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Oculares de microscópios podem ser veículos de ... - NewsLab

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Artigo<br />

<strong>Oculares</strong> <strong>de</strong> microscópios po<strong>de</strong>m <strong>ser</strong> veículos<br />

<strong>de</strong> contaminação?<br />

Bruna Silvério Bonato 1 , Fernanda Fagun<strong>de</strong>s Castro 1 , Tatiane Cruz <strong>de</strong> Carvalho 2 , Regina Helena Pires-Gonçalves 2 ,<br />

Carlos Henrique Gomes Martins 2, , Ana Maria Razaboni 3<br />

1 - Graduandas do curso <strong>de</strong> Biomedicina da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Franca<br />

2 - Pesquisadores do Laboratório <strong>de</strong> Microbiologia Aplicada – LaPeMA da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Franca, Franca, SP<br />

3 - Docente da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Odontologia <strong>de</strong> Ribeirão Preto - FORP/USP<br />

Resumo<br />

Introdução: A presença <strong>de</strong> microrganismos nas superfícies,<br />

assim como a microbiota normal não oferecem<br />

riscos ao homem, mas se houver alguma imuno<strong>de</strong>pressão<br />

esses microrganismos po<strong>de</strong>m se tornar patogênicos.<br />

Assim, objetos muito usados sem higiene e<br />

em contato com várias pessoas po<strong>de</strong>m se tornar focos<br />

<strong>de</strong> contaminação. Um provável foco <strong>de</strong> contaminação<br />

po<strong>de</strong> <strong>ser</strong> as oculares <strong>de</strong> microscópios óticos que estão<br />

em contato diretamente com os olhos <strong>de</strong> profissionais e<br />

estudantes que os utilizam em seu cotidiano. Objetivo:<br />

Pesquisa e i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> microrganismos presentes<br />

em oculares <strong>de</strong> microscópios óticos <strong>de</strong> uma instituição<br />

<strong>de</strong> ensino superior. Metodologia: Foram investigados<br />

147 microscópios (294 oculares) em sete laboratórios<br />

didáticos. A colheita do material foi realizada através<br />

<strong>de</strong> swab embebido com solução salina 0,9% esterilizado,<br />

que foi friccionado nas oculares dos microscópios<br />

óticos e semeado nos meios <strong>de</strong> cultura (ágar Sangue,<br />

ágar MacConkey, ágar Sabouraud com cloranfenicol<br />

e inoculação em caldo BHI), após o isolamento das<br />

bactérias foram realizadas provas bioquímicas convencionais<br />

para sua i<strong>de</strong>ntificação. Resultados: Foram<br />

isoladas e i<strong>de</strong>ntificadas 176 bactérias sendo 52,3%<br />

cocos Gram-positivos e 47,7% bacilos Gram-positivos;<br />

foram isolados também 12 fungos filamentosos;<br />

não foram recuperadas bactérias Gram-negativas e<br />

leveduras. Conclusão: As bactérias encontradas estão<br />

normalmente em superfícies ambientais e pertencentes<br />

Summary<br />

Eyepieces of light microscopes may become<br />

foci of contamination?<br />

Introduction:Microorganisms present on surfaces, like<br />

the normal microbiota, usually do not pose any risk to<br />

humans. However, if some immuno<strong>de</strong>pression occurs these<br />

microorganisms can become pathogenic. Thus, frequently<br />

used objects that are not cleaned and are in contact with<br />

different persons may become foci of contamination. One<br />

probable focus of contamination are the eyepieces of light<br />

microscopes which are in direct contact with the eyes of<br />

professionals and stu<strong>de</strong>nts who use these microscopes in<br />

their daily activities. Objective: To investigate and i<strong>de</strong>ntify<br />

the microorganisms present on the eyepieces of light<br />

microscopes at an institution of higher education. Methods:<br />

A total of 147 microscopes (294 eyepieces) from seven<br />

didactic laboratories were investigated. Material was<br />

collected with a swab immersed in sterile 0.9% saline and<br />

passed over the eyepieces of the microscopes, and see<strong>de</strong>d<br />

onto different culture media (blood agar, MacConkey<br />

agar, Sabouraud agar containing chloramphenicol, and<br />

inoculation into BHI broth). After isolation, bacteria were<br />

i<strong>de</strong>ntified by conventional biochemical tests. Results: A total<br />

