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OCULTOS E EXCLUÍDOS - Claudio Di Mauro

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sua vida em terras paulistas, morou em São Paulo, Itu, Itapetininga e Botucatu,<br />

onde faleceu na passagem para o século XX.<br />

No tempo em que ele esteve em Rio Claro, conseguiu destaque na<br />

vida política. Logo tornou-se integrante da “roda graúda”. A comunidade vivia<br />

intenso momento de transição na legislação para o ensino, naquele instante<br />

tendo a esfera estadual regulamentada pela Lei 1846.<br />

Por decorrência de processo deflagrado em 1843, a Freguesia de São<br />

João era elevada à categoria de Vila, em 1845. Assim, desmembrava-se de<br />

Limeira, à qual estivera vinculada pela Lei de 8 de Março de 1842 que a tornara<br />

município. O fato polarizava as questões políticas. (03)<br />

Na separação administrativa dos municípios, Tito Correa de Mello<br />

representou os chefes políticos locais na solenidade realizada em Limeira (04).<br />

Tanto é, que foi procurador do líder rio-clarense José Estanislau de Oliveira,<br />

Barão de Araraquara e depois Visconde do Rio Claro, que na seqüência assumiu<br />

a presidência da Câmara Municipal.<br />

O órgão concentrava, conforme foi até depois da República, os<br />

poderes administrativo e legislativo da recente Vila. As primeiras atas da<br />

Câmara Municipal foram registradas e assinadas pelo professor. Por ser uma<br />

pessoa letrada, algo raro naquele momento, ele acabou encarregado de redigilas.<br />

(05)<br />

Os comandantes da política de Rio Claro evitaram comparecer à<br />

solenidade em Limeira porque o episódio da separação deixara, na trilha das<br />

disputas, ânimos acalorados e mútuas acusações.<br />

Já em 1847, o jovem Tito deixava Rio Claro. Casado com a filha de<br />

José Gomes Pinheiro, seguia para Botucatu com o objetivo de cuidar das terras<br />

do sogro. Ali imprimiu seu nome na história de maneira polêmica e violenta. O<br />

período que vai de sua chegada à sua morte tornou-se conhecido em Botucatu<br />

como a Era do Capitão Tito.<br />

Eleito várias vezes deputado, Tito comandou a política da região com<br />

mão-de-ferro, impondo sua vontade absoluta. Dele diria Moraes Barros, em<br />

1884, na Assembléia Provincial (Assembléia Legislativa): “É chefe político muito<br />

obedecido em Botucatu; ele é o centro único, é o único pensamento diretor do<br />

seu partido, lá não há ninguém que possa lhe opor, não só em política, como<br />

em todos os negócios”. (06)<br />

O jornalista Rangel Pestana escreveu no jornal “A Província de São<br />

Paulo” (“O Estado de São Paulo”): “Desde o Juiz de <strong>Di</strong>reito até os suplentes de<br />

Juiz Municipal e subdelegados, todas as autoridades da Comarca são nomeadas<br />

mediante consulta feita ao chefe liberal”.

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