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fbio luiz de menezes montenegro - Sociedade Brasileira de Cirurgia ...

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FÁBIO LUIZ DE MENEZES MONTENEGRO<br />

PARATIREOIDECTOMIA TOTAL COM OU SEM<br />

AUTOTRANSPLANTE NO TRATAMENTO DO<br />

HIPERPARATIREOIDISMO SECUNDÁRIO<br />

Tese apresentada à Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina<br />

da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo para<br />

obtenção do título <strong>de</strong> Doutor em Medicina<br />

Área <strong>de</strong> concentração: Clínica Cirúrgica<br />

Orientador: Prof. Dr. Anói C. Cor<strong>de</strong>iro<br />

São Paulo<br />

2000


RESUMO<br />

MONTENEGRO, F. L. M. Paratireoi<strong>de</strong>ctomia total com ou sem autotransplante no<br />

tratamento do hiperparatireoidismo secundário. São Paulo, 2000. 167p. Tese<br />

(Doutorado) – Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo.<br />

A progressão do hiperparatireoidismo secundário no doente com insuficiência renal<br />

crônica é acompanhada <strong>de</strong> complicações. Após tentativa <strong>de</strong> tratamento clínico, po<strong>de</strong><br />

ser necessária paratireoi<strong>de</strong>ctomia. O tipo <strong>de</strong> operação é assunto controverso. A<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem autotransplante po<strong>de</strong>ria representar uma opção com<br />

menor risco <strong>de</strong> recidiva, mas discutem-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reposição <strong>de</strong> cálcio e <strong>de</strong><br />

análogos da vitamina D, bem como a evolução do osso. O presente estudo teve por<br />

objetivo esclarecer se a evolução dos pacientes submetidos a paratireoi<strong>de</strong>ctomia total<br />

sem autotransplante é diferente da evolução após paratireoi<strong>de</strong>ctomia total com<br />

autotransplante imediato. Quarenta doentes com hiperparatireoidismo secundário à<br />

insuficiência renal foram submetidos a uma primeira operação cervical, entre 1994 e<br />

1998. Constituíram-se dois grupos, conforme o tipo <strong>de</strong> operação realizada. Em 28<br />

casos foi realizada paratireoi<strong>de</strong>ctomia total com autotransplante imediato e em 12 casos<br />

foi empregada a técnica <strong>de</strong> paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem autotransplante. Em cada<br />

grupo analisaram-se os níveis <strong>de</strong> cálcio, fósforo e fosfatase alcalina no pré-operatório;<br />

entre 15 e 30 dias <strong>de</strong>pois da operação e após três, seis, 12, 18 e 24 meses.<br />

Determinaram-se os níveis <strong>de</strong> paratormônio no pré-operatório e no pós-operatório,<br />

envolvendo a medida sistêmica e do autotransplante, quando presente. Foram<br />

analisados os consumos <strong>de</strong> calcitriol, <strong>de</strong> cálcio oral e endovenoso no período <strong>de</strong><br />

internação e o tempo <strong>de</strong> permanência hospitalar. No acompanhamento ambulatorial<br />

foram pesquisados os consumos <strong>de</strong> cálcio e calcitriol e os sintomas apresentados,<br />

entre três e 24 meses. Nos casos com biópsia óssea, o achado foi relacionado ao tipo<br />

<strong>de</strong> operação realizada e ao nível <strong>de</strong> paratormônio dosado. Não houve diferença entre<br />

os dois grupos quanto ao tempo <strong>de</strong> permanência hospitalar, ao consumo <strong>de</strong> calcitriol,<br />

ao consumo <strong>de</strong> cálcio endovenoso e ao <strong>de</strong> cálcio oral, assim como nos consumos<br />

médios durante 24 meses. Nos dois grupos ocorreu elevação transitória nos níveis da<br />

fosfatase alcalina, com redução até a normalização, ao redor <strong>de</strong> 12 meses. Houve<br />

redução dos valores da calcemia, da fosfatemia e do produto do cálcio pelo fósforo,<br />

sem diferença significativa entre os grupos. Em média, a concentração sistêmica do<br />

paratormônio reduziu-se a 84,4 pg/ml após paratireoi<strong>de</strong>ctomia com autotransplante<br />

imediato e a 1,0 pg/ml sem autotransplante, diferença essa significativa. Após 12<br />

meses, cerca <strong>de</strong> 80% dos casos <strong>de</strong> cada grupo estavam sem sintomas. Não houve<br />

diferença quanto à ocorrência <strong>de</strong> fratura. Observou-se maior proporção <strong>de</strong> intoxicação<br />

por alumínio após paratireoi<strong>de</strong>ctomia sem autotransplante e em doentes com<br />

paratormônio não <strong>de</strong>tectável, mas sem diferença significativa. Encontrou-se maior<br />

tendência ao achado <strong>de</strong> doença óssea adinâmica nos doentes sem autotransplante<br />

imediato. Os doentes com paratormônio não <strong>de</strong>tectável apresentaram todos doença<br />

óssea adinâmica, que foi notada em um <strong>de</strong> seis casos com níveis <strong>de</strong>tectáveis do


hormônio (p=0,02). Os dados mostraram maior ocorrência <strong>de</strong> hipoparatireoidismo em<br />

doentes sem autotransplante imediato. Embora não tenha sido evi<strong>de</strong>nciada diferença<br />

quanto às evoluções clínica, da calcemia, da fosfatemia e dos níveis <strong>de</strong> fosfatase<br />

alcalina, o maior risco <strong>de</strong> doença óssea adinâmica po<strong>de</strong> <strong>de</strong>sfavorecer a<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem autotransplante.<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

O hormônio da paratireói<strong>de</strong> (PTH), também <strong>de</strong>nominado paratormônio ou paratirina, é<br />

sintetizado e secretado pelas glândulas paratireói<strong>de</strong>s. Encontradas na escala filogenética <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

os anfíbios,<br />

essas glândulas po<strong>de</strong>m tornar-se hiperfuncionais, gerar quantida<strong>de</strong>s excessivas<br />

do PTH e <strong>de</strong>terminar o quadro clínico-laboratorial <strong>de</strong>nominado hiperparatireoidismo (42).<br />

Quando o hiperparatireoidismo é conseqüência <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sequilíbrio metabólico preexistente,<br />

ele é <strong>de</strong>nominado secundário. Embora existam outras causas, a mais freqüente é a<br />

insuficiência renal crônica (161). O hiperparatireoidismo secundário à insuficiência renal<br />

crônica (HPT 2 ), após correto diagnóstico e tentativa <strong>de</strong> controle clínico, po<strong>de</strong> <strong>de</strong>mandar<br />

tratamento cirúrgico (161). Esse tratamento é o assunto do presente estudo.


BASES FISIOPATOLÓGICAS E TRATAMENTO DO HPT 2<br />

O HPT 2 , como dito, está associado à produção excessiva <strong>de</strong> PTH, cujo gene<br />

encontra-se no braço curto do cromossomo 11 e <strong>de</strong>termina a produção <strong>de</strong> um<br />

polipeptídio com 115 aminoácidos, o pré-pro-PTH (41, 142). As etapas da sua<br />

transformação na configuração ativa do hormônio têm sido pesquisadas e sabe-se que,<br />

ainda <strong>de</strong>ntro da célula<br />

paratireói<strong>de</strong>a, tal polipeptídio é convertido a pro-PTH e <strong>de</strong>pois<br />

a PTH (41). Ele po<strong>de</strong> ser armazenado em vesículas intracelulares ou ser secretado,<br />

predominantemente na forma <strong>de</strong> uma proteína com 84 resíduos <strong>de</strong> aminoácidos,<br />

<strong>de</strong>nominada molécula intacta. A molécula intacta é rapidamente retirada da circulação<br />

pelo fígado (60 a 70%), pelo rim (20 a 30%) e por outros órgãos em menor proporção.<br />

Sabe-se que a molécula po<strong>de</strong> ser fragmentada ainda <strong>de</strong>ntro da paratireói<strong>de</strong>, nas<br />

frações amino-terminal e carboxi-terminal, mas a maior parte <strong>de</strong>ssa fragmentação se dá<br />

após sua circulação nos tecidos (161).<br />

Em condições fisiológicas, a secreção do PTH po<strong>de</strong> ser alterada <strong>de</strong> forma aguda<br />

e o hormônio é ajustado rapidamente em função do nível <strong>de</strong> cálcio extracelular. O<br />

controle rápido da secreção do PTH é mediado pelo receptor <strong>de</strong> membrana sensível ao<br />

cálcio extracelular (CaR). Desse<br />

modo, em condições fisiológicas, com o aumento<br />

da calcemia as células<br />

da paratireói<strong>de</strong> secretam menos PTH e quando a<br />

concentração do cálcio diminui, a glândula secreta mais PTH (77, 161). Além do<br />

controle rápido, a liberação do PTH também é modulada a longo prazo. A modulação a<br />

longo prazo parece ser influenciada pelo cálcio e pela forma ativa da vitamina D, a 1,25-<br />

dihidroxicolecalciferol, também <strong>de</strong>nominada calcitriol (61, 77, 85, 141).


A dosagem do PTH apresenta medidas mais elevadas nos doentes com<br />

insuficiência renal do que na população normal, não somente pela menor <strong>de</strong>gradação<br />

periférica, mas principalmente pelo aumento <strong>de</strong> sua secreção na paratireói<strong>de</strong> (109). Até<br />

certo grau, esse aumento do PTH parece não trazer problemas ao doente com<br />

insuficiência renal e é consi<strong>de</strong>rado necessário para que, nessa condição, ocorra a<br />

remo<strong>de</strong>lação óssea a<strong>de</strong>quada (238). O HPT 2 po<strong>de</strong>, porém, progredir e representar um<br />

grave problema (61). Além das complicações relacionadas ao aparelho locomotor (92) e<br />

ao metabolismo do fósforo (17), há evidência <strong>de</strong> efeitos <strong>de</strong>letérios diretos do excesso<br />

<strong>de</strong> PTH em vários outros órgãos e sistemas, que também expressam o receptor do<br />

hormônio (22, 63, 153).<br />

A hiperplasia das paratireói<strong>de</strong>s relacionada com o <strong>de</strong>senvolvimento da doença renal crônica<br />

foi <strong>de</strong>monstrada há mais <strong>de</strong> sessenta anos (185). Admite-se que alterações metabólicas<br />

conseqüentes à insuficiência renal crônica têm a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estimular as glândulas<br />

paratireói<strong>de</strong>s e promover não só o aumento do tamanho glandular, mas também incremento<br />

<strong>de</strong> sua capacida<strong>de</strong> secretora, com perda <strong>de</strong> mecanismos fisiológicos <strong>de</strong> regulação (20, 44, 61,<br />

62, 63, 70, 77, 78, 85, 109, 141, 144, 161, 214, 215, 217, 219, 227, 229, 231).<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento do HPT 2 é multifatorial (63). O mecanismo primário exato não é<br />

conhecido e po<strong>de</strong> estar relacionado a estímulo excessivo ou inibição insuficiente (62). Tanto<br />

os fatores estimuladores, quanto os inibidores po<strong>de</strong>m atuar sobre a paratireói<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma direta<br />

ou indireta (63). São referidos como fatores <strong>de</strong>terminantes a diminuição na síntese e<br />

resistência ao calcitriol (141, 192, 231), a retenção <strong>de</strong> fósforo (78), a hipocalcemia (231), a<br />

resistência óssea à ação do PTH para elevar a calcemia (78, 152) e <strong>de</strong>sajuste na regulação da<br />

liberação do PTH pelo nível do cálcio extracelular, <strong>de</strong>sajuste esse referido como <strong>de</strong>svio do<br />

“set point” (77).


No início acreditou-se que elevações transitórias do fósforo, pela perda da função renal,<br />

<strong>de</strong>terminavam hipocalcemia. Esses episódios <strong>de</strong> hipocalcemia estimulariam a paratireói<strong>de</strong>,<br />

com conseqüente aumento progressivo do PTH. O PTH aumentado promoveria maior<br />

excreção <strong>de</strong> fósforo e possibilitaria aumentar a calcemia. Nessa hipótese, conhecida como<br />

“tra<strong>de</strong>-off”, a calcemia e a fosfatemia seriam mantidas normais, em contrapartida à elevação<br />

do PTH. Sob essa hipótese, o fósforo atuaria <strong>de</strong> forma indireta: a elevação transitória da<br />

concentração do fósforo seria o evento inicial para causar hipocalcemia (por razão físicoquímica)<br />

e esta estimularia a paratireói<strong>de</strong> (20).<br />

Entretanto, observou-se que mesmo em fases precoces da insuficiência renal, pacientes com<br />

níveis normais <strong>de</strong> cálcio e fósforo, apresentavam redução dos níveis <strong>de</strong> calcitriol (causada pela<br />

diminuição<br />

da ativida<strong>de</strong> da enzima 1-alfa-hidroxilase, no túbulo renal) e elevação do PTH<br />

(245). Nessa situação, foi <strong>de</strong>monstrada também diminuição ao efeito calcêmico do PTH. Com<br />

a reposição <strong>de</strong> calcitriol, houve redução dos níveis <strong>de</strong> PTH, apesar da elevação do fósforo<br />

(245).<br />

Mostrou-se, em ratos, que níveis normais <strong>de</strong> cálcio, fósforo e calcitriol não<br />

impediram o <strong>de</strong>senvolvimento do hiperparatireoidismo secundário. Isso ocorreu, mesmo<br />

com níveis normais do receptor <strong>de</strong> vitamina D (VDR), sugerindo haver resistência ao<br />

calcitriol, já nas formas iniciais da insuficiência renal (141). O VDR é um receptor<br />

nuclear, que se liga ao ácido <strong>de</strong>soxirribonucléico (DNA) <strong>de</strong> genes responsivos à<br />

vitamina<br />

D (141). O calcitriol atua primeiramente sobre a síntese <strong>de</strong> PTH e a<br />

diminui, efeito esse verificado pela redução do ácido ribonucléico mensageiro (RNAm)<br />

do pre-pro-PTH (196). Secundariamente, o calcitriol inibe a proliferação das células<br />

paratireói<strong>de</strong>as (196). A redução da função do VDR e do número <strong>de</strong> receptores torna a<br />

paratireói<strong>de</strong> menos<br />

responsiva à ação inibitória do calcitriol (141). Há elevação do


RNAm do pre-pro-PTH e hiperplasia das paratireói<strong>de</strong>s, ambos efeitos que<br />

aumentam a capacida<strong>de</strong> secretora da glândula paratireói<strong>de</strong> (196). Foi observado que o<br />

aumento no nível <strong>de</strong> calcitriol <strong>de</strong>termina incremento na expressão <strong>de</strong> VDR, cujo gene<br />

localiza-se no cromossomo 12q13-14 (33),<br />

ao passo que a redução do calcitriol<br />

também se acompanha <strong>de</strong> <strong>de</strong>créscimo no receptor (141).<br />

Esse efeito do calcitriol parece ser in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do aumento da calcemia, por ele<br />

proporcionado. Foi observado, em cães, que a manutenção <strong>de</strong> níveis normais <strong>de</strong> cálcio não<br />

evitou o aumento do PTH, exceto quando associou-se suplementação <strong>de</strong> calcitriol (144).<br />

Assim, o <strong>de</strong>senvolvimento inicial do HPT 2 parece ser <strong>de</strong>terminado pela redução<br />

funcional do VDR na paratireói<strong>de</strong>, mas a progressão do mesmo na insuficiência renal<br />

está relacionada também a outros fatores.<br />

A análise da concentração <strong>de</strong> cálcio extracelular necessária para reduzir em 50% a secreção da<br />

paratireói<strong>de</strong>, concentração essa <strong>de</strong>nominada “set point” (77), parece mostrar que nas fases<br />

mais avançadas do HPT 2 ocorre elevação <strong>de</strong>sse “set point”, ou seja, é requerido nível<br />

maior do cálcio extracelular para promover a redução na secreção do PTH (90, 168). Ainda<br />

que essa observação sugira alteração do CaR, não foi <strong>de</strong>monstrado que o gene do CaR,<br />

localizado no cromossomo 3qcen-q21(33), esteja alterado, mesmo nas formas<br />

avançadas <strong>de</strong><br />

HPT 2 (55). Há, porém, evidência <strong>de</strong> menor expressão do CaR, tanto <strong>de</strong> seu RNAm como da<br />

própria proteína (141). O CaR não apenas modula o efeito inibitório da secreção do PTH, mas<br />

<strong>de</strong>ve afetar também a expressão do gene do hormônio e a proliferação <strong>de</strong> células<br />

paratireói<strong>de</strong>as (141).<br />

A restrição <strong>de</strong> fósforo na dieta <strong>de</strong> cães urêmicos melhorou o HPT 2 , in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte dos níveis <strong>de</strong><br />

cálcio ou calcitriol (145). O fósforo parece também atuar diretamente na paratireói<strong>de</strong>, além <strong>de</strong><br />

induzir hipocalcemia (63, 215). Ratos, submetidos a dieta rica em fósforo, apresentaram


número aumentado <strong>de</strong> células paratireói<strong>de</strong>as na fase S do ciclo celular e houve 27% <strong>de</strong><br />

aumento no tamanho da glândula <strong>de</strong>sses animais (hiperplasia), in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente dos níveis<br />

<strong>de</strong> cálcio e calcitriol (25). O fósforo elevado, por efeito no VDR (85), aumenta a resistência da<br />

paratireói<strong>de</strong> à ação do calcitriol, além <strong>de</strong> diminuir a síntese <strong>de</strong>ssa última substância (192).<br />

A <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> resistência óssea à ação do PTH, com prejuízo à capacida<strong>de</strong> do hormônio<br />

para elevar a calcemia (152), sugeriu que esse <strong>de</strong>sajuste ocasionasse hipocalcemia e essa<br />

estimulasse mais a paratireói<strong>de</strong>. Embora a fosfatemia esteja <strong>de</strong>ntro da faixa da normalida<strong>de</strong><br />

nas fases iniciais da insuficiência renal, esse nível parece ser relativamente alto, haja vista o<br />

efeito fosfatúrico do PTH. A progressão<br />

para a incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reduzir mais o nível do<br />

fósforo aumentaria a resistência óssea e, por conseguinte, pioraria o hiperparatireoidismo (78).<br />

A análise, em ratos, sugeriu que a resistência óssea ao PTH esteja relacionada à uremia e ao<br />

excesso <strong>de</strong> fósforo (18).<br />

As aplicações clínicas <strong>de</strong>ssas observações foram importantes e, <strong>de</strong>monstrou-se<br />

que a restrição do fósforo na dieta (192), o uso <strong>de</strong> altas doses <strong>de</strong> calcitriol por via<br />

endovenosa (214) ou oral (231) e o emprego <strong>de</strong> compostos quelantes do fósforo (141)<br />

permitem o controle do HPT 2 na maioria dos casos.<br />

Em alguns indivíduos, porém, a dieta a<strong>de</strong>quada e o tratamento clínico não<br />

conseguem frear o <strong>de</strong>senvolvimento do HPT 2 . Já em 1960, STANBURY et al.(217)<br />

mencionaram o possível funcionamento autônomo das glândulas paratireói<strong>de</strong>s, após<br />

estimulação prolongada. ST GOAR (219), em 1963, enfatizou que em alguns casos, o<br />

HPT 2 , consi<strong>de</strong>rado compensatório, po<strong>de</strong>ria progredir para funcionamento autônomo e<br />

criou a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> hiperparatireoidismo terciário.<br />

Embora essa hipótese, a verda<strong>de</strong>ira autonomia da glândula, tenha sido questionada (20), houve<br />

indícios <strong>de</strong> que após uma fase <strong>de</strong><br />

proliferação policlonal na paratireói<strong>de</strong>, algumas áreas


<strong>de</strong>senvolvem crescimento monoclonal e per<strong>de</strong>m sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta aos mecanismos<br />

<strong>de</strong> regulação (9, 33, 85, 61, 62, 63, 209, 227, 229). Alguns autores correlacionam o achado<br />

histológico <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> hiperplasia nodular à autonomia da função (61, 85). A autonomia<br />

<strong>de</strong>ssas áreas relacionar-se-ia à redução da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> VDR nos nódulos (86).<br />

Nessa fase, <strong>de</strong> autonomia da paratireói<strong>de</strong>, há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> intervenção para reduzir o tecido<br />

paratireói<strong>de</strong>o. O objetivo do tratamento cirúrgico é interromper a produção excessiva do PTH.<br />

Embora o HPT 2 já tenha sido consi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong> pouco interesse cirúrgico no passado (46),<br />

diferentes técnicas cirúrgicas têm sido empregadas e discutidas no seu tratamento.<br />

STANBURY et al. (217), em 1960, relataram o primeiro tratamento cirúrgico<br />

planejado do HPT 2 , com bons resultados, a paratireoi<strong>de</strong>ctomia subtotal. Nessa<br />

operação, todo o tecido paratireói<strong>de</strong>o foi ressecado, exceto pequeno fragmento <strong>de</strong><br />

uma das paratireói<strong>de</strong>s, mantido com seu pedículo vascular intacto no pescoço<br />

OGG (180), em 1967, realizou paratireoi<strong>de</strong>ctomia total em quatro doentes, com o<br />

intento <strong>de</strong> evitar recidiva do HPT 2 .<br />

WELLS et al. (239), em 1975, <strong>de</strong>screveram a técnica da paratireoi<strong>de</strong>ctomia total,<br />

associada ao autotransplante heterotópico imediato <strong>de</strong> fragmentos <strong>de</strong> paratireói<strong>de</strong><br />

no tecido muscular do antebraço e, em 1977, WELLS et al. (240) <strong>de</strong>mostraram a<br />

viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criopreservação do tecido paratireói<strong>de</strong>o, resfriado em meio nutriente<br />

com dimetilsulfóxido e armazenado em nitrogênio líquido, para uso ulterior, em caso<br />

<strong>de</strong> hipoparatireoidismo.<br />

O tipo <strong>de</strong> paratireoi<strong>de</strong>ctomia a ser empregado no tratamento dos pacientes com HPT 2 é<br />

assunto <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates. A discussão centraliza-se nos resultados observados quanto à recidiva do<br />

hiperparatireoidismo e quanto<br />

à ocorrência <strong>de</strong> hipoparatireoidismo <strong>de</strong>finitivo. No aspecto da<br />

recidiva, consi<strong>de</strong>ram-se não só sua incidência, mas também as dificulda<strong>de</strong>s diagnósticas e<br />

terapêuticas a ela relacionadas. Quanto ao hipoparatireoidismo, são comentadas a<br />

mineralização óssea e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suplementação <strong>de</strong> cálcio e vitamina D (205).<br />

PENDRAS (188), em 1969, iniciou discussão sobre o tipo preferencial <strong>de</strong> operação no HPT 2 ,<br />

ainda antes da i<strong>de</strong>alização do autotransplante imediato. Outros autores seguiram nas


consi<strong>de</strong>rações sobre a ressecção total ou subtotal (16, 24, 66, 69, 181). A partir da <strong>de</strong>scrição<br />

<strong>de</strong> WELLS et al. (239) até recentemente o <strong>de</strong>bate continuou entre os <strong>de</strong>fensores da<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia subtotal (36, 56, 115, 122, 247) e os da total com autotransplante (6, 15,<br />

57, 169, 201, 202). Para alguns autores, as duas técnicas apresentaram resultados semelhantes<br />

(45, 105, 173). LLACH (140), em 1990, afirmou que não havia <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> qual seria a<br />

melhor forma <strong>de</strong> operação, entre as <strong>de</strong>scritas e recomendou realização <strong>de</strong> estudo prospectivo<br />

randomizado, para as três alternativas cirúrgicas. ROTHMUND et al.(202), em 1991,<br />

relataram os resultados <strong>de</strong> estudo prospectivo randomizado que envolveu 40 doentes e<br />

revisaram a literatura sobre a paratireoi<strong>de</strong>ctomia subtotal e total com autotransplante. Eles<br />

concluíram que a técnica total com autotransplante era o método <strong>de</strong> escolha para o tratamento.<br />

TOMINAGA (229) mencionou que seu grupo já realizara mais <strong>de</strong> 773 paratireoi<strong>de</strong>ctomias em<br />

doentes com HPT 2 . Em<br />

1997, TOMINAGA et al. (228) relataram uma das maiores séries <strong>de</strong><br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia, com 548 casos, dos quais 519 foram submetidos a paratireoi<strong>de</strong>ctomia total<br />

com autotransplante. Sua taxa <strong>de</strong> recidiva nessa modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento chegou a 30%, após<br />

sete anos <strong>de</strong> seguimento.<br />

Além da recidiva do HPT 2 , houve relatos que mostraram outros problemas relativos ao<br />

autotransplante. O crescimento neoplásico com invasão do tecido muscular e <strong>de</strong> vasos foi<br />

documentado em poucos casos (84, 132), mas tornou-se uma preocupação. O implante <strong>de</strong> um<br />

tecido paratiréoi<strong>de</strong>o que <strong>de</strong>pois foi consi<strong>de</strong>rado câncer no exame anatomopatológico já foi<br />

mencionado por alguns autores (43, 108) e é<br />

outro risco possível, apesar da rarida<strong>de</strong>. Se<br />

houve dúvida quanto à<br />

origem <strong>de</strong> uma metástase pulmonar em um caso (108), o achado <strong>de</strong><br />

um linfonodo axilar com metástase <strong>de</strong> carcinoma <strong>de</strong> paratireói<strong>de</strong> não <strong>de</strong>ixou dúvida quanto<br />

sua origem no autotransplante, em caso <strong>de</strong> hiperparatireoidismo primário (244).


Nas recidivas do HPT 2 , alguns autores registraram dificulda<strong>de</strong> em estabelecer se<br />

a origem estava no autotransplante ou na região cervical (12, 136). A expectativa <strong>de</strong><br />

facilida<strong>de</strong> no controle <strong>de</strong> recidivas <strong>de</strong>vidas ao autotransplante não se realizou em todos<br />

os casos (95) e houve até registro da sugestão <strong>de</strong> amputação <strong>de</strong> membro em paciente<br />

<strong>de</strong> 38 anos, para tentar solucionar o problema da persistência da secreção excessiva<br />

do PTH (218). A evolução do tecido implantado foi consi<strong>de</strong>rada<br />

imprevisível e<br />

problemática em alguns casos (12, 132, 213). As taxas elevadas <strong>de</strong> recidiva ou a<br />

dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua avaliação e tratamento<br />

fizeram com que alguns autores<br />

reconsi<strong>de</strong>rassem a paratireoi<strong>de</strong>ctomia<br />

total sem autotransplante como opção menos<br />

arriscada no tratamento do HPT 2 (100, 117, 118, 139, 213).<br />

Assim, cresce a importância <strong>de</strong> aprofundar os estudos clínicos das paratireoi<strong>de</strong>ctomias total<br />

com ou sem autotransplante. A possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criopreservação do tecido paratireói<strong>de</strong>o<br />

ressecado tornam factível esse estudo, pois há potencial <strong>de</strong> reversão do hipoparatireoidismo<br />

(15).<br />

O presente trabalho insere-se no âmbito da execução e resultados das duas<br />

técnicas. Foram estudadas as evoluções clínica e laboratorial <strong>de</strong> indivíduos operados<br />

por HPT 2 , num período <strong>de</strong> quatro anos, com o intuito <strong>de</strong> verificar se já existem nesse<br />

ponto fatores <strong>de</strong>sfavoráveis ao emprego<br />

da técnica total sem autotransplante,<br />

principalmente no que se refere às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> reposição <strong>de</strong> cálcio e <strong>de</strong> calcitriol.<br />

A incidência <strong>de</strong> recidivas e seu controle também foram avaliados, haja vista ser<br />

a recidiva do HPT 2 uma das principais preocupações que<br />

tem motivado a<br />

controvérsia entre diferentes técnicas. O osso e sua recuperação no período pósoperatório<br />

foram avaliados pelos sintomas apresentados. A biópsia óssea, quando<br />

disponível, foi incluída por representar exatamente a condição do osso em <strong>de</strong>terminado


período. Embora seja procedimento invasivo, a biópsia é o melhor método <strong>de</strong> avaliação<br />

do tipo e da severida<strong>de</strong> da osteodistrofia renal (110, 111, 148).<br />

A revisão da literatura referente a esse campo é apresentada a seguir.<br />

2. REVISÃO DA LITERATURA<br />

Des<strong>de</strong> 1963 são encontrados relatos <strong>de</strong> paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem<br />

autotransplante na literatura. Nesse ano, FORDHAM III e WILLIAMS (82) publicaram<br />

relato <strong>de</strong> jovem <strong>de</strong> 22 anos, portador <strong>de</strong> HPT 2 , que teve quatro glândulas paratireói<strong>de</strong>s<br />

ressecadas não intencionalmente. Os autores comentaram que o controle da calcemia<br />

no pós-operatório não foi problemático, nesse caso.<br />

FELTS et al. (79), em 1965, relataram caso <strong>de</strong> portador <strong>de</strong> insuficiência renal<br />

crônica operado em duas situações e que teve pelo menos quatro glândulas<br />

paratireói<strong>de</strong>s ressecadas, com comprovação histológica. Houve melhora clínica e<br />

radiológica, mas <strong>de</strong>z meses após a operação houve o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sinais <strong>de</strong><br />

hipocalcemia. Após <strong>de</strong>monstração laboratorial <strong>de</strong>sta, houve reposição endovenosa <strong>de</strong><br />

cálcio e reinstituição <strong>de</strong> tratamento com vitamina D.