of 176 bacteria were isolated and i<strong>de</strong>ntified, including<br />

52.3% Gram-positive cocci and 47.7% Gram-positive<br />

bacilli. Twelve filamentous fungi were also isolated.<br />

No Gram-negative bacteria or yeasts were recovered.<br />

Conclusion: The bacteria i<strong>de</strong>ntified are normally found on<br />

environmental surfaces and belong to the normal human<br />

98<br />

<strong>NewsLab</strong> - edição 81 - 2007


a microbiota normal humana. Destacamos a presença<br />

do Staphylococcus aureus pertencente à microbiota<br />

humana normal da pele, po<strong>de</strong>ndo <strong>ser</strong> potencialmente<br />

patogênico <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da via <strong>de</strong> entrada (no caso<br />

o olho) e a imunida<strong>de</strong> do hospe<strong>de</strong>iro.<br />

Palavras-chave: Contaminação ambiental, microscópio,<br />

superfície, oculares<br />

microbiota. We emphasize the presence of Staphylococcus<br />

aureus, which belongs to the normal human skin microbiota<br />

but which might be potentially pathogenic <strong>de</strong>pending<br />

on the route of entry (in this case the eye) and on host<br />

immunity.<br />

Keywords: Environmental contamination, microscope,<br />

surface, eyepiece<br />

Introdução<br />

A<br />

microbiota normal é formada<br />

por microrganismos que<br />

estão presentes no hospe<strong>de</strong>iro<br />

e que em condições normais do<br />

organismo não são patogênicos<br />

(12). A relação que o homem<br />

tem com os microrganismos da<br />

microbiota normal da pele, membrana<br />

e mucosas, permite que<br />

eles vivam juntos sem qualquer<br />

efeito negativo sobre cada um dos<br />

ciclos <strong>de</strong> vida (9).<br />

Uma vez estabelecida, a microbiota<br />

normal po<strong>de</strong> beneficiar<br />

o hospe<strong>de</strong>iro prevenindo o crescimento<br />

excessivo <strong>de</strong> microrganismos<br />

nocivos, evitando a colonização<br />

<strong>de</strong> micróbios potencialmente<br />

patogênicos e competindo pelos<br />

nutrientes, produzindo substâncias<br />

nocivas aos micróbios<br />

invasores e afetando algumas<br />

condições como o pH e oxigênio<br />

disponível (9). Quando o equilíbrio<br />

entre a microbiota normal e<br />

o hospe<strong>de</strong>iro é alterado po<strong>de</strong> resultar<br />

em doença (12), ocorrendo<br />

alterações imunológicas, permitindo<br />

a proliferação excessiva <strong>de</strong><br />

bactérias e leveduras em pessoas<br />

hígidas, além <strong>de</strong> ativar os mediadores<br />

inflamatórios inespecíficos<br />

provocando alterações clínicas<br />

generalizadas. Outras alterações<br />

são as insuficiências orgânicas,<br />

isoladas ou múltiplas, que comprometem<br />

as funções celulares<br />

<strong>de</strong>vido aos inúmeros distúrbios<br />

metabólicos (4).<br />

Teixeira & Santos (11) alertam<br />

que a ocorrência <strong>de</strong> uma infecção<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da virulência do microrganismo<br />

(<strong>de</strong>finida como conjunto<br />

<strong>de</strong> recursos que os microrganismos<br />

possuem para causar danos<br />

ao hospe<strong>de</strong>iro, instalando-se,<br />

sobrevivendo e multiplicandose),<br />

ou seja, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da sua<br />

patogenicida<strong>de</strong>.<br />

A doença é conseqüência<br />

<strong>de</strong> uma infecção que po<strong>de</strong> <strong>ser</strong><br />

