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POBREZA INFANTIL E DISPARIDADES EM MOÇAMBIQUE 2010<br />

4.2. Registo de nascimento<br />

O registo de nascimento dá à criança<br />

existência legal e autoridade para<br />

reivindicar cidadania, bem como os direitos,<br />

benefícios e obrigações resultantes dessa<br />

cidadania. Assim, o registo de nascimento<br />

é reconhecido como um direito tanto pela<br />

Convenção sobre os Direitos da Criança<br />

(Artigo 7) como pela Carta Africana sobre<br />

os Direitos e Bem-estar da Criança (Artigo<br />

6). A obrigação de Moçambique de se<br />

registarem as crianças imediatamente após<br />

o nascimento está legalmente reconhecida<br />

no Código do Registo Civil. A falta de registo<br />

de nascimento viola o direito humano<br />

inalienável da criança a uma identidade<br />

e coloca em situação de risco o seu<br />

desenvolvimento e protecção.<br />

O registo de nascimento é especialmente<br />

importante numa altura em que a pandemia<br />

da SIDA está a privar cada vez mais crianças<br />

de cuidados parentais. A falta de uma certidão<br />

de nascimento pode resultar em problemas<br />

na determinação de relações familiares,<br />

relações legais e direitos de herança, bem<br />

como trazer dificuldades no acesso a serviços<br />

sociais básicos, como a matrícula escolar<br />

e a assistência social. Embora o uso de um<br />

registo de nascimento para crianças esteja<br />

ainda numa fase rudimentar em Moçambique,<br />

o processo de modernização e a instauração<br />

do distrito como pólo de desenvolvimento<br />

está a tornar um documento de identificação<br />

legal cada vez mais importante para<br />

protecção jurídica e prevenção de exclusão<br />

socioeconómica, especialmente dos mais<br />

vulneráveis na sociedade.<br />

Moçambique tem aumentado<br />

significativamente o acesso a serviços de<br />

registo de nascimento em todo o país. Foi<br />

desenvolvido em 2004 um plano nacional<br />

de acção para o registo de nascimento, e o<br />

registo de nascimento é parte integrante do<br />

plano nacional de acção para a criança 2006-<br />

2010. Foi lançada em 2006, pela Direcção<br />

Nacional dos Registos e Notariado, do<br />

Ministério da Justiça, uma campanha de<br />

registo de nascimento de longa duração. Os<br />

objectivos da campanha são dar resposta ao<br />

grande acumular de crianças por registar,<br />

sensibilizar para a importância do registo<br />

(precoce) e melhorar o acesso do público aos<br />

serviços de registo de nascimento levandoos<br />

para mais perto das populações.<br />

Desde a adopção do plano nacional de<br />

acção para o registo de nascimento e o<br />

lançamento da campanha, cerca de 4,2<br />

milhões de crianças menores de 18 anos<br />

foram registadas, o que representa 40 por<br />

cento de todas as crianças em Moçambique.<br />

A percentagem de crianças menores de<br />

cinco anos que tiveram o seu registo de<br />

nascimento [aumentou] de 8 por cento<br />

em 2003 38 para 31 por cento em 2008.<br />

vi Há grandes disparidades geográficas<br />

no registo: 39 por cento das crianças com<br />

menos de cinco anos tiveram os seus<br />

nascimentos registados em áreas urbanas,<br />

em comparação com 28 por cento nas<br />

zonas rurais, e enquanto 47 por cento<br />

das crianças menores de cinco anos são<br />

registadas na Cidade de Maputo, apenas<br />

11 por cento são registadas na província de<br />

Tete. A pesquisa também constatou que os<br />

entrevistados citaram as principais barreiras<br />

ao registo como sendo a complexidade dos<br />

procedimentos envolvidos (25 por cento),<br />

a distância para os serviços de registo (22<br />

por cento) e os custos (20 por cento), com<br />

apenas uma parte relativamente pequena<br />

citando a falta de conhecimento do serviço<br />

(9 por cento) ou não reconhecendo a<br />

importância do registo de nascimento (6 por<br />

cento). (Ver Figura 5.8).<br />

Num país com baixos índices de<br />

alfabetização (com índices de analfabetismo<br />

mais elevados e mais baixas taxas<br />

de registo nas áreas rurais), as rádios<br />

comunitárias desempenharam um papelchave<br />

na mobilização das famílias para<br />

matricularem as suas crianças. Spots<br />

vi Nem todos os distritos da pesquisa tinham realizado actividades de registo de nascimento na altura da pesquisa, pelo<br />

que os dados podem estar a subestimar a média nacional.<br />

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