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Como podem ser analisados dados pareados de ... - IESC/UFRJ

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C OMO PODEM SER ANALISADOS DADOS PAREADOS DE FORMA PROBABILÍSTICA<br />

NA PRESENÇA DE INCERTEZA? UM EXERCÍCIO CONTRASTANDO QUATRO PROCEDIMENTOS<br />

Nota-se que o maior escore para concordância foi o relativo à variável<br />

município <strong>de</strong> residência (4,3) e o menor para a variável tipo <strong>de</strong> gravi<strong>de</strong>z (0,8). Isto<br />

reflete principalmente o fato <strong>de</strong> a variável município <strong>de</strong> residência discriminar<br />

muito mais do que a variável tipo <strong>de</strong> gravi<strong>de</strong>z: nota-se, por exemplo, que enquanto<br />

há 293 municípios em Santa Catarina (correspon<strong>de</strong>ndo a 293 valores<br />

ou níveis da variável município), há apenas dois níveis para a variável tipo <strong>de</strong><br />

gravi<strong>de</strong>z, sendo que a maior parte dos recém-nascidos são não-gemelares. No<br />

caso da discordância, ob<strong>ser</strong>va-se que discordância em município conduz a um<br />

escore <strong>de</strong> 4,6 negativo (o mais negativo <strong>de</strong> todos), e a discordância em peso ao<br />

nascer conduz ao escore menos negativo <strong>de</strong> todos (1,6 negativo), revelando,<br />

principalmente, que uma discordância em município, uma variável menos sujeita<br />

a erros, é mais séria do que uma discordância em peso ao nascer, mais sujeita à<br />

imprecisões <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação e codificação.<br />

No caso <strong>de</strong>ste estudo, valores não <strong>de</strong>clarados, ao <strong>ser</strong>em comparados, em<br />

quaisquer i<strong>de</strong>ntificadores, foram consi<strong>de</strong>rados concordantes entre si.<br />

Segundo a Tabela 1, também se ob<strong>ser</strong>va que o escore máximo <strong>de</strong> pareamento<br />

obtido foi 14,6 (concordância em todos os i<strong>de</strong>ntificadores) e o menor escore <strong>de</strong><br />

pareamento foi <strong>de</strong> 17,2 negativos (discordância em todos os i<strong>de</strong>ntificadores).<br />

Cabe ob<strong>ser</strong>var que é necessário selecionar uma variável como sendo a variável<br />

<strong>de</strong> blocagem, ou seja, é necessário que seja escolhida uma variável <strong>de</strong> partição do<br />

banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong>. Os pares só são consi<strong>de</strong>rados como pares possíveis caso estejam<br />

numa mesma partição ou bloco. Consi<strong>de</strong>rou-se como variável <strong>de</strong> blocagem a<br />

data <strong>de</strong> nascimento do recém-nascido.<br />

No caso <strong>de</strong>ste estudo, sabe-se que uma relação unívoca é esperada entre dois<br />

registros em cada conjunto <strong>de</strong> dois arquivos <strong>pareados</strong>. Assim, assumiram-se como<br />

pares verda<strong>de</strong>iros aqueles com os mais elevados escores <strong>de</strong> pareamento total e<br />

com relação unívoca. Desta forma, não estabelecemos um limiar a partir do qual<br />

<strong>de</strong>clararíamos os pares como possíveis.<br />

Ainda que se tenham usado seis variáveis no pareamento, isso não se revelou<br />

suficiente para que se encontrasse uma relação unívoca e, por isso, mais <strong>de</strong> uma<br />

Declaração <strong>de</strong> Nascimento (DN) foi aceita para cada Declaração <strong>de</strong> Óbito<br />

(DO). Isto aconteceu por uma série <strong>de</strong> razões. Em primeiro lugar, havia um<br />

número elevado <strong>de</strong> DNs que po<strong>de</strong>riam <strong>ser</strong> pareadas com cada DO. Em segundo<br />

lugar, a elevada proporção <strong>de</strong> <strong>dados</strong> não <strong>de</strong>clarados, especialmente nas DOs,<br />

tal como peso ao nascer (23,5% e 41,6% em SC e no RN, respectivamente), tipo <strong>de</strong><br />

parto (23,4% em ambos os estados), tipo <strong>de</strong> gravi<strong>de</strong>z (24,3% e 22,85, em SC e<br />

no RN, respectivamente ) e ida<strong>de</strong> da mãe (30,7% e 38,6%, em SC e no RN,<br />

respectivamente), o que levou ao aumento <strong>de</strong> imprecisão do pareamento.<br />

Finalmente, algumas variáveis não possuíam po<strong>de</strong>r discriminatório elevado,<br />

C ADERNOS SAÚDE COLETIVA, RIO DE JANEIRO, 14 (2): 233 - 250, 2006 – 239

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