15.11.2014 Views

compra e venda de homens negros: uma prática ... - Intranet.fia.edu.br

compra e venda de homens negros: uma prática ... - Intranet.fia.edu.br

compra e venda de homens negros: uma prática ... - Intranet.fia.edu.br

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Vol. II N. 2 Jul – Dez / 2006 pp. 1-11<<strong>br</strong> />

ISSN 1809-3604<<strong>br</strong> />

COMPRA E VENDA DE HOMENS NEGROS: UMA PRÁTICA<<strong>br</strong> />

CARTORIAL NO SÉCULO XIX<<strong>br</strong> />

Jarbas Vargas Nascimento *<<strong>br</strong> />

Izilda Maria Nardocci **<<strong>br</strong> />

RESUMO: Neste artigo, examinamos, com base nos postulados da Historiogra<strong>fia</strong><<strong>br</strong> />

Lingüística, <strong>uma</strong> Escritura Pública <strong>de</strong> <strong>compra</strong> e <strong>venda</strong> <strong>de</strong> escravos, emitida em<<strong>br</strong> />

1869, em Mogi das Cruzes. O estudo histórico lingüístico <strong>de</strong> documentos busca<<strong>br</strong> />

mostrar como se po<strong>de</strong>m recuperar aspectos do homem e da socieda<strong>de</strong>, a partir do<<strong>br</strong> />

diálogo que se estabelece entre as dimensões interna e externa da língua<<strong>br</strong> />

materializada neles. Nesse caso, a Escritura analisada trata da questão do negro no<<strong>br</strong> />

Brasil.<<strong>br</strong> />

PALAVRAS-CHAVES: Historiogra<strong>fia</strong> Lingüística - Língua Portuguesa - documento<<strong>br</strong> />

história.<<strong>br</strong> />

ABSTRACT: In this article, we examine, in the perspective from the Linguistic<<strong>br</strong> />

Historiography, a Scripture of Purchase and Sell of Slaves, writing in 1869, in Mogi<<strong>br</strong> />

das Cruzes. The historical linguistic study of documents search to show as we can<<strong>br</strong> />

recoup aspects of the man and the society, from the dialogue between the internal<<strong>br</strong> />

and external dimensions insi<strong>de</strong> those documents. In this case, the Scripture analysed<<strong>br</strong> />

treat with the question of the black people, in Brazil.<<strong>br</strong> />

KEY-WORDS: Lingüistic historiography – Portuguese Language – document -<<strong>br</strong> />

history<<strong>br</strong> />

1- As Escrituras <strong>de</strong> <strong>compra</strong> e <strong>venda</strong> <strong>de</strong> escravos<<strong>br</strong> />

Neste artigo, selecionamos para analisar sob o ponto <strong>de</strong> vista da Historiogra<strong>fia</strong><<strong>br</strong> />

Lingüística <strong>uma</strong> Escritura Pública <strong>de</strong> <strong>compra</strong> e <strong>venda</strong> <strong>de</strong> escravo, escrita no século<<strong>br</strong> />

XIX, em Mogi das Cruzes, on<strong>de</strong> se encontra arquivada.<<strong>br</strong> />

Para compreendê-la em sua materialida<strong>de</strong> lingüística, levantamos, em primeiro<<strong>br</strong> />

lugar, as informações so<strong>br</strong>e a natureza <strong>de</strong>sse documento, a forma como se organiza<<strong>br</strong> />

e as marcas lingüísticas.<<strong>br</strong> />

* Doutor em Lingüìstica (USP), Professor Titular do Departamento <strong>de</strong> Português da PUC/SP<<strong>br</strong> />

** Mestre em Língua Portuguesa (PUC/SP), Professora <strong>de</strong> Língua Portuguesa da PUC/SP


1.1 O estatuto jurídico do documento<<strong>br</strong> />

As Escrituras Públicas <strong>de</strong> <strong>compra</strong> e <strong>venda</strong> <strong>de</strong> escravos eram documentos oficiais<<strong>br</strong> />

ligados à escravidão. Os escravos, consi<strong>de</strong>rados proprieda<strong>de</strong>s, eram<<strong>br</strong> />

comercializados por seus senhores por esse instrumento público, lavrado em<<strong>br</strong> />

cartório.<<strong>br</strong> />

Clóvis Beviláqua (1958), no Código Civil, <strong>de</strong>fine a Escritura Pública como:<<strong>br</strong> />

