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a relação entre arte e arqueologia no final do século XIX no - CBHA

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‘Arquivos escritos em barro’: a <strong>relação</strong> <strong>entre</strong> <strong>arte</strong> e <strong>arqueologia</strong> <strong>no</strong> <strong>final</strong> <strong>do</strong> <strong>século</strong> <strong>XIX</strong> <strong>no</strong> Brasil - Claudia Valladão de Mattos<br />

Brasil, enfatizan<strong>do</strong> as mudanças <strong>do</strong>s modelos a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s<br />

<strong>no</strong> início <strong>do</strong> <strong>século</strong>, para aqueles que ocupam os<br />

pesquisa<strong>do</strong>res a partir da segunda metade <strong>do</strong> <strong>século</strong> <strong>XIX</strong>,<br />

quan<strong>do</strong> as imagens começam a se tornar uma ferramenta<br />

precisa na construção <strong>do</strong> discurso sobre o passa<strong>do</strong> remoto<br />

<strong>do</strong> país. Argumentaremos que a introdução de imagens<br />

<strong>no</strong> âmbito <strong>do</strong> discurso arqueológico <strong>no</strong> Brasil teve como<br />

precedente e provavelmente como fonte de inspiração a<br />

obra <strong>do</strong> naturalista alemão, Alexander von Humboldt, que<br />

como dissemos, usou imagens para a avaliação histórica e<br />

estética <strong>do</strong>s objetos e monumentos encontra<strong>do</strong>s ao longo<br />

de sua viagem pela América espanhola, várias décadas<br />

antes <strong>do</strong>s pesquisa<strong>do</strong>res brasileiros incorporarem tal<br />

estratégia às suas análises científicas.<br />

As discussões sobre a origem <strong>do</strong>s índios brasileiros<br />

formam um <strong>do</strong>s temas mais debati<strong>do</strong>s e polêmicos d<strong>entre</strong><br />

aqueles que compõem o espectro <strong>do</strong>s temas em tor<strong>no</strong><br />

da construção da identidade da jovem nação brasileira<br />

<strong>no</strong>s círculos <strong>do</strong> IHGB a partir <strong>do</strong>s a<strong>no</strong>s 40 <strong>do</strong> <strong>século</strong> <strong>XIX</strong>.<br />

Participaram desse debate figuras centrais <strong>do</strong> assim<br />

chama<strong>do</strong> “movimento indianista”, como Gonçalves Dias,<br />

Gonçalves de Magalhães, assim como outros intelectuais,<br />

como Varnhagen e von Martius. Gonçalves Dias, em<br />

particular, teve várias oportunidades para realizar pesquisas<br />

de campo relacionadas ao tema. Em 1858, por exemplo, o<br />

poeta participou de uma viagem patrocinada pelo IHGB,<br />

com o fim de colher informações a respeito da visão que o<br />

indígena mantinha <strong>do</strong>s ‘brancos’, registran<strong>do</strong> suas queixas<br />

e levantan<strong>do</strong> um material vasto sobre sua cultura. Em<br />

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