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Ecologia, Ecossistema e cadeia Alimentar – Silvia/CDCC - USP

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<strong>Ecologia</strong>: ecossistema e <strong>cadeia</strong> alimentar<br />

Texto de Luis Augusto S. Vasconcellos adaptado por <strong>Silvia</strong> Ap. Martins dos Santos do “Curso de Ciências por<br />

Correspondência”, para professores do Ensino Fundamental. <strong>CDCC</strong>/<strong>USP</strong>, 1997/1998. Texto original disponível no seguinte<br />

endereço: http://educar.sc.usp.br/ciencias/<br />

A palavra <strong>Ecologia</strong> provém do grego: oikos (casa) e logos (estudo).<br />

Parte 1 - ECOLOGIA: ECOSSISTEMA E CADEIA ALIMENTAR<br />

<strong>Ecologia</strong>, uma rápida definição:<br />

<strong>Ecologia</strong> é um conceito que a maioria das pessoas já possui intuitivamente, ou seja, sabemos que<br />

nenhum organismo, desde uma bactéria até o ser humano, pode existir autonomamente sem interagir com<br />

outros ou mesmo com ambiente físico no qual ele se encontra. O estudo dessas inter-relações entre<br />

organismos e o seu meio físico chama-se <strong>Ecologia</strong>.<br />

Mas, para termos uma definição histórica: “Pela palavra ecologia, queremos designar o conjunto<br />

de conhecimentos relacionados com a economia da natureza - a investigação de todas as relações entre o<br />

animal e seu ambiente orgânico e inorgânico, incluindo suas relações, amistosas ou não, com as plantas e<br />

animais que tenham com ele contato direto ou indireto, - numa palavra, ecologia é o estudo das<br />

complexas inter-relações, chamadas por Darwin de condições da luta pela vida”. (Ernest Haeckel, 1870).<br />

Assim, como em qualquer outra área, em <strong>Ecologia</strong> são definidas unidades de estudo, as quais são<br />

fundamentais para melhor compreensão desta Ciência. Utilizando-se um modelo de níveis de<br />

organização, fica mais fácil de compreendermos as unidades de estudo da <strong>Ecologia</strong>.<br />

O que é um <strong>Ecossistema</strong>?<br />

Antes de definirmos, exatamente o conceito de ecossistema, o qual é fundamental para a<br />

compreensão desta ciência, podemos encontrar na figura 1, um outro conceito importante que é o de<br />

níveis de organização, o qual pode ser entendido como um conjunto de entidades, sejam elas genes,<br />

células, ou mesmo espécies, agrupadas em uma ordem crescente de complexidade. Vejamos a figura 1:<br />

genes→células→tecidos→órgãos→sistemas→espécies→populações→comunidades→ecossistemas→biosfera<br />

Figura 1- Níveis de organização<br />

Em <strong>Ecologia</strong>, são estudados os níveis da direita, ou seja, de espécies até biosfera. É fundamental,<br />

entretanto uma breve explicação de cada uma destas divisões (unidades ou entidades):<br />

Figura 2. A – Espécie; B - População; C - Comunidade; D – <strong>Ecossistema</strong>.<br />

Espécie - dois ou mais organismos são considerados da mesma espécie,<br />

quando podem se reproduzir, originando descendentes férteis. Desta<br />

forma, fica claro que, a menos que haja a intervenção humana, como no<br />

caso do jumento e da égua, naturalmente não ocorre reprodução entre<br />

indivíduos de espécies diferentes.<br />

• Populações - são formadas por organismos da mesma espécie, isto é,<br />

um conjunto de organismos que podem se reproduzir produzindo<br />

descendentes férteis.<br />

• Comunidades - um conjunto de todas as populações, sejam elas de<br />

microorganismos, animais ou vegetais existentes em uma determinada<br />

área, constituem uma comunidade; também se pode utilizar o conceito<br />

de comunidade para designar grupos com uma maior afinidade<br />

separadamente, como por exemplo, comunidade vegetal, animal, etc.<br />

Antes de definirmos o próximo conceito, é fundamental<br />

entendermos dois parâmetros importantes em <strong>Ecologia</strong>; a todos os<br />

componentes vivos de um determinado local chamamos bióticos; em<br />

contrapartida, o conjunto formado por regime de chuvas, temperatura,<br />

luz, umidade, minerais do solo enfim, toda a parte não viva, é chamada<br />

de componentes abióticos.<br />

CESCAR – Coletivo Educador de São Carlos, Araraquara, Jaboticabal e Região – Encontro Geral 16/06/2007 1


• <strong>Ecossistema</strong>s - em um determinado local, seja uma vegetação de cerrado, mata ciliar, caatinga, mata<br />

atlântica ou floresta amazônica, a todas as relações dos organismos entre si, e com seu meio ambiente, ou<br />

dito de outra forma, a todas as relações entre os fatores bióticos e abióticos em uma determinada área,<br />

chamamos ecossistema. Ou de outra forma, podemos definir ecossistema de acordo com o modelo 1<br />

acima, como sendo um conjunto de comunidades interagindo entre si e agindo sobre e/ou sofrendo a ação<br />

dos fatores abióticos. Dentro do conceito de ecossistema, ainda cabe definirmos o conceito de hábitat,<br />

pelo qual entendemos o ambiente físico o qual ocorre(m) uma(s) determinada(s) espécie(s). Ex.: O<br />

hábitat do lobo guará é o cerrado.<br />

Biosfera - A terra é composta por vários ecossistemas sejam eles aquáticos, terrestres ou até mesmo<br />

aéreos. A soma de todos estes ecossistemas chamamos de biosfera. Portanto, a biosfera seria a parte na<br />

qual ocorre vida no planeta e na qual a vida tem o poder de ação sobre o mesmo.<br />

