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As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

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<strong>Camille</strong> <strong>Flammarion</strong> – <strong>As</strong> Casas Mal <strong>As</strong>sombradas 13<br />

função ou secreção do cérebro. Se você, o artista e pensador que eu<br />

conheço, assim não enten<strong>de</strong>, será só por não haver dispensado<br />

tempo na pon<strong>de</strong>ração do problema.<br />

Que supor houvesse feito o cérebro <strong>de</strong>ssa moça <strong>de</strong>pois da morte?<br />

Toda hipótese material é inverossímil. Po<strong>de</strong>r-se-á supor tenha<br />

ela chamado pelo irmão antes <strong>de</strong> morrer e que a recepção do seu<br />

apelo ficasse latente no espírito do irmão, até que um momento <strong>de</strong><br />

tranqüilida<strong>de</strong> cerebral lhe permitisse percebê-lo. Po<strong>de</strong>r-se-á supor,<br />

igualmente, que o apelo fosse posterior à morte. Tudo está por<br />

estudar.<br />

O mais simples seria negar, quero dizer, <strong>de</strong>clarar que o jovem<br />

estudante apenas teve um pesa<strong>de</strong>lo, a coincidir com a morte da<br />

irmã. Sim, esta é a solução mais simples, mas, pergunto: satisfaz?<br />

Satisfará ao meu amigo, máxime quando tenha centenas <strong>de</strong> atestados<br />

da mesma natureza? Satisfará, igualmente, nos casos em que o<br />

narrador visse, o que se chamou ver à distância, todos os pormenores<br />

<strong>de</strong> um falecimento, <strong>de</strong> um suicídio, <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sastre, <strong>de</strong> um<br />

incêndio? Não. Você tem critério assaz científico, e racionalmente<br />

severo, para satisfazer-se com a cediça hipótese do acaso e sabe<br />

que o cálculo das probabilida<strong>de</strong>s nos prova a sua improcedência.<br />

Que dizer, que julgar então? Nem mais, nem menos, que o<br />

problema psíquico está posto. Confessemo-lo sem reticências. Não<br />

me encarrego <strong>de</strong> o explicar, é claro. A ciência ainda vem longe.<br />

Admitir é uma coisa, outra coisa é explicar. Os fatos se nos impõem,<br />

mesmo que não expliquemos. Passa um homem por uma rua<br />

e cai-lhe na cabeça um vaso <strong>de</strong> flores: ele é forçado a registrar o<br />

fato antes <strong>de</strong> adivinhar-lhe a origem, e como a vertical e a horizontal<br />

se cruzaram justo sobre a sua cabeça.<br />

Não, absolutamente. Isso a que chamamos matéria, com as suas<br />

proprieda<strong>de</strong>s, não basta para explicar esses fatos e eis porque<br />

eles são <strong>de</strong> uma outra or<strong>de</strong>m, <strong>de</strong> uma or<strong>de</strong>m que reivindica todos<br />

os direitos à qualificação <strong>de</strong> psíquica e que induz a admitir a<br />

existência <strong>de</strong> almas, espíritos, seres intelectuais, espirituais, que

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