Um ato notarial, isto é, contrato formal <strong>de</strong> <strong>compra</strong> e <strong>venda</strong> lavrado por um<<strong>br</strong> />

escrivão público: tabelião, à vista <strong>de</strong> <strong>de</strong>clarações: tabelião, à vista <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>clarações das partes ou do interessado, e dos documentos exigidos por<<strong>br</strong> />

lei. Contrato é o acordo <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>s para fim <strong>de</strong> adquirir, resguardar,<<strong>br</strong> />

modificar ou extinguir direitos.<<strong>br</strong> />

O contrato tem <strong>uma</strong> função social, esclarece Orlando Gomes (1983), que é a <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

harmonizar interesses não coinci<strong>de</strong>ntes e diante <strong>de</strong>le o homem <strong>de</strong>ve manter-se fiel<<strong>br</strong> />

às suas promessas, <strong>de</strong>vido à lei natural que o compele a dizer a verda<strong>de</strong>, havendo,<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>ssa, forma, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> testemunhas.<<strong>br</strong> />

O Gomes explicita, também, que a lei exige que certos contratos obe<strong>de</strong>çam à<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>terminada forma, elevando-a à condição <strong>de</strong> requisito essencial à sua valida<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

Consi<strong>de</strong>ram-se solenes os contratos que só se validam quando o consentimento é<<strong>br</strong> />

expresso pela forma prescrita na lei como é o caso da Escritura Pública.<<strong>br</strong> />

A Escritura Pública é <strong>uma</strong> <strong>de</strong>claração pública <strong>de</strong> um negócio jurídico <strong>de</strong>finitivo,<<strong>br</strong> />

irrevogável e quitado que se <strong>de</strong>ve fazer ao comercializar-se <strong>uma</strong> proprieda<strong>de</strong>. Quem<<strong>br</strong> />

lavra as Escrituras é o escrivão que, segundo a <strong>de</strong>finição do Diccionários do povo n°<<strong>br</strong> />

1 <strong>de</strong> 1888, é: official civil que escreve e expe<strong>de</strong> os autos <strong>de</strong> justiça.<<strong>br</strong> />

As Escrituras Públicas são registradas em livros notariais que se <strong>de</strong>stinam<<strong>br</strong> />

unicamente ao lançamento <strong>de</strong>las. O livro que contém nossa amostra tem o seguinte<<strong>br</strong> />

termo <strong>de</strong> abertura:<<strong>br</strong> />

Servira este livro para nelle se lançarem as Escrituras Publicas <strong>de</strong> <strong>compra</strong>s<<strong>br</strong> />

e <strong>venda</strong>s <strong>de</strong> escravias em conformida<strong>de</strong> do Artigo primeiro do <strong>de</strong>creto n.o<<strong>br</strong> />

2. 833 <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> outu<strong>br</strong>o <strong>de</strong> 1861. Foi por mim aberto enumerado vistadas as<<strong>br</strong> />

suas folhas. Mogy das Cruzes 24 De Maio <strong>de</strong> 1869.<<strong>br</strong> />

Cruz Bonilha


O <strong>de</strong>creto n° 2833 – 12 <strong>de</strong> Outu<strong>br</strong>o <strong>de</strong> 1861 – regula a transferência <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

escravos e a arrecadação do imposto da meia sisa. As Escrituras Públicas são<<strong>br</strong> />

lavradas nas cida<strong>de</strong>s e vilas pelos tabeliões <strong>de</strong> notas, e, nas freguesias ou capelas<<strong>br</strong> />

fora das cida<strong>de</strong>s ou vilas, por um Juiz <strong>de</strong> Paz, conforme <strong>de</strong>termina a Lei <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

outu<strong>br</strong>o <strong>de</strong> 1830, presente na Coleção das Leis do Império.<<strong>br</strong> />

LEI – DE 30 DE OUTUBRO DE 1830.<<strong>br</strong> />

Art. 1 o Os Escrivães dos Juizes <strong>de</strong> Paz das freguezias, ou capellas fóra das<<strong>br</strong> />

cida<strong>de</strong>s, ou villas, serão ao mesmo tempo Tabelliães <strong>de</strong> Notas nos seus<<strong>br</strong> />

respectivos districtos, e cumulativamente com os Tabelliães do Termo, sem<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rem <strong>de</strong> distribuição as escripturas lavradas por aquelles.<<strong>br</strong> />

Art. 2 o Terão para esse fim os livros necessarios ru<strong>br</strong>icados por um dos<<strong>br</strong> />

