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08_CAP 6.1_Meio Fisico.pdf - ceivap

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6. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL<br />

<strong>6.1</strong> <strong>Meio</strong> Físico<br />

<strong>6.1</strong>.1 Caracterização Geológica e Hidrogeológica<br />

<strong>6.1</strong>.1.1 Caracterização geológica da Área de Influência Indireta - AII<br />

A região de estudo está localizada no litoral sul do Estado do Rio de Janeiro,<br />

na região de Sepetiba, abrangendo terrenos do município de Itaguaí, cuja<br />

geologia é constituída por rochas do segmento continental e marinho.<br />

A Baixada de Sepetiba está localizada no Escudo Atlântico da Plataforma Sul<br />

Americana, que é constituída por rochas granito-gnaissicas do período<br />

Précambriano, rochas intrusivas alcalinas e básicas do período Mesozoico,<br />

sedimentos marinhos, fluviais e coluviais do período Cenozoico.<br />

Ao norte da baixada de Sepetiba estão os contrafortes da Serra do Mar com<br />

uma sucessão de cristas e vales que atingem até a porção leste desta baixada.<br />

<strong>6.1</strong>.1.2 Descrição da geologia<br />

O embasamento Proterozóico, essencialmente brasiliano, que constitui o<br />

sudeste do Brasil, foi reativado pelos processos de fragmentação do<br />

Gondwana e formação do Atlântico Sul (Eocretáceo), pelo magmatismo<br />

alcalino (Eocretáceo a Paleógeno) e pela formação das bacias terciárias<br />

contemporâneas à implantação das serras do Mar e da Mantiqueira<br />

(Paleógeno).<br />

A área de estudo do empreendimento está regionalmente inserida na Província<br />

Estrutural Mantiqueira (Almeida et al., 1977) constituída, sobretudo, de rochas<br />

pré-cambrianas, intensamente deformadas, metamorfizadas em diferentes<br />

graus, migmatizadas e injetadas por granitóides de variadas composições e<br />

fases de intrusionamento.<br />

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O Neoproterozóico apresenta unidades litológicas do Domínio Tectônico Rio<br />

Negro, que engloba litologias da Unidade Rio Negro, o Batólito Serra dos<br />

Órgãos e o gnaisse semi-facoidal. Predominam rochas ortognaissicas de<br />

diferentes composições e fases de intrusionamento, destacando-se os<br />

gnaisses e migmatitos trondhjemíticos do Complexo Rio Negro e granitóides<br />

associados, particularizados pelo Batólito Serra dos Órgãos.<br />

A Unidade Rio Negro é reconhecida pelos tipos ortognaissicos de textura e<br />

composição um tanto variáveis, tendo suas exposições por toda área,<br />

principalmente na porção centro-ocidental. Entre suas variedades, destacamse<br />

migmatitos predominantemente estromáticos, com paleossoma de biotita<br />

(anfibólio) gnaisse e neossoma granítico de grão médio a fino. Presença de<br />

biotita gnaisse porfiroblástico com cristais centimétricos de microclina rosada .<br />

Presença de protomilonitos e milonitos das litologias anteriores.<br />

Batólito Serra dos Órgãos, que aparece nas ilhas da Madeira e de Itacuruçá,<br />

está relacionado a um episódio magmático pré a sin-colisional. São granitóides<br />

à hornblenda e biotita, equigranulares, às vezes porfiríticos, de granulação<br />

grossa, com foliação descontínua e, em alguns pontos, apresenta-se isotrópico<br />

de aspecto nitidamente granítico, com xenólitos das litologias encaixantes da<br />

Unidade Rio Negro, e diques metabásicos sinintrusivos, descontínuos. A<br />

foliação da rocha é bastante irregular e pode apresentar pequenas dobras de<br />

uma fase tardia de deformação, com faixas localizadas de cisalhamento e<br />

“arraste”.<br />

A Unidade gnaisse semi-facoidal, tem seus afloramentos no setor oriental da<br />

área e é caracterizada por rochas compostas de biotita gnaisse à microclina e<br />

plagioclásioquartzo (microclina) biotita granada gnaisse com textura semifacoidal.<br />

Esse gnaisse pode estar associado a uma suíte granítica sin a tardicolisional<br />

no ambiente tectônico Rio Negro.<br />

Os complexos Ilha da Madeira e Ilha da Marambaia encontram-se em condição<br />

litoestratigráfica ainda não perfeitamente definida, tendo sido incluídos,<br />

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justamente por associação com outros corpos intrusivos similares, no<br />

magmatismo pós-colisional.<br />

O Complexo Ilha da Madeira é assinalado em porções da Ilha da Madeira e na<br />

Ilha de Itacuruçá, sendo descrito como um ortoclásio (granada) granito de talhe<br />

médio, em parte porfirítico, homogêneo a foliado em domínios restritos, cor<br />

verde acaramelada a cinzenta.<br />

As rochas ígneas intrusivas ocorrem em forma de veios ou diques de<br />

dimensões variadas e são, formadas principalmente de sienitos, nefelina<br />

sienitos e fenólitos. Estes diques seguem direções preferenciais NE (nordeste)<br />

e N/NW (nor-noroeste), possivelmente associados a lineamentos précambrianos,<br />

reativados durante o Cenozóico.<br />

Os sedimentos quaternários marinhos, representados predominantemente por<br />

areias quartzosas, são encontrados , de modo mais expressivo ao longo da<br />

baixada de Sepetiba, onde se formam as praias, cordões litorâneos e até<br />

mesmo dunas.<br />

O quadro a seguir mostra a coluna geológica da região de estudo (Área de<br />

Influencia Indireta – AII; Anexo <strong>6.1</strong>-1 – Mapa Geológico).<br />

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IDADE UNIDADES DESCRIÇÃO LITOLÓGICA<br />

Depósitos<br />

Continentais<br />

Fluviais<br />

Sedimentos areno –siltoargilosos,<br />

localmente ricos em<br />

matéria orgânica, englobando<br />

as planícies de inundação dos<br />

rios e os manguezais costeiros.<br />

Cenozóico<br />

Quaternário<br />

Depósitos<br />

Marinhos<br />

Sedimentos<br />

predominantemente arenosos<br />

(Baia da Ilha Grande e linhas<br />

de praia atuais e antigas) e<br />

argilosos (Baia de Sepetiba)<br />

Granito Mangaratiba – biotita<br />

granitóides do tipo I de<br />

granulação fina a média, textura<br />

Paleozóico<br />

Cambriano<br />

(Brasiliano III)<br />

Granitóides<br />

Postectônicos<br />

equigranular a porfirítica,<br />

localmente com foliação de<br />

fluxo magmático. Ocorrem<br />

como stocks e pequenos<br />

batólitos cortando as rochas<br />

regionais.<br />

Granitos a duas micas do tipo-S<br />

Proterozóico<br />

NeoProterozóico<br />

(Brasiliano III)<br />

Suite Serra<br />

das Araras<br />

com granulação grossa,<br />

equigranular a porfirítico com<br />

foliação transcorrente, rico em<br />

enclaves de paragnaisses.<br />

Precambriano<br />

Proterozóico<br />

NeoProterozóico<br />

(Brasiliano II)<br />

Suite Serra<br />

dos Orgãos<br />

Unidade Serra dos Orgãos –<br />

Granitóides com hornblenda e<br />

biotita de granulação grossa.<br />

Texturas e estruturas<br />

magmáticas preservadas com<br />

foliação tangencial.<br />

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Complexo Rio<br />

Negro<br />

Unidade Rio Negro –<br />

Ortognaisses bandados de<br />

granulação grossa, texturas<br />

porfiríticas recristalizadas e<br />

agem com forte foliação<br />

tangencial.<br />

Unidades<br />

Duas Barras<br />

Granitóides homogêneos,<br />

foliados de composição<br />

tonalítica com intrusões de<br />

veios de leucogranito.<br />

Fonte CPRM – Mapa Geológico do Estado do Rio de Janeiro, 2000.<br />

<strong>6.1</strong>.1.3 Caracterização geológica da Área de Influência Direta - AID<br />

<strong>6.1</strong>.1.3.1 Unidades Litológicas<br />

O substrato rochoso da Ilha da Madeira é constituído de rochas granitóides e<br />

gnáissicas pré-cambrianas, caracterizado pela presença marcante de<br />

ortognaisses gerados em ambiente colisional, onde se destacam os<br />

ortognaisses e migmatitos do complexo Rio Negro e granitóides associados<br />

representados pelo Batólito Serra dos Órgãos.<br />

Na ilha são reconhecidas 3 unidades geológicas sendo elas:<br />

1 - Batólito Serra dos Órgãos, ocorrendo na região central da ilha<br />

segundo uma faixa de direção aproximadamente NE-SW, e com<br />

ocorrências isoladas em sua porção mais a oeste;<br />

2 - Unidade Rio Negro em seu setor este-sudeste; e,<br />

3 - Complexo Ilha da Madeira em sua porção centro-noroeste.<br />

As duas últimas apresentam contato com rochas granitóides do Batólito Serra<br />

dos Órgãos.<br />

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O intemperismo, bem desenvolvido na área, dá origem a solos residuais<br />

normalmente recobertos por formações superficiais coluvionares, onde são<br />

observados blocos rochosos sob a forma de matacões dispersos nas encostas<br />

e zonas baixas à elas subjacentes.<br />

Afloramentos de rocha fresca são escassos, e as melhores observações do<br />

arcabouço rochoso da ilha, são feitas em costões litorâneos como aqueles<br />

existentes no litoral ocidental da ilha e pedreiras como a Pedreira Sepetiba.<br />

No contexto geoambiental, as observações das litologias e estruturas<br />

existentes na Ilha da Madeira, são extremamente dificultadas pelo grau de<br />

decomposição das rochas associada cobertura vegetal que ainda recobre os<br />

terrenos acidentados da ilha.<br />

As rochas graníticas do Complexo Ilha da Madeira têm distribuição dominante<br />

na Ilha da Madeira, ocupando cerca de 15% da Ilha de Itacuruça e a totalidade<br />

de duas pequenas ilhas na Enseada da Gamboa.<br />

Na Ilha da Madeira os afloramentos graníticos ocupam mais de 1/3 (um terço)<br />

da área, constituindo toda a porção centro-norte e oeste, exceto o extremo<br />

oeste. Esta rocha dominante está excelentemente exposta numa antiga<br />

pedreira. Grandes xenólitos de biotita gnaisse xistoso migmatizado, atribuído à<br />

Unidade Rio Negro são vistos no corte da pedreira.<br />

Não resta a menor dúvida quanto ao caráter intrusivo das rochas do complexo<br />

Ilha da Madeira nas encaixantes graníticas (do Batólito Serra dos Órgãos) com<br />

as quais se põem em contacto e migmatíticas (da Unidade Rio Negro) pois em<br />

vários dos afloramentos, há restos destas rochas no interior das rochas do<br />

complexo Ilha da Madeira (Anexo <strong>6.1</strong>-2).<br />

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<strong>6.1</strong>.1.3.2 Descrição dos Perfis Geológicos da Área de Influência Direta<br />