transmitida ao homem através do<br />

contato direto e/ou indireto com<br />

microrganismos patogênicos em<br />

superfícies (2). Transmissão direta<br />

é a transmissão <strong>de</strong> um agente<br />

por contato físico entre sua fonte<br />

e um hospe<strong>de</strong>iro suscetível; nenhum<br />

objeto intermediário está<br />

envolvido; po<strong>de</strong> <strong>ser</strong> pela boca<br />

(ingestão <strong>de</strong> alimentos, água,<br />

aspiração), trato respiratório<br />

(inalação), olhos, mucosas e<br />

cortes na pele. A transmissão<br />

indireta ocorre quando o agente<br />

<strong>de</strong> doença é transmitido <strong>de</strong> seu<br />

re<strong>ser</strong>vatório a um hospe<strong>de</strong>iro<br />

suscetível por meio <strong>de</strong> um objeto<br />

inanimado (fômites) (9).<br />

Bellamy et al (1), em um<br />

estudo sobre contaminação <strong>de</strong><br />

superfície em ambiente doméstico,<br />

<strong>de</strong>monstraram que todos os<br />

ambientes estão suscetíveis a contaminação<br />

<strong>de</strong> microrganismos em<br />

fômites, estando relacionados com<br />

a higiene do local. Sendo assim,<br />

objetos que estão em contato com<br />

várias pessoas po<strong>de</strong>m possibilitar<br />

a contaminação <strong>de</strong> superfície e<br />

causar infecções em organismos<br />

<strong>de</strong>bilitados. Alguns estudos sugerem<br />

uma ligação entre infecções e<br />

superfícies contaminadas (3, 13);<br />

outros pesquisadores sugerem<br />

ainda que as mãos contaminadas<br />

são um possível veículo <strong>de</strong> processos<br />

infecciosos (6, 8).<br />

100<br />

<strong>NewsLab</strong> - edição 81 - 2007


Esse estudo tem como objetivo<br />

avaliar a contaminação das<br />

oculares dos microscópios óticos<br />

<strong>de</strong> uma Instituição <strong>de</strong> Ensino<br />

Superior, como veículos <strong>de</strong> contaminação<br />

dos olhos para os profissionais<br />

e estudantes que estão<br />

em contato com este equipamento<br />

em seu cotidiano.<br />

Material e Métodos<br />

Amostragem<br />

A amostragem foi realizada<br />

nas oculares <strong>de</strong> microscópios<br />

óticos dos laboratórios didáticos<br />

<strong>de</strong> uma Instituição <strong>de</strong> Ensino Superior,<br />

on<strong>de</strong> foram investigados<br />

147 microscópios, totalizando<br />

294 oculares. Os microscópios<br />

pesquisados foram dos seguintes<br />

laboratórios: Histologia e Patologia<br />

(48), Biologia (20), Parasitologia<br />

(26), Hematologia (14), Líquidos<br />

Corporais (14), Microbiologia (17),<br />

Laboratório <strong>de</strong> Análises Clínicas do<br />

curso <strong>de</strong> Biomedicina (8).<br />

Procedimento <strong>de</strong> coleta<br />

Após as aulas práticas nos laboratórios<br />

didáticos e após o término<br />

das ativida<strong>de</strong>s do Laboratório <strong>de</strong><br />

Análises Clínicas, as amostras foram<br />

colhidas utilizando-se swabs<br />

embebidos em uma solução esterilizada<br />

<strong>de</strong> cloreto <strong>de</strong> sódio a 0,9%<br />

que foram friccionados nas oculares<br />

dos microscópios óticos e,<br />

em seguida, foram semeadas nos<br />

meios <strong>de</strong> cultura ágar Sangue,<br />

ágar Sabouraud com cloranfenicol<br />

(30 mg/L), ágar Mac Conkey e inoculados<br />

em caldo BHI (Difco Labs,<br />

Detroit, Mich, USA). A colheita e<br />

semeadura foram realizadas em<br />

zona asséptica, com o auxílio <strong>de</strong><br />