OGG (180), em 1967, publicou relato <strong>de</strong> quatro pacientes com insuficiência renal<br />

crônica em que foi realizado o tratamento eletivo do HPT 2 através <strong>de</strong> paratireoi<strong>de</strong>ctomia<br />

total. Nenhum foi submetido a diálise. Em três, o autor ressecou quatro glândulas<br />

paratireói<strong>de</strong>s e em um caso encontrou apenas duas. Um paciente sobreviveu até o<br />

momento do relato. Os <strong>de</strong>mais faleceram menos <strong>de</strong> um ano após a operação, por<br />

hiperpotassemia. O autor mostrou que, com suplementação <strong>de</strong> cálcio e vitamina D,<br />

houve reparo <strong>de</strong> lesões ósseas <strong>de</strong>tectadas à radiografia <strong>de</strong> mão. Em dois casos não<br />

houve necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manter a reposição <strong>de</strong> cálcio e vitamina D.<br />

PENDRAS (188), em 1969, <strong>de</strong>screveu paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem<br />

autotransplante em cinco casos e paratireoi<strong>de</strong>ctomia subtotal em três casos. No<br />

primeiro grupo não observou nenhuma recidiva. No outro, no entanto, houve duas<br />

recidivas. Esse autor foi um dos primeiros a discutir a extensão da ressecção. Sugeriu<br />

que doentes sem previsão <strong>de</strong> transplante renal <strong>de</strong>veriam ser tratados com ressecção<br />

total; havendo a possibilida<strong>de</strong> do transplante, consi<strong>de</strong>rava melhor a realização <strong>de</strong><br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia subtotal.<br />

BERENS et al. (16), em 1970, relataram um caso <strong>de</strong> paratireoi<strong>de</strong>ctomia total<br />

aci<strong>de</strong>ntal (a quarta glândula foi ressecada na suspeita <strong>de</strong> tratar-se <strong>de</strong> nódulo tireói<strong>de</strong>o).<br />

Apesar <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver tetania e apresentar nível <strong>de</strong> cálcio <strong>de</strong> 5,4 mg/dl, houve<br />

reversão da hipocalcemia com infusão <strong>de</strong> solução concentrada <strong>de</strong> cálcio. Após<br />

estabilização com cálcio oral e vitamina D, apresentou hipercalcemia e a reposição foi<br />

suspensa. O nível <strong>de</strong> cálcio permaneceu estável nos quatro meses seguintes e houve<br />

melhora radiológica. No final da publicação encontra-se o comentário <strong>de</strong> ROSOFF<br />

(199), que mencionou sua experiência em paratireoi<strong>de</strong>ctomia total em três homens,<br />

todos com boa evolução e reposição <strong>de</strong> cálcio e vitamina D.


BUCK e ROBERTSON (24), em 1971, retiraram três paratireói<strong>de</strong>s <strong>de</strong> um paciente e<br />

consi<strong>de</strong>raram sua operação como paratireoi<strong>de</strong>ctomia total, pela hipocalcemia observada no<br />

pós-operatório. Referiram que houve melhora clínica com reposição <strong>de</strong> cálcio e vitamina D.<br />

ESSELSTYN e POPOWNIAK (69), em 1971, consi<strong>de</strong>raram a paratireoi<strong>de</strong>ctomia<br />

total como o procedimento <strong>de</strong> escolha em pacientes renais crônicos não candidatos a<br />

transplante renal. Em 11 casos operados pela técnica, relataram melhora clínica em<br />

todos.<br />

OGG (181), em artigo <strong>de</strong> revisão, publicado em 1973, comentou o problema da<br />

hipocalcemia no pós-operatório <strong>de</strong> paratireoi<strong>de</strong>ctomia total, que combinada à<br />

hiperpotassemia po<strong>de</strong>ria ocasionar arritmia fatal. Propunha o emprego <strong>de</strong> altas doses<br />

<strong>de</strong> vitamina D no pré-operatório, para prevenir a hipocalcemia pós-operatória.<br />

Na série relatada por AUBERT et al. (11), em 1974, houve dois casos em que foram<br />

retiradas quatro glândulas paratireói<strong>de</strong>s, mas os autores não teceram comentários<br />

específicos sobre a paratireoi<strong>de</strong>ctomia total.<br />

GLASSFORD et al. (89), em 1976, mencionaram que em um <strong>de</strong> seus casos foi<br />

realizada paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem transplante.<br />

LINDEGARD et al. (137), em 1977, realizaram controle <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsitometria óssea<br />

em nove pacientes submetidos a paratireoi<strong>de</strong>ctomia total. Após sete meses observaram<br />

aumento da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> mineral óssea em todos os casos. Em relação ao consumo <strong>de</strong><br />

cálcio e vitamina D no pós-operatório, não apresentaram medidas especificadas, mas<br />

apenas mencionaram quantida<strong>de</strong>s “consi<strong>de</strong>ráveis” (137).<br />

KLEMPA (128), em 1977, analisou os resultados dos tratamento <strong>de</strong> 27 casos <strong>de</strong> HPT 2 . Em 11<br />

foi realizada a paratireoi<strong>de</strong>ctomia total com autotransplante, em nove empregou-se a ressecção<br />

subtotal e oito pacientes foram submetidos a paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem autotransplante.<br />

Desses oito, houve normalização do PTH em dois casos. Os seis restantes ficaram em estado<br />

<strong>de</strong> hipoparatireoidismo. O autor comentou a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reposição <strong>de</strong> altas doses <strong>de</strong> cálcio<br />

e vitamina D, após essa modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> operação. Relatou também a ocorrência <strong>de</strong> tetania


severa em dois casos que receberam transplante renal subseqüente. Não houve<br />

hipoparatireoidismo nos pacientes que receberam o autotransplante.<br />

BARBOUR (13), em 1979, mencionou que um <strong>de</strong>ntre 14 casos analisados foi submetido a<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem autotransplante.<br />

DAWBORN et al. (53), em 1983, relataram sua experiência em 26 paratireoi<strong>de</strong>ctomias, com<br />

dois casos <strong>de</strong> paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem autotransplante. Não explicitaram a evolução<br />

<strong>de</strong>sses dois casos.<br />

ZUCCHI (249), em 1985, referiu nove casos <strong>de</strong> paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem<br />

autotransplante, realizadas entre 1972 e 1981. O autor comentou ter observado “bons<br />

resultados” (249) nesses pacientes.<br />

MUOLO et al. (171), em 1985, publicaram estudo retrospectivo, em que<br />

compararam três modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> paratireoi<strong>de</strong>ctomia em doentes renais crônicos.<br />

Foram 22 paratireoi<strong>de</strong>ctomias subtotais, 15 totais e quatro totais com autotransplante.<br />

Mostraram que, após os dois tipos <strong>de</strong> ressecção total, havia necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reposição<br />

<strong>de</strong> cálcio endovenoso cerca <strong>de</strong> 1g por dia, por 2 a 3 dias. Depois <strong>de</strong>sse período os<br />

doentes recebiam apenas suplementação oral <strong>de</strong> cálcio e vitamina D. In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da<br />

modalida<strong>de</strong> da operação, observaram melhora da dor óssea e da astenia. Mostraram<br />

níveis <strong>de</strong>tectáveis <strong>de</strong> PTH, por ocasião da alta hospitalar, nos três tipos <strong>de</strong> operação.<br />

Na paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem autotransplante não houve elevação <strong>de</strong>sse nível até<br />

seis meses após a operação. Concluíram que a paratireoi<strong>de</strong>ctomia subtotal foi<br />

insuficiente para prevenir a recidiva do HPT 2 e que a paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem<br />

autotransplante foi a técnica mais radical <strong>de</strong> tratamento, mas po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>terminar<br />

hipocalcemia persistente. A paratireoi<strong>de</strong>ctomia total com autotransplante seria, <strong>de</strong><br />

acordo com MUOLO et al., “a técnica mais racional, porque possibilita a<br />

criopreservação do tecido paratireói<strong>de</strong>o” (171).


DE FRANCISCO et al. (54), em 1985, analisaram a evolução após<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia. Em 62 casos, 17 foram submetidos a paratireoi<strong>de</strong>ctomia total. A análise<br />

não diferenciou a evolução <strong>de</strong> acordo com o tipo <strong>de</strong> operação.<br />

FARRINGTON et al. (72), em 1987, <strong>de</strong>screveram níveis crescentes <strong>de</strong> PTH em doentes<br />

submetidos a paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem autotransplante, fato observado em sete casos com<br />

seguimento a longo prazo, <strong>de</strong> um total <strong>de</strong> 12 operados.<br />

TOLEDO (225), em 1989, relatou que <strong>de</strong> 11 pacientes submetidos a<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia total por HPT 2 , realizou autotransplante em cinco, mas não teceu<br />

nenhum comentário sobre a paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem autotransplante.<br />

KAYE et al. (117), em 1989, discutiram 10 casos, com nove eletivamente<br />

submetidos a paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem autotransplante e um com subtotal, que<br />

nunca apresentou níveis <strong>de</strong> PTH. Esses autores mostraram que a duração e que o grau<br />

<strong>de</strong> hipocalcemia no pós-operatório correlacionaram-se à severida<strong>de</strong> da doença óssea<br />

preexistente. Houve melhora clínica e radiológica. Observaram PTH na circulação após<br />

<strong>de</strong>terminado tempo da operação e <strong>de</strong>monstraram tecido paratireói<strong>de</strong>o responsivo ao<br />

teste <strong>de</strong> estímulo e ao teste da supressão. A biópsia óssea, em alguns casos, mostrou<br />

que mineralização ocorria normalmente, embora a formação óssea fosse lenta em cada<br />

caso.<br />

HIGGINS et al. (100), em 1991, mostraram seus dados <strong>de</strong> pacientes operados<br />

por diferentes técnicas, com nove paratireoi<strong>de</strong>ctomias totais sem autotransplante.<br />

Nesses casos não houve intercorrência e houve melhora clínica. Em dois casos, houve<br />

biópsias ósseas, quatro e seis meses após a operação. Essas biópsias mostraram<br />

número normal <strong>de</strong> osteoblastos e osteoclastos. Em sete casos não houve níveis<br />

<strong>de</strong>tectáveis <strong>de</strong> PTH durante cerca <strong>de</strong> nove meses, mas dois apresentaram níveis<br />

baixos do hormônio.


KAYE et al. (118), em 1993, reviram os dados dos 10 pacientes relatados em 1989 e<br />

acrescentaram mais três casos. Através <strong>de</strong> estudo <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsitometria óssea, mostraram ganho<br />

<strong>de</strong> massa óssea após paratireoi<strong>de</strong>ctomia total. Em nove pacientes vivos, dois não<br />

apresentavam PTH <strong>de</strong>tectável no sangue.<br />

HAMPL et al. (93), em 1994, publicaram resumo em que relataram recidiva e<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nova operação em 10 <strong>de</strong> 13 doentes submetidos a autotransplante<br />

imediato. Dentro <strong>de</strong>ssa experiência, haviam realizado paratireoi<strong>de</strong>ctomia total exclusiva<br />

em três casos selecionados No seguimento <strong>de</strong> dois anos, esses últimos doentes<br />

apresentaram evolução clínica sem complicações e os resultados <strong>de</strong> suas biópsias<br />

ósseas eram compatíveis com melhora da osteodistrofia.<br />

LJUTIC et al.(139), em 1994, mostraram 43 doentes operados pela<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem autotransplante. Em 41 <strong>de</strong>les foram retiradas quatro ou<br />

mais paratireói<strong>de</strong>s. Durante o acompanhamento, 31 casos (75,6%) apresentaram níveis<br />

circulantes <strong>de</strong> PTH e não foi observada nenhuma complicação relacionada à técnica.<br />

Esses autores comentaram, que embora sem dados histológicos do osso, seu<br />

seguimento <strong>de</strong> nove anos, em média, permitiria supor que, do ponto <strong>de</strong> vista clínico, o<br />

baixo remanejamento ósseo não era um problema significativo, na ausência <strong>de</strong><br />

intoxicação alumínica.<br />

NEONAKIS et al. (173), em 1995, referiram três doentes submetidos a<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem autotransplante. Sua permanência média no hospital foi <strong>de</strong><br />

5,3 dias e hipocalcemia sintomática foi observada em dois dos pacientes. Os pacientes<br />

necessitaram tratamento prolongado com cálcio e vitamina D.<br />

Após o início do presente estudo em junho, NICHOLSON et al.(174) publicaram,<br />

em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1996, estudo comparativo entre paratireoi<strong>de</strong>ctomia subtotal, total com<br />

autotransplante e paratireoi<strong>de</strong>ctomia total, em 11, 13 e 24 pacientes, respectivamente.<br />

Referiram taxas <strong>de</strong> sucesso clínico <strong>de</strong> 100%, 89% e 97% na mesma or<strong>de</strong>m respectiva e


que os três grupos apresentaram resultados similares na melhora dos dados<br />

radiológicos e do nível da fosfatase alcalina. Houve recidiva do HPT 2 em 27% dos<br />

casos da técnica subtotal e em 16% dos submetidos ao autotransplante. Mostraram que<br />

87,5% dos casos <strong>de</strong> paratireoi<strong>de</strong>ctomia total seguidos por dois anos apresentaram<br />

níveis <strong>de</strong>tectáveis <strong>de</strong> PTH. O uso <strong>de</strong> análogos da vitamina D foi empregado em 70%<br />

dos casos submetidos ao autotransplante e em 81% dos pacientes submetidos a<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem o autotransplante. Em relação ao consumo <strong>de</strong> cálcio esses<br />

números foram 20% e 31%, respectivamente. O quanto consumiam esses pacientes<br />

não foi especificado.<br />

GASPARRI et al. (88), em 1997, sugeriram que a melhor abordagem <strong>de</strong> casos<br />

com paratireoi<strong>de</strong>ctomia prévia incompleta seria a paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem<br />

autotransplante. Adicionaram a informação <strong>de</strong> que em dois pacientes assim tratados foi<br />

necessário tratamento com cálcio e vitamina D, antes <strong>de</strong> haver melhora do quadro<br />

clínico.<br />

WHEATHLEY et al. (243), em 1997, relataram a experiência clínica em 21 doentes<br />

transplantados renais com paratireoi<strong>de</strong>ctomia total antes (15 casos) ou <strong>de</strong>pois do<br />

transplante renal (seis indivíduos). Em cerca <strong>de</strong> 80% dos casos havia necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

reposição <strong>de</strong> vitamina D, até dois anos <strong>de</strong> seguimento (entre 0,25 μg e 1,0 μg <strong>de</strong> calcitriol<br />

por dia). Em aproximadamente 81% dos doentes foi possível <strong>de</strong>monstrar níveis <strong>de</strong>tectáveis<br />

<strong>de</strong> PTH, a <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> terem realizado paratireoi<strong>de</strong>ctomia total.<br />

STRACKE et al. (220), em 1999, mostraram resultados da paratireoi<strong>de</strong>ctomia<br />

total sem autotransplante em 20 casos, operados em um período <strong>de</strong> quatro anos.<br />

Observaram que houve nível dosado <strong>de</strong> PTH baixo em seis casos (30%), normal em<br />

sete (35%) e elevado em sete casos (35%). Sete pacientes não precisaram mais repor<br />

vitamina D e os restantes recebiam 0,25μg ou menos <strong>de</strong> calcitriol, por dia.<br />

HAMPL et al. (94), em 1999, analisaram 11 pacientes renais crônicos<br />

submetidos a paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem autotransplante. Referiram que a melhora


clínica e óssea, medida pela radiografia e pela histologia, foram “excelentes” (94). Em<br />

seis casos observaram estabilização <strong>de</strong> aneurismas <strong>de</strong> artéria aorta. Relacionaram<br />

essa observação ao efeito da paratireoi<strong>de</strong>ctomia total na progressão <strong>de</strong> lesões<br />

relacionadas à arteriosclerose. No mesmo trabalho analisaram cinco casos <strong>de</strong><br />

indivíduos que não tinham insuficiência renal, com PTH in<strong>de</strong>tectável após<br />

tireoi<strong>de</strong>ctomia. Referiram que mesmo sem PTH esses doentes não evoluíram com<br />

doença óssea adinâmica.<br />

3. OBJETIVOS<br />

Com o objetivo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar diferenças entre duas técnicas cirúrgicas, a<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem autotransplante e a paratireoi<strong>de</strong>ctomia total com o<br />

autotransplante, realizadas em pacientes que, estando em programa regular <strong>de</strong> diálise,<br />

são submetidos à primeira exploração cervical por HPT 2 , estabeleceram-se as<br />

seguintes hipóteses:


1. a evolução clínica, quanto a sintomas e utilização <strong>de</strong> medicamentos, dos doentes<br />

submetidos a paratireoi<strong>de</strong>ctomia total com autotransplante é diferente da evolução<br />

observada nos doentes que não receberam o autotransplante imediato;<br />

2. as análises laboratoriais bioquímicas dos doentes com autotransplante são diferentes<br />

daquelas observadas nos doentes sem o autotransplante imediato;<br />

3. existe fator <strong>de</strong>sfavorável à paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem autotransplante, em relação à<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia total com autotransplante.<br />

4. CASUÍSTICA E MÉTODOS<br />

4.1- Casuística<br />

Durante o período <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1994 a setembro <strong>de</strong> 1998 foram realizadas 58<br />

operações relacionadas às paratireói<strong>de</strong>s <strong>de</strong> doentes renais crônicos, na Disciplina <strong>de</strong><br />

<strong>Cirurgia</strong> <strong>de</strong> Cabeça e Pescoço, Hospital das Clínicas da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo. Os fundamentos técnicos <strong>de</strong>ssas operações ligam-se à<br />

experiência prévia <strong>de</strong>senvolvida, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1958, pelos médicos da mesma instituição nas<br />

operações dos doentes com hiperparatireoidismo (42, 161, 225). Em especial, a<br />

experiência mais próxima (1987-1993), <strong>de</strong> 26 casos <strong>de</strong> HPT 2 operados, esteia os


métodos <strong>de</strong> tratamento cirúrgico que foram empregados nos doentes renais do<br />

presente estudo.<br />

Essas 58 intervenções cirúrgicas envolveram 53 pacientes com HPT secundário<br />

e um paciente com hipoparatireoidismo congênito. Em 40 casos foi realizada a primeira<br />

exploração cervical para paratireoi<strong>de</strong>ctomia, em indivíduos inscritos em programa<br />

regular <strong>de</strong> diálise. As outras, consistiram em operações <strong>de</strong> indivíduos com transplante<br />

renal, em reoperações cervicais ou no antebraço e em implantes <strong>de</strong> paratireói<strong>de</strong> após<br />

criopreservação.<br />

Essas operações foram indicadas pela ocorrência <strong>de</strong> um ou mais dos seguintes<br />

eventos, abaixo enumerados, associados a dados laboratoriais e radiológicos<br />

compatíveis com HPT 2 , persistentes após tentativa <strong>de</strong> tratamento medicamentoso e<br />

dietético:<br />

1. quadro clínico com prurido intratável, dor óssea, muscular ou fratura;<br />

2. hipercalcemia persistente, com calcemia superior a 10,5 mg/dl;<br />

3. hiperfosfatemia incontrolável, com fosfatemia maior que 7,0 mg/dl;<br />

4. nível dosado <strong>de</strong> PTH <strong>de</strong>z vezes superior ao valor máximo normal.<br />

Desses 40 doentes, apenas um realizava seu tratamento dialítico na Disciplina<br />

<strong>de</strong> Nefrologia do Hospital das Clínicas da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

São Paulo. Os <strong>de</strong>mais foram encaminhados ao ambulatório <strong>de</strong> osteodistrofia renal da<br />

mesma instituição e provieram <strong>de</strong> diferentes centros <strong>de</strong> diálise da Cida<strong>de</strong> e do Estado<br />

<strong>de</strong> São Paulo.


As características <strong>de</strong>mográficas e a caracterização do quadro <strong>de</strong> HPT 2 <strong>de</strong>sses<br />

casos estão relatadas nas tabelas seguintes.


A TABELA 1 mostra as características <strong>de</strong>sses 40 pacientes. Os dados numéricos<br />

contínuos estão apresentados pelo valor médio e entre parênteses, os respectivos<br />

valores máximos e mínimos encontrados.<br />

TABELA 1 - CARACTERÍSTICAS DA POPULAÇÃO ESTUDADA<br />

Características<br />

Ida<strong>de</strong> 38,3 anos (16 a 70)<br />

Sexo Feminino: 26; masculino: 14<br />

Etnia C: 28 (70%); CN: 8 (20%); N: 3 (7,5%); M: 1 (2,5%) (1)<br />

Peso 48,9 kg (27 a 78)<br />

Altura 1,51 m (1,40 a 1,67)<br />

Tipo <strong>de</strong> diálise Hemodiálise: 39; diálise peritoneal: 1<br />

Tempo <strong>de</strong> diálise 7,8 anos (1 a 14)<br />

Cálcio 9,6 mg/dl (7,0 a 12,7)<br />

Fósforo 6,8 mg/dl (4,1 a 11,1)<br />

PTH 1372 pg/ml (409,1 a 2666,2)<br />

Fosfatase alcalina 1214 U/L (106 a 3830)<br />

Produto cálcio x fósforo 65,1mg 2 /dl 2 (30,3 a 99,8)<br />

(1)<br />

C= caucasói<strong>de</strong>; CN=caucasói<strong>de</strong> com traços negrói<strong>de</strong>s; N= negrói<strong>de</strong>; M= mongólico


A insuficiência renal <strong>de</strong>sses pacientes foi <strong>de</strong>terminada por diferentes causas,<br />

relacionadas na TABELA 2.<br />

TABELA 2 - CAUSAS DA INSUFICIÊNCIA RENAL<br />

CAUSA n (%)<br />

Desconhecida 11 (27,5%)<br />

Hipertensão arterial crônica 7 (17,5%)<br />

Glomerulopatias (com biópsia) 5 (12,5%)<br />

Rins policísticos 5 (12,5%)<br />

Mal-formação congênita 3 (7,5%)<br />

Síndrome <strong>de</strong> Alport 3 (7,5%)<br />

Pielonefrite crônica 2 (5,0%)<br />

Lúpus eritematoso sistêmico 2 (5,0%)<br />

Nefrite intersticial crônica 1 (2,5%)<br />

Nefropatia por ácido úrico 1 (2,5%)<br />

Total 40 (100%)<br />

O tempo <strong>de</strong> evolução dos sintomas relativos ao HPT foi em média <strong>de</strong> 2,8 anos.<br />

O sintoma mais freqüente foi a dor óssea. Além <strong>de</strong>sse, outras alterações<br />

relativas ao aparelho locomotor ou ao metabolismo do cálcio e do fósforo foram<br />

notadas.<br />

Os dados referentes aos sintomas do HPT 2 apresentados pelos doentes estão<br />

contidos na TABELA 3.<br />

TABELA 3 – SINTOMATOLOGIA NA POPULAÇÃO ESTUDADA<br />

SINTOMA OU SINAL<br />

Freqüência


Dor óssea 92,5%<br />

Fraqueza muscular 60,0%<br />

Presença <strong>de</strong> tumor marrom 37,5%<br />

Mialgia 35,0%<br />

Leontíase óssea 27,5%<br />

Diminuição da estatura 27,5%<br />

Fratura 25,0%<br />

Calcificações extra-esqueléticas 20,0%<br />

Prurido 12,5%<br />

A FIGURA 1 mostra o aspecto da leontíase óssea em portador <strong>de</strong> HPT 2 severo.<br />

FIGURA 1- LEONTÍASE ÓSSEA EM PORTADOR DE HPT 2<br />

A FIGURA 2 exemplifica o tumor marrom <strong>de</strong> palato.<br />

FIGURA 2- TUMOR MARROM EM PALATO<br />

A FIGURA 3 mostra os achados radiográficos <strong>de</strong> calcificações extraesqueléticas.<br />

FIGURA 3- CALCIFICAÇÕES EXTRA-ESQUELÉTICAS<br />

O projeto <strong>de</strong> pesquisa foi aprovado pela Comissão <strong>de</strong> Ética para Análise <strong>de</strong><br />

Projetos <strong>de</strong> Pesquisa do Hospital das Clínicas da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, em 1996, a partir do que foram iniciadas as<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomias totais sem autotransplante. Os pacientes submetidos a esse tipo <strong>de</strong><br />

operação foram selecionados <strong>de</strong> acordo com a menor possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transplante renal<br />

após a paratireoi<strong>de</strong>ctomia (ida<strong>de</strong> mais avançada, hipersensibilizados). Os pacientes


foram informados e esclarecidos sobre o estudo, após o que assinaram <strong>de</strong> termo <strong>de</strong><br />

consentimento após informação. Esses pacientes foram submetidos a<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem autotransplante imediato (12 casos) ou paratireoi<strong>de</strong>ctomia<br />

total com autotransplante imediato (28 casos).


4.2- Método<br />

4.2.1- Definição <strong>de</strong> grupos para análise<br />

A partir da casuística <strong>de</strong>scrita <strong>de</strong>finiram-se dois grupos para análise, <strong>de</strong> acordo<br />

com a técnica cirúrgica empregada. Os pacientes submetidos a paratireoi<strong>de</strong>ctomia total<br />

sem autotransplante imediato foram agrupados sob a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> GRUPO TOTAL.<br />

Os pacientes com o autotransplante imediato foram analisados sob a <strong>de</strong>signação <strong>de</strong><br />

GRUPO AUTOTX. Foram pesquisadas e comparadas as médias <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, peso, altura,<br />

tempo <strong>de</strong> diálise e tempo <strong>de</strong> sintomas em cada grupo.<br />

4.2.2- Descrição das técnicas operatórias<br />

4.2.2.1-Preparo do paciente<br />

diálise.<br />

Em todos os casos proce<strong>de</strong>u-se à intervenção cirúrgica um dia após a sessão <strong>de</strong><br />

A posição adotada foi o <strong>de</strong>cúbito dorsal horizontal. O posicionamento do doente<br />

era realizado sem manobras bruscas, com cuidado para prevenção <strong>de</strong> fratura.<br />

Realizou-se anestesia geral em todos os casos. A intubação foi orotraqueal, sob visão<br />

direta, ou nasotraqueal com auxílio <strong>de</strong> fibroscópio, no caso <strong>de</strong> portadores <strong>de</strong> tumor<br />

marrom no palato.<br />

Após colocação <strong>de</strong> coxim subescapular e a<strong>de</strong>quado apoio da cabeça, foi realizada<br />

anti-sepsia no pescoço com solução <strong>de</strong> álcool iodado ou <strong>de</strong> polivinilpirrolidona-iodo e<br />

protegidas as margens da área cirúrgica com campos esterilizados. O membro<br />

superior escolhido para implante era aquele contralateral à fístula artério-venosa em


uso para diálise. Esse membro era colocado sobre uma braça<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> apoio, rente<br />

ao corpo no início da operação e <strong>de</strong>slocada para ângulo <strong>de</strong> 90 graus em relação ao<br />

corpo do paciente, no ato do implante. A anti-sepsia foi feita com a mesma<br />

substância utilizada no pescoço. Nos casos escolhidos para não receberem o<br />

transplante, este último preparo era dispensado.<br />

4.2.2.2- Exploração cervical<br />

A incisão cervical era realizada transversalmente, sobre prega cutânea cervical<br />

ou linha imaginária paralela a uma prega, com extensão <strong>de</strong> 6,0 cm. Os retalhos<br />

cutâneos eram <strong>de</strong>scolados anteriormente ao músculo platisma, com o limite superior na<br />

incisura da cartilagem tireói<strong>de</strong> e o inferior na fúrcula esternal.<br />

No plano subjacente, era feita uma incisão longitudinal da porção média, que<br />

permitia o afastamento da musculatura pré-tireói<strong>de</strong>a e exposição da loja visceral do<br />

pescoço.<br />

Palpava-se, então, a glândula tireói<strong>de</strong> para pesquisar alterações macroscópicas.<br />

Caso fossem <strong>de</strong>tectadas, sua ressecção era realizada somente após a i<strong>de</strong>ntificação<br />

das paratireói<strong>de</strong>s.<br />

Seguia-se a pesquisa das paratireói<strong>de</strong>s, após a ligadura das veias tireoidéias<br />

médias, quando necessária, para a mobilização do lobo tireói<strong>de</strong>o. De preferência, eram<br />

utilizados fios absorvíveis para as ligaduras. Vasos <strong>de</strong> pequeno calibre eram<br />

coagulados através <strong>de</strong> eletrocautério bipolar. Buscava-se obter hemostasia minuciosa.<br />

I<strong>de</strong>ntificavam-se todas as glândulas paratireói<strong>de</strong>s, antes da excisão.<br />

Os nervos laríngeos recorrentes eram i<strong>de</strong>ntificados pela palpação e se próximos<br />

às paratireói<strong>de</strong>s eram expostos para evitar a lesão inadvertida. Em caso <strong>de</strong> ressecção<br />

da tireói<strong>de</strong>, parcial ou total, os nervos laríngeos recorrentes também eram expostos e<br />

acompanhados, em seu trajeto cervical (FIGURA 4 e FIGURA 5).