O detalhe geológico local é definido com base na interpretação de três perfis<br />

dos poços de monitoramento e sondagens, executados pela Arcadis Hidro<br />

Ambiente (2009).<br />

Perfil A-A‟ direção N-S:<br />

Perfil B-B‟ direção SE-NW:<br />

Perfil C-C‟ direção SW-NE:<br />

Perfil A-A’ (direção norte-sul) – (Anexo <strong>6.1</strong>-3)<br />

Na porção superficial da área são predominantes os sedimentos compostos por<br />

aterro silto-arenoso (areia média a fina) com porções mais argilosas de<br />

coloração avermelhada. Na área da pilha de rejeito é observada uma camada<br />

de aterro silto-argiloso vermelho compacto. Na porção da área próxima ao<br />

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mangue é observado superficialmente camada de argila orgânica cinza a preta<br />

muito plástica.<br />

Ao sul da área a rocha é aflorante sendo caracterizada como metamórficagnaisse.<br />

Esta rocha encontra-se na porção central da área em cotas próxima a<br />

-20 metros.<br />

Em algumas porções do terreno aparecem abaixo das camadas de aterro,<br />

camadas argiloarenosas (areia fina) de coloração cinza, além de camadas de<br />

areia média a grossa<br />

Abaixo dessas camadas argiloarenosas (areia fina), aparecem camadas de<br />

areia media a grossa amarelada, resultante de alterações de rocha (solo<br />

residual).<br />

Perfil B-B’ (direção sudeste-noroeste) – (Anexo <strong>6.1</strong>-4)<br />

Mostra a camada de aterro silto-arenoso (areia fina) avermelhada, cobrindo<br />

camadas de argiloarenosas (areia fina) de coloração cinza espessas na lateral<br />

da pilha de rejeito.<br />

A lagoa esta assentada na camada de solo residual, e a sua margem voltada<br />

para a bacia de contenção da pilha de rejeito, mostra o perfil do aterro sobre a<br />

camada argiloarenosa (areia fina) de coloração cinza úmida, camada de areia<br />

média a grossa e a camada de areia media a grossa amarelada , resultante de<br />

alterações de rocha (solo residual).<br />

Perfil C-C’ (direção sudoeste-nordeste) – (Anexo <strong>6.1</strong>-5)<br />

Mostra área da pilha de rejeito com a camada de aterro silto-argiloso vermelho<br />

compacto. A camada de aterro silto-argiloso (areia fina) cobre toda a área até o<br />

inicio da pilha de rejeito e ate a margem da bacia de contenção da pilha de<br />

rejeito. Abaixo das camadas de aterro, do rejeito compactado e da bacia de<br />

contenção, vem camadas argiloarenosas (areia fina), cinza úmida.<br />

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Nas áreas próximas ao mangue, ocorre camada de argila preta orgânica<br />

plástica, sobre o solo residual.<br />

<strong>6.1</strong>.1.4 Pedologia<br />

<strong>6.1</strong>.1.4.1 Caracterização Pedológica Regional<br />

A metodologia de mapeamento dos solos realizado pelo Macroplano (Semads,<br />

1997) considerou como solo “todo e qualquer material de origem natural,<br />

particulado e não consolidado, proveniente da meteorização de rochas,<br />

podendo ser transportado ou “in situ”, procedendo, a partir daí, a<br />

caracterização e a distribuição dos diferentes tipos de solos e a sua relação<br />

com os condicionantes geológico-geomorfológicos, bem como aos processos<br />

atuantes, nos vários tipos de ambientes que compõem a área.<br />

A abordagem adotada na caracterização dos solos fundamentou-se nas<br />

relações entre os processos pedogenéticos e a atuação, por vezes<br />

determinante, de um ou mais dos fatores de formação dos solos.<br />

Da conformação geomorfológica da bacia, três grandes compartimentos podem<br />

melhor traduzir as suas características macro-pedológicas, quais sejam: as<br />

serras, a baixada e a vertente sul-atlântica da Serra do Mar.<br />

No compartimento serrano a bacia apresenta domínios pedológicos<br />

relacionados às estruturas cristalinas da Serra do Mar e dos maciços<br />

litorâneos.<br />

As faixas de relevo mais suaves em direção à baixada, correspondem a uma<br />

zona de transição entre as serras e os maciços, com grande presença de<br />

colinas e depósitos de tálus e colúvio, frutos do retrabalhamento das encostas<br />

mais altas, resultando numa grande quantidade de solos podzólicos associados<br />

a essa topografia.<br />

A grande ocorrência desse tipo de solo caracteriza uma situação de grande<br />

fragilidade quanto à erosão, especialmente pela pressão da ocupação urbana e<br />

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outros usos que geram grandes perdas de solos. Essa passagem para o<br />

compartimento da baixada se caracteriza também pela maior freqüência de<br />

depósitos de aluviões.<br />

Na zona de baixada, além dos morrotes isolados, as bacias passam a abrigar<br />

mais ambientes de deposição de sedimentos e, desse modo, as unidades<br />

relacionadas à esses processos começam a aparecer com maior<br />

expressividade, especialmente as unidades dos solos aluviais, gleys, orgânicos<br />

e planossolos, estendendo-se até as áreas de influência marinha.<br />

<strong>6.1</strong>.1.4.2 Unidades Mapeadas na Área de Influência Direta<br />

A área da bacia da baía de Sepetiba é constituída de variados tipos de<br />

ambientes, compondo paisagens específicas: baixada, restingas, manguezais,<br />

serras e colinas.<br />

Identificam-se, de uma maneira geral, as baixadas com os morros e serras<br />

como os dois grandes domínios geomorfológicos na área da bacia. A influência<br />

das formas de relevo é marcante na configuração e na distribuição dos<br />

diversos tipos de solos que constituem esses ambientes e que podem ser<br />

divididos como solos das baixadas e solos das encostas (Semads, 1997).<br />

Os terrenos planos e as depressões da baixada, apresentam geralmente<br />

condições de drenagem imperfeita formando quase sempre ambientes<br />

hidromórficos, com grande influência do lençol freático, que nessa área<br />

aparece muito próximo à superfície. Constituem-se basicamente de sedimentos<br />

quaternários que foram retrabalhados por diversos agentes (vento, ondas,<br />

correntes e etc.), associados ao desenvolvimento de restingas e dunas<br />

(depósitos arenosos), mangues (depósitos argilosos, argilo-siltosos e mistura<br />

de sedimentos arenosos e materiais orgânicos) e ainda aos alagadiços e<br />

aluviões nas áreas planas e represadas junto à costa (depósitos aluvionares).<br />

As classes de solos relacionadas a essas zonas de baixada são: Areias<br />

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Quartzosas Marinhas, solos Gley, Podzol Hidromórfico, Planossolos, solos<br />

Aluviais e solos Orgânicos.<br />

O aumento da declividade em direção às serras reflete-se na presença de<br />

solos associados às variações de gradientes das encostas e à maior exposição<br />

à erosão, originários da intemperização de rochas e sedimentos mais antigos.<br />

Nesse contexto, solos Podzólicos Vermelho-Amarelo associados à solos<br />

Litólicos e afloramentos rochosos, Latossolos Vermelho-Amarelo, Cambissolos<br />

e Brunizem Avermelhado, ocorrem nas áreas que apresentam um relevo<br />

ondulado a fortemente ondulado, sendo os solos Podzólicos Vermelho-Amarelo<br />

característicos das colinas e morrotes isolados nas baixadas.<br />

A seguir são apresentadas as descrições das unidades mapeadas, onde podese<br />

observar a sua individualização pelas predominâncias e ocorrências das<br />

classes de solos presentes nessas correlações.<br />

Areas de alagadiços<br />

São terrenos baixos, mal drenados, com nível de lençol freático muito raso,<br />

aflorante por longos períodos ou permanentemente.<br />

Ocorrem em torno de lagoas e depressões na baixada litorânea, em relevo<br />

praticamente plano. Seus sedimentos são provenientes dos ambientes flúviolagunar<br />

e marinho e possuem espessura inferior a 3 m.<br />

Os solos que correspondem a essas áreas alagadas são predominantemente<br />

hidromórficos do tipo Gley, que se caracterizam pela presença de um horizonte<br />

subsuperficial (g), de coloração cinzenta e/ ou mosqueada, evidenciando a sua<br />

formação por reações de oxi-redução. A grande presença de matéria orgânica<br />

no horizonte A, evidencia, junto com o horizonte Gley, a má drenagem do<br />

terreno e a condição de hidromorfogenia. Os solos Gley são, em geral, pouco<br />

profundos, com o horizonte superficial espesso pelo acúmulo de matéria<br />

orgânica, de coloração escura (preta ou cinza-escura) e os horizontes<br />

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subsuperficiais (g) de cores cinzentas e neutras, de textura argilosa ou muito<br />

argilosa e estrutura maciça. Ocorrem comumente nas várzeas dos rios. Os<br />

sedimentos constituintes desses solos em geral são de origem flúvio-lagunar.<br />

Na Baixada de Sepetiba, ocorrem os vários tipos de solos Gley, predominando<br />

os Gleys húmicos de argila de atividade alta, álicos, em altitudes que variam de<br />

