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OCULTOS E EXCLUÍDOS - Claudio Di Mauro

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Helen, sempre mantida longe, por causa das viagens diplomáticas e comerciais<br />

pelos vários cantos do mundo. Seu trabalho como representante do Estado do<br />

Pará, nos Estados Unidos, foi interrompido por intervenção do governo Vargas<br />

no Estado.<br />

Negociações diplomáticas para oferta de novo cargo a Silvino foram<br />

concluídas com sua nomeação para o Departamento de Editorias da União Pan-<br />

Americana, em Washington, e logo a seguir como titular do Conselho de<br />

Comércio Estrangeiro. Sua atividade era fornecer às embaixadas latinoamericanas,<br />

dados comerciais e informações além de cumprir as funções para<br />

as relações públicas. A contar daí, Silvino passou a conviver com expressivas<br />

personalidades e autoridades do governo norte-americano, além de reforçar<br />

seus vínculos com grandes nomes do governo brasileiro. Eram os anos finais da<br />

década de 1930.<br />

De seu terceiro casamento, agora com Charlotte, nascida em Miami de<br />

pais ingleses, Silva foi pai de Gypsy, sugestivo nome (cigana) para a filha de<br />

um cidadão do mundo. Nascida em Cleveland, ela é apresentada em sua<br />

biografia de 1978, como administradora de uma editora em Nova Iorque. A<br />

segunda filha, Ginger, professora universitária em Montreal, Canadá.<br />

Por efeito da política norte-americana para a II Guerra, definia-se o<br />

Brasil pela construção de uma grande usina siderúrgica no país. Era antiga<br />

reivindicação nacional e interesse da indústria bélica dos Estados Unidos. Na<br />

definição dos projetos, consultores e engenheiros brasileiros foram nomeados<br />

para as tratativas com os representantes norte-americanos. Na necessidade de<br />

um brasileiro familiarizado com os Estados Unidos e que falasse fluentemente<br />

inglês, Silvino da Silva foi escolhido como conselheiro e correspondente.<br />

Uma das principais funções do cargo era preparar relatórios mensais a<br />

serem submetidos ao Export Import Bank de Washington, bem como preparar<br />

os pedidos de abertura de créditos para os fornecedores em diferentes locais e<br />

bancos. Ainda durante a guerra, Silva representou o Brasil na <strong>Di</strong>visão Latino-<br />

Americana da Foreign Economic Administration, criada para cuidar das<br />

exportações entre países aliados. Terminada a guerra, ele foi nomeado pelo<br />

Comando Supremo das Forças Aliadas para a <strong>Di</strong>visão de Comércio Exterior, em<br />

Tóquio. Dali foi designado para igual missão no Irã, onde permaneceu por dois<br />

anos, até voltar aos Estados Unidos. Por algum tempo circulou pela Europa e<br />

Oriente Médio, com a família, em férias. Depois disso, tornou-se representante<br />

da Companhia Pan-Americana de Investimentos, pela qual cumpriu diversos<br />

projetos e roteiros internacionais.<br />

Silvino da Silva termina sua biografia com 79 anos. “Ainda estou<br />

contemplando um futuro mais brilhante e mais produtivo, enquanto a minha<br />

vida como Cidadão do Mundo prossegue do mesmo modo de sempre: com<br />

ambição...”

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