Para Pensar 1: O que é biodiversidade?<br />

NÃO CONFUNDA: Muitas vezes, o termo bioma é utilizado como sinônimo de ecossistema, no entanto ao contrário do<br />

segundo que implica nas inter-relações entre fatores bióticos e abióticos, o primeiro significa uma grande área de vida<br />

formada por um complexo de hábitats e comunidades, ou seja, apenas o meio físico (área) sem as interações. Ex.: Bioma<br />

cerrado, bioma mata atlântica.<br />

Onde começa e termina um ecossistema? Qual o real tamanho de um?<br />

É difícil dizer onde começa ou termina um ecossistema, ou seja, qual ou quais os seus limites;<br />

entretanto para uma melhor compreensão e mesmo a possibilidade para investigações científicas existem<br />

algumas convenções adotadas. Assim, por exemplo, pode-se adotar inicialmente uma separação entre os<br />

meios aquáticos e terrestres. Desta forma, teríamos uma primeira distinção entre ecossistemas aquáticos e<br />

terrestres. Por ecossistema aquático, entenderíamos todos os lagos naturais, ou artificiais (represas), rios,<br />

mares e oceanos. Já em relação aos ecossistemas terrestres, florestas, desertos, tundras, pradarias,<br />

pastagens, etc. seriam exemplos.<br />

Mas, e com relação às dimensões de um ecossistema? Para efeito de estudo, geralmente são<br />

determinadas o dimensões que não existem naturalmente, desta forma, um vaso, um aquário, ou mesmo<br />

uma cidade inteira são exemplos de ecossistemas criados pela ação humana, pois é interessante notar que<br />

nem sempre são. Assim fica claro, que um ecossistema pode ter desde alguns cm 2 até milhares de km 2 !<br />

Para pensar 2: Qual o menor ecossistema do mundo?<br />

Exemplos de ecossistemas: terrestres e aquáticos<br />

Para uma melhor compreensão, pode-se inicialmente separar os ecossistemas em duas categorias<br />

de acordo com o meio em que ocorrem: ecossistemas terrestres e aquáticos:<br />

Para os ecossistemas terrestres poderíamos enumerar os seguintes:<br />

• Florestais - Podem ser formados no Brasil por vegetação de cerrado, caatinga, matas ciliares, mata<br />

atlântica e floresta amazônica; sendo caracterizados por apresentar uma grande estratificação, ou seja,<br />

existem plantas e animais ocorrendo em diferentes alturas (estratos);<br />

Campos e pastagens - Compostos principalmente por vegetação rasteira onde predominam as gramíneas.<br />

A fauna por sua vez, é caraterizada pelo predomínio de animais herbívoros e granívoros (que se<br />

alimentam de grãos) tais como roedores (ratos), pequenas aves e cervídeos (veados).<br />

Já em relação aos ecossistemas aquáticos, teríamos:<br />

• Lagos - Aqui enquadram-se todos os ecossistemas de águas paradas, ou lênticos (de lenis, calmo);<br />

além de lagos, temos também represas e tanques .<br />

• Rios - Além dos rios, teríamos ainda riachos e mananciais; são chamados também de lóticos (de lotus,<br />

lavado).<br />

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• Mares - Os mares são as regiões com a maior variedade de vida do planeta; pode parecer<br />

surpreendente, mas nem as florestas tropicais igualam-se as regiões litorâneas que também são<br />

chamadas de pelágicas.<br />

• Oceanos - Os oceanos, são grandes (cobrem 70% da superfície terrestre), profundos e contínuos, pois<br />

todos - Pacífico, Atlântico e Índico - são interligados; as principais características destes ecossistemas<br />

estão relacionadas as correntes, provocadas pelos ventos e a própria rotação da Terra, e também a<br />

salinidade;<br />

Existe também, uma série de regiões que não poderiam ser enquadradas nem como ecossistemas<br />

aquáticos, e nem como terrestres. Seriam:<br />

• Mangue - Na verdade, o correto chamar-se de manguezal e não mangue, pois a denominação vem da<br />

grande quantidade desta planta, ou seja, o mangue. Trata-se de um ecossistema pantanoso,<br />

constantemente alagado com uma vegetação arbustiva e uma fauna caracterizada pela grande presença<br />

de siris e caranguejos. O mangue ocorre geralmente junto a desaguadouros de rios e/ou próximos a<br />

praias.<br />

• Paredões rochosos e praias - Ambos ecossistemas são fortemente influenciados pela água do mar,<br />

seja através das marés, ou da pressão exercida pela água.<br />

• Brejos - Qualquer área que fique coberta por água doce, pelo menos em alguma época do ano é<br />

considerado um alagado; uma das espécies vegetais mais comuns neste tipo de ecossistema é a Taboa.<br />

Os brejos também são importantes, pois abrigam uma grande variedade de espécies de aves e<br />

mamíferos aquáticos ou semi-aquáticos.<br />

Para pensar 3: As florestas tropicais são importantes ecossistemas pela sua biodiversidade, além de outros fatores tais como, a<br />

manutenção de um regime pluviométrico e temperatura das vastas regiões na qual ocorrem. Na década de 70, um jornalista<br />

estrangeiro por ocasião de uma visita a Amazônica, querendo enaltecer a importância da floresta, afirmou que a mesma era<br />

o “pulmão do mundo”, sendo a responsável pela manutenção da taxa de oxigênio da atmosfera. Esta afirmação está<br />

incorreta. Você poderia dizer qual o verdadeiro “pulmão do mundo?”.<br />

Cadeias alimentares: o que são?<br />

A matéria está constantemente ciclando dentro de um ecossistema, ou dito de outra forma, o que<br />

os seres vivos retiram do ambiente, eles devolvem. Tem sido assim desde início da existência da vida da<br />

terra, até os dias de hoje. Trata-se de um ciclo eterno.<br />

Além da matéria, a energia também passa por todos os componentes de um ecossistema, só que,<br />

no entanto, enquanto a matéria circula, a energia flui, o que significa que a energia não retorna ao<br />

ecossistema como a matéria como iremos ver na próxima seção.<br />

Como podemos notar, os ecossistemas possuem uma constante passagem de matéria e energia de<br />

um nível para outro até chegar nos decompositores, os quais reciclam parte da matéria total utilizada neste<br />

fluxo. A este percurso de matéria e energia que se inicia sempre por um produtor e termina em um<br />

decompositor, chamamos de <strong>cadeia</strong> alimentar.<br />

Obrigatoriamente, para existir uma <strong>cadeia</strong> alimentar devem estar presentes os produtores e os<br />

decompositores. Entretanto não é isso o que acontece na realidade, pois outros componentes estão<br />

presentes.<br />

Desta forma a melhor maneira de se estudar uma <strong>cadeia</strong> alimentar, é através do conhecimento dos<br />

seus componentes, ou seja, toda a parte viva (fatores bióticos) que a compõe. Os componentes de todas as<br />

<strong>cadeia</strong>s de uma forma geral podem ser enquadrados dentro das seguintes categorias:<br />

