03.11.2014 Views

Arquivo: morfologiafisiologiaeclassificaodosfungos.pdf - ICB - UFMG

Arquivo: morfologiafisiologiaeclassificaodosfungos.pdf - ICB - UFMG

Arquivo: morfologiafisiologiaeclassificaodosfungos.pdf - ICB - UFMG

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Departamento de Microbiologia<br />

Instituto de Ciências Biológicas<br />

Universidade Federal de Minas Gerais<br />

Av. Antônio Carlos 6627. 31270-901 Belo Horizonte MG<br />

Tel: 31 3409-2756 e 3409-2728 Fax: Fa: 31 3409-2730<br />

Morfologia, Fisiologia e Classificação dos Fungos<br />

Fungos são organismos eucarióticos quimio-heterotróficos, absorvem componentes orgânicos<br />

como fonte de energia. São aeróbios em sua grande maioria, mas alguns fungos anaeróbicos<br />

estritos e facultativos são conhecidos. Podem ser uni ou multicelulares e reproduzem-se<br />

sexuada ou assexuadamente. Alguns fungos apresentam ciclo parassexuado. Possuem parede<br />

celular rígida que pode ser composta de celulose, glicanas, mananas ou quitina e membrana<br />

celular com esteróis presentes. Seu principal material de reserva é o glicogênio.<br />

Fungos unicelulares<br />

As leveduras são fungos unicelulares não-filamentosos, caracteristicamente esféricas ou ovais.<br />

Reproduzem-se por brotamento e formam colônias pastosas ou cremosas.<br />

Fungos multicelulares<br />

As colônias algodonosas, aveludadas ou pulverulentas são formadas por fungos de organização<br />

multicelular, os fungos filamentosos. O corpo de um fungo filamentoso é composto<br />

de longos filamentos de células conectadas,<br />

as hifas. Quando elas são divididas em unidades<br />

celulares uninucleadas, são chamadas<br />

hifas septadas. Os septos possuem poros que<br />

fazem com que o citoplasma das células se<br />

comunique. Em algumas classes de fungos as<br />

hifas não têm septos e são denominadas cenocíticas<br />

(Figura 1).<br />

Fungos dimórficos<br />

Fungos que exibem forma de crescimento uni<br />

e multicelular. Apresentam forma de levedura<br />

in vivo e a 37ºC, mas quando cultivados a<br />

25ºC apresentam forma filamentosa. Outros<br />

fatores que regulam o dimorfismo são a concentração<br />

de CO 2<br />

e pH do meio.<br />

Habitat<br />

São amplamente encontrados na natureza.<br />

Figura 1: Syncephalastrum. Fungo filamentoso com<br />

hifas asseptadas. Ilustração: Mário Silva<br />

Morfologia, Fisiologia e Classificação dos Fungos - Departamento de Microbiologia - <strong>ICB</strong>/<strong>UFMG</strong> - Net Micro


Importância<br />

Os fungos são os agentes etiológicos das micoses e de milhares de doenças que afetam plantas<br />

economicamente importantes. Atuam também na decomposição e são simbiontes de vegetais<br />

(micorrizas). Servem de alimento e são utilizados pelo homem na produção de drogas<br />

e comida. Também atuam no controle biológico de insetos.<br />

Fisiologia<br />

Os processos empregados na obtenção de energia são a respiração e fermentação, sendo o<br />

último mais característico das leveduras. Diferentes fontes de carbono são utilizadas, incluindo<br />

carboidratos complexos como a lignina (componente da madeira) para a síntese de carboidratos,<br />

lipídeos, ácidos nucléicos e proteínas. Essas diferenças são utilizadas na taxonomia,<br />

conjuntamente com a morfologia.<br />

Nenhum fungo é capaz de fixar nitrogênio. Esse pode ser obtido na forma de nitrato, nitrito,<br />

amônia ou nitrogênio orgânico, dependendo do fungo em questão.<br />

Desenvolvem-se em locais com baixa umidade e com concentrações relativamente altas de<br />

sais e açúcares. O pH ótimo para seu crescimento é próximo a cinco. Quase todos os fungos<br />

são aeróbios, enquanto a maioria das leveduras é anaeróbia facultativa. Seu crescimento e<br />

esporulação são influenciados por estes fatores e pela temperatura, teor de oxigênio, pressão,<br />

luz, radiações, entre outros.<br />

Reprodução assexuada<br />

• Brotamento: A célula parental forma um<br />

broto na sua superfície externa. Á medida que<br />

o broto se desenvolve, o núcleo da célula parental<br />

se divide e um dos núcleos migra para<br />

o broto. O material da parede celular é então<br />

sintetizado entre o broto e a célula parental,<br />

separando-os. Algumas leveduras produzem<br />

brotos que não se separam e formam uma pequena<br />

cadeia de células chamada de pseudohifa<br />

ou pseudo-micélio.<br />

• Fragmentação da hifa: As hifas crescem<br />

por alongamento das extremidades. Um fragmento<br />

quebrado pode se alongar para formar<br />

uma nova hifa.<br />

• Esporos assexuais: Formados pelas hifas,<br />

quando germinam tornam-se clones do indivíduo<br />

parental.<br />

Figura 2: Candida albicans. Blastoconídeos<br />

produzidos por brotamento. Ilustração: Mário Silva<br />

Morfologia, Fisiologia e Classificação dos Fungos - Departamento de Microbiologia - <strong>ICB</strong>/<strong>UFMG</strong> - Net Micro


