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OCULTOS E EXCLUÍDOS - Claudio Di Mauro

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moral do professor”. A 2 de janeiro, logo a seguir portanto, o inspetor de<br />

distrito, Antonio Augusto da Fonseca, dirigindo-se à Inspetoria Geral, expõe<br />

“todo o mau procedimento do Professor Aureliano Pedro A. Soares”.<br />

Ratificando as informações das autoridades anteriores, no dia 4 de<br />

janeiro, o vigário João de Santa Cândida volta ao assunto, referindo-se ao “mau<br />

comportamento do professor”. Por sua vez, semanas depois, o próprio professor<br />

encaminha oficio à inspetoria, no dia 18 de janeiro, garantindo que “qualquer<br />

informação a seu respeito é uma questão política e não pode ser levada em<br />

conta”.<br />

Apesar do apelo do professor, tudo parece indicar que as denúncias de<br />

seus superiores foram levadas em conta. Referências sobre o caso ficaram<br />

encerradas ali, sem que se possa, a seguir, localizar o nome do professor em<br />

qualquer documento. Seu nome simplesmente desaparece. Em outro<br />

documento, daquele mesmo ano, Júlio Augusto de Paula Eduardo aparece<br />

assumindo vaga deixada na primeira cadeira. Data de outubro, dois meses após<br />

sua posse, o primeiro oficio de Júlio de Paula à Inspetoria Geral. O assunto é<br />

rotineiro: ele reclama do baixo salário.<br />

A década de 1870 marcou um movimento crescente da atividade de<br />

ensino nos setores público e privado. A escola oficial passou a reunir maior<br />

número de cadeiras, que chegaram a ser quatro nos anos 1880. As aulas<br />

particulares se multiplicaram, incluindo agora o secundário, tanto para meninos<br />

como para meninas.<br />

Januária Hortência de Sá, em 1870, assumiu a segunda cadeira de<br />

primeiras letras para meninos. Vindo a falecer em 1872, sucedeu a ela Bárbara<br />

Eufrosina da Paixão, em 1873. Francisca Augusta Cortez Ramalho chegou à<br />

primeira cadeira, deixada por Maria do Prado Leme, em 1871. Em 1875<br />

Jacyntho Frederico Moreira e Januária Cândida Moreira proveram a abertura de<br />

aulas de primeiras letras para meninos e meninas no bairro da Santa Cruz. Ele,<br />

logo de início, queixava-se “de não ter um lugar decente para acomodar seus<br />

alunos” e, reiteradamente, escrevendo para São Paulo, solicitava móveis. Assim<br />

também fazia para conseguir a liberação de seus vencimentos.<br />

Os anos de 1880 acumularam mudanças no ensino público. O inspetor<br />

de instrução tornara-se inspetor literário, e o Conselho Municipal de Instrução<br />

Pública ganhava expressão, decorrente das reformas de 1874 com a volta da<br />

inspeção coletiva. A documentação de Rio Claro mostra que a Câmara Municipal<br />

havia assumido a correspondência com a, agora, <strong>Di</strong>retoria Geral de Instrução<br />

Pública.<br />

Enquanto a terceira cadeira masculina data de 1876, com Francisco<br />

Solano Ferreira Gonçalves, a quarta é de 1883, com João Batista Ferreira<br />

Cunha, normalista. Outro normalista do período é Bento Ezequiel Saes, que se<br />

licenciou em 1886 para fazer o curso e reassumir a terceira cadeira masculina<br />

em 1889. Anteriormente, Maria Augusta de Jesus Sá chegara a iniciar o curso

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