+ múSICA DE fÉ - UBC

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25.11.2014 Views

Edição Especial Cristã DAVI SACER Em busca de águas profundas + MÚSICA DE FÉ Mercado aposta cada vez mais no gospel + perfiL: MARCELO MANHÃS + ARRECADAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO Saiba como receber pela execução da sua música Davi Sacer: fenômeno de vendas e execução em rádios REVISTA DA UNIÃO BRASILEIRA De COMPOSITORES #01_ 2011

Edição Especial Cristã<br />

DAVI SACER<br />

Em busca de águas profundas<br />

+ MÚSICA <strong>DE</strong> FÉ<br />

Mercado aposta cada vez mais no gospel<br />

+ perfiL: MARCELO MANHÃS<br />

+ ARRECADAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO<br />

Saiba como receber pela execução da sua música<br />

Davi Sacer:<br />

fenômeno de vendas<br />

e execução em rádios<br />

REVISTA DA<br />

UNIÃO BRASILEIRA De<br />

COMPOSITORES<br />

#01_ 2011


REVISTA DA<br />

UNIÃO<br />

BRASILEIRA De<br />

COMPOSITORES<br />

> Tradição e confiança<br />

> Administração moderna e tecnologia de ponta<br />

> Sistema exclusivo de liberação de<br />

retidos e agilidade no pagamento<br />

> Representação em mais de 130 países e<br />

territórios e um dos menores percentuais de<br />

administração do mercado<br />

> Membro da diretoria da Confederação<br />

Internacional de Sociedades de Autores<br />

e Compositores (Cisac)<br />

Editorial<br />

EDIÇÃO ESPECIAL CRISTÃ<br />

#01_2011<br />

O aumento significativo do segmento evangélico no setor fonográfico surpreende a todos. A fé não só<br />

move montanhas, como também movimenta a cena cultural, os shows e o comércio de CDs e dvds<br />

para o público cristão. Apesar disso, milhares de compositores, músicos e intérpretes desconhecem<br />

que possuem direitos autorais por suas composições ou interpretações.<br />

A <strong>UBC</strong> – União Brasileira de Compositores é uma associação de autores fundada em 1942 por nomes<br />

ilustres da música brasileira e tem como objetivos a defesa e distribuição de rendimentos dos direitos<br />

autorais de execução pública musical e o desenvolvimento cultural.<br />

Por tudo isso, preparamos esta edição especial da Revista <strong>UBC</strong> voltada para a música cristã, onde<br />

falamos um pouco sobre o mercado, mostramos o trabalho de alguns ilustres associados, como Davi<br />

Sacer, que estrela a nossa capa, e explicamos a gestão coletiva de direitos autorais com o objetivo de<br />

informar melhor os autores da música gospel sobre seus direitos.<br />

Boa leitura!<br />

<strong>UBC</strong><br />

> Atendimento personalizado para garantir a<br />

defesa de seus direitos no ECAD<br />

04-05 06-07<br />

08-09 10-11<br />

www.ubc.org.br Tel.: (21) 2223-3233<br />

12-13<br />

14-15 16-17 18-19<br />

índice<br />

04 : NOVIDA<strong>DE</strong>S NACIONAIS<br />

06 : LANÇAMENTOS<br />

07 : internacionais<br />

08 : MÚSICA <strong>DE</strong> FÉ<br />

11 : fique de olho<br />

12 : CAPA DAVI SACER<br />

16 : ARRECADAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO<br />

18 : perfil MARCELO MANHÃS<br />

A <strong>UBC</strong> é uma sociedade sem fins lucrativos, regida por autores, que tem como objetivos a<br />

defesa e a distribuição dos rendimentos de direitos autorais e o desenvolvimento cultural.<br />

Afilie-se!<br />

A Revista <strong>UBC</strong> é uma publicação da União Brasileira de Compositores, uma sociedade sem fins lucrativos que tem como objetivos a defesa e a distribuição<br />

dos rendimentos de direitos autorais e o desenvolvimento cultural / Diretoria: Fernando Brant (presidente), Abel Silva, José Antônio Perdomo, José Loureiro<br />

(in memorian), Manoel Nenzinho Pinto, Ronaldo Bastos e Sandra de Sá / Diretora-executiva: Marisa Gandelman / Coordenação editorial: Elisa Eisenlohr<br />

/ Projeto gráfico e diagramação: 6D / Editora: Eveline Ventura (MTB 23.874) / Colaboradores: Lucas Ricardo, Carlos Henrique Rodrigues, Paula<br />

Renata Santos, Ivan Carlos e Luciana Alves / Capa: Solmar Garcia / Tiragem: 3.000 exemplares / Distribuição gratuita