10 a 20 m, sob campos de várzeas, e os Gleys salinos tiomórficos próximos à<br />

orla marítima, na desembocadura dos rios e canais, onde os sedimentos<br />

argilosos e argilo-siltosos com adição de detritos orgânicos sofrem a influência<br />

das marés, favorecendo a mistura de sais e a ocorrência de compostos de<br />

enxofre.<br />

Por ocuparem terrenos em relevo plano, os solos Gley praticamente não são<br />

susceptíveis à erosão.<br />

Areas aluvionares<br />

Esta unidade está relacionada com as áreas de manguezais, que possuem<br />

ainda uma ocorrência significativa no entorno da Baía de Sepetiba (de<br />

Guaratiba a Itacuruçá), ocupando cerca de 0,8% da bacia. São terrenos baixos<br />

e planos, diretamente sujeito às inundações diárias de marés, em faixas<br />

contíguas ao mar ou eventualmente ao longo de rios e canais.<br />

Como ambiente de transição entre o continente e o mar, os manguezais<br />

recebem grande carga de sedimentos provenientes de transporte fluvial.<br />

Constituem-se de material que variam de textura arenosa a muito argilosa e<br />

grande produção de matéria orgânica com restos de conchas e vegetais, com<br />

intercalação de areias finas, formando vastas lamas. A coloração típica desses<br />

sedimentos é a acinzentada, evidenciando as condições redutoras desse<br />

ambiente. A sua vegetação típica, o mangue propriamente dito, possui um<br />

fundamental papel na deposição e fixação desses sedimentos.<br />

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Pelas características desse ambiente, a vegetação assenta-se sobre solos<br />

compatíveis com os solos do tipo Gley salinos tiomórficos e a associação<br />

complexa de solos Gley salinos e solos Gley salino tiomórficos ambos<br />

indiscriminados. Também podem ser encontrados associados aos solos<br />

orgânicos salinos tiomórficos. Os Gley salinos tiomórficos apresentam<br />

sequência típica de horizontes do tipo A sobre C, com cores escuras no<br />

horizonte A e cinzento-esverdeada escura no horizonte C.<br />

Esta unidade encontra-se associada às áreas de aluviões, cobrindo cerca de<br />

4,2% da bacia. Os aluviões ocorrem em terrenos próximos a rios e lagos,<br />

formados geralmente entre as planícies flúvio-lagunares costeiras e morros e<br />

serras de embasamento cristalino, em altitudes inferiores a 10 m e em terraços<br />

de até 30 m, num relevo plano, podendo-se encontrar isoladamente morrotes e<br />

colinas residuais. São constituídos por materiais associados a ambientes<br />

fluviais, erodidos, retrabalhados e transportados pelos cursos d‟água e<br />

depositados nos seus leitos e margens. São depósitos de idade recente,<br />

geralmente de grande extensão e espessura, com grande presença de matéria<br />

orgânica.<br />

Com nível do lençol d‟água raso, portanto sob condições gerais de má<br />

drenagem, os terrenos de aluviões constituem-se em sua maior parte de solos<br />

hidromórficos. Ocorrem nas várzeas dos rios, em relevo plano, e podem variar<br />

em relação à textura, coloração, consistência e estrutura de acordo com a<br />

natureza dos sedimentos depositados. A sua profundidade depende da altura<br />

do lençol freático, mas esse fator não limita o desenvolvimento de raízes,<br />

apesar do risco de inundações (Anexos <strong>6.1</strong>-6 e <strong>6.1</strong>-7).<br />

<strong>6.1</strong>.1.5 Geomorfologia<br />

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6-13


Com cerca de 500 km², a baía de Sepetiba é um compartimento rebaixado,<br />

limitada ao Sul pela restinga da Marambaia, ao Norte e a Leste pelo continente,<br />

e a Oeste por uma cadeia de ilhas (Itacuruça, Jaguanum, etc.) alinhadas na<br />

direção SO/NE. A Leste, na altura de Barra de Guaratiba a baía é ligada ao<br />

mar por um estreito canal.<br />

As diversas formas de relevo que cobrem a bacia hidrográfica de Sepetiba<br />

resultam, principalmente, da sua história geológica, da litologia e de fatores<br />

paleoclimáticos. Os eventos geológicos causadores de amplos arranjos<br />

estruturais e de expressivas ocorrências litológicas, geraram grandes conjuntos<br />

de formas de relevo:<br />

Domínio Serrano, constituídos pela vertente oceânica da serra do Mar e<br />

pelos maciços costeiros da Ilha da Marambaia, Pedra Branca e Mendanha, e,<br />

Domínio da Baixada, constituído por uma extensa planície fluviomarinha,<br />

atravessada pelo baixo curso dos principais rios que desaguam na<br />

Baía de Sepetiba.<br />

<strong>6.1</strong>.1.5.1 Caracterização geomorfologica local<br />

A geomorfologia da área onde será instalado o terminal de minérios é dividida<br />

em duas principais feições: a primeira formada por planícies flúvio-marinhas<br />

intermarés, constituída por sedimentos quaternários, argilosos ricos em matéria<br />

orgânica, a segunda é composta por alinhamentos serranos sustentados<br />

principalmente por granito-gnaisses e migmatitos.<br />

Nas planícies encontramos três unidades geotécnicas, os alagadiços, aluviões<br />

e mangues, cujas características físicas determinam comportamentos distintos.<br />

Os alagadiços estão dispostos nas cotas mais baixas da planície litorânea da<br />

baixada de Sepetiba, próximos aos rios e canais artificiais de drenagem.<br />

Geomorfologicamente os alagadiços são compostos por solos hidromórfos de<br />

origem fluvio-lagunar, apresentando em capeamentos argilosos com espessura<br />

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normalmente inferior a 3 metros, sobrepostas a camadas arenosas de origem<br />

marinha. Em tese, estes tipos de solos apresentam alta compressibilidade, alta<br />

plasticidade e nos baixos cursos dos canais fluviais, podem sofrer efeitos da<br />

ação das marés. Desta forma, o nível do lençol freático é bastante elevado,<br />

aflorantes em muitos casos, formando brejos e pântanos. Como os terrenos<br />

possuem declividade baixa, possuem drenagem impedida, favorecendo o<br />

aparecimento de solos turfosos e orgânicos.<br />

Os aluviões são compostos de solos constantemente saturados por inundações<br />

fluviais, associadas aos períodos de alta pluviosidade. Como pode ser<br />

observado ao longo de toda a área circunvizinha ao aluvião argiloso do terreno,<br />

os alagamentos e inundações são amplificados já que as próprias calhas dos<br />

rios são ocupadas por moradias e instalações comerciais. Esta ocupação<br />

urbana totalmente desordenada provoca dificuldades crescentes ao<br />

escoamento das águas.<br />

Os manguezais se apresentam ao longo da orla da Baia de Sepetiba em<br />

pequenas manchas isoladas juntas às pequenas enseadas e praias com fundo<br />

argiloso.<br />

Devido a diversas intervenções antrópicas na Bacia Hidrográfica de Sepetiba, o<br />

regime de sedimentação local se intensificou promovendo, assim, o rápido<br />

crescimento da planície de maré, que serve de substrato aos manguezais.<br />

Caracterizados por terrenos baixos e planos, os manguezais estão associados<br />

a constantes inundações por variação das marés, formando grandes planícies<br />

sedimentares francamente argilosas, saturadas de matéria orgânica e restos de<br />

conchas e vegetais, com intercalação de areia fina.<br />

A segunda feição é composta por alinhamentos serranos sustentados por<br />

granito-gnaisses, migmatitos, milonitos, rochas alcalinas e xistos com vertentes<br />

escarpadas e cumes aguçados. A amplitude topográfica é entre 300 metros e<br />

700 metros de gradientes elevados.<br />

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As ocorrências primárias são as rochas cristalinas associadas aos xistos,<br />

geomorfologicamente formadoras das montanhas e escarpas. As ocorrências<br />

secundárias ou derivadas constituem as areias de restingas, solos argilosos,<br />

manguezais, solos aluvionares e colúvios. Podemos acrescentar ocorrências<br />

de características geotécnicas intermediárias geralmente evidenciando<br />

superfícies arrasadas, rebaixadas e, via de regra, preenchida por sedimentos<br />

sendo mapeados como: morrotes/solos residuais, do cristalino, talus e colúvio.<br />

Os processos geomorfológicos relacionam-se diretamente ao tipo de substrato<br />

a ser trabalhado. Desta forma, ravinamentos, voçorocamentos,<br />

desbarrancamentos, deslizamentos e queda de barreiras são processos<br />

freqüentes nas feições primárias e de transição. Já os processos de<br />

assoreamento, colmatação e inundações/enchentes são freqüentes na feição<br />

secundária.<br />

Resumindo a Ilha da Madeira é constituída quase que totalmente pela unidade<br />

geomorfológica dos Alinhamentos Serranos e Degraus Estruturais. Essa<br />

unidade alcança altitudes de até 219 metros na parte sul da ilha, vertentes<br />

amplas e fortemente inclinadas, drenagens com declividade acentuada<br />

formando talvegues dissecados e vales encaixados. Outras unidades que<br />

ocorrem por domínio de área são os manguezais, ao norte da ilha entre o<br />

continente e os terrenos flúvio-marinhos adjacentes; aterros ocupam o entorno<br />

da ilha constituindo uma faixa marginal, principalmente ao norte, provocada<br />

pela expansão urbana e, ao sul, provocada pela expansão do Porto de Itaguaí.<br />

<strong>6.1</strong>.1.6 Recursos Hídricos<br />

A Lei Federal Nº 9.433/97 (Lei das Águas), que instituiu a Política Nacional de<br />

Recursos Hídricos, criou o Sistema Nacional de Recursos Hídricos, que<br />

oferece uma eficiente legislação sobre o gerenciamento dos recursos hídricos<br />

no Brasil.<br />

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A partir desta lei, o gerenciamento das bacias hidrográficas passou a ser de<br />

competência dos Comitês de Bacias, órgãos formados por representantes da<br />

União, dos estados, dos municípios e dos usuários das águas de sua área de<br />

atuação. Os comitês são formas democratizadas e descentralizadas para<br />

discutir os problemas e apontar as soluções ambientais para cada bacia,<br />

permitindo gerenciar cada bacia hidrográfica conforme suas peculiaridades<br />

(MMA).<br />

O estado do Rio de Janeiro, através do Projeto “Bacias Hidrográficas e Rios<br />

Fluminenses”, foi dividido em macrorregiões ambientais oficializadas pelo<br />

Decreto Estadual Nº 26.058/00 (Figura <strong>6.1</strong>.1.6-1).<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.6-1: Macrorregiões ambientais do Estado do Rio de Janeiro.<br />

Com o objetivo de estabelecer unidades básicas de planejamento e<br />

intervenção da gestão ambiental, essas macrorregiões foram estabelecidas<br />

segundo critérios técnicos-ambientais, administrativos e políticos, considerando<br />

em primeira instância a bacia hidrográfica como unidade territorial básica à<br />

promoção da gestão ambiental (INEA).<br />

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A bacia hidrográfica contribuinte para a Baía de Sepetiba engloba três<br />

subsistemas principais: Serra do Mar e Maciços Costeiros (Gericinó-Mendanha<br />

e Pedra Branca), Baixada de Sepetiba e Baía de Sepetiba.<br />

O limite da bacia é dado pela linha que une os pontos mais elevados das<br />

serras e corta trechos da baixada, às vezes tornando-se um pouco impreciso,<br />

devido às constantes obras de saneamento que transformam e redirecionam as<br />

drenagens locais (Figura <strong>6.1</strong>.1.6-2).<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.6-2: Macrorregião Ambiental da Bacia Contribuinte e da Baía de Sepetiba (MRA-<br />

2).<br />

<strong>6.1</strong>.1.<strong>6.1</strong> Macrorregião Ambiental (MRA-2)<br />

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Na bacia, os rios são todos de domínio do Estado do Rio de Janeiro. Para fins<br />

de planejamento ambiental e dos recursos hídricos, a Bacia da Baía de<br />

Sepetiba foi dividida em 9 Unidades de Planejamento, agrupadas em 05<br />

Regiões Hidrográficas.<br />

O divisor de águas da Macrorregião Ambiental da Bacia Contribuinte e da Baía<br />

de Sepetiba - MRA-2, parte da Pedra de Guaratiba, passando pelas Serras<br />

Preto do Cabuçu, Madureira, Gericinó, Tinguá, do Couto, São Pedro, Catumbi,<br />

