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Análise da soroprevalência de anticorpos contra a dengue em ...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO<br />

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE<br />

INSTITUTO DE ESTUDOS EM SAÚDE COLETIVA<br />

MESTRADO EM SAÚDE COLETIVA<br />

Marcio Tavares Malheiros<br />

<strong>Análise</strong> <strong>da</strong> <strong>soroprevalência</strong> <strong>de</strong> <strong>anticorpos</strong> <strong>contra</strong> a <strong>de</strong>ngue <strong>em</strong><br />

funcionários e alunos do SESC/SENAC-RIO<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

2011


1<br />

Marcio Tavares Malheiros<br />

<strong>Análise</strong> <strong>da</strong> <strong>soroprevalência</strong> <strong>de</strong> <strong>anticorpos</strong> <strong>contra</strong> a <strong>de</strong>ngue <strong>em</strong><br />

funcionários e alunos do SESC/SENAC-RIO<br />

Dissertação <strong>de</strong> Mestrado<br />

apresenta<strong>da</strong> ao Programa <strong>de</strong> Pós-<br />

Graduação <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong> Coletiva <strong>da</strong><br />

UFRJ, como requisito à obtenção<br />

do Título <strong>de</strong> Mestre <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Coletiva.<br />

Orientador: Prof. Dr. Roberto <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> Medronho<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

2011


2<br />

M249 Malheiros, Marcio Tavares.<br />

<strong>Análise</strong> <strong>da</strong> Soroprevalência <strong>de</strong> <strong>anticorpos</strong> <strong>contra</strong> a <strong>de</strong>ngue<br />

<strong>em</strong> funcionários e alunos do SESC/SENAC – RIO / Marcio Tavares<br />

Malheiros. – Rio <strong>de</strong> Janeiro: UFRJ/ Instituto <strong>de</strong> Estudos <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Coletiva, 2011.<br />

74 f. : il. 30 cm.<br />

Orientador: Roberto Medronho.<br />

Dissertação (Mestrado <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong> Coletiva). Universi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral do Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2011.<br />

Inclui bibliografia.<br />

1. Estudos soroepi<strong>de</strong>miológicos. 2. Dengue. 3. Testes<br />

sorológicos. I. Medronho, Roberto. II. Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio<br />

<strong>de</strong> Janeiro, Instituto <strong>de</strong> Estudos <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong> Coletiva. III. Título.<br />

CDD:


3<br />

Marcio Tavares Malheiros<br />

<strong>Análise</strong> <strong>da</strong> <strong>soroprevalência</strong> <strong>de</strong> <strong>anticorpos</strong> <strong>contra</strong> a <strong>de</strong>ngue <strong>em</strong><br />

funcionários e alunos do SESC/SENAC-RIO.<br />

Dissertação <strong>de</strong> Mestrado<br />

apresenta<strong>da</strong> ao Programa <strong>de</strong> Pós-<br />

Graduação <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong> Coletiva <strong>da</strong><br />

UFRJ, como requisito à obtenção<br />

do Título <strong>de</strong> Mestre <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Coletiva.<br />

Aprova<strong>da</strong> <strong>em</strong> <strong>de</strong> 2011<br />

Banca examinadora:<br />

____________________________________________<br />

Prof. Dr. Roberto <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> Medronho - UFRJ.<br />

____________________________________________<br />

Profª. Drª. Rejane sobrinho Pinheiro - UFRJ.<br />

____________________________________________<br />

Prof. Dr. Davis Fernan<strong>de</strong>s Ferreira - UFRJ


4<br />

Agra<strong>de</strong>cimentos<br />

À Deus, por me <strong>da</strong>r força para superar as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s e ânimo para prosseguir.<br />

À minha família, a qual amo muito, pelo carinho, paciência e incentivo.<br />

Aos meus pais Dilton Malheiros e Angela Malheiros, que contribu<strong>em</strong> para meu<br />

<strong>de</strong>senvolvimento pessoal e profissional, que são meus ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação,<br />

corag<strong>em</strong>, honesti<strong>da</strong><strong>de</strong> e caráter.<br />

À minha irmã Grace, pelo apoio, e por enten<strong>de</strong>r que para aju<strong>da</strong>r às vezes só é<br />

preciso escutar.<br />

A todos os meus amigos, dos quais me orgulho muito e que fizeram parte <strong>de</strong>sse<br />

momento, s<strong>em</strong>pre me aju<strong>da</strong>ndo e incentivando.<br />

A minha namora<strong>da</strong> Marcela, pelo amor, paciência, firmeza e <strong>de</strong>dicação nos<br />

meus “maus momentos”, por ser uma gran<strong>de</strong> companheira, por nunca me <strong>de</strong>ixar<br />

fraquejar e pelas horas <strong>de</strong> alegria.<br />

Ao Prof. Dr. Roberto <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> Medronho pela <strong>de</strong>dicação, disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

palavras <strong>de</strong> incentivo que tornaram possíveis a conclusão <strong>de</strong>ste trabalho.<br />

Ao gran<strong>de</strong> amigo Raphael, pelo ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> profissional a ser seguido, por me<br />

incentivar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as aulas <strong>de</strong> estatística, e pela sua enorme aju<strong>da</strong> s<strong>em</strong> a qual não seria<br />

possível a realização <strong>de</strong>ste trabalho.<br />

As Professoras Claudia Medina, Rejane Sobrinho e ao Professor Ronir Raggio<br />

pelas sugestões que aju<strong>da</strong>ram a enriquecer este trabalho.<br />

A gran<strong>de</strong> amiga Jéssica que tornou possível uma parte fun<strong>da</strong>mental para a<br />

conclusão do trabalho.<br />

As amigas Mariana <strong>de</strong> Farias e Juliana Teixeira por dividir<strong>em</strong> comigo as<br />

aflições, tristezas e alegrias <strong>de</strong>sta jorna<strong>da</strong>.<br />

Ao meu irmão Fre<strong>de</strong>rico Montanari que s<strong>em</strong>pre se dispôs a aju<strong>da</strong>r mesmo<br />

quando não podia.<br />

A Professora Janimar pelas palavras <strong>de</strong> incentivo e carinho.<br />

Ao gran<strong>de</strong> amigo Geraldo por ser s<strong>em</strong>pre solícito ao longo <strong>de</strong>sta jorna<strong>da</strong>.<br />

A todos os funcionários do IESC e aos alunos <strong>da</strong> graduação <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Coletiva<br />

<strong>da</strong> UFRJ pelos momentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>contra</strong>ção e carinho.<br />

Enfim, a todos que <strong>de</strong> alguma forma, mesmo que inconsciente me aju<strong>da</strong>ram <strong>em</strong><br />

mais esta etapa.


“Você po<strong>de</strong> ser a mu<strong>da</strong>nça que <strong>de</strong>seja ver no mundo.”<br />

(Mahatma Ghandi)<br />

5


6<br />

MALHEIROS, Marcio Tavares. <strong>Análise</strong> <strong>da</strong> <strong>soroprevalência</strong> <strong>de</strong> <strong>anticorpos</strong> <strong>contra</strong> a<br />

<strong>de</strong>ngue <strong>em</strong> funcionários e alunos do SESC/SENAC-RIO. Dissertação (Mestrado <strong>em</strong><br />

Saú<strong>de</strong> Coletiva) – Instituto <strong>de</strong> Estudos <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong> Coletiva, Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio<br />

<strong>de</strong> Janeiro, Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2011.<br />

Resumo<br />

T<strong>em</strong>a: <strong>soroprevalência</strong> <strong>de</strong> <strong>anticorpos</strong> <strong>contra</strong> a <strong>de</strong>ngue. Objetivo: o presente estudo<br />

teve como objetivo analisar a distribuição <strong>da</strong> <strong>soroprevalência</strong> <strong>de</strong> <strong>anticorpos</strong> <strong>contra</strong> a<br />

<strong>de</strong>ngue <strong>em</strong> funcionários e alunos do Sesc/Senac - Rio e sua correlação com variáveis<br />

<strong>de</strong>mográficas e sócio-econômicas. Método: foi utiliza<strong>da</strong> uma amostra <strong>de</strong> 2032<br />

indivíduos <strong>de</strong> 19 uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s do Sesc/Senac-Rio. A coleta dos <strong>da</strong>dos compreen<strong>de</strong>u a<br />

aplicação <strong>de</strong> questionário e coleta <strong>de</strong> material biológico. A i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> <strong>anticorpos</strong><br />

<strong>contra</strong> o vírus <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue foi feita através do método <strong>de</strong> ELISA (Enzyme-Linked<br />

ImmunoSorbent Assay). Os <strong>da</strong>dos foram digitados no programa EpiInfo 3.5.1. e<br />

analisados no programa SPSS 18.0. A análise envolveu estatística bivaria<strong>da</strong> utilizandose<br />

como <strong>de</strong>sfecho a soropositivi<strong>da</strong><strong>de</strong> ou não para <strong>anticorpos</strong> <strong>contra</strong> a <strong>de</strong>ngue. Para a<br />

diferença <strong>de</strong> proporções, utilizou-se o teste X². O nível <strong>de</strong> significância estatística<br />

consi<strong>de</strong>rado foi o <strong>de</strong> 5%. Resultados: a <strong>soroprevalência</strong> foi <strong>de</strong> 52,2%. O município do<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro e a Baixa<strong>da</strong> Fluminense apresentaram quase o dobro <strong>da</strong> <strong>soroprevalência</strong><br />

compara<strong>da</strong> às outras locali<strong>da</strong><strong>de</strong>s. A <strong>soroprevalência</strong> aumentou com a i<strong>da</strong><strong>de</strong>. A<br />

<strong>soroprevalência</strong> foi maior nos indivíduos com escolari<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> nível superior. Em<br />

relação aos sinais e sintomas referidos na epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 2007/2008, tiveram associação<br />

estatística com a presença <strong>de</strong> positivi<strong>da</strong><strong>de</strong> dor abdominal, sangramento espontâneo,<br />

hipotensão e exant<strong>em</strong>a.. Não foi en<strong>contra</strong><strong>da</strong> associação significativa entre a<br />

soropositivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e as condições <strong>de</strong> moradia e saneamento. Conclusão: A alta<br />

prevalência <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue nas locali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> região <strong>de</strong> estudo mostra o perigo para uma<br />

nova epi<strong>de</strong>mia, principalmente se houver a introdução <strong>de</strong> um novo sorotipo.<br />

Palavras-chave: Soroprevalência, Dengue, Inquérito sorológico, Saú<strong>de</strong> Coletiva,


7<br />

MALHEIROS, Marcio Tavares. <strong>Análise</strong> <strong>da</strong> <strong>soroprevalência</strong> <strong>de</strong> <strong>anticorpos</strong> <strong>contra</strong> a<br />

<strong>de</strong>ngue <strong>em</strong> funcionários e alunos do SESC/SENAC-RIO. Dissertação (Mestrado <strong>em</strong><br />

Saú<strong>de</strong> Coletiva) – Instituto <strong>de</strong> Estudos <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong> Coletiva, Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio<br />

<strong>de</strong> Janeiro, Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2011.<br />

Abstract<br />

Th<strong>em</strong>e: Seroprevalence of antibodies against <strong>de</strong>ngue. Objective: The present study<br />

aimed to analyze the distribution of the seroprevalence of antibodies against <strong>de</strong>ngue<br />

staff and stu<strong>de</strong>nts in the SESC / SENAC - Rio and its correlation with <strong>de</strong>mographic and<br />

socio-economic. Method: We used a sample of 2032 individuals from 19 units of the<br />

SESC / SENAC-Rio. Data collection was handled and the SESC Senac, and was<br />

conducted a field study which comprised a questionnaire and collection of biological<br />

material. The i<strong>de</strong>ntification of antibodies against <strong>de</strong>ngue virus was performed using<br />

ELISA (Enzyme-linked immunosorbent assay) using automated equipment. Data were<br />

entered using EpiInfo 3.5.1. and analyzed using SPSS 18.0. The bivariate statistical<br />

analysis involved using as outcome or not seropositivity for antibodies against <strong>de</strong>ngue.<br />

To compare proportions, we used the X ² test. The level of statistical significance was<br />

5%. Results: The locations of Rio <strong>de</strong> Janeiro and Baixa<strong>da</strong> Fluminense had nearly twice<br />

the prevalence compared to other locations. Significant difference variables: age and<br />

education grouped into two categories. In relation to the signs and symptoms had a<br />

statistical association between the different epi<strong>de</strong>mics stomachache, spontaneous<br />

bleeding, hypotension, rash, and eye pain. Was a significant number of false positives<br />

and false negatives found in the work. Conclusion: The high prevalence of <strong>de</strong>ngue in<br />

the localities of the study area shows the <strong>da</strong>nger to a new epi<strong>de</strong>mic, especially if the<br />

introduction of a new serotype.<br />

Keywords: Seroprevalence, Dengue, Serological survey, Public Health,


8<br />

Lista <strong>de</strong> Figuras<br />

Figura 1: Áreas/Países sob o risco <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> Dengue........................................13<br />

Figura 2: Distribuição dos indivíduos por faixa etária....................................................32


9<br />

Lista <strong>de</strong> tabelas<br />

Tabela 1 – Frequência <strong>de</strong> indivíduos por ci<strong>da</strong><strong>de</strong> on<strong>de</strong> resi<strong>de</strong>m......................................29<br />

Tabela 2 - Frequência <strong>de</strong> indivíduos <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro por bairro.................30<br />

Tabela 3 – Soroprevalência dos indivíduos por locali<strong>da</strong><strong>de</strong>.............................................31<br />

Tabela 4 - Soroprevalência dos indivíduos por faixa etária............................................32<br />

Tabela 5 - Soroprevalência dos indivíduos por escolari<strong>da</strong><strong>de</strong>..........................................33<br />

Tabela 6 - Soroprevalência dos indivíduos por ren<strong>da</strong>.....................................................35<br />

Tabela 7 - Soroprevalência dos indivíduos por classe econômica..................................36<br />

Tabela 8 – Frequência <strong>de</strong> sinais e sintomas <strong>em</strong> indivíduos e resposta sorológica positiva<br />

e negativa para <strong>de</strong>ngue na epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 2007/2008.........................................................37<br />

Tabela 9- Frequência <strong>de</strong> sintomas <strong>em</strong> indivíduos e resposta sorológica positiva e<br />

negativa para <strong>de</strong>ngue antes <strong>da</strong> epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 2007/2008...................................................38<br />

Tabela 10 - Frequência <strong>de</strong> sintomas <strong>em</strong> indivíduos e resposta sorológica positiva e<br />

negativa para <strong>de</strong>ngue <strong>em</strong> to<strong>da</strong>s as epi<strong>de</strong>mias já ocorri<strong>da</strong>s...............................................39<br />

Tabela 11 – Distribuição entre resposta sorológica e relato <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue na epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong><br />

2007/2008........................................................................................................................40<br />

Tabela 12 - Distribuição entre resposta sorológica e <strong>de</strong>ngue antes <strong>da</strong> epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong><br />

2007/2008........................................................................................................................41<br />

Tabela 13 – Distribuição entre pessoas que <strong>de</strong>clararam ter tido <strong>de</strong>ngue <strong>em</strong> pelo menos<br />

uma <strong>da</strong>s epi<strong>de</strong>mias e resposta sorológica........................................................................41<br />

Tabela 14 - Distribuição entre indivíduos por sexo e resposta sorológica dividi<strong>da</strong> <strong>em</strong><br />

confirmados, falso positivos e falso negativos................................................................42<br />

Tabela 15 - Distribuição entre indivíduos que foram diagnosticados por médico <strong>em</strong><br />

to<strong>da</strong>s as epi<strong>de</strong>mias e resposta sorológica dividi<strong>da</strong> <strong>em</strong> confirmados, falso positivos e<br />

falso negativos.................................................................................................................43<br />

Tabela 16 - Distribuição entre diagnóstico médico na epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 2007/2008 e tipo <strong>de</strong><br />

serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>...............................................................................................................43<br />

Tabela 17 - Distribuição entre diagnóstico médico antes <strong>da</strong> epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 2007/2008 e<br />

tipo <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>...................................................................................................44<br />

Tabela 18 – Distribuição entre visita do agente <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue durante os últimos 6<br />

meses e resposta sorológica antes <strong>da</strong> epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 2007/2008........................................45