novidades nacionais<br />

notícias <strong>UBC</strong>/5<br />

ATENÇÃO SENHORES<br />

NAVEGANTES<br />

Foto: Nina Franco<br />

Foto: Rafael Kistenmacker<br />

MUITO ALÉM<br />

<strong>DE</strong> “VI<strong>DE</strong>IRA”<br />

Quem participou falou bem do último cruzeiro marítimo<br />

“Adoração em Alto-mar”, promovido em 2010 pelo<br />

Ministério de Louvor Diante do Trono. O grupo vai repetir a<br />

dose em 2011.<br />

Até mesmo o mais inexperiente marujo não correrá o risco<br />

de “enjoar” diante do roteiro de quatro dias do transatlântico<br />

Grand Mistral (Ibero Cruzeiros), partindo de Santos (SP) e<br />

passando por Angra dos Reis (RJ) e Ilha Bela (SP).<br />

A saída acontecerá em 14 de dezembro. Reservas podem<br />

ser feitas através do site do grupo: www.diantedotrono.com.<br />

Foto: Divulgação<br />

EM NOVA PARCERIA<br />

Depois de gravar (ao vivo) pela Som Livre o CD “A Essência<br />

é Jesus”, o líder do Ministério Santa Geração, pastor<br />

Antônio Cirilo, está em estúdio para investir em sua 24ª<br />

empreitada musical. Cirilo grava no Mosh, em São Paulo,<br />

considerado o maior complexo de gravação do país. Ele<br />

deve trabalhar por aproximadamente três meses no novo<br />

projeto, intitulado “Deus é Glorioso”.<br />

“Nossa expectativa não poderia ser melhor, pois este novo<br />

trabalho é gravado de forma diferente. O processo será<br />

diferenciado tanto no mercado gospel quanto no secular.<br />

Isso devido à sua sonoridade, derivada de uma produção<br />

de alta qualidade”, adianta o músico.<br />

O disco é produzido por Ruben di Souza e a previsão é de<br />

que chegue às lojas em novembro. Segundo o maestro,<br />

essa parceria era “ensaiada” há quatro anos e finalmente<br />

encontrou viabilidade para a realização. “Este disco não<br />

começa agora, ele já nasceu há um tempo. Pensamos<br />

em algo simples, porém forte, valorizando sempre as<br />

mensagens”, observa. Cirilo endossa as palavras do<br />

produtor. “Depois de algum tempo, cheguei à conclusão de<br />

que poderíamos firmar uma parceria forte, levando paz ao<br />

coração das pessoas”, comenta sobre o trabalho pela nova<br />

gravadora.<br />

Até agora, o resultado obtido demonstra a evolução de<br />

Cirilo como cantor e confirma a decisão acertada de optar<br />

por arranjos mais sofisticados. Este é o primeiro trabalho<br />

solo do cantor mineiro com selo artístico de uma gravadora<br />

(Graça Music).<br />

PARA OS BAIXINHOS<br />

Quem era criança no final da década de oitenta e início<br />

dos anos noventa certamente se lembra da ex-paquita<br />

Andréia Sorvetão. Desde que deixou o programa infantil,<br />

estrelado por Xuxa, Sorvetão, como era conhecida, passou<br />

a se dedicar à música gospel e às atividades como<br />

empresária.<br />

Ela já gravou dois CDs dedicados ao universo<br />

infantil, “Casa da Sorvetão” (Sião Records) e “Vamos<br />

Festejar”, lançados em 2007 e 2010 (Seven7Records),<br />

respectivamente. O primeiro rendeu a Andréia uma<br />

indicação ao Troféu Talento, e o segundo teve uma das<br />

canções, “Tem que Mergulhar”, por algumas semanas<br />

entre as mais pedidas dos programas infantis veiculados<br />

em rádios evangélicas.<br />

Paralelamente à carreira de cantora, Sorvetão, que<br />

é casada com o também cantor Conrado e mãe de<br />

Giovanna, de 12 anos, e Maria Eduarda, de 4, dirige uma<br />

casa de festas e eventos infantis na Barra da Tijuca (RJ).<br />

Foto: Arquivo Ibasel<br />

BOA FASE PREMIADA<br />

O novo CD de Aline Barros, “Extraordinário Amor de<br />

Deus” (MK Music), está em processo de certificação pela<br />

Associação Brasileira de Produtores de Discos (ABPD)<br />

para a entrega do CD de Platina Triplo, referente a 160<br />

mil cópias vendidas. A informação foi confirmada pelo<br />

relações-públicas da gravadora carioca, Laudeli Leão.<br />

Logo no início do ano, a cantora emplacou o sucesso<br />

“Ressuscita-me” e chegou rapidamente ao Disco de Ouro.<br />

O disco agradou ao público jovem com músicas vibrantes<br />

e dançantes, gravadas em estúdio e também ao vivo, na<br />

Comunidade Evangélica Internacional da Zona Sul, Rio<br />

de Janeiro. A produção musical é assinada por Ricardo<br />

Feghali e Cleberson Horsth, integrantes do grupo Roupa<br />

Nova.<br />

Aline receberá ainda o DVD de Platina Triplo pelos 150 mil<br />

exemplares do infantil “Aline Barros & Cia 1”. Em breve,<br />

será lançado o terceiro CD e DVD da série infantil estrelada<br />

por ela.<br />

Confirmando a boa fase, a cantora carioca concorre em<br />

cinco categorias das nove possíveis no Troféu Promessas.<br />

Aline foi indicada como Melhor Cantora, Melhor CD<br />

(“Extraordinário Amor de Deus”), Melhor DVD (“Na<br />

Estrada”), Melhor Clipe (“Ressuscita-me”) e Melhor Música<br />

(“Ressuscita-me”).<br />

Cláudio Claro nasceu no Rio de Janeiro, em 1960. Abraçou<br />

a fé cristã na juventude, através das palavras da avó, e foi<br />

missionário no Nordeste. Em 1988, casou-se com Silvana<br />

e retornou ao Rio de Janeiro para gravar seu primeiro<br />

LP, “Reina o Senhor”. Desde então, foram mais 6 LPs e<br />

14 CDs gravados, entre eles: “Festa dos Tabernáculos”,<br />

“Libertador”, “Regozijai-vos” e “O Alfa e o Ômega 1, 2 e 3”.<br />

O último trabalho lançado pelo cantor foi a coletânea<br />

“Cântico dos Cânticos Vol. 1”. Incansável, Cláudio já se<br />

prepara para lançar o segundo volume da série e também<br />

um CD com canções inéditas. O pai de Israela, Jefté e<br />

Isaac vive atualmente na cidade do Rio de Janeiro, onde<br />

congrega na Igreja Evangélica Missionária Maranata, na<br />

Barra da Tijuca.<br />

Quando começou sua trajetória na música gospel?<br />

CLÁUDIO CLARO:Passei um tempo afastado da igreja e<br />

me envolvi com a música secular. Voltei para a igreja aos<br />

21 anos, às vésperas de gravar meu primeiro disco popular.<br />

Deus me trouxe de volta para tocar apenas para Ele.<br />

Quando teve início o ministério Tabernáculo de Davi?<br />

CLÁUDIO: Quando me casei com minha esposa Silvana,<br />

em 1988.<br />

Quais são as canções de sua autoria que as igrejas<br />

mais cantavam e cantam?<br />

CLÁUDIO: Canções como “Terra e Céu”, “Jesus” e outras<br />

do LP “Reina o Senhor” foram cantadas em várias igrejas.<br />

Em 1990, compus a música “Pão da Vida”, que até hoje é<br />

uma das mais cantadas nas comunidades cristãs em todo<br />

o Brasil, sendo gravada também por Nelson Ned. Hoje,<br />

músicas como “Videira”, “Libertador”, “Regozijai-vos” e<br />

“Profetiza” fazem parte do cancioneiro evangélico do país.<br />

Foto: Arquivo pessoal


LANÇAMENTOS<br />

internacionais<br />

notícias <strong>UBC</strong>/7<br />

ELIAS FERNAN<strong>DE</strong>S<br />

(independente)<br />

Elias Fernandes lança CD “Elevo<br />

a Ti”, primeiro disco solo do<br />

guitarrista do grupo Diante do<br />

Trono. Nesse projeto, ele conta<br />

com participações especiais<br />

de Ana Paula Nóbrega e Israel<br />

Salazar, da nova geração do<br />

DT, além de Ana Paula Valadão, Nívea Soares e do músico<br />

Enéias Xavier.<br />

Autodidata, Elias não pensava em ser guitarrista quando<br />

começou a “arranhar” as primeiras notas no cavaquinho<br />

com apenas 10 anos de idade. Após 11 anos de parceria<br />

com o DT, o artista ousa acordes mais pesados nas 13<br />

faixas autorais do disco. “Elevo a Ti” está à venda nas<br />

principais lojas evangélicas.<br />

PROMESSAS<br />

ADORAÇÃO<br />

(Som Livre)<br />

A Som Livre traz ao<br />

mercado o quarto volume<br />

da coletânea de música<br />

gospel “Promessas<br />

Adoração”, dedicado ao<br />

subgênero homônimo,<br />

consagrado pelo público evangélico. As 14 faixas foram<br />

interpretadas por nomes de peso no cenário gospel<br />

nacional. Destaque para as faixas “Milagre”, “Pegue Firme<br />

com Deus” e “Ouço Deus me Chamar”, gravadas por André<br />

Valadão, Regis Danese e Ludmila Ferber, respectivamente.<br />

Com sonoridade mais jovem que os anteriores, o CD é<br />

repleto de peculiaridades, a começar pelos encontros<br />

musicais entre Ana Paula Valadão, Nívea Soares e<br />

Fernanda Brum na faixa “Encontro das Águas”, e do<br />

Ministério Aliança do Tabernáculo com os cantores Davi<br />

Sacer e Luiz Arcanjo, na música “Filho da Promessa”.<br />

Entre 2009 e 2010, os dois primeiros volumes de<br />

“Promessas” atingiram a marca de mais de 400 mil discos<br />

vendidos.<br />

ALEX GONZAGA<br />

(Mk Music)<br />

A coletânea de clássicos<br />

“Canções Eternas Canções”, na<br />

voz de Alex Gonzaga, chega<br />

ao terceiro volume pela MK<br />

Music. O cantor e compositor,<br />

consagrado no grupo Novo<br />

Som, acaba de lançar as<br />

13 faixas do CD. Destaque<br />

para “Um Milagre Senhor”, de Don Burgess, tocando<br />

intensamente nas rádios.<br />

O projeto de resgate da MK e de Alex tem como principal<br />

propósito trazer à memória canções que marcaram de<br />

forma definitiva a vida da comunidade cristã brasileira.<br />

SHIRLEY<br />

CARVALHAES<br />

(Art Gospel)<br />

O novo trabalho da cantora<br />

Shirley Carvalhaes, “A<br />

Espera de um Milagre” (Art<br />

Gospel), já está disponível<br />

para o público.<br />

O disco possui 12 faixas<br />

de produção sofisticada e demandou a atuação de três<br />

maestros: Lenno Maia, Serginho e Wesley Ros. Entre as<br />

canções escolhidas, estão músicas de Denner de Souza,<br />

Rozeane Ribeiro, Guto Soledad, Anderson Pontes, Jeann e<br />

Junior, Luis Arcanjo e o próprio Wesley Ros.<br />

Shirley mostra versatilidade passeando entre ritmos como<br />

baião, xote e sertanejo universitário, sem abrir mão da<br />

característica vocal que a notabilizou como uma das<br />

principais representantes da música pentecostal.<br />

LUDMILA<br />

FERBER<br />

(Som Livre)<br />

A cantora carioca<br />

Ludmila Ferber lança<br />

pela Som Livre o CD<br />

e DVD “O Poder da<br />

Aliança”, reunindo 15<br />

canções gravadas<br />

ao longo da carreira.<br />

Entre as músicas<br />

selecionadas, estão as marcantes “Sopra Espírito” e<br />

“Canção do Amigo”.<br />

A pastora espera repetir o êxito de “Canções<br />

Inesquecíveis”, coletânea de clássicos lançada no ano<br />

passado, com 140 mil cópias vendidas.<br />

DAVID<br />

QUINLAN<br />

(PFG)<br />

De olho na América<br />

Latina, principalmente<br />

nos vizinhos argentinos,<br />

o cantor e compositor<br />

irlandês (radicado no<br />

Brasil) David Quinlan<br />

acaba de lançar o álbum<br />

“Libre para Adorar” (PFG). Este é o primeiro trabalho em<br />

espanhol do músico, que acerta nas adaptações das<br />

composições e na escolha do repertório.<br />

Quinlan mantém a pegada e logo na faixa título se<br />

embrenha no pop rock “Libre para Adorar”, emendando<br />

no rock de refrão forte “Águas Profundas”, característica<br />

mantida na faixa 9, “Corriendo”. Mas como nem só de<br />

saltos viverá o homem, o cantor se encarrega de alternar<br />

momentos de profunda introspecção nas baladas “Cuando<br />

Estoy a tu Lado” e “Abrázame”. Certeiro.<br />

Foto: Divulgação Grammy Awards<br />

Foto: Jim Grasela<br />

GMA DOVE AWARDS BATE RECOR<strong>DE</strong> <strong>DE</strong> PÚBLICO EM<br />

