26.11.2014 Views

As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Camille</strong> <strong>Flammarion</strong> – <strong>As</strong> Casas Mal <strong>As</strong>sombradas 211<br />

A Senhora Erlen Wheeler, pessoalmente conhecida do escritor,<br />

narra o seguinte:<br />

“Durante o verão <strong>de</strong> 1874, instalamo-nos no apartamento<br />

que ainda hoje ocupamos, da High Street 160, Oxford. Tínhamos<br />

alugado a casa toda, anos antes, mas cedêramos a outros o<br />

dito apartamento. Para dormitório escolhemos o quarto que ficava<br />

em cima da porta principal, <strong>de</strong> acesso às carruagens. Logo<br />

na primeira noite, <strong>de</strong>spertei em sobressalto aos 45 minutos<br />

da madrugada (digo-o porque o relógio da igreja estava batendo<br />

os quartos <strong>de</strong> hora). Minha impressão era das mais penosas,<br />

parecia-me que o teto ia <strong>de</strong>sabar a cada instante e que nele se<br />

ocultava qualquer coisa horrível.<br />

Não tinha idéia nítida do que pu<strong>de</strong>sse haver, mas a impressão<br />

obsi<strong>de</strong>nte tirava-me o sono, até que, passada uma hora <strong>de</strong><br />

angústias, resolvi <strong>de</strong>spertar meu marido e contar-lhe o que me<br />

ocorria. Pensou ele que uma pequena dose <strong>de</strong> licor tudo resolveria;<br />

mas a verda<strong>de</strong> é que não consegui dissipar a estranha<br />

impressão, nem mais pu<strong>de</strong> conciliar o sono. Reconhecendo que<br />

o ambiente daquele quarto tornava-se intolerável, fui para a sala<br />

<strong>de</strong> visitas e lá fiquei até 8 horas da manhã. Longe do quarto<br />

tudo se <strong>de</strong>svanecia. Na segunda noite <strong>de</strong>spertei precisamente à<br />

mesma hora, e assim continuei por algumas semanas, presa <strong>de</strong><br />

insônia até às 5 da manhã, lutando para repelir o pressentimento<br />

terrífico <strong>de</strong> algo oculto no teto. Aquela insônia consecutiva<br />

e a forte tensão mental, acabaram por combalir-me a saú<strong>de</strong>,<br />

obrigando-me a ir para casa <strong>de</strong> meu irmão, em Cambridge.<br />

Pouco <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> lá chegar fui informada <strong>de</strong> que o forro do<br />

quarto havia <strong>de</strong>sabado e a cama do quarto superior caíra juntamente<br />

sobre a nossa. Tive, então, por bem justificados meus<br />

sobressaltos e apreensões. Mas isso não era tudo, porque, pouco<br />

tempo <strong>de</strong>pois, vim a saber que o <strong>de</strong>sabamento evi<strong>de</strong>nciou a<br />

existência do cadáver mumificado <strong>de</strong> uma criança com a cabe-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!