10<br />

Tabela 19 – Distribuição entre visita do agente <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue durante os últimos 6<br />

meses e resposta sorológica na epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 2007/2008..................................................45<br />

Tabela 20 – Distribuição entre visita do agente <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue durante os últimos 6<br />

meses e resposta sorológica <strong>em</strong> to<strong>da</strong>s as epi<strong>de</strong>mias já ocorri<strong>da</strong>s....................................46<br />

Tabela 21 - Distribuição entre habitação/saneamento básico e resposta sorológica antes<br />

<strong>da</strong> epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 2007/2008...............................................................................................47<br />

Tabela 22 – Distribuição entre habitação/saneamento básico e resposta sorológica na<br />

epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 2007/2008....................................................................................................48<br />

Tabela 23 - Distribuição <strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> habitação/saneamento básico e resposta<br />

sorológica <strong>em</strong> to<strong>da</strong>s as epi<strong>de</strong>mias já ocorri<strong>da</strong>s................................................................49


11<br />

Lista <strong>de</strong> Siglas<br />

CEP – Comitê <strong>de</strong> Ética e Pesquisa<br />

ELISA – Enzime Linked Immunosorbent Assay<br />

FECOMÉRCIO – Fe<strong>de</strong>ração do Comércio do Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

IBGE – Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e Estátistica<br />

OMS – Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

OPAS – Organização Pan-americana <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

OpenEpi - Open Source Epi<strong>de</strong>miologic Statistics for Public Health<br />

SESC – Serviço Social do Comércio<br />

SENAC – Serviço Nacional <strong>de</strong> Aprendizag<strong>em</strong> Comercial<br />

SPSS – Statistical Package for the Social Sciences<br />

SUS – Sist<strong>em</strong>a Único <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>


12<br />

Sumário<br />

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 13<br />

1.1 INQUÉRITO SOROLÓGICO .............................................................................. 18<br />

2 OBJETIVOS .............................................................................................................. 21<br />

2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 21<br />

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................................ 21<br />

3. MÉTODOS............................................................................................................... 22<br />

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTUDO............................................... 22<br />

3.2 TIPOS DE ESTUDO............................................................................................. 23<br />

3.3 AMOSTRAGEM.................................................................................................. 23<br />

3.3.1 Tamanho <strong>da</strong> amostra...................................................................................... 23<br />

3.3.2 Estratégia <strong>de</strong> seleção...................................................................................... 24<br />

3.4 COLETA, PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS.............................. 24<br />

3.5 ASPECTOS ÉTICOS............................................................................................ 27<br />

4 RESULTADOS.......................................................................................................... 29<br />

5 DISCUSSÃO .............................................................................................................. 49<br />

6 CONCLUSÃO............................................................................................................ 55<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 56<br />

ANEXOS ....................................................................................................................... 64


13<br />

1 INTRODUÇÃO<br />

A <strong>de</strong>ngue é uma doença febril, agu<strong>da</strong>, causa<strong>da</strong> por um vírus do gênero<br />

flavivírus, que t<strong>em</strong> como área <strong>de</strong> maior incidência uma larga faixa do globo terrestre,<br />

situa<strong>da</strong> entre os Trópicos.<br />

Figura 1 – Áreas/Países sob o risco <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> Dengue, OMS 2008.<br />

Caracteriza-se por uma infecção sistêmica e dinâmica que possui um quadro<br />

clinico amplo po<strong>de</strong>ndo apresentar manifestações clinicas severas ou bran<strong>da</strong>s (Rigau-<br />

Perez JG et al,1998). Após o período <strong>de</strong> incubação, a forma sintomática <strong>da</strong> doença se<br />

inicia <strong>de</strong> forma abrupta e seu curso po<strong>de</strong> ser divido <strong>em</strong> 3 fases: fase febril, fase crítica e<br />

fase <strong>de</strong> resolução ou recuperação (OMS, 2009).


14<br />

Até o momento são conhecidos dois transmissores do vírus <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue, as<br />

espécies <strong>de</strong> mosquito Ae<strong>de</strong>s aegypti e o Ae<strong>de</strong>s albopictus, este último t<strong>em</strong> pouca<br />

relevância para estudos <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue <strong>em</strong> ambiente urbano, já que esse vetor prefere os<br />

ocos <strong>de</strong> árvores para <strong>de</strong>positar seus ovos e t<strong>em</strong> hábitos antropofílicos e zoofílicos<br />

diurnos e fora dos domicílios, não sendo assim doméstico como o Ae<strong>de</strong>s aegypti<br />

(BARRETO & TEIXEIRA, 2008).<br />

O Ae<strong>de</strong>s aegypti é uma espécie originaria <strong>da</strong> África sub-saariana, on<strong>de</strong> se<br />

domesticou e se a<strong>da</strong>ptou ao ambiente urbano. Possui hábitos antropofílicos e suas larvas<br />

são en<strong>contra</strong><strong>da</strong>s <strong>em</strong> <strong>de</strong>pósitos artificiais como: lixo doméstico, caixa d água, calhas, etc.<br />

(BARRETO & TEIXEIRA, 2008).<br />

Sendo assim, segundo Mondini (2005), este vetor está fort<strong>em</strong>ente ligado às<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s antrópicas, que disponibilizam sítios <strong>de</strong> oviposição artificiais e permit<strong>em</strong> a<br />

manutenção <strong>de</strong> sua infestação.<br />

Dessa forma, quando, <strong>em</strong> geral, um sorotipo <strong>de</strong>sse agente é introduzido <strong>em</strong><br />

pequenas comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s isola<strong>da</strong>s, após um período <strong>de</strong> transmissão com eleva<strong>da</strong>s taxas <strong>de</strong><br />

infecção, o ciclo se interrompe, como aconteceu <strong>em</strong> algumas ilhas do Pacífico <strong>de</strong>pois <strong>da</strong><br />

segun<strong>da</strong> guerra mundial (GLUBER, 1997). Já nos gran<strong>de</strong>s centros urbanos infestados<br />

por esse vetor, a persistência <strong>da</strong> circulação é favoreci<strong>da</strong> pelas eleva<strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>s<br />

populações humanas, taxas <strong>de</strong> nascimentos e migração, que continuamente repõ<strong>em</strong> o<br />

estoque <strong>de</strong> indivíduos susceptíveis, criando as oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s para perpetuar o ciclo <strong>de</strong><br />

transmissão do vírus (RODHAIN & ROSEN, 1997). Decorrente disto, os centros<br />

urbanos ag<strong>em</strong> como gran<strong>de</strong>s colaboradores <strong>da</strong> dispersão e aumento <strong>da</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> do<br />

mosquito, sendo um gran<strong>de</strong> local <strong>de</strong> interação entre o vetor, o vírus e o hom<strong>em</strong>.<br />

Durante muitos séculos, a <strong>de</strong>ngue, foi consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> uma doença benigna, só após<br />

a Segun<strong>da</strong> Guerra Mundial seu status começou a mu<strong>da</strong>r <strong>de</strong>vido ao fato <strong>da</strong> guerra ter


15<br />

proporcionado a circulação <strong>de</strong> vários sorotipos <strong>em</strong> uma mesma área geográfica,<br />

ocasionando o surgimento <strong>de</strong> uma febre h<strong>em</strong>orrágica grave. Hoje são conhecidos quatro<br />

sorotipos, antigenicamente distintos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4 (TAUIL, 2001).<br />

Estima-se que, no mundo, aproxima<strong>da</strong>mente 50 a 100 milhões <strong>de</strong> pessoas sejam<br />

infecta<strong>da</strong>s anualmente por esta doença, 500 mil sejam hospitaliza<strong>da</strong>s e 25.000 morr<strong>em</strong><br />

(OMS, 2001; GLUBER, 2002).<br />

Trata<strong>da</strong> hoje como a principal doença re-<strong>em</strong>ergente no mundo, a <strong>de</strong>ngue é<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> pela Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (OMS) como a doença viral <strong>de</strong> mais<br />

rápi<strong>da</strong> propagação no mundo (OMS, 2008). Uma arbovirose amplamente distribuí<strong>da</strong><br />

constituindo um dos maiores <strong>de</strong>safios para controle pela saú<strong>de</strong> pública nos últimos c<strong>em</strong><br />

anos. Nos últimos 50 anos, a incidência aumentou 30% expandindo geograficamente<br />

para novos países e nesta déca<strong>da</strong>, <strong>de</strong> áreas urbanas para as rurais.<br />

A Organização Pan-americana <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (OPAS) t<strong>em</strong> <strong>de</strong>senvolvido estratégias<br />

<strong>de</strong> intervenção, que têm se mostrado efetivas nos países on<strong>de</strong> foi incorpora<strong>da</strong> para<br />

prevenção e maior controle <strong>da</strong> doença. Contudo a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> introdução e<br />

reintrodução <strong>de</strong> novos sorotipos e a circulação <strong>de</strong> novas cepas mais virulentas <strong>em</strong><br />

populações que contam com um número consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> pessoas susceptíveis e que<br />

possu<strong>em</strong> infestação eleva<strong>da</strong> pelo mosquito, sugere que no futuro há possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

novas epi<strong>de</strong>mias (Torres, 2006).<br />

A interrupção <strong>da</strong> transmissão <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue na região <strong>da</strong>s Américas nas déca<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />

60 e 70 foi responsável pelo sucesso <strong>da</strong>s campanhas <strong>de</strong> erradicação do mosquito vetor<br />

Ae<strong>de</strong>s aegypty. Contudo, a vigilância vetorial e as medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> controle não conseguiram<br />

ser executa<strong>da</strong>s <strong>de</strong> forma continua, resultando <strong>em</strong> infestações subsequentes pelo<br />

mosquito segui<strong>da</strong>s <strong>de</strong> sucessivas epi<strong>de</strong>mias no Caribe e nas Américas do Sul e Central<br />

(PAHO, 1997).


16<br />

Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai são países localizados na sub-região<br />

do Cone-Sul <strong>da</strong> Organização Pan-americana <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. No período <strong>de</strong> 2001 a 2007,<br />

64,6% (2.798.601) dos casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue nas Américas foram notificados nesta área, dos<br />

quais 6.733 foram FHD com um total <strong>de</strong> 500 mortes. O Brasil foi responsável por<br />

98,5% dos casos notificados e ain<strong>da</strong> obteve a maior taxa <strong>de</strong> mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> na sub-região<br />

(PAHO, 2008).<br />

O programa regional <strong>de</strong> combate a <strong>de</strong>ngue <strong>da</strong> OPAS foca <strong>em</strong> políticas públicas<br />

inseri<strong>da</strong> numa integração interdisciplinar e multisetorial permitindo a formulação, a<br />

impl<strong>em</strong>entação, monitorização e avaliação dos programas nacionais através <strong>da</strong> Política<br />

<strong>de</strong> Gestão Integra<strong>da</strong> <strong>de</strong> Prevenção e Controle <strong>da</strong> Dengue, endossa<strong>da</strong> pela OPAS (OPAS,<br />

2009). Essa política t<strong>em</strong> 6 áreas chaves: comunicação social, entomologia,<br />

epi<strong>de</strong>miologia, diagnóstico laboratorial, manejo <strong>de</strong> casos e ambiente.<br />

No Brasil, a <strong>de</strong>ngue é hoje objeto <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> campanha <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública, que se<br />

concentra no controle <strong>de</strong> seu vetor (CÂMARA, 2007). As condições sócio-ambientais,<br />

alia<strong>da</strong>s à baixa efetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos programas <strong>de</strong> combate ao vetor são dois aspectos que<br />

favorec<strong>em</strong> a dispersão do Ae<strong>de</strong>s Aegypti pelo território nacional, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que foi<br />

reintroduzido a partir do Estado <strong>da</strong> Bahia <strong>em</strong> 1976 (TEIXEIRA & MEDRONHO,<br />

2008).<br />

Com o aumento <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> população brasileira, associa<strong>da</strong> à dinâmica<br />

<strong>da</strong>s doenças prevalentes ou inseri<strong>da</strong>s no âmbito social, são necessárias respostas<br />

eficientes e rápi<strong>da</strong>s <strong>da</strong> gestão pública. Com isso, novas iniciativas surg<strong>em</strong> <strong>de</strong>ntro dos<br />

órgãos e autarquias fe<strong>de</strong>rais e estaduais para maximizar respostas efetivas para o<br />

controle <strong>de</strong> agravos à saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> população e para a melhoria ampla <strong>da</strong> atenção à saú<strong>de</strong>,<br />

segundo as diretrizes do Sist<strong>em</strong>a Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS).


17<br />

As peculiari<strong>da</strong><strong>de</strong>s epi<strong>de</strong>miológicas e clinicas <strong>da</strong>s manifestações <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue no<br />

Brasil, têm chamado à atenção <strong>de</strong> pesquisadores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> publica e <strong>de</strong> agencias<br />

internacionais. Busca-se i<strong>de</strong>ntificar os fatores que <strong>de</strong>terminam as diferentes formas <strong>de</strong><br />

apresentação <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue no âmbito individual e coletivo, e assim aperfeiçoar o controle e<br />

o tratamento <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> arbovirose mais importante no mundo <strong>em</strong> numero <strong>de</strong> casos<br />

(TEIXEIRA et al, 2009).<br />

No Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro o Ae<strong>de</strong>s Aegypti voltou a ser registrado ain<strong>da</strong> <strong>em</strong><br />

1976 (TEIXEIRA & MEDRONHO, 2008). Ain<strong>da</strong> hoje o Estado en<strong>contra</strong>-se <strong>em</strong> uma<br />

situação <strong>de</strong> alta vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> à epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue. A Região Metropolitana possui a<br />

maior carga <strong>da</strong> doença do Estado e somente no período <strong>de</strong> janeiro a <strong>de</strong>z<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2008<br />

mais que 86% dos casos notificados no Estado eram <strong>de</strong>sta região.<br />

Segundo os <strong>da</strong>dos notificados à Secretaria <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Defesa Civil,<br />

ocorreram diversas epi<strong>de</strong>mias <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue no estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro no período <strong>de</strong><br />

1986 a 2008: <strong>em</strong> 1986/87 com a introdução do sorotipo 1; <strong>em</strong> 1990/91 com a introdução<br />

do sorotipo 2; <strong>em</strong> 1995; <strong>em</strong> 1998; <strong>em</strong> 2001/02 com a introdução do sorotipo 3; e <strong>em</strong><br />

2007/08 com a circulação predominante do sorotipo 2. Em relação à epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ngue ocorri<strong>da</strong> entre 2007 e 2008, no estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro, até <strong>de</strong>z<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2008<br />

foram notificados 322.371 casos, sendo 66.553 notificações <strong>em</strong> 2007 e 255.818<br />

notificações <strong>em</strong> 2008.<br />

Ao se analisar o ano <strong>de</strong> 2008, verificou-se que os municípios que registraram os<br />

maiores números <strong>de</strong> notificações foram: Rio <strong>de</strong> Janeiro (129.737), Nova Iguaçu<br />

(18.433), Duque <strong>de</strong> Caxias (16.557), Campos dos Goytacazes (14.870), Angra dos Reis<br />

(10.972), Niterói (7.697), Belford Roxo (7.590), São João <strong>de</strong> Meriti (7.354), Magé


18<br />

(3.557) e Itaboraí (3.505). Estes municípios correspon<strong>de</strong>m a 86% do total dos casos<br />

notificados, sendo que 51% no município do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

O combate ao vetor <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue, t<strong>em</strong> se concentrado unicamente no seu controle<br />

químico através do uso <strong>de</strong> larvici<strong>da</strong>. Este tipo <strong>de</strong> medi<strong>da</strong> é valiosa durante a vigência <strong>de</strong><br />

uma epi<strong>de</strong>mia, porém pouco eficaz na obtenção e manutenção <strong>de</strong> baixos índices <strong>de</strong><br />

infestação predial (TAUIL, 2001).<br />

1.1 INQUÉRITO SOROLÓGICO<br />

Para melhor entendimento <strong>da</strong> dinâmica <strong>da</strong> transmissão <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue nas últimas<br />

déca<strong>da</strong>s, inquéritos populacionais têm sido realizados no Brasil com o objetivo <strong>de</strong><br />

quantificar as taxas <strong>de</strong> <strong>soroprevalência</strong> e compará-las às informações obti<strong>da</strong>s pela<br />

vigilância epi<strong>de</strong>miológica dos respectivos municípios e regiões. Esses inquéritos,<br />

<strong>em</strong>bora não diretamente comparáveis <strong>de</strong>vido ao uso <strong>de</strong> metodologias heterogêneas,<br />

relatam <strong>soroprevalência</strong>s bastante varia<strong>da</strong>s. Na Região Nor<strong>de</strong>ste do Brasil as<br />

prevalências são eleva<strong>da</strong>s: 81,2% na Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> do Recife <strong>em</strong> 2005-2006 (LUNA et al,<br />

2008), 69,0% <strong>em</strong> Salvador no ano <strong>de</strong> 1998 (TEIXEIRA et al, 2003), 44,0% <strong>em</strong><br />

Fortaleza no ano 1994 (VASCONCELOS et al, 1998) e 41,5% <strong>em</strong> São Luís no ano <strong>de</strong><br />

1996 (VASCONCELOS et al, 1999). No Su<strong>de</strong>ste, uma prevalência <strong>de</strong> 24,9% e 44,5%<br />

foram observa<strong>da</strong>s no Rio <strong>de</strong> Janeiro nos anos <strong>de</strong> 1986 e 1987 respectivamente<br />

(FIGUEIREDO et al, 1990). Um estudo observou uma prevalência menor no ano <strong>de</strong><br />

2000 <strong>em</strong> Belo Horizonte, <strong>de</strong> 23,3% (CUNHA et al, 2008), enquanto que outros autores<br />

en<strong>contra</strong>ram <strong>soroprevalência</strong> <strong>de</strong> 29,5% <strong>em</strong> Goiânia no ano <strong>de</strong> 2001, no Centro-Oeste do<br />

país (SIQUEIRA et al, 2004).