1. Produtores - são todos os seres que fabricam o seu próprio alimento, através da fotossíntese, sendo<br />

neste caso as plantas, sejam elas terrestres ou aquáticas;<br />

2. Animais - os animais obtém sua energia e alimentos comendo plantas ou outros animais, pois não<br />

realizam fotossíntese, sendo, portanto incapazes de fabricarem seu próprio alimento.<br />

3. Decompositores - apesar da sua importância, os decompositores nem sempre são muito fáceis de<br />

serem observados em um ecossistema, pois sendo a maioria formada por seres microscópicos, a<br />

constatação da sua presença não é uma tarefa tão fácil.<br />

A cada grupo de organismos com necessidades alimentares semelhantes quanto à fonte principal<br />

de alimento, chamamos de nível trófico. Em cada nível, temos um grupo de organismo com as mesmas<br />

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características alimentares; isto que dizer que consumidores primários somente alimentam-se de itens de<br />

origem vegetal; consumidores secundários, por sua vez, são carnívoros assim como os terciários. Cabe<br />

ressaltarmos, no entanto, que tanto os consumidores secundários quanto os terciários podem<br />

ocasionalmente, ou complementarmente, alimentar-se de vegetais, não sendo, porém este, o seu principal<br />

item alimentar.<br />

Em um ecossistema aquático, como uma lagoa, por exemplo, poderíamos estabelecer a seguinte<br />

seqüência:<br />

Tabela 1 - <strong>Ecossistema</strong> aquático:<br />

FLORA PRODUTORES<br />

Composto pelas plantas da margem e do fundo da lagoa e por<br />

algas microscópicas, as quais são as maiores responsáveis pela<br />

oxigenação do ambiente aquático e terrestre; à esta categoria<br />

formada pelas algas microscópicas chamamos fitoplâncton.<br />

FAUNA CONSUMIDORES PRIMÁRIOS Composto por pequenos animais flutuantes (chamados<br />

Zooplâncton), caramujos e peixes herbívoros, todos se<br />

alimentado diretamente dos vegetais.<br />

CONSUMIDORES<br />

SECUNDÁRIOS<br />

São aqueles que alimentam-se do nível anterior, ou seja, peixes<br />

carnívoros, insetos, cágados, etc.,<br />

CONSUMIDORES<br />

As aves aquáticas são o principal componente desta categoria,<br />

TERCIÁRIOS<br />

DECOMPOSITORES<br />

Já em um ecossistema terrestre, teríamos.<br />

Tabela 2 - <strong>Ecossistema</strong> terrestre:<br />

alimentando-se dos consumidores secundários.<br />

Esta categoria não pertence nem a fauna e nem a flora,<br />

alimentando-se no entanto dos restos destes, e sendo composta<br />

por fungos e bactérias.<br />

FLORA PRODUTORES<br />

FAUNA CONSUMIDORES PRIMÁRIOS<br />

CONSUMIDORES<br />

SECUNDÁRIOS<br />

CONSUMIDORES<br />

TERCIÁRIOS∗<br />

DECOMPOSITORES<br />

Formado por todos os componentes fotossintetizantes, os quais<br />

produzem seu próprio alimento (autótrofos) tais como<br />

gramíneas, ervas rasteiras, liquens, arbustos, trepadeiras e<br />

árvores;<br />

São todos os herbívoros, que no caso dos ecossistemas terrestres<br />

tratam-se de insetos, roedores, aves e ruminantes;<br />

Alimentam-se diretamente dos consumidores primários<br />

(herbívoros). São formados principalmente por carnívoros de<br />

pequeno porte;<br />

Tratam-se de consumidores de porte maior que alimentam-se<br />

dos consumidores secundários;<br />

Aqui também como no caso dos ecossistemas aquáticos, esta<br />

categoria não pertence nem a fauna e nem a flora e sendo<br />

composta por fungos e bactérias.<br />

Para um ambiente aquático, podemos exemplificar com a seguinte <strong>cadeia</strong>.<br />

algas → caramujos → peixes carnívoros → aves aquáticas → decompositores<br />

Por outro lado, se considerarmos um ecossistema terrestre, poderíamos exemplificar com a seguinte<br />

<strong>cadeia</strong> em um ambiente de floresta:<br />

Folhas de uma árvore → gafanhoto → ave → jaguatirica → decompositores<br />

Para pensar 4: Existem algas no ambiente terrestre?<br />

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Exemplos de <strong>cadeia</strong> de maior complexidade (teias alimentares)<br />

Podemos notar entretanto, que a <strong>cadeia</strong> alimentar não mostra o quão complexas são as relações<br />

tróficas em um ecossistema. Para isso utiliza-se o conceito de teia alimentar, o qual representa uma<br />

verdadeira situação encontrada em um ecossistema, ou seja, várias <strong>cadeia</strong>s interligadas ocorrendo<br />

simultaneamente Os esquemas abaixo exemplificam melhor este conceito de teias alimentares:<br />

Figura 3 - Teia alimentar em ecossistema aquático<br />

Figura 4 - Teia alimentar em ecossistema terrestre<br />

Para pensar 5: O que você entende por equilíbrio ecológico?<br />

Fluxo de energia nos ecossistemas<br />

A luz solar representa a fonte de energia externa sem a qual os ecossistemas não conseguem<br />

manter-se. A transformação (conversão) da energia luminosa para energia química, que é a única<br />

modalidade de energia utilizável pelas células de todos os componentes de um ecossistema, sejam eles<br />

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produtores, consumidores ou decompositores, é feita através de um processo denominado fotossíntese.<br />

Portanto, a fotossíntese - seja realizada por vegetais ou por microorganismos - é o único processo de<br />

entrada de energia em um ecossistema.<br />

Muitas vezes temos a impressão que a Terra recebe uma quantidade diária de luz, maior do que a<br />

que realmente precisa. De certa forma isto é verdade, uma vez que por maior que seja a eficiência nos<br />

ecossistemas, os mesmos conseguem aproveitar apenas uma pequena parte da energia radiante. Existem<br />

estimativas de que cerca de 34% da luz solar seja refletida por nuvens e poeiras; 19% seria absorvida por<br />

nuvens, ozônio e vapor de água. Do restante, ou seja 47%, que chega a superfície da terra boa parte ainda<br />

é refletida ou absorvida e transformada em calor, que pode ser responsável pela evaporação da água, no<br />

aquecimento do solo, condicionando desta forma os processos atmosféricos. A fotossíntese utiliza apenas<br />

uma pequena parcela (1 a 2%) da energia total que alcança a superfície total. É importante salientar, que<br />

os valores citados acima são valores médios e nãos específicos de alguma localidade. Assim, as<br />

proporções podem - embora não muito - variar de acordo com as diferentes regiões do País ou mesmo do<br />