FIGURA 4- DISSECÇÃO À DIREITA<br />

Tireói<strong>de</strong><br />

Paratireói<strong>de</strong> superior direita<br />

Nervo laríngeo<br />

recorrente direito<br />

Paratireói<strong>de</strong> inferior direita


FIGURA 5- DISSECÇÃO À ESQUERDA<br />

I<strong>de</strong>ntificadas quatro paratireói<strong>de</strong>s, seguiam-se a palpação e exploração <strong>de</strong> outras<br />

áreas no mesmo campo cirúrgico (feixe vásculo-nervoso do pescoço, porção<br />

retroesofágica e mediastino superior), na tentativa <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar <strong>de</strong> glândulas<br />

supranumerárias (FIGURA 6).<br />

Paratireói<strong>de</strong> inferior<br />

esquerda<br />

Nervo laríngeo<br />

recorrente esquerdo<br />

Paratireói<strong>de</strong> superior<br />

esquerda


FIGURA 6- PARATIREÓIDE SUPRANUMERÁRIA EM BAINHA CAROTÍDEA<br />

Todo tecido suspeito <strong>de</strong> ser paratireói<strong>de</strong>o era retirado com o cuidado <strong>de</strong> evitar<br />

ruptura da cápsula. Caso houvesse a<strong>de</strong>rência à tireói<strong>de</strong>, essa glândula era ressecada<br />

parcialmente junto com a paratireói<strong>de</strong>. No coto tireói<strong>de</strong>o era realizada sutura contínua<br />

ancorada Tireói<strong>de</strong> com fio absorvível, montado em agulha atraumática, <strong>de</strong> secção cilíndrica.<br />

Paratireói<strong>de</strong><br />

supranumerária<br />

Caso a paratiréoi<strong>de</strong> estivesse próxima ao timo, esse Veia jugular era ressecado parcial ou<br />

interna esquerda<br />

integralmente.<br />

Artéria carótida<br />

comum esquerda<br />

Cada paratireói<strong>de</strong> retirada era prontamente medida com cabo <strong>de</strong> bisturi<br />

graduado estéril, com escala milimetrada. Suas dimensões <strong>de</strong> comprimento, altura e<br />

largura em milímetros eram informadas ao profissional circulante da sala, que anotava<br />

as dimensões para constar na <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> cirurgia.<br />

A FIGURA 7 mostra o produto <strong>de</strong> uma paratireoi<strong>de</strong>ctomia total associada a<br />

tireoi<strong>de</strong>ctomia subtotal por bócio multinodular concomitante.<br />

FIGURA 7- PRODUTO DE PARATIREOIDECTOMIA E TIREOIDECTOMIA<br />

Fragmentos <strong>de</strong> cada paratireói<strong>de</strong> eram enviados para exame anatomopatológico<br />

intra-operatório, pelo método da congelação, com intuito <strong>de</strong> confirmação histológica.<br />

Nos casos em que houve ressecção da tireói<strong>de</strong>, o produto da ressecção era enviado<br />

para análise pelo mesmo método. Se fosse <strong>de</strong>monstrada afecção maligna da<br />

tireói<strong>de</strong>, realizava-se a tireoi<strong>de</strong>ctomia total. Os bócios eram tratados <strong>de</strong> acordo com a<br />

extensão do acometimento da tireói<strong>de</strong>, com preservação do tecido sadio, sempre<br />

que possível.<br />

A parte do tecido paratireói<strong>de</strong>o não enviado para exame era mantida, em<br />

condições estéreis, sobre soro fisiológico congelado ou em soro fisiológico na<br />

temperatura ambiente. Selecionava-se a glândula a ser implantada: elegia-se a <strong>de</strong><br />

menores dimensões e sem nódulos. Nesse mesmo tempo, um membro da equipe


iniciava a preparação dos fragmentos, recortados com tamanho entre 1 e 2 mm 3 para<br />

autotransplante e para criopreservação, através <strong>de</strong> secção com lâmina <strong>de</strong> bisturi sobre<br />

superfície metálica.<br />

A FIGURA 8 mostra os fragmentos <strong>de</strong> paratireói<strong>de</strong> preparados para<br />

autotransplante e criopreservação.<br />

FIGURA 8- PREPARAÇÃO DA PARATIREÓIDE PARA AUTOTRANSPLANTE<br />

Após revisão da hemostasia, com manobra <strong>de</strong> hiperinsuflação pulmonar, seguiase<br />

o fechamento. A utilização <strong>de</strong> drenos era dispensada, na <strong>de</strong>pendência da extensão<br />

da área <strong>de</strong> <strong>de</strong>scolamento e do aspecto final do campo operatório. Os planos da<br />

musculatura pré-tireoidéia, do músculo platisma e do tecido celular subcutâneo eram<br />

aproximados por pontos separados <strong>de</strong> fio absorvível. A pele era fechada por meio <strong>de</strong><br />

sutura com pontos separados <strong>de</strong> fio monofilamentar não absorvível. Era realizado<br />

curativo não compressivo no pescoço.<br />

4.2.2.3- Autotransplante imediato <strong>de</strong> paratireói<strong>de</strong><br />

Nos casos em que houve autotransplante, realizou-se incisão transversa na<br />

porção ântero-lateral do terço superior do antebraço escolhido e dissecção até<br />

exposição muscular, com <strong>de</strong>scolamento dos retalhos. Sempre que possível eram<br />

mantidos íntegros os nervos e ramos venosos mais evi<strong>de</strong>ntes. A hemostasia era<br />

realizada <strong>de</strong> modo semelhante à <strong>de</strong>scrita. Cerca <strong>de</strong> 20 fragmentos eram implantados,<br />

em lojas abertas na intimida<strong>de</strong> muscular (músculo braquiorradial), com bisturi <strong>de</strong> lâmina<br />

número 11 ou 15 . Essas lojas eram dispostas em quatro fileiras <strong>de</strong> cinco lojas. Cada


loja era marcada com ponto <strong>de</strong> fio monofilamentar não absorvível, na fáscia <strong>de</strong><br />

revestimento do músculo.<br />

Terminado o implante realizava-se a revisão da hemostasia e o fechamento do<br />

tecido celular subcutâneo com pontos separados <strong>de</strong> fio absorvível e da pele com pontos<br />

separados <strong>de</strong> fio monofilamentar não absorvível. Era aposto penso não compressivo.<br />

A FIGURA 9 mostra o aspecto do autotransplante na musculatura do antebraço


FIGURA 9- IDENTIFICAÇÃO DOS SÍTIOS DE AUTOTRANSPLANTE<br />

4.2.2.4- Criopreservação <strong>de</strong> paratireói<strong>de</strong>s<br />

Os fragmentos <strong>de</strong> paratireói<strong>de</strong> não implantados eram colocados em frascos<br />

esterilizados com o meio <strong>de</strong> transporte RPMI 1640 ou Dulbeco e encaminhados ao<br />

Laboratório <strong>de</strong> Oncologia da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo,<br />

para criopreservação a –70 o C. em solução com RPMI e dimetilsulfóxido, também sob<br />

condições estéreis. Nos doentes sem autoimplante imediato, o material era enviado em<br />

dois frascos separados com as <strong>de</strong>signações <strong>de</strong> primeira opção e <strong>de</strong> segunda opção. Os<br />

fragmentos do primeiro correspondiam ao da glândula que tinha as melhores<br />

características caso fosse indicado o autotransplante em tempo futuro. O segundo<br />

frasco continha fragmentos <strong>de</strong> paratireói<strong>de</strong> que po<strong>de</strong>riam ser utilizados, caso o primeiro<br />

transplante não apresentasse função capaz <strong>de</strong> gerar níveis <strong>de</strong> PTH na circulação<br />

sistêmica.<br />

4.2.2.5- Cuidados pós-operatórios<br />

Após <strong>de</strong>sintubação os pacientes eram encaminhados à sala <strong>de</strong> recuperação<br />

anestésica e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um período <strong>de</strong> observação, retornavam ao leito <strong>de</strong> origem. Os<br />

casos com doenças associadas mais graves (insuficiência coronária, valvulopatia<br />

cardíaca, insuficiência cardíaca congestiva) foram encaminhados à unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> terapia<br />

intensiva, para monitorização constante.<br />

No mesmo momento iniciava-se a reposição endovenosa <strong>de</strong> cálcio, através <strong>de</strong><br />

infusão <strong>de</strong> gluconato <strong>de</strong> cálcio a 10%, diluído em solução <strong>de</strong> glicose a 5%. A dose


inicial era <strong>de</strong> 100 ml da solução <strong>de</strong> gluconato <strong>de</strong> cálcio nas primeiras 24 horas. A<br />

infusão do cálcio era ajustada <strong>de</strong> acordo com o nível dosado do cálcio, dosado<br />

diariamente.<br />

A reposição oral <strong>de</strong> cálcio e calcitriol era iniciada na tar<strong>de</strong> da operação ou no dia<br />

subseqüente, na <strong>de</strong>pendência da aceitação oral do paciente.<br />

Através do controle diário dos níveis sangüíneos do cálcio e com o aumento<br />

escalonado da reposição oral, a infusão <strong>de</strong> cálcio era diminuída. A suspensão<br />

progressiva da infusão endovenosa <strong>de</strong> cálcio era subordinada à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manter<br />

o nível <strong>de</strong> cálcio estável e sem sinais clínicos <strong>de</strong> hipocalcemia sintomática e nível<br />

superior a 7,0 mg/dl, apenas com a medicação oral.<br />

Os pacientes voltavam a tratamento dialítico, segundo o seu esquema préoperatório.<br />

Após estabilização dos níveis <strong>de</strong> cálcio com a reposição oral apenas e na<br />

ausência <strong>de</strong> complicações clínicas, os pacientes recebiam alta hospitalar, um dia após<br />

interrupção da infusão <strong>de</strong> cálcio endovenoso. Eram orientados a manter a dose dos<br />

medicamentos orais e retornarem para controle ambulatorial após 15 dias.<br />

Os pontos da região cervical eram retirados no segundo dia pós-operatório e os<br />

do antebraço ao redor do quinto dia.<br />

4.2.2.6- Autotransplante <strong>de</strong> paratireói<strong>de</strong> em segundo tempo<br />

Quando indicado, a paratireói<strong>de</strong> guardada em criopreservação foi aquecida em<br />

banhos repetidos, com solução <strong>de</strong> RPMI para retirar o dimetilsulfóxido e transportou-se<br />

o material em tubos estéreis com RPMI, imersos em gelo.


Na sala <strong>de</strong> operação, o material foi lavado em soro fisiológico. O implante <strong>de</strong><br />

paratireói<strong>de</strong> criopreservada foi efetuado sob anestesia local com solução <strong>de</strong> lidocaína<br />

diluída a 1% ou 2%, sem adição <strong>de</strong> vasoconstritor, após anti-sepsia e colocação <strong>de</strong><br />

campos estéreis. Os <strong>de</strong>mais passos foram realizados <strong>de</strong> modo idêntico ao do implante<br />

imediato, conforme <strong>de</strong>scrito.


4.2.2.7- Excisão <strong>de</strong> tecido autotransplantado<br />

Quando indicada, a retirada <strong>de</strong> fragmentos <strong>de</strong> paratireói<strong>de</strong> autotransplantados foi<br />

conduzida sob anestesia local, com solução <strong>de</strong> lidocaína a 1% ou 2%, sem<br />

vasoconstritor.<br />

Após anti-sepsia e colocação <strong>de</strong> campos esterilizados, incisava-se o antebraço<br />

sobre a cicatriz prévia. As marcações dos implantes eram expostas. Caso fosse a<br />

primeira tentativa <strong>de</strong> retirada, o tecido era ressecado parcialmente (cerca <strong>de</strong> meta<strong>de</strong><br />

dos implantes). Em se tratando <strong>de</strong> segunda tentativa, buscava-se retirada completa dos<br />

fragmentos.<br />

4.3- Duração da operação, da anestesia e do autotransplante.<br />

Foram analisados os tempos <strong>de</strong> duração da operação, da anestesia e do implante das<br />

paratireói<strong>de</strong>s medidos em minutos, registrados pela equipe cirúrgica ou obtidos das<br />

anotações na ficha <strong>de</strong> anestesia <strong>de</strong> cada paciente.<br />

4.4- Anatomia cirúrgica das glândulas paratireói<strong>de</strong>s<br />

Analisaram-se os aspectos anatômicos referentes ao número <strong>de</strong> glândulas <strong>de</strong>tectadas<br />

e sua localização em relação à glândula tireói<strong>de</strong>, nervo laríngeo recorrente, artéria<br />

tireoidéia inferior, ligamento tireo-tímico e timo.


4.5- Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tecido paratireói<strong>de</strong>o ressecado e aspecto histológico<br />

A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tecido paratireói<strong>de</strong>o ressecado foi estimada através do cálculo<br />

da massa das paratireói<strong>de</strong>s em gramas pela fórmula, conforme ARNOLD et al. (9).<br />

P p = 0,585 x RV (cm 3 ) + 0,134<br />

on<strong>de</strong> P p é o peso da paratireói<strong>de</strong> em gramas, RV correspon<strong>de</strong> ao produto das três<br />

dimensões da glândula, medidas em centímetro (cm).<br />

Os laudos anatomopatológicos foram revistos para caracterização da doença da<br />

paratireói<strong>de</strong>. Também foram relacionados os achados histológicos referentes ao<br />

tecido tireói<strong>de</strong>o ressecado.<br />

4.6- Complicações<br />

Foram pesquisadas intercorrências observadas durante ou após o ato operatório.<br />

4.7- Consumo <strong>de</strong> cálcio e calcitriol no período pós-operatório, durante a internação e<br />

tempo <strong>de</strong> permanência pós-operatória<br />

Foram analisadas as quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> calcitriol e cálcio por via endovenosa e oral,<br />

consumidas por cada paciente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o término da operação até o dia <strong>de</strong> alta hospitalar.<br />

Consi<strong>de</strong>rou-se o consumo bruto por dia <strong>de</strong> internação pós-operatório e o<br />

consumo pelo peso do paciente, por dia <strong>de</strong> internação.<br />

O cálcio endovenoso foi administrado na forma <strong>de</strong> gluconato <strong>de</strong> cálcio a 10% em<br />

infusão contínua e medido em miligrama (mg). Cada 10 ml da solução contém 90 mg <strong>de</strong><br />

cálcio.<br />

O cálcio oral foi ministrado na forma <strong>de</strong> carbonato <strong>de</strong> cálcio em pó ou<br />

comprimidos e foi quantificado em grama (g).


O calcitriol foi administrado por via oral e quantificado em micrograma (μg). Cada<br />

cápsula do produto contém 0,25 μg <strong>de</strong> calcitriol.<br />

O tempo <strong>de</strong> permanência foi registrado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o dia da operação até o dia da alta<br />

hospitalar.<br />

4.8- Consumo <strong>de</strong> cálcio e calcitriol após alta hospitalar<br />

Os consumos médios <strong>de</strong> cálcio e <strong>de</strong> calcitriol foram analisados três, seis, 12, 18<br />

e 24 meses após a operação. Nessa fase o cálcio foi quantificado em gramas por dia<br />

(g/d) e o calcitriol foi quantificado pelo número <strong>de</strong> cápsulas por dia (cápsulas/d). Foi<br />

analisada a proporção <strong>de</strong> pacientes tomando os medicamentos em cada grupo nos<br />

diversos períodos.<br />

4.9- Medidas bioquímicas<br />

Foram verificadas as medidas bioquímicas <strong>de</strong> cálcio total, fósforo e fosfatase<br />

alcalina no pré-operatório e em tempos <strong>de</strong>finidos do pós-operatório, assim<br />

discriminados: pós-operatório precoce (PO), <strong>de</strong>finido entre o décimo quinto e o<br />

trigésimo dia após a operação; aos três, seis, 12, 18 e 24 meses após a operação.<br />

4.9.1- Dosagem do cálcio<br />

O cálcio total (Ca) foi dosado pelo método da espectrofotometria e foi<br />

consi<strong>de</strong>rado normal entre os valores <strong>de</strong> 8,5 a 10,5 mg/dl.


4.9.2- Dosagem do fósforo<br />

O fósforo (P) foi dosado pelo método colorimétrico e os níveis normais eram<br />

<strong>de</strong>finidos entre os valores <strong>de</strong> 2,3 e 4,6 mg/dl.<br />

4.9.3- Dosagem da fosfatase alcalina<br />

A fosfatase alcalina (FA) foi admitida como normal entre 60 e 170 U/L, com<br />

dosagem pelo método colorimétrico.<br />

4.9.4- Dosagem do PTH<br />

A dosagem imunométrica da molécula intacta do PTH foi consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong>ntro da<br />

normalida<strong>de</strong> entre os valores <strong>de</strong> 10 a 72 pg/ml.<br />

O PTH foi analisado no pré-operatório e entre seis meses e 12 meses <strong>de</strong> pósoperatório.<br />

Nos pacientes com autotransplante ele foi medido em amostras separadas,<br />

uma coletada no braço com esse implante (<strong>de</strong>nominada dosagem do implante) e outra<br />

no braço contralateral (<strong>de</strong>nominada dosagem sistêmica). Para comparação entre os<br />

dois grupos foram consi<strong>de</strong>rados os níveis sistêmicos.<br />

4.9.5- Cálculo do produto cálcio x fósforo.<br />

O <strong>de</strong>nominado produto cálcio x fósforo foi calculado pela multiplicação do valor<br />

dosado do cálcio pelo valor simultâneo observado do fósforo. Esse valor foi<br />

dimensionado em mg 2 /dl 2 , conforme BLOCK et al. (17).<br />

4.10- Análise da intensida<strong>de</strong> dos sintomas


A intensida<strong>de</strong> dos sintomas ósseos foi analisada no pré-operatório e no pósoperatório<br />

com três, seis, 12, 18 e 24 meses. A intensida<strong>de</strong> dos sintomas foi<br />

quantificada em números <strong>de</strong> zero a três, assim <strong>de</strong>finidos:<br />

a. zero (0): ausência <strong>de</strong> qualquer sintoma;<br />

b. um (1): dor localizada não incapacitante, inconstante ou não.<br />

c. dois (2): dor em mais <strong>de</strong> uma região ou dor mo<strong>de</strong>rada, mas não incapacitante para<br />

<strong>de</strong>ambulação.;<br />

d. três (3): dor intensa e generalizada, com incapacitação. Ocorrência <strong>de</strong> fratura<br />

patológica ou tumor marrom em crescimento. Deformida<strong>de</strong>s ósseas e redução da<br />

estatura em progressão.<br />

Analisou-se também a proporção <strong>de</strong> indivíduos com e sem queixas dolorosas em<br />

diferentes períodos.<br />

4.11- Aumento <strong>de</strong> peso no pós-operatório<br />

O peso pós-operatório foi pesquisado e verificou-se o grau <strong>de</strong> variação do<br />

mesmo em relação ao pré-operatório.<br />

4.12- Biópsia óssea<br />

As biópsias ósseas foram realizadas no pré-operatório para avaliação<br />

diagnóstica. No pós-operatório foram indicadas por sintomas apresentados pelos<br />

pacientes ou em casos assintomáticos, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> outros protocolos <strong>de</strong> pesquisa<br />

<strong>de</strong>senvolvidos pelo Laboratório <strong>de</strong> Osteodistrofia Renal do Laboratório <strong>de</strong> Investigação


Médica da Nefrologia da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (LIM<br />

16) e seus resultados foram incluídos nessa pesquisa.<br />

Os fragmentos ósseos foram retirados da crista ilíaca direita ou esquerda,<br />

através do trefina <strong>de</strong> BORDIER. O material foi processado e interpretado no Laboratório<br />

<strong>de</strong> Osteodistrofia Renal, <strong>de</strong> acordo com os critérios utilizados por JORGETTI (110) O<br />

diagnóstico expresso no laudo da biópsia óssea foi empregado para comparação entre<br />

os doentes.<br />

4.13- Recidiva do hiperparatireoidismo<br />

Caracterizou-se a recidiva do HPT 2 como a elevação do nível sistêmico do PTH<br />

acima <strong>de</strong> três vezes maior que o limite superior da normalida<strong>de</strong> no método, isto é, 216<br />

pg/ml.<br />

A ocorrência <strong>de</strong> sintomas em associação à produção do enxerto elevada e níveis<br />

sistêmicos pelo menos duas vezes maiores que o normal para o limite superior do<br />

método também foram tratadas como recidiva do HPT 2 . Os sintomas consi<strong>de</strong>rados<br />

foram dor óssea, dor articular, dor muscular, fraqueza muscular, fratura,<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tumor marrom e prurido. A produção do enxerto consi<strong>de</strong>rada<br />

elevada foi <strong>de</strong>finida em 20 vezes superior ao limite normal do método (1440 pg/ml).<br />

4.14- Excisão <strong>de</strong> fragmentos implantados<br />

Nos casos em que foram retirados total ou parcialmente fragmentos <strong>de</strong><br />

paratireói<strong>de</strong> implantados no tecido muscular analisou-se o aspecto histológico e a<br />

dosagem <strong>de</strong> PTH após a retirada.


4.15- Variação do PTH após implante <strong>de</strong> paratireói<strong>de</strong> submetida à criopreservação<br />

Nos casos em que empregou-se o material após período criopreservação<br />

analisaram-se as medidas <strong>de</strong> PTH antes e após o implante.<br />

4.16- Causas <strong>de</strong> óbito durante o acompanhamento ambulatorial<br />

A ocorrência <strong>de</strong> óbito durante o seguimento foi registrada e pesquisado o fator<br />

<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ante.<br />

4.17- Exclusão <strong>de</strong> pacientes<br />

A exclusão dos dados na análise foi efetuada quando da ocorrência <strong>de</strong> um dos<br />

seguintes eventos:<br />

1. após realização <strong>de</strong> transplante renal bem sucedido <strong>de</strong>pois da paratireoi<strong>de</strong>ctomia;<br />

2. <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> implante <strong>de</strong> paratireói<strong>de</strong> criopreservada em doentes submetidos a<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem autotransplante imediato;<br />

3. impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar pela histologia que pelo menos quatro glândulas<br />

paratireói<strong>de</strong>s foram retiradas;<br />

4. ausência do dado por óbito, falta do paciente ao seguimento, pela inexistência da<br />

informação no prontuário ou pelo não processamento da amostra do doente pelo<br />

laboratório. .<br />

4.18- Análise estatística<br />

Os dados obtidos foram analisados no programa estatístico computadorizado<br />

GraphPad Prisma versão 2.0 (GraphPad Software Inc., Estados Unidos da América).


A comparação entre os grupos foi feita após teste <strong>de</strong> Kolmogorov-Smirnov (KS)<br />

para a normalida<strong>de</strong> da amostra. Quando a distribuição foi consi<strong>de</strong>rada normal, utilizouse<br />

o teste t <strong>de</strong> Stu<strong>de</strong>nt, com ou sem a correção <strong>de</strong> Welch, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da indicação do<br />

teste <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> variâncias. Quando não havia distribuição normal dos dados<br />

contínuos, foi utilizado o teste <strong>de</strong> Mann Whitney.<br />

Para comparação entre os dados pré e pós-operatórios dos mesmos pacientes<br />

utilizou-se o teste t pareado, quando os dados apresentavam distribuição normal.<br />

Quando não havia distribuição normal utilizou-se o teste <strong>de</strong> Wilcoxon, para análise nãoparamétrica<br />

<strong>de</strong> dados pareados.<br />

Nas tabelas <strong>de</strong> contingência 2 x 2 empregou-se o teste exato <strong>de</strong> Fisher.<br />

Foram realizadas correlações, através do cálculo do coeficiente <strong>de</strong> correlação <strong>de</strong><br />

Pearson (r), para distribuições normais. O valor <strong>de</strong> p calculado para a correlação<br />

também foi registrado (ANEXO).<br />

O nível <strong>de</strong> significância <strong>de</strong>finido foi <strong>de</strong> 5%. Assim, foram consi<strong>de</strong>radas<br />

significantes as diferenças cujo nível <strong>de</strong>scritivo (p) calculado fosse menor que 0,05.<br />

Os resultados foram apresentados em tabelas. Para as medidas contínuas são<br />

apresentados os valores médios e o intervalo <strong>de</strong> confiança, expresso pelo erro padrão<br />

da média. Para cada comparação reportou-se o nível <strong>de</strong>scritivo calculado e o método<br />

empregado. Nas tabelas, os resultados com nível <strong>de</strong>scritivo inferiores ao nível <strong>de</strong><br />

significância estabelecido foram <strong>de</strong>stacados através da grafia em negrito.<br />

Os dados dos pacientes analisados encontram-se no Apêndice.


5. RESULTADOS<br />

5.1-Características dos grupos <strong>de</strong>finidos<br />

A TABELA 4 relaciona os resultados dos valores médios obtidos nos dois grupos<br />

referentes à ida<strong>de</strong>, ao peso pré-operatório, à altura, ao tempo <strong>de</strong> diálise e ao tempo <strong>de</strong><br />

sintomas<br />

TABELA 4 - CARACTERÍSTICAS DO GRUPO AUTOTX E DO GRUPO TOTAL<br />

CARACTERÍSTICA<br />

GRUPO AUTOTX<br />

Média<br />

(Erro padrão da média)<br />

Ida<strong>de</strong> (anos) 34,8<br />

(2,4)<br />

GRUPO TOTAL<br />

Média<br />

(Erro padrão da média)<br />

46,5<br />

(4,3)<br />

Teste t <strong>de</strong><br />

Stu<strong>de</strong>nt (p)<br />

0,014<br />

Peso (kg) 46,1<br />

(2,2)<br />

55,4<br />

(3,5)<br />

0,028<br />

Altura (m) 1,49<br />

(0,02)<br />

1,53<br />

(0,04)<br />

0,235<br />

Tempo <strong>de</strong> diálise (anos) 7,0<br />

(0,6)<br />

9,5<br />

(0,9)<br />

0,024<br />

Tempo <strong>de</strong> sintomas (anos) 2,6<br />

(0,5)<br />

3,2<br />

(0,6)<br />

0,447


Nos dois grupos houve predomínio do sexo feminino. A proporção <strong>de</strong> mulheres<br />

para homens foi <strong>de</strong> 1,4:1 no GRUPO TOTAL. No GRUPO AUTOTX a proporção foi<br />

respectivamente <strong>de</strong> 2,5:1. A distribuição pelo sexo nos dois grupos não foi diferente na<br />

análise estatística (p= 0,48; teste exato <strong>de</strong> Fisher).<br />

A distribuição étnica foi semelhante nos dois grupos. Em ambos houve<br />

predomínio da etnia caucasói<strong>de</strong>, em 75% dos casos com autotransplante imediato e em<br />

58% dos casos do GRUPO TOTAL.<br />

5.2- Características da operação e das paratireói<strong>de</strong>s<br />

5.2.1- Duração da operação, da anestesia e do autotransplante<br />

Os tempos cirúrgicos mínimos, máximos, médios das medidas <strong>de</strong> tempo para<br />

cada tipo <strong>de</strong> operação estão relacionados na TABELA 5, expressos em minutos.<br />

TABELA 5 – COMPARAÇÃO DO TEMPO DAS OPERAÇÕES<br />

Tempo cirúrgico GRUPO TOTAL<br />

(minutos)<br />

GRUPO AUTOTX<br />

Mínimo<br />

50 180<br />

Máximo 240 345<br />

Médio (1)<br />

(Erro padrão da média)<br />

(1) p = 0,009, teste t <strong>de</strong> Stu<strong>de</strong>nt.<br />

191<br />

(16,1)<br />

235<br />

(7,9)<br />

O tempo médio <strong>de</strong> anestesia foi <strong>de</strong> 308 minutos para o GRUPO AUTOTX e <strong>de</strong><br />

271 minutos no GRUPO TOTAL.


As médias foram significativamente diferentes para os dois tempos (p= 0,009,<br />

para a duração da operação e p= 0,04 para o tempo da anestesia). A redução média do<br />

tempo cirúrgico foi <strong>de</strong> 44 minutos, cerca <strong>de</strong> 19%, e foi acompanhada <strong>de</strong> <strong>de</strong>créscimo na<br />

duração média da anestesia em 38 minutos, cerca <strong>de</strong> 12%.<br />

Nos casos em que foi possível obter dados da duração do implante (n=21), o<br />

tempo médio para sua execução foi <strong>de</strong> 44 minutos (mínimo <strong>de</strong> 30 minutos, máximo <strong>de</strong><br />

60 minutos).<br />

5.2.2– Complicações imediatas<br />

Em um doente foi observada hipotensão arterial acentuada (choque) após<br />

indução anestésica. A complicação foi revertida e o procedimento continuado.<br />

Houve ruptura da cápsula da paratireói<strong>de</strong> em três casos. Em um paciente<br />

submetido a paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem autotransplante houve ruptura <strong>de</strong> área cística<br />

<strong>de</strong> paratireói<strong>de</strong> superior esquerda, com <strong>de</strong>rrame do líquido no local. Em dois casos com<br />

autotransplante imediato ocorreu ruptura da cápsula em área sólida <strong>de</strong> paratireói<strong>de</strong><br />

superior direita, mas não houve contaminação aparente do leito.