19<br />

Sendo assim um inquérito sorológicos para quantificar casos ocorridos <strong>em</strong> uma<br />

epi<strong>de</strong>mia e <strong>de</strong>tectar a circulação <strong>de</strong> um novo sorotipo (NOGUEIRA et al, 2001) são<br />

importantes para estudos epi<strong>de</strong>miológicos. Um inquérito sorológico po<strong>de</strong> aju<strong>da</strong>r a<br />

<strong>de</strong>monstrar casos <strong>de</strong> supernotificação nos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, como no caso <strong>de</strong> estudo<br />

realizado <strong>em</strong> Ipupiara, Bahia <strong>em</strong> 1995, <strong>em</strong> que muitos casos febris, <strong>de</strong>vidos a outras<br />

doenças infecciosas, foram notificados como <strong>de</strong>ngue (VASCONCELOS et al, 2000), e<br />

também o inverso que seria os casos <strong>de</strong> subnotificação como <strong>de</strong>monstrado <strong>em</strong> um<br />

estudo realizado <strong>em</strong> Fortaleza, Ceará <strong>em</strong> 1994, que houve uma discrepância entre o<br />

número <strong>de</strong> casos notificados (32.000) e o estimado pelo inquérito (660.000). Esta<br />

gran<strong>de</strong> diferença resultou na ocasião do fato <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue não ser doença <strong>de</strong> notificação<br />

compulsória (VASCONSELOS et al, 1998).<br />

Outros casos <strong>de</strong> subnotificação foram en<strong>contra</strong>dos nas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Salvador no<br />

ano <strong>de</strong> 1998 e Belo Horizonte no ano <strong>de</strong> 2000. No caso <strong>de</strong> Salvador foram<br />

surpreen<strong>de</strong>ntes os elevados valores en<strong>contra</strong>dos <strong>de</strong> <strong>soroprevalência</strong> (69%) e,<br />

particularmente, <strong>da</strong> incidência (71%) <strong>de</strong> infecções pelos vírus <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue, tendo <strong>em</strong> vista<br />

o curto período <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po, cerca <strong>de</strong> quatro anos, <strong>de</strong>corrido entre a introdução <strong>de</strong>sse<br />

agente <strong>em</strong> Salvador e a realização do estudo. O total acumulado <strong>de</strong> casos registrados <strong>em</strong><br />

Salvador pelo sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> vigilância epi<strong>de</strong>miológica, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>da</strong> epi<strong>de</strong>mia até a<br />

realização do segundo inquérito, não ultrapassou 30 mil notificações (TEIXEIRA et al,<br />

2003).<br />

Em Belo Horizonte o número <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue notificados pela vigilância<br />

epi<strong>de</strong>miológica do Município <strong>de</strong> Belo Horizonte- MG, entre 1996 e 2000, nos três<br />

Distritos Sanitários usados no estudo, foi <strong>de</strong> 30.581, enquanto o inquérito <strong>de</strong><br />

<strong>soroprevalência</strong> <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue no município <strong>de</strong> Belo Horizonte estimou 167.000 indivíduos


20<br />

infectados, o que equivale a uma soropositivi<strong>da</strong><strong>de</strong> média 5,4 vezes mais eleva<strong>da</strong> que a<br />

dos casos notificados (CUNHA et al, 2008).<br />

Outro aspecto importante também é a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> áreas que apresentam<br />

maior risco <strong>de</strong> vir a sofrer epi<strong>de</strong>mias <strong>de</strong> febre h<strong>em</strong>orrágica <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue<br />

(VASCONSELOS et al, 1999). Por sua vez, a distribuição dos riscos <strong>de</strong> exposição às<br />

infecções pelos vírus <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue, <strong>em</strong> relação às distintas situações sociais e econômicas<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, ain<strong>da</strong> é uma questão controversa e que têm sido relaciona<strong>da</strong> tanto a<br />

áreas on<strong>de</strong> resi<strong>de</strong>m populações sob precárias condições <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> quanto àquelas <strong>em</strong><br />

situações mais favoráveis (MEDRONHO, 1995; VASCONSELOS et al, 1998).<br />

Neste sentido, um melhor entendimento <strong>da</strong> dinâmica <strong>de</strong> transmissão <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue,<br />

po<strong>de</strong> contribuir para a construção <strong>de</strong> programas mais eficientes <strong>de</strong> controle <strong>da</strong> doença.


21<br />

2 OBJETIVOS<br />

2.1 OBJETIVO GERAL<br />

Analisar a distribuição <strong>da</strong> <strong>soroprevalência</strong> <strong>de</strong> <strong>anticorpos</strong> <strong>contra</strong> a <strong>de</strong>ngue <strong>em</strong><br />

funcionários e alunos do Sesc/Senac - Rio e sua correlação com variáveis<br />

<strong>de</strong>mográficas e sócio-econômicas.<br />

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS<br />

• Estimar a <strong>soroprevalência</strong> <strong>de</strong> <strong>anticorpos</strong> <strong>contra</strong> a <strong>de</strong>ngue nesta população.<br />

• Conhecer a distribuição <strong>da</strong> <strong>soroprevalência</strong> segundo características individuais e<br />

sócio-econômicas.<br />

• I<strong>de</strong>ntificar as diferenças <strong>de</strong>mográficas e sócio-econômicas entre soropositivos e<br />

soronegativos.


22<br />

3. MÉTODOS<br />

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTUDO<br />

O Sesc Rio, Serviço Social do Comércio, é parte integrante do Sist<strong>em</strong>a<br />

Fecomércio-RJ, composto também por Fecomércio-RJ e Senac Rio. É referência nas<br />

áreas <strong>de</strong> Cultura, Educação Social, Esporte/Lazer, Saú<strong>de</strong> e Turismo Social. Aten<strong>de</strong><br />

prioritariamente aos trabalhadores do comércio <strong>de</strong> bens e serviços e seus <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes,<br />

além <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, oferecendo suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e serviços a preços diferenciados.<br />

Des<strong>de</strong> sua criação, <strong>em</strong> 1946, abriu 22 uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s operacionais no estado do Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro tanto na capital quanto no interior: Arte Sesc, Espaço Sesc, Copacabana, Tijuca,<br />

Ginástico, Santa Luzia Madureira, Ramos, Engenho <strong>de</strong> Dentro, São João <strong>de</strong> Meriti,<br />

Duque <strong>de</strong> Caxias, Nova Iguaçu, Nogueira, Quitandinha, Teresópolis, Nova Friburgo,<br />

Três Rios, Barra Mansa, São Gonçalo, Niterói, Campos e Banco Rio <strong>de</strong> Alimentos.<br />

Criado no mesmo ano do Sesc, o Senac Rio é uma instituição <strong>de</strong> educação<br />

profissionalizante. Presente <strong>em</strong> 39 uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino: Centro Politécnico, Facul<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Senac Rio, Restaurante Downtown, Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Angra dos Reis, Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Barra, Uni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Barra do Piraí, Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Barra Mansa, Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Bonsucesso, Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Botafogo,<br />

Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Cabo Frio, Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Campos, Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Copacabana, Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Duque <strong>de</strong> Caxias,<br />

Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Irajá, Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Itaguaí, Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Itaocara, Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Itaperuna, Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Macaé I,<br />

Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Macaé II, Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Madureira, Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Marechal Floriano, Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Miguel<br />

Pereira, Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Mirac<strong>em</strong>a, Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Niterói, Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Nova Friburgo, Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Nova<br />

Iguaçu I, Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Nova Iguaçu II, Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Paraíba do Sul, Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Petrópolis,<br />

Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Posto Escola, Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Resen<strong>de</strong>, Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Rio <strong>da</strong>s Ostras, Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Santo<br />

Antônio <strong>de</strong> Pádua, Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> São Gonçalo, Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> São João <strong>de</strong> Meriti, Uni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Teresópolis, Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Três Rios e Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Volta Redon<strong>da</strong>.


23<br />

A instituição atua <strong>em</strong> diversas áreas, oferecendo cursos <strong>de</strong> qualificação técnica,<br />

graduação, pós-graduação, especialização e programas <strong>de</strong> educação à distância<br />

3.2 TIPO DE ESTUDO<br />

O estudo foi do tipo seccional. As informações obti<strong>da</strong>s refer<strong>em</strong>-se ao mesmo<br />

momento, e os indivíduos são selecionados <strong>de</strong> uma fração <strong>da</strong> população fonte. No caso<br />

<strong>de</strong>ste estudo, os indivíduos foram selecionados <strong>de</strong> um ca<strong>da</strong>stro dos clientes e<br />

colaboradores <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s do Serviço Nacional <strong>de</strong> Aprendizag<strong>em</strong> Comercial (Senac) e<br />

Serviço Social do Comércio (Sesc) do Rio <strong>de</strong> Janeiro. A escolha <strong>da</strong> população fonte se<br />

<strong>de</strong>ve ao fato <strong>de</strong>ste estudo ter sido parcialmente financiado pelo Sesc/Senac on<strong>de</strong> estes se<br />

propuseram a disponibilizar um ca<strong>da</strong>stro <strong>de</strong> clientes e colaboradores e a centralizar as<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos nas suas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

3.3 AMOSTRAGEM<br />

3.3.1 Tamanho <strong>da</strong> amostra<br />

A população alvo compreen<strong>de</strong> os funcionários e alunos do Senac Rio e Sesc Rio.<br />

No Rio <strong>de</strong> Janeiro, a distribuição dos locais <strong>de</strong> residência dos funcionários e alunos<br />

ativos não se aproxima <strong>da</strong> distribuição dos cariocas, <strong>em</strong>bora se observe moradores <strong>em</strong><br />

praticamente todos os bairros do município do Rio <strong>de</strong> Janeiro e <strong>em</strong> diversas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s do<br />

seu entorno.<br />

Para o cálculo do tamanho <strong>da</strong> amostra, tomar-se-á como base a população alvo<br />

do Senac e do Sesc do Rio <strong>de</strong> Janeiro, que totaliza 5.942 indivíduos. Presumindo uma


24<br />

prevalência <strong>de</strong> soropositivi<strong>da</strong><strong>de</strong> para a <strong>de</strong>ngue (qualquer sorotipo) <strong>em</strong> torno <strong>de</strong> 40% e<br />

consi<strong>de</strong>rando um erro <strong>de</strong> 1,7% e uma confiança <strong>de</strong> 95%, a expressão 1<br />

n =<br />

z<br />

2<br />

α 2<br />

2<br />

ε ( N −1)<br />

+ z<br />

NP(1<br />

− P)<br />

2<br />

α 2<br />

P(1<br />

− P)<br />

conduz a um tamanho amostral <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 2.076<br />

indivíduos.<br />

3.3.2 Estratégia <strong>de</strong> seleção<br />

Investigação epi<strong>de</strong>miológica <strong>de</strong>sta natureza e magnitu<strong>de</strong> constitu<strong>em</strong> comumente<br />

um processo complexo, tanto tecnicamente quanto logisticamente. Entretanto, <strong>da</strong><strong>da</strong> a<br />

disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um ca<strong>da</strong>stro dos funcionários e alunos e a centralização <strong>da</strong>s<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos nas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s do Senac e Sesc, a seleção aleatória simples<br />

constituiu uma estratégia tecnicamente mais simples e operacionalmente viável. A<br />

expectativa foi que a amostra seleciona<strong>da</strong> reproduzisse as características <strong>da</strong> população<br />

<strong>de</strong> colaboradores e clientes s<strong>em</strong> a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> estratos a priori.<br />

As uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s cont<strong>em</strong>pla<strong>da</strong>s para o estudo compreen<strong>de</strong>m: Madureira, Irajá,<br />

Campo Gran<strong>de</strong>, Marechal Floriano, Santa Luzia, Copacabana, Barra <strong>da</strong> Tijuca,<br />

Bonsucesso, Duque <strong>de</strong> Caxias, Teresópolis, Nova Friburgo, São Gonçalo, Três Rios,<br />

Niterói, Barra Mansa, Nova Iguaçu, Petrópolis e Resen<strong>de</strong>.<br />

3.4 COLETA, PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS<br />

A coleta dos <strong>da</strong>dos ficou a cargo do Sesc e Senac, tendo sido realizado um<br />

trabalho <strong>de</strong> campo que compreen<strong>de</strong>u aplicação <strong>de</strong> questionário e coleta <strong>de</strong> material<br />

biológico (soro), após assinatura do Termo <strong>de</strong> Consentimento Livre e Esclarecido<br />

1 on<strong>de</strong> P=prevalência presumi<strong>da</strong>; ε=erro absoluto; N é o tamanho <strong>da</strong> população; e z α/2 é o valor <strong>da</strong><br />

distribuição normal reduzi<strong>da</strong>, que para uma confiança <strong>de</strong> 95% é igual a 1,96


25<br />

(anexo 3) pelos adultos e responsáveis no caso <strong>de</strong> menor <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, que foram<br />

convi<strong>da</strong>dos a participar do estudo a partir do sorteio <strong>de</strong> uma amostra aleatória simples<br />

entre os clientes e colaboradores do Sesc/Senac do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

O questionário (anexo 2) envolveu coleta <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos sócio-econômicos como<br />

profissão, cor <strong>da</strong> pele, grau <strong>de</strong> instrução, bens duráveis no domicilio, saneamento<br />

ambiental como abastecimento <strong>de</strong> água, armazenamento <strong>de</strong> água e coleta <strong>de</strong> lixo e<br />

história prévia <strong>de</strong> infecção por <strong>de</strong>ngue.<br />

Uma nova variável foi cria<strong>da</strong> para a análise dos <strong>da</strong>dos a partir <strong>da</strong> história prévia<br />

<strong>de</strong> infecção por <strong>de</strong>ngue dos indivíduos (anexo 2). Esta variável foi cria<strong>da</strong> para verificar<br />

a veraci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s informações relata<strong>da</strong>s pelos indivíduos quando questionados pelo<br />

entrevistador se tiveram <strong>de</strong>ngue na epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 2007/2008 ou <strong>em</strong> alguma <strong>da</strong>s epi<strong>de</strong>mias<br />

já ocorri<strong>da</strong>s antes <strong>de</strong> 2007/2008. Sendo assim a nova variável chama<strong>da</strong> <strong>de</strong> veraci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

dos relatos ficou dividi<strong>da</strong> <strong>em</strong>: confirmados (são aqueles indivíduos que tiveram sua<br />

resposta confirma<strong>da</strong> pela sorologia como soropositivos ou soronegativos), falso<br />

positivos (são os indivíduos que relataram ter tido <strong>de</strong>ngue, mas foram soronegativos na<br />

sorologia) e falso negativos (são aqueles indivíduos que relataram não ter tido <strong>de</strong>ngue<br />

mas foram soropositivos na sorologia).<br />

Em relação à variável ren<strong>da</strong>, foram usados dois critérios <strong>de</strong> classificação<br />

utilizados pelo Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e Estatística (IBGE) para dividir a<br />

população <strong>em</strong> classes. No primeiro <strong>de</strong>les a ren<strong>da</strong> familiar dos indivíduos foi classifica<strong>da</strong><br />

por salários mínimos consi<strong>de</strong>rando o valor <strong>de</strong> um salário mínimo igual a 510 reais que<br />

era o valor <strong>em</strong> vigência no último censo realizado pelo IBGE (IBGE, 2010). Sendo<br />

assim a ren<strong>da</strong> foi dividi<strong>da</strong> <strong>da</strong> seguinte forma: até 2 salários, entre 2 e 4 salários, entre 4 e<br />

10 salários, entre 10 e 20 salários e acima <strong>de</strong> 20.