Vereadores; os quaes, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> findos, serão entregues aos Secretarios<<strong>br</strong> />

das Camaras, para serem guardados nos Archivos.<<strong>br</strong> />

Constam da Escritura as seguintes informações:<<strong>br</strong> />

a) nome do cativo, nome do ven<strong>de</strong>dor, nome do <strong>compra</strong>dor, valor da<<strong>br</strong> />

comercialização:<<strong>br</strong> />

1. Escriptura <strong>de</strong> <strong>venda</strong> do escravo Antonio que faz Manoel<<strong>br</strong> />

2. Antonio <strong>de</strong> Siqueira Domingues ao Tenente Coronel Antonio<<strong>br</strong> />

3. Men<strong>de</strong>s da Costa, pela quantia <strong>de</strong> um conto e seis centos mil reis 1:600$000<<strong>br</strong> />

b) data <strong>de</strong> emissão, lugar on<strong>de</strong> é lavrada e a existência <strong>de</strong> testemunhas:<<strong>br</strong> />

4. Saibão quantos esta virem, que no Anno <strong>de</strong> Nassimento <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

5. Nosso Senho Jesus Christo <strong>de</strong> mil oito centos sessenta enove<<strong>br</strong> />

6. Aos seis dias do mez <strong>de</strong> Agosto, nesta cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sant’Anna <strong>de</strong> Mogy<<strong>br</strong> />

7. Das Cruzes, em meu cartório, perante mim e das testemunhas<<strong>br</strong> />

c) en<strong>de</strong>reço do ven<strong>de</strong>dor e do <strong>compra</strong>dor; nome, sexo que é inferido do nome,<<strong>br</strong> />

origem, cor, ida<strong>de</strong>, naturalida<strong>de</strong>, estado civil e profissão do escravo:<<strong>br</strong> />

8. abaixo assignadas, apparecerão <strong>de</strong> <strong>uma</strong> parte Manoel Anto=<<strong>br</strong> />

9. nio <strong>de</strong> Siqueira Domingues, e <strong>de</strong> outra o Tenente Coronel Antonio


10. Men<strong>de</strong>s da Costa, oprimeiro morador no bairro do Campogran-<<strong>br</strong> />

11. <strong>de</strong> e o segundo morador nesta cida<strong>de</strong>, ambos conhecidos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

12. mim escrivão, do que dou fé; epor Manoel Antonio <strong>de</strong> Siquei<<strong>br</strong> />

13. Siqueira Domingues foi dito, que <strong>de</strong> hoje para sempre ven<strong>de</strong> ao<<strong>br</strong> />

14. so<strong>br</strong>edito Tenente Coronel Antonio Men<strong>de</strong>s um escra<<strong>br</strong> />

15. vo <strong>de</strong> nome Antonio Men<strong>de</strong>s da Costa digo <strong>de</strong> nome Antonio<<strong>br</strong> />

16. crioulo, mulato <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vinte equatro annos, solteiro, lavrador,<<strong>br</strong> />

17. enatural <strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong>...<<strong>br</strong> />

d) observação quanto à forma <strong>de</strong> quitação, informe so<strong>br</strong>e o recolhimento do imposto<<strong>br</strong> />

da meia sisa:<<strong>br</strong> />

17. enatural <strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong>, por preço <strong>de</strong> um conto e seis centos<<strong>br</strong> />

18. mil reis, livre da meia siza, quantia que neste acto lhe foi<<strong>br</strong> />

19. entregue pelo <strong>compra</strong>dor em moeda corrente perante<<strong>br</strong> />

20. mim e as testemunhas; e recebido opreço pelo ven<strong>de</strong>dor<<strong>br</strong> />

21. por elle foi dito que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já transfere todo o dominio e<<strong>br</strong> />

22. mais direitos inherentes aproprieda<strong>de</strong>; o<strong>br</strong>igando-se por sua<<strong>br</strong> />

23. pessoa ebens afaser esta <strong>venda</strong> boa, e a<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o <strong>compra</strong>dor<<strong>br</strong> />

24. quando este o chamar à autoria. E logo pelo <strong>compra</strong>dor<<strong>br</strong> />

25. me foi apresentado a certidão da meia siza, que resa o se=<<strong>br</strong> />

26. guinte: Collectoria da Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Mogy das Cruzes em seis<<strong>br</strong> />

27. <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> mil oito centos sessenta enove= numero <strong>de</strong>z<<strong>br</strong> />

28. pagou <strong>de</strong> meia siza aquantia <strong>de</strong> trinta mil reis, e <strong>de</strong> Sello<<strong>br</strong> />

29. dois mil reis sob numero um na mesma data. Depois <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

e) nomes das testemunhas:<<strong>br</strong> />

30. escripta esta eu escrivãoali perante elles; que reciproca-


31. mente a outorgarão e acceitarão, testemunhas a tudo presen<<strong>br</strong> />

32. tes Major Felicíssimo Franco Ferra e Benedicto Jose <strong>de</strong> Almei<<strong>br</strong> />

i) pessoas que assinam a rogo das partes contratantes, na escritura n. 5:<<strong>br</strong> />

