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As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

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<strong>Camille</strong> <strong>Flammarion</strong> – <strong>As</strong> Casas Mal <strong>As</strong>sombradas 144<br />

com os fenômenos e já começavam a suspeitar <strong>de</strong>la. Junte-se a<br />

isso a circunstância <strong>de</strong> se verificarem os fenômenos sempre à<br />

luz do dia. Qualquer <strong>mal</strong>feitor ou embusteiro, penso, teria<br />

sempre elegido a noite, pois então se encontraria em maior segurança,<br />

e ainda para efeito <strong>de</strong> maior terrorismo, sabido como<br />

a treva influencia os espíritos crédulos e timoratos. Pois ao invés<br />

disso, Maria Pascarel – admitido que haja alguma vez operado<br />

<strong>de</strong> ma fé – sempre escolheu a plena luz do dia e a presença<br />

<strong>de</strong> inúmeras testemunhas, a fim <strong>de</strong> realizar as façanhas mistificadoras.<br />

Mas, seria mesmo o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> mistificar que a impelia?<br />

Quereria ela convencer <strong>de</strong> que possuía uma faculda<strong>de</strong> sobrenatural?<br />

Por mim, não o creio. No primeiro caso, as mistificações<br />

só lhe ocasionavam aumento <strong>de</strong> trabalho, pois era obrigada,<br />

logo <strong>de</strong>pois, a recolher e remover os <strong>de</strong>stroços, refazer as camas,<br />

tudo repor em or<strong>de</strong>m. Expunha-se, além disso, a ser <strong>de</strong>scoberta<br />

e escorraçada, em condições que lhe dificultariam colocar-se<br />

em outra parte. No segundo caso, ela ganharia fama <strong>de</strong><br />

feiticeira. Basta-nos conhecer a opinião dos campônios limousinenses<br />

sobre a feitiçaria, para concluir que a reputação era<br />

in<strong>de</strong>sejável a qualquer rapariga. A infeliz Pascarel não escapou<br />

à pecha, e eu pu<strong>de</strong> certificar-me da repulsa, inteiramente imerecida,<br />

que lhe dispensavam.<br />

Em segundo lugar, impõe-se o fator <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>streza inconcebível.<br />

É requisito indispensável à admissão da frau<strong>de</strong>, visto<br />

como, durante muitos dias, a cada momento, os objetos se <strong>de</strong>slocavam<br />

sem contacto aparente, diante <strong>de</strong> várias testemunhas.<br />

Uma frau<strong>de</strong> grosseira teria sido <strong>de</strong> pronto <strong>de</strong>scoberta, máxime,<br />

tendo alguns observadores, qual o prefeito, por exemplo, acurada<br />

atenção, pela suspeita <strong>de</strong> <strong>mal</strong>evolência intencional.<br />

O testemunho <strong>de</strong>sse magistrado, das Sras. Fauce, da Senhora<br />

Madrias e <strong>de</strong> seu servo são probantes. O prefeito colocou,

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