Planeta.<br />

Um aspecto importante para entendermos a transferência de energia dentro de um ecossistema é a<br />

compreensão da primeira lei fundamental da termodinâmica que diz: “A energia não pode ser criada<br />

nem destruída e sim transformada”. Como exemplo ilustrativo desta condição, pode-se citar a luz solar,<br />

a qual como fonte de energia, pode ser transformada em trabalho, calor ou alimento em função da<br />

atividade fotossintética; porém de forma alguma pode ser destruída ou criada.<br />

Outro aspecto importante é o fato de que a quantidade de energia disponível diminui à medida que<br />

é transferida de um nível trófico para outro. Assim, nos exemplos dados anteriormente de <strong>cadeia</strong>s<br />

alimentares, o gafanhoto obtém, ao comer as folhas da árvore, energia química; porém, esta energia é<br />

muito menor que a energia solar recebida pela planta. Esta perda nas transferências ocorrem<br />

sucessivamente até se chegar aos decompositores.<br />

E por que isso ocorre? A explicação para este decréscimo energético de um nível trófico para<br />

outro, é o fato de cada organismo; necessitar grande parte da energia absorvida para a manutenção das<br />

suas atividades vitais, tais como divisão celular, movimento, reprodução, etc. O esquema a seguir mostra<br />

as proporções em biomassa, de um nível trófico para outro. Podemos notar que a medida que se passa de<br />

um nível trófico para o seguinte, diminuem o número de organismos e aumenta-se o tamanho de cada um<br />

(biomassa)<br />

Figura 5 - Relação entre número de organismos e tamanho corpóreo<br />

em cada nível trófico de uma <strong>cadeia</strong> alimentar<br />

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Glossário Ecológico<br />

A<br />

ÇÃO - A ação é o efeito exercido pelo biótopo pela biocenose.<br />

ÁCIDO ÚRICO - Produto de excreção eliminado por répteis e aves.<br />

ACLIMAÇÃO OU ACLIMATAÇÃO - Adaptação dos organismos a condições de ambiente diversas<br />

das habituais anteriores.<br />

ADAPTAÇÃO - Acomodação de um organismo a condições adversas.<br />

ADAPTAÇÃO CONVERGENTE - Ocorre entre animais pertencentes a grupos diferentes que vivem no mesmo<br />

hábitat. Ex.: rã (anfíbio), jacaré (réptil) e hipopótamo (mamífero), animais de habitat aquático, nos quais olhos e<br />

orifícios nasais ficam sempre acima da linha d’água.<br />

ADUBOS - Substâncias essenciais ao perfeito desenvolvimento das plantas.<br />

AERAÇÃO DO SOLO - A porosidade do solo regula a circulação de água, do ar e de muitos animais. Um solo<br />

compacto e pouco poroso pode impedir as imigrações verticais dos animais sensíveis à temperatura e à umidade,<br />

impedindo, deste modo, a existência deles.<br />

ÁGUAS LÊNTICAS - Águas paradas, ou estagnadas. Águas de lagos, lagoas e represas.<br />

ÁGUAS LÓTICAS - Águas correntes, ou seja dos rios.<br />

ALOPÁTRICA - Duas espécies vizinhas são alopátricas quando suas áreas de distribuição são distintas, seus<br />

nichos ecológicos podem ser separados ou então superpor-se parcialmente.<br />

AMENSALISMO - Relação que consiste na inibição do crescimento de uma espécie, chamada amensal, por<br />

produtos de secreção de outra espécie.<br />

AMÔNIA (NH3) - Substância muito tóxica excretada pelos peixes ósseos.<br />

ANÁDROMA - Migração de certos peixes (salmão, por exemplo) do mar para os rios.<br />

ANEMOCORIA - Dispersão da semente por ação do vento.<br />

ASSOCIAÇÃO - As associações são grupamentos de espécies mais localizados e capazes de serem<br />

definidos com precisão.<br />

AUTÓTROFOS - organismos que conseguem sintetizar substância orgânica a partir de substância<br />

inorgânica.<br />

* * *<br />

B<br />

ACTÉRIAS DENITRIFICANTES - São bactérias encontradas no solo e que a partir de nitratos<br />

produzem o nitrogênio livre que volta para atmosfera.<br />

BACTÉRIORRIZA - Mutualismo encontrado entre bactérias do gênero Rhizobium e raízes de<br />

leguminosas.<br />

BANQUISA - Águas em estado sólido sobre as águas oceânicas.<br />

BENTOS - Compreende organismos fixados no fundo (bentos sésseis) e organismos móveis (bentos vagantes) que<br />

só se deslocam nas vizinhanças imediatas.<br />

BIOCENOSE - Coletividade de animais e vegetais dentro de um mesmo biótipo, cujos membros formam, em<br />

dependência recíproca, um equilíbrio biológico dinâmico.<br />

BIOCENÓTICA - O mesmo que sinecologia.<br />

BIOCÓRION - É a unidade do biótipo com distribuição horizontal, como por exemplo, um tronco de árvore<br />

abatida, um montão de pedras, um cadáver de mamífero.<br />

BIOCICLO - Parte da biosfera com características próprias.<br />

BIOCORA - Parte do biociclo com características próprias.<br />

BIOGEOCENOSE - Sinônimo de ecossistema.<br />

BIOGEOGRAFIA - Ciência que estuda a distribuição dos seres vivos na natureza.<br />

BIOMA - Comunidade biótica que se caracteriza pela uniformidade fisionômica da flora e da fauna que a formam<br />

e se influenciam mutuamente.<br />

BIOTA - Flora e fauna de uma região<br />

BIÓTOPO - Espaço limitado onde vive uma biocenose.<br />

BIOREDUTORES - Ver decompositores.<br />

BIOSFERA - Espaço ambiental terrestre em que existe vida.<br />

BIÓTOPO - Termo designativo de organismos com idêntica constituição genética.<br />

* * *<br />

C<br />

ADEIA ALIMENTAR - É uma seqüência de seres vivos, na qual uns comem aqueles que os precedem na<br />

<strong>cadeia</strong>, antes de serem comidos por aqueles que os seguem.<br />

CADUCIFOLIA - Planta que perde as folhas em épocas desfavoráveis.<br />

CAMÉFITOS - Também chamados vegetais anãos, têm sues brotos acima do solo, porém, a menos de 50<br />