36. pessoas <strong>de</strong> mim conhecidas: e arogo do ven<strong>de</strong>dor por<<strong>br</strong> />

37. dizer que não sabia escrever assignou Guilher-<<strong>br</strong> />

38. me da Silva Perdigão e arogo do <strong>compra</strong>dor, o Tenente<<strong>br</strong> />

39. José d’Almeida Mello Freire, testemunhas comigo Fran<<strong>br</strong> />

j) fecho do tabelião e assinatura:<<strong>br</strong> />

33. da, pessoas <strong>de</strong> mim conhecidas, assignarão, e comigo Francis<<strong>br</strong> />

34. co Fróis Dias, escrivão do Juiso <strong>de</strong> Paz, que o escrevi e assigno<<strong>br</strong> />

35. Em tempo diz a entrelinha mulato = Dias<<strong>br</strong> />

36. Manoel Antonio <strong>de</strong> Siq.Domingues<<strong>br</strong> />

37. A. Men<strong>de</strong>s da Costa<<strong>br</strong> />

38. Felicissimo Franco Ferraz Benedicto Jose d’<<strong>br</strong> />

39. Almeida = OEscrivão Francisco Fróis Dias<<strong>br</strong> />

1.2 As marcas lingüísticas da Escritura<<strong>br</strong> />

Verificam-se marcas lingüísticas que inserem a Escritura no contexto históricocultural<<strong>br</strong> />

da segunda meta<strong>de</strong> do século XIX, em que se <strong>de</strong>fendia a in<strong>de</strong>pendência<<strong>br</strong> />

política e lingüística do Brasil. Embora diferenciados pelos objetivos e função social,<<strong>br</strong> />

os diversos tipos <strong>de</strong> textos produzidos naquele momento carregam em sua<<strong>br</strong> />

materialida<strong>de</strong> marcas que resultam <strong>de</strong>sse clima. Assim sendo, a realização <strong>de</strong> um<<strong>br</strong> />

trabalho <strong>de</strong> interpretação, <strong>de</strong> base científica, leva-nos a retirar dados passados<<strong>br</strong> />

cristalizados no documento e atribuir-lhes um valor <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

Consta da Escritura analisada o seguinte vocabulário <strong>de</strong> teor jurídico, cujo<<strong>br</strong> />

significado é o que se encontra no Dicionário Houaiss da língua portuguesa.


Escriptura (contrato feito por um oficial público):<<strong>br</strong> />

Escriptura <strong>de</strong> ... (linha 1)<<strong>br</strong> />

Venda (transferência da posse ou do direito so<strong>br</strong>e alg<strong>uma</strong> coisa mediante<<strong>br</strong> />

pagamento <strong>de</strong> um preço combinado):<<strong>br</strong> />

...<strong>venda</strong> do escravo... (linha 1)<<strong>br</strong> />

Cartório (repartição on<strong>de</strong> funcionam os tabelionatos, os oficiais <strong>de</strong> notas, as<<strong>br</strong> />

escrivanias da justiça, os registros públicos):<<strong>br</strong> />

...em meu cartório, perante mim... (linha 7)<<strong>br</strong> />

Testemunhas (pessoa que certifica ou atesta a veracida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um ato ou que dá<<strong>br</strong> />

esclarecimentos acerca <strong>de</strong> fatos que lhe são perguntados, afirmando-os ou<<strong>br</strong> />

negando-os):<<strong>br</strong> />

...perante mim e das testemunhas... (linha 7)<<strong>br</strong> />

Parte (cada <strong>uma</strong> das pessoas que cele<strong>br</strong>am entre si um contrato):<<strong>br</strong> />

...apparecerão <strong>de</strong> <strong>uma</strong> parte... (linha 8)<<strong>br</strong> />

Escrivão (oficial público que escreve autos, termos <strong>de</strong> processo, atas e outros<<strong>br</strong> />

documentos <strong>de</strong> fé pública):<<strong>br</strong> />

...ambos conhecidos <strong>de</strong> mim escrivão... (linha 11)<<strong>br</strong> />

Fé (testemunho autêntico, que <strong>de</strong>terminados funcionários dão por escrito acerca <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

certos atos, e que tem força em juízo):<<strong>br</strong> />

...do que dou fé... (linha 12)<<strong>br</strong> />

Siza (imposto <strong>de</strong> transmissão)<<strong>br</strong> />

...livre da meia siza... (linha 18)<<strong>br</strong> />

Acto (documento público em que se exprime a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> <strong>uma</strong> autorida<strong>de</strong>):<<strong>br</strong> />