5.2.3 - Anatomia cirúrgica das glândulas paratireói<strong>de</strong>s<br />

Em relação aos aspectos anatômicos, a análise em 39 casos mostrou que foram<br />

i<strong>de</strong>ntificadas três paratireói<strong>de</strong>s em um caso (uma paratireói<strong>de</strong> estimada pela<br />

congelação, caracterizou-se como neoplasia benigna da tireói<strong>de</strong>, após estudo<br />

histoquímico), quatro paratireói<strong>de</strong>s em 33 casos e cinco glândulas em cinco casos. Em<br />

termos <strong>de</strong> proporção obteve-se três paratireói<strong>de</strong>s em 2,6 % dos casos, quatro em 84,6<br />

% e cinco glândulas em 12,8%.<br />

Em três situações essas glândulas supranumerárias foram i<strong>de</strong>ntificadas durante<br />

a operação (no timo, na bifurcação carotí<strong>de</strong>a e outra junto à paratireói<strong>de</strong> inferior<br />

esquerda). Em duas situações foram i<strong>de</strong>ntificadas pelo patologista no tecido tímico<br />

enviado para exame histopatológico. Em uma situação, um nódulo suspeito <strong>de</strong> tratar-se<br />

<strong>de</strong> paratireói<strong>de</strong> supranumerária não evi<strong>de</strong>nciou estrutura microscópica compatível.<br />

Em relação à localização, as glândulas superiores mostraram-se sempre mais<br />

constantes em sua posição, situadas na proximida<strong>de</strong> do nervo laríngeo recorrente, em<br />

seu ponto <strong>de</strong> entrada na laringe.<br />

As glândulas inferiores mostraram maior variabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua posição. Nos casos<br />

em que foram localizadas quatro glândulas e com informação a<strong>de</strong>quada (n=33) a<br />

paratireói<strong>de</strong> inferior estava situada até 1,5 cm da chegada dos ramos da artéria<br />

tireoidéia inferior em 30 casos (91%); no timo e distante mais <strong>de</strong> 2,0 cm da tireói<strong>de</strong> em<br />

2 casos (6%) e na projeção do cruzamento do tronco da artéria tireoidéia inferior com a<br />

artéria carótida comum em 1 caso (3%).<br />

No caso em que foram <strong>de</strong>monstradas pela histologia apenas três paratireói<strong>de</strong>s, a<br />

glândula não caracterizada foi a paratireói<strong>de</strong> inferior esquerda.


Não foi observada nenhuma glândula paratireói<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro da tireói<strong>de</strong>, envolvida<br />

integralmente por seu tecido, que pu<strong>de</strong>sse ser classificada como intratireoidéia. No<br />

entanto, a proximida<strong>de</strong> íntima, com aspecto <strong>de</strong> paratireói<strong>de</strong> subcapsular, foi observada<br />

em 6 casos (16%).<br />

5.2.4- Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tecido paratireói<strong>de</strong>o ressecado e aspecto histológico<br />

A menor paratireói<strong>de</strong> <strong>de</strong>tectada durante a operação mediu 5x3x2mm e era<br />

inferior esquerda. A maior mediu 40x40x30mm e era superior esquerda. Em média não<br />

houve predomínio <strong>de</strong> nenhuma das glândulas. As dimensões médias das paratireói<strong>de</strong>s<br />

ressecadas nos casos estão dispostas na TABELA 6.<br />

TABELA 6 - MÉDIAS DAS DIMENSÕES DAS PARATIREÓIDES RESSECADAS<br />

PARATIREÓIDE GRUPO AUTOTX GRUPO TOTAL<br />

Superior direita 17 x 11 x 06 mm 16 x 09 x 06 mm<br />

18 x 13 x 08 mm 16 x 10 x 08 mm<br />

Inferior direita<br />

Superior esquerda 19 x 11 x 08 mm 18 x 11 x 08 mm<br />

Inferior esquerda 18 x 12 x 09 mm 17 x 12 x 09 mm<br />

Os pesos das glândulas variaram <strong>de</strong> 0,15g a 28,2g, para uma glândula em separado.<br />

A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tecido paratireói<strong>de</strong>o retirada por indivíduo variável entre 0,80g e<br />

29,5g, com média <strong>de</strong> 6,1g. As médias dos pesos estimados para as glândulas<br />

ressecadas estão relacionadas na TABELA 7.<br />

TABELA 7 - MÉDIA DOS PESOS ESTIMADOS DAS PARATIREÓIDES, EM GRAMAS


PARATIREÓIDE<br />

GRUPO AUTOTX<br />

Média<br />

Superior direita 1,30g<br />

(0,37)<br />

Inferior direita 1,48g<br />

(0,24)<br />

Superior esquerda 2,24g<br />

(1,10)<br />

Inferior esquerda 1,56g<br />

(0,30)<br />

GRUPO TOTAL<br />

Média<br />

(Erro padrão da média)<br />

1,07g<br />

(0,44)<br />

1,13g<br />

(0,34)<br />

1,44g<br />

(0,44)<br />

2,25g<br />

(1,28)<br />

Teste t <strong>de</strong><br />

Stu<strong>de</strong>nt<br />

(p)<br />

0,710<br />

0,460<br />

0,833 *<br />

0,524 *<br />

*- Teste <strong>de</strong> Mann-Whitney<br />

Foram encontradas <strong>de</strong>scrições microscópicas <strong>de</strong> 156 glândulas paratireói<strong>de</strong>s.<br />

Em 44 glândulas o relatório anatomopatológico <strong>de</strong>screveu apenas hiperplasia <strong>de</strong><br />

paratireói<strong>de</strong>s, sem outras especificações. Em 112 glândulas houve relatos mais<br />

completos e a TABELA 8 mostra a proporção <strong>de</strong>ssas alterações microscópicas.


TABELA 8 - ALTERAÇÕES MICROSCÓPICAS DAS PARATIREÓIDES<br />

N %<br />

DESCRIÇÃO ANATOMOPATOLÓGICA<br />

Hiperplasia difusa <strong>de</strong> células principais 43 38,4<br />

Hiperplasia difusa <strong>de</strong> células oxifílicas 3 2,7<br />

Hiperplasia difusa <strong>de</strong> células principais + difusa <strong>de</strong> células oxifílicas 17 15,2<br />

Hiperplasia difusa <strong>de</strong> células principais + nodular <strong>de</strong> células oxifílicas 23 20,5<br />

Hiperplasia difusa e nodular <strong>de</strong> células principais e oxifílicas 5 4,5<br />

Hiperplasia nodular <strong>de</strong> células oxifílicas 3 2,7<br />

Outras hiperplasias difusas em associação a hiperplasia nodular 10 8,9<br />

Outros 8 7,1<br />

Total 112 100<br />

As hiperplasias nodulares estiveram presentes em 36,6% das glândulas<br />

paratireói<strong>de</strong>s com maior especificação no relatório anatomopatológico.<br />

A FIGURA 10 mostra paratireói<strong>de</strong>s hiperplásicas, com áreas nodulares evi<strong>de</strong>ntes<br />

à análise macroscópica.<br />

FIGURA 10- HIPERPLASIA NODULAR DE PARATIREÓIDE<br />

Em 27 situações houve retirada <strong>de</strong> tecido tireói<strong>de</strong>o durante a operação, <strong>de</strong> forma<br />

parcial ou total (71% <strong>de</strong> ressecções da tireói<strong>de</strong> associadas a paratireoi<strong>de</strong>ctomia, em 38<br />

casos analisados). Em seis casos a ressecção foi tática para permitir retirada da<br />

paratireói<strong>de</strong> sem lesão da cápsula e a análise microscópica da tireói<strong>de</strong> foi normal.<br />

A TABELA 9 resume os principais achados histológicos do tecido tireói<strong>de</strong>o<br />

ressecado.<br />

TABELA 9 - ASPECTOS HISTOPATOLÓGICOS DO TECIDO TIREÓIDEO EXTIRPADO


n (%)<br />

ASPECTO HISTOLÓGICO<br />

Bócio a<strong>de</strong>nomatoso 17 (63,0%)<br />

Tireói<strong>de</strong> normal 6 (22,2%)<br />

A<strong>de</strong>noma <strong>de</strong> Hürthle + bócio a<strong>de</strong>nomatoso 1 (3,7%)<br />

Carcinoma papilífero da tireói<strong>de</strong> 1 (3,7%)<br />

Tireodite focal 1 (3,7%)<br />

Fibrose 1 (3,7%)<br />

A FIGURA 11 representa a associação <strong>de</strong> carcinoma papilífero do lobo direito da<br />

tireói<strong>de</strong> com hiperplasia <strong>de</strong> quatro glândulas paratireói<strong>de</strong>s.


FIGURA 11- CARCINOMA PAPILÍFERO DA TIREÓIDE ASSOCIADO A<br />

HIPERPLASIA DE PARATIREÓIDES<br />

5.3- Aspectos pós-operatórios<br />

5.3.1- Complicações pós-operatórias<br />

Houve nove complicações observadas no pós-operatório durante a internação<br />

hospitalar. Trinta pacientes não apresentaram nenhuma complicação pós-operatória<br />

(77% sem complicações). A TABELA 10 expressa as complicações observadas.


TABELA 10 - COMPLICAÇÕES NO PÓS-OPERATÓRIO<br />

COMPLICAÇÃO NO PÓS-OPERATÓRIO n (%) Grupo<br />

Disfonia transitória 2 (5,1) AUTOTX<br />

Hematoma cervical 1 (2,6) AUTOTX<br />

Coleção serosa 1 (2,6) AUTOTX<br />

Desepitelização <strong>de</strong> córnea 1 (2,6) AUTOTX<br />

Angina instável 1 (2,6) AUTOTX<br />

Perda <strong>de</strong> função <strong>de</strong> fístula artério-venosa 1 (2,6) AUTOTX<br />

Hipotensão (causa in<strong>de</strong>finida) 1 (2,6) TOTAL<br />

Necrose <strong>de</strong> pele (extravasamento da infusão <strong>de</strong> cálcio) 1 (2,6) TOTAL<br />

As complicações relacionadas à manipulação cirúrgica cervical, todas<br />

observadas no GRUPO AUTOTX, caracterizaram-se por fenômenos transitórios e sem<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nova abordagem cirúrgica.<br />

As disfonias foram transitórias e o exame laringoscópico mostrou paralisia<br />

unilateral <strong>de</strong> prega vocal em um caso e paresia unilateral <strong>de</strong> prega vocal no outro caso.<br />

A coleção serosa foi <strong>de</strong> pequena proporção na incisão, com regressão<br />

espontânea. O hematoma cervical foi observado no quinto dia pós-operatório, após<br />

hemodiálise com heparina. Houve regressão espontânea.<br />

Das complicações não relacionadas ao pescoço, a <strong>de</strong>sepitelização parcial da<br />

córnea reverteu após cuidado tópico. A perda da função da fístula artério-venosa no<br />

pós-operatório <strong>de</strong>mandou a realização <strong>de</strong> nova fístula. No caso com insuficiência<br />

coronária houve três episódios <strong>de</strong> precordialgia, mas sem infarto. O quadro foi<br />

estabilizado com tratamento clínico. A hipotensão <strong>de</strong> causa não esclarecida foi<br />

observada em doente com lúpus eritematoso sistêmico, até o segundo dia pós-


operatório. Houve resposta a infusão <strong>de</strong> volume e reversão do quadro. No caso que<br />

apresentou necrose parcial da pele houve cicatrização por segunda intenção.<br />

Em síntese, não houve nenhum óbito <strong>de</strong>corrente da operação e observaram-se<br />

23% <strong>de</strong> complicações pós-operatórias, relativas ao pescoço em 10,3% e complicações<br />

clínicas em 12,8%.<br />

5.3.2- Causas <strong>de</strong> óbito no acompanhamento<br />

Todos os pacientes receberam alta hospitalar em boas condições após a<br />

operação. Durante o seguimento ambulatorial verificou-se que três doentes submetidos<br />

a paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem autotransplante evoluíram a óbito antes <strong>de</strong> três meses<br />

<strong>de</strong> pós-operatório. No mesmo período, dois dos pacientes submetidos à técnica com<br />

autotransplante faleceram.<br />

As causas <strong>de</strong> óbito até três meses após paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem<br />

autotransplante foram pneumonia em um caso e dois aci<strong>de</strong>ntes vasculares cerebrais<br />

hemorrágicos. Nos pacientes submetidos a paratireoi<strong>de</strong>ctomia total com<br />

autotransplante as causas foram pneumonia e uremia com impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

tratamento dialítico, por falta <strong>de</strong> acesso para diálise.<br />

No acompanhamento após três meses da operação até setembro <strong>de</strong> 1999,<br />

observou-se que no GRUPO TOTAL, um paciente per<strong>de</strong>u o seguimento após 12 meses<br />

e presumivelmente faleceu. No GRUPO AUTOTX observou-se que houve três óbitos<br />

nos períodos <strong>de</strong> 30, 36 e 57 meses após a paratireoi<strong>de</strong>ctomia. As causas foram<br />

pneumonia em duas situações e uma <strong>de</strong>sconhecida.


5.3.4- Transplante renal após paratireoi<strong>de</strong>ctomia<br />

No GRUPO AUTOTX houve dois pacientes que receberam transplante renal,<br />

sete e 24 meses após a cirurgia da paratiréoi<strong>de</strong>. O evento transplante renal ocorreu em<br />

caso do GRUPO TOTAL, 23 meses após a paratireoi<strong>de</strong>ctomia.<br />

5.3.5- Implante <strong>de</strong> fragmentos <strong>de</strong> paratireói<strong>de</strong> submetidas à criopreservação<br />

Cinco pacientes receberam autotransplante <strong>de</strong> paratireói<strong>de</strong> 15 dias, 21 meses,<br />

30 meses, 30 meses e 35 meses após a exploração cervical. Todos pertenciam ao<br />

GRUPO TOTAL.<br />

5.3.1- Consumo <strong>de</strong> cálcio e calcitriol no período pós-operatório, durante a internação e<br />

tempo <strong>de</strong> permanência pós-operatória<br />

A TABELA 11 mostra os resultados das médias <strong>de</strong> permanência<br />

hospitalar e consumos <strong>de</strong> cálcio e calcitriol, nos dois grupos analisados.<br />

TABELA 11 - MÉDIAS DE PERMANÊNCIA E CONSUMOS DE CÁLCIO E CALCITRIOL<br />

PERÍODO DE INTERNAÇÃO<br />

E CONSUMOS DE CÁLCIO E<br />

CALCITRIOL<br />

Internação<br />

(dias)<br />

GRUPO<br />

AUTOTX<br />

Média<br />

(Erro padrão da média)<br />

10<br />

(0,53)<br />

GRUPO<br />

TOTAL<br />

Média<br />

(Erro padrão da média)<br />

9<br />

(1,00)<br />

Teste t<br />

<strong>de</strong> Stu<strong>de</strong>nt<br />

(p)<br />

0,23<br />

Cálcio endovenoso bruto/ dia<br />

(mg/d)<br />

694,6<br />

(54,5)<br />

680,6<br />

(91,8)<br />

0,89


Cálcio endovenoso/ peso/ dia<br />

(mg/kg/d)<br />

16,1<br />

(1,56)<br />

12,5<br />

(1,59)<br />

0,16<br />

Cálcio oral bruto/ dia<br />

(g/d)<br />

7,3<br />

(0,75)<br />

7,6<br />

(1,23)<br />

0,82<br />

Cálcio oral/ peso/ dia<br />

(g/kg/d)<br />

0,17<br />

(0,03)<br />

0,14<br />

(0,02)<br />

0,51<br />

Calcitriol oral bruto/ dia<br />

(μg/d)<br />

2,46<br />

(0,16)<br />

2,42<br />

(0,20)<br />

0,88<br />

Calcitriol oral/ peso/ dia<br />

(μg/kg/d)<br />

0,055<br />

(0,004)<br />

0,045<br />

(0,004)<br />

0,10<br />

5.3.6- Consumo <strong>de</strong> cálcio e calcitriol após alta hospitalar<br />

O consumo médio <strong>de</strong> cálcio nos tempos <strong>de</strong>finidos nos grupos TOTAL e AUTOTX<br />

estão expressos em gramas por dia na FIGURA 12.


FIGURA 12- GRÁFICO DO CONSUMO MÉDIO DE CÁLCIO ORAL<br />

8<br />

Cálcio<br />

(g/dia)<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

AUTOTX<br />

TOTAL<br />

2<br />

1<br />

0<br />

3m<br />

6m<br />

12m<br />

18m<br />

24m<br />

Tempo<br />

A TABELA 12 mostra os resultados do cálculo do nível <strong>de</strong>scritivo entre os<br />

valores médios <strong>de</strong> consumo nos diferentes períodos.<br />

TABELA 12 - COMPARAÇÃO DO CONSUMO DE CÁLCIO ORAL<br />

PERÍODO<br />

GRUPO<br />

AUTOTX<br />

Média<br />

(Erro padrão da média)<br />

3 meses 5,2 g/d<br />

(0,63)<br />

6 meses 3,6 g/d<br />

(0,40)<br />

12 meses 2,8 g/d<br />

(0,47)<br />

18 meses 3,1 g/d<br />

(0,50)<br />

GRUPO<br />

TOTAL<br />

Média<br />

(Erro padrão da média)<br />

3,8 g/d<br />

(0,90)<br />

2,8 g/d<br />

(0,68)<br />

2,9 g/d<br />

(0,79)<br />

2,3 g/d<br />

(0,43)<br />

Teste t<br />

<strong>de</strong> Stu<strong>de</strong>nt (p)<br />

0,26<br />

0,28<br />

0,86<br />

0,36


24 meses 3,1 g/d<br />

(0,45)<br />

2,9 g/d<br />

(0,46)<br />

0,80<br />

O consumo médio <strong>de</strong> calcitriol está esquematizado na FIGURA 13. Os valores<br />

obtidos no cálculo estatístico da diferença entre as médias dos GRUPO AUTOTX e<br />

GRUPO TOTAL, no tempos relacionados, estão expressos na TABELA 13<br />

FIGURA 13- GRÁFICO DO CONSUMO MÉDIO DE CALCITRIOL<br />

Calcitriol<br />

(cápsulas/dia)<br />

12<br />

10<br />

8<br />

6<br />

AUTOTX<br />

TOTAL<br />

4<br />

2<br />

0<br />

3m<br />

6m<br />

12m<br />

18m<br />

24m<br />

Tempo


TABELA 13 - VALORES MÉDIOS DE CONSUMO DE CALCITRIOL<br />

PERÍODO GRUPO AUTOTX<br />

Média<br />

(Erro padrão da média)<br />

3 meses 10,2 cápsulas/dia<br />

(1,27)<br />

GRUPO TOTAL<br />

Média<br />

(Erro padrão da média)<br />

7,5 cápsulas/dia<br />

(2,23)<br />

Teste t<br />

<strong>de</strong> Stu<strong>de</strong>nt<br />

(p)<br />

0,30<br />

6 meses 6,0 cápsulas/dia<br />

(0,87)<br />

4,6 cápsulas/dia<br />

(2,48)<br />

0,48<br />

12 meses 3,0 cápsulas/dia<br />

(0,67)<br />

1,6 cápsulas/dia<br />

(1,4)<br />

0,36<br />

18 meses 1,5 cápsulas/dia<br />

(0,49)<br />

0,9 cápsulas/dia<br />

(0,46)<br />

0,47<br />

24 meses 1,5 cápsulas/dia<br />

(0,45)<br />

0,4 cápsulas/dia<br />

(0,40)<br />

0,20<br />

As proporções <strong>de</strong> indivíduos em uso dos medicamentos nos diversos períodos pósoperatório<br />

estão contidas na TABELA 14.<br />

TABELA 14 - PROPORÇÃO DE INDIVÍDUOS EM USO DE CÁLCIO E CALCITRIOL<br />

PERÍODO<br />

GRUPO<br />

Cálcio<br />

AUTOTX<br />

Calcitriol<br />

GRUPO<br />

Cálcio<br />

TOTAL<br />

Calcitriol<br />

3 meses 100% 100% 87,5% 87,5%<br />

6 meses 100% 91,7% 87,5% 87,5%<br />

12 meses 87,0% 73,9% 85,7% 42,9%<br />

18 meses 94,1% 64,7% 100% 42,9%<br />

24 meses 100% 71,4% 100% 20,0%<br />

5.3.7- Medidas bioquímicas<br />

No pré-operatório, sete doentes apresentaram valor do cálcio inferior a 8,5<br />

mg/dl (17,5%). Em 22 esse nível estava entre 8,6 e 10,5 mg/dl (55,0%). Em 11 doentes


foi observada hipercalcemia no pré-operatório (27,5%). A TABELA 15 mostra que essas<br />

proporções foram semelhantes nos grupos analisados.<br />

TABELA 15 - PROPORÇÃO DOS NÍVEIS DE CÁLCIO NO PRÉ-OPERATÓRIO<br />

DOSAGEM DE CÁLCIO<br />

NO PRÉ-OPERATÓRIO<br />

GRUPO<br />

AUTOTX<br />

GRUPO<br />

TOTAL<br />

Menor que 8,5 mg/dl 17,9% 16,7%<br />

Entre 8,6 e 10,5 mg/dl 53,6% 58,3%<br />

Superior a 10,5 mg/dl 28,5% 25,0%<br />

Em relação ao fósforo, 40% dos doentes apresentaram nível superior a 7,0 mg/dl.<br />

Cerca <strong>de</strong> 42,5% dos doentes apresentavam nível inferior a 6,0 mg/dl. Nos grupos<br />

observaram-se as proporções especificadas na TABELA 16.<br />

TABELA 16 - PROPORÇÃO DOS NÍVEIS DE FÓSFORO NO PRÉ OPERATÓRIO<br />

DOSAGEM DE FÓSFORO<br />

NO PRÉ-OPERATÓRIO<br />

GRUPO<br />

AUTOTX<br />

GRUPO<br />

TOTAL<br />

Inferior a 6,0 mg/dl 39,3% 50,0%<br />

Entre 6,0 e 7,0 mg/dl 17,9% 16,7%<br />

Superior a 7,0 mg/dl 42,8% 33,3%<br />

As médias das medidas bioquímicas estão apresentadas nas FIGURAS 14, 15 e<br />

16. A FIGURA 14 mostra a evolução dos níveis <strong>de</strong> cálcio dosados.<br />

FIGURA 14- EVOLUÇÃO DOS NÍVEIS MÉDIOS DA CALCEMIA


10<br />

Ca (mg/dl)<br />

9,5<br />

9<br />

AUTOTX<br />

TOTAL<br />

8,5<br />

8<br />

7,5<br />

pré PO 3m 6m 12m 18m 24m<br />

Tempo<br />

A FIGURA 15 evi<strong>de</strong>ncia o comportamento dos níveis <strong>de</strong> fósforo após a<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia.<br />

6. DISCUSSÃO<br />

No Brasil são encontrados centros <strong>de</strong> terapia <strong>de</strong> substituição renal em todo o<br />

território nacional, apesar das diferenças socioeconômicas regionais existentes. Há cerca <strong>de</strong>


534 centros <strong>de</strong> diálise e 111 instituições <strong>de</strong> transplante renal, distribuídos pela nação, on<strong>de</strong>,<br />

em 1996, foram contabilizados 29.984 doentes em tratamento dialítico (178).<br />

Nos Estados Unidos da América, registraram-se cerca <strong>de</strong> 200.000 doentes em<br />

diálise e 70.000 transplantados renais, em 1997. Estimou-se que a prevalência da<br />

insuficiência renal aumenta a taxas entre 7 e 9% ao ano, naquele país (186).<br />

Esses números mostram que <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> pesquisas e a maior<br />

capacitação <strong>de</strong> profissionais relacionados ao cuidado dos doentes com insuficiência<br />

renal po<strong>de</strong>m beneficiar significativo contingente <strong>de</strong> pessoas.<br />

Na verda<strong>de</strong>, dados norte-americanos mostraram que os esforços dos<br />

nefrologistas levaram à redução da taxa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> ajustada, nessa grave doença,<br />

<strong>de</strong> 25,5% em 1988 para 21,8% em 1995. Nesse sentido, a National Kidney Foundation,<br />

dos Estados Unidos da América, planeja diminuir a taxa para 15%, através <strong>de</strong><br />

educação e divulgação <strong>de</strong> dados científicos (186).<br />

O presente trabalho divulga experiência clínica nacional significativa no<br />

tratamento <strong>de</strong> doentes com HPT 2 . Analisa doentes operados <strong>de</strong> modo consecutivo com<br />

essa indicação, em um período <strong>de</strong> quatro anos, no Hospital das Clínicas da Faculda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Medicina da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, pelas técnicas <strong>de</strong> paratireoi<strong>de</strong>ctomia total<br />

com autotransplante e paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem autotransplante, com seguimento<br />

clínico <strong>de</strong> pelo menos um ano.<br />

O período <strong>de</strong> análise foi escolhido pela possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> participação efetiva do autor no<br />

tratamento e seguimento dos pacientes, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> seu treinamento como médico resi<strong>de</strong>nte. Nesse<br />

período, os pacientes estiveram expostos a princípios semelhantes <strong>de</strong> tratamento clínico e<br />

métodos <strong>de</strong> diagnóstico. O seguimento mínimo exigido <strong>de</strong> um ano foi motivado pela<br />

observação clínica <strong>de</strong> estabilização <strong>de</strong>sses doentes e pela experiência <strong>de</strong> outros autores (53,<br />

138, 139).


O avanço das técnicas <strong>de</strong> diálise e a realida<strong>de</strong> do transplante renal com bons resultados,<br />

associados ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos medicamentos permitiram consi<strong>de</strong>rável<br />

prolongamento da sobrevida dos portadores <strong>de</strong> insuficiência renal crônica (186). O controle<br />

efetivo das causas mais precoces <strong>de</strong> óbito nessa doença, porém, permitiu <strong>de</strong>scobrir o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> outras manifestações mórbidas graves, com prejuízo à qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida,<br />

à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho e ao convívio social (16, 166, 211). Os dados da presente série<br />

corroboram essa noção: os doentes com hiperparatireoidismo estiveram em tratamento<br />

dialítico <strong>de</strong> um a 14 anos e tinham sintomas severos em mais <strong>de</strong> 90% dos casos; sintomas<br />

esses <strong>de</strong>senvolvidos, em média, 2,8 anos antes da paratireoi<strong>de</strong>ctomia.<br />

O aparecimento do hiperparatireoidismo secundário é comum no doente renal<br />

crônico (61) e o nível <strong>de</strong> PTH po<strong>de</strong> elevar-se mesmo quando as taxas <strong>de</strong> filtração<br />

glomerular estão entre 60 e 80 ml/minuto (245). O nível do PTH po<strong>de</strong> variar <strong>de</strong> duas até<br />

quatro vezes o valor máximo <strong>de</strong> referência normal para o método e ser consi<strong>de</strong>rado<br />

aceitável para esse grupo específico <strong>de</strong> doentes (37, 83, 106, 193). Essas concentrações mais<br />

elevadas parecem ser necessárias para propiciar remo<strong>de</strong>lação óssea próxima do normal nos<br />

portadores <strong>de</strong> insuficiência renal (37, 193, 238). Acredita-se que entre outros fatores, haja<br />

redução dos receptores <strong>de</strong> PTH, o que <strong>de</strong>terminaria a resistência óssea a este hormônio (22,<br />

106).<br />

Essa elevação da secreção do PTH, em relação aos indivíduos sem insuficiência renal,<br />

compatível com a antiga <strong>de</strong>monstração do aumento das paratireói<strong>de</strong>s (185), requer atenção e<br />

<strong>de</strong>manda medidas terapêuticas, pois se negligenciada po<strong>de</strong>rá tornar-se excessiva e danosa<br />

(153, 197). A pesquisa sobre a fisiopatologia do HPT 2 permitiu estabelecer controle clínico da<br />

maioria dos casos (58), graças a certas medidas. Entre elas, <strong>de</strong>stacam-se a reposição <strong>de</strong><br />

calcitriol ou <strong>de</strong> alfacalcidol (2), o controle do nível <strong>de</strong> fósforo através da dieta (192) e do uso<br />

<strong>de</strong> compostos quelantes, tais como carbonato <strong>de</strong> cálcio, acetato <strong>de</strong> cálcio e hidróxido <strong>de</strong><br />

alumínio. O achado, em um período <strong>de</strong> quatro anos, <strong>de</strong> apenas um caso ter sido proveniente do<br />

Hospital da Clínicas da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo enquanto os<br />

<strong>de</strong>mais provieram não <strong>de</strong> um, mas <strong>de</strong> vários centros <strong>de</strong> diálise, po<strong>de</strong> estar relacionado à


eficácia das medidas <strong>de</strong>scritas para evitar o <strong>de</strong>scontrole do HPT 2 . Po<strong>de</strong>-se supor que número<br />

total <strong>de</strong> doentes com insuficiência renal em tratamento, nesse período, em cada um <strong>de</strong>sses<br />

centros, isto é, o número total <strong>de</strong> doentes expostos ao mesmo risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver a forma<br />

<strong>de</strong>scontrolada do HPT 2 era muito superior aos quarenta casos aqui analisados.<br />

A progressão do HPT 2 ocorre em alguns casos, apesar <strong>de</strong> todos os cuidados (20, 61, 77, 217,<br />

219). Ela se acompanha <strong>de</strong> efeitos <strong>de</strong>letérios; as alterações ósseas são as mais conhecidas, mas<br />

<strong>de</strong>vem ser lembradas também cardiomiopatia, alteração dos linfócitos, da secreção <strong>de</strong> insulina<br />

e da função dos músculos, que caracterizam a síndrome urêmica (197). Outros autores (109)<br />

acrescentam a hiperlipi<strong>de</strong>mia, calcificações pulmonares, hipertensão pulmonar, impotência e<br />

alterações do sistema nervoso e consi<strong>de</strong>ram apropriada a consi<strong>de</strong>ração, enunciada por<br />

MASSRY (151) em 1977, do PTH ser uma “toxina urêmica” A anemia também po<strong>de</strong><br />

relacionar-se à intensa fibrose da medula óssea em alguns casos (13). Assim, no HPT 2 , a<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia po<strong>de</strong> trazer benefício não só aos ossos, mas até à condição imunológica e<br />

nutricional (246). O aumento pon<strong>de</strong>ral médio observado no GRUPO TOTAL e no GRUPO<br />

AUTOTX próximo a 15% do peso pré-operatório, no presente trabalho, foi superior ao<br />

aumento do peso relatado por outros autores (121). O ganho pon<strong>de</strong>ral po<strong>de</strong> ser explicado pela<br />

menor restrição na dieta após a paratireoi<strong>de</strong>ctomia (121, 246). Sabe-se que é difícil controlar a<br />

elevação do fósforo através da dieta, sem induzir <strong>de</strong>snutrição protéica (203). A evolução do<br />

estado nutricional após paratireoi<strong>de</strong>ctomia enseja, por si só, uma outra pesquisa, pois a<br />

<strong>de</strong>snutrição é reconhecida como fator contribuinte para a mortalida<strong>de</strong> e morbida<strong>de</strong> do doente<br />

em diálise (127). O ganho <strong>de</strong> peso mais intenso na presente pesquisa po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>vido às<br />

condições iniciais, que eram mais precárias na atual casuística. JORGETTI et al. (112) e<br />

CARVALHO (27) já salientaram a baixa ingesta do doente renal no Brasil.