26<br />

O segundo é o Critério <strong>de</strong> Classificação Econômica Brasil. Este critério enfatiza<br />

sua função <strong>de</strong> estimar o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra <strong>da</strong>s pessoas e famílias urbanas, abandonando a<br />

pretensão <strong>de</strong> classificar a população <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> “classes sociais” e sim <strong>em</strong> classes<br />

econômicas. Esta classificação atribui pontos a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> consumo duráveis<br />

(Televisão <strong>em</strong> cores, Rádio, Automóvel, Máquina <strong>de</strong> lavar, Vi<strong>de</strong>ocassete e/ou DVD,<br />

Gela<strong>de</strong>ira e Freezer), Banheiro e Emprega<strong>da</strong> mensalista que o individuo possui. Estes<br />

pontos vão ser somados aos pontos atribuídos ao grau <strong>de</strong> instrução do chefe <strong>de</strong> família e<br />

assim o resultado <strong>de</strong>ste somatório vai inserir esta pessoa <strong>em</strong> uma <strong>da</strong>s seguintes<br />

classificações: E (0 a 7 pontos), D (8 a 13 pontos), C2 (14 a 17 pontos), C1 (18 a 22<br />

pontos), B2 (23 a 28 pontos), B1 (29 a 34 pontos), A2 (35 a 41 pontos) e A1 (42 a 46<br />

pontos).<br />

A coleta do material biológico (soro) foi realiza<strong>da</strong> por técnicos <strong>de</strong> enfermag<strong>em</strong><br />

previamente treinados, cumprindo-se as normas preconiza<strong>da</strong>s <strong>de</strong> biossegurança. Foi<br />

coleta<strong>da</strong> uma alíquota <strong>de</strong> 5 ml <strong>de</strong> sangue, por meio <strong>de</strong> veia periférica, <strong>em</strong> tubo gel (s<strong>em</strong><br />

anticoagulante) e exclusivo para este fim. Os tubos foram i<strong>de</strong>ntificados individualmente<br />

com o nome do sujeito <strong>da</strong> pesquisa, <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> coleta e matrícula, e posteriormente o<br />

sangue foi centrifugado. O material coletado foi enviado para o Laboratório <strong>de</strong> Víroscélula<br />

do Instituto <strong>de</strong> Microbiologia Paulo <strong>de</strong> Góes <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro on<strong>de</strong> foi armazenado a -20°C até a hora do teste. O t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> armazenag<strong>em</strong><br />

variou entre 1 a 3 s<strong>em</strong>anas, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> que era entregue.<br />

A i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> <strong>anticorpos</strong> <strong>contra</strong> o vírus <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue foi feita através do<br />

método <strong>de</strong> ELISA (Enzyme-Linked ImmunoSorbent Assay) utilizando equipamento<br />

automatizado leitor <strong>de</strong> Microplacas <strong>da</strong> BioRad Mo<strong>de</strong>lo 3550 <strong>de</strong> acordo com<br />

especificações do fabricante do Kit para ELISA <strong>da</strong> PANBIO. O método ELISA se<br />

baseia na interação anticorpo-antígeno que é utilizado para realizar o teste ELISA. Este


27<br />

último é um teste imunoenzimático que permite a <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> <strong>anticorpos</strong> específicos no<br />

plasma sanguíneo. Os resultados dos exames foram consi<strong>de</strong>rados <strong>de</strong> forma qualitativa:<br />

positivo, negativo ou in<strong>de</strong>terminado (anexo 1).<br />

Os <strong>da</strong>dos foram digitados no programa EpiInfo 3.5.1. e analisados no programa<br />

SPSS 18.0 e OpenEpi 2.3.1. A análise envolveu estatística bivaria<strong>da</strong> utilizando-se como<br />

<strong>de</strong>sfecho a soropositivi<strong>da</strong><strong>de</strong> ou não para <strong>anticorpos</strong> <strong>contra</strong> a <strong>de</strong>ngue. Para a diferença <strong>de</strong><br />

proporções, utilizou-se o teste X². O nível <strong>de</strong> significância estatística consi<strong>de</strong>rado foi o<br />

<strong>de</strong> 5%.<br />

3.5 ASPECTOS ÉTICOS<br />

O trabalho <strong>de</strong> campo envolveu entrevista e coleta <strong>de</strong> sangue <strong>de</strong> adultos para<br />

<strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> <strong>anticorpos</strong> <strong>contra</strong> o vírus <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue, após assinatura do Termo <strong>de</strong><br />

Consentimento Livre e Esclarecido (anexo 3). Esses adultos foram convi<strong>da</strong>dos a<br />

participar<strong>em</strong> do estudo a partir do sorteio <strong>de</strong> uma amostra aleatória simples entre os<br />

clientes e colaboradores do Sesc/Senac do Rio <strong>de</strong> Janeiro. A coleta e a entrevista foram<br />

realiza<strong>da</strong>s por técnicos <strong>de</strong> enfermag<strong>em</strong> treinados para tal ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>. O pesquisador<br />

principal se responsabiliza pelo sigilo e confi<strong>de</strong>nciali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos resultados dos exames,<br />

<strong>da</strong>s informações e do banco <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos.<br />

Os resultados dos exames (anexo 1) foram entregues aos participantes do estudo,<br />

garantindo-se a sua confi<strong>de</strong>nciali<strong>da</strong><strong>de</strong> e sigilo. Ca<strong>da</strong> resultado cont<strong>em</strong> a seguinte<br />

explicação:<br />

• “Resultado positivo significa contato com pelo menos um tipo do vírus <strong>da</strong><br />

<strong>de</strong>ngue”.


28<br />

• “Resultado negativo significa que não houve contato com nenhum tipo do vírus<br />

<strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue”.<br />

• “Resultado in<strong>de</strong>terminado significa que não foi possível <strong>de</strong>terminar se houve ou<br />

não contato com algum tipo do vírus <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue”.<br />

Foi também disponibilizado um e-mail para contato e esclarecimento <strong>de</strong><br />

eventuais dúvi<strong>da</strong>s, que foram respondi<strong>da</strong>s pela equipe técnica <strong>da</strong> pesquisa.<br />

Todos os <strong>da</strong>dos coletados foram armazenados <strong>em</strong> banco <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos eletrônicos<br />

acessível exclusivamente através <strong>de</strong> senha e mantido sob controle do pesquisador<br />

principal. Os documentos <strong>em</strong> mídia e papel foram igualmente arquivados e mantidos<br />

sob sigilo, também sob a guar<strong>da</strong> do pesquisador principal.<br />

Os benefícios previstos a partir <strong>da</strong> pesquisa consist<strong>em</strong>, por um lado, <strong>em</strong><br />

possibilitar um conhecimento mais aprofun<strong>da</strong>do sobre a dinâmica <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ngue subsidiando políticas <strong>de</strong> controle <strong>da</strong> doença. Do ponto <strong>de</strong> vista do sujeito <strong>da</strong><br />

pesquisa, ele t<strong>em</strong> acesso ao resultado do exame e, portanto, ao conhecimento <strong>de</strong> já ter<br />

sido ou não infectado pelo vírus <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue.<br />

Não há conflitos <strong>de</strong> interesses, e o estudo foi financiado pelo Sesc/Senac que<br />

t<strong>em</strong> participado dos esforços <strong>de</strong> combate à doença através <strong>de</strong> diversas iniciativas.<br />

Este projeto foi aprovado pelo Comitê <strong>de</strong> Ética <strong>em</strong> Pesquisa - CEP do Instituto<br />

<strong>de</strong> Estudos <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Coletiva. Número do processo 40/2009.


29<br />

4 RESULTADOS<br />

Foram coletados 2032 soros <strong>em</strong> 18 uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s do Senac e Sesc do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

Dentre estes foram analisados os soros <strong>de</strong> 1904 indivíduos, pois somente foram<br />

consi<strong>de</strong>rados para a análise, aqueles indivíduos negativos e positivos na sorologia. Os<br />

rejeitados por probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong> transporte, não localizados e resultados in<strong>de</strong>terminados<br />

foram excluídos <strong>da</strong> análise, tendo assim uma per<strong>da</strong> <strong>de</strong> 128 (6,3%) indivíduos. Do total<br />

<strong>de</strong> 1904 soros ananlisados, 994 (52,2%) apresentaram positivi<strong>da</strong><strong>de</strong> no teste. 60,9% <strong>da</strong><br />

população <strong>de</strong> estudo resi<strong>de</strong> no município do Rio <strong>de</strong> Janeiro, conforme tabela 1.<br />

Tabela 1 – Frequência <strong>de</strong> indivíduos por ci<strong>da</strong><strong>de</strong> on<strong>de</strong> resi<strong>de</strong>m.<br />

INDIVÍDUOS<br />

CIDADE N %<br />

RIO DE JANEIRO 1160 60,9<br />

PETRÓPOLIS 89 4,7<br />

NITERÓI 80 4,2<br />

NOVA IGUAÇU 75 3,9<br />

SÃO GONÇALO 70 3,7<br />

RESENDE 66<br />

ITAGUAÍ 54<br />

3,5<br />

2,8<br />

TERESÓPOLIS 54 2,8<br />

DUQUE DE CAXIAS 40 2,1<br />

BELFORD ROXO 31<br />

SÃO JOÃO DE MERITI 24<br />

1,6<br />

1,3<br />

NOVA FRIBURGO 22 1,2<br />

TRÊS RIOS 20<br />

MESQUITA 15<br />

1,1<br />

0,8<br />

PORTO REAL 15 0,8<br />

NILÓPOLIS 14 0,7<br />

ITATIAIA 11 0,6<br />

BARRA MANSA 10 0,5<br />

OUTROS 54 2,8<br />

TOTAL 1904 100,0


30<br />

A distribuição dos indivíduos por bairro no município do Rio <strong>de</strong> Janeiro mostrou<br />

que 8,5% dos indivíduos estu<strong>da</strong>dos resi<strong>de</strong>m no bairro <strong>de</strong> Campo Gran<strong>de</strong>, conforme<br />

tabela 2.<br />

Tabela 2 - Frequência <strong>de</strong> indivíduos <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro por bairro.<br />

INDIVÍDUOS<br />

BAIRRO N %<br />

CAMPO GRANDE 98 8,5<br />

TIJUCA 46 4,0<br />

SANTA CRUZ 41 3,5<br />

COPACABANA 37 3,2<br />

BONSUCESSO 36 3,1<br />

ILHA DO GOVERNADOR 35 3,0<br />

JACAREPAGUA 32 2,8<br />

BANGU 28 2,4<br />

IRAJA 25 2,2<br />

MEIER 25 2,2<br />

OLARIA 23 2,0<br />

REALENGO 21 1,8<br />

RECREIO DOS BANDEIRANTES 20 1,7<br />

BARRA DA TIJUCA 19 1,6<br />

GRAJAU 19 1,6<br />

BOTAFOGO 16 1,4<br />

ROCHA MIRANDA 16 1,4<br />

FLAMENGO 15 1,3<br />

MADUREIRA 15 1,3<br />

TAQUARA 15 1,3<br />

VILA VALQUEIRE 15 1,3<br />

ENGENHO NOVO 14 1,2<br />

PENHA 14 1,2<br />

RAMOS 14 1,2<br />

SANTISSIMO 14 1,2<br />

SENADOR CAMARA 14 1,2<br />

DEL CASTILHO 13 1,1<br />

PAVUNA 13 1,1<br />

OUTROS 466 40,2<br />

TOTAL 1159 100,0


31<br />

A <strong>soroprevalência</strong> dos indivíduos por locali<strong>da</strong><strong>de</strong> mostra que 703 (60,6%) dos<br />

soropositivos estão no município do Rio <strong>de</strong> Janeiro, 150 (56,2%) nos municípios <strong>da</strong><br />

Baixa<strong>da</strong> Fluminense e 141 (29,6%) <strong>em</strong> outros municípios, conforme a tabela 3. Esta<br />

diferença foi estatisticamente significante (p=0, 0001).<br />

Tabela 3 - Soroprevalência dos indivíduos por locali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Locali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Soroprevalência<br />

n %<br />

Total<br />

RIO DE JANEIRO 703 60,6% 1160<br />

BAIXADA FLUMINENSE 150 56,2% 267<br />

OUTROS MUNICÍPIOS 141 29,6% 477<br />

Total 994 52,2% 1904<br />

p = 0,0001<br />

A distribuição <strong>da</strong> <strong>soroprevalência</strong> <strong>de</strong> acordo com o sexo apresentou os seguintes<br />

resultados: 350 (52,4%) homens apresentaram positivi<strong>da</strong><strong>de</strong> no teste. Entre as mulheres<br />

644 (52,1%) apresentaram positivi<strong>da</strong><strong>de</strong> no teste. Não houve diferença significativa <strong>da</strong><br />

soropositivi<strong>da</strong><strong>de</strong> entre sexos (p=0, 903).<br />

A mediana <strong>da</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> foi <strong>de</strong> 33 anos, sendo a mínima <strong>de</strong> 9 e a máxima <strong>de</strong> 80 anos.<br />

A variável i<strong>da</strong><strong>de</strong> foi categoriza<strong>da</strong> <strong>em</strong> 4 faixas etárias: 0 a 19 anos, 20 a 39 anos, 40 a 59<br />

anos e 60 anos ou mais, conforme figura 2, que mostra uma maior frequência <strong>de</strong><br />

indivíduos na faixa <strong>de</strong> 20 a 39 anos. Com a variável categoriza<strong>da</strong> foi feita a correlação<br />

entre i<strong>da</strong><strong>de</strong> e sorologia e verificou-se que entre 0 e 19 anos, 17 (37,0%) indivíduos<br />

tiveram positivi<strong>da</strong><strong>de</strong> no teste, entre 20 e 39 anos 643 (51,0%) indivíduos tiveram<br />

positivi<strong>da</strong><strong>de</strong> no teste, nos indivíduos entre 40 e 59 anos, 309 (56,5%) são soropositivos<br />

e nos indivíduos com mais <strong>de</strong> 60 anos, 24 (53,3%) tiveram positivi<strong>da</strong><strong>de</strong> no teste,


32<br />

conforme a tabela 4. Esta diferença apresentou significância no teste <strong>de</strong> qui-quadrado <strong>de</strong><br />

Mantel-Haenszel (p=0, 012). .<br />

Figura 2 – Distribuição dos indivíduos por faixa etária<br />

Tabela 4 – Soroprevalência dos indivíduos por faixa etária.<br />

Soroprevalência<br />

Faixas etárias n %<br />

Total<br />

0 – 19 anos 17 37,0 46<br />

20 – 39 anos 643 51,0 1261<br />

40 – 59 anos 309 56,5 547<br />

60 anos ou mais 24 53,3 45<br />

p = 0, 012<br />

Total 993 52,3 1899


33<br />

A escolari<strong>da</strong><strong>de</strong> variou entre analfabetos até nível superior completo, sendo<br />

constituí<strong>da</strong> por: 1,1% analfabetos/Primário incompleto, 3,6% com Primário<br />

completo/Ginasial incompleto, 9,8% Ginasial completo/Colegial incompleto, 60,2%<br />

Colegial completo/ Superior incompleto e 25,1% Superior completo.<br />

Dos analfabetos/Primário incompleto, 10 (45,5%) tiveram positivi<strong>da</strong><strong>de</strong> no teste.<br />