TRANSMISSÃO TELEVISIVA E VOLTA A ATLANTA EM 2012<br />

A 42ª edição do Gospel Music Association Dove Awards, um dos mais importantes prêmios do segmento nos<br />

Estados Unidos, rendeu espectadores sem precedentes para o canal GMC. A noite de premiação também foi<br />

sucesso de bilheteria, lotando o The Fabulous Fox Theatre, em Atlanta.<br />

Em 2012, o mais abrangente troféu da música cristã será novamente realizado em Atlanta e transmitido ao vivo pelo<br />

GMC. O anúncio foi feito pelo comitê organizador da Gospel Music Association, com perspectiva de ocorrer em abril<br />

de 2012. Este ano, o evento foi assistido por 1,5 milhões de telespectadores.<br />

A mudança para a cidade culturalmente diversificada de Atlanta, a veiculação no GMC, inúmeras promoções com<br />

igrejas, rádio e TV ajudaram a promover e consolidar a “Maior noite da música evangélica”.<br />

CONGRESSO MUNDIAL REÚNE<br />

COMPOSITORES E LÍ<strong>DE</strong>RES POLÍTICOS<br />

NA BÉLGICA PARA DISCUTIR<br />

FUTURO DA INDÚSTRIA AUTORAL<br />

A terceira edição do Congresso Mundial de Direito<br />

Autoral foi organizada pela Confederação Internacional<br />

de Sociedades de Autores e Compositores (Cisac) nos<br />

dias 7 e 8 de junho em Bruxelas, na Bélgica (foto). O<br />

evento reuniu mais de 730 participantes de todas as<br />

partes do mundo (57 países representados).<br />

Mais de 130 conferencistas compartilharam<br />

experiências durante este encontro bienal, incluindo<br />

compositores de renome mundial, como Javed Akhtar,<br />

David Arnold, o Bee Gee Robin Gibb, Jean-Michel<br />

Jarre, Hervé di Rosa, Jean-Paul Salomé e Frank Stella.<br />

Outros palestrantes são líderes envolvidos com políticas<br />

de direito e propriedade intelectual em todo o mundo.<br />

Em um debate aberto e sincero sobre o futuro da<br />

indústria autoral, representantes de todas as frentes<br />

artísticas mostraram que, apesar da diversidade,<br />

compartilham o objetivo de apoiar o direito dos autores.<br />

Os participantes concordaram quanto à necessidade<br />

de encontrar uma solução conjunta e viável norteada<br />

pelos desafios do atual mercado digital.<br />

GRAMMY ELIMINA 31 CATEGORIAS PARA 2012<br />

PREMIADOS COMPOSITORES E<br />

MÚSICAS MAIS TOCADAS EM<br />

2011 NOS ESTADOS UNIDOS<br />

O Indie Music Channel premiou os compositores e editores<br />

das músicas cristãs mais tocadas na televisão e no rádio<br />

durante o ano passado, em festa realizada na cidade de<br />

Nashville.<br />

Destaque para o compositor Scott Krippayne (foto), premiado<br />

com a melhor canção do ano pela avassaladora “What Faith<br />

Can Do” (O Que a Fé Pode Fazer). Entre os editores, com<br />

cinco músicas na lista dos mais executados, a Universal<br />

Music foi nomeada “Editora Cristã do Ano” pela quarta<br />

oportunidade consecutiva.<br />

A cerimônia incluiu comovente tributo a Don Butler, cofundador<br />

da GMA, falecido no início deste ano. Lembrado<br />

como executivo visionário, talentoso cantor e produtor de<br />

álbuns, cerimônias de premiação e séries de televisão, Butler<br />

atuou como executivo do conselho diretor da GMA entre<br />

1976 e 1991.<br />

Foto: Rick Diamond<br />

A Academia que promove anualmente o prêmio considerado o mais importante da indústia musical,<br />

o Grammy Awards, anunciou o maior corte em seus 53 anos de história. Das 109 categorias<br />

existentes, 31 serão eliminadas no próximo ano.<br />

Entre as categorias eliminadas estão Melhor Álbum Infantil, Melhor Desempenho de Rap para Duo<br />

ou Grupo, Gospel Tradicional e Melhor Álbum Nativo Americano. Os gêneros musicais eliminados<br />

serão acomodados em concorrências mais amplas. Além destas mudanças, os prêmios de pop,<br />

country e R&B não terão mais separação entre artistas femininos e masculinos.<br />

Foram anunciadas também novas regras que podem acarretar na eliminação de mais categorias<br />

ao longo dos próximos anos. Durante a coletiva de imprensa, os organizadores informaram que o<br />

objetivo da reestruturação é aumentar a competitividade e assegurar o prestígio do prêmio.