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cm, o que lhes permite ser protegidos pela neve do inverno.<br />

CAMPO - Bioma com distribuição geográfica variada: centro da América do Norte, Centro-leste da Europa, parte<br />

da América do Sul. De dia, a temperatura é alta, mas cai ã noite. Muita luz, muito vento e pouca umidade.<br />

Recobertos por único estrato de vegetação, predominando as gramíneas. A massa de vegetação por unidade de área<br />

é menor por problema de água, por condições oligominerais e porque nos campos existem muitos consumidores<br />

primários: insetos, roedores, ungulados. Acompanham predadores: cobras, aves de rapina, carnívoros. Distinguemse<br />

um campo limpo (pampa, estepe), muito uniforme e um campo sujo (cerrado, savana), com vegetação arbórea e<br />

arbustiva e espaçamento entre grupos dos mesmos.<br />

CATÁDROMA - Migração de peixes de água doce para o mar (Exemplo: enguia).<br />

CENÓBIO - Colônia que se origina a partir de um só indivíduo.<br />

CICLO BIOGEOQUÍMICO - Transporte de matéria nos ecossitemas, no qual os diversos elementos são<br />

constantemente reciclados.<br />

CLIMATOGRAMA - É uma maneira clássica de representação do clima de uma região. Coloca-se geralmente a<br />

temperatura em ordenadas e a pluviosidade em abcissas.<br />

CLÍMAX - Na chamada sucessão ,o fim da evolução da série é representado por uma biocenose ou comunidade<br />

estável, em equilíbrio com o meio, denominada clímax.<br />

CLONE - Conjunto de seres originados de um mesmo indivíduo.<br />

COAÇÃO - É a influência que os organismo exercem uns sobre os outros.<br />

COMENSALISMO - Associação em que uma das espécies se beneficia, usando restos alimentares de outra<br />

espécie, que não é prejudicada.<br />

COMPETIÇÃO INTERESPECÍFICA - Relação entre indivíduos de espécies diferentes, que concorrem pelos<br />

mesmos fatores do ambiente.<br />

COMPETIÇÃO INTRAESPECÍFICA - Relação entre indivíduos da mesma espécies, que concorrem pelos<br />

mesmos fatores do ambiente.<br />

COMUNIDADE - O mesmo que biocenose.<br />

CONSUMIDORES - Organismos que não conseguem sintetizar a substância orgânica a partir de substâncias<br />

inorgânicas. Estão na dependência dos produtores, são heterotrófos.<br />

COOPERAÇÃO - Ocorre quando as duas espécies formam uma associação, mas esta não é indispensável,<br />

podendo cada qual viver isoladamente, mas a associação traz vantagens para ambas.<br />

CRESCIMENTO DE POPULAÇÕES - O crescimento de uma população é devido essencialmente a dois<br />

fenômenos opostos, a natalidade e a mortalidade, as quais é possível acrescentar a emigração e a imigração.<br />

CRIPTÓFITO - São as ”plantas escondidas” que não têm órgãos vestigiais visíveis durante a má estação.<br />

* * *<br />

D<br />

ECOMPOSITOR - Tipo especial de consumidor. Alimenta-se de substâncias orgânicas em<br />

decomposição e tem grande importância na reciclagem da matéria na natureza.<br />

DENSIDADE DAS POPULAÇÕES - A densidade de uma população é o número de indivíduos<br />

presentes por unidade de superfície ou volume.<br />

DESERTO - Bioma encontrado na Austrália, Arábia, Atacama (Chile), Saara (África). maior parte do solo<br />

descoberta; pouca vegetação, solo muito árido. Pouca chuva e muito irregular: fortes, de pequena duração, sem<br />

infiltração. Dias muito quente e noite muito frias. Pouca umidade. Ventos fortes. Plantas de crescimento rápido;<br />

raízes longas e horizontais; capacidade de armazenamento de água (cactáceas).<br />

Em desertos nos Estados Unidos, encontram-se arbustos separados por intervalos regulares: é autoregulação,<br />

em que as folhas eliminam hormônios que inibem o desenvolvimento dos vizinhos (amensalismos).<br />

Predominam roedores: vivem em tocas de dia e saem ã noite; retiram água das sementes que comem ou do<br />

orvalho. Répteis, aves e insetos. Escorpiões. Camelo (adaptação ao calor excessivo). Os mamíferos do deserto tem<br />

adaptações para conseguir sobreviver ao calor e à secura: ausência ou redução do número de glândulas sudoríparas,<br />

urina concentrada, fezes concentrada e suportar falta de água pela suspensão do metabolismo.<br />

DETRITÍVOROS - Em um certo número de casos, as <strong>cadeia</strong>s alimentares começam pela matéria orgânica morta e<br />

os consumidores primários são denominados detritívoros.<br />

DISPERSÃO - Processo em que o indivíduo é passivamente transportado para outras áreas. Ocorre principalmente<br />

com frutos e sementes.<br />

* * *<br />

E<br />

CESIS - É a capacidade de uma espécie pioneira se reproduzir numa área nova.<br />

ECOLOGIA - Estudo das relações entre os seres vivos e o meio ambiente<br />

ECOSSISTEMA - A biocenose e seu biótopo constituem dois elementos inseparáveis que reagem um<br />

sobre o outro, para produzir um sistema mais ou menos estável que recebem o nome de ecossitema.<br />

ECÓTONE - É a região de transição entre duas biocenoses.<br />

EDÁFICO - Relativo ou pertencente ao solo.<br />

EMIGRAÇÃO - Saída de indivíduos de uma população.<br />

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ENDEMIA - Doença infecciosa que se refere a uma determinada região.<br />

EPIDEMIA - Doença infecciosa que se refere a uma determinada região.<br />

EPILÍMNIO - Zona superficial de um lago, agitada pelo vento, rica em oxigênio dissolvido e em fitoplâncton,<br />

bem iluminada, e na qual a temperatura declina lentamente com a profundidade.<br />

EPINOCICLO - O mesmo que biociclo terrestre.<br />

ESPÉCIES ALOPÁTRICAS - Espécies que possuem distintas áreas de distribuição.<br />

ESQUIÁFILA - Planta de sombra, o mesmo que umbriófila.<br />

ESTENOALINO - Organismo que não suporta grande variação de salinidade.<br />

ESTENOBÁRICO - Organismo que não suporta uma grande variação de pressão.<br />

ESTENOÉCIA - É a espécie que só pode suportar uma grande variação de pressão.<br />