...quantia que neste acto lhe foi entregue... (linha 18)<<strong>br</strong> />

Transfere (transmitir ou ce<strong>de</strong>r a outrem, observando as formalida<strong>de</strong>s legais):<<strong>br</strong> />

...que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já transfere ... (linha 21)<<strong>br</strong> />

Dominio (autorida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>r):<<strong>br</strong> />

...transfere todo o dominio... (linha 21)<<strong>br</strong> />

Diretos (faculda<strong>de</strong> concedida pela lei, po<strong>de</strong>r legítimo):<<strong>br</strong> />

...e mais direitos... (linha 22)<<strong>br</strong> />

Proprieda<strong>de</strong> (direito <strong>de</strong> usar, gozar e dispor <strong>de</strong> bens):<<strong>br</strong> />

...inherentes aproprieda<strong>de</strong>... (linha 22)<<strong>br</strong> />

Autoria (invocar a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>):<<strong>br</strong> />

...este o chamar á autoria... (linha 23)


Comprador (o que adquire por <strong>compra</strong> certa coisa, o<strong>br</strong>igando-se a pagar ao<<strong>br</strong> />

ven<strong>de</strong>dor o respectivo preço)<<strong>br</strong> />

E logo pelo <strong>compra</strong>dor... (linha 23)<<strong>br</strong> />

Outorgarão (<strong>de</strong>clarar em escritura pública):<<strong>br</strong> />

...outorgarão e acceitarão... (linha 31)<<strong>br</strong> />

Juiso (entida<strong>de</strong> judiciária em que a instância se forma e se exercita):<<strong>br</strong> />

...escrivão do Juiso <strong>de</strong> Paz... (linha 34)<<strong>br</strong> />

Po<strong>de</strong>-se observar, ainda, palavra <strong>de</strong> origem tupi no topônimo Mogy.<<strong>br</strong> />

Palavras grafadas juntas, como: enove (e nove), edas (e das), epor (e por),<<strong>br</strong> />

equatro (e quatro), enatural (e natural), opreço (o preço), aproprieda<strong>de</strong> (a<<strong>br</strong> />

proprieda<strong>de</strong>), ebens (e bens), afaser ( a fazer), a<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r (a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r), aquantia (a<<strong>br</strong> />

quantia).<<strong>br</strong> />

Observam-se palavras grafadas com consoantes do<strong>br</strong>adas; hoje essas palavras<<strong>br</strong> />

são grafadas apenas com <strong>uma</strong> consoante: Anna (Ana), anno (ano), acceitarão<<strong>br</strong> />

(aceitaram), apparecerão (apareceram), Collectoria (Coletoria), elle (ele), ella (ela),<<strong>br</strong> />

innutilizada (inutilizada), sello (selo), sellada (selada).<<strong>br</strong> />

Palavras grafadas com consoante muda, atualmente em <strong>de</strong>suso: acto (ato),<<strong>br</strong> />

assignadas (assinadas), assigno (assino), assignarão (assinaram), Benedicta<<strong>br</strong> />

(Benedita), Collectoria (Coletoria), districto (distrito), escripta (escrita), escriptura<<strong>br</strong> />

(escritura).<<strong>br</strong> />

Palavra, que grafamos com i, grafadas com y: Mogy (Mogi).<<strong>br</strong> />

Palavra, que grafamos com s, grafada com z: mez (mês);<<strong>br</strong> />

Palavra, que grafamos com n apenas, grafada com nh: inherentes (inerentes).<<strong>br</strong> />

Palavra, que grafamos apenas com c, grafada com ch: Christo (Cristo).<<strong>br</strong> />

Palavra, que grafamos com sc, grafada com ss: nassimento (nascimento).<<strong>br</strong> />

Numerais com gra<strong>fia</strong> diferente da que temos hoje: seis centos (seiscentos), oito<<strong>br</strong> />

centos (oitocentos).<<strong>br</strong> />

Substantivos comuns grafados com letra maiúscula: Anno (ano), Nassimento<<strong>br</strong> />

(nascimento), Agosto (agosto), Cida<strong>de</strong> (cida<strong>de</strong>), Sello (selo).<<strong>br</strong> />

Nota-se que, quanto à acentuação gráfica, palavras proparoxítonas não recebem<<strong>br</strong> />

acento: Felicissimo (Felicíssimo), numero (número).<<strong>br</strong> />

Palavras paroxítonas também não recebem acento: Antonio (Antônio), cartorio<<strong>br</strong> />

(cartório), dominio (domínio).<<strong>br</strong> />

Não recebe acento o ditongo aberto ei ou eis: reis (réis).


