátuo<br />

– disse meu pai – esse imbecil do Morel <strong>de</strong>ixou por aí<br />

perto algum ani<strong>mal</strong> morto. (Aliás, essa porta ficava quase<br />

sempre fechada, pois abria para o sudoeste, do lado da herda<strong>de</strong><br />

vizinha, a uns 50 metros da estrumeira). Por mim, céptico c

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