O estudo que se apresenta concentrou-se nas graves conseqüências ao aparelho locomotor. O<br />

achado <strong>de</strong> dor óssea em 92,5% dos casos, como sintoma mais freqüente esteve <strong>de</strong> acordo com<br />

a experiência <strong>de</strong> outros grupos (100, 105, 122, 131, 138, 139, 169, 171, 182, 202, 221). A<br />

ocorrência <strong>de</strong> fraturas em cerca <strong>de</strong> um quarto dos casos, <strong>de</strong> tumor marrom em 37,5%, <strong>de</strong><br />

leontíase óssea e da diminuição da estatura em 27,5% <strong>de</strong>monstram a gravida<strong>de</strong> dos pacientes<br />

operados (109). A leontíase óssea não <strong>de</strong>termina somente problemas estéticos, mas também<br />

prejuízo à alimentação, à respiração e po<strong>de</strong> levar a morte, por <strong>de</strong>snutrição e obstrução<br />

respiratória (51) e requer maiores cuidados para intubação dos doentes. Embora consi<strong>de</strong>rada<br />

rara (51, 82, 133), a leontíase óssea, mostrou-se freqüente nessa casuística.<br />

Nos doentes com progressão do HPT 2 a primeira tentativa <strong>de</strong> tratamento é clínica. Assim,<br />

doses altas <strong>de</strong> calcitriol são prescritas <strong>de</strong> forma concentrada, ministradas <strong>de</strong> uma só vez, nos<br />

<strong>de</strong>nominados “pulsos” (214, 231). Esse tratamento po<strong>de</strong> propiciar reversão da secreção<br />

excessiva do PTH e tem sido <strong>de</strong>nominado “paratireoi<strong>de</strong>ctomia química” pelos nefrologistas.<br />

Alguns doentes apresentam boa resposta e, após alguns meses, retornam ao uso <strong>de</strong> baixas<br />

doses <strong>de</strong> calcitriol, sem incremento da secreção do PTH (231). A explicação para esse efeito<br />

ainda não é clara, mas envolve o aumento <strong>de</strong> receptores para vitamina D na paratireói<strong>de</strong> (141)<br />

e o conseqüente efeito do calcitriol sobre a ativida<strong>de</strong> da paratireói<strong>de</strong>, através da diminuição da<br />

transcrição do gene do PTH (141).<br />

Em outros pacientes, porém, não há resposta ao tratamento com “pulsos” <strong>de</strong><br />

calcitriol ou o problema retorna com a suspensão da medicação (141). Em certos casos,<br />

o uso <strong>de</strong> altas doses <strong>de</strong> calcitriol não é possível, como no indivíduo com nível muito<br />

elevado da fosfatemia. Na casuística estudada, cerca <strong>de</strong> 40,0% dos indivíduos tinham<br />

nível <strong>de</strong> fósforo superior a 7,0 mg/dl, situação na qual a resposta ao calcitriol parece ser<br />

menos efetiva (141). O fósforo elevado, também <strong>de</strong>tectado em outras séries (17), po<strong>de</strong>


impedir a tentativa <strong>de</strong> tratamento com “pulsos” <strong>de</strong> calcitriol, pois o estímulo à absorção<br />

intestinal po<strong>de</strong> elevar mais o produto cálcio x fósforo e ocasionar complicações, como<br />

calcificações extra-esqueléticas, também conhecidas como calcificações metastáticas.<br />

São acúmulos anômalos <strong>de</strong> cristais <strong>de</strong> cálcio, <strong>de</strong>tectados em 20% dos indivíduos ora<br />

analisados, e relacionam-se, entre outros fatores, à elevação das concentrações <strong>de</strong><br />

cálcio e fósforo (54). Predominam nas pare<strong>de</strong>s arteriais e po<strong>de</strong>m gerar dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

acesso vascular para hemodiálise ou transplante renal, bem como prejudicar a<br />

circulação coronária. Um caso <strong>de</strong>sta casuística faleceu no seu centro <strong>de</strong> origem em<br />

<strong>de</strong>corrência do estado urêmico, por falta <strong>de</strong> via <strong>de</strong> acesso para a diálise; nesse caso<br />

em particular, o produto cálcio x fósforo pré-operatório era <strong>de</strong> 78,5 mg 2 / dl 2 e havia<br />

calcificação vascular generalizada. No grupo todo, o valor médio obtido no préoperatório<br />

para o produto cálcio x fósforo foi <strong>de</strong> 65,1 mg 2 / dl 2 , semelhante ao estimado<br />

em outros estudos (54). Já nessa faixa, há evidência <strong>de</strong> maior risco para mortalida<strong>de</strong><br />

nos doentes em diálise (17).<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos análogos da vitamina D como, por exemplo, a 19-<br />

nor-1α,25-dihydroxyvitamina D 2 (paricalcitol), que têm menor efeito nos receptores<br />

intestinais e mesma capacida<strong>de</strong> supressiva na paratireói<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>rá possibilitar controle<br />

efetivo do hiperparatireoidismo com poucas alterações nos níveis <strong>de</strong> cálcio e fósforo<br />

(149). Outra forma <strong>de</strong> tratamento, o uso <strong>de</strong> agentes calcimiméticos, está sendo<br />

<strong>de</strong>senvolvida. Relaciona-se à ativação do receptor <strong>de</strong> cálcio na célula paratireoidéia<br />

(90), que tem reduzida sensibilida<strong>de</strong> ao nível <strong>de</strong> cálcio extracelular (168). O uso<br />

experimental do composto NPS R-568, agente calcimimético do tipo II que ativa o<br />

receptor <strong>de</strong> cálcio, <strong>de</strong>terminou a redução do PTH, em um pequeno grupo <strong>de</strong> doentes


com HPT 2 e abre, recentemente, a perspectiva <strong>de</strong> ser utilizado <strong>de</strong> forma adjuvante<br />

também nos casos avançados (172).<br />

Esgotadas as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> terapêutica clínica, a intervenção cirúrgica surge<br />

como a melhor forma <strong>de</strong> tratamento. Outras tentativas <strong>de</strong> terapêutica existem, como as<br />

injeções percutâneas <strong>de</strong> etanol, guiadas por ultra-sonografia, para alcoolização das<br />

paratireói<strong>de</strong>s, que foram empregadas, por alguns autores, com bons resultados (114). Essa<br />

técnica, entretanto, também envolve risco <strong>de</strong> lesão do nervo laríngeo recorrente, que<br />

embora transitória, po<strong>de</strong> ocorrer em 22,2% (125), taxa superior aos 5,1% observados na<br />

presente série. A terapia por etanol também não permite criopreservação do tecido para<br />

uso ulterior. Embora não haja <strong>de</strong>scrição na literatura, a operação sobre a paratireói<strong>de</strong> em<br />

área previamente alcoolizada po<strong>de</strong> ser prejudicada (125), tal como aconteceu em<br />

experiência prévia com essa modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento aplicada a doenças da tireói<strong>de</strong> (163).<br />

Sendo assim, até o momento, a injeção percutânea <strong>de</strong> etanol <strong>de</strong>ve ser reservada aos<br />

enfermos sem condições clínicas para a abordagem cirúrgica e, <strong>de</strong> preferência, ser<br />

conduzida em hospitais universitários, como projeto <strong>de</strong> pesquisa. Alguns autores têm<br />

estudado a injeção direta <strong>de</strong> calcitriol nas paratireói<strong>de</strong>s (126). Seu modo <strong>de</strong> atuação talvez<br />

envolva o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> receptores <strong>de</strong> calcitriol e possivelmente não envolve a<br />

<strong>de</strong>struição do tecido (126) Essa forma <strong>de</strong> tratamento é interessante do ponto <strong>de</strong> vista<br />

fisiopatológico e ainda parece pouco investigada. Abre nova perspectiva para estudos e<br />

para a prática clínica.<br />

Antes da operação é fundamental que haja segurança no diagnóstico do HPT 2 , alicerçado nos<br />

dados clínicos e laboratoriais. Os critérios para o tratamento cirúrgico estabelecem-se após<br />

tentativa <strong>de</strong> tratamento clínico ou na impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>le. As indicações para operação,<br />

adotadas no presente estudo, seguiram os padrões da literatura (13, 94, 140, 227, 228). O<br />

diagnóstico correto é importante, pois a paratireoi<strong>de</strong>ctomia, realizada em doentes sem HPT 2 ,<br />

além <strong>de</strong> não trazer melhora dos sintomas, po<strong>de</strong> piorar sua evolução (49, 102, 122). A dor óssea<br />

e a hipercalcemia po<strong>de</strong>m relacionar-se apenas à intoxicação alumínica (111). Os <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong><br />

amilói<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m causar artropatia difusa, cistos ósseos e fraturas (50, 208).<br />

O tempo <strong>de</strong> permanência em diálise parece relacionar-se com a progressão do<br />

HPT 2 , em alguns casos (89). Dados do registro da Associação Européia <strong>de</strong> Diálise e<br />

Transplante <strong>de</strong> 1991 indicaram que 15% dos doentes foram submetidos a<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia após 10 anos <strong>de</strong> diálise, com aumento para 38% após 20 anos (73<br />

apud 220). Porém, o tempo <strong>de</strong> diálise, variável entre um e 14 anos, observado no


presente estudo, aponta que outros fatores <strong>de</strong>vem ser mais importantes para favorecer<br />

a forma <strong>de</strong>scontrolada da doença, a que <strong>de</strong>manda tratamento por cirurgia. Essa<br />

variação no tempo <strong>de</strong> diálise também foi encontrada em outros estudos (45, 54, 87, 94,<br />

100, 105, 117, 128, 137, 138, 139, 169, 171, 211, 220, 246, 247).<br />

O predomínio da hemodiálise sobre a diálise peritoneal, encontrados nesta e em<br />

outras casuísticas (45, 54, 57, 117, 220, 246), sugere a importância daquela<br />

modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> terapia <strong>de</strong> substituição renal na progressão do HPT 2 . Um fator a ser<br />

cogitado para justificar a diferença é a maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cálcio no banho da diálise<br />

peritoneal, que inibiria a progressão do HPT 2 e pelo contrário, acarretaria maior<br />

incidência <strong>de</strong> doenças <strong>de</strong> baixo remanejamento ósseo (106, 210). Há autores que<br />

creditam a prevenção do HPT 2 à diálise peritoneal pelo seu caráter contínuo, com<br />

melhor remoção do PTH e do alumínio(92).<br />

Outro aspecto <strong>de</strong> interesse foi que nenhum doente operado era diabético,<br />

embora a nefropatia diabética seja <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> prevalência (150). Essa observação está<br />

<strong>de</strong> acordo com a <strong>de</strong> outros autores (45, 54, 56, 87, 137, 169, 188, 228, 246) e são raras<br />

casuísticas com apreciável proporção <strong>de</strong> diabéticos (32, 131). Demonstrou-se, na<br />

literatura, correlação negativa entre a glicemia e o PTH <strong>de</strong> doentes diabéticos renais<br />

crônicos (150). Para alguns autores, a menor proporção <strong>de</strong> diabéticos com<br />

osteodistrofia associada ao HPT 2 po<strong>de</strong> ter relação com o <strong>de</strong>feito tubular fosfatúrico<br />

associado à doença renal do diabético (92). A importância dos fatores <strong>de</strong> crescimento<br />

no metabolismo ósseo e na gênese da doença óssea do HPT 2 , em especial os fatores<br />

<strong>de</strong> crescimento semelhante à insulina tem sido enfatizada (109). Em diabéticos<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> insulina foi observado que o nível do fator <strong>de</strong> crescimento tipo I<br />

semelhante à insulina (IGF-1) estava diminuído <strong>de</strong>vido à ina<strong>de</strong>quada quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>


insulina e que a função osteoblástica era também diminuída (109). O próprio PTH atua<br />

no osteoblasto e gera a produção <strong>de</strong> fatores locais (106). Essa relação é complexa e<br />

várias substâncias têm sido pesquisadas. Nesse sentido, MACIEL (147) recentemente<br />

mostrou que o PTH po<strong>de</strong> induzir a expressão do ácido ribonucléico mensageiro da<br />

ciclooxigenase 2 e aumentar a produção <strong>de</strong> prostaglandina E2 por osteoblastos<br />

humanos em cultura. O estudo da expressão <strong>de</strong>ssa enzima frente ao estímulo do PTH<br />

em outros tecidos merece ser aprofundado, não só pela relação com o metabolismo<br />

ósseo, mas com outras possíveis doenças, inclusive o câncer (158). No<br />

hiperparatireoidismo primário já houve sugestão <strong>de</strong> maior ocorrência <strong>de</strong> câncer nos<br />

portadores da doença (184).<br />

O mecanismo do HPT 2 parece ser in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da ida<strong>de</strong> da pessoa (89). Em alguns estudos<br />

mostrou-se que há uma tendência à média etária um pouco mais baixa nos casos <strong>de</strong> osteíte<br />

fibrosa, em relação à outras formas <strong>de</strong> distrofia renal (187). Nesta casuística houve ampla<br />

variação da faixa etária, fato também encontrado na literatura (11, 31, 45, 53, 54, 57, 76, 87,<br />

100, 105, 115, 117, 122, 131, 139, 169, 211, 220, 228, 246). Para alguns, as crianças, as<br />

mulheres, portadores <strong>de</strong> doença túbulo-intersticial e aqueles com doença renal <strong>de</strong> progressão<br />

mais lenta, por exemplo rim policístico, apresentam maior risco para <strong>de</strong>senvolver HPT 2 , no<br />

início da fase terminal <strong>de</strong> sua insuficiência renal (92). Houve predomínio do sexo feminino na<br />

presente casuística, semelhante ao <strong>de</strong>scrito por outros autores (45, 87, 117, 131, 202, 232, 246,<br />

247). Em algumas séries houve predomínio masculino (56, 115, 122, 138, 169, 228) e em<br />

outras foram relatadas distribuição praticamente igual entre os dois sexos (31, 34, 54, 94, 100,<br />

105, 124, 139, 174, 211, 220). INDRIDASON et al. (107) observaram que na fase inicial da<br />

diálise, houve maior incremento do PTH nas doentes do sexo feminino. Outro trabalho sugeriu


haver maior sensibilida<strong>de</strong> óssea ao PTH nas mulheres urêmicas, possivelmente por causa da<br />

ausência dos efeitos protetores dos estrógenos (146).<br />

A diferença na faixa etária entre os pacientes do GRUPO TOTAL e do GRUPO AUTOTX foi<br />

influenciada pela seleção dos doentes. A técnica sem implante <strong>de</strong> paratireói<strong>de</strong> foi dirigida a<br />

pacientes com menor chance <strong>de</strong> transplante renal. Esses indivíduos eram em geral mais<br />

velhos, com maior tempo <strong>de</strong> diálise e perfil imunológico menos favorável<br />

(hipersensibilizados), critérios também adotados na literatura (94, 100, 101). Embora houvesse<br />

diferença nas médias etárias, ela foi consi<strong>de</strong>rada irrelevante para o estudo subseqüente, pois a<br />

ampla variação etária e a ausência <strong>de</strong> diferenças significativas nos dados bioquímicos<br />

sugeriram não haver predomínio do fator ida<strong>de</strong> na evolução do HPT 2 . Em relação à ida<strong>de</strong> não<br />

se observou correlação com tempo <strong>de</strong> diálise, tempo <strong>de</strong> sintomas, peso, níveis pré-operatórios<br />

<strong>de</strong> PTH e fosfatase alcalina ou peso das paratireói<strong>de</strong>s extraídas. Outros autores também não<br />

encontraram relação entre o peso das paratireói<strong>de</strong>s e a intensida<strong>de</strong> do hiperparatireoidismo ou<br />

níveis <strong>de</strong> PTH pré-operatórios (87). Embora houvesse correlação entre o peso e o nível <strong>de</strong><br />

fosfatase alcalina, que po<strong>de</strong>ria influenciar a análise, o consumo pós-operatório foi corrigido<br />

pelo peso do paciente. O tempo <strong>de</strong> diálise, outra variável com diferença significativa entre os<br />

dois grupos, apresentou correlação apenas com o tempo <strong>de</strong> sintomas.<br />

A ocorrência <strong>de</strong>ssa forma <strong>de</strong> hiperparatireoidismo em jovens realça, porém,<br />

outro fato importante. A maior expectativa <strong>de</strong> sobrevida e a realida<strong>de</strong> do transplante<br />

renal exigem que o tipo <strong>de</strong> operação empregada controle a doença a longo prazo. Além<br />

disso, há a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transplante renal após a paratireoi<strong>de</strong>ctomia, com mudança<br />

no metabolismo do cálcio e do fósforo. No indivíduo com paratireoi<strong>de</strong>ctomia prévia,<br />

<strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado como se comporta o equilíbrio eletrolítico após receber o<br />

transplante do rim, situação que <strong>de</strong>terminará interrupção da diálise. É importante que


sejam mantidos níveis fisiológicos do cálcio e do fósforo para evitar episódios tetânicos<br />

(128) e o hipoparatireoidismo (88, 242). A paratireoi<strong>de</strong>ctomia não <strong>de</strong>ve adicionar fator<br />

<strong>de</strong>sfavorável para a remo<strong>de</strong>lação óssea, após o transplante renal, que exige a<br />

utilização <strong>de</strong> drogas para reduzir a resposta imunológica, drogas essas que têm<br />

comprovados efeitos prejudiciais à remo<strong>de</strong>lação do tecido ósseo (189). Muito embora a<br />

minoria dos doentes analisados tenha recebido transplante <strong>de</strong> rim após a<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia (três casos), outros autores tiveram maior ocorrência <strong>de</strong> transplante<br />

renal após paratireoi<strong>de</strong>ctomia (105, 139, 243). Mesmo que a proporção <strong>de</strong> transplantes<br />

seja menor na América do Sul (26), o tratamento do hiperparatireoidismo <strong>de</strong>ve sempre<br />

consi<strong>de</strong>rar essa possibilida<strong>de</strong> a longo prazo.<br />

Espera-se, portanto, que após a operação haja melhora rápida dos transtornos<br />

causados pelo HPT 2 e o risco <strong>de</strong> recidiva seja baixo. Além disso, a prescrição <strong>de</strong><br />

compostos <strong>de</strong> cálcio e <strong>de</strong> análogos da vitamina D <strong>de</strong>ve ser feita em doses aceitáveis e<br />

que, mesmo após transplante renal, o indivíduo não apresente complicações<br />

<strong>de</strong>correntes da diminuição ou ausência <strong>de</strong> tecido paratireói<strong>de</strong>o com capacida<strong>de</strong><br />

secretora (139, 243).<br />

Apesar <strong>de</strong> atribuir-se a POLLACK e SIEGEL (191 apud 79) uma das primeiras<br />

operações em osteodistrofia renal, em 1936, e passados mais <strong>de</strong> 30 anos <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rações<br />

sobre o tipo preferencial <strong>de</strong> operação no HPT 2 (188), existem opiniões divergentes e há<br />

<strong>de</strong>fensores da paratireoi<strong>de</strong>ctomia subtotal (56, 247), da paratireoi<strong>de</strong>ctomia total com<br />

autotransplante imediato (57, 202, 205, 228) e da paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem<br />

autotransplante imediato (100, 117; 93, 94, 174, 220, 243). Mesmo variantes técnicas já<br />

foram propostas, como a realização <strong>de</strong> paratireoi<strong>de</strong>ctomia subtotal, com posicionamento do<br />

coto remanescente no subcutâneo (190).<br />

Os resultados foram comparados em relação à ocorrência <strong>de</strong> hipoparatireoidismo e<br />

principalmente quanto à recidiva da doença, caracterizadas pelos sintomas encontrados<br />

(202). A vantagem da paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem autotransplante relaciona-se ao menor<br />

risco <strong>de</strong> recidiva (213).<br />

Os argumentos contrários à essa modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> operação relacionam-se à<br />

possível falta <strong>de</strong> PTH (15, 140, 202, 205, 247). Dois questionamentos principais fizeram


com que a paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem autotransplante fosse abandonada por cerca <strong>de</strong><br />

10 anos: a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reposição <strong>de</strong> cálcio e análogos da vitamina D por toda a<br />

vida e o risco da mineralização óssea <strong>de</strong>ficiente na ausência <strong>de</strong> PTH (140, 205).<br />

Em relação ao primeiro questionamento, o presente estudo analisou os<br />

consumos <strong>de</strong> compostos <strong>de</strong> cálcio e calcitriol em períodos <strong>de</strong>finidos do pós-operatório.<br />

Os resultados observados durante a internação e até 24 meses <strong>de</strong><br />

acompanhamento não mostraram diferença significativa entre as médias dos doentes<br />

submetidos a paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem autotransplante e os valores médios dos<br />

submetidos ao autotransplante imediato, conforme os dados das TABELAS 11, 12 e 13.<br />

Imediatamente após a operação, todos os doentes analisados exigiram<br />

reposição oral e endovenosa <strong>de</strong> cálcio e oral <strong>de</strong> calcitriol. Tanto o consumo bruto,<br />

quanto os consumos ajustados pelo peso dos doentes foram semelhantes entre os dois<br />

grupos. Em média, os consumos foram próximos a 690 mg/d <strong>de</strong> cálcio endovenoso, <strong>de</strong><br />

cerca <strong>de</strong> 7,5 g/d <strong>de</strong> cálcio oral e <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 2,5 μg/d <strong>de</strong> calcitriol, nessa fase.<br />

Consi<strong>de</strong>rado o período pós-operatório durante a internação, ESSELSTYN e POPOWNIAK<br />

(69) recomendavam uso <strong>de</strong> gluconato <strong>de</strong> cálcio endovenoso cerca <strong>de</strong> 5g/d, gluconato <strong>de</strong> cálcio<br />

oral <strong>de</strong> 6 a 12g/d, cloreto <strong>de</strong> cálcio no banho da diálise e vitamina D 50.000 a 100.000<br />

unida<strong>de</strong>s ao dia. SHPITZ et al. (211) relataram consumo <strong>de</strong> cálcio endovenoso médio <strong>de</strong> 1600<br />

mg/d, <strong>de</strong> 3,5 g/d <strong>de</strong> cálcio oral. LITCHMAN et al. (138) <strong>de</strong>screveram uso <strong>de</strong> 1,93 g/d <strong>de</strong><br />

cálcio elemento em média na primeira semana após paratireoi<strong>de</strong>ctomia. CLAIR et al. (34)<br />

<strong>de</strong>monstraram em estudo prospectivo a utilida<strong>de</strong> do calcitriol no pós-operatório. Esses autores<br />

recomendavam dose inicial <strong>de</strong> cálcio oral <strong>de</strong> 8,0 g/d e calcitriol 2,0 μg/d, com doses máximas<br />

<strong>de</strong> 16 g/d <strong>de</strong> cálcio oral, 4,0 μg/d <strong>de</strong> calcitriol e 12,0 g/d <strong>de</strong> gluconato <strong>de</strong> cálcio endovenoso.<br />

GAGNÉ et al. (87) mostraram que doentes submetidos a paratireoi<strong>de</strong>ctomia total com


autotransplante consumiram em média cerca <strong>de</strong> 12 g/d <strong>de</strong> cálcio (oral e endovenoso) e 2,8 μg<br />

<strong>de</strong> alfacalcidol, médias superiores ao consumo <strong>de</strong> doentes com ressecção subtotal. KAYE et<br />

al. (117) referiram que nos casos mais graves ministravam 3 μg/d <strong>de</strong> calcitriol, dois litros <strong>de</strong><br />

leite, 3 a 4 g <strong>de</strong> cálcio elemento e , caso ainda necessário, 400 a 800 mg <strong>de</strong> cálcio endovenoso.<br />

SUGANO (221) fez referência à infusão endovenosa <strong>de</strong> cálcio <strong>de</strong> 2 a 6 mg/kg/ hora, ou seja,<br />

48 a 114 mg/kg/d, superior à média observada no presente estudo, que situou-se entre 12,5 e<br />

16,1 mg/kg/d.<br />

O uso do cálcio oral nesta casuística aproximou-se em média ao proposto por CLAIR et al.<br />

(34), e po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado alto. A relação entre o cálcio ingerido e absorvido não é linear,<br />

com a curva <strong>de</strong> absorção em função da ingesta aumentando rapidamente em baixas doses, mas<br />

sem alcançar um platô. Essa absorção intestinal mostrou-se estar diminuída na insuficiência<br />

renal, em relação à <strong>de</strong> indivíduos normais (135). Observou-se em doentes renais crônicos que<br />

o uso <strong>de</strong> calcitriol em doses crescentes eleva a absorção <strong>de</strong> cálcio <strong>de</strong> modo crescente (21).<br />

Entretanto, alguns doentes po<strong>de</strong>m não tolerar o composto oral e <strong>de</strong>senvolver diarréia ou<br />

náuseas (53).<br />

O conhecimento dos efeitos das altas doses <strong>de</strong> cálcio oral e <strong>de</strong> calcitriol após a<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia tem interesse prático, pois o uso <strong>de</strong> cálcio endovenoso em altas<br />

doses associa-se a riscos. Po<strong>de</strong>m ocorrer flebite superficial (221) ou necrose <strong>de</strong> pele no<br />

extravasamento em veias periféricas, como foi observado em um caso <strong>de</strong>sta série e<br />

também por HIGGINS et al. (100). Há sugestão para uso <strong>de</strong> calcitriol e cálcio oral dias<br />

antes da operação para evitar infusões endovenosas concentradas <strong>de</strong> cálcio, com risco<br />

<strong>de</strong> calcificações pulmonares, em função dos altos níveis que chegam à circulação<br />

arterial pulmonar (120). Visto que não há homogeneida<strong>de</strong> na forma <strong>de</strong> suplementação


<strong>de</strong> cálcio e vitamina D após a paratireoi<strong>de</strong>ctomia, estudos prospectivos são<br />

recomendáveis.<br />

Os consumos <strong>de</strong> cálcio e <strong>de</strong> calcitriol foram respectivamente muito semelhantes<br />

entre os dois grupos durante a internação, fato comentado por outros autores (171).<br />

Essa observação não é surpreen<strong>de</strong>nte. Do ponto <strong>de</strong> vista teórico, no pós-operatório<br />

imediato, tanto os pacientes do GRUPO TOTAL como os do GRUPO AUTOTX não<br />

tinham produção efetiva <strong>de</strong> PTH, muito embora haja referência <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção do<br />

hormônio no antebraço com autotransplante em até sete dias após a operação (241).<br />

Na verda<strong>de</strong> o GRUPO AUTOTX consumiu em média mais cálcio que o grupo sem<br />

autotransplante. É possível que talvez apresentassem doença óssea mais intensa, visto<br />

que havia níveis pré-operatórios mais elevados <strong>de</strong> fosfatase alcalina nesse grupo, ainda<br />

que a diferença não tenha alcançado significância estatística. Mesmo no<br />

hiperparatireoidismo primário já foi observada correlação positiva entre a fosfatase<br />

alcalina e necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cálcio pós-operatório (3). Vários autores relacionaram a<br />

intensida<strong>de</strong> da hipocalcemia após paratireoi<strong>de</strong>ctomia com a intensida<strong>de</strong> da doença<br />