8/<strong>UBC</strong> mercado<br />

mercado<br />

<strong>UBC</strong>/9<br />

MÚSICA <strong>DE</strong><br />

Mercado aposta cada vez mais no<br />

gospel, cantores ganham destaque<br />

e compositores aparecem entre<br />

principais arrecadadores do Ecad<br />

Por Lucas Ricardo<br />

“Ô lôco meu!”, declama o apresentador ex-gordinho,<br />

dono do intransferível bordão, popularizado no Domingão<br />

do Faustão, programa de auditório mais assistido pelos<br />

brasileiros. O elogio foi feito no dia 27 de junho de<br />

2010, após apresentação de duas das mais influentes<br />

representantes de um gênero musical até então ignorado<br />

pelo dominical da Rede Globo: o gospel.<br />

As cantoras Aline Barros e Fernanda Brum mostraram,<br />

sob os olhares de milhões de testemunhas, o motivo da<br />

notoriedade obtida no segmento evangélico. Talentosas,<br />

elas arrancaram lágrimas e gritos de uma multidão de fãs.<br />

Apesar das manifestações, as cantoras reafirmaram ao<br />

apresentador o compromisso de agradar não apenas ao<br />

público, mas a Deus.<br />

Embarcando na tendência, a Globo promoverá em<br />

dezembro o Troféu Promessas, para premiar destaques<br />

da música gospel dos anos de 2010 e 2011. O projeto foi<br />

idealizado pelo diretor de projetos especiais da emissora,<br />

Amauri Soares, em parceira com a GEO Eventos. A festa<br />

oferecerá estatuetas relativas a nove categorias: Melhor<br />

Grupo, Melhor Ministério de Louvor, Melhor Cantor,<br />

Melhor Cantora, Artista Revelação, Melhor Música, Melhor<br />

DVD/BluRay, Melhor CD, Melhor Clipe.<br />

Nos estúdios do Centro de Televisão do Anhanguera, a<br />

plateia eufórica do programa de sábado à tarde saudava<br />

com ímpeto as personalidades apresentadas no palco.<br />

Logo surge em bem comportado vestido a principal<br />

convidada da tarde, a mezzosoprano Cassiane. A cantora<br />

receberia uma série de homenagens pela carreira,<br />

iniciada em 1992, na atração comandada por Raul<br />

Gil. Maior entusiasta da música gospel na televisão, o<br />

apresentador de 73 anos não esconde a admiração pelos<br />

artistas cristãos.<br />

Ainda no SBT, a loiríssima Eliana recebe aos domingos<br />

um sem número de concorrentes talentosos para o<br />

concurso “Tem um Cantor Gospel lá em Casa”. Vozes<br />

bem ensaiadas agradam em cheio aos espectadores da<br />

apresentadora paulista.<br />

A intensificação da presença dos evangélicos na grande<br />

mídia não é uma questão de fé, mas de mercado.<br />

Um mercado de 26 milhões de pessoas, em sólido<br />

crescimento e com poder de compra cada vez maior.<br />

O censo do IBGE de 2000 indicou que 13,5 dos 26<br />

milhões de evangélicos recenseados são pentecostais.<br />

Para 2010, as estimativas do instituto são maiores, com<br />

um total de 36,5 milhões de evangélicos, sendo mais de<br />

30 milhões pentecostais. O grupo em maior crescimento<br />

na igreja constitui a maior parte do público-alvo nos<br />

novos investimentos no segmento.<br />

Uma segunda pesquisa mostra que 90% dos evangélicos<br />

dariam preferência à compra de CDs originais,<br />

beneficiando as gravadoras que sofrem com a pirataria.<br />

De olho nesta fatia de mercado, a indústria fonográfica<br />

fechou dezenas de contratos com cantores gospel.<br />

A Som Livre ingressou no mercado lançando em 2009<br />

o CD “Promessas”. A coletânea obteve a 5ª colocação<br />

entre os 20 discos mais vendidos, segundo relatório da<br />

Associação Brasileira de Produtos de Discos (ABPD),<br />

e traz em sua 3ª edição com conteúdo dedicado<br />

exclusivamente aos pentecostais. A gravadora produziu<br />

ainda o álbum “Consagração”, de Aline Barros, logo<br />

depois de a cantora emplacar a canção “Recomeçar”<br />

na trilha sonora da novela Duas Caras, da Rede Globo.<br />

Curiosamente, o projeto da Som Livre com a mais<br />

premiada cantora evangélica brasileira não foi à frente, e<br />

ela então retornou à antiga gravadora.<br />

Outro fenômeno de vendas contratado pela gravadora é<br />

o Ministério de Louvor Diante do Trono. O grupo musical<br />

teria vendido 1 milhão de cópias em 2001, com o álbum<br />

“Preciso de Ti”, mas não fulgurou na lista dos mais<br />

vendidos por não estar associado à ABPD. Em 2010, o<br />

conjunto mineiro gravou o CD e DVD “Aleluia”, ao vivo, na<br />

cidade de Barretos.<br />

O grupo Sony Music é o maior conglomerado do mundo,<br />

proprietário de marcas como Columbia Records e RCA.<br />

Em 2010, após 10 anos de estudos sobre o mercado<br />

fonográfico religioso, a Sony Music Brasil lançou o selo<br />

Sony Music Gospel e começou a construir um casting<br />

nacional. No mercado norte-americano, a Sony é a maior<br />

gravadora de títulos evangélicos, agenciando nomes<br />

como: Leeland, Third Day e Michael W. Smith (compositor<br />

estrangeiro com maior número de músicas traduzidas<br />

para o português).<br />

De cara, a gravadora fechou contratos com Cassiane,<br />

Damares, Elaine de Jesus, Renascer Praise e Banda<br />

Resgate. Em menos de três anos, a Sony conseguiu a<br />

terceira posição na lista das maiores gravadoras gospel<br />

no mercado brasileiro.<br />

“Percebia que os players do mercado gospel se julgavam<br />

inatingíveis detentores de uma reserva de mercado”,<br />

observa Maurício Soares, diretor executivo do segmento<br />

gospel da Sony Music. De fato, o mercado foi dominado<br />

durante anos por gravadoras como Line Records, Graça<br />

Music e a poderosa MK Publicitá, da família Oliveira.<br />

“Agora esta reserva foi quebrada e todos terão que<br />

se mexer bastante para manter suas atuais posições”,<br />

analisa o executivo.<br />

A investida mais bem-sucedida da Sony neste mercado<br />

é a cantora paranaense Damares, que já vendeu mais<br />

de 240 mil cópias com o CD “Diamante”, ganhando o<br />

certificado de Disco de Platina Triplo.


