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POBREZA INFANTIL E DISPARIDADES EM MOÇAMBIQUE 2010<br />

actividades relativas à protecção das<br />

crianças contra violência, negligência e<br />

exploração sexual estejam a ter lugar. 10<br />

A promulgação da Lei sobre a Violência<br />

Doméstica de 2009 pode impulsionar o<br />

fortalecimento de mecanismos para proteger<br />

as mulheres e as crianças de abuso sexual.<br />

Parceiros da sociedade civil prestaram<br />

acções de sensibilização a nível da<br />

comunidade, entre as quais uma campanha<br />

da Action Aid contra o abuso sexual de<br />

raparigas na escola.<br />

3.2. A violência doméstica<br />

Cinquenta e quatro por cento das<br />

mulheres que participaram num estudo<br />

do Ministério da Mulher e da Acção Social<br />

de 2004 informaram ter sido espancadas.<br />

A aceitação cultural da violência é um<br />

importante factor que muito contribui para a<br />

violência doméstica. 11 O perpetrador foi mais<br />

frequentemente o marido ou um parente<br />

próximo ou um conhecido. Dez por cento<br />

das respondentes relataram ter sido vítimas<br />

de algum tipo de abuso sexual. Nas áreas<br />

rurais foram reportados mais elevados níveis<br />

de violência contra as mulheres do que nas<br />

áreas urbanas. I<br />

A percentagem de mulheres que consideram<br />

que os homens têm o direito de lhes bater<br />

em certas circunstâncias desceu de 54<br />

por cento em 2003 para 36 por cento em<br />

2008. II,III Embora a redução seja positiva,<br />

continua muito elevada a aceitação da<br />

violência contra as mulheres. A razão<br />

mais comummente citada no Inquérito de<br />

Indicadores Múltiplos (MICS) de 2008 para<br />

bater na esposa é o marido aperceber-se de<br />

que a esposa está a ser negligente com as<br />

crianças. Este motivo foi citado por 21 por<br />

cento dos inquiridos (ver Figura 5.1).<br />

Há disparidades regionais nas atitudes<br />

de violência doméstica. A educação dos<br />

Figura 5.1: Percentagem de mulheres de 15-49 anos que acham que um marido pode bater na sua esposa, por<br />

motivo específico, 2008<br />

40%<br />

35%<br />

30%<br />

25%<br />

20%<br />

15%<br />

10%<br />

5%<br />

0%<br />

21%<br />

19%<br />

18%<br />

19%<br />

Quando ela<br />

sai de casa<br />

sem informar<br />

Quando é<br />

negligente<br />

com as crianças<br />

Quando<br />

discute<br />

com ele<br />

Quando<br />

recusa fazer<br />

sexo com ele<br />

13%<br />

Quando<br />

deixa a comida<br />

queimar-se<br />

36%<br />

Por qualquer<br />

destas razões<br />

Fonte: MICS 2008.<br />

I<br />

O estudo, realizado em 2004 para o Ministério pela Universidade Eduardo Mondlane, Centro de Estudos da População,<br />

incluiu 2052 mulheres com idades compreendidas entre os 18 e os 45 anos na Cidade de Maputo, Província de Maputo,<br />

Sofala, Manica, Zambézia e Nampula (Universidade Eduardo Mondlane, 2004).<br />

II Este valor é significativamente mais baixo que a média dos países da África Austral, onde 65 por cento das raparigas<br />

e mulheres com 15-49 anos pensam que se justifica um marido espancar ou bater na mulher em determinadas<br />

circunstâncias. Fonte : <strong>UNICEF</strong>, Progress for Children – A Report Card on Child Protecction, Número 8, <strong>UNICEF</strong>, Nova<br />

Iorque, Setembro de 2009.<br />

III O Indicador do IDS é a percentagem de mulheres com 15 e 49 anos que afirma justificar-se que um marido bata na mulher<br />

por uma das seguintes razões: roubar comida, discutir com o marido, sair de casa sem informar o marido, recusar sexo<br />

com o marido, e não cuidar das crianças.<br />

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