ESTENOTERMO - Organismo que não suporta uma grande variação de temperatura.<br />

ESTRATIFICAÇÃO - Distribuição de indivíduos de uma biocenose no plano vertical. A unidade com<br />

distribuição vertical é o estrato.<br />

ETOLOGIA - Estudo do comportamento dos seres vivos.<br />

EURIALINO - Organismo que suporta uma grande variação de salinidade.<br />

EURIBÁRICO - Organismo que suporta uma grande variação de pressão.<br />

EURIÉCIA - Espécie capaz de suportar grandes variações de fatores ecológicos e povoar meios muito diferentes.<br />

EURITÉRMICO - Organismo que suporta uma grande variação de temperatura.<br />

* * *<br />

F<br />

ANERÓFITO - Vegetal com rebentos a mais de 50 cm do solo. É o caso de árvores.<br />

FITOPLÂNCTON - Plantas microscópicas flutuantes.<br />

FLORESTA TEMPERADA - ( = decídua ou caducifólia). Ocorre no leste dos Estados Unidos, Europa<br />

Ocidental, China, Mandchúria, Japão e Coréia. Recebe mais energia ainda. Precipitação ainda pequena (110<br />

cm/ano), mas o ano todo. Quatro estações bem definidas. Estação de crescimento mais longa. As folhas caem das<br />

árvores e arbustos no outono (dicotiledônea caducofólias), como defesa contra a seca fisiológica. Muitos animais<br />

que migram, adaptam-se ou hibernam no inverno.<br />

FLORESTA TROPICAL - ( = pluvial ou latifoliada). Fica entre os trópicos. Amazônia, Índias Orientais, Congo.<br />

Grande suprimento de energia, com baixa pressão.<br />

Chuvas regulares e abundantes (330 cm/ano). Floresta luxuriante e de crescimento rápido. Nítida<br />

estratificação em andares (microclimas), vertical:<br />

a) - Superiores ( = topo) - mais de 40 m de altura. Recebe muita energia de dia, aquece-se e à noite perde calor por<br />

irradiação, de que modo que a umidade varia, mas de modo geral é quente e seco. As copas são arredondadas, as<br />

folhas são largas e de cutícula fina, eliminando excesso de água. Relativamente pobre em fauna.<br />

b) - Médio - de 5 a 25 metros de altura. Como a luz dificilmente penetra pelo topo, este estrato ( = esta sinúsia) é<br />

escuro; e quente e úmido. Muito rico. São favorecido os cipós e um intenso epifitismo (musgos, liquens,<br />

samambais, orquídeas, bromélias). Insetos: dípteros, coleópteros, himenopteros, lepidopteros. Aves: verdecinzentas<br />

(homocronia). Mamíferos: platirrinos, morcegos, roedores, ouriço, serelepe, xernartros: - preguiça e<br />

tamanduá (só na América do Sul), gambá, coati. Repteis: jibóia, lagartos.<br />

c) Inferior - escuro, quente, úmido; pouca vegetação rasteira pela falte de luz, retida nos outros andares, mas<br />

aparece muita matéria vegetal em decomposição.<br />

FLUTUAÇÃO - Grande variação que sofre uma população.<br />

FORESIA - Hábito de um animal se fazer transportar por outro, sem haver parasitismo.<br />

* * *<br />

REGÁRIO - Que vive em bando<br />

GELOS OCEÂNICOS - Icebergs<br />

G<br />

H<br />

* * *<br />

ÁBITAT - Lugar onde vive uma espécie.<br />

HALÓFITA - Planta que vive em solo salgado.<br />

HELIÓFILO - Planta de sol.<br />

HELIOTÉRMICO - Animal pecilotermo que se aquece ao sol, tomando posições que os fazem<br />

aproveitar ao máximo os raios solares<br />

HEMICRIPTÓFITA - Planta com brotos invernais situados rente ao solo e envolvidos por uma roseta de folhas<br />

quase sempre persistentes ou por escamas protetoras.<br />

HETERÓTROFO - Organismo incapaz de sintetizar as substâncias orgânicas de seu corpo a partir de substâncias<br />

minerais e que, portanto, tem de absorver substâncias orgânicas do meio. São heterótrofos animais e vegetais<br />

aclorofilados.<br />

HIDROCORIA - Disseminação de frutos e sementes através da água.<br />

HIBERNAÇÃO - Parada no desenvolvimento provocada por baixa temperatura.<br />

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HIGRÓFILOS - Organismos que só podem viver em meios muito úmido, freqüentemente saturados ou próximos<br />

da saturação.<br />

HIPOLÍMIO - Zona profunda de um lago, pouco iluminada ou mesmo inteiramente escura, pobre em fitoplâncton<br />

e cuja temperatura varia pouco durante o ano.<br />

HOMEOSTASIA - Tendência à estabilidade de um ecosssistema, isto é, um independência cada vez mais<br />

acentuada com relação às perturbarções de origem externa.<br />

HÚMUS - Terra rica em organismos em decomposição.<br />

* * *<br />

I<br />

MIGRAÇÃO - Entrada de indivíduos na população.<br />

INDIVÍDUO - Unidade da população.<br />

INFECÇÃO - Doença causada por um organismo unicelular.<br />

INFESTAÇÃO - Doença causada por um organismo pluricelular.<br />

INVERSÃO TÉRMICA - Pouco antes do por-do-sol, produz-se o fenômeno da inversão térmica, em virtude do<br />

qual o ar se torna cada vez mais frio, quando nos aproximamos do solo. Um solo bom condutor de calor aquece-se<br />

muito durante o dia e resfria-se muito durante a noite.<br />

* * *<br />

L<br />

IXIVIAÇÃO - Lavagem do solo pela água das chuvas.<br />

LÍQUEN - Associação mutualística entre alga e fungo.<br />

LIMNOCICLO - O biociclo da água doce.<br />

LENÇOL FREÁTICO - Lençol de água subterrânea situada sobre uma camada de terreno impermeável,<br />

geralmente argila.<br />

LEI DO MÍNIMO - Deve-se a Liebig (1840) o enunciado da “Lei do Mínimo”: o crescimento dos vegetais é<br />

limitado pelo elemento cuja concentração é inferior ao valor mínimo, abaixo do qual as sínteses não podem mais<br />

fazer-se.<br />

LAGO OLIGOTRÓFICO - São lagos profundos, tendo um importante hipolímnio. Em sua zona profunda, de<br />

baixa temperatura, o teor de oxigênio é elevado, a produção é fraca, é lenta a decomposição dos cadáveres de<br />

animais e vegetais.<br />

LAGO EUTRÓFICO - São lagos pouco profundos e suas águas, nas proximidades do fundo, tem temperatura<br />

mais elevada que no caso dos lagos oligotróficos. A produtividade é importante, os fenômenos de decomposição<br />

bacteriana são intensos e as águas são verdes.<br />

LAGO DISTRÓFICO - Lagos ricos em ácidos húmicos que tornam as águas ácidas e de cor escura. Neles a<br />

vegetação é rara.<br />

* * *<br />

M<br />

UTUALISMO Associação necessária à sobrevivência de duas espécies que se beneficiam mutuamente.<br />

