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OCULTOS E EXCLUÍDOS - Claudio Di Mauro

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Dagama teve uma filha, Valinda Eva, que na escola de Rio Claro foi<br />

professora ao lado das professoras americanas Mary Dascomb e Elmira Kuhl.<br />

Ambas vieram para o Brasil com formação pedagógica de nível superior. Horace<br />

Manley Lane, do antigo Mackenzie College, afirmou que “a história da educação<br />

protestante no Brasil não pode ser escrita sem que em cada página venham<br />

estampados os nomes de Miss Mary e Miss Ella”. Elas cuidaram da<br />

fundamentação metodológica das escolas em que estiveram: Brotas, São Paulo,<br />

Rio Claro, Botucatu e Curitiba.<br />

Por sua vez, Dagama, apesar de professor e criador de escolas,<br />

dispunha de uma formação intelectual modesta. Esse aspecto de sua<br />

personalidade é comentado por Boanerges Ribeiro: “Homem prático, com pouco<br />

dinheiro, aparentemente pouco instruído: camponês madeirense, crescido entre<br />

os madeirenses (Ilha da Madeira) de Illionois, seu português é o de um rústico”.<br />

Os registros sobre a ação educativa de Eva Dagama são escassos,<br />

certamente pelo fato de seu trabalho haver se limitado a Rio Claro e ela ter<br />

sempre acompanhado o pai. É o que se depreende.<br />

A educadora americana Mary P. Dascomb (1842-1917) completou seu<br />

curso universitário no Oberlin College, de Ohio, em 1860. Depois de lecionar<br />

nos Estados Unidos, veio para o Rio de Janeiro como professora do cônsul<br />

americano. No início dos anos 1870, o superintendente da Estrada de Ferro<br />

(inglesa) mantinha em São Paulo aula particular de primeiras letras destinadas<br />

aos filhos dos trabalhadores ingleses. A escola era dirigida por Mary P.<br />

Dascomb, que de São Paulo, seguiu para o interior.<br />

Ela viera de estágio na Escola Americana de São Paulo e dirigia a<br />

escolinha de Brotas, em 1872, quando lá chegou Dagama. <strong>Di</strong>z Chamberlain,<br />

fundador da unidade escolar que mais tarde seria o Mackenzie: “Desde março<br />

de 1871 têm funcionado sob a direção de miss Mary P. Dascomb duas aulas,<br />

sendo uma freqüentada por 23 meninos e meninas inglesas e a portuguesa por<br />

10 meninos e meninas”. Em Rio Claro, Mary esteve com Dagama até 1877,<br />

quando voltou para São Paulo.<br />

Elmira Kuhl (1842- ?) diplomou-se no Women’s College de<br />

Bordentown, Neew Jersey. Foi professora em escola pública e particular antes<br />

de ser nomeada pela Junta Presbiteriana de Missões Estrangeiras para o “Brazil<br />

Mission” no dia 7 de maio de 1874. Um mês depois chegava a Rio Claro, onde<br />

trabalhou com Dascomb. Em 1877, foi para São Paulo, onde permaneceu por<br />

12 anos. Durante algum tempo Mary Dascomb se separou de Elmira,<br />

encarregada que fora da escola de Botucatu. Em 1892, novamente juntas,<br />

fundaram a Escola Americana de Curitiba. (Boanerges Ribeiro, 1981).<br />

O missionário

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