Araras, Caçador, Leandro, Itaguaçu e Lajes, terminando na Ponta de Gambelo,<br />

em Mangaratiba (SEMADS/GTZ, 2001).<br />

A MRA-2 confronta-se à oeste com a Bacia do Rio Jacuacanga (Bacia da Baía<br />

da Ilha Grande), ao norte com a Bacia do Rio Paraíba do Sul (sub-bacias dos<br />

Rios Piraí, Alegre, Ubá e Piabanha), a leste com a Bacia da Baía de<br />

Guanabara e a sudeste com bacia da Baixada de Jacarepaguá.<br />

A bacia hidrográfica compreende cerca de 2.711 km 2 , incluindo-se neste valor<br />

a área da restinga de Marambaia e das ilhas no interior da baía. Os principais<br />

rios da bacia são o Guandú, da Guarda, Canal Guandú, Mazomba, Piraquê,<br />

Piracão, Portinho, Ingaíba, São Bráz, do Saco e Saí, com destaque para o rio<br />

Guandú.<br />

As cotas altimétricas da bacia variam de 0 a 1.800 metros, ponto culminante na<br />

serra do Couto. A bacia abrange o território de 12 municípios fluminenses.<br />

Itaguaí, Seropédica, Mangaratiba, Queimados, Japeri e Paracambi encontramse<br />

integralmente incluídos na área da bacia, enquanto Rio de Janeiro, Nova<br />

Iguaçu, Paulo de Frontin, Miguel Pereira, Piraí e Rio Claro tem apenas parte de<br />

seu território nela englobada (Quadro <strong>6.1</strong>.1.<strong>6.1</strong>-1).<br />

Quadro <strong>6.1</strong>.1.<strong>6.1</strong>-1: Dados quantitativos dos municípios da Bacia Hidrográfica.<br />

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Município<br />

Área<br />

Total<br />

km 2<br />

Área Incluída na Bacia<br />

% do % da<br />

km 2<br />

Municipio Bacia<br />

Atividades<br />

Econômicas<br />

Sede<br />

Municipal<br />

EngºP.de<br />

Frontin<br />

139,4 57,6 41,3 2,1 Ind. e Com.<br />

Dentro da<br />

bacia<br />

Itaguaí 292,3 292,3 100,0 10,8 Ind. e Com.<br />

Japeri 82,9 82,9 100,0 3,1 Comércio<br />

Mangaratiba 360,7 360,7 100,0 13,3 Com. e Serv.<br />

Dentro da<br />

bacia<br />

Dentro da<br />

bacia<br />

Dentro da<br />

bacia<br />

Miguel Pereira 288,1 252,4 87,6 9,3<br />

Agrop.Com e<br />

Serviços.<br />

Fora da bacia<br />

Nova Iguaçu 566,6 245,8 43,4 9,1 Ind. e Com.<br />

Paracambi 179,3 179,3 100,0 6,6 Com. e Serv.<br />

Parcialmente<br />

na bacia<br />

Dentro da<br />

bacia<br />

Piraí 583,7 116,9 20,0 4,3 Comércio Fora da bacia<br />

Queimados 78,0 78,0 100,0 2,9 Ind. e Com.<br />

Dentro da<br />

bacia<br />

Rio Claro 843,5 318,7 37,8 11,8 Agropec. Fora da bacia<br />

Rio de Janeiro 1255,3 459,7 36,6 17,0<br />

Ind., Com. e<br />

Serviços<br />

Parcialmente<br />

na bacia<br />

Seropédica 253,6 253,6 100,0 9,4 Agrop.e Com.<br />

Dentro da<br />

bacia<br />

Vassouras 553,8 12,9 2,3 0,5 - Fora da bacia<br />

Fonte: INEA (2009).<br />

<strong>6.1</strong>.1.6.2 Regiões Hidrográficas (RH‟s)<br />

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Desde novembro de 2006, o território do Rio de Janeiro, para fins de gestão<br />

dos recursos hídricos, encontra-se subdividido em 10 (dez) Regiões<br />

Hidrográficas (RH’s) (Figura <strong>6.1</strong>.1.6.2-1).<br />

Esta medida, aprovada pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos, através<br />

da Resolução/CERHI-RJ Nº 18 (<strong>08</strong>/11/2006), tem por objetivo facilitar a gestão<br />

deste importante recurso natural e otimizar a aplicação dos recursos<br />

financeiros arrecadados com a cobrança pelo uso da água em cada região<br />

(INEA).<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.6.2-1: Regiões Hidrográficas (RH‟s). Fonte: INEA.<br />

<strong>6.1</strong>.1.6.3 Comitês de Bacia Hidrográfica<br />

Os comitês de bacia hidrográfica foram criados para gerenciar o uso dos<br />

recursos hídricos de forma integrada e descentralizada, com a participação da<br />

sociedade. Instituídos pela lei que estabeleceu a política estadual de recursos<br />

hídricos (3.239/98), os colegiados são compostos por representantes do Poder<br />

Público, da sociedade civil e usuários de água. Essa formação tem como<br />

objetivo garantir a deliberação de decisões que influenciam na melhoria da<br />

qualidade de vida da região e no desenvolvimento sustentado da bacia. Por<br />

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seu poder consultivo, normativo e deliberativo, os comitês são considerados o<br />

"Parlamento das Águas" (INEA).<br />

Os Comitês de Bacias, criados pela Lei Nº 9.433 de 1997, são órgãos<br />

colegiados, compostos por representantes dos órgãos públicos, dos usuários e<br />

da sociedade civil, organizados para a gestão dos recursos hídricos de uma<br />

região. Constituem importantes fóruns para que a população, através de suas<br />

organizações, possa participar ativamente na condução e administração dos<br />

recursos hídricos de sua bacia.<br />

Ainda não há um Comitê que engobe a totalidade da Bacia Hidrográfica da<br />

Baía de Sepetiba, entretanto, pelo Decreto Nº 31.178/2002 foi instituido o<br />

Comitê da Bacia Hidrográfica do Guandu (Figura <strong>6.1</strong>.1.6.3-1) que compreende<br />

a Bacia Hidrográfica do Rio Guandu, incluídas as nascentes do Ribeirão das<br />

Lages, as águas desviadas do Paraíba do Sul e do Piraí, os afluentes ao<br />

Ribeirão das Lages, ao rio Guandu e ao canal de São Francisco, até a sua<br />

desembocaduara na Baía de Sepetiba, bem como as Bacias Hidrográficas do<br />

rio da Guarda e Guandu-Mirim (INEA).<br />

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Figura <strong>6.1</strong>.1.6.3-1: Abrangência do Comitê da Bacia Hidrográfica do Guandu. Fonte: INEA.<br />

<strong>6.1</strong>.1.6.4 Caracterização Hidrográfica<br />

<strong>6.1</strong>.1.6.4.1 Sistema Hidrográfico da Baía de Sepetiba<br />

A Figura <strong>6.1</strong>.1.6.4.1-1 descreve o Sistema Hidrográfico da Baía de Sepetiba<br />

sendo destacadas as seguintes bacias de drenagens (SEMADS, 1998):<br />

Bacia I: na porção extrema oriental, drena as vertentes do maciço da<br />

Pedra Branca através dos rios Engenho Novo, Piracão e Piraquê;<br />

Bacia II: tributária do Baixo Guandu, drenada pelo rio Guandu Mirim,<br />

cujas nascentes se localizam nos Maciços da Pedra Branca e do<br />

Mendanha;<br />

Bacia III: tributária do médio Guandu, drenada pelos rios Ipiranga e<br />

Cabuçu, ambos provenientes do maciço do Mendanha;<br />

Bacia IV: tributária do médio Guandu, drenada pelos rios Queimados,<br />

Douro e Santo Antonio, provenientes das colinas residuais da grande<br />

baixada e do maciço do Tinguá;<br />

Bacia V: tributária do médio Guandu, drenada pelo rio São Pedro que é<br />

formado no Maciço do Tinguá;<br />

Bacia VI: drena a Serra do Couto através do rio Santana, afluente do<br />

Alto Guandu;<br />

Bacia VII: é a bacia do Alto rio Guandu que drena a Serra das Araras;<br />

Bacia VIII: drenada pelos rios da Guarda, Piloto, Piranema, Valão dos<br />

Bois, Valão do Dendê e Canal do Santo Inácio, que são formados nas<br />

vertentes da Serra das araras;<br />

Bacia IX: drena a Serra do Mazomba, através do Rio Mazomba;<br />

Bacia X: conjunto de bacias que drenam diretamente pra a baía, na<br />

porção extrema ocidental, incluindo as bacias dos rios Tingussú, da Prata e<br />

Saí.<br />

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Figura <strong>6.1</strong>.1.6.4.1-1: Bacia Hidrográfica da região da Baía de Sepetiba (Fonte: SEMADS,<br />

1998).<br />

Os principais cursos de água da região hidrográfica são os rios Guandu (Canal<br />

de São Francisco - denominação final, antes de atingir a baía), da Guarda,<br />

Guandu-Mirim (Canal de São Fernando - denominação final, antes de desaguar<br />

na Baía), Canal do Itá (interligando com o rio Guandu-Mirim), Piraquê, Portinho<br />

e Mazomba. Os demais, como o Rio Grande, do Bagre e Saí, são cursos<br />

d‟água com bacias hidrográficas bem menores, que drenam áreas menos<br />

povoadas e, com pouca ou nenhuma expressão, em nível de atividades<br />

industriais.<br />

No documento “Bacias Hidrográficas e Recursos Hídricos da Macrorregião<br />

Ambiental 2 - Bacia da Baía de Sepetiba” (Projeto PLANÁGUA SEMADS/GTZ,<br />

2001), reagrupou-se as bacias de drenagens em 9 Unidades de Planejamento<br />

(UPs), e outra correspondente à “Córregos e Lagoas da Restinga e das Ilhas”.<br />

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Além do rio Guandu, a Baía de Sepetiba dispõe, como apresentado, de muitos<br />

outros mananciais, com destaque aos rios Mazomba e Cação. No caso do<br />

Cação, este alcança a ilha da Madeira a oeste da Área de Influência da<br />

Retroárea da USIMINAS. Assim, dentre as 9 UPs, destacamos o da Região<br />

Hidrográfica de Itaguaí - UP2 e UP3 (SEMADS/GTZ, 2001):<br />

UP2 e UP3 - Região Hidrográfica de Itaguaí:<br />

Com aproximadamente 434 km 2 , a Região Hidrográfica de Itaguaí abrange<br />

duas bacias, a do Rio Mazomba e a do Rio da Guarda, sendo integrantes os<br />

Municípios de Itaguaí, Seropédica e Rio de Janeiro. A bacia é cortada pelas<br />

BR-101, BR-465 e RJ-109.<br />

No passado, o Mazomba era o principal formador do rio da Guarda ou Itaguaí.<br />