Cada espécie só pode sobreviver, crescer e reproduzir-se na presença de outra.<br />

MORTALIDADE - Número de mortes ocorrida em um determinado tempo, em determinada área.<br />

MONÓFAGA - Espécie de parasita que só subsiste a custa de um único hospedeiro.<br />

MIMETISMO - Semelhança externa, na forma ou na cor, entre uma espécie e outra, ou entre uma espécie e o<br />

meio ambiente; tal semelhança protege os miméticos contra os predadores.<br />

MIGRAÇÃO - Corrente de indivíduos que deixa de participar de uma população e passa a pertencer à outra<br />

população.<br />

MICROCLIMA - Corresponde ao clima da escala e no nível do organismo. Seu estudo deve colocar em evidência<br />

a importância do meio.<br />

MICORRIZA - Tipo de mutualismo encontrado entre fungos e raízes vegetais.<br />

MESOIDISMO - Mimetismo simultâneo por homocromia e homotipia.<br />

MESÓFILOS - Organismos que têm moderadas necessidades de água ou de umidade atmosférica e suportam as<br />

alternâncias das estações seca e úmida.<br />

MESOCLIMA - O macroclima sofre localmente modificações em vários de seus elementos, o que determina um<br />

mesoclima (clima local). O clima de uma floresta, de um vertente são mesoclimas.<br />

MACROCLIMA - Também chamado clima original é o resultado da situação geográfica e orográfica.<br />

* * *<br />

N<br />

ATALIDADE - Número de nascimentos ocorrido num determinado tempo, em determinada área.<br />

NÉCTON - É o conjunto das espécies capazes de viver em plena água e se deslocar ativamente contra as<br />

correntes marinhas.<br />

NEUTRALISMO - As duas espécies são independentes, não tendo qualquer influência uma sobre a outra.<br />

NICHO ECOLÓGICO - É o papel que o organismo desempenha no ecossistema. O conhecimento de nicho<br />

ecológico permite responder às seguintes questões: como, onde e à custa de quem a espécie se alimenta, por quem é<br />

comida, como e onde descansa e se reproduz.<br />

NITRAÇÃO - Formação de nitrato a partir de nitritos. É feita por bactérias (Nitrobracter).<br />

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NITRIFICAÇÃO - Passagem de amônia para nitrito e deste para nitrato. São reações realizadas por bactérias.<br />

NITROBACER - Bactérias importantes no fenômeno da nitração.<br />

NITROZAÇÃO - Formação de nitrito a partir de amônia. É uma transformação feita por bactérias (Nitrosomonas).<br />

NITROSOMAS - Bactérias importantes no fenômeno da nitrozação.<br />

NÍVEL TRÓFICO - Diz-se que os organismos pertencem ao nível trófico quando são separados pelo mesmo<br />

número de etapas. os vegetais clorofilianos na <strong>cadeia</strong> alimentar pelo mesmo número de etapas. os vegetais<br />

clorofilianos constituem por definição o primeiro nível trófico.<br />

* * *<br />

LÍFAGAS - Espécies que vivem às expensas de algumas espécies freqüentemente vizinhas umas das<br />

outras.<br />

OSCILAÇÃO - Pequena variação.<br />

* * *<br />

ANDEMIA - doença infecciosa que atinge 100% da população.<br />

PARASITISMO - Associação onde uma espécie (parasita) vive dentro ou sobre outra (hospedeiro), tirando<br />

proveito para si, e prejudicando o hospedeiro.<br />

PARASITISMO FITOFÍTICO - Aquele em que um vegetal parasita outro vegetal<br />

PARASITA INTERMITENTE - Parasita que só exerce a ação parasitária em certa fase do desenvolvimento.<br />

PARASITISMO ZOOFÍTICO - Parasitismo em que um animal parasita um vegetal.<br />

PEDOLOGIA - Ciência que estuda o solo.<br />

PELÁGICO - Relativo ao mar aberto.<br />

PIONEIROS - São os primeiros organismos a se instalarem em um meio que está em processo de sucessão<br />

ecológica.<br />

PIRÂMIDES DAS BIOMASSAS - Representação da <strong>cadeia</strong> onde cada degrau indica, para cada nível trófico, a<br />

quantidade de matéria viva presente.<br />

PIRÂMIDES DAS ENERGIAS - Representação de <strong>cadeia</strong> alimentar onde cada nível trófico é representado por<br />

um triângulo, cujo comprimento é proporcional ao número de indivíduos presentes em cada nível trófico.<br />

PIRÂMIDES DOS NÚMEROS - Representação gráfica da <strong>cadeia</strong> alimentar onde cada degrau é um retângulo,<br />

onde o comprimento é proporcional ao número de indivíduos presentes em cada nível trófico.<br />

PLÂNCTON - Compreende o conjunto de organismos<br />

POLÍFAGO - Espécies que atacam grande número de espécies.<br />

POPULAÇÃO - É o conjunto dos indivíduos da mesma espécie que vivem em um território, cujos limites são<br />

geralmente os da biocenose da qual esta espécie faz parte.<br />

POTENCIAL BIÓTICO - É a capacidade natural de crescimento da população.<br />

PREDATISMO - Predador é o organismo que procura alimento vivo, animal ou vegetal.<br />

PRODUTORES - São os vegetais clorofilianos, isto é, os organismos capazes de fabricar e acumular energia<br />

potencial sob forma de energia química, presente nas matérias orgânicas sintetizadas.<br />

