21.11.2014 Views

Baixar PDF - UNICEF Mozambique - Home page

Baixar PDF - UNICEF Mozambique - Home page

Baixar PDF - UNICEF Mozambique - Home page

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

POBREZA INFANTIL E DISPARIDADES EM MOÇAMBIQUE 2010<br />

e desenvolvimento da criança. Estão a<br />

decorrer acções em todas as províncias para<br />

a resolução de problemas encontrados nas<br />

visitas de monitoria. Embora ainda esteja<br />

muito por fazer, têm-se registado alguns<br />

progressos: foi desenvolvida uma base de<br />

dados nacional para se seguir a situação de<br />

cada centro, e tem-se realizado uma série de<br />

workshops de formação com o pessoal dos<br />

centros para resolver as carências em termos<br />

de recursos humanos.<br />

4.5. Crianças órfãs e vulneráveis<br />

e outras crianças<br />

marginalizadas<br />

A vulnerabilidade das crianças não se limita à<br />

sua condição de órfãs ou não órfãs, nem está<br />

exclusivamente ligada a ser afectada pelo<br />

HIV e pela SIDA. As crianças que perderam<br />

os seus pais devido à SIDA são parte de um<br />

grupo muito maior de crianças com sérias<br />

e urgentes necessidades. É a tripla ameaça<br />

de SIDA, pobreza e insegurança alimentar<br />

interligadas que torna vulnerável uma ampla<br />

gama de crianças. Com efeito, a análise<br />

mostra que em contextos de pobreza extrema<br />

generalizada as diferenças entre órfãos e<br />

não órfãos ou não se manifestam ou são<br />

muito pequenas quando comparadas com a<br />

privação e o sofrimento que todas as crianças<br />

vulneráveis enfrentam 42 .<br />

Consequentemente, alguns especialistas<br />

recomendam que se redefina o grupo-alvo<br />

para uma intervenção de protecção social<br />

de ‘órfãos’ considerando um mais amplo<br />

grupo de crianças vulneráveis, embora essa<br />

medida venha a apresentar as suas próprias<br />

dificuldades, como, por exemplo, chegar<br />

a consenso sobre onde estabelecer limites<br />

ou poder vir a aumentar significativamente<br />

o número de beneficiários dos programas<br />

existentes.<br />

Actualmente, o número de crianças órfãs<br />

devido à SIDA tem sido adoptado como<br />

medida para avaliar a gravidade do<br />

impacto da epidemia nas crianças, famílias,<br />

comunidades e país em geral. Apoiar as<br />

crianças que perderam os pais continua a<br />

ser visto como imperativo. No quadro do<br />

HIV e da SIDA, as crianças são consideradas<br />

Crianças Órfãs ou Vulneráveis (COV) se<br />

um ou ambos os seus progenitores tiver<br />

morrido, se no seu agregado familiar tiver<br />

morrido algum adulto nos últimos 12<br />

meses após doença prolongada, se vivem<br />

em famílias chefiadas por adultos com<br />

doença crónica, ou se vivem em domicílios<br />

chefiados por outras crianças ou por jovens,<br />

mulheres ou idosos.<br />

Estima-se que existam 1,8 milhões de<br />

órfãos em Moçambique, dos quais 510 mil<br />

devido à SIDA. 43 Prevê-se que o número de<br />

órfãos aumente, tornando-se as doenças<br />

relacionadas com a SIDA, cada vez mais, a<br />

principal causa de orfandade. O número de<br />

órfãos não toma em conta as outras crianças<br />

eventualmente vulneráveis devido ao HIV<br />

ou a viver em agregados familiares com<br />

pessoas a viver com HIV. Há 100.000 crianças<br />

de 0-14 anos vivendo com HIV. 44 O MICS<br />

refere ainda que 17,2 por cento das crianças<br />

moçambicanas são órfãs ou vulneráveis<br />

(COV) devido à SIDA.<br />

O quadro legislativo pelo qual se orienta<br />

a resposta nacional a COVs compreende<br />

dois principais planos de acção: o Plano<br />

Nacional de Acção para a Criança 2006-<br />

2010 e o Plano de Acção para Crianças<br />

Órfãs e Vulneráveis (PACOV). O PACOV<br />

também se aplica a crianças que ficaram<br />

vulneráveis devido a outros factores que<br />

não o HIV e a SIDA. Engloba as crianças que<br />

vivem na rua, as que vivem em instituições<br />

(orfanatos, prisões, instituições de saúde<br />

mental), as que entram em conflito com a<br />

lei, as portadoras de deficiência, as vítimas<br />

de violência, de abuso e exploração sexual,<br />

de tráfico e das piores forma de trabalho<br />

infantil, as que se casam antes da idade<br />

legal, e as refugiadas ou deslocadas.<br />

O PACOV identificou seis serviços básicos<br />

para atender às principais necessidades<br />

das crianças: cuidados de saúde,<br />

educação, apoio nutricional e alimentar,<br />

apoio financeiro, apoio jurídico e apoio<br />

psicossocial. O Governo de Moçambique<br />

comprometeu-se a garantir que as crianças<br />

tenham acesso a pelo menos três desses<br />

162

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!