Não recebe acento o i tônico em hiato com a vogal anterior: Juiso ou Juizo<<strong>br</strong> />

(Juízo).<<strong>br</strong> />

Palavras iguais com ou sem acento gráfico: pessôa e pessoa (pessoa.<<strong>br</strong> />

A crase – fusão da preposição a com o artigo feminino a – é indicada com o<<strong>br</strong> />

acento agudo: á autoria.<<strong>br</strong> />

Apóstrofo, assinalando a supressão <strong>de</strong> um vogal: Sant’ Anna <strong>de</strong> Mogy das<<strong>br</strong> />

Cruzes, Tenente José d’Almeida.<<strong>br</strong> />

Til é usado como sinal <strong>de</strong> nasalida<strong>de</strong> na <strong>de</strong>sinência número-pessoal do<<strong>br</strong> />

imperativo afirmativo e pretérito perfeito do indicativo: saibão (saibam), apparecerão<<strong>br</strong> />

(apareceram), outorgarão (outorgaram), acceitarão (aceitaram), assignarão<<strong>br</strong> />

(assinaram).<<strong>br</strong> />

Supressão do artigo antes do substantivo cartório:<<strong>br</strong> />

...em meu cartório...<<strong>br</strong> />

Verbo no gerúndio nas construções <strong>de</strong> sentido progressivo:<<strong>br</strong> />

...o<strong>br</strong>igando-se por sua pessoa ebens afaser ....<<strong>br</strong> />

Ocorrência significativa <strong>de</strong> verbos na voz passiva em todas as Escrituras:<<strong>br</strong> />

... ambos conhecidos <strong>de</strong> mim escrivão...<<strong>br</strong> />

...e por (...) foi dito...<<strong>br</strong> />

...quantia que neste acto lhe foi entregue pelo <strong>compra</strong>dor...<<strong>br</strong> />

...e recebido opreço pelo ven<strong>de</strong>dor...<<strong>br</strong> />

...por elle foi dito que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já transfere todo o dominio...<<strong>br</strong> />

...pelo <strong>compra</strong>dor me foi apresentado a certidão da meia siza...<<strong>br</strong> />

...pessoas <strong>de</strong> mim conhecidas...<<strong>br</strong> />

I<strong>de</strong>ntificam-se, na Escritura analisadas, usos específicos da língua portuguesa no<<strong>br</strong> />

Brasil . Um exemplo é a escolha lexical <strong>de</strong> origem tupi (Mogy) e outro é a omissão<<strong>br</strong> />

do artigo antes do pronome possessivo (em meu cartório).<<strong>br</strong> />

2- A Historiogra<strong>fia</strong> Lingüística<<strong>br</strong> />

A Historiogra<strong>fia</strong> Lingüística é um ramo da Lingüística que aproxima a<<strong>br</strong> />

Lingüística, a História e outras áreas do conhecimento para escrever a história do<<strong>br</strong> />

Homem e da língua evi<strong>de</strong>nciadas em documentos escritos. Para se observarem as


mudanças e as regularida<strong>de</strong>s na língua, <strong>de</strong>vem-se operar procedimentos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

interpretações que revelem os diversos sentidos subjacentes a um documento.<<strong>br</strong> />

Por meio <strong>de</strong> documentos, como a Escritura Pública, po<strong>de</strong>mos recuperar<<strong>br</strong> />

aspectos do homem e da socieda<strong>de</strong> a partir da interpretação do diálogo que há entre<<strong>br</strong> />

as dimensões externa e interna da língua neles materializada. Desse modo, é<<strong>br</strong> />

possível reconstruir fatos relevantes passíveis <strong>de</strong> interpretação em <strong>uma</strong> Escritura<<strong>br</strong> />

Pública <strong>de</strong> <strong>compra</strong> e <strong>venda</strong> <strong>de</strong> escravos.<<strong>br</strong> />

A Historiogra<strong>fia</strong> Lingüística, apreen<strong>de</strong>ndo a Escritura como documento e<<strong>br</strong> />

relacionando-a ao contexto sociocultural, configura-se como <strong>uma</strong> <strong>prática</strong> reflexiva <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

interpretação <strong>de</strong> fatos lingüísticos e históricos do homem, <strong>de</strong> modo particular, o<<strong>br</strong> />

negro escravo, da segunda meta<strong>de</strong> do século XIX. A Escritura, entendida como<<strong>br</strong> />

testemunho escrito, surge como fundamento <strong>de</strong> um fato histórico-lingüístico, pois<<strong>br</strong> />

mesmo que resulte <strong>de</strong> nossa escolha pessoal, apresenta-se por si mesma como<<strong>br</strong> />

<strong>uma</strong> prova documental.<<strong>br</strong> />

Assumimos aqui a concepção <strong>de</strong> língua como processo e produto históricocultural.<<strong>br</strong> />