Dos indivíduos com Primário completo/Ginasial incompleto, 29 (41,4%) tiveram<br />

positivi<strong>da</strong><strong>de</strong> no teste. Com Ginasial completo/Colegial incompleto, 95 (51,1%) tiveram<br />

positivi<strong>da</strong><strong>de</strong> no teste. Dos <strong>de</strong> Colegial completo/ Superior incompleto, 586 (51,3%)<br />

tiveram positivi<strong>da</strong><strong>de</strong> no teste. Por fim, nos que t<strong>em</strong> Superior completo, 272 (57,1%)<br />

tiveram positivi<strong>da</strong><strong>de</strong> no teste, conforme tabela 5. Esta diferença apresentou significância<br />

no teste <strong>de</strong> qui-quadrado <strong>de</strong> Mantel-Haenszel (p=0,008).<br />

Tabela 5 – Soroprevalência dos indivíduos por escolari<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Soroprevalência<br />

Escolari<strong>da</strong><strong>de</strong> n % Total<br />

Analfabeto/Primário<br />

incompleto<br />

10 45,5 22<br />

Primário completo<br />

/Ginasial incompleto 29 41,4 70<br />

Ginasial<br />

completo/Colegial<br />

incompleto<br />

Colegial<br />

completo/Superior<br />

incompleto<br />

95 51,1 186<br />

586 51,3 1142<br />

Superior completo<br />

Total<br />

p = 0,008<br />

272 57,1 476<br />

992 52,3 1896


34<br />

Dividindo-se a ren<strong>da</strong> dos indivíduos por salários mínimos <strong>em</strong> 5 categorias e<br />

correlacionando com a resposta sorológica, observa-se que: 216 (51,7%) dos<br />

soropositivos ganham até 2 salários mínimos, 309 (50,1%) ganham entre 2 e 4 salários<br />

mínimos, 309 (54,5%) ganham entre 4 e 10 salários mínimos, 127 (53,4%) ganham<br />

entre 10 e 20 salários mínimos e 16 (47,1%) ganham acima <strong>de</strong> 20 salários mínimos,<br />

conforme tabela 6. Esta diferença não apresentou significância no teste <strong>de</strong> qui-quadrado<br />

<strong>de</strong> Mantel-Haenszel (p=0,484).<br />

Tabela 6 – Soroprevalência dos indivíduos por ren<strong>da</strong><br />

Salário Mínimo<br />

Soroprevalência<br />

n % TOTAL<br />

Até 2 s.m. 216 51,7% 418<br />

Entre 2 e 4 s.m. 309 50,1% 617<br />

Entre 4 e 10 s.m. 309 54,5% 567<br />

Entre 10 e 20 s.m. 127 53,4% 238<br />

Acima <strong>de</strong> 20 s.m. 16 47,1% 34<br />

p = 0,484<br />

Total 977 52,1 1874


35<br />

A <strong>soroprevalência</strong> dos indivíduos por classe econômica mostra que: 3 (27,3%)<br />

dos soropositivos estão classificados na classe E, 8 (47,1%) estão na classe D, 63<br />

(47,4%) estão na classe C2, 290 (49,7%) estão na classe C1, 370 (54,3%) estão na<br />

classe B2, 183 (55,3%) estão na classe B1, 72 (53,3%) estão na classe A2 e 5 (41,7%)<br />

estão na classe A1, conforme a tabela 7. Esta diferença apresentou significância no teste<br />

<strong>de</strong> qui-quadrado <strong>de</strong> Mantel-Haenszel (p=0,041).<br />

Tabela 7 – Soroprevalência dos indivíduos por classe econômica<br />

Classes econômicas<br />

Soroprevalência<br />

n %<br />

Total<br />

E 3 27,3 11<br />

D 8 47,1 17<br />

C2 63 47,4 133<br />

C1 290 49,7 583<br />

B2 370 54,3 682<br />

B1 183 55,3 331<br />

A2 72 53,3 135<br />

A1 5 41,7 12<br />

p = 0,041<br />

Total 994 52,2 1904<br />

Entre os indivíduos que afirmaram ter tido <strong>de</strong>ngue na epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong><br />

2007/2008, houve significância estatística nas variáveis dor abdominal, sangramento<br />

espontâneo, hipotensão e exant<strong>em</strong>a quando correlacionados com a sorologia, conforme<br />

tabela 8.


36<br />

Tabela 8 - Frequência <strong>de</strong> sinais e sintomas <strong>em</strong> indivíduos e resposta sorológica positiva<br />

e negativa para <strong>de</strong>ngue na epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 2007/2008.<br />

Sinais e sintomas<br />

INDIVÍDUOS COM RESPOSTA SOROLÓGICA NA EPIDEMIA DE<br />

2007/2008<br />

Positiva<br />

Negativa<br />

n % n % Valor <strong>de</strong> p<br />

FEBRE<br />

VOMITO<br />

DIARREIA<br />

DOR ABDOMINAL<br />

SANGRAMENTO<br />

ESPONTÂNEO<br />

HIPOTENSÃO<br />

CHOQUE<br />

CEFALÉIA<br />

ARTRALGIA<br />

MIALGIA<br />

EXANTEMA<br />

DOR RETRO-<br />

P 82 68,3 38 31,7<br />

A 5 71,4 2 28,6<br />

P 34 68,0 16 32,0<br />

A 49 67,1 24 32,9<br />

P 24 63,2 14 36,8<br />

A 53 67,1 26 32,9<br />

P 39 78,0 11 22,0<br />

A 41 58,6 29 41,4<br />

P<br />

A<br />

10 90,9 1 9,1<br />

69 63,9 39 36,1<br />

P 32 84,2 6 15,8<br />

A 42 59,2 29 40,8<br />

P 1 100,0 0 0<br />

A 61 63,5 35 36,5<br />

P 82 69,5 36 30,5<br />

A 4 50,0 4 50,0<br />

P 67 67,7 32 32,3<br />

A 16 66,7 8 33,3<br />

P 80 67,8 38 32,2<br />

A 7 77,8 2 22,2<br />

P 45 77,6 13 22,4<br />

A 37 60,7 24 39,3<br />

P 60 71,4 24 28,6<br />

ORBITAL A 21 56,8 16 43,2<br />

NAUSEA<br />

OUTROS<br />

P 48 70,6 20 29,4<br />

A 35 63,6 20 36,4<br />

P 19 79,2 5 20,8<br />

A 34 66,7 17 33,3<br />

P – Presente<br />

A – Ausente<br />

Negrito: Estatisticamente significante<br />

0,864<br />

0,919<br />

0,675<br />

0,026<br />

0,071<br />

0,008<br />

0,450<br />

0,252<br />

0,924<br />

0,534<br />

0,046<br />

0,114<br />

0,413<br />

0,267


37<br />

Entre os indivíduos que afirmaram ter tido <strong>de</strong>ngue <strong>em</strong> epi<strong>de</strong>mias que ocorreram<br />

antes <strong>da</strong> epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 2007/2008, não houve significância estatística <strong>em</strong> nenhum dos<br />

sinais e sintomas quando correlacionados com a sorologia, conforme tabela 9.<br />

Tabela 9 - Frequência <strong>de</strong> sinais e sintomas <strong>em</strong> indivíduos e resposta sorológica positiva<br />

e negativa para <strong>de</strong>ngue antes <strong>da</strong> epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 2007/2008.<br />

Sinais e sintomas<br />

INDIVÍDUOS COM RESPOSTA SOROLÓGICA ANTES DE 2007/2008<br />

Positiva<br />

Negativa<br />

n % n % Valor <strong>de</strong> p<br />

FEBRE<br />

VOMITO<br />

DIARREIA<br />

DOR ABDOMINAL<br />

SANGRAMENTO<br />

ESPONTANEO<br />

P – Presente<br />

A – Ausente<br />

HIPOTENSÃO<br />

CHOQUE<br />

CEFALÉIA<br />

ARTRALGIA<br />

MIALGIA<br />

EXANTEMA<br />

DOR RETRO-<br />

P 270 67,2 132 32,8<br />

A 5 50,0 5 50,0<br />

P 124 66,7 62 33,3<br />

A 127 64,1 71 35,9<br />

P 99 66,9 49 33,1<br />

A 145 66,5 73 33,5<br />

P 106 66,7 53 33,3<br />

A 140 64,8 76 35,2<br />

P<br />

A<br />

13 76,5 4 23,5<br />

240 65,6 126 34,4<br />

P 82 70,1 35 29,9<br />

A 132 65,0 71 35,0<br />

P 3 100 0 0<br />

A 197 65,9 102 34,1<br />

P 257 67,1 126 32,9<br />

A 12 57,1 9 42,9<br />

P 218 66,1 112 33,9<br />

A 41 64,1 23 35,9<br />

P 268 67,2 131 32,8<br />

A 7 58,3 5 41,7<br />

P 102 68,9 46 31,1<br />

A 151 64,0 85 36,0<br />

P 185 67,0 91 33,0<br />

ORBITAL A 66 61,7 41 38,3<br />

NAUSEA<br />

OUTROS<br />

P 164 66,4 83 33,6<br />

A 87 63,5 50 36,5<br />

P 33 70,2 14 29,8<br />

A 128 65,3 68 34,7<br />

0,255<br />

0,603<br />

0,940<br />

0,709<br />

0,354<br />

0,354<br />

0,214<br />

0,346<br />

0,758<br />

0,522<br />

0,321<br />

0,323<br />

0,568<br />

0,523


38<br />

Entre os sinais e sintomas relatados pelos indivíduos que <strong>de</strong>clararam ter tido<br />

<strong>de</strong>ngue <strong>em</strong> pelo menos uma <strong>da</strong>s epi<strong>de</strong>mias que já ocorreram, somente sangramento<br />

espontâneo e dor retro-orbital apresentaram significância estatística, conforme tabela<br />

10.<br />

Tabela 10 - Frequência <strong>de</strong> sinais e sintomas <strong>em</strong> indivíduos e resposta sorológica<br />

positiva e negativa para <strong>de</strong>ngue <strong>em</strong> to<strong>da</strong>s as epi<strong>de</strong>mias já ocorri<strong>da</strong>s.<br />

Sinais e sintomas<br />

INDIVÍDUOS COM RESPOSTA SOROLÓGICA<br />

Positiva<br />

Negativa<br />

n % n % Valor <strong>de</strong> p<br />

FEBRE<br />

VOMITO<br />

DIARREIA<br />

DOR ABDOMINAL<br />

SANGRAMENTO<br />

ESPONTANEO<br />

HIPOTENSÃO<br />

CHOQUE<br />

CEFALÉIA<br />

ARTRALGIA<br />

MIALGIA<br />

EXANTEMA<br />

DOR RETRO-ORBITAL<br />

NAUSEA<br />

OUTROS<br />

P 323 97,0 169 94,4<br />

A 10 3,0 10 5,6<br />

P 142 46,6 76 43,4<br />

A 163 53,4 99 56,6<br />

P 109 37,3 61 37,7<br />

A 183 62,7 101 62,3<br />

P 129 43,7 62 36,7<br />

A 166 56,3 107 63,3<br />

P 18 6,0 4 2,3<br />

A 283 94,0 167 97,7<br />

P 93 36,3 40 28,2<br />

A 163 63,7 102 71,8<br />

P 3 1,3 0 0<br />

A 235 98,7 140 100,0<br />

P 308 95,1 162 91,5<br />

A 16 4,9 15 8,5<br />

P 261 83,4 144 81,4<br />

A 52 16,6 33 18,6<br />

P 320 96,1 170 95,0<br />

A 13 3,9 9 5,0<br />

P 125 68,7 57 31,3<br />

A 178 61,2 113 38,8<br />

P 221 66,2 113 33,8<br />

A 81 57,0 61 43,0<br />

P 185 65,1 99 34,9<br />

A 117 60,9 75 39,1<br />

P 42 21,6 19 17,8<br />

0,150<br />

0,508<br />

0,945<br />

0,138<br />

0,071<br />

0,098<br />

0,182<br />

0,116<br />

0,569<br />

0,550<br />

0.098<br />

0,059<br />

0,350<br />

0,421<br />

A 152 78,4 88 82,2<br />

P – Presente<br />

A – Ausente<br />

Negrito: Estatisticamente significante


39<br />

Em relação ao histórico <strong>de</strong> infecção por <strong>de</strong>ngue dos indivíduos, <strong>em</strong> alguma <strong>da</strong>s<br />

epi<strong>de</strong>mias que ocorreram no Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro, 87 (17,2%) <strong>de</strong>clararam ter<br />

<strong>de</strong>senvolvido a doença durante a epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 2007/2008, 373 (73,8%) respon<strong>de</strong>ram ter<br />

<strong>de</strong>senvolvido a doença <strong>em</strong> alguma <strong>da</strong>s epi<strong>de</strong>mias que ocorreram antes <strong>da</strong> epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong><br />

2007/2008 e 45 (9%) <strong>de</strong>clararam ter tido <strong>de</strong>ngue não só na epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 2007/2008<br />

como também <strong>em</strong> outras epi<strong>de</strong>mias que aconteceram antes.<br />

Ao se correlacionar este histórico com a sorologia dos indivíduos observa-se que<br />

90 (68,2%) dos que <strong>de</strong>clararam ter <strong>de</strong>senvolvido a doença durante a epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong><br />

2007/2008 foram confirmados como soropositivos (Tabela 11) e 279 (66,7%) dos que<br />

respon<strong>de</strong>ram ter <strong>de</strong>senvolvido a doença <strong>em</strong> alguma <strong>da</strong>s epi<strong>de</strong>mias que ocorreram antes<br />

<strong>da</strong> epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 2007/2008 tiveram positivi<strong>da</strong><strong>de</strong> na sorologia (Tabela 12). Por outro<br />

lado, 50,3% dos indivíduos que afirmaram ter tido <strong>de</strong>ngue na epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 2007/2008 e<br />

47.4% dos indivíduos que relataram ter tido <strong>de</strong>ngue antes <strong>da</strong> epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 2007/2008<br />

foram soronegativos, conforme tabelas 13 e 14. Nas duas correlações houve diferença<br />

estatisticamente significante (p=0,0001).<br />

Tabela 11 - Distribuição entre resposta sorológica e relato <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue na epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong><br />

2007/2008.<br />

Dengue na epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 2007/2008<br />

Resposta sorológica<br />

Positivo Negativo Total<br />

Sim<br />

Não<br />

Total<br />

p = 0, 0001<br />

N 90 42 132<br />

% 68,2 31,8 100,0<br />

N 867 856 1723<br />

% 50,3 49,7 100,0<br />

N 898 957 1855<br />

% 48,4 51,6 100,0


40<br />

Tabela 12 - Distribuição entre resposta sorológica e relato <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue antes <strong>da</strong> epi<strong>de</strong>mia<br />

<strong>de</strong> 2007/2008.<br />

Dengue antes <strong>da</strong> epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong><br />

2007/2008<br />

Resposta sorológica<br />

Positivo Negativo Total<br />

Total<br />

Sim<br />

Não<br />

N 279 139 418<br />

% 66,7 33,3 100,0<br />

N 654 727 1381<br />

% 47,4 52,6 100,0<br />

N 866 933 1799<br />

% 48,1 51,9 100,0<br />

p = 0, 0001<br />

Ao selecionar as pessoas que <strong>de</strong>clararam ter tido <strong>de</strong>ngue <strong>em</strong> pelo menos uma <strong>da</strong>s<br />

epi<strong>de</strong>mias e sua resposta sorológica observa-se que 591 (46,2%) pessoas que <strong>de</strong>clararam<br />

não ter tido <strong>de</strong>ngue <strong>em</strong> nenhuma <strong>da</strong>s epi<strong>de</strong>mias foram positivas na sorologia e 174<br />

(34,5%) <strong>da</strong>s que <strong>de</strong>clararam ter tido foram negativas, conforme tabela 13.<br />

Tabela 13 – Distribuição entre pessoas com relato <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue <strong>em</strong> pelo menos uma <strong>da</strong>s<br />

epi<strong>de</strong>mias e resposta sorológica<br />

Dengue <strong>em</strong> pelo menos<br />

uma <strong>da</strong>s epi<strong>de</strong>mias<br />

Resposta sorológica<br />

Positivo Negativo Total<br />

Presente<br />

Ausente<br />

N 331 174 505<br />

% 65,5 34,5 100,0<br />

N 591 689 1280<br />

% 46,2 53,8 100,0<br />

N 922 863 1785<br />

Total % 51,7 48,3 100,0<br />

p = 0,0001<br />

Ao se analisar a veraci<strong>da</strong><strong>de</strong> dos relatos dos indivíduos verificou-se que 1020<br />

(57,1%) indivíduos que <strong>de</strong>clararam ter ou não ter <strong>de</strong>ngue <strong>em</strong> qualquer uma <strong>da</strong>s<br />

epi<strong>de</strong>mias, tiveram seu diagnóstico confirmado na sorologia, enquanto 591 (33,1%)<br />

foram falso negativo e 174 (9,7%) foram falso positivo.