uma lamparina.<br />

I<strong>de</strong>ntificação<br />

das bactérias (15)<br />

Após o isolamento das bactérias,<br />

foi realizado o Gram para<br />

diferenciação morfotintorial. Em<br />

seguida, já com o resultado do<br />

Gram, foram semeadas em séries<br />

bioquímicas a<strong>de</strong>quadas, compreen<strong>de</strong>ndo<br />

as seguintes provas:<br />

• Fermentação: glicose, lactose,<br />

sacarose, maltose, manitol e<br />

sorbitol, xilose, manose<br />

• Hidrólise <strong>de</strong>: gelatina, lecitina,<br />

uréia<br />

• Utilização <strong>de</strong> arginina<br />

• Produção <strong>de</strong>: indol, ácido fenilpirúvico<br />

• Testes: catalase, aglutinação,<br />

coagulase<br />

• Sensibilida<strong>de</strong> a antimicrobianos:<br />

Novobiocina e Polimixina<br />

I<strong>de</strong>ntificação dos fungos<br />

Os fungos isolados foram i<strong>de</strong>ntificados<br />

por sua morfologia macroscópica<br />

e microscópicas. Sendo<br />

repicados para obtenção <strong>de</strong><br />

colônias gigantes para avaliação<br />

das características macroscópicas<br />

tanto do reverso como anverso<br />

das colônias, e i<strong>de</strong>ntificados pela<br />

técnica <strong>de</strong> microcultivo em ágar<br />

Batata (Difco Labs, Detroit, Mich,<br />

EUA) por meio da ob<strong>ser</strong>vação das<br />

características microscópicas (5).<br />

Resultados e Discussão<br />

Foram isoladas e i<strong>de</strong>ntificadas<br />

169 bactérias presentes<br />

nas oculares dos microscópios<br />

óticos após as aulas práticas<br />

nos laboratórios didáticos e Laboratórios<br />

<strong>de</strong> Análises Clínicas,<br />

sendo 85 cocos Gram-positivos,<br />

84 bacilos Gram-positivos e<br />

também foram encontrados 14<br />

fungos filamentosos. Não se<br />

ob<strong>ser</strong>vou a presença <strong>de</strong> bactérias<br />

Gram-negativas e fungos<br />

leveduriformes.<br />

Dos cocos Gram-positivos isolados,<br />

i<strong>de</strong>ntificamos as bactérias<br />

pertencentes ao gênero Staphylococcus,<br />

e os bacilos do gênero<br />

Bacillus e Paenibacillus.<br />

Os gráficos 1, 2 e 3 <strong>de</strong>monstram<br />

o número <strong>de</strong> bactérias Grampositivas<br />

e fungos filamentosos<br />

encontrados nas oculares dos<br />

microscópios óticos, resultando<br />

o predomínio <strong>de</strong> bactérias <strong>de</strong><br />

origem ambiental e da microbiota<br />

normal humana. O Staphylococcus<br />

aureus foi isolado em dois microscópios<br />

óticos, po<strong>de</strong>ndo apresentar<br />

significado médico. Os bacilos<br />

Gram-positivos isolados são característicos<br />

do ambiente, os fungos<br />

filamentosos isolados também<br />

são característicos do ambiente,<br />

tendo como <strong>de</strong>staque os fungos<br />

Aspergillus niger e Curvularia sp<br />

<strong>NewsLab</strong> - edição 81 - 2007<br />

101


Gráfico 1. Número <strong>de</strong> bactérias pertencentes ao gênero Staphylococcus isolados<br />

<strong>de</strong> 294 oculares <strong>de</strong> microscópios óticos <strong>de</strong> uma Instituição <strong>de</strong> Ensino Superior<br />

Gráfico 2. Bactérias pertencentes ao gênero Bacillus e Paenibacillus isolados <strong>de</strong><br />

294 oculares <strong>de</strong> microscópios ópticos <strong>de</strong> uma Instituição <strong>de</strong> Ensino Superior<br />

Gráfico 3. Fungos filamentosos isolados <strong>de</strong> 294 oculares <strong>de</strong> microscópios óticos<br />