óssea e o nível pré-operatório da fosfatase alcalina (34, 53, 76, 87, 117, 211).<br />

No presente trabalho, observou-se correlação positiva entre o nível pré-operatório <strong>de</strong> fosfatase<br />

alcalina e os consumos <strong>de</strong> cálcio oral corrigido pelo peso, <strong>de</strong> cálcio endovenoso bruto e<br />

corrigido pelo peso do paciente (Anexo). Esse conhecimento po<strong>de</strong> ser útil para prever em<br />

quais doentes espera-se maior consumo <strong>de</strong> cálcio, e evitar o risco <strong>de</strong> hipocalcemia severa após<br />

a alta hospitalar (119). DAWBORN et al. (53) propuseram ajustar a dose <strong>de</strong> cálcio<br />

endovenoso <strong>de</strong> acordo com diferentes níveis <strong>de</strong> elevação da fosfatase alcalina.<br />

Os consumos <strong>de</strong> cálcio oral e calcitriol no pós-operatório tardio foram<br />

semelhantes, em média inferiores no GRUPO TOTAL, exceto no consumo <strong>de</strong> cálcio


aos 12 meses, quando os dois grupos apresentaram medidas praticamente idênticas<br />

(TABELAS 12 e 13). Até 24 meses po<strong>de</strong>-se observar que 100% dos pacientes tomavam<br />

cálcio. Nesse mesmo período, enquanto apenas 20,0% dos doentes recebiam calcitriol<br />

no GRUPO TOTAL, cerca <strong>de</strong> 71,4% dos casos do GRUPO AUTOTX tinham<br />

suplementação da vitamina. KAYE et al. (118) relataram uso <strong>de</strong> cálcio em 77,8% dos<br />

pacientes submetidos a paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem autotransplante (média <strong>de</strong> 2,1 g/d)<br />

e nenhum recebia calcitriol. NICHOLSON et al.(174) relataram reposição <strong>de</strong> cálcio e<br />

calcitriol em 20% e 70% dos pacientes submetidos a paratireoi<strong>de</strong>ctomia total com o<br />

autotransplante cerca <strong>de</strong> 24 meses após a operação. Para doentes submetidos a<br />

ressecção sem autotransplante esses índices foram respectivamente <strong>de</strong> 31% e 81%.<br />

STRACKE et al.(220) relataram reposição <strong>de</strong> cálcio em 20% e reposição <strong>de</strong> calcitriol<br />

em 65% dos pacientes submetidos a paratireoi<strong>de</strong>ctomia total.<br />

Durante muito tempo, seguiu-se o pensamento <strong>de</strong> que o tratamento cirúrgico do<br />

hiperparatireoidismo secundário <strong>de</strong>veria propiciar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suspensão<br />

completa <strong>de</strong> compostos <strong>de</strong> cálcio e análogos da vitamina D (202), <strong>de</strong> modo semelhante<br />

ao que se preten<strong>de</strong> no tratamento do hiperparatireoidismo primário. Nessa condição,<br />

acreditava-se que após a paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem autotransplante seria impossível<br />

manter o doente sem reposição <strong>de</strong> cálcio e análogos da vitamina D (171, 247). Os<br />

resultados eram comparados em relação à ocorrência <strong>de</strong> hipercalcemia (consi<strong>de</strong>rada<br />

recidiva) e hipocalcemia (consi<strong>de</strong>rada como hipoparatireoidismo) (202). Essa última<br />

ocorrência era esperada após paratireoi<strong>de</strong>ctomia total. Constituiria, pois, um fator<br />

inevitável e <strong>de</strong>sfavorável à técnica.<br />

O melhor entendimento da fisiopatologia da doença e o conhecimento da<br />

intoxicação por alumínio orientam a estratégia atual no doente em diálise com elevação


do PTH: uso regular <strong>de</strong> calcitriol e quelantes do fósforo a base <strong>de</strong> cálcio (2). Desse<br />

modo, a reposição <strong>de</strong> cálcio e calcitriol após a paratireoi<strong>de</strong>ctomia em doentes renais<br />

crônicos é recomendada por alguns autores para evitar a recidiva do<br />

hiperparatireoidismo (56, 101, 131, 173, 228, 247).<br />

Após paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem autotransplante há opiniões divergentes quanto ao uso <strong>de</strong><br />

cálcio e calcitriol. KAYE et al. (118) utilizavam apenas cálcio, pelo risco <strong>de</strong> elevar muito a<br />

fosfatemia. Como comentado, NICHOLSON et al.(174) e STRACKE et al. (220) utilizavam<br />

muito mais o calcitriol do que compostos <strong>de</strong> cálcio. Esse último grupo apontou o uso do<br />

calcitriol como um fator favorável para o metabolismo ósseo normal (220), em concordância<br />

com outros autores (94). Embora os osteoblastos maduros tenham receptores nucleares <strong>de</strong><br />

calcitriol, o efeito <strong>de</strong>ste no tecido ósseo parece ser indireto, ou seja, através da manutenção <strong>de</strong><br />

níveis <strong>de</strong> cálcio e fósforo extracelulares a<strong>de</strong>quados para a mineralização (104).<br />

As concentrações médias <strong>de</strong> cálcio e fósforo não foram diferentes entre os dois<br />

grupos, como foi observado por outros autores (117, 171, 174, 220).<br />

A análise do comportamento pós-operatório <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cada grupo, permite,<br />

entretanto, algumas observações.<br />

Conforme observa-se na TABELA 17, houve redução do nível do cálcio no pósoperatório.<br />

Essa redução não foi significativa no GRUPO TOTAL. No GRUPO AUTOTX<br />

ela permaneceu significativa até 12 meses da operação. Nas fases iniciais após a<br />

operação, reverte-se a situação em que o cálcio era retirado do tecido ósseo e a<br />

hipocalcemia parece relacionar-se à intensa <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> cálcio no osso, <strong>de</strong>nominada<br />

“fome óssea”(76, 117, 119). A redução dos níveis <strong>de</strong> cálcio é observada com gran<strong>de</strong><br />

freqüência (16, 24, 53, 54, 56, 57, 72, 76, 79, 82, 94, 100, 117, 122, 139, 171, 173, 174,<br />

180, 202, 220, 243, 246, 247, 249). Nesse sentido, LLACH (140) comentou que a falta


<strong>de</strong> redução significativa do cálcio após a operação sugere que muito tecido<br />

paratireói<strong>de</strong>o foi <strong>de</strong>ixado no local ou que o tipo <strong>de</strong> doença óssea não era osteíte fibrosa<br />

severa. A primeira eventualida<strong>de</strong> justificou o critério <strong>de</strong> excluir da análise casos em que<br />

não foram retiradas pelo menos quatro paratireói<strong>de</strong>s, pois sua evolução bioquímica ou<br />

consumos estariam mais próximos da ressecção subtotal, do que dos dois tipos <strong>de</strong><br />

operação que se preten<strong>de</strong>u estudar.<br />

Há interesse em observar que na presente série, 27,5% dos doentes tinham<br />

hipercalcemia no pré-operatório, semelhante aos 26% <strong>de</strong> doentes na mesma situação<br />

referidos por TOMINAGA et al.(228). A tendência a hipercalcemia parece menor na<br />

população estudada no Brasil (168) em relação a outros países, on<strong>de</strong> a hipercalcemia<br />

irreversível foi a indicação mais freqüente para operação, com taxas próximas <strong>de</strong><br />

75%(11, 202). A causa <strong>de</strong>ssa diferença po<strong>de</strong> estar relacionada à ingesta, com carência<br />

nutricional, já sugerida em outros estudos em doentes renais (111). Não obstante<br />

casuísticas recentes mostrem hipercalcemia em gran<strong>de</strong> proporção <strong>de</strong> doentes (247),<br />

vale ressaltar que nas séries mais antigas, a hipercalcemia po<strong>de</strong>ria estar relacionada à<br />

<strong>de</strong>posição <strong>de</strong> alumínio no osso e não ao HPT 2 (140), uma vez que poucos doentes<br />

tinham sua doença caracterizada por biópsia óssea antes da operação (75).<br />

Quanto à dosagem <strong>de</strong> fósforo, a TABELA 18 mostra que, em média, houve<br />

redução significativa <strong>de</strong>sses níveis no período entre o décimo quinto e o trigésimo dia<br />

pós-operatório, para os dois grupos. Entretanto, somente no GRUPO AUTOTX essa<br />

diferença permaneceu significativa até 24 meses, quando comparada à média préoperatória.<br />

No GRUPO TOTAL não foi observada diferença a partir <strong>de</strong> três meses. A<br />

elevação da fosfatemia após paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem autotransplante ocorreu em<br />

80% dos casos do grupo <strong>de</strong> STRACKE (220), mas não há dados claros sobre o nível


<strong>de</strong>ssa elevação. LLACH (140) correlacionou a redução do nível sangüíneo do fósforo<br />

após paratireoi<strong>de</strong>ctomia à sua menor mobilização óssea ou ao seu aumento no osso.<br />

Embora muitos fatores possam ter interferido no resultado presentemente observado,<br />

entre eles a dieta, o consumo <strong>de</strong> carbonato <strong>de</strong> cálcio, <strong>de</strong> calcitriol e a duração da<br />

sessão <strong>de</strong> diálise (141), po<strong>de</strong>-se cogitar que os ossos <strong>de</strong>sses doentes talvez tenham<br />

incorporado menos fósforo, e <strong>de</strong>sse modo, contribuído para elevação dos níveis<br />

circulantes. Esse fato, a menor incorporação <strong>de</strong> fósforo, estaria <strong>de</strong> acordo com a<br />

redução mais rápida da fosfatase alcalina observada no GRUPO TOTAL, que talvez<br />

espelhe a redução da remo<strong>de</strong>lação óssea (47, 81), provocada pela menor ativida<strong>de</strong> do<br />

PTH (238).<br />

O controle do nível <strong>de</strong> fósforo é importante, pois BLOCK et al.(17) mostraram<br />

que pacientes com nível <strong>de</strong> fósforo acima <strong>de</strong> 6,5 mg/dl apresentam risco <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong><br />

aumentado em 27%, quando comparados a doentes com os níveis entre 2,4 a 6,5<br />

mg/dl. O risco mostrou-se in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do nível <strong>de</strong> PTH. Não foram i<strong>de</strong>ntificados os<br />

mecanismos para a mortalida<strong>de</strong>, porém esses autores sugeriram relação com o produto<br />

cálcio x fósforo elevado. Esse produto reduziu-se em geral, com média pós-operatória<br />

<strong>de</strong> 53,7 mg 2 /dl 2 , nos casos da presente análise e essa evolução também foi observado<br />

por outros autores (54).<br />

Em relação à fosfatase alcalina, em média, observou-se elevação <strong>de</strong> seus níveis<br />

até 30 dias após a operação, já <strong>de</strong>scrita em outros estudos (31, 76, 87, 171, 228, 232).<br />

Atribuiu-se a elevação da fosfatase alcalina no pós-operatório à ativida<strong>de</strong> osteoblástica<br />

e à mineralização óssea (31, 76, 232). LLACH (140) notou que três pacientes tratados<br />

com calcitriol por via endovenosa previamente à operação não apresentaram elevação<br />

transitória da fosfatase alcalina no pós-operatório, diferentemente <strong>de</strong> doentes que


eceberam a substância por via oral. A elevação do nível <strong>de</strong> fosfatase alcalina também<br />

parece ser menos intensa nos doentes com alumínio <strong>de</strong>tectado na biópsia óssea préoperatória<br />

(232).<br />

Após esse período, houve redução significativa da fosfatase alcalina nos dois<br />

grupos, <strong>de</strong>terminada a partir do terceiro mês. No GRUPO TOTAL a redução foi mais<br />

rápida. Em média ela normalizou-se e chegou a apresentar diferença significativa seis<br />

meses após a operação em relação ao GRUPO AUTOTX. Esse comportamento talvez<br />

esteja relacionado à já referida remo<strong>de</strong>lação óssea diminuída. A redução progrediu e<br />

ambos grupos apresentaram valores médios normais 12 meses após a<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia, em concordância com os dados da literatura (53, 57, 122, 171, 202,<br />

228)<br />

Os níveis <strong>de</strong> PTH reduziram-se significativamente no pós-operatório, para ambos<br />

os grupos. Nos doentes com autotransplante a concentração média sistêmica foi <strong>de</strong><br />

84,4 pg/ml. No GRUPO TOTAL esse valor teve média igual a 1,0 pg/ml, que é muito<br />

baixo e po<strong>de</strong>ria ser consi<strong>de</strong>rado zero, pelas próprias possibilida<strong>de</strong>s discriminativas do<br />

método (111).<br />

O hipoparatireoidismo, <strong>de</strong>finido aqui como concentração <strong>de</strong> PTH inferior a 10,0<br />

pg/ml, foi <strong>de</strong>tectado em 20% dos doentes do GRUPO AUTOTX. A mesma taxa foi<br />

referida por TOLEDO (225), que relatou quadro <strong>de</strong> hipoparatireoidismo em um caso, <strong>de</strong><br />

cinco renais crônicos submetidos a paratireoi<strong>de</strong>ctomia total e autotransplante <strong>de</strong><br />

paratireói<strong>de</strong>. A taxa também foi semelhante à <strong>de</strong> GAGNÉ et al. (87), que observaram<br />

29% <strong>de</strong> hipoparatireoidismo, <strong>de</strong>finido pelo PTH dosado após pelo menos um ano. As<br />

taxas <strong>de</strong>scritas na literatura variaram <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1,2% (236) até 42,8%(221). É digno <strong>de</strong><br />

nota o registro <strong>de</strong> um período com funcionamento aparentemente normal seguido da


progressiva perda <strong>de</strong> função do autotransplante e hipoparatireoidismo, em alguns casos<br />

da presente série. O mesmo ocorreu a outros autores (169) e talvez relacione-se a<br />

substituição do tecido transplantado por fibrose ou por tecido adiposo (68, 207). ELLIS<br />

(68) questionou o possível efeito inibitório do calcitriol nessa evolução e consi<strong>de</strong>rou<br />

pouco provável que o alumínio circulante pu<strong>de</strong>sse ter inibido esse tecido, pois mesmo<br />

em doentes intoxicados pelo metal foi notada hiperplasia <strong>de</strong> alguns transplantes.<br />

A incidência <strong>de</strong> hipoparatireoidismo observada <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada alta, e<br />

medidas <strong>de</strong>vem ser tomadas para reduzi-la. A tentativa <strong>de</strong> reduzir o hipoparatireoidismo<br />

após paratireoi<strong>de</strong>ctomia total com autotransplante po<strong>de</strong>, contudo, implicar em aumento<br />

das taxas <strong>de</strong> recidiva.<br />

A própria <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> recidiva não é clara na literatura. ROTHMUND et al.(201) sugeriram<br />

que a recidiva consistia no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sintomas típicos da doença, <strong>de</strong> modificações<br />

nos exames bioquímicos (hipercalcemia ou elevação da fosfatase alcalina) e na presença <strong>de</strong><br />

sinais radiológicos (reabsorção subperiostal). O critério tem falhas pois a presença <strong>de</strong> dor<br />

óssea e <strong>de</strong> hipercalcemia po<strong>de</strong>m ser atribuídas a outros fatores, como, por exemplo, a<br />

intoxicação por alumínio (123). HENRY et al. (95) caracterizavam a recidiva <strong>de</strong> forma<br />

semelhante, porém mais precisa, ou seja, os sintomas <strong>de</strong>veriam estar associados a elevação do<br />

PTH. Esses autores alertavam para a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> diagnóstico da recidiva <strong>de</strong>vida ao implante<br />

(95). GAGNÉ et al. (87) <strong>de</strong>finiram recidiva como a observação <strong>de</strong> níveis <strong>de</strong> PTH superiores a<br />

duas vezes o limite superior para o método. TOMINAGA et al. (228) caracterizaram a recidiva<br />

como elevação do PTH após período <strong>de</strong> redução pós-operatório e ela seria <strong>de</strong>vida ao<br />

autotransplante se houvesse gradiente significativo entre os dois antebraços, cintilografia<br />

positiva no implante e nódulo palpável. WALGENBACH et al. (237) estudaram<br />

prospectivamente a função do tecido autotransplantado e observaram que <strong>de</strong> nove pacientes


com recidiva <strong>de</strong>vida ao autotransplante, seis apresentavam gradiente superior a 20. Esse grupo<br />

referiu que um <strong>de</strong>terminado valor <strong>de</strong> normalida<strong>de</strong> para o gradiente é ainda <strong>de</strong>sconhecido,<br />

porém relembraram que em pessoas normais a razão entre a concentração <strong>de</strong> PTH na veia<br />

tireoidéia inferior po<strong>de</strong> ser 20 vezes maior que a da circulação em outras veias. Alguns autores<br />

têm realizado o autotransplante na região pré-esternal (124), posição que impe<strong>de</strong> a<br />

comparação <strong>de</strong> níveis. Nessa situação há perda da dosagem do PTH no local do implante e o<br />

diagnóstico <strong>de</strong> recidiva atribuída a ele fica dificultado.<br />

Os critérios para recidiva do hiperparatireoidismo estabelecidos no presente trabalho foram<br />

originais, isto é, não há uma referência na literatura. Eles se apoiaram nas informações<br />

emitidas por outros autores (58, 95, 201, 228, 237, 238) e a experiência adquirida na prática<br />

clínica, com os doentes operados.<br />

O primeiro critério estabeleceu o limite do nível máximo <strong>de</strong> PTH em três vezes o<br />

limite superior do método. A adoção <strong>de</strong>sse valor, muitas vezes superior ao da<br />

população normal, justificou-se pela conhecida resistência óssea ao PTH (18, 78, 152,<br />

238).<br />

O segundo critério levou em consi<strong>de</strong>ração a presença <strong>de</strong> sintoma clínico, com<br />

dosagem do PTH sistêmico superior a duas vezes o limite do método. A presença dos<br />

sintomas em associação à elevação do PTH concorda com os autores supra citados<br />

(95, 201).<br />

Para caracterizar recidiva <strong>de</strong>vida ao transplante, <strong>de</strong>finiu-se a produção excessiva<br />

do enxerto como 20 vezes o limite superior do método, a partir da observação <strong>de</strong><br />

WALGENBACH et al. (237).<br />

Os critérios foram apoiados nos conhecimentos existentes, porém há evidências que mesmo<br />

níveis circulantes <strong>de</strong> PTH em torno <strong>de</strong> 300 pg/ml não sejam <strong>de</strong>letérios ao osso no paciente


enal crônico (238). Outros autores mostraram que não há limite rígido e muitos esperam até<br />

níveis maiores <strong>de</strong> PTH para tratamento mais agressivo(58).<br />

Dessa forma fica claro que não há consenso absoluto. Há, portanto, necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

estabelecimento <strong>de</strong> melhores critérios para caracterização mais precisa da recidiva do<br />

hiperparatireoidismo. Assim, é possível propor a criação <strong>de</strong> um índice, através da atribuição <strong>de</strong><br />

pontos a <strong>de</strong>terminados dados no pós-operatório (atribuição <strong>de</strong> pesos), cuja soma permita<br />

estabelecer o diagnóstico. Por analogia a outros índices <strong>de</strong>senvolvidos com outras finalida<strong>de</strong>s<br />

(80), tal índice po<strong>de</strong>ria classificar os pacientes com recidiva inequívoca, suspeitos <strong>de</strong> recidiva<br />

e sem recidiva. Esse índice, além <strong>de</strong> orientar a conduta terapêutica, permitiria melhor<br />

comparação dos resultados entre diversas instituições.<br />

Com os critérios empregados, a taxa <strong>de</strong> recidiva do estudo em questão foi <strong>de</strong> 8,7%, idêntica a<br />

<strong>de</strong> outros autores (105). Na literatura, a média <strong>de</strong> recidiva <strong>de</strong>vida ao autotransplante está em<br />

torno <strong>de</strong> 7,8% (176). O tratamento inicial da recidiva <strong>de</strong>vida ao autotransplante por ressecção<br />

parcial, ao invés da retirada completa em um único tempo, também foi preconizado por outros<br />

autores (241).<br />

Quanto aos fatores que possivelmente influem na ocorrência <strong>de</strong> recidiva, TOMINAGA et al.<br />

(228) mostraram aumento <strong>de</strong> suas taxas proporcionalmente ao tempo do implante, a saber:<br />

10% aos três anos, 20% em cinco anos e 30% em sete anos. GAGNÉ et al. (87) observaram<br />

maior possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recidiva nos doentes com formas nodulares <strong>de</strong> hiperplasia.<br />

TOMINAGA et al. (228) <strong>de</strong>mostraram que o implante <strong>de</strong> tecido com hiperplasia nodular<br />

apresentou recidiva <strong>de</strong> 60% em 10 anos, enquanto que o tecido com hiperplasia difusa<br />

apresentou recidiva <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 20% no mesmo período. Em outra pesquisa, TOMINAGA et<br />

al. (226) mostraram que o tecido nodular tem maior potencial <strong>de</strong> crescimento e <strong>de</strong>ve ser


evitado. Sabe-se também que a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> receptores <strong>de</strong> vitamina D nas áreas nodulares está<br />

diminuída (86). Nesse sentido, justifica-se que a seleção do material a ser implantado <strong>de</strong>ve ser<br />

criteriosa (68, 177, 221, 235).<br />

A <strong>de</strong>tecção microscópica <strong>de</strong> hiperplasia nodular, no presente material, envolveu 36,6% das<br />

paratireói<strong>de</strong>s examinadas, com relatório suficientemente completo. A maior presença <strong>de</strong><br />

formas nodulares foi encontrada junto a áreas <strong>de</strong> hiperplasia difusa. Esse fato dá suporte ao<br />

raciocínio fisiopatológico <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento difuso numa primeira fase e subseqüente<br />

transformação para áreas <strong>de</strong> hiperplasia nodular (61, 85, 87). Essas áreas nodulares<br />

apresentam maior capacida<strong>de</strong> proliferativa (143). Houve evidência <strong>de</strong> que a progressão do<br />

hiperparatireoidismo envolveria uma mutação por perda <strong>de</strong> alelo no cromossomo 11 (70),<br />

embora outros autores não tenham tido o mesmo resultado (71, 209). A expressão da proteína<br />

p53 também foi encontrada em células hiperplásicas <strong>de</strong> doentes renais, mas não <strong>de</strong> maneira<br />

exclusiva em relação a outros tumores (116). Mesmo não conhecido o exato mecanismo,<br />

acredita-se haver <strong>de</strong>senvolvimento monoclonal <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma área prévia <strong>de</strong> crescimento<br />

policlonal (229). Relacionou-se o <strong>de</strong>senvolvimento monoclonal com as áreas nodulares (33).<br />

Mesmo assim, ARNOLD et al. (9) mostraram crescimento monoclonal em pelo menos 62%<br />

das glândulas paratireói<strong>de</strong>s <strong>de</strong> doentes urêmicos, cujo aspecto era <strong>de</strong> hiperplasia difusa. Essa<br />

última observação permite consi<strong>de</strong>rar coerente o achado do presente trabalho, on<strong>de</strong> a maioria<br />

das paratireói<strong>de</strong>s apresentou aspecto histológico <strong>de</strong> hiperplasia difusa, muito embora os<br />

doentes tivessem quadro clínico e laboratorial <strong>de</strong> hiperparatireoidismo severo. De fato, SHAN<br />

et al. (209) mostraram que os achados patológicos (nódulos e ausência ou presença <strong>de</strong> tecido<br />

adiposo) não foram úteis para distinção entre proliferação monoclonal e policlonal. Esse dado<br />

ressalta um dos problemas que se apresenta à equipe cirúrgica envolvida no tratamento do<br />

hiperparatireoidismo: no momento atual, são poucas as informações obtidas com a técnica


histológica convencional. O tamanho das paratireói<strong>de</strong>s encontradas po<strong>de</strong> ser assimétrico (161),<br />

isto é, em alguns casos há glândulas muito próximas do tamanho normal e, às vezes, somente<br />

uma muito aumentada. A interpretação <strong>de</strong>ssa assimetria como um a<strong>de</strong>noma <strong>de</strong> paratireói<strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong> sugestionar o cirurgião e levá-lo a excisão simples <strong>de</strong> um “a<strong>de</strong>noma”, com recidiva<br />

futura do hiperparatireoidismo, como já documentado na literatura (61). A tentativa <strong>de</strong><br />

distinção entre hiperplasia e a<strong>de</strong>noma através <strong>de</strong> métodos morfológicos é difícil (39). Disso<br />

<strong>de</strong>corre que não se <strong>de</strong>ve esperar do exame intra-operatório pelo método da congelação mais do<br />

que a confirmação <strong>de</strong> que o tecido enviado para exame correspon<strong>de</strong> a paratireói<strong>de</strong>, embora em<br />

raras situações, a informação <strong>de</strong> intensa atipia e figuras <strong>de</strong> mitose freqüentes possa evitar o<br />

implante <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> tecido (68). A extensão da ressecção alicerça-se no conhecimento da<br />

fisiopatologia e da evolução natural da doença.<br />

Mesmo a <strong>de</strong>terminação microscópica <strong>de</strong> que o material examinado trate-se <strong>de</strong><br />

paratireói<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser difícil, no exame intra-operatório, pelo método da congelação. Em<br />

alguns casos <strong>de</strong> hiperplasia já foram observadas formações foliculares com conteúdo<br />

colói<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ntro da paratireói<strong>de</strong> (38). A confirmação <strong>de</strong> que o material representa<br />

paratireói<strong>de</strong>, porém, já é suficientemente importante para o cirurgião, uma vez que a<br />

<strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> todo tecido paratireói<strong>de</strong>o é importante para o resultado da operação e seu<br />

uso é comum a vários grupos (54, 56, 105, 115, 131, 157, 169, 173, 174, 202, 228). Se<br />

no hiperparatireoidismo primário, a experiência do cirurgião po<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar que a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> confirmação histológica durante a operação seja excepcional e que<br />

paratireói<strong>de</strong>s normais não sejam traumatizadas (41), AUBERT et al. (11) já<br />

salientavam, em 1974, a importância <strong>de</strong> documentação histológica do tecido retirado<br />

nas operações em HPT 2 . Quando menos do que quatro glândulas paratireói<strong>de</strong>s foram<br />

ressecadas, DONCKIER et al. (60) observaram que <strong>de</strong> 16 pacientes, apenas dois


permaneceram sem <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> PTH e dois outros <strong>de</strong>mandaram reoperação. Disso,<br />

aqueles autores recomendaram não proce<strong>de</strong>r ao autotransplante imediato, quando nem<br />

todas as paratireói<strong>de</strong>s são i<strong>de</strong>ntificadas. Quando há, porém, necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> operar<br />

novamente esses pacientes, alguns autores sugeriram realizar a operação também sem<br />

o autotransplante e encaminhar o tecido retirado para criopreservação (88).<br />

Embora o avanço tecnológico tenha permitido suspeitar que no aspecto molecular a perda do<br />

controle fisiológico da secreção <strong>de</strong> PTH esteja relacionada a <strong>de</strong>senvolvimento neoplásico<br />

(209), a localização <strong>de</strong> todo tecido paratireói<strong>de</strong>o é o fato mais importante para o a<strong>de</strong>quado<br />

tratamento (56, 101, 228). A iniciativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir as possibilida<strong>de</strong>s morfológicas <strong>de</strong> acordo<br />

com o tipo <strong>de</strong> hiperparatireoidismo tem seu valor como importante instrumento didático para<br />

os iniciantes(44), embora não possa ser aplicada a alguns casos operados.<br />

A associação do HPT 2 com doenças da tireói<strong>de</strong> (115), encontrada com gran<strong>de</strong> freqüência na<br />

casuística atual, também é um fator que realça a colaboração do médico patologista, para<br />

exame o intra-operatório. Em relação ao bócio, em doentes renais crônicos há registro <strong>de</strong> até<br />

60% <strong>de</strong> prevalência (113). A ocorrência em 17 casos, <strong>de</strong>terminou 63,0% em relação às 27<br />

ressecções <strong>de</strong> tireói<strong>de</strong>, em 38 doentes da presente série. MIKI et al. (159) relataram o achado<br />

<strong>de</strong> nódulos tireói<strong>de</strong>os em 64% <strong>de</strong> seus pacientes operados por HPT 2 . A associação com câncer<br />

da tireói<strong>de</strong> em 3,7% dos 27 casos com tireoi<strong>de</strong>ctomia (2,6% <strong>de</strong> 38 pacientes) esteve na faixa<br />

da literatura, variável entre 2,4% a 36% (113). A própria operação sobre a paratireói<strong>de</strong> po<strong>de</strong><br />

propiciar maior diagnóstico <strong>de</strong> problemas na tireói<strong>de</strong>, pois sabe-se que a palpação intraoperatória<br />

é mais sensível para <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> nódulos (155). Como corolário, a análise da<br />

tireói<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser criteriosa durante a paratireoi<strong>de</strong>ctomia, não só pela possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

paratireói<strong>de</strong>s intratireoidéias (46, 74, 225), mas também a gran<strong>de</strong> incidência <strong>de</strong> afecções<br />

concomitantes e oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento no mesmo ato (160). Além disso, a dosagem <strong>de</strong>


hormônios tireói<strong>de</strong>os, dos anticorpos anti-tireói<strong>de</strong>os po<strong>de</strong> ser útil para a avaliação intraoperatória.<br />

Essa análise é importante no pós-operatório, quando houver tireoi<strong>de</strong>ctomia<br />

associada, e exige cuidado para <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> hipotireoidismo (223). A ultra-sonografia préoperatória<br />

(35, 48) po<strong>de</strong> trazer informações úteis sobre a tireói<strong>de</strong> (129). O exame <strong>de</strong><br />

cintilografia com tecnécio-sestamibi, realizado em alguns doentes <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> outro protocolo <strong>de</strong><br />

estudo(48), mostrou captação no câncer <strong>de</strong> tireói<strong>de</strong> <strong>de</strong>tectado, fato já observado na literatura<br />

(134).<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> níveis <strong>de</strong>tectáveis <strong>de</strong> PTH alguns anos após<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem autotransplante é <strong>de</strong> conhecimento mais recente e<br />

relaciona-se à melhor capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção do hormônio da paratireói<strong>de</strong>. MUOLO et<br />

al. (171) referiram estado <strong>de</strong> euparatireoidismo em alguns casos <strong>de</strong> paratireoi<strong>de</strong>ctomia<br />

total, mas seus resultados mostraram doentes com níveis dosados <strong>de</strong> PTH à alta<br />

hospitalar. De forma diferente, FARRINGTON et al. (72) relataram <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

níveis <strong>de</strong>tectáveis <strong>de</strong> PTH em seis <strong>de</strong> sete pacientes operados, entre seis e nove anos<br />

após a paratireoi<strong>de</strong>ctomia. Em todos os casos pelo menos quatro glândulas foram<br />

retiradas e em cinco <strong>de</strong>sses doentes o PTH dosado até dois anos era zero.<br />

Subseqüentemente, o fato foi observado por vários outros pesquisadores (117; 118, 94,<br />

139, 174, 220, 243), com <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> paratireoidéia residual entre<br />

25%(100) e 100% (220) dos pacientes submetidos a paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem<br />

autotransplante. No presente estudo, dos doentes submetidos a paratireoi<strong>de</strong>ctomia<br />

total, três em sete (43,0%) tiveram níveis baixos <strong>de</strong> PTH, após período prolongado <strong>de</strong><br />

dosagem in<strong>de</strong>tectável. É possível que passados mais anos houvesse incremento não<br />

só do número <strong>de</strong> casos com <strong>de</strong>tecção, mas também, nos valores das dosagens <strong>de</strong> PTH<br />

<strong>de</strong>sses doentes (72).


