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As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

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<strong>Camille</strong> <strong>Flammarion</strong> – <strong>As</strong> Casas Mal <strong>As</strong>sombradas 205<br />

Convém notar que a Srta. Renaudot, jovem astrônoma do Observatório<br />

<strong>de</strong> Juvisy, matemática distinta, ora secretária do Conselho<br />

da Socieda<strong>de</strong> <strong>As</strong>tronômica <strong>de</strong> França e diretora do seu Boletim<br />

Mensal, no período da guerra, além <strong>de</strong> colaboradora <strong>de</strong> várias<br />

revistas científicas, é um espírito afeito às ciências exatas, nada<br />

impressionável e até muito céptica, no concernente a fenômenos<br />

psíquicos.<br />

Não po<strong>de</strong>ria, então, ter-se <strong>de</strong>ixado iludir. E, contudo, ela que<br />

jamais soube o que era medo; ela que passa noites inteiras na solitu<strong>de</strong><br />

das observações astronômicas sob a cúpula dos céus; ela que<br />

cruza, impávida, jardins <strong>de</strong>sertos e ruas escuras, teve, nessa noite,<br />

medo terrível, pela primeira vez na vida? Como explicar semelhante<br />

coisa? Nada <strong>de</strong> comum que a justifique: nem vizinhos, nem<br />

gatos, ratos, morcegos, ou qualquer coisa imaginável.<br />

Que a falecida aí esteja envolvida <strong>de</strong> qualquer maneira, é muito<br />

possível, por não dizer – certo – visto que a coisa se passou em<br />

sua casa e no seu quarto <strong>de</strong> solteira, ocupado por mais <strong>de</strong> vinte<br />

anos, o que vale dizer no seu ambiente pessoal, perto do leito em<br />

que morreu, a coincidir com uma centena <strong>de</strong> casos análogos, por<br />

nós reunidos e comparados. Mas também há convir em que esses<br />

rumores nada exprimem e são <strong>de</strong> uma banalida<strong>de</strong> indigna <strong>de</strong> um<br />

espírito culto, qual o da Senhora Bonnefoy do nosso conhecimento.<br />

O caráter essencial <strong>de</strong>ssa manifestação consiste na sensação <strong>de</strong><br />

horror e angústia das duas observadoras, como apanágio do fenômeno,<br />

que, uma vez observado, ninguém <strong>de</strong>seja experimentar<br />

segunda vez. Tal comoção penetrante e angustiosa, jamais tinham<br />

conhecido essas duas criaturas.<br />

Manifestação vulgar e bizarra, portanto, sem resultado prático.<br />

Justo é, também, assinalar que o seu prosseguimento era in<strong>de</strong>sejável<br />

e po<strong>de</strong>ria mesmo ser nocivo para as duas moças. A experiência<br />

<strong>de</strong>monstra que a criatura humana nem sempre suporta impunemen-

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