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As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

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<strong>Camille</strong> <strong>Flammarion</strong> – <strong>As</strong> Casas Mal <strong>As</strong>sombradas 198<br />

<strong>de</strong> prevenir a polícia <strong>de</strong> Coimbra contra os temíveis salteadores,<br />

<strong>de</strong>sejosos <strong>de</strong> nos expulsarem da casa pelo terror noturno, a<br />

fim <strong>de</strong> melhor po<strong>de</strong>rem saqueá-la.<br />

Note-se que a primeira impressão foi <strong>de</strong> incredulida<strong>de</strong> geral;<br />

mas, logo que dispensamos as criadas, no dia imediato ao<br />

drama, elas lhe acrescentaram um último ato, dos mais impressionantes.<br />

Tais duas galinhas espantadas à passagem <strong>de</strong> um automóvel,<br />

lá se foram piando, cacarejando em todos os tons, e<br />

aditando pormenores do que viram e do que... não viram.<br />

O amigo que me acompanhou na primeira noite voltou<br />

trazendo consigo outros camaradas e organizamos uma caçada<br />

ao fantasma, com sobra <strong>de</strong> amadores. No círculo dos inimigos<br />

políticos (eu já os tinha) esperavam que tudo redundasse em<br />

ridículo para mim. Ao primeiro sinal <strong>de</strong> perigo, puseram<br />

sentinelas diante e atrás das portas, que nem por isso <strong>de</strong>ixavam<br />

<strong>de</strong> abrir e fechar por si mesmas, bem como junto das janelas,<br />

que imitavam as portas, como se zombassem dos ferrolhos e<br />

fechaduras mais resistentes.<br />

Todos os fenômenos se reproduziram integral e idêntica e,<br />

sempre que a luz se apagava. E sempre que a reacendíamos,<br />

encontrávamos vestígios do meliante ou dos meliantes, mas<br />

não e nunca a sombra dos seus braços.<br />

Um guarda que se fechou na latrina para agarrar o <strong>mal</strong>feitor<br />

invisível, que lá ria a ban<strong>de</strong>iras <strong>de</strong>spregadas, levou tantos<br />

encontrões que andou a dar com a cabeça nas pare<strong>de</strong>s, e,<br />

quando <strong>de</strong> lá saiu, <strong>de</strong>clarou preferir mil vezes <strong>de</strong>mitir, antes<br />

que repetir tais diligências. Malas <strong>de</strong> roupa ainda fechadas,<br />

porque não havíamos completado a instalação, foram<br />

esvaziadas no assoalho por mãos que ninguém viu. <strong>As</strong><br />

pancadas reboavam em toda a casa, audíveis para quantos lá<br />

acorreram; os gritos e risotas esfuziavam em torno, e ninguém<br />

po<strong>de</strong> saber como e por quem eram emitidos.

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