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As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

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<strong>Camille</strong> <strong>Flammarion</strong> – <strong>As</strong> Casas Mal <strong>As</strong>sombradas 146<br />

humano tem algum valor, importa consi<strong>de</strong>rar como verda<strong>de</strong>iros<br />

os fenômenos <strong>de</strong>sdobrados na Constantínia. <strong>As</strong> <strong>de</strong>clarações<br />

<strong>de</strong> tantas pessoas, em sua maior parte sinceras e honradas,<br />

não <strong>de</strong>ixariam <strong>de</strong> acarretar, na espécie, a convicção do júri e <strong>de</strong><br />

um Tribunal superior.”<br />

Esse o relatório do notável magistrado Maxwell. O caso é seguramente<br />

diferente do <strong>de</strong> Calvados, mas não menos interessante.<br />

Nele vemos pancadas sem causa aparente, reviravolta <strong>de</strong> móveis,<br />

<strong>de</strong>slocação <strong>de</strong> objetos, movimentos sem contacto, quebra <strong>de</strong> utensílios,<br />

manchas <strong>de</strong> sangue, incêndio. Contudo, nem rumores, nem<br />

gemidos, nem indício qualquer <strong>de</strong> atuação dos mortos. Entre as<br />

forças físicas conhecidas, a primeira que nos surge à mente é a<br />

eletricida<strong>de</strong>, verda<strong>de</strong>iro Proteu. Mas, aquelas manchas <strong>de</strong> sangue?<br />

Verídicas as observações, a causa persiste in<strong>de</strong>cifrável para o<br />

narrador Maxwell, tanto quanto para o estudioso especialista <strong>de</strong><br />

Rochas, e para mim mesmo.<br />

Que a criada seja autora responsável, isso posso eu negar, convicto,<br />

pela completa experiência que tenho do assunto. O velho<br />

adágio jurídico cum hoc ergo propter hoc aí está, como alhures,<br />

falsamente aplicado. Por outro lado, neste como no caso do Calvados,<br />

uma ilação se impõe: é a da existência <strong>de</strong> seres invisíveis.<br />

Imaginar o <strong>de</strong>sdobramento inconsciente da personalida<strong>de</strong> da criada,<br />

em estado <strong>de</strong> vigília, dotada <strong>de</strong> faculda<strong>de</strong>s fantásticas, é mais<br />

temerário que admitir a existência dos seres invisíveis. Trata-se <strong>de</strong><br />

explicar esse <strong>de</strong>slocamento intencional, inteligente qual o <strong>de</strong> um<br />

crucifixo transportado, um espelho <strong>de</strong>satarraxado, uma vassoura<br />

arremessada à vista <strong>de</strong> todos – exercícios que nada têm <strong>de</strong> comparável<br />

com os efeitos do sonambulismo.<br />

<strong>As</strong> constatações <strong>de</strong>sse gênero são bastante numerosas e o número<br />

não é valor que se <strong>de</strong>spreze. Eu não direi que Victor Hugo foi

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