26.11.2014 Views

As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Camille</strong> <strong>Flammarion</strong> – <strong>As</strong> Casas Mal <strong>As</strong>sombradas 11<br />

cologia em Montpellier. Minha família compunha-se <strong>de</strong> mãe e<br />

quatro irmãs. Deixei-as satisfeitas e <strong>de</strong> perfeita saú<strong>de</strong>. A 22<br />

<strong>de</strong>sse mês, minha irmã Helena, bela criatura <strong>de</strong> 18 anos, a caçula<br />

e minha predileta, reunia em nossa casa algumas amiguinhas.<br />

Cerca <strong>de</strong> 3 horas, após o almoço, dirigiram-se todas, minha<br />

mãe inclusive, para o passeio dos Plátanos. Fazia um tempo<br />

magnífico. Ao fim <strong>de</strong> meia hora, Helena sentiu-se <strong>mal</strong>:<br />

“Mamãe – disse –, sinto arrepios por todo o corpo, tenho frio,<br />

dói a garganta... Vamos para casa.”<br />

À noite seguinte, pelas 5 da manhã, Helena expirava nos<br />

braços <strong>de</strong> minha mãe, vitimada pela angina diftérica, que dois<br />

médicos não pu<strong>de</strong>ram <strong>de</strong>belar.<br />

Único varão da família, competindo-me representá-la nos<br />

funerais, foram-me passados repetidos telegramas para Montpellier.<br />

Entretanto, por uma terrível fatalida<strong>de</strong> que ainda hoje<br />

<strong>de</strong>ploro, nenhum <strong>de</strong> tais <strong>de</strong>spachos me foi entregue a tempo.<br />

Ora, na noite <strong>de</strong> 23 para 24, eis que fui vítima <strong>de</strong> espantosa<br />

alucinação. Recolhera-me à casa pelas 2 da madrugada, calmo<br />

e satisfeito das emoções recolhidas nos dias 22 e 23, em parte<br />

<strong>de</strong>stinadas ao prazer. Deitei-me alegre e logo adormeci. Havia<br />

<strong>de</strong> ser 4 horas, quando a vi surgir diante <strong>de</strong> mim, pálida, sangrenta,<br />

inanimada, e um grito insistente, penetrante, punitivo,<br />

feria-me os tímpanos: “Que fazes, meu Luís? Mas vem, vem!”<br />

No meu sonho, nervoso e agitado, tomei um carro, mas, a<br />

<strong>de</strong>speito <strong>de</strong> esforços sobre-humanos, não conseguia fazê-lo a-<br />

vançar. Via sempre minha irmã, no mesmo estado, a gritar:<br />

“Que fazes meu Luís, vem...”<br />

Despertei súbito, face congesta, cabeça em fogo, garganta<br />

seca, respiração curta e suando por todos os poros. Saltei da<br />

cama e procurei acalmar-me. Uma hora <strong>de</strong>pois, tornei a <strong>de</strong>itar-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!