Prolongando-se com o nome de rio Teixeira, alimentava, em conjunto com<br />

outros rios, os extensos banhados das baixadas da Bacia do Rio Itaguaí.<br />

Na época das grandes chuvas, as águas do rio Mazomba, no início na baixada,<br />

formavam um grande alagadiço. Durante as cheias, havia um extravasamento<br />

para um banhado adjacente formado pelo baixo curso do rio Cação, cujas<br />

nascentes se situam na serra do Leandro, defronte à ilha da Madeira. O rio<br />

Cação por sua vez, desembocava diretamente na Baía de Sepetiba.<br />

Constatando este fato, o DNOS - Departamento Nacional de Obras e<br />

Saneamento - construiu em 1941 o Canal da Arapucaia, derivando as águas do<br />

rio Mazomba para o rio Cação. O rio Mazomba e seus afluentes foram também<br />

por esta época todos dragados. Com a construção do Canal Arapucaia, o<br />

Mazomba deixou de ser a nascente principal do rio da Guarda, passando a<br />

constituir um rio isolado, o Mazomba-Cação.<br />

Rio Mazomba-Cação (UP2)<br />

A Bacia do Rio Mazomba-Cação abrange cerca de 96 km², sendo delimitada<br />

pelas Serras do Gado, Itaguassu, Mazomba, Pacheco e Leandro, entre cotas<br />

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6-25


altimétricas de 80 a 1.200 m, que são maiores à oeste. Confronta-se a leste<br />

com a Bacia do Rio Itaguaí e a oeste com bacias da região hidrográfica do<br />

Litoral Oeste.<br />

O rio Mazomba nasce há 1.<strong>08</strong>0 metros, na Serra da Mazomba, e se<br />

desenvolve por cerca de 26 km. Passa a ser denominado de rio Cação à<br />

montante de seu desvio pela margem esquerda, onde tem início o Canal de<br />

Arapucaia ou do Martins. No seu trajeto, banha as localidades de Mazomba,<br />

Mazombinha e a cidade de Itaguaí.<br />

Seus principais afluentes são, pela margem esquerda, o Rio Santa Rita-Pouso<br />

Frio e os Canais Mandí e Guarda Grande, e pela margem direita, os Rios<br />

Mazombinha e Preto ou Teixera.<br />

O alto curso do Rio Mazomba é caracterizado por leito rochoso com diversos<br />

matacões e areia. As margens são taludes íngremes, com poucas árvores,<br />

estando em sua maior parte desprotegidas. Muitas residências também se<br />

estabeleceram às suas margens. A água é clara, com presença de lixo, mas<br />

fica turva após as chuvas. Provavelmente recebe esgoto diretamente, bem<br />

como efluentes de fossas.<br />

No trecho superior há uma captação da CEDAE, que dispõe de uma pequena<br />

barragem com descarga de fundo. Observou-se, em visita ao local, que a bacia<br />

à montante da captação é ocupada por alguns sítios, causando problemas de<br />

turvação da água devido a contribuição de sedimentos. O acesso em busca de<br />

lazer para montante da captação é impedido pela CEDAE.<br />

À jusante deste local, o rio é muito frequentado para lazer, pois tem muitos<br />

atrativos como poços e pequenas quedas. Um estabelecimento hoteleiro<br />

construiu três barragens no rio Mazomba, com descarregadores de fundo, para<br />

propiciar a exploração turística.<br />

O leito do rio Mazomba na parte inicial do baixo curso é largo e extremamente<br />

raso, com grande quantidade de sedimentos na calha. Pouco depois, o rio<br />

Mazomba passa a ter um leito mais aprofundado e com largura menor. Com<br />

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6-26


esta configuração, atravessa a porção oeste da área urbana de Itaguaí,<br />

apresentando margens planas com capim, bananas, residências e deposição<br />

de lixo. O rio passa a receber, neste trecho, maior contribuição de esgoto.<br />

O rio segue seu curso atravessando uma área de pasto e logo adiante verte<br />

suas águas em dois canais. O primeiro é denominado de rio Cação e o<br />

segundo de Canal Arapucaia. O fluxo do rio segue pelo rio Cação até desaguar<br />

em um manguezal situado na face oeste da ilha da Madeira. O Canal do<br />

Arapucaia, com 2 km e situado à esquerda, aparentemente está todo obstruído<br />

e não atua mais como extravasor de águas. Este canal tem sua foz nas<br />

imediações do Porto de Itaguaí.<br />

Próximo à foz do rio Cação encontra-se instalada a INGÁ Mercantil (atual área<br />

da USIMINAS), que foi a indústria com maior passivo ambiental de toda a<br />

bacia. O baixo curso do rio Mazomba-Cação tem problemas de<br />

estrangulamento de fluxo, o que vem provocando enchentes. A influência da<br />

maré no rio Cação se faz sentir até 1 km à jusante do cruzamento com a BR-<br />

101, localizada a cerca de 8 km à montante da baía.<br />

Rio da Guarda (UP3)<br />

A bacia hidrográfica do Rio da Guarda, conhecido originalmente por rio Itaguaí,<br />

compreende uma área de 338 km². Tem como limites a Serra da Calçada e<br />

Catumbi e os baixos divisores de água que a distinguem da Bacia do Rio<br />

Ribeirão das Lajes, Guandu e Canal São Francisco.<br />

O rio da Guarda, considerando o Valão dos Bois como seu formador atual, tem<br />

suas nascentes nas Serra da Calçada, em altitude na cota de 400 metros. No<br />

passado, o rio da Guarda, principal escoadouro da bacia, tinha por formador o<br />

rio Mazomba e era um afluente do baixo curso do Guandu. Grande parte da<br />

área central e inferior da baixada era inundada, onde pontilhavam grandes<br />

lagoas, como a do Pântano e os brejos do Dendê e do Mazomba e muitos<br />

outros.<br />

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6-27


Entre 1935 e 1941, o DNOS interviu na bacia, desenvolvendo serviços de<br />

grande envergadura, no qual praticamente todos os rios em seus trajetos na<br />

baixada, sem exceção, foram desobstruídos, dragados e canalizados,<br />

eliminando ou reduzindo significativamente os banhados. Construiu-se, dentre<br />

outros, os Canais do Dendê e do Santo Inácio. Este último, paralelo ao Rio<br />

Teixeira, que era o prolongamento do rio Mazomba e formador do rio Itaguaí,<br />

praticamente extinguiu-o. Os principais afluentes do rio da Guarda são o rio Cai<br />

Tudo (ou rio Quilombo), o Canal da Ponte Preta e a Vala do Sangue, o rio<br />

Piloto, o Valão do Burro, o Valinha e o Canal de Santo Agostinho.<br />

Após descer a Serra da Calçada, o Canal de Santo Inácio atravessa a porção<br />

norte da área urbana de Itaguaí. Tem o leito assoreado, as margens com<br />

capins e aguapés e recebe esgoto e lixo. Mais a frente, faz um giro de 90 graus<br />

e recebe pela margem esquerda o rio Cai Tudo e logo a seguir o rio Piloto, em<br />

área de pasto. Cruza a antiga Rio-São Paulo, recebe o Valão dos Bois,<br />

atravessa a BR-101 e ingressa numa área alagada, com margem baixas e<br />

colonizadas por macrófitas, capins e mangues, desaguando na Baía de<br />

Sepetiba.<br />

A influência da maré no rio da Guarda se faz sentir no rio Cai Tudo, na<br />

confluência do Canal do Santo Inácio até o Valão do Dendê e no rio Piloto até<br />

cerca de 2 km à montante da foz do rio da Guarda; e no Valão da Divisa, a<br />

cerca de 2,5 km de sua foz. Sob condições de maré de sizígia, a influência da<br />

maré se faz sentir até o cruzamento com a BR-101, situado a 7,8 km da foz do<br />

rio da Guarda.<br />

Nas margens da foz do rio da Guarda, tanto no trecho retificado quanto no que<br />

mantém sua conformação original, observam-se faixas compostas por<br />

vegetação típica de mangues.<br />

Na atualidade, a extensa rede de canais da baixada contém uma série de<br />

pontos críticos, favoráveis ao transbordamento. A proximidade com o litoral,<br />

aliada à baixa declividade e ao assoreamento, favorece a ocorrência de<br />

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6-28


enchentes. Diversos pontos de estrangulamento, acarretados por aterros e<br />

fundações para a construção das pontes do sistema rodoferroviário, agravam a<br />

situação. As áreas mais atingidas em Itaguaí e circunvizinhanças, afetadas<br />

pelas cheias, estão localizadas em cotas que variam de 2,50 a 3 metros.<br />

UP4 e UP5 - Região Hidrográfica do Guandu<br />

A Região Hidrográfica do Guandu possui aproximadamente 1.921 km 2 ,<br />

abrangendo as Bacias dos Rios Guandu, Guandu-Mirim e do Canal de São<br />

Fernando.<br />

O DNOS, entre 1935 e 1941, promoveu a limpeza do Rio Guandu até sua<br />

desembocadura e construiu 50 km de diques marginais desde um ponto<br />

próximo à sua foz até um local pouco à jusante da confluência do Rio São<br />

Pedro.<br />

Em 1952, um fato alterou radicalmente a configuração hidrográfica da Bacia do<br />

Rio Guandu. Visando aumentar a capacidade de geração hidrelétrica de seu<br />

sistema, a LIGHT finalizou naquele ano uma série de obras para permitir a<br />

transposição de águas dos rios Paraíba do Sul, Piraí e Vigário para a Bacia do<br />

Ribeirão das Lajes. Ao receber um volume de água adicional, a vazão de longo<br />

termo do Ribeirão das Lajes, que no trecho era de 7 m³/s, saltou para uma<br />

vazão de 168 m 3 /s (descarga média de longo termo), ou seja, multiplicou-se<br />

mais de vinte e uma vezes o deflúvio local.<br />

Sob tais condições, o Ribeirão das Lajes passou a ser o principal contribuinte,<br />

em termos de volume de água, do rio Guandu podendo-se, desta forma<br />

desprezar a parcela do rio Santana. Assim, desde 1952, o Ribeirão das Lajes<br />

deve ser considerado como o principal formador do rio Guandu.<br />

Tendo em vista esta nova situação, considera-se que o rio Guandu tem como<br />

afluentes pela margem esquerda os rios Santana, São Pedro e Poços. O<br />

comprimento total do rio Guandu, contabilizando-se o Ribeirão das Lajes como<br />

formador, é de 1<strong>08</strong>,5 km.<br />

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6-29


Todo o rio Guandu e o Canal de São Francisco sofrem os efeitos da exploração<br />

de areia, que em alguns pontos promove a desfiguração da calha,<br />

desmontando a barranca e abrindo buracos e enseadas laterais. Em 1979, um<br />

estudo promovido pela SERLA atestou que a retirada de areia era<br />

indiscriminada, chegando em certos trechos a exaurir a capacidade de<br />

reposição do rio; prosseguindo então com o solapamento das margens. Ainda<br />

de acordo com esse estudo, a atividade provoca o rebaixamento do fundo da<br />

calha, abalando obras de arte e alterando as condições de fluxo dos rios.<br />

Bacia dos Rios Guandu, da Guarda e Guandu Mirim<br />

As bacias dos rios Guandu (1.385 km 2 ), da Guarda (346 km 2 ) e Guandu Mirim<br />