41<br />

Correlacionando a veraci<strong>da</strong><strong>de</strong> dos relatos com a variável sexo observou-se que<br />

345 (33,8%) dos homens e 675 (66,2%) <strong>da</strong>s mulheres tiveram seus resultados<br />

confirmados, 69 (39,7%) dos homens e 105 (60,3%) <strong>da</strong>s mulheres foram falso positivos<br />

e 220 (37,2%) dos homens e 371 (62,8%) <strong>da</strong>s mulheres são falso negativos, conforme<br />

tabela 14.<br />

Fazendo a mesma correlação com a variável “indivíduos que foram<br />

diagnosticados clinicamente por médico” <strong>em</strong> qualquer uma <strong>da</strong>s epi<strong>de</strong>mias observou-se<br />

que 285 (66,3%) tiveram diagnóstico médico correto, 145 (33,7%) foram falso positivos<br />

e nenhum individuo foi falso negativo, conforme tabela 15. Foi en<strong>contra</strong><strong>da</strong> associação<br />

estatística no teste do qui-quadrado nesta correlação.<br />

Tabela 14 - Distribuição entre indivíduos por sexo e veraci<strong>da</strong><strong>de</strong> dos relatos.<br />

Veraci<strong>da</strong><strong>de</strong> dos relatos<br />

Sexo<br />

Hom<strong>em</strong> Mulher Total<br />

Confirmados<br />

n 345 675 1020<br />

% 54,4 58,6 57,1<br />

Falso positivo<br />

n 69 105 174<br />

% 10.9 9,1 9,7<br />

Falso negativo<br />

n 220 371 591<br />

% 34,7 32,2 33,1<br />

n 634 1151 1785<br />

Total % 100,0 100,0 100,0<br />

p = 0,189


42<br />

Tabela 15 - Distribuição entre indivíduos que foram diagnosticados clinicamente <strong>em</strong><br />

to<strong>da</strong>s as epi<strong>de</strong>mias e veraci<strong>da</strong><strong>de</strong> dos relatos.<br />

Veraci<strong>da</strong><strong>de</strong> dos relatos<br />

Diagnóstico clínico <strong>em</strong><br />

to<strong>da</strong>s as epi<strong>de</strong>mias<br />

Sim Não Total<br />

Confirmados<br />

Falso positivo<br />

Falso negativo<br />

Total<br />

n 285 3 288<br />

% 66,3 50,0 66,1<br />

n 145 1 146<br />

% 33,7 16,7 33,5<br />

n 0 2 2<br />

% 0,0 33,3 0,5<br />

n 430 6 436<br />

% 100,0 100,0 100,0<br />

p=0,0001<br />

Ao se fazer a correlação entre o tipo <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, procurado pelos<br />

indivíduos que <strong>de</strong>clararam ter tido <strong>de</strong>ngue <strong>em</strong> alguma <strong>da</strong>s epi<strong>de</strong>mias ocorri<strong>da</strong>s no<br />

Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro, e diagnóstico clínico observou-se que durante a última<br />

epi<strong>de</strong>mia, dos 57 indivíduos que procuraram o serviço público <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, 5 (8,8%) não<br />

tiveram diagnóstico clínico. Já no serviço privado dos 66 que procuraram este tipo <strong>de</strong><br />

serviço, 1 (1,5%) individuo não teve diagnóstico clínico, conforme tabela 16.<br />

Tabela 16 - Distribuição entre diagnóstico clínico na epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 2007/2008 e tipo <strong>de</strong><br />

serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

DIAGNÓSTICO CLÍNICO NA EPIDEMIA DE<br />

2007/2008<br />

TIPO DE SERVIÇO DE SAÚDE<br />

PÚBLICO PRIVADO NÃO PROCUROU TOTAL<br />

p = 0,0001<br />

SIM<br />

NÃO<br />

TOTAL<br />

N 52 65 0 117<br />

% 91,2 98,5 0 91,4<br />

N 5 1 5 11<br />

% 8,8 1,5 100,0 8,6<br />

N 57 66 5 128<br />

% 100,0 100,0 100,0 100,0


43<br />

Já nos indivíduos que <strong>de</strong>clararam não ter tido <strong>de</strong>ngue <strong>em</strong> epi<strong>de</strong>mias que<br />

ocorreram antes <strong>de</strong> 2007/2008, observou-se que dos 193 indivíduos que procuraram o<br />

serviço público <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, 11 (5,7%) não tiveram diagnóstico clínico e dos 168 que<br />

procuraram o serviço privado, 10 (6,0%) indivíduos não conseguiram diagnóstico<br />

clínico, conforme tabela 17.<br />

Tabela 17 - Distribuição entre diagnóstico clínico antes <strong>da</strong> epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 2007/2008 e<br />

tipo <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

DIAGNÓSTICO CLÍNICO ANTES DA EPIDEMIA DE<br />

2007/2008<br />

TIPO DE SERVIÇO DE SAÚDE<br />

PÚBLICO PRIVADO NÃO PROCUROU Total<br />

p = 0,0001<br />

SIM<br />

NÃO<br />

TOTAL<br />

N 182 158 3 343<br />

% 94,3 94,0 7,3 85,3<br />

N 11 10 38 59<br />

% 5,7 6,0 92,7 14,7<br />

N 193 168 41 402<br />

% 100,0 100,0 100,0 100,0<br />

Entre os indivíduos que receberam visita <strong>de</strong> um agente <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> nos últimos 6<br />

meses a contar <strong>da</strong> <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> aplicação do questionário e <strong>de</strong>clararam ter tido <strong>de</strong>ngue <strong>em</strong><br />

alguma <strong>da</strong>s outras epi<strong>de</strong>mias que ocorreram no Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro antes <strong>da</strong><br />

epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 2007/2008, 128 (63,1%) foram soropositivos e entre os que não receberam<br />

a visita 125 (71,8%) foram soropositivos, conforme tabela 18.


44<br />

Tabela 18 - Distribuição entre visita do agente <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue durante os últimos 6<br />

meses e resposta sorológica antes <strong>da</strong> epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 2007/2008.<br />

VISITA DO AGENTE DE SAÚDE<br />

DA DENGUE NOS ÚLTIMOS 6<br />

MESES<br />

INDIVÍDUOS COM RESPOSTA<br />

SOROLÓGICA<br />

Positiva Negativa Total<br />

Total<br />

Sim<br />

Não<br />

N 128 75 203<br />

% 63,1 36,9 100,0<br />

N 125 49 174<br />

% 71,8 28,2 100,0<br />

N 253 124 377<br />

% 67,1 32,9 100,0<br />

p = 0,070<br />

Entre os indivíduos que receberam visita <strong>de</strong> um agente <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> nos últimos 6<br />

meses a contar <strong>da</strong> <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> aplicação do questionário e <strong>de</strong>clararam ter tido <strong>de</strong>ngue na<br />

epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 2007/2008, 39 (61,9%) foram soropositivos e entre os que não receberam a<br />

visita 44 (71,0%) foram soropositivos, conforme tabela 19.<br />

Tabela – 19 Distribuição entre visita do agente <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue durante os últimos 6<br />

meses e resposta sorológica na epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 2007/2008.<br />

VISITA DO AGENTE DE SAÚDE<br />

DA DENGUE NOS ÚLTIMOS 6<br />

MESES<br />

INDIVÍDUOS COM RESPOSTA<br />

SOROLÓGICA<br />

Positiva Negativa Total<br />

Total<br />

Sim<br />

Não<br />

N 39 24 63<br />

% 61,9 38,1 100,0<br />

N 44 18 62<br />

% 71,0 29,0 100,0<br />

N 83 42 125<br />

% 66,4 33,6 100,0<br />

p = 0,283


45<br />

Entre os indivíduos que receberam visita <strong>de</strong> um agente <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> nos últimos 6<br />

meses a contar <strong>da</strong> <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> aplicação do questionário e <strong>de</strong>clararam ter tido <strong>de</strong>ngue <strong>em</strong><br />

alguma <strong>da</strong>s epi<strong>de</strong>mias que ocorreram no Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro, 464 (50,9%) foram<br />

soropositivos e entre os que não receberam a visita 420 (53,5%) foram soropositivos,<br />

conforme tabela 20.<br />

Tabela 20 - Distribuição entre visita do agente <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue durante os últimos 6<br />

meses e resposta sorológica <strong>em</strong> to<strong>da</strong>s as epi<strong>de</strong>mias já ocorri<strong>da</strong>s.<br />

VISITA DO AGENTE DE SAÚDE<br />

DA DENGUE NOS ÚLTIMOS 6<br />

MESES<br />

INDIVÍDUOS COM RESPOSTA<br />

SOROLÓGICA<br />

Positiva Negativa Total<br />

Total<br />

Sim<br />

Não<br />

N 464 448 912<br />

% 50,9 49,1 100,0<br />

N 420 365 785<br />

% 53,5 46,5 100,0<br />

N 884 813 1697<br />

% 52,1 47,9 100,0<br />

p = 0,280<br />

Ao se verificar a distribuição <strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> habitação e saneamento básico<br />

com soropositivi<strong>da</strong><strong>de</strong> para <strong>de</strong>ngue nos indivíduos que <strong>de</strong>clararam ter tido <strong>de</strong>ngue antes<br />

<strong>da</strong> epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 2007/2008 não houve significância estatística <strong>em</strong> nenhuma <strong>da</strong>s<br />

variáveis, conforme tabela 21.


46<br />

Tabela 21 - Distribuição entre habitação/saneamento básico e resposta sorológica antes<br />

<strong>da</strong> epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 2007/2008.<br />

INDIVÍDUOS COM RESPOSTA SOROLÓGICA<br />

HABITAÇÃO E<br />

SANEAMENTO<br />

Positiva<br />

Negativa<br />

n % n % Valor <strong>de</strong> p<br />

REDE GERAL DE<br />

ABASTECIMENTO DE<br />

ÁGUA<br />

ÁGUA ARMAZENADA<br />

EM RECIPIENTE<br />

COBERTO<br />

COLETA DE LIXO<br />

ACÚMULO DE LIXO<br />

S 271 67,1 133 32,9<br />

N 7 53,8 6 46,2<br />

S 56 64,4 31 35,6<br />

N 7 70,0 3 30,0<br />

S 265 66,3 135 33,8<br />

N 12 75,0 4 25,0<br />

S 77 68,1 36 31,9<br />

0,319<br />

0,724<br />

0,467<br />

0,650<br />

NA RUA N 198 65,8 103 34,2<br />

ÁGUA ARMAZENADA<br />

EM RECIPIENTE NA<br />

VIZINHANÇA<br />

S<br />

N<br />

105 68,2 49 31,8<br />

143 65,9 74 34,1<br />

0,645<br />

ACÚMULO DE ÁGUA<br />

EM RECIPIENTE<br />

DENTRO DE CASA<br />

S = Sim<br />

N = Não<br />

S 62 66,7 31 33,3<br />

N 214 66,7 107 33,3<br />

1<br />

Ao se verificar a distribuição <strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> habitação e saneamento básico<br />

com soropositivi<strong>da</strong><strong>de</strong> para <strong>de</strong>ngue nos indivíduos que <strong>de</strong>clararam ter tido <strong>de</strong>ngue na<br />

epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 2007/2008 não houve significância estatística <strong>em</strong> nenhuma <strong>da</strong>s variáveis,<br />

conforme tabela 22.


47<br />

Tabela 22 - Distribuição entre habitação/saneamento básico e resposta sorológica na<br />

epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 2007/2008.<br />

INDIVÍDUOS COM RESPOSTA SOROLÓGICA<br />

HABITAÇÃO E<br />

SANEAMENTO<br />

Positiva<br />

Negativa<br />

n % n % Valor <strong>de</strong> p<br />

REDE GERAL DE<br />

ABASTECIMENTO DE<br />

ÁGUA<br />

ÁGUA ARMAZENADA<br />

EM RECIPIENTE<br />

COBERTO<br />

COLETA DE LIXO<br />

ACÚMULO DE LIXO<br />

S 89 67,9 42 32,1<br />

N 1 100,0 0 0,0<br />

S 18 75,0 6 25,0<br />

N 3 50,0 3 50,0<br />

S 88 67,7 42 32,3<br />

N 1 100,0 0 0,0<br />

S 29 69,0 13 31,0<br />

0,493<br />

0,232<br />

0,490<br />

0,884<br />

NA RUA N 61 67,8 29 32,2<br />

ÁGUA ARMAZENADA<br />

EM RECIPIENTE NA<br />

VIZINHANÇA<br />

S<br />

N<br />

33 68,8 15 31,3<br />

48 66,7 24 33,3<br />

0,811<br />

ACÚMULO DE ÁGUA<br />

EM RECIPIENTE<br />

DENTRO DE CASA<br />

S = Sim<br />

N = Não<br />

S 17 70,8 7 29,2<br />

N 72 67,3 35 32,7<br />

0,737<br />

Verificando a distribuição <strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> habitação e saneamento básico nos<br />

indivíduos com soropositivi<strong>da</strong><strong>de</strong> para <strong>de</strong>ngue <strong>em</strong> to<strong>da</strong>s as epi<strong>de</strong>mias que já ocorreram,<br />

só há significância estatística <strong>em</strong> água armazena<strong>da</strong> <strong>em</strong> recipiente na vizinhança,<br />

conforme tabela 23.


48<br />

Tabela 23 - Distribuição <strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> habitação/saneamento básico e resposta<br />

sorológica <strong>em</strong> to<strong>da</strong>s as epi<strong>de</strong>mias já ocorri<strong>da</strong>s.<br />

INDIVÍDUOS COM RESPOSTA SOROLÓGICA<br />

HABITAÇÃO E<br />

SANEAMENTO<br />

Positiva<br />

Negativa<br />

n % n % Valor <strong>de</strong> p<br />

REDE GERAL DE<br />

ABASTECIMENTO DE<br />

ÁGUA<br />

ÁGUA ARMAZENADA<br />

EM RECIPIENTE<br />

COBERTO<br />

COLETA DE LIXO<br />

ACÚMULO DE LIXO<br />

S 972 52,7 874 47,3<br />

N 19 40,4 28 59,6<br />

S 207 53,1 183 46,9<br />

N 22 50,0 22 50,0<br />

S 969 52,3 884 47,7<br />

N 19 45,2 23 54,8<br />

S 255 55,7 203 44,3<br />

0,097<br />

0,698<br />

0,365<br />

0,082<br />

NA RUA N 730 51,0 701 49,0<br />

ÁGUA<br />

ARMAZENADA EM<br />

S 326 57,4 242 42,6<br />

0,001<br />

RECIPIENTE NA<br />

VIZINHANÇA<br />

N<br />

542 49,0 565 51,0<br />

ACÚMULO DE ÁGUA<br />

S 215 53,5 187 46,5<br />

0,659<br />

EM RECIPIENTE<br />

DENTRO DE CASA<br />

N 769 52,2 703 47,8<br />

S = Sim<br />

N = Não<br />

Negrito = Estatisticamente significante


49<br />

5 DISCUSSÃO<br />

No presente estudo houve uma <strong>soroprevalência</strong> <strong>de</strong> 52,2%. A prevalência nas<br />

diferentes locali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> região metropolitana do Rio <strong>de</strong> Janeiro mostrou que a<br />

<strong>soroprevalência</strong> no município do Rio <strong>de</strong> Janeiro e nos municípios <strong>da</strong> Baixa<strong>da</strong><br />

Fluminense foi mais alta que nas outras locali<strong>da</strong><strong>de</strong>s o que po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>vido ao processo<br />

<strong>de</strong> urbanização <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>, favelização e <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica eleva<strong>da</strong>. (TEIXEIRA<br />

& MEDRONHO, 2008)<br />

As mu<strong>da</strong>nças <strong>de</strong>mográficas ocorri<strong>da</strong>s nos países sub<strong>de</strong>senvolvidos a partir <strong>da</strong><br />

déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 60 resultaram no crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Segundo Ault (1994),<br />

Almei<strong>da</strong> e colaboradores (2009) a urbanização não planifica<strong>da</strong> e as favelas suburbanas<br />

têm criado não só novas oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s para reprodução <strong>da</strong>s populações <strong>de</strong> vetores,<br />

como a interação entre pessoas infecta<strong>da</strong>s e suscetíveis.<br />

Não houve diferença significativa <strong>em</strong> relação ao sexo. A composição <strong>da</strong>s faixas<br />

etárias apresenta<strong>da</strong>s no estudo obteve diferença estatisticamente significante. Os<br />

resultados mostraram também que to<strong>da</strong>s as faixas etárias foram acometi<strong>da</strong>s, sendo que o<br />

grupo mais vulnerável foi o <strong>de</strong> 40-59 anos, seguido pelo grupo <strong>de</strong> 60 anos ou mais. O<br />

que po<strong>de</strong> ser justificado pelo fato <strong>de</strong> com o passar dos anos o risco <strong>de</strong> infecção se<br />

acumular no t<strong>em</strong>po como mostrou Vasconcelos e colaboradores (1999), on<strong>de</strong> foi<br />

en<strong>contra</strong><strong>da</strong> uma resposta secundária para um dos sorotipos <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue maior na faixa<br />

etária dos indivíduos com mais <strong>de</strong> 55 anos.<br />

Não houve diferença estatisticamente significante entre a <strong>soroprevalência</strong> <strong>da</strong><br />

<strong>de</strong>ngue e ren<strong>da</strong> e entre a <strong>soroprevalência</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue e classes econômicas e os riscos <strong>de</strong><br />

infecção nas diferentes classes sociais foram elevados, inclusive nas classes com<br />

melhores condições <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.


