fronteira_lancamento_fim
fronteira_lancamento_fim
fronteira_lancamento_fim
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
APRESENTAÇÃO<br />
PRESENTATION<br />
O cinema documentário e experimental sempre foram relegados, no Brasil, a gêneros de segunda<br />
ordem, que se colocaram às margens da indústria buscando desconstruir um certo cinema<br />
de ficção robotizado, produzido em larga escala, como sintoma de um mercado que promove a<br />
monocultura na tentativa de aniquilar essa diversidade de experiências, procedimentos e<br />
dispositivos que se situam nas <strong>fronteira</strong>s da linguagem cinematográfica. Não é de se espantar<br />
os desvios promovidos pela própria indústria cultural brasileira (mas tb mundial) para a conquista<br />
do espaço cinematográfico, apropriando-se dele para mimetizar os ideais capitalistas. O<br />
jornalismo que se apropria do documentário, a TV que quer se expandir para as salas de cinema,<br />
o experimentalismo saindo das salas e chegando apenas em galerias de arte.<br />
É nesse terreno altamente instável e deturpado pelos processos históricos e políticos, que o<br />
Fronteira busca se instalar, criando um movimento de reflexão acerca de uma produção cinematográfica<br />
marginal, que resiste intensamente aos processos condicionantes, desafiando,<br />
desconstruindo e redimensionando os limites propostos pela linguagem audiovisual. Esse olhar<br />
atento para o documentário e o experimental enquanto lugares da subversão artística no<br />
cinema serão base para a construção de nossa programação, colocando-se em relação e<br />
percebendo que os grandes filmes nunca são uma coisa ou outra, mas bebem reciprocamente<br />
de si mesmas e resignificando seus lugares enquanto gêneros específicos e abrindo-se para<br />
percepções mais livres do mundo.<br />
Em meio a essa multiplicidade de visões e percepções de mundo, é que a primeira edição do<br />
Fronteira surge amparada por uma programação que longe de propor recortes temáticos ou<br />
estéticos, quer desestabilizar as certezas e noções que delimitam as idéias de cinema, podendo<br />
proporcionar ao espectador uma experiência de troca muito raramente encontrada nas salas de<br />
cinema do nosso mundo contemporâneo.<br />
The documentary and experimental cinema have always been relegated, in Brazil, into second<br />
order genres, that put themselves in the border of industry, searching to deconstruct a certain<br />
robotized fiction cinema, produced in large scale as a symptom of a global market, promoting<br />
monoculture in order to annihilate the diversity of experiences, procedures and devices located<br />
in the frontier of cinematographic language. It is not surprising the deviations produced by the<br />
Brazilian cultural industry (and the world’s also) to conquer the cinematographic space, appropriating<br />
it in order to mimetize the capitalist ideals. The journalism that appropriates from the documentary,<br />
the TV trying to expand itself into the film theatres, the experimentalism getting out of<br />
the theatres and going to art galleries to be exposed.<br />
It is on this unstable ground, corrupted by historical and political processes, that Fronteira Festival<br />
search to install itself, creating a movement of reflection over a marginal cinematographic<br />
production that resists strongly to the conditioning procedures, defying, deconstructing and redimensioning<br />
the limits proposed by audio-visual language. This attempt look into documentary<br />
and experimental films as places of artistic subversion on cinema are the basis of our<br />
programme, putting itself in relation and perceiving that great films are never on thing or another,<br />
but drink mutually from themselves, resignifying there places as specific genres and opening<br />
themselves for free perceptions of the world.<br />
It is in the middle of this multiplicity of visions and perceptions of the world that Fronteira’s fisrt<br />
edition arises, supported by a selection of films that goes beyond themes or aesthetic patterns,<br />
in search to desestabilize certainties and notions that delimit the ideas of cinema, trying to<br />
promote a unique experience of change, rarely found in film theatres on contemporary world.