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As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

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<strong>Camille</strong> <strong>Flammarion</strong> – <strong>As</strong> Casas Mal <strong>As</strong>sombradas 170<br />

tou alarmados a mais não po<strong>de</strong>r. Era uma atoarda das mais<br />

vulgares, das mais comuns e materialíssimas. Era – ou melhor<br />

dito – pareceu-me ser o resultado do choque, no assoalho das<br />

mansardas, <strong>de</strong> todos os objetos lá <strong>de</strong>positados. O barulho era<br />

forte e contínuo: pancadas, rolamentos, crepitações. Naturalmente,<br />

as investigações se impunham e foram feitas, mas não<br />

<strong>de</strong>ram resultado, Em lá chegando, tudo estava em seus lugares,<br />

silencioso, sem vestígios quaisquer <strong>de</strong> movimentação. Confesso<br />

que estávamos perplexos e que, <strong>de</strong>sta feita, como das que se<br />

lhe seguiram, sentíamo-nos <strong>de</strong>sapontados, humilhados e incapazes<br />

<strong>de</strong> firmar idéia.<br />

II<br />

Mas as coisas não pararam nessa altura e não tardou fôssemos<br />

obsequiados com outras manifestações suplementares. De<br />

tempos a tempos, surpreendia-nos uma série <strong>de</strong> pancadas perfeitamente<br />

distintas e ritmadas, ora fortes, precipitadas, impacientes;<br />

ora tímidas, surdas, hesitantes. De qualquer forma, porém,<br />

posso dizer que as tivemos em média <strong>de</strong> quatro manifestações<br />

semanais, por todo o tempo que lá permanecemos. De<br />

resto, não era coisa para terrificar e que, à força do hábito, tornava-se<br />

menos impressionante. Há, porém, um fato que merece<br />

notado: é que às vezes, <strong>de</strong>itado mas acordado, ouvia sem querer<br />

o barulho e era tentado a fazer o que os garotos <strong>de</strong>nominariam<br />

uma “partida”. Dirigia-me, por exemplo, ao hipotético<br />

agente e pedia-lhe que se acalmasse e não estivesse a incomodar<br />

quem dormia sossegado, ou então, que, se <strong>de</strong> algo precisasse,<br />

dissesse logo com toda a franqueza e lealda<strong>de</strong>.<br />

Exortações que tais não eram, contudo, bem recebidas, <strong>de</strong><br />

vez que sempre acarretavam pancadas mais violentas, mais a-<br />

paixonadas, se assim po<strong>de</strong>mos dizer. O leitor po<strong>de</strong>rá sorrir à<br />

idéia <strong>de</strong> qualquer nexo entre as minhas apóstrofes e a tonalida-

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