PRODUTIVIDADE BRUTA - A quantidade de matéria viva produzida durante a unidade de tempo por um nível<br />

trófico determinado ou por um de seus constituintes.<br />

PRODUTIVIDADE LÍQUIDA - É a produtividade bruta menos a quantidade de matéria viva degradada pelos<br />

fenômenos respiratórios.<br />

PRODUTIVIDADE PRIMÁRIA - É a produtividade dos seres autotróficos.<br />

PESTICIDAS - Designa-se pelo nome de pesticidas ou defensivos o conjunto dos produtos químicos destinados a<br />

lutar contra os animais e os vegetais considerados nocivos.<br />

* * *<br />

UIMIOSSÍNTESE - Processo que consiste na síntese de substância orgânica com energia obtida por um<br />

processo químico.<br />

QUIMIOTÉRMICO - Animal pecilotérmico que pode aumentar a temperatura, graças a uma intensa<br />

atividade muscular.<br />

* * *<br />

ADIAÇÃO ADAPTATIVA - Devido à atuação da seleção natural só subsistem as formas melhor<br />

adaptadas. para designar este fenômeno emprega-se o termo radiação adaptativa.<br />

REAÇÃO - Designa-se por este nome a influência exercida por uma biocenose sobre seu biótopo.<br />

REDE ALIMENTAR - Desde que um mesmo animal ou um vegetal pode servir de alimento a carnívoros<br />

ou a herbívoros variados, as diversas <strong>cadeia</strong>s alimentares entrelaçam-se muitas vezes entre si e constituem assim<br />

uma rede alimentar.<br />

* * *<br />

APRÓFORO - O mesmo que decompositor.<br />

SIMBIOSE - qualquer tipo de relação existente entre organismos.<br />

SIMPÁTRICAS - Duas espécies são simpátricas quando coabitam em uma área mais ou menos vasta, seus<br />

O<br />

P<br />

Q<br />

R<br />

S<br />

CESCAR – Coletivo Educador de São Carlos, Araraquara, Jaboticabal e Região – Encontro Geral 16/06/2007 11


nichos ecológicos podem superpor-se parcialmente, ou então um pode estar totalmente incluído no outro.<br />

SINECOLOGIA - É a parte da ecologia que analisa as relações entre os indivíduos pertencentes às diversas<br />

espécies de um grupo e seu meio.<br />

SINUSIA - São comunidades muito restritas que nem por isso deixam de ser bem definidas e delimitadas no<br />

espaço. Exemplo: um tronco de árvore morta, um cadáver em decomposição.<br />

SUCESSÃO ECOLÓGICA - É uma série de estágios do desenvolvimento de uma comunidade estável.<br />

SUCESSÕES PRIMÁRIAS - Correspondem à instalação dos seres vivos em um meio que nunca tinha sido<br />

povoado.<br />

SUCESSÕES SECUNDÁRIAS - Aparecem em um meio que já foi povoado, mas do qual foram eliminados os<br />

seres vivos por modificações climáticas, geológicas ou por intervenção do homem.<br />

* * *<br />

T<br />

AIGA - É a floresta das coníferas, aciculifoliada ou ainda boreal. Fica entre o Círculo Polar Ártico e 60° de<br />

latitude norte e também não existe no hemisfério sul; abrange parte da Sibéria, do norte, da Europa e do<br />

Canadá. Pouca energia solar, embora mais do que na Tundra. só duas estações, mas o verão é mais longo (3<br />

meses). Temperatura mais amena. Pouca chuva (30 mm\ano). árvores e florestas de coníferas (abetos,<br />

pinheiro e cedro) que cobrem o solo, dando em conseqüência pouca vegetação rasteira. Três meses de crescimento.<br />

Seca fisiológica. Folhas de área pequena, com forma de agulha (floresta aciculifoliada), xerofítica. Aves e<br />

mamíferos. hibernação parcial (urso). Alce, lobo, marta, lince, roedores e o caribu que desce da Tundra.<br />

TALASSOCICLO - Biociclo marinho.<br />

TEIA ALIMENTAR - entrelaçamento de <strong>cadeia</strong>s alimentares.<br />

TERMOCLINO - Zona de transição (intermediária de um lago, onde a temperatura decresce rapidamente de um<br />

grau pelo menos por metro.<br />

TUNDRA - fica na região circumpolar norte; não existe no hemisfério sul. Pouca energia solar. Alta pressão.<br />

Pouca precipitação (10 cm/ano). Só duas estações: inverno longo e frio e verão curto (dois meses). neve e solo<br />

gelado; a camada superior do solo degela no verão, mas o subsolo permanece congelado. Os organismos estão<br />

adaptados a uma curta estação de degelo e pouca umidade. Poucas espécies. Vegetação rasteira. liquens e musgos;<br />

plantas com períodos curtos de crescimento e floração. No verão: moscas, mosquitos, aves marinhas, roedores e<br />

seus predadores. No inverno, roedores que conseguem sobreviver embaixo da neve; esquilos hibernantes; aves,<br />

caribu e rena (ungulados) migrantes; lobos que conservam a atividade; homocromia por embranquecimento<br />

(raposas, lebres, perdiz, etc.).<br />

U<br />

X<br />

MBRÓFILO - Vegetal que se desenvolve na sombra.<br />

* * *<br />

ERÓFILAS - Espécies que vivem em meios secos, onde é acentuado o déficit de água, tanto no ar, quanto<br />

no solo.<br />

XERÓFITA - Planta que se desenvolve em região árida.<br />

XEROMORFISMO - Refere-se a características apresentadas pelos vegetais xerófitos.<br />

XEROMORFO - Vegetal com caracteres morfológicos que evidenciam sua adaptação à seca.<br />

XEROSERE - Sucessão cujo estágio inicial ocorre<br />

em local seco.<br />

* * *<br />

Z<br />

ONA ABISSAL - É o ambiente marinho que se estende desde 2000 metros até maiores profundidades.<br />

ZONA AFÓTICA - Zona marinha abaixo de 400 metros; não apresenta luz.<br />

ZONA BATIAL - é o meio marinho com profundidades de 200 até 2000 metros. Tem escassez de<br />

animais.<br />

ZONA DISFÓTICA - Região marinha com luz difusa; situa-se entre 100 a 400 metros<br />

ZONA EUFÓTICA - Tem boa penetração de luz e vai até 100 metros de profundidade.<br />

ZONA LITORÂNEA - É a zona afetada pelas marés. Apresenta abundância de luz, oxigênio e alimento.<br />

ZONA NERÍTICA - É o ambiente marinho situado abaixo do nível das marés, indo até 200 metros de<br />

profundidade. Apresenta grande importância econômica pela riqueza de plâncton e nécton.<br />

ZOOCORIA - Disseminação de frutos e sementes por animais.<br />

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