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As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

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<strong>Camille</strong> <strong>Flammarion</strong> – <strong>As</strong> Casas Mal <strong>As</strong>sombradas 171<br />

<strong>de</strong> dos rumores, mas eu apenas quero assinalar um fato <strong>de</strong> singular<br />

coincidência e nada mais. Não formulo teorias, limito-me<br />

a contar uma história, sem floreios. É bem possível que em tudo<br />

isso não haja mais que simples coincidências. Mas, perguntarão:<br />

não falaste aos vizinhos, <strong>de</strong>ssas freqüentes aventuras?<br />

Sim, por muito tempo as calei e isso por diversos motivos. Em<br />

primeiro lugar, falando <strong>de</strong>ssas coisas misteriosas, ensejaríamos<br />

exagero e alarmes. que nos impediriam <strong>de</strong> arranjar criados, e,<br />

por outro lado, não conhecendo bem a índole do povo local,<br />

pensávamos que, se se tratasse <strong>de</strong> uma farsa, seria mais fácil<br />

<strong>de</strong>scobri-la guardando segredo, ou, ainda, cansando os seus<br />

promotores com a nossa impassibilida<strong>de</strong>. Sempre que a criada<br />

procurava tocar no assunto, <strong>de</strong>sviávamos a conversa e <strong>de</strong>siludíamo-la<br />

<strong>de</strong> semelhante coisa. Todos os fenômenos surgiram<br />

logo após a nossa chegada e reproduziram-se toleravelmente<br />

durante a nossa estada. Também tenho razões para crer que<br />

continuassem <strong>de</strong>pois que nos retiramos. O gran<strong>de</strong> estrondo do<br />

primeiro domingo, quando lá chegamos, foi o fenômeno mais<br />

impressionante e mais freqüente. Semanas se escoavam sem<br />

nada ouvirmos, e sempre que nos ocorria ver o relógio, eram 2<br />

horas da madrugada. Passado o inverno, a região tornou-se<br />

mais alegre e tivemos algumas visitas, entre as quais uma jovem<br />

parente <strong>de</strong> minha mulher. Ficou assentado que nada lhe<br />

disséssemos, já pela <strong>de</strong>snecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> impressioná-la previamente,<br />

e já pela perspectiva <strong>de</strong> um testemunho espontâneo, que<br />

não se fez <strong>de</strong>morado. De fato, não tardou muito que nos procurasse<br />

indagar que espécie <strong>de</strong> reboliço doméstico ali se fazia<br />

<strong>de</strong>pois que todos se acomodavam para dormir. Como <strong>de</strong> ver,<br />

nossas respostas não podiam <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser vagas. Uma ou duas<br />

vezes ela nos perguntou se teria havido algum enterramento,<br />

pois a impressão era <strong>de</strong> que estavam abrindo uma cova mesmo<br />

em baixo da janela e muito se admirava escolhessem àquela<br />

hora para tão lúgubre tarefa.

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