(190 km 2 ), totalizam uma área de drenagem de 1.921 km 2 , onde vivem cerca<br />

de 1 milhão de habitantes, o que representa cerca de 70% da área total da<br />

Bacia Hidrográfica contribuinte à Baía de Sepetiba<br />

(ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA, 2006) (Figura <strong>6.1</strong>.1.6.4.1-2).<br />

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6-30


Figura <strong>6.1</strong>.1.6.4.1-2: Diagrama Unifilar da Rede Hidrográfica Principal. Fonte:<br />

ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />

Rio Guandu<br />

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6-31


O rio Guandu, principal curso d‟água da Bacia da Baía de Sepetiba, drena uma<br />

bacia com área de 1.385 Km 2 (Figura <strong>6.1</strong>.1.6.4.1-3). É formado pelo ribeirão<br />

das Lajes que passa a se chamar rio Guandu a partir da confluência com o rio<br />

Santana, na altitude de 30 m. Tem como principais afluentes, os rios dos<br />

Macacos, Santana, São Pedro, Poços/Queimados e Ipiranga<br />

(ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA, 2006).<br />

O seu curso final retificado leva o nome de canal de São Francisco. Todo o seu<br />

percurso até a foz (ribeirão das Lajes-Guandu-canal de São Francisco), totaliza<br />

48 Km. Em seu percurso de 24 km desde a usina de Pereira Passos até as<br />

barragens da CEDAE, margeia as áreas urbanas de Japeri e Engenheiro<br />

Pedreira, situadas em sua margem esquerda, e mais abaixo, áreas do<br />

município de Seropédica.<br />

Pouco abaixo do distrito de Japeri, recebe pela margem esquerda o rio São<br />

Pedro, afluente em bom estado de conservação, mas cuja foz vem sendo<br />

degradada pela exploração de areia. Na altura de Engenheiro Pedreira há um<br />

depósito de lixo em sua margem esquerda (SEMADS/GTZ, 2001 In:<br />

ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA, 2006). A jusante da via Dutra, o curso do rio<br />

Guandu segue rumo sul margeando áreas de pastagem até a localidade<br />

urbana de Campo Lindo em Seropédica, situada em correspondência com as<br />

barragens da CEDAE.<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.6.4.1-3: Margens e Foz do Rio Guandu. Foto: André A. Gonçalves.<br />

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A montante da ponte da antiga estrada Rio-São Paulo situa-se a ilha da<br />

CEDAE, onde o Guandu se divide em dois braços. Em ambos há barragens<br />

pertencentes a CEDAE, e são parte da estrutura de captação do sistema<br />

Guandu. Unida ao braço leste encontra-se a lagoa do Guandu, corpo d‟água<br />

formado por uma das barragens da CEDAE. Nesta lagoa desembocam os rios<br />

dos Poços/Queimados e Ipiranga, ambos poluídos por esgotos domésticos,<br />

efluentes industriais e lixo.<br />

A lagoa encontra-se por vezes tomada de macrófitas, e exala mau cheiro. A<br />

captação da CEDAE é feita na comporta leste através de um túnel onde são<br />

aduzidos cerca de 45 m 3 /s. A jusante da ilha da CEDAE, o Guandu atravessa<br />

um pequeno trecho com leito pedregoso, formando uma corredeira. A seguir,<br />

toma o rumo sudoeste, e percorre cerca de 9 km até adentrar no canal de São<br />

Francisco, seguindo por 15 Km até desaguar na Baía de Sepetiba (Figura<br />

<strong>6.1</strong>.1.6.4.1-4). A zona da foz é ocupada por manguezais e nela encontra-se um<br />

delta em formação (ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA, 2006).<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.6.4.1-4: Margens e Foz do Canal de São Francisco. Foto: André A. Gonçalves.<br />

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Rio da Guarda<br />

A bacia hidrográfica do rio da Guarda, conhecido originalmente por Rio Itaguaí,<br />

compreende uma área de 346 Km 2 sendo vizinha pela margem direita da bacia<br />

do rio Guandu (Figura <strong>6.1</strong>.1.6.4.1-5).<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.6.4.1-5: Curso e foz do Rio da Guarda. Foto: André A. Gonçalves.<br />

Seu principal formador é o valão dos Bois, cujas nascentes situam-se na<br />

vertente nordeste da Serra da Cachoeira. Trata-se de um canal com cerca de<br />

35 km de extensão e área de drenagem de 131,4 km 2 . Pode-se dizer que o<br />

estirão caracterizado como rio da Guarda se inicia após a confluência do Valão<br />

dos Bois com o rio Piloto e se desenvolve ao longo de, aproximadamente 7,0<br />

km até a sua foz na baía de Sepetiba (SEMADS/GTZ, 2001 In:<br />

ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA, 2006).<br />

Após a travessia da BR-101, o rio da Guarda ingressa numa área alagada, com<br />

margem baixas e colonizadas por macrófitas, capins e mangues. No passado,<br />

grande parte da área central e inferior da baixada era inundada. Entre 1935 e<br />

1941, praticamente todos os rios da região foram desobstruídos, dragados e<br />

canalizados eliminando ou reduzindo significativamente os banhados.<br />

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Na atualidade, a extensa rede de canais da baixada contém uma série de<br />

pontos críticos, favoráveis ao transbordamento. A proximidade com a litoral,<br />

aliada à baixa declividade e ao assoreamento, favorece a ocorrência de<br />

enchentes. Diversos pontos de estrangulamento, acarretados por aterros e<br />

fundações para a construção das pontes do sistema rodoferroviário, agravam a<br />

situação.<br />

Rio Guandu Mirim<br />

O bacia do rio Guandu Mirim abrange uma área de cerca de 190 Km 2 . O rio<br />

Guandu Mirim nasce na serra do Mendanha, com o nome de Guandu-do-Sena,<br />

que é formado por várias nascentes, dentre as quais os córregos Fundão,<br />

Pescador, Jequitibá, Bico do Padre, Cachoeiras, Piabas e Bananal.<br />

Logo em seguida, troca de nome para rio da Prata do Mendanha até a<br />

confluência com o rio Guandu Sapê, quando passa a se chamar Guandu Mirim.<br />

Suas águas ingressam no canal D. Pedro II e, posteriormente, no canal<br />

Guandu, onde deságua na Baía de Sepetiba. O seu curso total compreende,<br />

cerca de 40,5 Km (SEMADS/GTZ, 2001 In: ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA,<br />

2006).<br />

A poluição de suas águas se intensifica quando ainda tem a denominação de<br />

rio da Prata do Mendanha ao receber as contribuições de esgotos domésticos<br />

e industriais oriundos da bacia do rio do Campinho, afluente de margem<br />

esquerda atravessa o distrito industrial de Campo Grande. Após receber a<br />

denominação de Guandu Mirim, percorre 9,5 km até desembocar no canal D.<br />

Pedro-Guandu. Esse estirão, de terrenos marginais de baixada apresenta<br />

drenagem deficiente e é sujeitos à inundações.<br />

Os principais afluentes do rio Guandu Mirim são, pela margem esquerda, os<br />

rios Guandu do Sapê e Cabenga e, pela margem direita, os rios Guarajuba,<br />

dos Cachorros e Campinho Nas cheias, o rio Cabenga, cujas nascentes<br />

localizam-se na serra de Madureira, atravessa áreas já bastante ocupadas do<br />

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município de Nova Iguaçu, em franca expansão, e sujeitas a grandes<br />

inundações no trecho entre a referida serra e a antiga rodovia Rio-São Paulo.<br />

Os dois afluentes principais, os rios Cabenga e Campinho, drenam áreas de<br />

média intensidade de ocupação, e desembocam no Guandu Mirim em pontos<br />

afastados de apenas 450 metros, na altura do início de seu trecho baixo<br />

(SEMADS/GTZ, 2001 In: ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA, 2006). Em conjunto,<br />

acrescem ao Guandu Mirim uma vazão bastante significativa, praticamente<br />

dobrando a vazão do mesmo e lançando grande carga de esgoto doméstico.<br />

Ao cruzar a antiga Rio-São Paulo, as águas do Guandu Mirim são turvas e já<br />

apresentam forte odor e dos lançamentos de esgoto e lixo. Nas imediações<br />

situa-se a fábrica da Cervejaria Brahma. Na margem esquerda continuam<br />

prevalecendo as pastagens, enquanto na direita já se instalaram grandes<br />

loteamentos, restando poucas áreas ainda desocupadas. A jusante, não há<br />

nenhuma ocupação apresenta-se com baixa declividade e atravessa região de<br />

baixada, essencialmente plana.<br />

No final deste estirão, o rio Guandu Mirim aflui ao Canal D. Pedro-Guandu,<br />

onde está localizada uma vala com comportas danificadas que promovia a<br />

ligação com o canal de São Francisco. O atual canal D. Pedro-Guandu<br />

representa o desvio do antigo curso do rio Guandu Mirim, cujo leito marcava a<br />

divisa entre os antigos Estados do Rio de Janeiro e da Guanabara, que se<br />

esgotava através do Canal de São Francisco. Com esta modificação, enquanto<br />

o rio Guandu Mirim marca a divisa entre os Municípios de Nova Iguaçu e Rio<br />

de Janeiro, o antigo leito, hoje seco, permanece como o marco político de<br />

limites entre os municípios.<br />

Como os demais cursos que deságuam na Baía de Sepetiba, o Canal do<br />

Guandu sofre notável influência das marés que, associada com as baixas<br />

declividades das calhas fluviais, proporcionam a formação de bancos de<br />

sedimentação com material sólido, sobre os quais se formam os manguezais.<br />

O segmento final do Canal do Guandu apresenta profundidades que alcançam<br />

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a cota - 0,6 m. O manguezal do Canal do Guandu ocorre em forma de<br />

vegetação ciliar de largura variável, a partir de cerca de 2.200 m da foz.<br />

<strong>6.1</strong>.1.6.4.2 Sistema de Transposição das Águas da Bacia do Rio<br />

Paraíba do Sul para a Bacia do Rio Guandu<br />

A maioria dos rios da Bacia Hidrográfica da Baia de Sepetiba apresenta seus<br />

baixos cursos bastante modificados em relação ao que era originalmente.<br />

Devido às inundações constantes a que estava sujeita a região, em face de sua<br />

topografia plana, eles vêm sendo retificados, dragados, canalizados, unidos por<br />

valões, etc. Foram construídos ainda novos canais de drenagem para facilitar<br />

o escoamento das águas.<br />

Entre 1935 1941, o DNOS, realizou obras em praticamente todos os trechos<br />

fluviais de baixada, incluídos não somente nas bacias dos rios Guandu, da<br />

Guarda e dos rios da Zona Oeste/RJ, mas também em algumas bacias<br />

hidrográficas de Magaratiba e, até, da Restinga da Marambaia.<br />

Além de ações de dragagem e canalização, a bacia foi objeto de grandes obras<br />

de geração de energia. Em 1905 foram construídas: a barragem e o<br />

reservatório de Lajes, no ribeirão das Lajes; bem como a Usina Hidrelétrica de<br />

