26.11.2014 Views

As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Camille</strong> <strong>Flammarion</strong> – <strong>As</strong> Casas Mal <strong>As</strong>sombradas 206<br />

te essas intrusões <strong>de</strong> um outro mundo, sejam elas <strong>de</strong> que natureza<br />

forem. Nenhuma hipótese explicativa se po<strong>de</strong> aqui aplicar.<br />

Seria <strong>de</strong>masiada ousadia supor que os vivos <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> si<br />

quaisquer resíduos <strong>de</strong> energia, <strong>de</strong> fluido vital, impregnado no ambiente<br />

e passíveis, ao contacto <strong>de</strong> um sensitivo, <strong>de</strong> produzir esses<br />

estranhos fenômenos?<br />

“Por on<strong>de</strong> quer que passemos,<br />

Sempre algo <strong>de</strong> nós <strong>de</strong>ixamos<br />

assegura uma doutrina professada por Paracelso e Jacob Böhme.<br />

Um amigo assaz culto, Leão Morei, a quem contei esse caso,<br />

recentemente, retribuiu-me com o seguinte:<br />

“Também me lembro <strong>de</strong> haver experimentado, há uns 18<br />

anos, uma emoção semelhante, no meu quarto <strong>de</strong> rapaz, no lar<br />

paterno, e um ou dois anos após a morte <strong>de</strong> minha mãe. Barulheira<br />

enorme <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> armário fez-me passar algumas<br />

noites em claro.<br />

Não era propriamente o ruído da ma<strong>de</strong>ira que estala, mas o<br />

<strong>de</strong> fortíssimas <strong>de</strong>tonações, como <strong>de</strong> armas <strong>de</strong> fogo. Ainda que<br />

ateu ingênuo há esse tempo, não <strong>de</strong>ixei, confesso, <strong>de</strong> experimentar<br />

gran<strong>de</strong> abalo, mas abstive-me <strong>de</strong> falar a meu pai, certo<br />

<strong>de</strong> que não me tomaria a sério. O fenômeno não se repetiu,<br />

mas <strong>de</strong>ixou-me apreensão incoercível, todas as vezes que pernoitava<br />

nesse quarto. Minha mãe era criatura austera, pru<strong>de</strong>nte<br />

e assaz religiosa, que me atribuía <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong> libertino e nunca<br />

mos perdoou em toda a sua vida. Em face <strong>de</strong>ssas manifestações,<br />

tenho consi<strong>de</strong>rado bastas vezes, sob o prisma da hipótese<br />

supra, se tais manifestações não teriam relação com aquele seu<br />

<strong>de</strong>sgosto, impregnado naquele quarto on<strong>de</strong> tanto penei diante<br />

<strong>de</strong>la, física, e moralmente falando. Nesse particular, é força<br />

convir que nos encontramos imersos em absoluto mistério.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!