A explicação para essa observação suscita questionamento. A idéia mais<br />

simplista atribui ao ato cirúrgico o implante <strong>de</strong> células no leito operatório, células essas<br />

que proliferariam sob o estímulo continuado da insuficiência renal (94). Avança-se<br />

nessa discussão ao retornar-se aos conhecimentos anatômicos e a algumas<br />

observações clínicas.<br />

O conhecimento anatômico da glândulas paratireói<strong>de</strong>s é <strong>de</strong> fundamental<br />

importância para o a<strong>de</strong>quado tratamento do hiperparatireoidismo e discussões sobre o<br />

tratamento <strong>de</strong>ssa doença não po<strong>de</strong>m esquivar-se <strong>de</strong>sse tema. Não é <strong>de</strong> estranhar,<br />

pois, que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a <strong>de</strong>scrição apurada <strong>de</strong> SANDSTRÖM (206) vários autores tenham se<br />

<strong>de</strong>dicado a esse tema (40) e só no Brasil, cinco teses tenham sido apresentadas sobre<br />

o assunto <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1936. (14, 40, 98 apud 40, 103, 212 apud 40). HOJAIJ (103), com<br />

dissecção sistemática e a técnica <strong>de</strong> diafanização da gordura pela solução <strong>de</strong><br />

CARNOY, registrou a presença <strong>de</strong> glândulas supranumerárias em 10,7% dos<br />

cadáveres dissecados, resultado muito próximo ao encontrado no presente estudo, em<br />

que glândulas supranumerárias chegaram em 12,8% dos casos operados. Esse<br />

resultado também foi bastante próximo do <strong>de</strong> AKERSTRÖM et al.(5) <strong>de</strong> 13,0% e ao<br />

achado cirúrgico <strong>de</strong> TOMINAGA et al. (227) <strong>de</strong> 12,2% Essa incidência foi superior à <strong>de</strong><br />

outros (173), mas há relatos clínicos com incidências maiores <strong>de</strong> glândulas<br />

supranumerárias. MEAKINS et al. (157) relataram 30,8% <strong>de</strong> glândulas supranumerárias<br />

com documentação histológica em casos cirúrgicos. Afirmavam que sua operação não<br />

terminava com a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> quatro paratireói<strong>de</strong>s se não houvesse pesquisa<br />

sistemática no timo e no mediastino superior. Nessa linha <strong>de</strong> raciocínio, alguns autores<br />

recomendam a excisão do timo, por acesso cervical, em todos os casos, para evitar<br />

recidiva <strong>de</strong>vido a glândula supranumerária (35, 56, 87, 124, 173, 202). Alguns autores


eferiram ter encontrado paratireói<strong>de</strong> nessa localização entre 11% (237) e 15% (35).<br />

MEAKINS et al. (157) ainda sugeriram haver maior número <strong>de</strong> glândulas<br />

supranumerárias pela dosagem <strong>de</strong> PTH poucos dias após a operação, mas seus<br />

resultados po<strong>de</strong>m ter sido afetados pela metodologia empregada na dosagem <strong>de</strong> PTH.<br />

Através da dosagem da molécula intacta do PTH no primeiro dia após a operação,<br />

KINNAERT et al. (124) observaram que, quando foram ressecadas mais <strong>de</strong> quatro<br />

glândulas paratireói<strong>de</strong>s, nenhum doente tinha PTH normal ou elevado. Já doentes com<br />

quatro glândulas ressecadas tinham PTH normal ou elevado nesse período em 26,9%<br />

dos casos e o número elevou-se para 70%, quando apenas três glândulas eram<br />

localizadas. A presença <strong>de</strong> glândulas supranumerárias na posição intratireoidéia parece<br />

muito rara, não superior a 0,1% (29, 204). No Brasil, DURAZZO (65) em dissecção<br />

completa no espaço retrofaríngeo para investigação <strong>de</strong> linfonodos, também com o uso<br />

da solução <strong>de</strong> CARNOY, encontrou paratireói<strong>de</strong>s nessa localização em três casos <strong>de</strong><br />

50 dissecados (6%). ROSOFF (200) afirmou ter retirado cinco ou mais paratireói<strong>de</strong>s em<br />

50% <strong>de</strong> 20 casos.<br />

Nos casos submetidos a paratireoi<strong>de</strong>ctomia total i<strong>de</strong>ntificados na literatura, os<br />

diversos grupos relataram o achado <strong>de</strong> glândulas supranumerárias entre 0% e 11,6%<br />

(72, 117, 139, 243). A atribuição do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> níveis <strong>de</strong> PTH a eventuais<br />

glândulas supranumerárias não ressecadas ainda parece não justificar índices <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> PTH próximos a 80% (72, 174, 243). Se na presente amostra fosse<br />

adicionado ao percentual <strong>de</strong> glândulas supranumerárias a taxa <strong>de</strong> PTH <strong>de</strong>tectável após<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia total, a cifra não ultrapassaria 56%. A idéia <strong>de</strong> restos embrionários<br />

microscópicos (117) seria uma explicação plausível, mas <strong>de</strong> difícil <strong>de</strong>monstração pelos<br />

recursos <strong>de</strong> imagem atuais. Aos restos embrionários associa-se a idéia <strong>de</strong>


paratireomatose, que po<strong>de</strong> ser ontogenética (194) ou pós-cirúrgica. (130, 183, 218). A<br />

paratireomatose é rara e houve <strong>de</strong>scrições em hiperparatireoidismo primário (194, 183)<br />

e HPT 2 (130, 218). No Brasil, CERVANTES et al. (30) observaram um caso em 62<br />

operações por hiperparatireoidismo primário e a paratireomatose foi <strong>de</strong>scrita em caso<br />

<strong>de</strong> HPT 2 (162). Embora a embriologia tenha <strong>de</strong>scrições clássicas (179), a realização <strong>de</strong><br />

estudo embriológico, com novas técnicas <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> paratireói<strong>de</strong>s, talvez<br />

pu<strong>de</strong>sse trazer algum esclarecimento.<br />

A possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> secreção do PTH por tecido não paratireói<strong>de</strong>o já foi registrada em<br />

condições mórbidas muito raras. RIZZOLI et al. (198) relataram a presença <strong>de</strong> ácido<br />

ribonucléico mensageiro <strong>de</strong> PTH transcrito em células epiteliais, <strong>de</strong> um timoma em portador<br />

<strong>de</strong> paratireói<strong>de</strong>s normais e quadro clínico <strong>de</strong> hiperparatireoidismo.<br />

É pru<strong>de</strong>nte ressaltar que embora haja referência à <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> PTH em até 100%<br />

dos casos após paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem autotransplante e <strong>de</strong>sses apenas 30%<br />

estavam com níveis abaixo do normal (220), outros autores não observaram melhora<br />

do hipoparatireoidismo, mesmo com 90 meses <strong>de</strong> seguimento após<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia total ou subtotal (87).<br />

Do exposto acima e dos resultados obtidos, o primeiro argumento contrário à<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem autotransplante não se sustenta, pois em relação ao consumo <strong>de</strong><br />

cálcio e calcitriol e à manutenção da calcemia não houve diferença entre os doentes<br />

submetidos às duas técnicas (165). O resultado foi semelhante ao recentemente divulgado por<br />

ABRAHÃO et al. (4), na Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Paulo, que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1997 realizaram 22<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomias totais sem autotransplante e relataram níveis estáveis <strong>de</strong> cálcio após a<br />

operação.<br />

Em relação ao quadro bioquímico pós-operatório, ao invés <strong>de</strong> objetivar a<br />

suspensão dos medicamentos, o entendimento fisiopatológico dirige atenção ao uso <strong>de</strong>


compostos <strong>de</strong> cálcio e calcitriol, com controle do nível do fósforo e do produto cálcio x<br />

fósforo (17).<br />

Discutido o primeiro aspecto teoricamente <strong>de</strong>sfavorável à paratireoi<strong>de</strong>ctomia total<br />

sem autotransplante imediato, cabe analisar a evolução do tecido ósseo.<br />

A mudança no tecido ósseo após a paratireoi<strong>de</strong>ctomia po<strong>de</strong> ser analisada por dados<br />

clínicos, bioquímicos, radiológicos e histológicos. A avaliação pela clínica envolveria<br />

o registro <strong>de</strong> sintomas e a ocorrência <strong>de</strong> fraturas espontâneas ou com traumas<br />

mínimos(202). Os exames complementares bioquímicos para dosagem da fosfatase<br />

alcalina, fração óssea da fosfatase alcalina, osteocalcina, procolágeno do tipo I e da<br />

piridinolina (81) po<strong>de</strong>m refletir a ativida<strong>de</strong> do osso. A radiografia simples e a<br />

<strong>de</strong>nsitometria óssea (137) permitiriam comparar a mineralização. Ainda assim, a<br />

remo<strong>de</strong>lação do tecido ósseo é mais precisamente avaliada pela histomorfometria<br />

óssea (53, 110, 111, 148). Uma vez que o PTH tem também função anabólica (238),<br />

interessa saber a evolução, <strong>de</strong> acordo com a presença ou ausência <strong>de</strong>sse hormônio<br />

na circulação.<br />

A avaliação da condição óssea através dados clínicos apenas é imprecisa para a<br />

osteodistrofia renal (110). Não só a osteíte fibrosa <strong>de</strong>terminada pelo HPT 2 , mas também<br />

doenças com outra fisiopatologia, como a osteomalacia e a intoxicação por alumínio po<strong>de</strong>m<br />

causar dor óssea ou fratura (54, 111). Houve apenas uma ocorrência <strong>de</strong> fratura no pósoperatório.<br />

No caso específico, a evolução <strong>de</strong>corria sem dor e houve evento traumático, que<br />

po<strong>de</strong>ria justificar a fratura. No presente estudo, houve melhora dos sintomas iniciais em<br />

todos os casos dos dois grupos analisados e cerca <strong>de</strong> 80% dos doentes estavam<br />

assintomáticos ao final <strong>de</strong> um ano, resultado esse semelhante aos <strong>de</strong> outros autores,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do tipo <strong>de</strong> ressecção empregada (56, 100, 105, 118, 174, 202). A ausência<br />

dos sintomas, porém, não significa osso normal (110). Outro dado clínico, a mortalida<strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong>ria relacionar-se menos diretamente a efeito <strong>de</strong>sfavorável da operação. As causas <strong>de</strong><br />

mortalida<strong>de</strong> não se relacionaram com o tipo <strong>de</strong> tratamento cirúrgico ou seus efeitos e a taxa<br />

próxima a 25% durante todo o seguimento (um a cinco anos), foi próxima à <strong>de</strong> outras<br />

casuísticas (45, 87, 115, 173).<br />

Alguns autores consi<strong>de</strong>raram o aspecto radiológico válido para análise <strong>de</strong><br />

recuperação óssea (54) Outros porém, caracterizaram os exames radiológicos como<br />

insatisfatórios. CORDELL et al. (45) salientavam que a expectativa <strong>de</strong> melhora do<br />

quadro radiológico era esperada em apenas 60% dos casos, e a melhora do aspecto<br />

radiográfico estava mais relacionada a lesões precoces. Outros autores mostraram que<br />

os achados radiológicos eram limitados <strong>de</strong>mais para permitir sugerir a doença óssea<br />

(23, 110). Em experiência nacional, CARVALHO (27) analisou os sinais radiográficos


em pacientes renais crônicos em tratamento conservador e não observou qualquer<br />

correlação entre os achados da radiografia e os dados histológicos. A <strong>de</strong>nsitometria<br />

óssea está sujeita a erros <strong>de</strong> interpretação, quer seja por artefatos ocasionados por<br />

calcificações extra-esqueléticas (230) ou por mineralização em osso primário (106). Por<br />

vezes as alterações já estabelecidas no doente (fraturas <strong>de</strong> colo <strong>de</strong> fêmur, escoliose<br />

acentuada, cifose) não permitem posicionamento e avaliação a<strong>de</strong>quada por essa<br />

técnica. Ainda assim, algumas observações favoráveis foram <strong>de</strong>scritas (137) e vários<br />

autores a têm empregado para avaliação dos pacientes após paratireoi<strong>de</strong>ctomia (118,<br />

220) No Brasil, ABDALLAH (1) mostrou melhora dos níveis <strong>de</strong>nsitométricos no fêmur,<br />

mas não na região lombar em casos com doença óssea adinâmica, um ano após<br />

transplante renal.<br />

ZINGRAFF et al. (248) relataram três pacientes com osteomalacia severa após<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia subtotal, em 1979, sem conseguir estabelecer uma causa. Pouco<br />

<strong>de</strong>pois houve evidência <strong>de</strong> a ausência <strong>de</strong> PTH após paratireoi<strong>de</strong>ctomia não permitiria o<br />

efeito benéfico da vitamina D (224), mas houve <strong>de</strong>tecção do problema mesmo em<br />

doentes com PTH normal após paratireoi<strong>de</strong>ctomia (102). Mesmo assim o relato, em<br />

1982, <strong>de</strong> osteomalacia severa em doentes renais com hipoparatireoidismo após<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia, com múltiplas fraturas patológicas e dor óssea, por FELSENFELD<br />

et al. (75) levou alguns autores a afirmarem que a paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem<br />

autotransplante era ina<strong>de</strong>quada no tratamento do HPT 2 (15). Embora logo tenha sido<br />

aventada a influência da intoxicação alumínica nos casos relatados (67) e confirmada<br />

<strong>de</strong>pois (54) não houve resgate da paratireoi<strong>de</strong>ctomia total como técnica corrente no<br />

tratamento do hiperparatireoidismo secundário, por muitos anos.


Entretanto, KAYE et al.(117), motivados pela taxas <strong>de</strong> recidiva com outras<br />

técnicas, estudaram doentes submetidos a paratireoi<strong>de</strong>ctomia total e em seis casos<br />

tiveram biópsia óssea pós-operatória. Em três casos observaram formação óssea com<br />

mineralização normal. Nesses casos, o PTH não era zero, embora fosse baixo.<br />

HIGGINS et al. (100) relataram biópsia óssea em dois casos, quatro e seis meses após<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia total, com número normal <strong>de</strong> osteoclastos e osteoblastos. Até 1999,<br />

porém, não foram encontrados novos resultados <strong>de</strong> biópsias ósseas. Nesse período, os<br />

trabalhos referiram não haver <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sinais clínicos <strong>de</strong> doença óssea<br />

adinâmica (139, 220, 243) e melhora das medidas obtidas pela <strong>de</strong>nsitometria óssea<br />

(117). Embora LJUTIC et al.(139) tenham enfatizado que a histologia óssea era uma<br />

das questões a serem resolvidas após a paratireoi<strong>de</strong>ctomia total, a maior parte dos<br />

trabalhos relacionados ao tema (118, 139, 174, 220) remetiam a discussão da biópsia<br />

óssea aos seis casos <strong>de</strong> KAYE et al. (117), sem adicionar novos resultados. Em 1999,<br />

HAMPL et al. (94) <strong>de</strong>screveram que em onze doentes submetidos a paratireoi<strong>de</strong>ctomia<br />

total, não houve evidência <strong>de</strong> osteopenia na biópsia óssea, exceto um caso. A <strong>de</strong>speito<br />

<strong>de</strong> comentarem uma leve redução da ativida<strong>de</strong> celular em alguns pacientes, afirmaram<br />

não ter observado doença óssea adinâmica.<br />

Os resultados encontrados no presente estudo não são concordantes com essas observações. A<br />

doença óssea adinâmica esteve presente em todos os doentes submetidos a paratireoi<strong>de</strong>ctomia<br />

total biopsiados (quatro casos), enquanto foi <strong>de</strong>tectada em dois <strong>de</strong> sete casos com<br />

autotransplante imediato. Essa diferença, mesmo sem ter alcançado o nível <strong>de</strong> significância<br />

estabelecido, foi muito próxima <strong>de</strong> ser significativa (p=0,06). Isso <strong>de</strong>nota a forte possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> que os doentes submetidos a paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem autotransplante tenham maior<br />

risco para evolução com doença adinâmica. A diferença etária entre os grupos não foi


significativa e a possível influência da ida<strong>de</strong> nessa evolução é questionável. REIS (195), em<br />

análise histomorfométrica <strong>de</strong> biópsia óssea <strong>de</strong> crista ilíaca <strong>de</strong> uma amostra da população<br />

normal brasileira, mostrou que embora ocorresse diminuição da reabsorção óssea com a ida<strong>de</strong>,<br />

essa relação não se mantinha quando excluídos da análise, os indivíduos com menos <strong>de</strong> um<br />

ano <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.<br />

Após paratireoi<strong>de</strong>ctomia foram <strong>de</strong>scritos a redução da taxa <strong>de</strong> formação óssea (32) e o<br />

aumento da taxa <strong>de</strong> alumínio em alguns doentes (7, 233). Admitiu-se que a redução excessiva<br />

na secreção <strong>de</strong> PTH levaria ao osso inativo (32, 142), fato observado na presente análise, on<strong>de</strong><br />

todos os cinco casos com PTH in<strong>de</strong>tectável evoluíram <strong>de</strong>ssa forma, em contraste com apenas<br />

um em seis pacientes com PTH circulante dosável. Os resultados preliminares <strong>de</strong>ssa análise<br />

(164) levaram à interrupção do protocolo, e realização <strong>de</strong> paratireoi<strong>de</strong>ctomia total com<br />

autotransplante nos casos seguintes, bem como autotransplante <strong>de</strong> paratireói<strong>de</strong> criopreservada<br />

nos casos sem concentrações mensuráveis <strong>de</strong> PTH.<br />

A influência do nível <strong>de</strong> PTH no pós-operatório parece ser mais importante do que o tipo <strong>de</strong><br />

técnica empregada, conforme mostraram os dados apresentados. Além disso, mesmo após<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia subtotal ocorreu doença óssea adinâmica. No Brasil, DUARTE et al. (64)<br />

mostraram que <strong>de</strong> 12 casos operados por paratireoi<strong>de</strong>ctomia subtotal, oito evoluíram para<br />

doença adinâmica, embora a dosagem <strong>de</strong> PTH não seja esclarecida.<br />

A intoxicação por alumínio, <strong>de</strong>tectada em três <strong>de</strong> quatro doentes submetidos a ressecção total<br />

e em quatro <strong>de</strong> sete com o autotransplante, foi mais intensa nos doentes com PTH in<strong>de</strong>tectável<br />

(80% dos casos) do que nos com concentrações <strong>de</strong>tectáveis do hormônio (50% dos casos).<br />

Embora as diferenças não sejam significativas, a tendência à intoxicação por alumínio foi<br />

comum na população estudada. Consi<strong>de</strong>rada atualmente pouco freqüente nos países


<strong>de</strong>senvolvidos (106), a intoxicação por alumínio foi observada em 77% <strong>de</strong> uma população<br />

sintomática na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, entre 1987 e 1989 (112). Com a redução do uso <strong>de</strong><br />

quelantes <strong>de</strong> fósforo a base alumínio e do tratamento da água <strong>de</strong> diálise por osmose reversa, a<br />

ocorrência <strong>de</strong> intoxicação alumínica reduziu-se, nos últimos <strong>de</strong>z anos, nas diversas regiões<br />

brasileiras, mas continua com alta prevalência: no período <strong>de</strong> 1985-1990 era <strong>de</strong> 65,1%,<br />

enquanto no período <strong>de</strong> 1991 a 1999 essa taxa foi <strong>de</strong> 60,8% (8). Nas regiões Sul e Su<strong>de</strong>ste a<br />

proporção <strong>de</strong> doentes com intoxicação alumínica, entre 1991 e 1999, foi <strong>de</strong> 57,4%, sendo que<br />

<strong>de</strong>sses, 24,9% apenas apresentavam mais <strong>de</strong> 50% das traves recobertas por alumínio (8).<br />

Dessa forma, observa-se que a proporção <strong>de</strong> doentes intoxicados por alumínio após<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia, com PTH in<strong>de</strong>tectável, esteve acima da taxa da região, enquanto os com<br />

níveis <strong>de</strong>monstráveis <strong>de</strong> PTH aproximaram-se <strong>de</strong>ssa porcentagem.<br />

A doença óssea adinâmica não po<strong>de</strong> ser suspeitada em nenhum caso por indício clínico ou<br />

bioquímico. A expectativa <strong>de</strong> indícios clínicos é pequena e há evidência <strong>de</strong> que a doença óssea<br />

adinâmica não seja sintomática na maioria dos pacientes (96). Os sintomas parecem<br />

<strong>de</strong>senvolver-se apenas quando há intoxicação alumínica associada (96).<br />

A avaliação não invasiva da doença óssea adinâmica é difícil. COUTTENYE et al. (47)<br />

referiram que níveis da fração óssea da fosfatase alcalina abaixo <strong>de</strong> 27 U/L po<strong>de</strong>m ser<br />

diagnósticos da doença adinâmica. Aceita-se que para o diagnóstico <strong>de</strong>finitivo <strong>de</strong>ssa doença é<br />

necessária a biópsia óssea (170).<br />

Ainda que seja questionada a caracterização do osso adinâmico como doença<br />

(170), há evidência <strong>de</strong> menor capacida<strong>de</strong> óssea <strong>de</strong> tamponamento do cálcio e maior<br />

facilida<strong>de</strong> para hipercalcemia nesses doentes (135). Um estudo apontou<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sintomas progressivos e maior mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses doentes (97).


Mais recentemente, MAWAD et al. (154) relataram sete casos <strong>de</strong> arteriopatia cálcica<br />

urêmica (calcifilaxia) em pacientes com baixo remanejamento, cinco <strong>de</strong>les com doença<br />

óssea adinâmica comprovada. Foi observado também que doentes com baixo<br />

remanejamento ósseo têm maior risco <strong>de</strong> fraturas nas vértebras (10).<br />

Essas evidências fazem com que seja pru<strong>de</strong>nte evitar o <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

doença óssea adinâmica (170). Sugere-se monitorização periódica dos níveis <strong>de</strong> PTH e<br />

diminuição do conteúdo <strong>de</strong> cálcio no banho <strong>de</strong> diálise, diminuição na supressão com<br />

calcitriol conforme variem os valores do PTH (47).<br />

Em relação tratamento da doença óssea adinâmica, CARVALHO et al.(28)<br />

trataram doentes com insuficiência renal pré-dialítica e doença óssea adinâmica<br />

associada a hipofosfatemia. Eles administraram fósforo oral e observaram incremento<br />

na secreção <strong>de</strong> PTH. No presente trabalho, além <strong>de</strong> já estarem em fase dialítica, os<br />

doentes tinham o fósforo elevado e mesmo assim o PTH era baixo, pela redução<br />

cirúrgica.<br />

A introdução na prática clínica do transplante <strong>de</strong> paratireói<strong>de</strong> armazenada sob<br />

criopreservação (240) representou gran<strong>de</strong> avanço na cirurgia da paratireói<strong>de</strong>. A técnica<br />

constitui recurso terapêutico na constatação <strong>de</strong> hipoparatireoidismo após<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia. In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do tipo <strong>de</strong> paratireoi<strong>de</strong>ctomia realizada, a<br />

criopreservação é recomendável em todos os casos <strong>de</strong> hiperparatireoidismo<br />

secundário. A criopreservação é consi<strong>de</strong>rada como parte essencial da operação por<br />

alguns autores (175, 234). A taxa <strong>de</strong> sucesso do implante do material preservado variou<br />

na literatura entre 17% e 85,7% (99, 207). McHENRY et al. (156) realizaram estudo in<br />

vitro que sugeriu haver redução da capacida<strong>de</strong> secretora da paratireói<strong>de</strong> pelo<br />

resfriamento, mas sem haver indício <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação com o tempo <strong>de</strong> estocagem. A


influência do tempo <strong>de</strong> preservação no grau <strong>de</strong> funcionamento do tecido<br />

autotransplantado não é bem conhecida. O implante <strong>de</strong> paratireói<strong>de</strong> humana em ratos<br />

sugeriu que o tempo <strong>de</strong> criopreservação não influenciou o funcionamento do enxerto<br />

(91, 216). A vitalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> material criopreservado após 21 meses foi constatado em<br />

pelo menos um caso na presente série, sendo um <strong>de</strong>ntre poucos relatos clínicos na<br />

literatura (19, 234). Outra questão prática que se impõe é <strong>de</strong>terminar a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

tecido preservado recomendável para implante. Nesse sentido, WAGNER et al. (234)<br />

relacionaram o aspecto microscópico (quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> células com necrose) e o<br />

funcionamento dos transplantes, com recomendação <strong>de</strong> ajustar a quantida<strong>de</strong> à<br />

qualida<strong>de</strong> observada no tecido. Na prática, essa análise seria possível pelo método do<br />

exame intra-operatório <strong>de</strong> congelação. Não há informação precisa sobre quanto tempo<br />

<strong>de</strong>corre entre o ato do implante <strong>de</strong> tecido criopreservado e a <strong>de</strong>tecção do PTH na<br />

circulação. Estudo experimental em ratos mostrou secreção <strong>de</strong> PTH em até duas<br />

semanas após o implante (222). Na prática clínica, há registro <strong>de</strong> implantes que só<br />

funcionaram após 28 meses, em um paciente (100). A análise da ultra-estrutura por<br />

técnica <strong>de</strong> microscopia eletrônica talvez possa ser mais sensível para diagnóstico <strong>de</strong><br />

lesão celular irreversível. Essa informação po<strong>de</strong>ria ser útil na prática clínica, quanto ao<br />

prognóstico do comportamento do tecido implantado.<br />

Para HAMPL et al.(94) e para STRACKE et al.(220) o uso do calcitriol após<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia total seria capaz <strong>de</strong> manter metabolismo ósseo normal, mesmo na ausência<br />

do PTH, e evitaria doença adinâmica. Esse uso, não recomendado por KAYE et al.(118),<br />

possivelmente não mostrou esse efeito nos casos ora analisados. Tal achado concorda com a<br />

observação <strong>de</strong> MORTENSEN et al. (167). Esses autores trataram 15 pacientes sem<br />

insuficiência renal, com hipoparatireoidismo, quatro <strong>de</strong> origem idiopática e 11 pós-cirúrgicos.