Fontes. Posteriormente, em 1911, a bacia passou as águas do rio Piraí, através<br />

de uma barragem neste rio e de um túnel que desembocava no reservatório de<br />

Lajes.<br />

Em 1950 iniciou-se a captação de água do Sistema Guandu. Este sistema foi<br />

construído para produzir 13,8 m 3 /s, sendo posteriormente (1961-1964)<br />

ampliado para 24m 3 /s, justamente com a construção do túnel adutor Guandu-<br />

Engenho Novo e da elevatória do Lameirão<br />

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Figura <strong>6.1</strong>.1.6.4.2-1: Esquema Representativo do Sistema de Transposição das Águas da<br />

Bacia do Rio Paraíba do Sul para a Bacia do Rio Guandu<br />

Com o aumento da demanda por água e energia, foi necessário aumentar a<br />

capacidade de fornecimento, realizando-se, para isso, o complexo sistema de<br />

usinas e reservatórios, que capta e transfere as águas do Paraíba do Sul para<br />

o Sistema de Lajes. A Figura <strong>6.1</strong>.1.6.4.2-1 ilustra a configuração espacial e as<br />

dimensões deste sistema. As águas captadas no Rio Paraíba do Sul são<br />

armazenadas no Reservatório de Santana, onde se misturam às águas do Rio<br />

Piraí. Daí segue para o Reservatório de Vigário, que recebe ainda a<br />

contribuição de pequenos afluentes da margem direita do Rio Piraí. Deste<br />

reservatório, as águas seguem por gravidade para o encontro com o Sistema<br />

Tocos-Lajes, e deste para o Reservatório de Ponte Coberta e sistemas de<br />

usinas instalados no Ribeirão das Lajes.<br />

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O rio Guandu é o curso d‟água principal da bacia de Sepetiba, tendo sua área<br />

de drenagem uma superfície de 1.430 km 2 . Registros antigos citam que ele<br />

nascia na Serra da Estrela com a denominação de rio Santana, passando a<br />

receber o nome de Guandu, ou Guandu Açu, após a confluência do Santana<br />

com o ribeirão das Lajes. Assim, o rio Guandu, no baixo curso, corria pelos<br />

leitos atuais dos rios da Vala ou Valinha e Itaguaí. Este último no passado foi<br />

afluente do Guandu, e desaguava próximo da sua foz na baía de Sepetiba<br />

(Figura <strong>6.1</strong>.1.6.4.2-1).<br />

Em 1952, um fato alterou radicalmente a configuração hidrográfica da bacia do<br />

rio Guandu, a transposição de águas dos rios Paraíba do Sul, Piraí e Vigário<br />

para Ribeirão das Lajes. Ao receber um volume de água adicional, a vazão de<br />

longo termo do ribeirão das Lajes, multiplicou-se várias vezes. Sob tais<br />

condições, o ribeirão das Lajes deslocou o rio Santana como formador do rio<br />

Guandu, forjando um novo nível de base na bacia. Assim, desde 1952, o<br />

ribeirão das Lajes deve ser considerado como principal formador do rio<br />

Guandu.<br />

Tendo em vista esta nova situação, considera-se que o rio Guandu tem como<br />

afluentes pela margem esquerda os rios Santana, São Pedro, dos Poços e<br />

Guandu-Mirim. Por conveniência, adotou-se o canal de São Fernando como<br />

integrante da bacia do rio Guandu, assim como o rio Guandu-Mirim.<br />

Na bacia do rio Guandu, parte das águas oriundas da transposição é<br />

considerada necessária para conter a intrusão salina que avança no Canal de<br />

São Francisco, braço final do rio Guandu, com baixa declividade, que deságua<br />

na Baía de Sepetiba. O comportamento da intrusão salina no Canal de São<br />

Francisco condiciona fortemente a qualidade da água nas captações próximas<br />

à foz, na Baía de Sepetiba.<br />

<strong>6.1</strong>.1.7 Hidrogeologia<br />

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6-39


A área é representada pelos aquíferos formados por sedimentos quartenários<br />

costeiros e pelos aquíferos fissurais. Os aquíferos formados por sedimentos<br />

quartenários costeiros são formados por argilas ricas em matéria orgânica, que<br />

geralmente não apresentam condições de aproveitamento da água<br />

subterrânea. Os aquíferos fissurais geralmente no território fluminense são<br />

muitas vezes de produção aleatória e geralmente pobre, sujeitos a trabalhos<br />

hidrogeológicos de locação para sua melhor captação (Martins et al., 2006<br />

apud ARCADIS/USIMINAS, 2009).<br />

As condições de ocorrência das águas subterrâneas estão relacionadas à<br />

existência de ambiente geológico favorável ao armazenamento e a circulação.<br />

Na Bacia Hidrográfica dos Rios Guandu, Guarda e Guandu Mirim são<br />

identificados dois sistemas hidroestratigráficos principais:<br />

Sistema Aquífero Fraturado<br />

Sistema Aquífero Piranema<br />

O primeiro sistema hidroestratigráfico é pertinente às descontinuidades<br />

existentes nas rochas cristalinas, ocorrendo em 60 a 70% da Bacia,<br />

principalmente associadas às rochas do embasamento granítico-gnáissico e<br />

eventualmente, em rochas alcalinas e básicas.<br />

A segunda unidade hidroestratigráfica é o aquífero Piranema, considerado<br />

aqui, somente os sedimentos relacionados geneticamente à Formação<br />

Piranema (Góes, 1994).<br />

Todavia, uma terceira unidade pode ser vislumbrada, denominada de<br />

Depósitos de Entorno da Formação Piranema, constituídos por depósitos<br />

alúvio-coluvionar de alvéolos e vales estruturais - Sistema Aquífero Colúvio-<br />

Aluvionar Superficial, compreendendo o agrupamento de diversos sedimentos<br />

no curso superior do rio Guandu, vale do rio Santana e outros rios menores,<br />

mas sem relação genética com a Formação Piranema.<br />

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6-40


A sua espessura e área podem alcançar dimensões variáveis, contudo, por<br />

falta de informações específicas e individualizadas, ela só será avaliada<br />

separadamente somente no cálculo das reservas.<br />

Aquífero Fraturado<br />

Genericamente o sistema cristalino pode ser caracterizado pela ausência ou<br />

baixa frequência de espaços vazios na rocha. Este tipo de aquífero é marcado<br />

pela elevada anisotropia e heterogeneidade onde a porosidade e<br />

permeabilidade estão relacionadas às fissuras ou fraturas, juntas e ainda<br />

falhas. Por conta dessas características, os parâmetros hidráulicos apresentam<br />

intensa variação espacial, tornando difícil a quantificação das propriedades<br />

hidrogeológicas. Os principais fatores que podem atuar neste sistema,<br />

controlando os mecanismos de infiltração, armazenamento da água e<br />

qualidade, são o clima, relevo, hidrografia, coberturas detríticas, manto de<br />

intemperismo, litologia e estruturas geológicas.<br />

Os aquíferos fraturados ou fissurados estão condicionados às zonas de<br />

fraturas ou fissuras oriundas de processos tectônicos, que permitem a<br />

acumulação de água nas rochas.<br />

Na região, o aquífero fraturado geralmente é livre e frequentemente é recoberto<br />

pelas coberturas sedimentares e pela rocha alterada. Na presença dessas<br />

coberturas, eventualmente pode acontecer o confinamento do sistema<br />

fraturado. Conforme ELETROBOLT (2003), são os seguintes condicionantes<br />

estruturais para armazenamento de água no sistema fraturado situado na parte<br />

centro sul da Bacia:<br />

O trend estrutural principal NE/SW apresenta características<br />

compressionais que selam as falhas e/ou fraturas pré-existentes;<br />

Somente a atividade neotectônica imposta ao quadro litoestrutural mais<br />

antigo da região permitiria gerar um quadro favorável relacionado à<br />

exploração de água subterrânea associada às fraturas e/ou falhamentos;<br />

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6-41


A tipologia das rochas básicas e alcalinas que preenchem as falhas e/ou<br />

fraturas são elementos negativos que contribuem para o fechamento dos<br />

espaços entre blocos;<br />

O padrão de falhas e/ou fraturas NW/SE, com vorticidade anti-horária<br />

mostram-se mais propícias ao aprisionamento ou interação rocha-água,<br />

produzindo sítios promissores nas confluências com os demais padrões<br />

existentes na área.<br />

Aquífero Piranema<br />

Monsores et al. (2003), estudaram o Aquífero Piranema, termo originado da<br />

Formação Piranema, descrita por Goés (1994) localizado à margem direita do<br />

rio Guandu, contido praticamente todo no município de Seropédica. Tratam-se<br />

de sedimentos flúviomarinhos arenosos, com lentes métricas de argila, com<br />

espessura de 20 metros em média. A formação é objeto de intensa atividade<br />

de extração de areias, constituindo o principal pólo supridor do mercado da<br />

construção civil da região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro.<br />

