Decreto-Lei n.º 47344 de 25 de Novembro de 1966
Decreto-Lei n.º 47344 de 25 de Novembro de 1966
Decreto-Lei n.º 47344 de 25 de Novembro de 1966
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
2. A ratificação está sujeita à forma exigida para a procuração e tem eficácia<br />
retroactiva, sem prejuízo dos direitos <strong>de</strong> terceiro.<br />
3. Consi<strong>de</strong>ra-se negada a ratificação, se não for feita <strong>de</strong>ntro do prazo que a outra<br />
parte fixar para o efeito.<br />
4. Enquanto o negócio não for ratificado, tem a outra parte a faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> o revogar<br />
ou rejeitar, salvo se, no momento da conclusão, conhecia a falta <strong>de</strong> po<strong>de</strong>res do<br />
representante.<br />
ARTIGO 269.º<br />
(Abuso da representação)<br />
O disposto no artigo anterior é aplicável ao caso <strong>de</strong> o representante ter abusado dos<br />
seus po<strong>de</strong>res, se a outra parte conhecia ou <strong>de</strong>via conhecer o abuso.<br />
SUBSECÇÃO VII<br />
Condição e termo<br />
ARTIGO 270.º<br />
(Noção <strong>de</strong> condição)<br />
As partes po<strong>de</strong>m subordinar a um acontecimento futuro e incerto a produção dos<br />
efeitos do negócio jurídico ou a sua resolução: no primeiro caso, diz-se suspensiva a<br />
condição; no segundo, resolutiva.<br />
ARTIGO 271.º<br />
(Condições ilícitas ou impossíveis)<br />
1. É nulo o negócio jurídico subordinado a uma condição contrária à lei ou à or<strong>de</strong>m<br />
pública, ou ofensiva dos bons costumes.<br />
2. É igualmente nulo o negócio sujeito a uma condição suspensiva que seja física ou<br />
legalmente impossível; se for resolutiva, tem-se a condição por não escrita.<br />
ARTIGO 272.º<br />
(Pendência da condição)<br />
Aquele que contrair uma obrigação ou alienar um direito sob condição suspensiva,<br />
ou adquirir um direito sob condição resolutiva, <strong>de</strong>ve agir, na pendência da condição,<br />
segundo os ditames da boa fé, por forma que não comprometa a integrida<strong>de</strong> do<br />
direito da outra parte.<br />
ARTIGO 273.º<br />
(Pendência da condição: actos conservatórios)<br />
Na pendência da condição suspensiva, o adquirente do direito po<strong>de</strong> praticar actos<br />
conservatórios, e igualmente os po<strong>de</strong> realizar, na pendência da condição resolutiva,<br />
o <strong>de</strong>vedor ou o alienante condicional.<br />
ARTIGO 274.º<br />
(Pendência da condição: actos dispositivos)<br />
1. Os actos <strong>de</strong> disposição dos bens ou direitos que constituem objecto do negócio<br />
condicional, realizados na pendência da condição, ficam sujeitos à eficácia ou<br />
ineficácia do próprio negócio, salvo estipulação em contrário.<br />
2. Se houver lugar à restituição do que tiver sido alienado, é aplicável, directamente<br />
ou por analogia, o disposto nos artigos 1269.º e seguintes em relação ao possuidor<br />
<strong>de</strong> boa fé.<br />
ARTIGO 275.º<br />
(Verificação e não verificação da condição)<br />
1. A certeza <strong>de</strong> que a condição se não po<strong>de</strong> verificar equivale à sua não verificação.<br />
2. Se a verificação da condição for impedida, contra as regras da boa fé, por aquele<br />
a quem prejudica, tem-se por verificada; se for provocada, nos mesmos termos, por<br />
aquele a quem aproveita, consi<strong>de</strong>ra-se como não verificada.<br />
ARTIGO 276.º<br />
(Retroactivida<strong>de</strong> da condição)<br />
Os efeitos do preenchimento da condição retrotraem-se à data da conclusão do<br />
negócio, a não ser que, pela vonta<strong>de</strong> das partes ou pela natureza do acto, hajam <strong>de</strong><br />
ser reportados a outro momento.