50<br />

Fabro (1997) e Costa e Natal (1998) observaram correlação entre ren<strong>da</strong> e<br />

escolari<strong>da</strong><strong>de</strong> e os coeficientes <strong>de</strong> incidência <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue <strong>em</strong> Ribeirão Preto e São José do<br />

Rio Preto, duas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> médio porte do interior do Estado <strong>de</strong> São Paulo; Pontes<br />

(1992) também registrou, na epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 1990/1991 <strong>em</strong> Ribeirão Preto, uma gran<strong>de</strong><br />

concentração <strong>de</strong> bairros com alta incidência <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue, situados nas áreas com<br />

condições <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> mais <strong>de</strong>sfavoráveis. Distintamente, Vasconcelos e colaboradores,<br />

(1998; 1999) <strong>em</strong> inquéritos sorológicos realizados <strong>em</strong> duas capitais do Nor<strong>de</strong>ste,<br />

verificaram que as <strong>soroprevalência</strong>s foram maiores nas áreas com melhores índices<br />

socioeconômicos; Teixeira e colaboradores (2003) <strong>em</strong> inquérito realizado <strong>em</strong> Salvador<br />

– Bahia mostrou que as taxas <strong>de</strong> incidência praticamente se igualaram entre as<br />

categorias <strong>de</strong> diferentes condições <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.<br />

As discordâncias entre os resultados <strong>de</strong>sses estudos po<strong>de</strong>m ser explica<strong>da</strong>s pelo fato<br />

<strong>de</strong> as três primeiras investigações ter<strong>em</strong> utilizado <strong>da</strong>dos do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> notificação <strong>de</strong><br />

doenças.<br />

Estes, <strong>em</strong> geral, registram os casos que buscam assistência médica nos<br />

serviços públicos, mais freqüentados pelas classes populares, não incluindo gran<strong>de</strong> parte<br />

dos casos que ocorr<strong>em</strong> nos bairros <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> com melhores condições <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, o que<br />

po<strong>de</strong> levar a distorções no conhecimento <strong>da</strong> distribuição <strong>da</strong> circulação do vírus <strong>da</strong><br />

<strong>de</strong>ngue. O presente estudo, à s<strong>em</strong>elhança dos <strong>de</strong> Vasconcelos e colaboradores (1998;<br />

1999) e Teixeira e colaboradores (2003), refere-se a inquéritos sorológicos <strong>de</strong> amostra<br />

populacional aleatória, e, portanto, seus resultados <strong>de</strong>v<strong>em</strong> se aproximar mais <strong>da</strong> real<br />

circulação espacial do vírus.<br />

Outro aspecto a ser consi<strong>de</strong>rado é o padrão espacial dos grupamentos sócioeconômicos<br />

existentes na região estu<strong>da</strong><strong>da</strong> como mostrou Carvalho e colaboradores<br />

(1997). O Rio <strong>de</strong> Janeiro apresenta características <strong>de</strong> mosaico, ou seja, <strong>em</strong> um mesmo<br />

bairro se po<strong>de</strong> ter locais com excelente infra-estrutura e outros com infra-estrutura


51<br />

precária. Um ex<strong>em</strong>plo disso seria o bairro <strong>de</strong> Ipan<strong>em</strong>a que possui o metro quadrado<br />

mais caro do país e ao mesmo t<strong>em</strong>po possui comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s carentes como o Morro do<br />

Cantagalo e do Pavão Pavãzinho. Sendo assim, mesmo as áreas mais ricas, <strong>de</strong> mais alta<br />

ren<strong>da</strong>, <strong>de</strong> moradores, apresentam setores censitários distribuídos por to<strong>da</strong>s as classes,<br />

inclusive a “E”. São mais homogêneos os municípios mais pobres, como Itaguaí e<br />

Magé.<br />

A infecção por <strong>de</strong>ngue foi significativamente maior na população com nível<br />

superior completo <strong>em</strong> relação ao agregado dos <strong>de</strong>mais níveis <strong>de</strong> escolari<strong>da</strong><strong>de</strong>, o que<br />

po<strong>de</strong> vir a corroborar com a discussão <strong>em</strong> torno <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> e classes econômicas.<br />

Em relação à frequência <strong>de</strong> sinais e sintomas dos indivíduos que relataram ter tido<br />

<strong>de</strong>ngue na epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 2007/2008, dor abdominal, sangramento espontâneo e<br />

hipotensão são consi<strong>de</strong>rados sinais <strong>de</strong> alarme na <strong>de</strong>ngue e possivelmente foram<br />

sintomas mais referidos nos indivíduos <strong>em</strong> <strong>de</strong>corrência <strong>da</strong> gravi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue<br />

entre os que relataram. Já o exant<strong>em</strong>a possivelmente foi mais l<strong>em</strong>brado por ser um sinal<br />

bastante evi<strong>de</strong>nte e não muito comum nos casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue. Em relação aos indivíduos<br />

que relataram ter tido <strong>de</strong>ngue <strong>em</strong> epi<strong>de</strong>mias anteriores a <strong>de</strong> 2007/2008, a não<br />

significância en<strong>contra</strong><strong>da</strong> entre os distintos sinais e sintomas po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>vido ao viés <strong>de</strong><br />

m<strong>em</strong>ória.<br />

É importante ressaltar que o sintoma febre po<strong>de</strong> não ser um bom marcador para o<br />

diagnóstico <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue já que este sintoma é bastante referido não só por pessoas que<br />

tiveram <strong>de</strong>ngue como também por aquelas que manifestaram outro tipo <strong>de</strong> doença<br />

infecciosa como observou Figueiredo e colaboradores (1992).<br />

Ao se comparar resultado sorológico com relatos <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue nos indivíduos na<br />

epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 2007/2008 percebe-se um baixo valor preditivo positivo (68,2%) entre os<br />

indivíduos que relataram ter tido <strong>de</strong>ngue nesta epi<strong>de</strong>mia, enquanto que 31,8%


52<br />

resultaram negativo na sorologia (falso positivos). Uma possível explicação para os<br />

resultados falso positivos po<strong>de</strong> ser o amplo aspecto clínico <strong>da</strong> doença que se confun<strong>de</strong><br />

com diversos outros processos infecciosos, outro aspecto é a sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> do<br />

diagnóstico médico que ganha maior suspeição médica <strong>em</strong> períodos <strong>de</strong> epi<strong>de</strong>mia<br />

(MORAES, 2009). Já entre os indivíduos que relataram não ter tido <strong>de</strong>ngue nesta<br />

epi<strong>de</strong>mia, 50,3% resultaram positivo no exame. Este achado po<strong>de</strong> estar relacionado à<br />

<strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> <strong>anticorpos</strong> IgG no soro <strong>de</strong> indivíduos que foram infectados antes <strong>da</strong><br />

epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 2007/2008 ou tiveram infecção oligo ou assintomática na epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong><br />

2007/2008. Estima-se que <strong>em</strong> uma epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue ocorra um caso assintomático<br />

para ca<strong>da</strong> cinco casos sintomáticos (SERUFO et al, 2000).<br />

Embora, a proporção dos indivíduos que relataram ter recebido a visita do agente<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> na epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 2007/2008 ter apresentado uma <strong>soroprevalência</strong> maior que os<br />

indivíduos que relataram a visita do agente <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>em</strong> outras epi<strong>de</strong>mias (71,0% e<br />

71,8% respectivamente). Esta diferença não foi significativa.<br />

Sendo assim a não associação <strong>da</strong> visita do agente <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue ao resultado<br />

<strong>da</strong> sorologia po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>vido ao fato <strong>da</strong>s dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são por parte dos moradores<br />

que persist<strong>em</strong> <strong>em</strong> recusa e estão diss<strong>em</strong>ina<strong>da</strong>s pelo território in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do estrato<br />

social dos bairros. Observa-se que a população consi<strong>de</strong>ra o controle e prevenção do<br />

<strong>de</strong>ngue um serviço <strong>de</strong> menor importância, o que compromete e <strong>de</strong>sacredita a atuação do<br />

agente, cuja imag<strong>em</strong> perpetua-se como coletor <strong>de</strong> lixo. Essa relação <strong>de</strong>ixa transparecer o<br />

diálogo entre os diferentes estratos sociais e o Estado, e interfere na atitu<strong>de</strong> dispensa<strong>da</strong><br />

pelo morador ao agente (CHIARAVALLOTI NETO et al, 2007).<br />

Outro aspecto a ser ressaltado é a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do serviço prestado pelo agente <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> já que Chiaravalloti Neto e colaboradores (2007) observaram <strong>em</strong> seu estudo que<br />

apesar <strong>da</strong>s várias opiniões sobre as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>em</strong> alcançar uma boa produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e


53<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do serviço, a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> apresenta, para alguns dos supervisores, peso<br />

maior e, no dia-a-dia, se sobrepõe à segun<strong>da</strong> <strong>em</strong> razão do cumprimento <strong>da</strong> meta mensal.<br />

Ao se analisar as condições <strong>de</strong> habitação e saneamento e resultado <strong>da</strong> sorologia a<br />

única associação significativa en<strong>contra</strong><strong>da</strong> foi referente ao armazenamento <strong>de</strong> água <strong>em</strong><br />

recipientes na vizinhança quando a pergunta se referia a todos os processos epidêmicos<br />

anteriores. Um aspecto relevante é a relação <strong>de</strong> culpabilização entre vizinhos, já<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong> <strong>em</strong> outros estudos (CHIARAVALLOTI et al, 2002; PÉREZ – GUERRA et<br />

al, 2005; VALLA, 1998; HOYOS et al, 2006). Isso ocorre in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do estrato<br />

social, <strong>em</strong> que um indivíduo atribui ao outro a causa do probl<strong>em</strong>a do <strong>de</strong>ngue,<br />

associando-o imediatamente à falta <strong>de</strong> higiene ou limpeza doméstica<br />

(CHIARAVALLOTI NETO et al, 2007).<br />

O fato <strong>de</strong> não se ter <strong>de</strong>tectado associação entre as <strong>de</strong>mais condições <strong>de</strong> habitação e<br />

saneamento básico com a <strong>soroprevalência</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue po<strong>de</strong> ser <strong>em</strong> <strong>de</strong>corrência do fato <strong>de</strong><br />

que <strong>em</strong>bora existisse distintos níveis sócio-econômicos a gran<strong>de</strong> maioria estava<br />

concentra<strong>da</strong> nos extratos sócio-econômicos mais elevados.<br />

Também foi verificado <strong>em</strong> outros trabalhos como Cunha e colaboradores (2008),<br />

Tauil (2002) e Gubler (2004) que a alta capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> a<strong>da</strong>ptação do vetor aos centros<br />

urbanos associa<strong>da</strong> a condições, particularmente especificas, favoráveis a reprodução, ao<br />

surgimento e à permanecia <strong>de</strong> focos – ultrapassa o alcance <strong>da</strong>s ações <strong>de</strong> saneamento<br />

básico medi<strong>da</strong>s pelos indicadores <strong>de</strong> cobertura.<br />

Algumas limitações enfrenta<strong>da</strong>s por este estudo <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser examina<strong>da</strong>s: viés <strong>de</strong><br />

m<strong>em</strong>ória dos participantes, potencialmente presentes, <strong>em</strong> que os entrevistados po<strong>de</strong>m<br />

não se l<strong>em</strong>brar corretamente <strong>de</strong> hábitos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> e comportamentos. Per<strong>da</strong>s diferenciais<br />

também ocorr<strong>em</strong> <strong>de</strong>vido a não-respostas <strong>de</strong> pessoas seleciona<strong>da</strong>s que se recusam a<br />

participar ou se recusam a respon<strong>de</strong>r <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s perguntas, fato comum <strong>em</strong> inquéritos


54<br />

populacionais. Ressalta-se, outrossim, que a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> material biológico<br />

po<strong>de</strong> inibir essa participação. Outra limitação é o fato do teste ELISA IgG só po<strong>de</strong>r<br />

indicar infecção passa<strong>da</strong> ou recente não po<strong>de</strong>ndo assim, i<strong>de</strong>ntificar <strong>em</strong> quais <strong>da</strong>s<br />

epi<strong>de</strong>mias o individuo foi infectado. Além disso, esse exame não possui uma<br />

sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e especifici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 100%.


55<br />

6 CONCLUSÃO<br />

A alta prevalência <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue nos locais <strong>de</strong> estudo mostra a exposição <strong>da</strong> população<br />

<strong>da</strong> região metropolitana do Rio <strong>de</strong> Janeiro aos diferentes sorotipos que já circularam<br />

nesta região. Assim, <strong>de</strong>ve se atentar para o risco <strong>de</strong> uma nova epi<strong>de</strong>mia, principalmente<br />

se houver a introdução <strong>de</strong> um novo sorotipo o que po<strong>de</strong> causar uma epi<strong>de</strong>mia com<br />

diversos casos graves.<br />

A alta prevalência <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue nas locali<strong>da</strong><strong>de</strong>s do Município do Rio <strong>de</strong> Janeiro e<br />

Baixa<strong>da</strong> Fluminense mostra a dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> combate a <strong>de</strong>ngue <strong>em</strong> locais com<br />

urbanização <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>, favelização e <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica eleva<strong>da</strong>.<br />

Além disso, o padrão espacial particular dos grupamentos sócio-econômicos<br />

existentes na região estu<strong>da</strong><strong>da</strong> aliado ao fato <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue caracterizar-se como uma doença<br />

<strong>de</strong> amplo espectro clínico e sintomatologia inespecífica dificulta mais ain<strong>da</strong> estas ações<br />

<strong>de</strong> combate.