10/<strong>UBC</strong> mercado<br />

notícias<br />

<strong>UBC</strong>/11<br />

A Sony tem planos ambiciosos, entre eles, proporcionar<br />

aos artistas do casting gospel a oportunidade de lançar<br />

carreiras internacionais, apoiados pelas filiais latinoamericanas<br />

da gravadora.<br />

DIREITOS AUTORAIS E DISTRIBUIÇÃO<br />

Aos poucos, a música gospel conquista espaços<br />

independentes do ambiente austero das igrejas<br />

evangélicas e chega ao mainstream. Dentro e fora dos<br />

templos, a melodia feita para Deus encanta uma multidão<br />

de aficionados, não necessariamente pessoas ligadas<br />

à religião evangélica. Prova disso são os números<br />

das vendagens, cada vez mais expressivos (ABPD).<br />

Os compositores evangélicos também estão entre os<br />

campeões de execuções e recebimento de direitos<br />

autorais.<br />

Segundo dados do Escritório Central de Arrecadação<br />

e Distribuição (Ecad), obtidos no mês de abril de<br />

2010, 16 evangélicos fulguraram entre os 50 maiores<br />

arrecadadores de direito autoral de execução pública nos<br />

órgãos da mídia, entre eles o cantor e compositor Marco<br />

Aurélio, autor do hit gospel “Deus é Fiel”.<br />

“A melhor opção de público são os cantores evangélicos,<br />

hoje campeões de vendas. Os artistas populares<br />

batalham para aumentar a receita com agendas e<br />

shows, uma vez que o mercado fonográfico convencional<br />

atravessa dificuldades. No gospel, a história é<br />

diferente, proporcionando aos profissionais a obtenção<br />

de considerável retorno em vendas. Além disso, os<br />

compositores se beneficiam da frequente execução de<br />

suas obras autorais e recebem a contrapartida do Ecad,<br />

como determina a lei”, analisa o compositor, com 20 anos<br />

de carreira.<br />

A música criada nos templos protestantes é distribuída<br />

com velocidade por uma enorme quantidade de rádios<br />

dedicadas exclusivamente ao tema. No Rio de Janeiro,<br />

as rádios evangélicas ocupam a primeira posição<br />

na preferência dos ouvintes, à frente de tradicionais<br />

conglomerados de mídia. “Tudo isso coopera e estimula<br />

os compositores a prosseguirem em sua árdua missão de<br />

sobreviver através de suas composições. Gostaria de ver<br />

a igreja brasileira e todo o nosso sistema de rádios, TV,<br />

internet e produtores de eventos entendendo mais sobre<br />

direitos autorais e honrando aqueles que são as pessoas<br />

<strong>DE</strong> MÚSICA EVANGÉLICA<br />

A GOSPEL: O SALTO<br />

O caminho dos artistas evangélicos até os holofotes da<br />

ribalta é uma história repleta de detalhes curiosos. A música<br />

evangélica (que pegou o termo “gospel” emprestado dos<br />

norte-americanos entre os anos 80 e 90) começou a ter<br />

diminuto espaço na década de 70. Anos de produções<br />

acanhadas, principalmente no meio pentecostal, até pela<br />

não aceitação de alguns instrumentos musicais como a<br />

bateria e a guitarra. A exceção foi o grupo Vencedores por<br />

Cristo, produzido por uma missão cristã norte-americana<br />

e considerado um alienígena musical para muitos<br />

conservadores de então.<br />

Na década de oitenta houve grande avanço nas produções<br />

em estúdio. Surgiram várias bandas e intérpretes imortais<br />

como Victorino Silva, Ozeias de Paula, Álvaro Tito, Shirley<br />

Pesquisa mostra que 90%<br />

dos evangélicos dariam<br />

preferência à compra de<br />

CDs originais (...)<br />

mais importantes da musica cristã: os compositores”,<br />

afirma o produtor e especialista em direito autoral Nelson<br />

Tristão.<br />

Vale ressaltar que a maioria dessa arrecadação provém<br />

da Rede Aleluia, grupo da Igreja Universal do Reino<br />

de Deus. Entre os 50 compositores de maior destaque<br />

em 2011 está um desconhecido do grande público,<br />

com obras executadas assiduamente nas emissoras<br />

vinculadas ao grupo da Record. O paulista Giovani<br />

Santos é intérprete, instrumentista e compositor<br />

ligado à IURD, com músicas gravadas por Isis Regina<br />

e pelos bispos da IURD Marcelo Brayner, Gerson<br />

Cardoso e Adilson Silva. Possui quatro CDs gravados,<br />

e diferentemente da visão de muitos, que encaram o<br />

mercado gospel apenas como um filão a ser explorado,<br />

Giovani não busca o estrelato, mas tem um olhar focado<br />

no que diz ser seu principal objetivo: a genuína adoração,<br />

tendo grande parte de suas composições inspiradas<br />

em experiências pessoais com Deus. “Vejo o momento<br />

que estou vivendo como uma grande oportunidade dada<br />

por Deus para levar à frente o meu chamado”, garante o<br />

músico, que encara seu talento para compor como um<br />

desígnio divino.<br />

Para Marco Aurélio, o público evangélico ainda não<br />

se acostumou a reconhecer os cantores cristãos sob<br />

a pecha do profissionalismo. “A palavra profissional<br />

ganhou conotação negativa entre o público evangélico<br />

e precisa ser revista. Evidentemente não há nada de<br />

errado com esse rótulo. Sou prioritariamente um ministro<br />

do evangelho, mas também trabalho e vivo da música;<br />

tenho uma estrutura de suporte para oferecer qualidade<br />

a quem me ouve. Por isso os cantores e compositores<br />

evangélicos não podem e não devem abrir mão de seus<br />

direitos garantidos por lei”, finaliza.<br />

Carvalhaes e Cristina Mel, para ficar em alguns, que, já<br />

pela “abertura” promovida, permaneceram em cena pela<br />

qualidade que detinham.<br />

Com a entrada da Polygram (hoje Universal Music) no<br />

mercado gospel, a ideia de profissionalismo foi sentida, pela<br />

primeira vez, pelos músicos evangélicos. A gravadora, no<br />

entanto, não obteve êxito ao inserir produtos evangélicos<br />

nas redes de loja não especializadas.<br />

Robustecendo a transformação sofrida pelo mercado, hoje<br />

podemos ver os CDs e DVDs evangélicos nas grandes<br />

magazines, gôndolas de supermercados e em execução por<br />

artistas como o grupo de pagode carioca Pique Novo.<br />

Quem sabe os grammys ganhos por Aline Barros, Soraya<br />

Moraes e Oficina G3 fossem uma extensão de grammys<br />

concedidos a Victorino Silva com o LP “És”, Ozeias de Paula<br />

com o disco “O Amor é Tudo” e Álvaro Tito com o LP “Não<br />

há Barreiras”, tivessem eles a mídia que impera hoje.<br />

Fique de<br />

ATENÇÃO,<br />

PRODUTOR IN<strong>DE</strong>PEN<strong>DE</strong>NTE!<br />

A <strong>UBC</strong> disponibiliza para o produtor fonográfico filiado,<br />

gratuitamente, o software SISRC, com o qual o produtor<br />

independente pode gerar seus próprios códigos ISRC<br />

(Código de Gravação Padrão Internacional). Esse código é<br />

normalmente exigido pelas fábricas que prensam o CD, pois<br />

esta identificação é obrigatória por lei.<br />

Se você deseja saber mais sobre a filiação na categoria<br />

produtor fonográfico, entre em contato com o setor de<br />

atendimento da <strong>UBC</strong> pelo e-mail: atendimento@ubc.org.br.<br />

CUMPRA-SE A LEI<br />

Como previsto na Lei de Direitos Autorais (Lei 9.610/98), é<br />

obrigatório o anúncio do nome dos compositores sempre que<br />

uma obra for executada. Infelizmente o descumprimento dessa<br />

exigência se tornou corriqueiro. Para fazer valer o direito dos<br />

autores, alguns Estados agiram.<br />

Na Bahia, as emissoras de rádio AM e FM devem passar a<br />

citar os autores. Se não o fizerem, estarão sujeitas a responder<br />

ações na Justiça. As 232 rádios baianas foram alertadas<br />

pelo MP das punições cabíveis e receberam 90 dias para<br />

adaptação.<br />

No Rio de Janeiro, há uma lei estadual em vigor desde 1º de<br />

outubro de 2009 que também obriga a menção do autor pelas<br />

rádios. Ainda assim, várias emissoras não a cumprem.<br />

O chamado “direito moral” do autor está previsto na lei de<br />

1998. A legislação prevê punição com ação de indenização<br />

por danos morais e com a veiculação, por três dias, do nome<br />

omitido. Exija.<br />

I<strong>DE</strong>NTIFICAÇÃO EM TEMPO REAL<br />

O Ecad está em processo de implantação de sistema pioneiro<br />

de identificação eletrônica, em tempo real, de músicas<br />

executadas nas rádios de todo o país. O desenvolvimento do<br />

programa, batizado de “Ecad.tec CIA Rádio”, é desenvolvido<br />

em parceria com a PUC - Rio.<br />

A tecnologia pretende tornar mais ágil e transparente a<br />

distribuição. Quando esta solução entrar em uso, o Escritório<br />

precisará ter montada uma biblioteca de sons.<br />

Os titulares associados à <strong>UBC</strong> precisam desde já enviar à<br />

sociedade, portanto, as gravações de seus trabalhos, a fim de<br />

facilitar a identificação das obras e fonogramas. Para outras<br />

informações, ligue para o telefone (21) 2223-3233, ou entre em<br />

contato com sua filial.<br />

olho<br />

MINC DISPONIBILIZA<br />

CONTRIBUIÇÕES À<br />

MO<strong>DE</strong>RNIZAÇÃO DA LDA<br />

O Ministério da Cultura acaba de disponibilizar (11 de agosto)<br />

as contribuições feitas à proposta de revisão da Lei de Direito<br />

Autoral (LDA). O anteprojeto de Lei (APL) já está no Grupo<br />

Interministerial de Propriedade Intelectual (GIPI) para análise<br />

antes de ser enviado à Casa Civil.<br />

O documento foi modificado após pressão de entidades<br />

defensoras do direito de autor. A União Brasileira de<br />

Compositores (<strong>UBC</strong>) encaminhou no dia 30 de maio a sua<br />

contribuição oficial para esta segunda consulta. Nossas<br />

sugestões podem ser lidas na íntegra no site do MinC.<br />

Entenda o que acontece<br />

A reforma da LDA sugerida pelo MinC gerou polêmicas<br />

com a classe artística desde o início, principalmente pelo<br />

teor utilitarista das propostas. Contudo, o novo texto possui<br />

pontos positivos, como dar mais clareza ao tema do direito de<br />

“sequência” e instituir mecanismos mais eficientes para punir<br />

quem disponibiliza ilegalmente conteúdo protegido na internet.<br />

Por outro lado, a “modernização” amplia a atuação do MinC<br />

para além de suas atribuições e capacidades administrativas.<br />

Uma delas seria interferir no funcionamento das associações<br />

de autores e intérpretes, que já contam com regimentos<br />

internos e estatutos próprios e são protegidas legalmente pelo<br />

direito à livre associação.<br />

Leia mais sobre a reforma na edição n° 10 da Revista <strong>UBC</strong>,<br />

disponível em www.ubc.org.br.<br />

TV GLOBO<br />

O Ecad vem mantendo o esquema de monitoração da<br />

programação da TV Globo e está preparada para auditar as<br />

planilhas que trazem informação sobre as obras executadas<br />

durante o período em que os levantamentos judiciais dos<br />

pagamentos parciais realizados pela emissora estiveram<br />

suspensos. Portanto, tão logo os valores depositados sejam<br />

