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As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

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<strong>Camille</strong> <strong>Flammarion</strong> – <strong>As</strong> Casas Mal <strong>As</strong>sombradas 203<br />

vantava-se no 2° andar e, dirigindo-se ao gabinete <strong>de</strong> vestir,<br />

notei que os seus passos em nada se assemelhavam aos ouvidos<br />

pouco antes. Durante o dia procurei <strong>de</strong>cifrar o enigma: gatos?<br />

ratos escalando a pare<strong>de</strong>? Examinei a pare<strong>de</strong> à esquerda<br />

do leito e vi que era revestida exteriormente <strong>de</strong> ardósias muito<br />

lisas, partindo do pátio. Terreno impróprio para ratos e gatos,<br />

tanto quanto a pare<strong>de</strong> frontal, que dava para a rua. De resto, os<br />

rumores eram muito diferentes dos que po<strong>de</strong>riam fazer esses<br />

animais. No sábado, 27, <strong>de</strong>itei-me nervosa e impressionada,<br />

pouco antes das 11 horas. A essa hora, precisamente, recomeçaram<br />

os fenômenos, tal como na véspera e, logo presa <strong>de</strong> viva<br />

emoção, fui buscar a cozinheira. Ela veio e <strong>de</strong>itou-se a meu lado,<br />

<strong>de</strong>ixando as velas acesas. Os barulhos continuaram durante<br />

meia hora, com estalidos fortíssimos na pare<strong>de</strong> da esquerda.<br />

Pancadas no retrato da Senhora Bonnefoy, ou atrás do quadro,<br />

tão violentas que nos davam a impressão <strong>de</strong> que ele acabaria<br />

caindo. Enquanto isso, a ronda <strong>de</strong> passos não cessava em todo<br />

o quarto.<br />

Maria tudo ouviu e ficou impressionadíssima, quanto eu<br />

mesma. <strong>As</strong> 11:30 tudo cessou. Confesso que essas manifestações<br />

se tornam extremamente <strong>de</strong>sagradáveis, sobretudo por sabermos<br />

que se trata <strong>de</strong> causa <strong>de</strong>sconhecida, incompreensível, e<br />

por isso, conjeturando que a morta estivesse nelas envolvida,<br />

pois que ocorriam em sua casa, lembrei-me <strong>de</strong> lhe suplicar, ao<br />

<strong>de</strong>itar-me, que ma poupasse aquelas emoções dolorosas.<br />

Em lá <strong>de</strong>morando até o dia 4 <strong>de</strong> maio, nada mais ouvi e a-<br />

gora, mais calma, tenho pedido à boa amiga que se manifeste e<br />

me comunique, <strong>de</strong> qualquer maneira, o que por ventura possa<br />

preten<strong>de</strong>r. A verda<strong>de</strong>, porém, é que nada mais logrei observar,<br />

em que pese ao meu <strong>de</strong>sejo (algo timorato) <strong>de</strong> controlar melhor<br />

o fenômeno e obter, se possível, a sua explicação.

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