Decreto-Lei n.º 47344 de 25 de Novembro de 1966
Decreto-Lei n.º 47344 de 25 de Novembro de 1966
Decreto-Lei n.º 47344 de 25 de Novembro de 1966
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
(Legítima <strong>de</strong>fesa)<br />
1. Consi<strong>de</strong>ra-se justificado o acto <strong>de</strong>stinado a afastar qualquer agressão actual e<br />
contrária à lei contra a pessoa ou património do agente ou <strong>de</strong> terceiro, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />
não seja possível fazê-lo pelos meios normais e o prejuízo causado pelo acto não<br />
seja manifestamente superior ao que po<strong>de</strong> resultar da agressão.<br />
2. O acto consi<strong>de</strong>ra-se igualmente justificado, ainda que haja excesso <strong>de</strong> legítima<br />
<strong>de</strong>fesa, se o excesso for <strong>de</strong>vido a perturbação ou medo não culposo do agente.<br />
ARTIGO 338.º<br />
(Erro acerca dos pressupostos da acção directa ou da legítima <strong>de</strong>fesa)<br />
Se o titular do direito agir na suposição errónea <strong>de</strong> se verificarem os pressupostos<br />
que justificam a acção directa ou a legítima <strong>de</strong>fesa, é obrigado a in<strong>de</strong>mnizar o<br />
prejuízo causado, salvo se o erro for <strong>de</strong>sculpável.<br />
ARTIGO 339.º<br />
(Estado <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>)<br />
1. É lícita a acção daquele que <strong>de</strong>struir ou danificar coisa alheia com o fim <strong>de</strong><br />
remover o perigo actual <strong>de</strong> um dano manifestamente superior, quer do agente, quer<br />
<strong>de</strong> terceiro.<br />
2. O autor da <strong>de</strong>struição ou do dano é, todavia, obrigado a in<strong>de</strong>mnizar o lesado pelo<br />
prejuízo sofrido, se o perigo for provocado por sua culpa exclusiva; em qualquer<br />
outro caso, o tribunal po<strong>de</strong> fixar uma in<strong>de</strong>mnização equitativa e con<strong>de</strong>nar nela não<br />
só o agente, como aqueles que tiraram proveito do acto ou contribuíram para o<br />
estado <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>.<br />
ARTIGO 340.º<br />
(Consentimento do lesado)<br />
1. O acto lesivo dos direitos <strong>de</strong> outrem é lícito, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que este tenha consentido na<br />
lesão.<br />
2. O consentimento do lesado não exclui, porém, a ilicitu<strong>de</strong> do acto, quando este for<br />
contrário a uma proibição legal ou aos bons costumes.<br />
3. Tem-se por consentida a lesão, quando esta se <strong>de</strong>u no interesse do lesado e <strong>de</strong><br />
acordo com a sua vonta<strong>de</strong> presumível.<br />
CAPÍTULO II<br />
Provas<br />
SECÇÃO I<br />
Disposições gerais<br />
ARTIGO 341.º<br />
(Função das provas)<br />
As provas têm por função a <strong>de</strong>monstração da realida<strong>de</strong> dos factos.<br />
ARTIGO 342.º<br />
(Ónus da prova)<br />
1. Àquele que invocar um direito cabe fazer a prova dos factos constitutivos do<br />
direito alegado.<br />
2. A prova dos factos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito invocado<br />
compete àquele contra quem a invocação é feita.<br />
3. Em caso <strong>de</strong> dúvida, os factos <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados como constitutivos do<br />
direito.<br />
ARTIGO 343.º<br />
(Ónus da prova em casos especiais)<br />
1. Nas acções <strong>de</strong> simples apreciação ou <strong>de</strong>claração negativa, compete ao réu a<br />
prova dos factos constitutivos do direito que se arroga.<br />
2. Nas acções que <strong>de</strong>vam ser propostas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> certo prazo a contar da data em<br />
que o autor teve conhecimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado facto, cabe ao réu a prova <strong>de</strong> o<br />
prazo ter já <strong>de</strong>corrido, salvo se outra for a solução especialmente consignada na lei.<br />
3. Se o direito invocado pelo autor estiver sujeito a condição suspensiva ou a termo<br />
inicial, cabe-lhe a prova <strong>de</strong> que a condição se verificou ou o termo se venceu; se o