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Sexualidade e desenvolvimento: a política brasileira de ... - Abia

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Metodologia • 11<br />

A<br />

coleta <strong>de</strong> dados foi realizada através <strong>de</strong> fontes primárias e secundárias <strong>de</strong><br />

informação. As fontes secundárias incluíram: a) revisão <strong>de</strong> documentos e<br />

relatórios sobre as políticas governamentais na área da prevenção do HIV/AIDS<br />

no Brasil, inclusive resultados das consultas junto a organizações da socieda<strong>de</strong> civil; e<br />

b) revisão <strong>de</strong> literatura disponível e relevante sobre o impacto da política pública <strong>de</strong><br />

prevenção do HIV/AIDS entre profissionais do sexo. As fontes primárias englobaram: a)<br />

entrevistas com gestoras/es da política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> dos níveis fe<strong>de</strong>ral, estadual e municipal,<br />

e profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>; b) entrevistas com informantes-chave engajados/as na trajetória<br />

histórica do movimento brasileiro <strong>de</strong> profissionais do sexo; c) grupos focais e um survey<br />

com profissionais do sexo (organizadas e não organizadas); e d) observação participativa<br />

(limitada) <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública 1 . As entrevistas foram feitas na cida<strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro, capital do estado <strong>de</strong> mesmo nome, e em Porto Alegre, capital do Rio Gran<strong>de</strong><br />

do Sul.<br />

Faz-se necessário apresentar algumas observações quanto à terminologia usada neste<br />

relatório. Como verão, optou-se por usar “prostitutas”, assim como “trabalhadoras do<br />

sexo” e “profissionais do sexo”. Essa <strong>de</strong>cisão está relacionada ao fato <strong>de</strong> que o movimento<br />

brasileiro <strong>de</strong> trabalhadoras sexuais (ou pelo menos o setor com mais visibilida<strong>de</strong> e mais<br />

organizado) adotou o termo “prostitutas” como sua <strong>de</strong>finição política e profissional. A<br />

razão para esta escolha é que, na opinião <strong>de</strong> suas li<strong>de</strong>ranças, os termos “trabalho sexual”<br />

ou “trabalhadores/as do sexo” higienizam a prostituição. Por outro lado, “prostituta” é<br />

um termo que se aplica exclusivamente às mulheres que atuam no mercado do sexo<br />

e no cenário político brasileiro o termo “profissional do sexo” é usado para se referir<br />

também a homens, travestis e transexuais que exercem trabalho sexual. A fim <strong>de</strong> evitar<br />

a adição <strong>de</strong> uma nova terminologia, optamos por “trabalhadores/as sexuais”, mesmo<br />

quando distinções po<strong>de</strong>m ser feitas. O outro termo que necessita <strong>de</strong> esclarecimento<br />

é “travesti” que, como se sabe, é a <strong>de</strong>nominação, mas também a categoria política<br />

i<strong>de</strong>ntitária adotada pelas pessoas que tenham feito modificações corporais para alterar<br />

sua expressão aparência <strong>de</strong> gênero, mas que não necessariamente se submeteram por<br />

um processo cirúrgico transsexualizador.<br />

1<br />

Houve uma expectativa inicial das pesquisadoras e do pesquisador <strong>de</strong> entrevistar profissionais do sexo in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

do gênero ou i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> sexual. No entanto, mulheres foram maioria entre as pessoas entrevistadas. Para alcançar<br />

os objetivos da pesquisa, as entrevistas, os grupos focais e as diretrizes dos questionários buscaram abarcar: a<br />

história do movimento <strong>de</strong> profissionais do sexo e dos programas e projetos <strong>de</strong> prevenção do HIV/AIDS; o impacto da<br />

retração dos recursos da USAID; os efeitos das regras <strong>brasileira</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização do Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>; os<br />

aspectos relacionados às terminologias utilizadas para a i<strong>de</strong>ntificação ou auto-i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> pessoas envolvidas<br />

no trabalho sexual; e a experiência <strong>de</strong> profissionais do sexo no acesso à prevenção (distribuição <strong>de</strong> preservativos),<br />

tratamento do HIV e atenção à saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> modo geral.

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