levantados, a distribuição para os titulares que tiveram<br />

suas obras ou fonogramas executados neste canal será<br />

retomada normalmente.<br />

Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil


12/<strong>UBC</strong> capa<br />

capa<br />

<strong>UBC</strong>/13<br />

Em busca<br />

de águas<br />

profundas<br />

Em sete anos de carreira, o cantor e compositor<br />

Davi Sacer conquistou o Brasil. Tem suas músicas<br />

cantadas em igrejas de Norte a Sul, é fenômeno de<br />

vendas e execução em rádios e acaba de ser contratado<br />

pela Som Livre como um medalhão da música gospel<br />

Por Carlos Henrique Rodrigues * Fotos Solmar Garcia<br />

Há pouco mais de sete anos, só algumas igrejas da baixada<br />

fluminense do Rio de Janeiro conheciam o talento de um<br />

caçula de onze irmãos que sonhava ver suas canções<br />

se alastrarem, como fogo, pelo mundo. Após sucessos<br />

como “Restitui”, “Deus de Promessas” e “Olha pra Mim”,<br />

o sonho ganhou contornos de realidade ao projetar Davi<br />

Sacer ao patamar de um dos maiores representantes da<br />

música gospel no Brasil. Do tempo em que esteve à frente<br />

dos grupos Toque no Altar e Trazendo a Arca, Davi traz a<br />

bagagem de 6 milhões de discos vendidos e quatro vitórias<br />

na maior premiação da música gospel no quesito “Música<br />

do Ano”. Agora, ao lançar pela Som Livre seu 3º CD solo,<br />

Davi se diz preparado para um novo tempo.<br />

E pelos números, o novo ciclo também promete fazer bonito.<br />

Em primeira tiragem, a Som Livre disponibilizou para venda<br />

100 mil cópias do álbum “No Caminho do Milagre” e 60<br />

mil do DVD homônimo. Como palco da gravação, Davi<br />

escolheu uma casa de espetáculos na mesma região de<br />

onde foi projetado e mora até hoje, a Via Show, no município<br />

de Nova Iguaçu (RJ). De lá, ao lado de canções inéditas<br />

de sua carreira-solo, regravou sucessos como “Restitui”,<br />

“Tua Graça me Basta” e “Marca da Promessa”, registrando<br />

assim sete anos de história. “Vivo meu melhor momento.<br />

Tenho mais independência para lidar com minha carreira e<br />

maturidade para lidar com situações que já deram muita dor<br />

de cabeça por minha inexperiência”, revela o cantor.<br />

Davi Sacer cresceu em meio a um verdadeiro celeiro<br />

musical. Sua mãe, uma viúva de quatro filhos, casou-se com<br />

seu pai que também tinha uma filha. Do casamento dos<br />

dois, vieram mais seis crianças. O mais novo, Davi, foi vítima<br />

de paralisia infantil aos seis meses de vida e não andava.<br />

Realidade mudada três anos depois quando a família estava<br />

em um culto evangélico. Após uma oração feita pela igreja,<br />

Davi enfim deu seus primeiros passos.<br />

“Venho de uma família de pastores que sempre fazia cultos<br />

domésticos regados a muita música. E não eram apenas<br />

músicas prontas, mas muitas composições. Meus irmãos<br />

pegavam o violão e eu ia atrás para aprender. Lembro de<br />

uma vez, aos oito anos de idade. Estava olhando meu irmão<br />

Moisés compor uma música e ele pediu que eu cantasse<br />

um trecho. Ele gostou tanto da minha voz que me colocou<br />

numa banda de adultos que ele tinha”, ri Sacer, que desde<br />

então fez suas primeiras apresentações públicas.<br />

O pequeno cantor passou a acompanhar de perto o<br />

processo de composição das canções de seu irmão<br />

mais velho. “Ele compunha músicas, cantava nas igrejas,<br />

escrevia para festivais de música e ganhava. Eram muito<br />

boas para época. Eu nem me arriscava a compor. Achava<br />

que não era minha ‘praia’”, lembra Davi, que aos 17 anos<br />

resolveu ser missionário e foi estudar na base missionária<br />

Jovens com uma Missão (Jocum).<br />

“Por conspirações divinas, ao chegar lá, a base estava para<br />

gravar um CD que seria revertido para causas missionárias.<br />

Ali eu tive a certeza de Deus ter me separado para ser um<br />

ministro de louvor, que eu levaria as pessoas a adorarem<br />

ao Senhor com a música. E eu orei dizendo a Deus que se<br />

Ele estivesse me separando, queria viver na totalidade. Não<br />

queria só cantar, mas compor também”.<br />

A primeira composição do rapaz chegou em tempo de<br />

integrar o CD da Jocum, mas segundo ele, a técnica ainda<br />

precisava ser lapidada. “As primeiras canções são como<br />

as primeiras águas de um poço que se está cavando:<br />

barrentas! A água não está muito pura. Comigo foi assim.<br />

Mas insisti”, diz o compositor que, além da primeira<br />

composição, conheceu também sua esposa na experiência<br />

com a base missionária.<br />

Verônica passou a ser a principal consultora de suas<br />

composições. Antes de mostrar a alguém, precisava do<br />

crivo da esposa. “Ela até gostava das músicas, mas o<br />

mesmo não acontecia com todo o mundo. Não caíam na<br />

graça do povo. Não eram expressivas. Eu estava estudando<br />

muito sobre o Novo Testamento, sobre Jesus, e as músicas<br />

falavam muito da redenção. Eram muito bíblicas, mas sem<br />

nenhuma poética”, assume o cantor, que não desistiu em<br />

busca de uma técnica, digamos, mais aprimorada.<br />

Davi Sacer acredita que teve poucas experiências<br />

“megasobrenaturais” com Deus, mas em uma delas, viu<br />

sua história como compositor ser completamente mudada.<br />

“Estava orando em minha casa e tive uma visão muito clara.<br />

Eu via um arqueiro. Ele pegava as flechas e arremessava.<br />

Havia fogo nas pontas das flechas que incendiavam os<br />

lugares fincados por ela. Percebi que os alvos eram pontos<br />

do mapa do mundo. E em cada uma das flechas, estava<br />

escrito o nome de uma de minhas músicas. Deus usou as<br />

canções que eu já tinha escrito para me fazer entender”.<br />

Ele conta que chorou copiosamente com aquela<br />

experiência, mas ao se recompor, fez uma oração sincera<br />

a Deus, dizendo que não via possibilidade daquela visão<br />

“As primeiras<br />

canções são como<br />

as primeiras águas<br />

de um poço que<br />

se está cavando:<br />

barrentas!<br />

A água não está<br />

muito pura”.


14/<strong>UBC</strong> capa<br />

capa<br />

<strong>UBC</strong>/15<br />

tornar-se realidade: “Deus, eu moro na baixada. Quantas<br />

vezes tentei e não consegui... O que vejo vai além do que<br />

projetei para mim. Músicas que vão atravessar o continente?<br />

É demais para minha cabeça”. No mesmo instante, Davi<br />

foi impelido a abrir sua Bíblia no Salmos de número 127. O<br />

verso 4 dizia: “Como flecha nas mãos do valente, assim são<br />

os filhos da mocidade”. “Não dava para dizer que Deus não<br />

estava ali”, emociona-se.<br />

De acordo com Davi, a partir desse momento, Deus<br />

começou a lhe solfejar um outro tipo de música. Ainda<br />

assim, as coisas não aconteceram de uma hora para<br />

outra. Daquela visão ao primeiro CD, quase cinco anos se<br />

passaram. “As canções vinham, mas nada acontecia com<br />

elas. Mesmo aquela experiência sendo tão real, cheguei a<br />

desanimar. Decidi não querer mais ser músico, cantor, nada<br />

disso. Quis ser só crente”, relembra. Nesse momento, o<br />

jovem chegou ao Ministério Apascentar de Nova Iguaçu. “Lá<br />

conheci muita gente que estudava a Bíblia a fundo, orava<br />

muito, que cantava a Deus, e sem notar fui voltando ao<br />

mesmo lugar. Estávamos pensando na realidade da igreja,<br />

cantando, compondo em momentos de celebração a Deus.<br />

Espontaneamente, as canções passaram a chegar”, diz ele<br />

ao se referir ao repertório do CD “Toque no Altar”.<br />

Mas e a técnica? Será que enfim Davi a encontrou? Ele<br />

diz que o processo de composição mudou bastante. As<br />

canções continuam a ter bases firmadas nos conhecimentos<br />

bíblicos que ele já tinha, mas sua percepção musical e<br />

poética está cada vez mais exigente. “Eu tenho ido até<br />

onde o meu preparo tem permitido e a inspiração de Deus<br />

“Toda semente<br />

plantada volta (...)<br />

Ainda que não<br />

se faça com essa<br />

intenção, a colheita<br />

é inevitável. Alguém<br />

vai colher. Então, que<br />

colha quem de fato<br />

compôs a canção”.<br />

me leva. Quanto mais eu me preparo, mais ferramentas<br />

o Espírito Santo tem para usar”, diz o cantor que já se<br />

apresentou em mais de 65 países.<br />

No momento em que as canções eram apresentadas ao seu<br />

propósito – cantar com a igreja –, Sacer percebia que algo<br />

diferente acontecia. “Via pessoas tocadas por Deus, umas<br />

cantando com facilidade, outras chorando emocionadas.<br />

Não era algo comum. Quando se busca a Deus, Ele<br />

responde. Ele nos trouxe a inspiração dEle”, relembra o<br />

cantor, que junto ao grupo Toque no Altar passou a ser<br />

conhecido em território nacional vendendo 500 mil cópias<br />

do primeiro CD, o pontapé de uma carreira de marcas cada<br />

vez mais expressivas.<br />

Com a quantidade de CDs que vendiam e o número de<br />

vezes que suas músicas eram executadas em rádios pelo<br />

país, era natural que os integrantes estivessem atentos à<br />

arrecadação dos direitos autorais. Mas não foi bem isso que<br />

aconteceu. A inexperiência e o sucesso repentino fizeram<br />

com que nenhum dos integrantes atentasse para essa<br />

questão. “Éramos completamente alheios. E não estávamos<br />

muito preocupados também. Queríamos viver um momento<br />

com Deus. Não estávamos nem aí para o lado profissional.<br />

Não sabíamos nada a respeito de edição, arrecadação,<br />

Ecad. Então uma pessoa ligada a uma associação passou<br />

a frequentar nossas reuniões e nos explicar a importância<br />

do registro das nossas músicas, que já tocavam e muito<br />

em rádios. Ingenuamente, nos envolvemos com coisas<br />

que hoje, com o conhecimento que tenho, faríamos<br />

completamente diferente”, explica o cantor que, em 2007,<br />

com mais sete amigos deixou o Toque no Altar e fundou o<br />

Trazendo a Arca.<br />

Ele reitera a importância de que a canção esteja<br />

devidamente registrada na base de dados da associação<br />

para que os direitos autorais pela execução pública das<br />

obras sejam recebidos. “Há parâmetros estabelecidos em<br />

lei justamente para isso”, defende Davi, acrescentando<br />

que a falta de conhecimento jurídico nessa área gerou<br />

problemas tanto para os autores do Toque no Altar, quanto<br />

para a igreja. E salienta: “Tudo aconteceu de forma muito<br />

rápida. Não havia estrutura necessária, nem conhecimentos<br />

na área da produção fonográfica. Quando você não sabe<br />

seu direito, você abre muitas concessões, simplesmente<br />

porque você não sabe”.<br />

Hoje, Davi Sacer se considera um conhecedor de seus<br />

direitos enquanto autor e intérprete, e reitera: “Só não<br />

fiscalizo por estar ligado a <strong>UBC</strong>, que tem feito um trabalho<br />

