OCULTOS E EXCLUÃDOS - Claudio Di Mauro
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com a oportunidade de abrigar na então Faculdade de Filosofia, Ciências e<br />
Letras o curso de Sociologia. A contribuição científica legada por aquele instante<br />
não encontrou, até hoje, nível de comparação. Obras importantes foram<br />
produzidas pelo antigo curso da FAFI e muitas delas encontram-se preservadas<br />
para gênese de novas pesquisas. Remanescentes da época chegaram a esboçar<br />
constrangimento pela falta de apoio que teria havido por parte dos poderes<br />
locais para que se conseguisse a manutenção do curso no município.<br />
A criação do Museu Histórico e Pedagógico “Amador Bueno da Veiga” e<br />
logo após do Arquivo Municipal “Oscar de Arruda Penteado” são fatos que<br />
colocam Rio Claro no mapa de importância para historiadores de todo o País.<br />
Com tais iniciativas, o município recuperou parcela significativa do tanto que<br />
perdera com a transferência do curso de Ciências Sociais. Ressalta-se, no<br />
entanto, que ambas as instituições têm em seu currículo atribulados momentos<br />
de questionáveis interferências políticas nos rumos de suas diretorias. A<br />
história, no entanto, cumpre seu caminho.<br />
“Ocultos e Excluídos” resulta de um desafio proposto pela atual<br />
Administração Municipal, atendido, em seus limites, com agradecida atenção.<br />
Buscar elementos ancestrais de itens eclipsados ou ocultos pela crônica comum<br />
foi a proposta, apreensivamente aceita, dada à dispersão de fontes. Relato sob<br />
a perspectiva de um governo que se atribui uma leitura democrático-popular do<br />
poder municipal, igualmente se propôs como o aspecto analítico do material a<br />
ser produzido.<br />
<strong>Di</strong>sperso para maiores atenções ideológicas, tanto quanto<br />
desinstrumentalizado para conteúdos sistematizados, este apreciador de textos<br />
históricos buscou corresponder ao saboroso convite respondendo com material<br />
de seu acesso cotidiano. O título “Ocultos e Excluídos”, não obstante, pretende<br />
corresponder à intrínseca temática de uma virtual democracia-popular. Para<br />
tanto, apresenta, além de ensaios inéditos, breve reestruturação de temas<br />
trabalhados a título de graduação no curso de Pedagogia do Departamento de<br />
Educação da Unesp de Rio Claro e textos publicados pelo Jornal Cidade, aqui<br />
tratados com maior amplitude.<br />
Em seu conjunto, a edição traz uma galeria de personagens que<br />
apesar de vinculados diretamente a Rio Claro são anônimos para a grande<br />
maioria. Na prática, a memória de um ou outro vive reservada a círculos afins.<br />
A oportunidade parece adequada para dar maior dimensão à existência desses<br />
personagens e entidades.<br />
No que se refere a algum suposto fio condutor interpretativo que una<br />
os personagens dessa galeria ao longo do período histórico que vai de 1820 a<br />
1920, com seqüência até 1964 para efeito de conclusão, intenta-se focalizar de<br />
forma genérica a questão liberal, tanto no país como no município.