Decreto-Lei n.º 47344 de 25 de Novembro de 1966
Decreto-Lei n.º 47344 de 25 de Novembro de 1966
Decreto-Lei n.º 47344 de 25 de Novembro de 1966
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
a) A cláusula pela qual o arrendatário se obrigue, por qualquer título, a serviços que<br />
não revertam em benefício directo do prédio, ou se sujeite a encargos<br />
extraordinários ou casuais não compreendidos na renda;<br />
b) A renúncia <strong>de</strong> qualquer dos contraentes ao direito <strong>de</strong> resolver o contrato nos<br />
casos <strong>de</strong> violação das obrigações legais ou contratuais, ou aos direitos conferidos<br />
nos artigos 1072.º a 1074.º<br />
ARTIGO 1072.º<br />
(Benfeitorias feitas pelo senhorio)<br />
1. O senhorio po<strong>de</strong> fazer no prédio benfeitorias úteis ou voluptuárias com o<br />
consentimento do arrendatário ou com autorização judicial.<br />
2. O senhorio in<strong>de</strong>mnizará o arrendatário pelo prejuízo que as obras lhe causem.<br />
3. Se das benfeitorias consentidas por escrito pelo arrendatário ou judicialmente<br />
autorizadas resultar aumento da produtivida<strong>de</strong> do prédio, o senhorio tem o direito <strong>de</strong><br />
exigir um acréscimo proporcional da renda.<br />
ARTIGO 1073.º<br />
(Denúncia do contrato em consequência <strong>de</strong> benfeitorias)<br />
1. Quando os melhoramentos importem alteração sensível do regime <strong>de</strong> exploração<br />
do prédio ou o arrendatário se não conforme com o acréscimo da renda, tem este a<br />
faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>nunciar o contrato.<br />
2. A <strong>de</strong>núncia só produz os seus efeitos no fim do ano agrícola em que as obras se<br />
iniciem ou em que o arrendatário tenha conhecimento do aumento da renda.<br />
ARTIGO 1074.º<br />
(Benfeitorias feitas pelo arrendatário)<br />
1. O arrendatário po<strong>de</strong> fazer benfeitorias úteis ou voluptuárias sem consentimento<br />
do proprietário, salvo se afectarem a substância do prédio ou o seu <strong>de</strong>stino<br />
económico.<br />
2. Não havendo, porém, consentimento por escrito do proprietário nem suprimento<br />
judicial <strong>de</strong>sse consentimento, o arrendatário, findo o contrato, apenas tem,<br />
relativamente às benfeitorias úteis, o direito <strong>de</strong> as levantar, sem <strong>de</strong>trimento do<br />
prédio, e não o <strong>de</strong> exigir qualquer in<strong>de</strong>mnização.<br />
3. Quando o consentimento for judicialmente suprido, a importância da<br />
in<strong>de</strong>mnização não po<strong>de</strong> ultrapassar o valor da renda <strong>de</strong> três anos.<br />
4. O suprimento judicial só <strong>de</strong>ve ser concedido quando os melhoramentos sejam <strong>de</strong><br />
utilida<strong>de</strong> manifesta para o prédio ou para a produção; o proprietário fica, neste caso,<br />
com o direito <strong>de</strong> se substituir ao arrendatário na execução das obras pelo modo e<br />
<strong>de</strong>ntro do prazo que forem <strong>de</strong>terminados.<br />
5. É lícito ao proprietário efectuar em prestações anuais, <strong>de</strong> valor nunca inferior a<br />
um terço da renda, o pagamento da in<strong>de</strong>mnização <strong>de</strong>vida; mas, se não renunciar<br />
expressamente a este direito, terá <strong>de</strong> consentir na renovação do contrato pelos anos<br />
necessários para o reembolso da respectiva importância.<br />
ARTIGO 1075.º<br />
(Resolução do contrato)<br />
O senhorio po<strong>de</strong> obter a resolução do contrato, além dos <strong>de</strong>mais casos previstos na<br />
lei, quando o arrendatário prejudique a produtivida<strong>de</strong> do prédio, não vele pela boa<br />
conservação <strong>de</strong>le ou cause prejuízos graves nas coisas que, não sendo objecto do<br />
contrato, existam no prédio arrendado.<br />
ARTIGO 1076.º<br />
(Caducida<strong>de</strong> por morte do arrendatário)<br />
1. O arrendamento rural não caduca por morte do arrendatário, se este <strong>de</strong>ixar<br />
cônjuge ou <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes que, habitando ou cultivando o prédio arrendado, queiram<br />
manter o contrato, ou se o arrendamento se <strong>de</strong>stinar a fins silvícolas.<br />
2. A caducida<strong>de</strong> do arrendamento, na falta das circunstâncias previstas, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da<br />
<strong>de</strong>núncia do contrato pelo senhorio nos três meses seguintes à morte do<br />
arrendatário.