excelente na arrecadação das minhas obras. Eles trabalham<br />

para que o autor não esquente a cabeça. Então, hoje posso<br />

dizer que estou tranquilo em relação a isso”.<br />

Ao ouvir que existem autores que não correm atrás de seus<br />

direitos autorais por acharem que estariam comercializando<br />

um dom dado por Deus, Davi Sacer é enfático: “Toda<br />

semente plantada volta. É a lei da semeadura. E ela volta de<br />

várias outras formas. Escrevi canções que voltaram como<br />

testemunhos e também como bênçãos financeiras. Ainda<br />

que não se faça com essa intenção, a colheita é inevitável.<br />

Alguém vai colher. Então, que colha quem de fato compôs<br />

a canção”.<br />

Mesmo se tratando de um dos grandes compositores da<br />

atual música gospel, Davi Sacer surpreende ao revelar<br />

que não tem um extenso acervo de composições. “Minha<br />

vertente principal não é a de compositor, sou um ministro de<br />

louvor. Sei de compositores que precisam fazer pelo menos<br />

uma música por dia. Não é o meu caso. Normalmente,<br />

o que eu tenho acaba sendo gravado. Geralmente paro<br />

para compor pela necessidade de se fazer um trabalho<br />

ou por uma campanha realizada pela igreja. Na hora de<br />

gravar, recolho o que tenho e vejo se é o suficiente para se<br />

gravar um CD”, conta o autor, que já cedeu canções à Aline<br />

Barros, Fernanda Brum e Soraya Moraes, que depois foram<br />

regravadas em CDs do Trazendo a Arca.<br />

Por falar em Trazendo a Arca, Davi faz questão de lembrar<br />

que a decisão de partir para a carreira-solo foi natural e<br />

com a bênção de seus colegas. “Quando começamos, cri<br />

que seria por um tempo para mim. Nós precisávamos ficar<br />

unidos. Seria mais fácil seguir juntos. Mas eu sabia que<br />

Deus me sinalizaria com outra porta. E obedeci”, explica ele,<br />

acrescentando que o primeiro CD solo, “Deus não Falhará”,<br />

ainda em paralelo ao grupo, foi composto de canções<br />

que ele escrevia e que gostaria de cantar pelo Brasil.<br />

“Era para ser algo mais a ‘minha cara’. E percebi que<br />

Deus quis que eu mantivesse meu chamado original: um<br />

“A música de Deus<br />

tem alcançado<br />

pessoas que não<br />

entrariam numa<br />

igreja, mas que<br />

vão ouvir por uma<br />

televisão, uma<br />

rádio, um ponto que<br />

normalmente<br />

não venderia”.<br />

ministro de louvor. E em uma banda são muitas cabeças”,<br />

brinca o cantor, que marcou o momento de saída do<br />

Trazendo a Arca com a gravação do 2º disco solo,<br />

“Confiar em Ti”.<br />

E “No Caminho do Milagre” vem Davi Sacer falando do<br />

surpreendente agir de Deus. “Esse disco veio recheado<br />

de muita expectativa. Toda hora vejo alguém no twitter<br />

comentando sobre alguma música em especial, que<br />

marcou aquele internauta, e isso é maravilhoso”, acena o<br />

músico ao se referir ao novo produto da Som Livre, que<br />

a exemplo de muitas outras gravadoras multinacionais<br />

seculares enxergaram o potencial do mercado gospel.<br />

E o mais novo membro do cast de uma grande gravadora<br />

pondera: “O mercado secular percebeu a força do<br />

gospel. O interesse é comercial. São gravadoras e<br />

precisam vender música. O crescimento do público<br />

evangélico é notório. Somos 30% do mercado. Segundo<br />

o ibope, daqui a 20 anos metade da população será<br />

evangélica. E não se pode desprezar esse nicho. A<br />

música gospel evoluiu. Não são só os evangélicos que<br />

gostam. Por outro lado, vejo a mão de Deus nisso, abrindo<br />

essa porta. A música de Deus tem alcançado pessoas<br />

que não entrariam numa igreja, mas que vão ouvir por<br />

uma televisão, uma rádio, um ponto que normalmente não<br />

venderia”.<br />

Sempre de olho no lado espiritual, o marido de Verônica<br />

Sacer e pai de Breno e Maressa enxerga uma ação divina<br />

em toda essa estratégia mercadológica. “Sabemos que<br />

o mercado tem suas intenções, mas Deus também tem<br />

as suas. Enquanto não ferir meus princípios, estarei indo.<br />

Eu não estou deslumbrado com essa mídia, só fico feliz<br />

em ver um novo canal aberto para falar a respeito das<br />

coisas de Deus, cantar as músicas que Ele me deu. E<br />

Ele vai me levar para onde Ele quiser levar. Assim como<br />

foi lá atrás. Éramos só uma igreja da baixada fluminense,<br />

sem gravadora, sem dinheiro para investir em divulgação<br />

e mídia. E Deus fez acontecer. Eu não vou me fechar<br />

para isso. Deus é multiforme e eu quero mais é fazer sua<br />

vontade”, finaliza o cantor.


