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Sexualidade e desenvolvimento: a política brasileira de ... - Abia

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Análise <strong>de</strong> contexto 13 •<br />

3.1 Tendências epi<strong>de</strong>miológicas<br />

Estima-se que há 630 mil pessoas (entre 15 e 49 anos) vivendo com HIV no<br />

Brasil, o que representa uma taxa <strong>de</strong> prevalência nacional <strong>de</strong> aproximadamente<br />

0,61%. O Brasil respon<strong>de</strong> por mais <strong>de</strong> um terço do total <strong>de</strong> pessoas vivendo<br />

com HIV na América Latina, permanecendo a sexual como a forma mais comum<br />

<strong>de</strong> transmissão no país. No início (década <strong>de</strong> 1980), a epi<strong>de</strong>mia no Brasil afetou<br />

majoritariamente gays e homens que fazem sexo com homens (HSH), pessoas que se<br />

submeteram a transfusões <strong>de</strong> sangue e usuárias/os <strong>de</strong> drogas injetáveis. No entanto,<br />

a transmissão heterossexual do HIV cresceu significativamente na segunda meta<strong>de</strong><br />

da década <strong>de</strong> 1990, com números crescentes <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> AIDS entre a população<br />

feminina. Isto teve um reflexo direto sobre a razão <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> AIDS entre homens<br />

e mulheres na última década, que passou <strong>de</strong> 15 homens/1 mulher em 1986 para 1.5<br />

homens/1 mulher em 2007.<br />

No caso das populações vivendo em situações <strong>de</strong> maior vulnerabilida<strong>de</strong>, como<br />

gays, HSH, profissionais do sexo e usuárias/os <strong>de</strong> drogas injetáveis, a taxa <strong>de</strong> prevalência<br />

do HIV está acima dos 5%. Esse padrão <strong>de</strong> transmissão e prevalência coloca o Brasil<br />

no critério <strong>de</strong> epi<strong>de</strong>mia concentrada, conforme <strong>de</strong>finição da Organização Mundial <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> (OMS). Em termos <strong>de</strong> grupos etários, os mais afetados pela epi<strong>de</strong>mia continuam<br />

sendo o das pessoas entre 20 e 49 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> (<strong>de</strong> ambos os sexos e em todas as regiões<br />

do país), com um incremento recente <strong>de</strong> casos na população com ida<strong>de</strong> acima <strong>de</strong> 50<br />

anos. O Ministério da Saú<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificou, até junho <strong>de</strong> 2008, um total <strong>de</strong> 506.499 casos<br />

<strong>de</strong> AIDS, sendo 65,8% homens e 34,2% mulheres. Duzentas mil pessoas encontram-se<br />

atualmente em tratamento para AIDS com terapia antirretroviral (ARV).<br />

O crescimento da epi<strong>de</strong>mia entre as mulheres <strong>brasileira</strong>s nos anos recentes por<br />

meio da transmissão heterossexual foi enfatizado nos relatórios epi<strong>de</strong>miológicos do<br />

Ministério da Saú<strong>de</strong> e no relatório <strong>de</strong> 2008 da Sessão Especial da Assembleia Geral das<br />

Nações Unidas (UNGASS). Acrescente-se que, no grupo etário com ida<strong>de</strong> entre 13 e<br />

19 anos, a razão entre homens e mulheres foi invertida, com 6 casos <strong>de</strong> homens para<br />

cada 10 mulheres com AIDS (razão homem/mulher = 6:10).<br />

Embora o dado da infecção por HIV no Brasil tenha se estabilizado em torno<br />

<strong>de</strong> 20 mil novos casos <strong>de</strong> AIDS por ano, persiste maior vulnerabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> grupos<br />

específicos, como HSH, usuárias/os <strong>de</strong> drogas injetáveis (UDI) e profissionais do sexo<br />

(PS). O grau mais alto <strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong> está relacionado tanto a <strong>de</strong>terminantes sociais<br />

– como <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gênero, classe, raça e padrões <strong>de</strong> discriminação – quanto a<br />

práticas sexuais inseguras.<br />

Estima-se que um por cento (1%) da população feminina <strong>brasileira</strong> entre 15 e<br />

49 anos – quase meio milhão <strong>de</strong> pessoas – esteja envolvida em ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sexo<br />

comercial ou transacional (Szwarcwald et al., 2005). Mulheres profissionais do sexo

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