<strong>de</strong> uma Instituição <strong>de</strong> Ensino Superior<br />

que po<strong>de</strong>m <strong>ser</strong> potencialmente<br />

patogênicos.<br />

Mangran et al (6) realizaram<br />

um estudo sobre a prevenção <strong>de</strong><br />

infecções hospitalares e relataram<br />

a prevalência <strong>de</strong> infecções causadas<br />

por Staphylococcus aureus,<br />

Escherichia coli, Enterococcus e<br />

outros Staphylococcus coagulase<br />

negativa, que po<strong>de</strong>m <strong>ser</strong> transmitidos<br />

por objetos inanimados.<br />

Diante <strong>de</strong>ste estudo, concluiu-se<br />

que a contaminação po<strong>de</strong> <strong>ser</strong> originária<br />

<strong>de</strong> hábitos higiênicos.<br />

Souza et al (10), em seu trabalho<br />

sobre microrganismos encontrados<br />

em dinheiro, <strong>de</strong>monstraram<br />

que o mesmo foi re<strong>ser</strong>vatório <strong>de</strong><br />

microrganismos. Dentre os principais<br />

microrganismos encontrados<br />

nesta pesquisa, <strong>de</strong>stacou-se a<br />

presença <strong>de</strong> Streptococcus sp,<br />

Staphylococcus aureus, Enterobacter<br />

aerogenes, Shiguella<br />

sonnei, Escherichia coli, Pantoea<br />

agglomerans, Hafnia alvei, Feohifomicetos,<br />

Sporotrix schenkii, Aspergillus<br />

flavus, Hialohifomicetos,<br />

Candida sp e Trichophyton sp. Os<br />

autores concluíram que é necessária<br />

uma boa higienização das mãos<br />

após a manipulação <strong>de</strong> dinheiro,<br />

assim como após a manipulação<br />

<strong>de</strong> outros objetos.<br />

Nelson et al (7), que avaliaram<br />

a presença <strong>de</strong> microrganismos<br />

em telefones da sala <strong>de</strong> cirurgia,<br />

ob<strong>ser</strong>varam microrganismos pertencentes<br />

à microbiota normal da<br />

pele e microrganismos ambientais.<br />

Estes autores sugerem que mesmo<br />

102<br />

<strong>NewsLab</strong> - edição 81 - 2007


sendo microrganismos que não<br />

oferecem riscos, po<strong>de</strong>m vir a <strong>ser</strong><br />

patogênicos aos hospe<strong>de</strong>iros e conseqüentemente<br />

nos processos <strong>de</strong><br />

infecções hospitalares. Assim como<br />

os fungos filamentosos encontrados<br />

na pesquisa <strong>de</strong> microrganismos<br />

em oculares <strong>de</strong> microscópios que<br />

são pertencentes ao ambiente,<br />

mas po<strong>de</strong>m <strong>ser</strong> potencialmente<br />

patogênicos, <strong>de</strong>stacando o Aspergillus<br />

niger e a Curvularia sp.<br />

Microrganismos da microbiota<br />

normal da pele, das mãos e do<br />

ambiente, po<strong>de</strong>m <strong>ser</strong> patogênicos<br />

principalmente em casos <strong>de</strong> imuno<strong>de</strong>ficiência,<br />

lesões, <strong>de</strong>ficiência<br />

das barreiras físicas do organismo,<br />

<strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> nutrientes e outros.<br />

Tendo em vista a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

infecção, realizamos este trabalho,<br />

pois não encontramos nenhum<br />

trabalho publicado, sendo este um<br />

estudo voltado para a importância<br />

da higienização dos microscópios<br />

e das mãos dos profissionais e<br />

estudantes que utilizam esse<br />

equipamento. Foram encontrados,<br />

como o esperado, microrganismos<br />

pertencentes à microbiota normal<br />

e microrganismos ambientais, mas<br />

<strong>de</strong>stacamos a presença do Staphylococcus<br />

aureus que po<strong>de</strong> <strong>ser</strong><br />

causador <strong>de</strong> infecções. Destacouse<br />

também a presença <strong>de</strong> fungos<br />

filamentosos como Aspergillus<br />

niger e Curvularia sp que po<strong>de</strong>m<br />

levar a infecções sistêmicas.<br />

Conclusão<br />

Com base nas condições experimentais<br />

e dos resultados obtidos,<br />

po<strong>de</strong>mos concluir que a contaminação<br />

polimicrobiana nas oculares<br />

dos microscópios óticos po<strong>de</strong> <strong>ser</strong><br />

um veículo <strong>de</strong> contaminação aos<br />

seus usuários.<br />

Correspondência para:<br />

Carlos Henrique Gomes Martins<br />

martinsc@unifran.br<br />

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104<br />

<strong>NewsLab</strong> - edição 81 - 2007

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