16/<strong>UBC</strong><br />

distribuição<br />

DISTRIBUIÇÃO <strong>UBC</strong>/17<br />

Arrecadação<br />

e Distribuição<br />

Saiba como receber pela execução da sua música!<br />

Entenda os métodos de arrecadação e distribuição dos direitos autorais e<br />

como atua a <strong>UBC</strong> facilitando o processo para os autores<br />

Distribuição<br />

A <strong>UBC</strong> atua desde 1942 na gestão coletiva dos direitos de<br />

execução pública musical.<br />

A execução pública é a utilização, por qualquer meio ou<br />

procedimento, de obras musicais, fonogramas e obras<br />

audiovisuais em locais de frequência coletiva. Por exemplo:<br />

o uso de suas obras em shows ao vivo, em transmissões de<br />

rádio ou TV ou bares e restaurantes.<br />

No Brasil, por força de lei, as associações que administram<br />

direitos de execução pública de obras musicais devem<br />

manter um escritório central para arrecadação e distribuição.<br />

Este escritório é o Ecad, que é constituído por nove<br />

associações, entre elas, a <strong>UBC</strong>. O Ecad recebe uma taxa de<br />

administração de 17% do valor arrecadado e a <strong>UBC</strong>, 7% para<br />

cobrir seus custos administrativos.<br />

As regras de arrecadação e distribuição podem ser<br />

encontradas no site www.ecad.org.br e são modificadas<br />

sempre que necessário, adequando-se às novas tecnologias<br />

e à realidade de mercado. Vamos dar aqui uma visão geral<br />

sobre como isso funciona na prática.<br />

Arrecadação<br />

O escritório central cobra direitos autorais dos locais que<br />

fazem execução pública musical. Chamamos estes de<br />

usuários de música, que são pessoas físicas ou jurídicas, que<br />

utilizam música publicamente, entre eles:<br />

Emissoras de TV, empresas de radiodifusão, telefonia<br />

celular, sites da internet, produtores de shows e espetáculos<br />

musicais, organizadores de festas e eventos, proprietários de<br />

bares, restaurantes e hotéis, salas de cinema, academias de<br />

ginástica e outros.<br />

O valor a ser pago é calculado de acordo com o nível de<br />

importância da música para o negócio. Este é o critério<br />

fundamental para formar a tabela de preços. O regulamento<br />

de arrecadação classifica o nível de importância da música<br />

para a atividade ou estabelecimento, como indispensável,<br />

necessária ou secundária.<br />

Além deste, outros critérios são utilizados para determinação<br />

do preço. O regulamento considera ainda a periodicidade da<br />

utilização (se permanente ou eventual) e se a apresentação é<br />

feita por música mecânica ou ao vivo, com ou sem dança.<br />

Existe ainda outra subdivisão pelo tipo de atividade:<br />

Usuários Gerais<br />

Academias de ginástica, cinemas, boates, lojas comerciais,<br />

bares, restaurantes, hotéis, supermercados, shopping<br />

centers, clínicas etc.<br />

Shows e Eventos<br />

Promotores de eventos e audições públicas, casas de<br />

espetáculos com shows eventuais, eventos gerais como<br />

festas juninas, carnaval, reveillon etc.<br />

Rádio e Televisão<br />

Emissoras de rádio e televisão, incluindo as de sinal aberto,<br />

fechado (por assinatura), rádio internet, rádios comunitárias etc.<br />

Depois de definido o valor da retribuição autoral, o usuário<br />

recebe um boleto de cobrança. Os direitos autorais devem<br />

sempre ser pagos através de transação bancária. Nunca<br />

diretamente a fiscais ou representantes do Ecad.<br />

Todos os valores arrecadados pelo Ecad são distribuídos<br />

de acordo com os critérios definidos pelas Associações e<br />

publicados no Regulamento de Distribuição.<br />

O princípio básico da distribuição é, sempre que<br />

tecnicamente possível, separar os valores arrecadados em<br />

rubricas de acordo com a fonte pagadora e alocá-los para<br />

as obras utilizadas por esta fonte. Isso assegura que o valor<br />

pago ao Ecad por uma emissora de TV, por exemplo, seja<br />

efetivamente distribuído para os titulares de direito autoral<br />

cujas obras foram executadas naquele canal.<br />

Para dar início à definição da verba a ser distribuída, são<br />

aplicados aos valores arrecadados os seguintes percentuais:<br />

Música mecânica: 1/3 da verba para a parte conexa<br />

(intérpretes, músicos acompanhantes e produtores<br />

fonográficos) e 2/3 para a parte autoral (autores e editoras).<br />

Música ao vivo: Como não há fonograma envolvido na<br />

execução pública, neste caso 100% da verba é distribuída<br />

para a parte autoral.<br />

A partir daí, para cada execução (ou segundo de execução)<br />

é atribuído um ‘ponto’. O valor deste ponto é calculado com<br />

base no valor arrecadado de determinada fonte pagadora.<br />

Após a subtração do percentual administrativo, o valor<br />

arrecadado é dividido pelo número de obras e fonogramas<br />

executados.<br />

Para mais detalhes, veja o regulamento de distribuição<br />

disponível no site do Ecad.<br />

Créditos retidos<br />

Quando a obra, o fonograma ou o titular não for<br />

identificado, ou houver dúvida sobre o título da música, ou<br />

sobre os detentores do direito, a distribuição não poderá<br />

ocorrer e haverá o provisionamento do valor a ser pago<br />

SHOWS<br />

Os shows são remunerados aos autores de maneira<br />

direta e, como é um espetáculo em que a música é<br />

executada na hora, não há direitos conexos, sendo<br />

toda a verba distribuída para a parte autoral. Portanto,<br />

se um determinado show paga ao Ecad R$ 1 mil pelos<br />

direitos autorais e o intérprete executa 10 obras, cada<br />

Existem basicamente 3 tipos de distribuição:<br />

Direta<br />

Refere-se aos valores arrecadados em shows, cinema<br />

e TV aberta. A distribuição direta tem sua receita paga<br />

exclusivamente às obras executadas no show, filme, ou<br />

programas da TV aberta e será feita sempre que técnica e<br />

economicamente possível.<br />

Indireta<br />

Refere-se à arrecadação de TV por assinatura, rádio,<br />

música ao vivo (apresentações em locais como casas<br />

noturnas e restaurantes) e os direitos gerais, que são<br />

provenientes de estabelecimentos que utilizam sonorização<br />

ambiental (consultórios, academias etc). Pelo alto custo de<br />

monitoramento e identificação do repertório executado, a<br />

distribuição é processada por amostragem seguindo critérios<br />

diversos.<br />

Indireta Especial<br />

Para remunerar de forma mais justa os autores de músicas<br />

regionais ou características de datas específicas como<br />

Reveillon, Carnaval, festa Junina, entre outras, foram criadas<br />

regras de distribuição próprias para estas execuções. A<br />

distribuição indireta especial também contempla a categoria<br />

dos músicos acompanhantes. Na edição 5 da Revista <strong>UBC</strong>,<br />

disponível em www.ubc.org.br, você poderá ler mais sobre<br />

este tipo de distribuição.<br />

como crédito retido. É importante manter o cadastro de<br />

suas obras e fonogramas atualizados para que os valores<br />

devidos sejam pagos corretamente. Os associados à <strong>UBC</strong><br />

poderão ter acesso à base de créditos retidos através do<br />

Portal do Associado.<br />

obra receberá o valor total pago, subtraídos os 24% de<br />

administração (Ecad + <strong>UBC</strong>), divididos pelas 10 obras<br />

executadas. Ou seja, cada obra executada terá direito a<br />

receber R$ 76 que deverão ser divididos entre os autores<br />

e a editora, se houver.<br />

O pagamento feito ao Ecad por um show é a justa<br />

remuneração aos autores pelo uso de suas obras.


18/<strong>UBC</strong><br />

PERFIL<br />

“ Coloco no papel o<br />

que Deus põe no<br />

meu coração”<br />

Autor de mais de 300 canções, Marcelo Manhãs,<br />

conta sua trajetória na música e fala<br />

de onde vem sua inspiração<br />

SEUS DIREITOS NO EXTERIOR<br />

O associado da <strong>UBC</strong> tem a mais ampla<br />

representação do seu repertório no exterior.<br />

Por Ivan Carlos * Foto Alex Mendes<br />

Desde garoto, o grande companheiro de Marcelo Manhãs<br />

sempre foi o violão. Foi com ele que o compositor escreveu<br />

mais de 300 canções, algumas delas interpretadas por<br />

cantores renomados no cenário gospel como Aline Barros,<br />

Cassiane, Fernanda Brum, Eyshila, Kleber Lucas, Bruna<br />

Karla, entre tantos outros. Parece difícil de acreditar, mas<br />

um simples instrumento feito de madeira com seis cordas<br />

foi capaz de mudar a vida do carioca, nascido em Nova<br />

Iguaçu, que além de compor também canta.<br />

Filho único, Marcelo Assis de Souza, 41 anos, foi criado num<br />

lar evangélico e teve sua iniciação musical na igreja. Junto<br />

com os primeiros passos, ele aprendeu as primeiras notas<br />

musicais e nunca mais parou. Começou a cantar ainda<br />

criança no grupo infantil da igreja Ministério Apascentar de<br />

Nova Iguaçu (RJ) e seguiu nos demais grupos musicais da<br />

congregação. “Já naquela época, sentia um chamado de<br />

Deus para a música. Acredito que o plano dEle na minha<br />

vida nascia ali”, emociona-se.<br />

O violão apareceu na vida de Marcelo na adolescência.<br />

Com os acordes surgiram as melodias e letras, e o garoto<br />

se descobriu compositor. Sozinho, sem nenhum professor,<br />

aprendeu a dominar o instrumento que viria a ser seu<br />

grande companheiro de trabalho.<br />

Aos 14 anos, as primeiras composições surgiram, e Marcelo<br />

passou a integrar o Trio Semente. Em seguida, surgiram<br />

os convites para se apresentar em igrejas, programas de<br />

rádio e eventos, cantando suas próprias composições. O<br />

Trio acabou, porém Marcelo continuou sua trajetória musical<br />

e logo se tornou vocalista do grupo Manhãs, que também<br />

chegaria ao fim anos mais tarde, dando o pontapé inicial de<br />

sua carreira solo.<br />

Em 1998, os sonhos de Marcelo começaram a se tornar<br />

realidade. Ele gravou seu primeiro CD solo “Toque de<br />

Amor”, adotou o nome artístico “Manhãs” e teve três de<br />

suas composições gravadas: “Dai Louvor”, pela cantora<br />

Aline Barros, e “Sejam Um” e “Tudo pra Mim”, por Fernanda<br />

Brum.<br />

Para Marcelo Manhãs, compor é uma inspiração divina.<br />

“Geralmente a inspiração vem quando estou lendo a Bíblia<br />

ou durante uma preleção de algum pastor. Às vezes, as<br />

canções nascem através das minhas próprias experiências,<br />

ou de amigos, ou de testemunhos que abençoaram minha<br />

vida”, conta.<br />

Marcelo explica que não existe uma receita de bolo na hora<br />

de compor. “Na maioria das vezes, componho primeiro<br />

a melodia e depois a letra, mas também há casos que a<br />

letra vem antes da melodia. Não escrevo simplesmente por<br />

escrever, coloco no papel aquilo que Deus põe no meu<br />

coração. Pode ser no banheiro, chuveiro ou carro. Mas<br />

acredito que ainda não compus na cozinha”, brinca ele.<br />

Duas das canções de seu último trabalho, por exemplo,<br />

foram feitas no carro, enquanto voltava de um show na<br />

Bahia. A primeira ele gravou no mp3 e a segunda teve que<br />

parar na estrada para escrevê-la. “Como estou sempre<br />

compondo, tenho um pequeno acervo musical em casa<br />

e, dependendo do gênero e estilo do cantor que me<br />

procura, eu o direciono à música que tem o seu perfil. Mas<br />

também existem casos que os cantores me pedem temas<br />

específicos”, explica.<br />

Em 2002, Marcelo lançou o CD “Portal da Vida”, participou<br />

do CD “Eterno Amor”, pela gravadora AB Records e da<br />

coletânea “Presença de Deus”, lançada pela Som Livre.<br />

Já em 2005, gravou o álbum “Esse é o Tempo”, e em 2009<br />

o “Melhor do que Eu Sou”. “Eu escrevi os temas desse<br />

trabalho em dois anos, e as canções são voltadas para o<br />

louvor nas igrejas”.<br />

O reconhecimento mundial chegou em 2004 quando a<br />

cantora gospel Aline Barros venceu o Grammy, prêmio<br />

máximo da música mundial, na categoria Melhor Álbum de<br />

Música Cristã em Língua Portuguesa com o CD “Fruto de<br />

Amor”. Marcelo teve três composições no álbum: “Você é de<br />

Deus”, “Nossos Planos” e “A Comunhão da Tua Glória”.<br />

NOS BASTIDORES DA CANÇÃO<br />

Recomeçar (Aline Barros)<br />

“Foi feita num momento muito difícil, ela tem uma letra de<br />

confissão e de recomeço. Eu estava me sentindo distante<br />

de Deus e fiz a canção no meu quarto. Eu não esperava que<br />

ela ganhasse a dimensão que ganhou. Ficou entre as mais<br />

pedidas nas rádios e foi trilha sonora da novela Duas Caras,<br />

na Rede Globo”.<br />

Mais que uma voz (Kleber Lucas)<br />

“Essa é uma canção de adoração. Ela foi escrita bem antes<br />

dessa ‘avalanche’ de canções de adoração que existem<br />

hoje. Ela tem uma essência muito verdadeira e simples. Foi<br />

uma oração feita em casa, mas que se tornou grandiosa na<br />

voz do Kleber”.<br />

Direitos Autorais de Execução Pública em mais de 130 países e territórios.<br />

Direitos Conexos de Execução Pública em mais de 20 países.<br />

Direitos Fonomecânicos em mais de 80 países e territórios.<br />

O nosso departamento internacional trabalha para<br />

identificar seu repertório fora do Brasil.<br />

Entre em contato conosco fornecendo maiores informações sobre o uso<br />

da sua obra no exterior para garantirmos o melhor atendimento possível.<br />

Tel.: (21) 2223-3233 / international@ubc.org.br / www.ubc.org.br


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