26.11.2014 Views

As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Camille</strong> <strong>Flammarion</strong> – <strong>As</strong> Casas Mal <strong>As</strong>sombradas 202<br />

quadro com a fotografia da morta, ampliada e <strong>de</strong> uma semelhança<br />

absoluta.<br />

Tudo isso me impressionou bastante e me fazia relembrar o<br />

passado, a cada momento. Saudosa, era como se revisse a boa<br />

amiga, feliz na sua existência ativa quão harmônica e consagrada<br />

ao bem. Figurava-a, também, estendida naquele mesmo<br />

leito em que penara dois dias e três noites, antes <strong>de</strong> morrer, Na<br />

primeira noite <strong>de</strong> 25 para 26 <strong>de</strong> abril, não pu<strong>de</strong> dormir, só pensando<br />

nela, no seu passado e na atualida<strong>de</strong> da sua casa. Além<br />

disso, sentia-me um tanto enferma. No dia imediato, fiz propósito<br />

<strong>de</strong> recuperar o sono. Deitei-me às 11 horas e procurei cancelar<br />

as reminiscências do passado. Às 4 da madrugada um estrondo<br />

formidável me <strong>de</strong>spertou e percebi que arranhavam a<br />

pare<strong>de</strong>, com força, à esquerda do leito: O estranho rangido<br />

propagava-se à mesa <strong>de</strong> cabeceira e às beiradas do leito. Depois,<br />

abrandaram e tornaram-se como produzidos por alguém<br />

que se virasse na cama. Por fim, um rumor <strong>de</strong> passos apressados,<br />

começando à esquerda do leito e extinguindo no salão, à<br />

direita, on<strong>de</strong> a Senhora Bonnefoy costumava permanecer ouvindo<br />

o marido tocar órgão ou piano, pois que era excelente<br />

musicista. Esses rumores me impressionavam a tal ponto que o<br />

coração entrou a bater precipite e cerrei os maxilares.<br />

No meu exaltamento levantei-me, acendi a vela e assenteime<br />

num cesto <strong>de</strong> roupa, junto à porta que dava para o patamar<br />

da escada. Ali assim, procurei reconsi<strong>de</strong>rar a origem possível<br />

<strong>de</strong> tais rumores. Eles prosseguiram, porventura mais fortes,<br />

mas eu nada consegui ver. Às 5 horas da manhã, já presa <strong>de</strong><br />

maior terror, não me contive e subi à procura da cozinheira<br />

Maria Thionet, que dormia no 3° andar. Descemos juntas e,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que reentramos no quarto, nada mais ouvimos. Não será<br />

ocioso, talvez, notar que o gênio da cozinheira não se i<strong>de</strong>ntificava<br />

muito com o da Senhora Bonnefoy. Às 5:45 o doutor le-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!