26.11.2014 Views

As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Camille</strong> <strong>Flammarion</strong> – <strong>As</strong> Casas Mal <strong>As</strong>sombradas 20<br />

Régnier<br />

Antigo sargento-mor da Companhia <strong>de</strong><br />

franco-atiradores <strong>de</strong> Neuilly-sur-Seine,<br />

rua Joana Hachette, 23, Havre.”<br />

Po<strong>de</strong>ríamos supor, com Alfredo Maury, que a pancada foi o<br />

que originou o sonho, mas essa hipótese nada tem que ver com a<br />

premonição.<br />

Objeta-se, às vezes, que os sonhos <strong>de</strong>ssa espécie são posteriormente<br />

arranjados, mui sinceramente embora, na imaginação dos<br />

narradores. Certo, não será impossível que se produzam modificações<br />

da memória; mas a objeção se anula por si mesma se consi<strong>de</strong>rarmos<br />

a impressão do observador, pois é precisamente essa impressão<br />

do já visto, que o tocou. E, <strong>de</strong>pois, há casos em que se<br />

torna impossível qualquer modificação, como por exemplo este:<br />

“Sonhei que estava passeando <strong>de</strong> bicicleta, quando um cão<br />

atravessou o caminho e eu caí, quebrando-se o pedal da máquina.<br />

De manhã, contei o sonho à minha mulher, que, conhecedora<br />

da exatidão dos meus sonhos, concitou-me a não sair <strong>de</strong><br />

casa. Resolvi satisfazê-la, mas, às 11 horas, justamente quando<br />

nos sentávamos à mesa do almoço, chegou o estafeta trazendo<br />

uma carta com a notícia <strong>de</strong> haver adoecido minha irmã, que<br />

morava distante <strong>de</strong> nós 8 quilômetros. Esquecendo o sonho,<br />

apressei o almoço e montei a bicicleta. Fiz o percurso nor<strong>mal</strong>mente<br />

até ao ponto em que me vira em sonho, na noite antece<strong>de</strong>nte.<br />

Mal se me <strong>de</strong>senhava na mente o quadro onírico e eis<br />

que surgiu, <strong>de</strong> uma granja, um canzarrão tentando abocanharme<br />

a perna. Sem refletir, quis dar-lhe uma ponta-pé; <strong>de</strong>sequilibrei-me<br />

e caí com a máquina, quebrando-se-lhe o pedal.<br />

Realizava-se, assim, o sonho com todos os pormenores. Notai,<br />

peço-vos, que era a centésima vez, no mínimo, que eu fazia<br />

aquele trajeto, sem que houvesse ocorrido qualquer aci<strong>de</strong>nte.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!