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63<br />

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ANEXOS<br />

64


65<br />

Anexo 1<br />

UFRJ<br />

Resultado <strong>da</strong> pesquisa <strong>de</strong> <strong>anticorpos</strong> <strong>contra</strong> o vírus <strong>da</strong><br />

<strong>de</strong>ngue<br />

Nome:<br />

Resultado do teste Elisa para IgG Dengue-específico*:<br />

*Este resultado não t<strong>em</strong> caráter <strong>de</strong> diagnóstico.<br />

Interpretação do resultado:<br />

1 . Resultado positivo significa que você já teve contato com pelo menos um tipo do vírus <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue ao<br />

longo <strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong><br />

2 . Resultado negativo significa que você não teve contato com nenhum tipo do vírus <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue ao longo<br />

<strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong>.<br />

3 . Resultado in<strong>de</strong>terminado significa que não foi possível <strong>de</strong>terminar se você já teve contato ou não com<br />

algum tipo <strong>de</strong> vírus <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue.<br />

O Sist<strong>em</strong>a Fecomércio-RJ, <strong>em</strong> parceria com a UFRJ, agra<strong>de</strong>ce a sua colaboração<br />

voluntária neste projeto <strong>de</strong> pesquisa, que irá auxiliar no entendimento do padrão<br />

epi<strong>de</strong>miológico <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue no Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

Este resultado não é válido para diagnóstico, apenas para fins <strong>de</strong> pesquisa.<br />

Em caso <strong>de</strong> dúvi<strong>da</strong>s sobre o resultado do exame, envie e-mail para<br />

fecomercio<strong>contra</strong><strong>de</strong>ngue@sist<strong>em</strong>afecomercio-rj.org.br.<br />

Visite o site www.fecomercio<strong>contra</strong><strong>de</strong>ngue.com.br e saiba mais sobre a <strong>de</strong>ngue.<br />

_________________________<br />

Instituto <strong>de</strong> Microbiologia<br />

Prof. Paulo <strong>de</strong> Góes/UFRJ


66<br />

Anexo 2<br />

Questionário<br />

Inquérito sorológico para <strong>anticorpos</strong> <strong>contra</strong> o vírus <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue<br />

Parte 1 – I<strong>de</strong>ntificação e situação sócio-econômica<br />

I. Matrícula: _________ II. Data: ___/___/____<br />

III.Nome:______________________________________________________________<br />

IV.Bairro:_________________________V.Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>:_____________________________<br />

VI. Qual o critério <strong>de</strong> participação na pesquisa?<br />

(1.Selecionado, 2.Convi<strong>da</strong>do)<br />

VII. Se convi<strong>da</strong>do, qual o vínculo com o selecionado?<br />

(1.Pai, 2.Mãe, 3.Irmão/Irmã,<br />

4.Filho/Filha,5.Tio/Tia,6.Avô/Avó,7.Outro).Seoutro, especifique __________________<br />

VIII. Data nasc: ___/___/___ IX. Sexo: (1.Mas, 2.F<strong>em</strong>)<br />

X.Profissão/ocupaçãoprincipal:_____________________________________________<br />

XI. Qual a cor <strong>de</strong> sua pele ou raça?<br />

(1.Branca, 2.Preta, 3.Amarela, 4.Par<strong>da</strong>,<br />

5.Indígena)<br />

XII. Qual o seu grau <strong>de</strong> instrução?<br />

(1. Analfabeto/Primário incompleto, 2. Primário<br />

completo/Ginasial incompleto, 3. Ginasial completo/Colegial incompleto, 4. Colegial<br />

completo/Superior incompleto, 5. Superior completo)<br />

XIII. Quanto ganha sua família?<br />

R$ __________________<br />

XIV. Bens duráveis existentes no domicílio: (1. Sim 2. Não 9. Não sabe)<br />

1. Televisão <strong>em</strong> cores Se sim, quantas? _______<br />

2. Rádio Se sim, quantos? _______<br />

3. Banheiro Se sim, quantos? _______<br />

4. Automóvel Se sim, quantos? _______<br />

5. Emprega<strong>da</strong> mensalista Se sim, quantas? _______<br />

6. Aspirador <strong>de</strong> pó Se sim, quantos? _______<br />

7. Máquina <strong>de</strong> lavar Se sim, quantas? _______


67<br />

8. Vi<strong>de</strong>ocassete e/ou DVD Se sim, quantos? _______<br />

9. Gela<strong>de</strong>ira Se sim, quantas? _______<br />

10. Freezer (acoplado ou não à gela<strong>de</strong>ira) Se sim, quantos? _______<br />

Parte 2 – História <strong>de</strong> infecção por <strong>de</strong>ngue<br />

XV. Você teve <strong>de</strong>ngue na última epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 2007/2008?<br />

(1.Sim, 2.Não 9. Não<br />

sabe)<br />

XVI. Se sim, o diagnóstico foi feito por médico?<br />

XVII. Você teve <strong>de</strong>ngue antes <strong>da</strong> epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 2007/2008?<br />

(1.Sim, 2.Não 9. Não sabe)<br />

(1.Sim, 2.Não 9. Não<br />

sabe)<br />

XVIII. Se sim, o diagnóstico foi feito por médico?<br />

(1.Sim, 2.Não 9. Não sabe)<br />

XIX. Se sim, qual foi o ano? ____________<br />

XX. Caso tenha tido <strong>de</strong>ngue, quais foram os sinais e sintomas do último episódio?<br />

(1-Sim, 2-Não, 9-Não sabe)<br />

1. Febre 2. Dor <strong>de</strong> cabeça 3. Dor nas juntas 4. Dor no corpo<br />

5. Pintas no corpo 6. Dor no olho 7 . Náusea 8. Vômito<br />

9.Diarréia<br />

10. Dor <strong>de</strong> barriga 11. Sangramento espontâneo 12. Pressão baixa<br />

13. Choque 14. Outros Se outros, especifique:<br />

____________________________________<br />

XXII. Caso tenha tido <strong>de</strong>ngue, qual o serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que você procurou?<br />

(1-Público, 2-Privado, 3-Não procurou serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, 9-Não sabe)<br />

XXIII. Alguém que mora <strong>em</strong> seu domicílio teve <strong>de</strong>ngue na última epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong><br />

2007/2008?<br />

(1.Sim, 2.Não, 9.Não sabe)<br />

XXIV. Se sim, o diagnóstico foi feito por médico?<br />

(1.Sim, 2.Não, 9. Não sabe)


68<br />

XXV. Alguém que mora <strong>em</strong> seu domicílio teve <strong>de</strong>ngue antes <strong>da</strong> epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong><br />

2007/2008? (1.Sim, 2.Não, 9.Não sabe)<br />

XXVI. Se sim, o diagnóstico foi feito por médico?<br />

(1.Sim, 2.Não, 9.Não sabe)<br />

XXVII. Se sim, qual foi o ano? ____________<br />

XXVIII. Você se vacinou <strong>contra</strong> a febre amarela?<br />

(1-Sim, 2-Não, 9-Não sabe)<br />

Parte 3 – Habitação e saneamento<br />

XXIX. Sua casa possui re<strong>de</strong> geral <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água? (1-Sim, 2-Não, 9-<br />

Não sabe)<br />

XXX. Além <strong>da</strong> caixa d´água, você armazena água <strong>em</strong> outro recipiente <strong>em</strong> sua casa?<br />

(1-Sim, 2-Não, 9-Não sabe)<br />

XXXI. Se sim, a água é armazena<strong>da</strong> <strong>em</strong> recipiente coberto? (1-Sim, 2-Não, 9-<br />

Não sabe)<br />

XXXII. Há coleta <strong>de</strong> lixo na rua on<strong>de</strong> você mora?<br />

(1-Sim, 2-Não, 9-Não sabe)<br />

XXXIII. Se sim, qual a periodici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> coleta <strong>de</strong> lixo?<br />

(1-Uma vez/s<strong>em</strong>, 2-Duas vezes/s<strong>em</strong>, 3-Três vezes/s<strong>em</strong>, 4-Quatro vezes/s<strong>em</strong>, 5-Irregular,<br />

9-Não sabe)<br />

XXXIV. Há acúmulo <strong>de</strong> lixo próximo à sua casa?<br />

(1-Sim, 2-Não, 9-Não sabe)<br />

XXXV. Em sua vizinhança existe recipiente com acúmulo <strong>de</strong> água? (1-Sim, 2-<br />

Não, 9-Não sabe)<br />

XXXVI. Como você avalia o cui<strong>da</strong>do <strong>de</strong> sua vizinhança para combater o mosquito <strong>da</strong><br />

<strong>de</strong>ngue?<br />

(1.Muito bom, 2.Bom, 3.Regular, 4.Ruim, 9.Não sabe)<br />

XXXVII. Como você avalia o cui<strong>da</strong>do <strong>em</strong> sua casa para combater o mosquito <strong>da</strong><br />

<strong>de</strong>ngue?<br />

(1.Muito bom, 2.Bom, 3.Regular, 4.Ruim, 9.Não sabe)


69<br />

XXXVIII. Nos últimos 6 meses seu domicílio recebeu a visita do agente <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

<strong>de</strong>ngue?<br />

(1-Sim, 2-Não, 9-Não sabe)<br />

XXXVII. Quantas pessoas moram <strong>em</strong> seu domicílio? _______


70<br />

Instruções para o preenchimento do questionário<br />

Antes <strong>de</strong> iniciar o questionário, o entrevistador necessita fazer uma breve<br />

explicação sobre o modo como entrevistado foi selecionado para a pesquisa, sobre os<br />

objetivos <strong>da</strong> pesquisa e sobre a importância <strong>da</strong> participação <strong>de</strong>le na mesma. Após isso, o<br />

entrevistado <strong>de</strong>ve ler o termo <strong>de</strong> consentimento livre e esclarecido e assinar duas cópias<br />

do termo. Uma cópia do mesmo <strong>de</strong>ve ser entregue ao entrevistado e a outra arquiva<strong>da</strong><br />

com o pesquisador. Caso o entrevistado não saiba ler, o termo <strong>de</strong>ve ser lido pelo<br />

entrevistador e caso ele não saiba assinar seu nome, <strong>de</strong>ve-se registrar no termo a polpa<br />

digital do polegar direito.<br />

O entrevistado que não trouxer outro morador do mesmo domicílio <strong>de</strong>ve ser<br />

orientado a fazê-lo <strong>em</strong> novo dia a ser marcado <strong>em</strong> comum acordo com ele. O<br />

entrevistador <strong>de</strong>ve anotar <strong>em</strong> uma lista os entrevistados que não trouxeram o outro<br />

morador para fins <strong>de</strong> controle.<br />

Abaixo, são apresenta<strong>da</strong>s algumas orientações gerias ao entrevistador:<br />

1. Os itens escritos <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser preenchidos com letra <strong>de</strong> forma<br />

2. Os quadradinhos <strong>da</strong>s perguntas fecha<strong>da</strong>s <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser preenchidos com o número<br />

correspon<strong>de</strong>nte à resposta <strong>da</strong><strong>da</strong> pelo entrevistado<br />

3. Ao final do questionário, o entrevistador <strong>de</strong>ve assinar o mesmo<br />

A maioria <strong>da</strong>s perguntas <strong>de</strong>ste questionário é auto-explicativa. Entretanto,<br />

algumas perguntas necessitam ser padroniza<strong>da</strong>s para evitar viés na resposta. A seguir,<br />

são apresenta<strong>da</strong>s as orientações para <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s perguntas:<br />

1. It<strong>em</strong> IX: a cor <strong>da</strong> pele ou raça é a referi<strong>da</strong> pelo entrevistado e não o que o<br />

entrevistador consi<strong>de</strong>rar.L<strong>em</strong>brar que nesta pergunta nos referimos a cor = preta<br />

2. It<strong>em</strong> XIII: <strong>de</strong>ve-se somar o ganho <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> m<strong>em</strong>bro <strong>da</strong> família que mora no<br />

mesmo domicílio<br />

3. Parte 2: l<strong>em</strong>brar que a resposta do entrevistado é o que ele acha. O entrevistador<br />

não <strong>de</strong>ve direcionar a resposta <strong>em</strong> nenhum momento<br />

4. It<strong>em</strong> XXV: domicílio, enten<strong>de</strong>-se como a mesma casa ou seja mesmo que haja<br />

várias casas <strong>em</strong> um mesmo quintal, estamos nos referindo à casa que a pessoa<br />

mora<br />

L<strong>em</strong>brar que a pesquisa só po<strong>de</strong> ser feita com menores <strong>de</strong> 18 anos se acompanhados<br />

com o responsável.


71<br />

Anexo 3<br />

Termo <strong>de</strong> Consentimento Livre e Esclarecido<br />

Você está sendo convi<strong>da</strong>do para participar <strong>da</strong> pesquisa “Prevalência <strong>de</strong><br />

<strong>anticorpos</strong> <strong>contra</strong> os sorotipos 1, 2 e 3 <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue <strong>em</strong> população específica<br />

do Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro”.<br />

Você foi selecionado através <strong>de</strong> uma amostra aleatória simples entre as pessoas<br />

ca<strong>da</strong>stra<strong>da</strong>s como clientes e colaboradores do SESC e do SENAC e sua<br />

participação não é obrigatória. A qualquer momento você po<strong>de</strong> <strong>de</strong>sistir <strong>de</strong><br />

participar e retirar seu consentimento.<br />

Sua recusa não trará nenhum prejuízo <strong>em</strong> sua relação com o pesquisador principal<br />

ou com o SESC, o SENAC e a UFRJ.<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste estudo é estimar a prevalência <strong>de</strong> <strong>anticorpos</strong> <strong>contra</strong> os diversos<br />

sorotipos do vírus <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue <strong>em</strong> uma amostra <strong>de</strong> clientes e colaboradores do<br />

SESC e do SENAC.<br />

Sua participação nesta pesquisa consistirá <strong>em</strong> respon<strong>de</strong>r um questionário e doar 5<br />

ml <strong>de</strong> sangue para a pesquisa <strong>de</strong> <strong>anticorpos</strong> <strong>contra</strong> o vírus <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue e para a<br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> marcadores biológicos que possam estar relacionados com a<br />

infecção por <strong>de</strong>ngue.<br />

O risco relacionado com sua participação é a dor causa<strong>da</strong> pela pica<strong>da</strong> <strong>da</strong> agulha<br />

no momento <strong>da</strong> coleta do sangue. Entretanto, todo o material utilizado para a<br />

coleta <strong>de</strong> sangue é <strong>de</strong>scartável e, portanto, não há risco <strong>de</strong> contaminação durante<br />

este procedimento.<br />

Os benefícios relacionados com a sua participação são: do ponto <strong>de</strong> vista pessoal,<br />

você conhecerá o seu estado <strong>de</strong> imuni<strong>da</strong><strong>de</strong> aos diferentes sorotipos do vírus <strong>da</strong><br />

<strong>de</strong>ngue que já circularam <strong>em</strong> nosso estado e do ponto <strong>de</strong> vista coletivo, você<br />

estará contribuindo para o avanço do conhecimento <strong>da</strong> dinâmica <strong>de</strong> transmissão<br />

<strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue, o que po<strong>de</strong>rá subsidiar a adoção <strong>de</strong> políticas mais eficientes <strong>de</strong><br />

combate à doença.<br />

As informações obti<strong>da</strong>s através <strong>de</strong>ssa pesquisa serão confi<strong>de</strong>nciais e<br />

asseguramos o sigilo sobre sua participação. Os <strong>da</strong>dos não serão divulgados <strong>de</strong><br />

forma a possibilitar sua i<strong>de</strong>ntificação. To<strong>da</strong>s as informações presta<strong>da</strong>s por você,<br />

assim como, o resultado do seu exame <strong>de</strong> sangue serão armazenados <strong>em</strong> um<br />

banco <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos cujo acesso será possível apenas mediante uso <strong>de</strong> senha pessoal<br />

que será forneci<strong>da</strong> apenas aos principais pesquisadores <strong>de</strong>sta pesquisa.<br />

Você receberá uma cópia <strong>de</strong>ste termo on<strong>de</strong> consta o telefone e o en<strong>de</strong>reço<br />

institucional do pesquisador principal e do Comitê <strong>de</strong> Ética <strong>em</strong> Pesquisa – CEP,<br />

po<strong>de</strong>ndo tirar suas dúvi<strong>da</strong>s sobre o projeto e sua participação, agora ou a qualquer<br />

momento.<br />

________________________________<br />

Roberto <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> Medronho<br />

En<strong>de</strong>reço do Pesquisador e do CEP: Praça Jorge Machado Moreira, 100. Ci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Universitária – Ilha do Fundão, Rio <strong>de</strong> Janeiro, RJ, CEP: 21.941-598.<br />

Telefone do Pesquisador Principal: 2598-9295<br />

Telefone do CEP: 2598-9328<br />

Declaro que entendi os objetivos, riscos e benefícios <strong>de</strong> minha participação na<br />

pesquisa e concordo <strong>em</strong> participar.<br />

_______________________________<br />

Sujeito <strong>da</strong> pesquisa

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