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As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

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<strong>Camille</strong> <strong>Flammarion</strong> – <strong>As</strong> Casas Mal <strong>As</strong>sombradas 174<br />

do que, a <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> todas as precauções e vigilâncias, pu<strong>de</strong>sse<br />

alguém introduzir-se em minha casa, era forçoso concluir<br />

que se tratava <strong>de</strong> farsantes tão tenazes quanto habilíssimos e,<br />

ao <strong>de</strong>mais, inconcebíveis sem outro interesse que o da pura intrujice.<br />

Deixando <strong>de</strong> parte os anos anteriores, como supor pu<strong>de</strong>sse<br />

alguém se <strong>de</strong>dicar durante um ano, todas as noites (e<br />

muitas vezes <strong>de</strong> dia), com o dar uma série <strong>de</strong> ruídos incoerentes<br />

e <strong>de</strong>sarticulados?<br />

Há também que pensar em ratos. Claro que não barateei o<br />

talento dos ratos, em matéria <strong>de</strong> ruídos noturnos, mas <strong>de</strong>bitálos<br />

por tudo o que prece<strong>de</strong> seria absurdo.<br />

A seguinte observação merece consi<strong>de</strong>rada por quem quer<br />

que procure elucidar os fatos relatados. É que eu sempre fui<br />

gran<strong>de</strong> apreciador <strong>de</strong> cães e possuía, nessa ocasião, dois puros<br />

terriers, excelentes vigias, inimigos da gentalha e sempre a-<br />

gressivos e <strong>de</strong>stemerosos. Certa feita, no rigor do inverno, diversas<br />

<strong>casas</strong> das cercanias tinham sido furtadas. Chegada a vez<br />

do presbitério, os cães ladraram a tempo, e com fúria tal, que<br />

me levou a abrir a janela a tempo <strong>de</strong> ver mais <strong>de</strong> um vulto esgueirando-se<br />

na relva.<br />

Gritei-lhes e, disparando o revólver, afugentei-os. Menciono<br />

esse inci<strong>de</strong>nte apenas para assinalar a conduta <strong>de</strong>sses cães, absolutamente<br />

contrastante da que mantinham em face dos rumores<br />

misteriosos. Estes, jamais lhes suscitaram qualquer reação,<br />

e quero crer que nem mesmo os enten<strong>de</strong>ssem. Sempre que os<br />

procurava <strong>de</strong>pois das pesquisas, encontrava-os encolhidos,<br />

trêmulos, evi<strong>de</strong>ntemente acovardados. Penso, também, que e-<br />

ram mais impressionados que nós outros, e que, se não estivessem<br />

presos, acabariam <strong>de</strong>itando-se à porta do nosso quarto.<br />

Esses fenômenos abrangem um período <strong>de</strong> 12 meses. Ao fim<br />

<strong>de</strong>sse tempo, fui chamado a outra região e <strong>de</strong>ixei o meu curato,

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