Tipos de esporos assexuais<br />

• Conidiósporo ou conídio: produzidos em cadeia na extremidade de um conidióforo.<br />

• Artrósporo ou artroconídios: resultam da fragmentação de uma hifa septada células únicas,<br />

pequenas e levemente espessas.<br />

• Blastoconídio: formados a partir de brotos de uma célula parental.<br />

• Clamidósporo: formado por um arredondamento e alargamento no interior de um segmento<br />

de hifa.<br />

• Esporangiósporo: formados dentro dos esporângios na hifa reprodutiva.<br />

Figura 3 e 4: Aspergillus<br />

sp. e Curvularia sp.<br />

Conídios organizados<br />

em cadeias na<br />

extremidade dos<br />

conidióforos.<br />

Ilustrações: Mário Silva<br />

Figura 5: Rhizopus sp.<br />

Esporangiosporos<br />

dentro do esporângio.<br />

Ilustração: Mário Silva<br />

Figura 6: Coccidioides<br />

immitis. Fragmentação<br />

da hifa formando<br />

artroconídios.<br />

Ilustração: Mário Silva<br />

Morfologia, Fisiologia e Classificação dos Fungos - Departamento de Microbiologia - <strong>ICB</strong>/<strong>UFMG</strong> - Net Micro


Reprodução sexuada<br />

Espécies são heterotálicas quando os indivíduos apresentam gametas de células doadoras (+)<br />

e de células receptoras (-) localizadas em talos separados ou quando apresentam ambos os<br />

sexos, mas estes são auto-incompatíveis. Espécies homotálicas ou hermafroditas são representadas<br />

por indivíduos que produzem gametas (+) e (-) autocompatíveis no mesmo talo.<br />

O tecido é denominado dicariótico quando existem dois núcleos compatíveis na mesma hifa<br />

e heterocariótico quando existem mais de dois tipos de núcleo na mesma hifa.<br />

O esporo sexual resulta de três etapas<br />

1. Plasmogamia: um núcleo haplóide de uma célula doadora penetra no citoplasma da célula<br />

receptora.<br />

2. Cariogamia: Os núcleos e se fundem para formar um zigoto diplóide.<br />

3. Meiose: O núcleo diplóide origina um núcleo haplóide (esporos sexuais, dos quais alguns<br />

podem ser recombinantes genéticos).<br />

Processos de fecundação<br />

• Conjugação planogamética: envolve o encontro de gametas móveis.<br />

• Conjugação gametangial: ocorre plasmogamia.<br />

• Contato gametangial: quando núcleo masculino passa para o gameta feminino<br />

• Espermatização: o gameta masculino (aplanósporo) desprende-se do micélio aderindo ao<br />

gameta feminino que permanece fixo ao talo.<br />

• Somatogamia: hifas somáticas pouco ou não diferenciadas entram em contato, e então<br />

ocorre a fusão e a transferência de gametas.<br />

Ciclo parassexuado<br />

A recombinação ocorre durante a mitose.<br />

Classificação<br />

Domínio Eucarya<br />

Reino Fungi (Mycetae)<br />

Divisão: Eumycota: Fungos Verdadeiros<br />

1. Chytridiomycotina (Mastigomycotina): fungos aquáticos, hifas asseptadas, esporos flagelados.<br />

2. Zygomycotina: hifas asseptadas, reprodução sexuada com a formação do zigósporo. Reprodução<br />

assexuada pela formação do esporangiósporo.<br />

3. Ascomycotina: Incluem fungos com hifas septadas e algumas leveduras. Seus esporos assexuais<br />

são normalmente conídios. Ascósporos são esporos sexuados que se originam da fusão<br />

do núcleo de duas células numa estrutura em forma de saco, o asco.<br />

Morfologia, Fisiologia e Classificação dos Fungos - Departamento de Microbiologia - <strong>ICB</strong>/<strong>UFMG</strong> - Net Micro


4. Basidiomycotina: Fungos de hifas septadas que produzem cogumelos. Esses fungo produzem<br />

esporos provenientes da reprodução sexuada exógena, os basidiósporos.<br />

5. Deuteromycotina ou Fungi Imperfecti: fungos de hifas septadas, não apresentam reprodução<br />

sexuada, porém alguns têm o ciclo parassexuado. As principais espécies patogênicas para o<br />

homem e animais estão nesta subdivisão.<br />

Bibliografia<br />

RAVEN, P. Biologia Vegetal. 6.ed. Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 2001.<br />

RESENDE, M. A. Morfologia e classificação dos fungos. In: AULA PARA A DISCIPLINA<br />

MICROBIOLOGIA MÉDICA DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA, 2006,<br />

<strong>UFMG</strong>,<br />

Belo Horizonte.<br />

TORTORA G.J. et al. Microbiologia. 8.ed. ArtMed. 2005. 200.<br />

Morfologia, Fisiologia e Classificação dos Fungos - Departamento de Microbiologia - <strong>ICB</strong>/<strong>UFMG</strong> - Net Micro

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!