Com isso, queremos afirmar que a língua se torna, simultaneamente,<<strong>br</strong> />

expressão e veículo <strong>de</strong> fatos socioculturais que pressupõem um olhar histórico a<<strong>br</strong> />

partir do qual po<strong>de</strong>mos interpretar. Assim sendo, pela Historiogra<strong>fia</strong> Lingüística,<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong>mos conhecer aquilo que faz do homem um ser sócio-histórico, capaz <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

interpretar um documento e reconhecer nele a história. A Escritura apresenta-se<<strong>br</strong> />

como <strong>uma</strong> forma <strong>de</strong> se reviver o passado do negro escravo no Brasil, recupera algo<<strong>br</strong> />

apagado e revela um fato histórico-social por meio das marcas <strong>de</strong>ixadas pelo próprio<<strong>br</strong> />

homem.<<strong>br</strong> />

A Escritura não existe isoladamente, mas apresenta-se inserida em um clima<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> opinião aberto ao diálogo com outros documentos, que a prece<strong>de</strong>m e a seguem.<<strong>br</strong> />

Além disso, as Escrituras não se apresentam, aos nossos olhos, como um<<strong>br</strong> />

documento neutro, pois, segundo Orlando Gomes, consistem em <strong>uma</strong> <strong>de</strong>claração<<strong>br</strong> />

pública <strong>de</strong> um negócio jurídico <strong>de</strong>finitivo, irrevogável e quitado que se <strong>de</strong>ve fazer ao<<strong>br</strong> />

comercializar <strong>uma</strong> proprieda<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

A análise, na perspectiva da Historiogra<strong>fia</strong> Lingüística, po<strong>de</strong> levar-nos a<<strong>br</strong> />

compreen<strong>de</strong>r um pouco do homem escravo e da socieda<strong>de</strong> escravista <strong>br</strong>asileira, na<<strong>br</strong> />

segunda meta<strong>de</strong> do século XIX, já que as Escrituras Públicas <strong>de</strong> <strong>compra</strong> e <strong>venda</strong> <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

escravos eram documentos oficiais. A finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>las era colocar o Estado a par do<<strong>br</strong> />

que estava sendo comercializado e assegurar os direitos do ven<strong>de</strong>dor e do


<strong>compra</strong>dor. Dessa forma, dava-se a coisificação do negro, já que era consi<strong>de</strong>rado<<strong>br</strong> />

<strong>uma</strong> proprieda<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

O documento reflete o contexto sociocultural, as idéias lingüísticas em<<strong>br</strong> />

circulação e mesmo a situação sócio-econômica e política do momento em que foi<<strong>br</strong> />

produzido (cf.Konrad Koerner, 1995). A Escritura selecionada foi emitida em 6 <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

agosto <strong>de</strong> 1869, época em que estavam proibidas as <strong>venda</strong>s <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> pregão e<<strong>br</strong> />

em exposição pública. A <strong>venda</strong>, então, era privada. Para esse tipo <strong>de</strong> <strong>venda</strong>, ocorria<<strong>br</strong> />

o entendimento prévio entre o ven<strong>de</strong>dor e o <strong>compra</strong>dor, sendo que o preço do<<strong>br</strong> />

escravo era fixado <strong>de</strong> comum acordo.<<strong>br</strong> />

As <strong>venda</strong>s privadas estavam ligadas ao maior <strong>de</strong>senvolvimento urbano do<<strong>br</strong> />

Brasil, pois eram mais praticadas nas cida<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> havia <strong>compra</strong>dores interessados<<strong>br</strong> />

em escravos para os serviços domésticos, serviços relacionados com a construção e<<strong>br</strong> />

os transportes. À época, Mogi das Cruzes possuía muitas fazendas, diversas<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>stilarias, fá<strong>br</strong>icas <strong>de</strong> mandioca e vasta produção <strong>de</strong> fumo. Entretanto, a maior<<strong>br</strong> />

cultura da cida<strong>de</strong> era o café.<<strong>br</strong> />

Devem-se consi<strong>de</strong>rar, ainda, as relações econômico-sociais formalizadas na<<strong>br</strong> />

Escritura. So<strong>br</strong>e a <strong>compra</strong> do escravo incidiu meia sisa – imposto co<strong>br</strong>ado em<<strong>br</strong> />

negociações inter vivos, ou seja, imposto <strong>de</strong> transmissão pago pelo <strong>compra</strong>dor<<strong>br</strong> />

quando a operação era superior a duzentos mil réis.<<strong>br</strong> />

Do ponto <strong>de</strong> vista comercial, o escravo Antonio se constitui como objeto<<strong>br</strong> />

comercializado na Escritura. O <strong>compra</strong>dor e o ven<strong>de</strong>dor têm a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> marcada<<strong>br</strong> />

enquanto o escravo era i<strong>de</strong>ntificado apenas pelo nome <strong>de</strong> batismo, matriculado na<<strong>br</strong> />