O uso <strong>de</strong> vitamina D por período prolongado não permitiu normalização da remo<strong>de</strong>lação<br />

óssea, continuando os pacientes com baixo remanejamento. Dessa forma, MORTENSEN et al.<br />

(167) concluíram que o PTH é necessário para efeito normal da vitamina D na remo<strong>de</strong>lação<br />

óssea. O estudo <strong>de</strong> HAMPL et al. (94) teve resultado diferente quanto à remo<strong>de</strong>lação óssea<br />

nos doentes sem PTH, que tinham função renal normal. Ainda assim, a analogia com os<br />

indivíduos com insuficiência renal crônica não parece segura pois <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ra a própria<br />

resistência óssea à ação do PTH, percebida no portador <strong>de</strong>ssa doença (152).<br />

O transplante renal po<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar melhora da remo<strong>de</strong>lação óssea, em<br />

pacientes com osso adinâmico como mostrou ABDALLAH (1).<br />

O aumento do alumínio ósseo após paratireoi<strong>de</strong>ctomia parece ser proporcional à quantida<strong>de</strong> do<br />

metal no osso antes da operação (233). A observação da correlação negativa entre a<br />

concentração <strong>de</strong> PTH e nível <strong>de</strong> alumínio na superfície óssea (7), associada à observação<br />

anterior sugerem que o tratamento da intoxicação alumínica anteceda a paratireoi<strong>de</strong>ctomia. De<br />

fato, UREÑA et al.(232) mostraram menor mobilização do alumínio dos tecidos com a infusão<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sferrioxamina, após paratireoi<strong>de</strong>ctomia. O tratamento da intoxicação alumínica é lento e<br />

proporciona aumento do PTH (111) Em alguns casos <strong>de</strong> hiperparatireoidismo severo foi<br />

observado que seria preferível realizar a paratireoi<strong>de</strong>ctomia mais precocemente e manter o<br />

tratamento com <strong>de</strong>sferrioxamina (111).<br />

Alguns autores recomendam excluir a presença <strong>de</strong> alumínio no osso antes da<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem autotransplante (118, 220), mas não comentam o<br />

tratamento caso ela ocorra após a operação. Tal tratamento parece ser mais difícil pelo<br />

baixo remanejamento (232). No Brasil, a exposição ao risco é freqüente (112) e <strong>de</strong>ve<br />

ser consi<strong>de</strong>rada no planejamento pré-operatório.


Na intoxicação alumínica, o transplante renal também parece ser eficaz para sua resolução.<br />

DAVID-NETO et al. (52) <strong>de</strong>screveram melhora significativa da intoxicação alumínica após<br />

transplante renal. Mesmo assim, a intoxicação alumínica e a doença óssea adinâmica <strong>de</strong>vem<br />

ser evitadas antes do transplante renal.<br />

Dessa forma, houve evolução clínica e laboratorial bastante semelhante entre os<br />

dois grupos no período <strong>de</strong> um ano, mas a resposta à segunda questão mostrou que<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem autotransplante apresenta maior tendência para evoluir<br />

com osso adinâmico, em doentes operados nesta região do país.<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> doença óssea adinâmica documentado representa um<br />

problema <strong>de</strong>sfavorável à paratireoi<strong>de</strong>ctomia total, principalmente numa região on<strong>de</strong> os<br />

níveis <strong>de</strong> intoxicação por alumínio permanecem altos (8). O problema não é só<br />

brasileiro, pois dados da Península Ibérica e <strong>de</strong> países ibero-americanos mostraram<br />

que nos casos <strong>de</strong> HPT 2 e osteíte fibrosa, o alumínio recobria cerca <strong>de</strong> 40% da<br />

superfície óssea (59).<br />

A paratireoi<strong>de</strong>ctomia mostrou-se ser recurso terapêutico em casos <strong>de</strong><br />

hiperparatireoidismo severo, nos quais as terapias farmacológica e dietética foram<br />

ineficazes, com importante melhora do quadro clínico e da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida após a<br />

intervenção. Ressalta-se que uma vez indicado o tratamento cirúrgico, esse <strong>de</strong>ve ser<br />

realizado o mais breve possível. Dessa forma evitar-se-iam possivelmente o<br />

aparecimento <strong>de</strong> complicações graves como fratura, redução da estatura e o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tumor marrom. Essas complicações, <strong>de</strong>tectadas entre 25% e<br />

37,5% dos casos da presente casuística, também estiveram relacionadas ao retardo no<br />

diagnóstico nos centros <strong>de</strong> origem, isto é, o doente já tinha a complicação quando foi<br />

indicada a cirurgia. Atesta esse fato, a observação <strong>de</strong> que em mais <strong>de</strong> um doente


houve encaminhamento prévio a centros oncológicos pelo tumor marrom no palato,<br />

antes do acompanhamento no ambulatório especializado do Serviço <strong>de</strong> Nefrologia.<br />

Outros fatores importantes no retardo entre a indicação até a operação do<br />

doente são a exigüida<strong>de</strong> <strong>de</strong> centros treinados nesse tipo <strong>de</strong> procedimento cirúrgico no<br />

país e a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> resolução da <strong>de</strong>manda do sistema público <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

O presente trabalho contribuiu quanto ao primeiro aspecto e po<strong>de</strong> servir <strong>de</strong><br />

auxílio para resolução do segundo Os médicos resi<strong>de</strong>ntes em <strong>Cirurgia</strong> <strong>de</strong> Cabeça e<br />

Pescoço do Hospital das Clínicas da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo <strong>de</strong>senvolveram experiência com as técnicas empregadas e têm substrato teóricoprático<br />

suficiente para difundir esse conhecimento a outros centros, após conclusão <strong>de</strong><br />

seu estágio. O mesmo raciocínio é válido para os médicos resi<strong>de</strong>ntes em Nefrologia,<br />

quanto ao cuidado clínico pré e pós-operatório.<br />

A publicação dos dados ora discutidos permitirá aos envolvidos no cuidado do<br />

doente renal crônico obter recursos para tratamento e novas pesquisas, junto aos<br />

órgãos competentes. Embora CORDEIRO (40), em 1987, incluísse já em sua casuística<br />

nove casos <strong>de</strong> hiperplasia secundária tratados por cirurgia, SUGANO (221) apontou<br />

não haver no país publicações <strong>de</strong> séries importantes referentes ao tratamento<br />

hiperparatireoidismo secundário. O começo nunca é fácil, mas o tempo mostrou o fruto<br />

do esforço e do trabalho <strong>de</strong> cirurgiões e nefrologistas do Hospital das Clínicas da<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo. Em 1985, JORGETTI (111)<br />

introduziu no país a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> classificar e estudar a osteodistrofia renal através<br />

da histomorfometria óssea. Esse avanço permitiu <strong>de</strong>senvolvimento significativo do<br />

tratamento cirúrgico. Em 1987, as primeiras ressecções totais com autotransplante<br />

começaram a predominar sobre as ressecções subtotais, através da li<strong>de</strong> <strong>de</strong>


CORDEIRO (40), que contabilizava 10,3% da casuística <strong>de</strong> hiperplasia secundária.<br />

Após 10 anos, 32,0% dos casos <strong>de</strong> hiperparatireoidismo operados na Disciplina <strong>de</strong><br />

<strong>Cirurgia</strong> <strong>de</strong> Cabeça e Pescoço do Hospital das Clínicas da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo eram relativos a doentes com insuficiência renal ou<br />

transplantados renais (161). O caminho e o exemplo para superar dificulda<strong>de</strong>s foram<br />

expostos, cabe prosseguir.<br />

7. CONCLUSÕES<br />

Dentro dos limites da casuística analisada, no tempo <strong>de</strong><br />

seguimento mínimo um ano foi possível concluir que:<br />

1. A evolução clínica, em relação à melhora dos sintomas e à utilização <strong>de</strong> compostos<br />

<strong>de</strong> cálcio e calcitriol, em média, não apresentou diferença significativa entre os<br />

pacientes da paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem autotransplante e os indivíduos tratados pela<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia total com autotransplante.<br />

2. Os valores pós-operatórios da calcemia não mostraram diferença entre os dois<br />

grupos, em média.


3. O fósforo, em média, apresentou medida mais elevada após paratireoi<strong>de</strong>ctomia total,<br />

em relação aos pacientes tratados por técnica com autotransplante imediato, mas sem<br />

diferença significativa pela análise estatística.<br />

4. Nos dois grupos houve normalização dos níveis da fosfatase alcalina, 12 meses após<br />

a operação.<br />

5. Os valores médios do PTH foram significativamente maiores nos pacientes<br />

submetidos ao autotransplante imediato. O autotransplante imediato <strong>de</strong> paratireói<strong>de</strong><br />

teve comportamento variável, e gerou PTH com nível sistêmico normal em cerca <strong>de</strong><br />

meta<strong>de</strong> dos casos.<br />

6. A incidência <strong>de</strong> recidiva do HPT 2 foi maior no grupo submetido a autotransplante <strong>de</strong><br />

paratireói<strong>de</strong>, embora não sendo significativa.<br />

7. Após a operação, a análise da histologia do tecido ósseo mostrou predomínio <strong>de</strong><br />

doença óssea adinâmica em pacientes tratados pela paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem<br />

autotransplante, mas não houve significado estatístico para essa diferença.<br />

8. A intoxicação por alumínio ocorreu em mais da meta<strong>de</strong> dos doentes após<br />

paratireoi<strong>de</strong>ctomia.


9. Houve incidência significativa <strong>de</strong> doença óssea adinâmica em pacientes com PTH<br />

in<strong>de</strong>tectável após paratireoi<strong>de</strong>ctomia total com ou sem autotransplante.<br />

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina. Serviço <strong>de</strong> Biblioteca e Documentação.<br />

Estrutura e apresentação <strong>de</strong> dissertações e teses. Elaborado por Anneliese Carneiro da<br />

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FIGURA 15- EVOLUÇÃO DOS NÍVEIS MÉDIOS DA FOSFATEMIA<br />

8<br />

P (mg/dl)<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

AUTOTX<br />

TOTAL<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

pré PO 3m 6m 12m 18m 24m<br />

Tempo<br />

alcalina.<br />

Na FIGURA 16 estão dispostos os valores médios das medidas da fosfatase


FIGURA 16- EVOLUÇÃO DOS NÍVEIS MÉDIOS DA FOSFATASE ALCALINA<br />

2000<br />

FA (U/L)<br />

1800<br />

1600<br />

1400<br />

1200<br />

1000<br />

800<br />

AUTOTX<br />

TOTAL<br />

600<br />

400<br />

200<br />

0<br />

pré PO 3m 6m 12m 18m 24m<br />

Tempo<br />

As TABELAS 17, 18 e 19 relacionam os valores dos cálculos estatísticos<br />

referentes aos níveis da calcemia, da fosfatemia e da fosfatase alcalina.


TABELA 17 – COMPARAÇÃO ENTRE AS MÉDIAS DAS MEDIDAS DE CÁLCIO (Ca)<br />

Ca (mg/dl) GRUPO AUTOTX GRUPO TOTAL Teste t<br />

referência<br />

Média<br />

Média<br />

<strong>de</strong><br />

(8,5-10,5 mg/dl) (Erro padrão da média) (Erro padrão da média) Stu<strong>de</strong>nt<br />

Pré-op<br />

9,6<br />

(0,25)<br />

9,5<br />

(0,36)<br />

(p)<br />

0,80<br />

PO 8,2<br />

(0,36)<br />

3 meses 8,5<br />

(0,34)<br />

6 meses 8,7<br />

(0,24)<br />

12 meses 9,3<br />

(0,30)<br />

18 meses 9,1<br />

(0,42)<br />

24 meses 9,0<br />

(0,44)<br />

9,0<br />

(0,68)<br />

8,4<br />

(0,88)<br />

8,7<br />

(0,57)<br />

9,0<br />

(0,76)<br />

8,7<br />

(0,72)<br />

9,5<br />

(0,93)<br />

0,29<br />

0,83<br />

0,97<br />

0,59<br />

0,56<br />

0,56


A TABELA 18 agrupa os diferentes resultados das comparações estatísticas das<br />

medidas médias <strong>de</strong> fósforo no pré-operatório e nos diferentes tempos pós-operatórios.<br />

P (mg/dl)<br />

referência<br />

(2,3-4,6 mg/dl)<br />

Pré-op<br />

TABELA 18 – COMPARAÇÃO DAS MEDIDAS MÉDIAS DE FÓSFORO (P)<br />

GRUPO AUTOTX<br />

Média<br />

(Erro padrão da média)<br />

6,8<br />

(0,28)<br />

GRUPO TOTAL<br />

Média<br />

(Erro padrão da média)<br />

6,7<br />

(0,59)<br />

Teste t<br />

<strong>de</strong><br />

Stu<strong>de</strong>nt<br />

(p)<br />

0,82<br />

PO 3,3<br />

(0,28)<br />

3 meses 4,5<br />

(0,43)<br />

6 meses 5,5<br />

(0,47)<br />

12 meses 5,8<br />

(0,30)<br />

18 meses 5,7<br />

(0,42)<br />

24 meses 5,6<br />

(0,45)<br />

3,3<br />

(0,31)<br />

5,2<br />

(0,53)<br />

6,7<br />

(0,47)<br />

6,0<br />

(0,50)<br />

7,2<br />

(0,76)<br />

6,5<br />

(1,20)<br />

0,96<br />

0,41<br />

0,18<br />

0,66<br />

0,09<br />

0,42


A TABELA 19 contém os resultados das comparações entre as médias das medidas<br />

bioquímicas <strong>de</strong> fosfatase alcalina no período anterior à operação e em diferentes fases do pósoperatório<br />

TABELA 19 - COMPARAÇÃO DAS MEDIDAS DE FOSFATASE ALCALINA (FA)<br />

GRUPO AUTOTX<br />

Média<br />

FA (U/L)<br />

referência<br />

(60-170 U/L)<br />

Pré-op<br />

(Erro padrão da média)<br />

1365<br />

(179,5)<br />

GRUPO TOTAL<br />

Média<br />

(Erro padrão da média)<br />

861<br />

(172,1)<br />

Teste t<br />

<strong>de</strong><br />

Stu<strong>de</strong>nt<br />

(p)<br />

0,10<br />

PO 1803<br />

(253,5)<br />

3 meses 397<br />

(40,6)<br />

6 meses 305<br />

(51,9)<br />

12 meses 124<br />

(11,3)<br />

18 meses 136<br />

(19,3)<br />

24 meses 118<br />

(11,5)<br />

1217<br />

(353,6)<br />

282<br />

(94,4)<br />

148<br />

(24,1)<br />

112<br />

(11,4)<br />

107<br />

(25,0)<br />

78<br />

(24,2)<br />

0,21<br />

0,20<br />

0,01 (1)<br />

0,55<br />

0,38<br />

0,12<br />

(1) Teste t <strong>de</strong> Stu<strong>de</strong>nt, com correção <strong>de</strong> Welch.<br />

Os níveis <strong>de</strong> PTH no pós operatório do GRUPO AUTOTX foram em média 81,1 pg/ml para o<br />

nível sistêmico e 323,8 pg/ml para o membro com o autotransplante. Nesse grupo, em 25


casos, observou-se PTH entre zero e 10 pg/ml em cinco casos (20%), entre 10 e 72 pg/ml em<br />

12 casos (52%), entre 72 e 216 pg/ml em seis casos (24%) e acima <strong>de</strong> 216 pg/ml em um caso<br />

(4%).<br />

No GRUPO TOTAL a medida foi zero até doze meses, exceto dois casos que<br />

apresentaram níveis respectivos <strong>de</strong> 1,7 pg/ml e outro <strong>de</strong> 4,5 pg/ml. Em período <strong>de</strong> 18<br />

meses houve incremento <strong>de</strong> seus níveis respectivamente para 10 pg/ml e 9,9 pg/ml.<br />

Um terceiro paciente apresentou valor <strong>de</strong> 16,9 pg/ml cerca <strong>de</strong> 21 meses após a<br />

operação. Quatro doentes em sete seguidos (57,1%) não tinham níveis <strong>de</strong>tectáveis e<br />

foram submetidos a reimplante <strong>de</strong> paratireói<strong>de</strong>s com 21, 30, 30 e 35 meses <strong>de</strong><br />

criopreservação.<br />

A TABELA 20 mostra os valores médios <strong>de</strong> PTH pré e pós-operatórios.<br />

TABELA 20 - PTH PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO<br />

DOSAGENS DE PTH<br />

(pg/ml)<br />

GRUPO<br />

GRUPO<br />

p<br />

AUTOTX<br />

TOTAL<br />

Média<br />

(Erro padrão da<br />

média)<br />

pré-operatório 1460<br />

(134,8)<br />

Média<br />

(Erro padrão da média)<br />

1172<br />

(109,6)<br />

0,10 (1)<br />

pós-operatório 84,4<br />

(29,3)<br />

1,0<br />

(0,75)<br />

0,0005 (2)<br />

(1) Teste t <strong>de</strong> Stu<strong>de</strong>nt, com correção <strong>de</strong> Welch; (2) Teste <strong>de</strong> Mann-Whitney


A análise entre os valores <strong>de</strong> cada grupo no pré e pós operatórios também<br />

mostrou diferença significativa. No GRUPO AUTOTX o cálculo do nível <strong>de</strong>scritivo<br />

mostrou p


Houve redução <strong>de</strong>ssa média nos grupos, conforme mostra a TABELA 22.<br />

TABELA 22 - MÉDIA DA INTENSIDADE DOS SINTOMAS<br />

PERÍODO<br />

GRUPO AUTOTX<br />

GRUPO TOTAL<br />

Pré-op 2,5 2,3<br />

3m 0,4 0,6<br />

6m 0,2 0,4<br />

12m 0,2 0,2<br />

18m 0,2 0,3<br />

A TABELA 23 mostra a proporção <strong>de</strong> indivíduos com sintomas <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> 2<br />

ou 3, 1 e 0 antes e após a operação.<br />

TABELA 23 - PROPORÇÃO DE INDIVÍDUOS SINTOMÁTICOS<br />

PERÍODO<br />

Intensida<strong>de</strong> do<br />

GRUPO AUTOTX<br />

GRUPO TOTAL<br />

2 ou 3 1 0 2 ou 3 1 0<br />

sintoma<br />

Pré-op 92,6%<br />

3,7%<br />

3,7% 91,7% 8,3% 0%<br />

3 meses 0% 41,7% 58,3% 0% 62,5% 37,5%<br />

6 meses 0% 16,7% 83,3% 12,5% 0% 87,5%<br />

12 meses 0%<br />

21,7%<br />

78,3% 0%<br />

16,7%<br />

83,3%<br />

18 meses 0% 23,5% 76,5% 0% 28,6% 71,4%


A proporção <strong>de</strong> doentes com sintomas <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> 0 em relação aos com<br />

intensida<strong>de</strong> 2 ou 3 foi estatisticamente diferente entre o pré-operatório e o pósoperatório<br />

<strong>de</strong> 12 meses (p < 0,0001 no grupo AUTOTX e p = 0,0002 no grupo TOTAL,<br />

teste exato <strong>de</strong> Fisher).<br />

Aos 12 meses <strong>de</strong> pós-operatório a proporção <strong>de</strong> doentes sem sintomas foi<br />

semelhante nos dois grupos.<br />

Um caso do GRUPO TOTAL apresentou fratura <strong>de</strong> fêmur após evento traumático<br />

(queda), no oitavo mês pós-operatório. Esse evento foi consi<strong>de</strong>rado no intervalo <strong>de</strong><br />

tempo próximo a seis meses, para efeito da análise da intensida<strong>de</strong> dos sintomas.<br />

5.3.9- Aumento do peso no pós-operatório<br />

Os dados das medidas <strong>de</strong> peso no pós-operatório foram passíveis <strong>de</strong> análise em 13<br />

casos do GRUPO AUTOTX e em 6 casos do GRUPO TOTAL. Em média houve aumento<br />

do peso in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do tipo <strong>de</strong> operação. A TABELA 24 mostra as variações <strong>de</strong> peso nos<br />

casos analisados.<br />

TABELA 24 - VARIAÇÃO DO PESO APÓS OPERAÇÃO<br />

ANÁLISE DO PESO<br />

Peso pré-operatório<br />

Peso pós-operatório<br />

GRUPO<br />

AUTOTX<br />

Média<br />

(Erro padrão da média)<br />

47,4 kg<br />

(3,4)<br />

54,5 kg<br />

(4,3)<br />

GRUPO<br />

TOTAL<br />

Média<br />

(Erro padrão da média)<br />

61,7 kg<br />

(3,9)<br />

70,2 kg<br />

(6,3)<br />

Teste t pareado (p) 0,0001 0,04


A tabela mostra que a diferença <strong>de</strong> peso dos pacientes no pré e no pósoperatório<br />

foi significativa em cada um dos dois grupos. Os dois grupos comportaramse<br />

<strong>de</strong> maneira semelhante em relação ao ganho <strong>de</strong> peso no pós-operatório. A média <strong>de</strong><br />

aumento foi <strong>de</strong> 7,1 kg (erro padrão da média <strong>de</strong> 1,2) no GRUPO AUTOTX (15% em<br />

relação ao peso pré-operatório) e no GRUPO TOTAL foi <strong>de</strong> 14% em relação ao peso<br />

antes da operação, com aumento médio <strong>de</strong> 8,5 kg (erro padrão da média <strong>de</strong> 3,1). Essa<br />

diferença resultou no nível <strong>de</strong>scritivo <strong>de</strong> p= 0,63, para o teste t <strong>de</strong> Stu<strong>de</strong>nt entre os<br />

aumentos absolutos <strong>de</strong> peso, superior ao nível <strong>de</strong> significância estabelecido.<br />

5.3.10- Recidiva do hiperparatireoidismo<br />

O número <strong>de</strong> recidivas no GRUPO TOTAL foi zero e no GRUPO AUTOTX foi <strong>de</strong><br />

dois em 23 casos em seguimento até o momento do estudo (8,7%) . A análise pelo<br />

teste exato <strong>de</strong> Fisher mostrou p > 0,99, com diferença não significativa.<br />

5.3.11- Excisão dos fragmentos implantados<br />

Dois pacientes foram submetidos a ressecções do implante no antebraço.<br />

Um caso foi submetido a duas abordagens. Na primeira, buscou-se redução da<br />

massa implantada pela meta<strong>de</strong>, mas não houve redução da dosagem do PTH no<br />

antebraço implantado, que era superior a 2.500 pg/ml. Após a segunda operação os<br />

níveis registrados foram <strong>de</strong> 79,9 pg/ml para a dosagem sistêmica e no membro do<br />

implante foi <strong>de</strong> 140,0 pg/ml.<br />

Em outro caso, a operação com retirada parcial dos implantes <strong>de</strong>terminou a<br />

redução do nível pré-operatório <strong>de</strong> 700 pg/ml para 300pg/ml.


A análise microscópica do material implantado mostrou tecido paratireói<strong>de</strong>o <strong>de</strong><br />

aspecto hiperplásico em meio a tecido muscular, mas não houve sinais <strong>de</strong> crescimento<br />

tipo neoplásico ou invasão <strong>de</strong> estruturas locais.<br />

A FIGURA 17 representa fotomicrografia <strong>de</strong> tecido autotransplantado retirado em<br />

segundo tempo.<br />

FIGURA 17- FOTOMICROGRAFIA DE AUTOTRANPLANTE DE PARATIREÓIDE EM<br />

TECIDO MUSCULAR


5.3.11- Variação do PTH após implante <strong>de</strong> paratireói<strong>de</strong> submetida a criopreservação<br />

Em todos os casos implantados após criopreservação <strong>de</strong>monstrou-se nível<br />

sistêmico do PTH igual ou próximo a zero, antes do enxerto. Foi realizado implante <strong>de</strong><br />

paratireói<strong>de</strong> criopreservada em cinco casos. A TABELA 25 mostra os dados das<br />

dosagens do PTH após o autotransplante <strong>de</strong> material criopreservado.<br />

TABELA 25 - PTH APÓS TRANSPLANTE DE PARATIREÓIDE CRIOPRESERVADA<br />

CASO<br />

Tempo <strong>de</strong><br />

PTH (pg/ml)<br />

preservação<br />

Até 6 meses<br />

<strong>de</strong> 6 a 12 meses<br />

após 12 meses<br />

sistêmico enxerto sistêmico enxerto sistêmico enxerto<br />

1 15 dias 10,1 10,7 23,0 26,5 0,3 0,8<br />

2 21 meses 10,6 10,8 21,4 304,6 37,0 1150,0<br />

3 30 meses 10,8 11,2 5,0 5,8 - -<br />

4 30 meses 0 0 - - - -<br />

5 35 meses 0,5 1,6 0 0 - -


5.4- Biópsia óssea<br />

A análise da biópsia óssea pós-operatória foi correlacionada a biópsia pré-operatória<br />

e também com o nível <strong>de</strong> PTH pós-operatório dos pacientes. Os resultados da<br />

biópsia óssea estão indicados na TABELA 26.<br />

ida<strong>de</strong><br />

(anos)<br />

GRUPO<br />

TABELA 26 - BIÓPSIA ÓSSEA APÓS PARATIREOIDECTOMIA<br />

PTH<br />

(pg/ml)<br />

Diagnóstico<br />

pré-operatório<br />

Diagnóstico pósoperatório<br />

Alumínio préoperatório<br />

(%)<br />

Alumínio pósoperatório<br />

(%)<br />

44 TOTAL 0 Osteíte fibrosa Doença adinâmica 30 50<br />

44 TOTAL 0 Osteíte fibrosa Doença adinâmica 0 100<br />

43 TOTAL 0 - Doença adinâmica - 100<br />

27 TOTAL (1) 0 Doença mista Doença adinâmica 0 0<br />

30 AUTOTX 0 Doença mista Doença adinâmica 50 70<br />

16 AUTOTX 8,0 Osteíte fibrosa Normal 0 0<br />

44 AUTOTX 8,6 Osteíte fibrosa Doença adinâmica 0 100<br />

17 AUTOTX 21.9 - Normal - 0<br />

23 AUTOTX 43,57 Osteíte fibrosa Normal 40 50<br />

44 AUTOTX 109,0 Doença mista Osteomalacia 50 0<br />

45 AUTOTX 178,2 Doença mista Osteomalacia 0 80<br />

(1) Autotransplante após 15 dias.<br />

A análise da distribuição dos casos com doença óssea adinâmica e aqueles sem<br />

essa entida<strong>de</strong>, mostrou que dos doentes submetidos a paratireoi<strong>de</strong>ctomia total sem<br />

autotransplante e com biópsia óssea no pós-operatório todos tinham esse aspecto<br />

histológico. Por outro lado, dos doentes do GRUPO AUTOTX, dois apresentaram<br />

doença óssea adinâmica e cinco não. Essa diferença apresentou nível <strong>de</strong>scritivo<br />

próximo do nível <strong>de</strong> significância (p= 0,06), pelo teste exato <strong>de</strong> Fisher, conforme mostra<br />

a TABELA 27.


TABELA 27 - DOENÇA ÓSSEA ADINÂMICA NO PÓS-OPERATÓRIO, POR OPERAÇÃO<br />

DOENÇA ÓSSEA<br />

GRUPO<br />

GRUPO<br />

Teste exato <strong>de</strong><br />

ADINÂMICA<br />

AUTOTX<br />

TOTAL<br />

Fisher (p)<br />

PRESENTE 2 4<br />

AUSENTE 5 0 0,06<br />

A análise da biópsia óssea pós operatória, em função do nível <strong>de</strong> PTH, mostrou<br />

diferença significativa da incidência <strong>de</strong> doença óssea adinâmica entre os doentes com<br />

PTH in<strong>de</strong>tectável e aqueles com níveis <strong>de</strong>tectáveis do hormônio na circulação<br />

sistêmica. a doença óssea adinâmica esteve presente em todos os casos com PTH<br />

in<strong>de</strong>tectável.<br />

Esses números estão indicados na TABELA 28. O emprego do teste exato <strong>de</strong><br />

Fisher mostrou diferença significativa.<br />

TABELA 28 - DOENÇA ÓSSEA ADINÂMICA E PTH PÓS-OPERATÓRIO<br />

DOENÇA ÓSSEA<br />

ADINÂMICA<br />

PTH<br />

in<strong>de</strong>tectável<br />

PTH<br />

maior que zero<br />

Teste exato <strong>de</strong><br />

Fisher (p)<br />

PRESENTE 5 1<br />

AUSENTE 0 5 0,02<br />

Em relação à intoxicação por alumínio, forma obtidos os seguintes resultados<br />

expressos nas TABELAS 29 E 30.


TABELA 29 - INTOXICAÇÃO ALUMÍNICA POR TIPO DE PARATIREOIDECTOMIA<br />

INTOXICAÇÃO POR<br />

GRUPO<br />

GRUPO<br />

Teste exato <strong>de</strong><br />

ALUMÍNIO<br />

(Alumínio > 20%)<br />

AUTOTX<br />

TOTAL<br />

Fisher (p)<br />

PRESENTE 4 3<br />

AUSENTE 3 1 > 0,99<br />

TABELA 30 - INTOXICAÇÃO ALUMÍNICA PELO PTH PÓS-PARATIREOIDECTOMIA<br />

INTOXICAÇÃO POR<br />

ALUMÍNIO<br />

PTH<br />

PTH<br />

in<strong>de</strong>tectável maior que zero<br />

Teste exato <strong>de</strong><br />

Fisher (p)<br />

(Alumínio > 20%)<br />

PRESENTE 4 3<br />

AUSENTE 1 3 0,54

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