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Como podem ser analisados dados pareados de ... - IESC/UFRJ

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C OMO PODEM SER ANALISADOS DADOS PAREADOS DE FORMA PROBABILÍSTICA<br />

NA PRESENÇA DE INCERTEZA? UM EXERCÍCIO CONTRASTANDO QUATRO PROCEDIMENTOS<br />

<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificadores. Isso causa problemas na análise em diversas áreas <strong>de</strong> estudo.<br />

No âmbito da pesquisa em saú<strong>de</strong> infantil ou neonatal, pares errôneos <strong>po<strong>de</strong>m</strong><br />

levar a uma subestimação da verda<strong>de</strong>ira relação entre, por exemplo, o óbito<br />

neonatal e uma variável fortemente associada com a morte no período neonatal.<br />

Um exemplo <strong>de</strong> variável <strong>ser</strong>ia a ida<strong>de</strong> da mãe. Com base na literatura, po<strong>de</strong>-se<br />

esperar que um recém-nascido que sobreviveu ao período neonatal tenha maior<br />

chance <strong>de</strong> <strong>ser</strong> filho <strong>de</strong> mães entre as ida<strong>de</strong>s 20 e 40 anos comparativamente aos<br />

recém-nascidos falecidos no período neonatal (Salihu et al., 2004; Sina et al., 2003;<br />

Jacobsson et al., 2004; Machado, 2002). Logo, intuitivamente, a verda<strong>de</strong>ira<br />

associação entre ida<strong>de</strong> materna e mortalida<strong>de</strong> neonatal estaria subestimada. Deve-se<br />

ressaltar que isso acontece nas situações <strong>de</strong> pares falso-positivos em que o erro<br />

não varia segundo os níveis da variável <strong>de</strong> exposição (erros não-informativos).<br />

Para erros informativos e erros falso-negativos (ou seja, para medidas <strong>de</strong> razão), o<br />

viés po<strong>de</strong> <strong>ser</strong> em qualquer direção. Assim, o i<strong>de</strong>al <strong>ser</strong>ia obter uma estimativa<br />

ajustada da forte associação entre o óbito neonatal e a ida<strong>de</strong> da mãe, a qual fosse<br />

o menos possível afetada por pareamentos incorretos (Scheuren & Winkler, 1993).<br />

Neste trabalho, são propostos quatro procedimentos que permitiriam gerar este<br />

estimador, sendo que um <strong>de</strong>les explicitamente incorpora pareamentos incorretos<br />

na análise, sendo então consi<strong>de</strong>rado o pior cenário possível para comparação.<br />

Este trabalho justifica-se pelo fato <strong>de</strong> não haver, ainda, uma forma estabelecida<br />

<strong>de</strong> se trabalhar com <strong>dados</strong> <strong>pareados</strong> quando se sabe que há pareamentos incorretos<br />

e não há como (ou não se <strong>de</strong>seja) revisar manualmente os pareamentos possíveis.<br />

Dentre os motivos <strong>de</strong>sta impossibilida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong> <strong>ser</strong> <strong>de</strong>stacada a questão da quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> pares formados a <strong>ser</strong>em revisados. De fato, lidar com os pareamentos “não<br />

solucionados” <strong>de</strong> forma automática é uma área <strong>de</strong> pesquisa consi<strong>de</strong>rada importante<br />

em relacionamento <strong>de</strong> registros, especialmente no caso <strong>de</strong> pareamentos envolvendo<br />

gran<strong>de</strong>s bancos <strong>de</strong> <strong>dados</strong>, uma vez que a intervenção manual é dispendiosa e envolve<br />

um tempo muito gran<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> poucos pesquisadores estarem aptos a realizar<br />

esta tarefa, porque a revisão manual requer um conhecimento prévio bastante<br />

<strong>de</strong>talhado das duas bases <strong>de</strong> <strong>dados</strong>, bem como do entendimento dos tipos <strong>de</strong> erros<br />

e omissões que <strong>po<strong>de</strong>m</strong> ocorrer em ambas as bases <strong>de</strong> <strong>dados</strong>.<br />

2. MÉTODOS<br />

2.1. PAREAMENTO DE DADOS E SELEÇÃO DOS MELHORES PARES<br />

São utilizados, como exemplos, <strong>dados</strong> <strong>de</strong> óbitos da coorte <strong>de</strong> nascimentos <strong>de</strong><br />

1999 dos estados <strong>de</strong> Santa Catarina e do Rio Gran<strong>de</strong> do Norte a <strong>ser</strong>em <strong>pareados</strong><br />

com seus respectivos nascimentos das coortes dos dois estados. A escolha <strong>de</strong>stes<br />

dois estados se justificou pelo fato <strong>de</strong>, em Santa Catarina, os bancos <strong>de</strong> <strong>dados</strong><br />

C ADERNOS SAÚDE COLETIVA, RIO DE JANEIRO, 14 (2): 233 - 250, 2006 – 237

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