Coletoria <strong>de</strong> Mogi das Cruzes. Sem i<strong>de</strong>ntificação do nome <strong>de</strong> família, o escravo tinha<<strong>br</strong> />

sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> apagada.<<strong>br</strong> />

3- Consi<strong>de</strong>rações finais<<strong>br</strong> />

Com base nos princípios básicos da Historiogra<strong>fia</strong> Lingüística, po<strong>de</strong>mos<<strong>br</strong> />

afirmar que os dados lingüísticos confirmam a situação <strong>de</strong> escravidão vigente em<<strong>br</strong> />

1869, ano em que foi emitida a Escritura que examinamos. As escolhas lingüísticas<<strong>br</strong> />

confirmam a condição do escravo como <strong>uma</strong> mercadoria; por isso, sujeito a<<strong>br</strong> />

comercialização. É negociado oficialmente por meio <strong>de</strong> <strong>uma</strong> Escritura <strong>de</strong> <strong>compra</strong> e<<strong>br</strong> />

<strong>venda</strong>.


O preço, a ida<strong>de</strong>, o sexo do escravo <strong>de</strong>correm da concorrência e da<<strong>br</strong> />

especulação, pois é a consolidação do tráfico interno <strong>de</strong> escravos, em virtu<strong>de</strong> do<<strong>br</strong> />

tráfico externo ter sido <strong>de</strong>cretado ilegal, além da consciência da coisificação do<<strong>br</strong> />

homem negro. Tal afirmação revela-nos a busca ainda difícil do equilí<strong>br</strong>io entre o<<strong>br</strong> />

mundo da liberda<strong>de</strong>, marcado pelo <strong>br</strong>anco e o da servidão, historicamente vivido<<strong>br</strong> />

pelo negro.<<strong>br</strong> />

É a forma, portanto, <strong>de</strong> abordagem do documento que garante a cientificida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

à Historiogra<strong>fia</strong> Lingüística e po<strong>de</strong>rá fazer <strong>de</strong>la <strong>uma</strong> ciência original. A associação <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

dados históricos e <strong>de</strong> evidência textual específica confere a fi<strong>de</strong>dignida<strong>de</strong> do<<strong>br</strong> />

documento e é, por isso, que serve como objeto <strong>de</strong> análise da Historiogra<strong>fia</strong><<strong>br</strong> />

Lingüística.<<strong>br</strong> />

Referências Bibliográficas<<strong>br</strong> />

BEVILÁQUA, Clóvis. Código Civil. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Freitas Bastos, 1958.<<strong>br</strong> />

COSTA, Emília Vioti da. Da senzala à Colônia. São Paulo: Unesp, 4ª ed., 1998.<<strong>br</strong> />

COUTINHO, Ismael <strong>de</strong> Lima. Pontos <strong>de</strong> Gramática Histórica. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Ao livro<<strong>br</strong> />

técnico, 7ª ed., 1976.<<strong>br</strong> />

ECO, Umberto. Interpretação e Superinterpretação. São Paulo: Martins Fontes,<<strong>br</strong> />

2001.<<strong>br</strong> />

GOMES, Orlando. Contratos. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Forense, 1983.<<strong>br</strong> />

KOERNER, Konrad. Toward a Historiography of Linguistic: Selected essays.<<strong>br</strong> />

Amsterdam: JohnBenjamins, 1978.<<strong>br</strong> />

________________ Questões que persistem em Historiogra<strong>fia</strong> Lingüística.<<strong>br</strong> />

Tradução Cristina Altman. Revista da ANPOLL, número 2, p 45-70, 1996.<<strong>br</strong> />

MELO, Gladstone Chaves. A língua do Brasil. Rio <strong>de</strong> Janeiro: FGV, 1981.<<strong>br</strong> />

NARDOCCI, Izilda Maria. A língua Portuguesa no século XIX e a História do negro<<strong>br</strong> />

em Escrituras Públicas <strong>de</strong> <strong>compra</strong> e <strong>venda</strong> <strong>de</strong> escravos. Dissertação <strong>de</strong> Mestrado.<<strong>br</strong> />

PUC/SP.<<strong>br</strong> />

NASCIMENTO, Jarbas Vargas. Bases teórico-metodológicas da Historiogra<strong>fia</strong><<strong>br</strong> />

Lingüística. 2002, Mimeografado.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!