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OCULTOS E EXCLUÍDOS - Claudio Di Mauro

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A Fraternidade III chegou a ter suas instalações na Avenida Quatro<br />

entre as Ruas Quatro e Cinco (49). Fontes ainda não divulgadas estimam dispor<br />

de documentação suficiente para localizar o início de suas atividades nas<br />

vizinhanças do Mercado Municipal. Suas reuniões eram realizadas aos sábados,<br />

às 19 horas.<br />

Pouco se sabe quanto à desativação, ou tombamento de colunas, em<br />

termos maçônicos, dessa loja. Sua documentação perdeu-se provavelmente a<br />

partir de 1874, ano em que já teria perto de 50 membros. A desativação, para<br />

se dar àquela época, soa estranha, uma vez que ali transcorria o principal<br />

momento da gênese republicana. Como nada se sabe a respeito, nenhum<br />

elemento pode ser dispensado, mesmo que sejam apenas relatos da tradição. É<br />

o caso de se lembrar que 1874 foi marcado por uma epidemia de varíola no<br />

município, quando as instalações da loja vieram a ser utilizadas para<br />

atendimento das vítimas da doença, entre elas três maçons.<br />

Em 1895, presumíveis remanescentes da Fraternidade III e outros<br />

decidiram restaurar a Maçonaria no município, fundando a “Estrela do Rio<br />

Claro”, em 5 ou 7 de dezembro de 1895. Até o momento não há alcance para<br />

se verificar o local exato onde a nova loja começou a funcionar.<br />

A tradição remonta que uma de suas instalações seqüentes esteve à<br />

Rua Cinco, atual número 1334. O prédio onde hoje a instituição encontra-se, na<br />

esquina da Rua Quatro com Avenida Nove, foi erguido em 1904 com a mudança<br />

das instalações acontecendo em 1907.<br />

Em 2001, o prédio ganhou exemplar restauração. Nos primeiros 50<br />

anos, passou por duas reformas. Na segunda, recebeu as grades e portões de<br />

ferro que cercavam o Jardim Público, para substituir as grades de madeira. O<br />

maior portão que fechava o jardim encontra-se na Santa Casa. De 1952 a<br />

1962, foi construído o templo na forma em que até hoje se encontra, com<br />

arquitetura em estilo egípcio. Os salões de recepção e festas trazem baixosrelevos<br />

alusivos a temas maçônicos e à história do Brasil.<br />

O fato da transferência dos portões para ambas as instituições exige<br />

lembrar a histórica relação entre maçons e católicos na formação do hospital da<br />

Irmandade. Indisposições administrativas entre um e outro segmento marcam<br />

reservados instantes da história do município, merecedores de um estudo à<br />

parte (50). Em termos simbólicos, e mesmo históricos, a causa da saúde, no<br />

que se refere a católicos e maçons, faculta lançar vistas a raízes seculares de<br />

fraternidades lendárias, entre elas a dos Templários, Hospitalares e Jesuítas,<br />

tema que, infelizmente, não cabe neste ensaio. No mínimo vale remeter a<br />

futuros pesquisadores a análise de disputas eleitorais em clubes sociais e para a<br />

própria Irmandade da Santa Casa, que mobilizaram o município especialmente<br />

entre 1996 e 1998.

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