O estudo concluiu que existe uma reserva renovável de 51,34 x 10 6 m 3 anuais,<br />

onde predominam as classes de alta a extrema vulnerabilidade e que a água,<br />

apesar de excelente localmente apresenta índices elevados de nitrato e<br />

coliformes, devido principalmente à ausência de saneamento básico na região<br />

e em parte, por poços construídos sem observação de normas técnicas, que<br />

permitem a entrada da poluição.<br />

Neste diagnóstico, foi considerado como o Aquífero Piranema a unidade<br />

hidroestratigráfica de origem sedimentar com permeabilidade intergranular<br />

constituída por sedimentos arenosos, arenoargilosos e que apresentam estreita<br />

relação genética com a Formação Piranema (Góes, 1994).<br />

Esses sedimentos foram depositados em ambiente colúvio-aluvionar, leques<br />

aluviais e paleo terraços. A matriz do aquífero é arenosa, de composição<br />

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6-42


mineralógica simples, predominância de feldspato e quartzo, portanto,<br />

francamente arcosiano, e quimicamente próximo a um granito.<br />

Esses sedimentos constituem o minério extraído por dezenas de mineradoras<br />

de areia na região da Piranema.<br />

Na Bacia, este aquífero apresenta uma área próxima de 250 km 2 tendo maior<br />

desenvolvimento na parte centro-sul. Sondagens para avaliação dos depósitos<br />

de areia descritos por Carvalho (2001) e Bebert (2002), registram a<br />

profundidade média para o embasamento cristalino alterado aos 22 metros. A<br />

espessura média do pacote sedimentar varia entre 16 e 24 metros, ocorrendo<br />

intercalações de lentes e camadas de argila, que variam de poucos centímetros<br />

a raros 10 metros na região mais ao sul da Bacia.<br />

Relatórios técnicos de perfurações de poços tubulares profundos registraram a<br />

espessura dos sedimentos de até 75 metros de profundidade (CEDAE, 1986),<br />

enquanto estimativas consideram que os sedimentos na Bacia poderiam<br />

alcançar profundidades entre 150 a 200 metros ETEP/ECOLOGUS/SMGROUP<br />

(1998).<br />

Sondagens geofísicas na região da Piranema determinaram a espessura dos<br />

sedimentos entre 50 e 60 metros ELETROBOLT (op. cit.).<br />

O nível da água subterrânea regionalmente é pouco profundo, variando de<br />

poucos centímetros até um máximo (pouco comum), de 10 metros, mas<br />

normalmente, dependendo da estação climática e do local, mantêm-se entre 2<br />

e 3,5 metros, ELETROBOLT (op. cit).<br />

O fluxo subterrâneo no aquífero Piranema atualmente é bastante complexo, por<br />

conta de processos externos que atuam sobre os padrões naturais. Segundo<br />

ELETROBLT (op. cit.), o sentido geral do fluxo é de norte / nordeste para sul /<br />

sudoeste. Todavia, devido à extração de areia e a formação das cavas, parte<br />

desse fluxo é desviado temporariamente para o interior das lagoas das cavas e<br />

posteriormente sofre uma inflexão para oeste em direção ao rio da Guarda. A<br />

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6-43


Figura <strong>6.1</strong>.1.7-1 apresenta o mapa potenciométrico de parte do aquífero,<br />

evidenciando a modificação do fluxo.<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.7-1: Mapa de localização da área da Bacia Hidrográfica do Rio Guandu,<br />

mostrando os domínios do aquífero Piranema e Fraturado (Tubbs, 2005 apud<br />

ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA, 2006).<br />

Outro evento importante na região é o controle do fluxo subterrâneo exercido<br />

pela vazão do rio Guandu. Essa influência é causada pela diferença de carga<br />

hidráulica existente entre as águas deste rio e as águas subterrâneas, Tubbs e<br />

Yoshinaga (2005).<br />

A Figura <strong>6.1</strong>.1.7-2 apresenta uma simulação para relação entre as águas<br />

subterrâneas e superficiais em parte do curso médio do rio Guandu,<br />

demonstrando que em determinados pontos o rio Guandu recarrega<br />

parcialmente o aquífero Piranema. A partir dessa simulação, podemos presumir<br />

que o rebaixamento do nível da água subterrânea na região provocado pela<br />

extração de areia poderia estar sendo minimizado pela diferença do<br />

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6-44


comportamento hidráulico entre as águas superficiais e subterrâneas (Tubbs,<br />

1999 e 2005).<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.7-2: Relação entre o Rio Guandu e as Águas Subterrâneas (Tubbs, 2005 apud<br />

ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA, 2006).<br />

<strong>6.1</strong>.1.7.1 Disponibilidade e Demanda de Recursos Hídricos<br />

Disponibilidade Hídrica<br />

Para determinação da disponibilidade hídrica mínima e média ao longo dos rios<br />

da Guarda, Guandu Mirim e Guandu no trecho a jusante da UHE Pereira<br />

Passos, foram utilizados os valores das vazões mínimas Q 7,10 e vazões<br />

médias, para os principais afluentes de cada bacia.<br />

Para a Bacia do Rio Guandu, foram consideradas as taxas incrementais de<br />

Q 7,10 e vazão média de 0,015 e 0,024 m 3 /s/km, respectivamente, calculadas<br />

com base no comprimento do rio Guandu e nas vazões incrementais.<br />

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6-45


As Tabelas <strong>6.1</strong>.1.7.1-1 a <strong>6.1</strong>.1.7.1-3 e as Figuras <strong>6.1</strong>.1.7.1-1 a <strong>6.1</strong>.1.7.1-2<br />

apresentam as disponibilidades mínimas e médias ao longo dos rios Guandu,<br />

da Guarda e Guandu Mirim.<br />

Tabela <strong>6.1</strong>.1.7.1-1: Disponibilidade Hídrica e Vazões Médias no rio Guandu.<br />

Local<br />

Distância<br />

Rio<br />

Guandu<br />

(km)<br />

Q 7,10<br />

Afluente<br />

(m 3 /s)<br />

Vazão<br />

Média<br />

Afluente<br />

(m 3 /s)<br />

Vazão<br />

Mínima<br />

Guandu<br />

(m 3 /s)<br />

Vazão<br />

Média<br />

Guandu<br />

(m 3 /s)<br />

UHE Pereira Passos 0,0 - - 120,000 163,00<br />

Ribeirão da Floresta 1,2 0,000 0,22 120,002 163,25<br />

Rio Cacaria 2,8 0,<strong>08</strong>1 1,31 120,<strong>08</strong>5 164,60<br />

Rio da Onça 5,6 0,059 0,95 120,148 165,61<br />

Córrego dos<br />

Macacos<br />

12,2 0,054 0,87 120,212 166,64<br />

Rio Macaco 16,2 0,<strong>08</strong>3 1,34 120,301 168,<strong>08</strong><br />

Valão da Areia 17,8 0,032 0,52 120,336 168,63<br />

Rio Santana 20,7 0,378 6,09 120,718 174,79<br />

Rio São Pedro 25,9 0,117 1,88 120,843 177,80<br />

Rio<br />

Poços/Queimados/<br />

Ipiranga<br />

44,3 0,241 3,89 121,111 181,12<br />

Foz 66,7 - - 121,145 181,66<br />

Fonte: ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />

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a) b)<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.7.1-1: Disponibilidade hídrica (a) mínima (b) média ao longo do rio Guandu. Fonte:<br />

ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />

Tabela <strong>6.1</strong>.1.7.1-2: Disponibilidade Hídrica e Vazões Médias no rio Guarda.<br />

Local<br />

Distância<br />

Rio<br />

Guarda<br />

(km)<br />

Q 7,10<br />

Afluente<br />

(m 3 /s)<br />

Vazão<br />

Média<br />

Afluente<br />

(m 3 /s)<br />

Vazão<br />

Mínima<br />

Guarda<br />

(m 3 /s)<br />

Vazão<br />

Média<br />

Guarda<br />

(m 3 /s)<br />

Confluência Rio<br />

Piloto/Rio Cái Tudo<br />

0,00 0,167 2,68 0,167 2,68<br />

Valão dos Bois 1,18 0,134 2,16 0,301 4,84<br />

Rio Itaguaí 2,39 0,000 0,1 0,301 4,94<br />

Vala do Sangue 5,55 0,000 0,2 0,301 5,14<br />

Foz 8,94 - - 0,343 5,53<br />

Fonte: ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />

a) b)<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.7.1-2: Disponibilidade hídrica (a) mínima (b) média ao longo do rio Guarda. Fonte:<br />

ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />

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Tabela <strong>6.1</strong>.1.7.1-3: Disponibilidade Hídrica e Vazões Médias no rio Guandu Mirim.<br />

Local<br />

Distância<br />

Guandu<br />

Mirim<br />

(km)<br />

Q 7,10<br />

Afluente<br />

(m 3 /s)<br />

Vazão<br />

Média<br />

Afluente<br />

(m 3 /s)<br />

Vazão<br />

Mínima<br />

Guandu<br />

Mirim (m 3 /s)<br />

Vazão<br />

Média<br />

Guandu<br />

Mirim<br />

(m 3 /s)<br />

Guandu do<br />

Sapê / Prata do<br />

Mendanha<br />

0,00 0,075 1,22 0,075 1,22<br />

Rio Campinho 4,01 0,036 0,58 0,111 1,80<br />

Rio Capenga 4,63 0,028 0,45 0,139 2,25<br />

Foz 22,54 - - 0,172 2,77<br />

Fonte: ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />

a) b)<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.7.1-3: Disponibilidade hídrica (a) mínima (b) média ao longo do rio Guandu Mirim.<br />

Fonte: ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />

A vazão mínima garantida no rio Guandu assegurada pelas regras operativas,<br />

em condições normais, do Complexo Hidrelétrico de Lajes, antes do período<br />

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crítico de 2003, era estimada em 130 m 3 /s -1 , sob a condição de não-ocorrência<br />

de chuvas e desprezadas as pequenas contribuições dos afluentes do Guandu.<br />

No entanto, tendo em vista a regulamentação atual da ANA em relação à<br />

operação da Estação Elevatória de Santa Cecília e da UHE Pereira Passos, a<br />

vazão mínima garantida no rio Guandu e canal de São Francisco para efeito de<br />

concessão de outorgas é de 120 m 3 /s.<br />

É oportuno destacar que usualmente, na época, a SERLA considerava como<br />

vazão outorgável o valor correspondente a 50% da vazão natural Q 7,10 , ou seja,<br />

a vazão natural mínima média de 7 dias consecutivos, com probabilidade de<br />

ocorrer uma vez a cada dez anos. Assim, estima-se que a vazão natural de<br />

1,52 m 3 /s, distribuídas pelos afluentes do rio Guandu, resulte em vazão<br />

outorgável de cerca de 0,76 m 3 /s.<br />

Nos rios da Guarda e Guandu Mirim, a vazão total outorgável é da ordem de<br />

0,26 m 3 /s, sendo respectivamente iguais a 0,17 m 3 /s e 0,09 m 3 /s. A vazão<br />

desses rios, incluindo os afluentes do Guandu, perfazem um total de apenas<br />

1,02 m 3 /s, o que demonstra a importância do Desvio Paraíba - Pirai e da<br />

operação do Complexo Hidrelétrico de Lajes na manutenção dos atuais e<br />

futuros usos múltiplos das águas na bacia do rio Guandu.<br />

A Figura <strong>6.1</strong>.1.7.1-4 apresenta os perfis longitudinais de disponibildade hídrica<br />

e de vazões médias ao longo do rio Guandu e o perfil das demandas totais,<br />

calculadas com base nos consumos indicado na Tabela <strong>6.1</strong>.1.7.1-4.<br />

1 A vazão mínima de bombeamento na UEL Santa Cecília de 119 m 3 /s que somados aos 11 m 3 /s (16,5 m 3 /s - 5,5 m 3 /s)<br />

regularizados pelo reservatório de Lajes perfaziam 130 m 3 /s.<br />

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Figura <strong>6.1</strong>.1.7.1-4: Perfis Longitudinais de Demandas e Disponibilidades do Rio Guandu.<br />

Fonte: ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />

Com base nos estudos de disponibilidade hídrica e de demandas<br />

apresentadas, acrescidas de informações obtidas nos cadastros do INEA e em<br />

outros estudos técnicos realizados na bacia, foi possível consolidar o balanço<br />

hídrico apresentado na Tabela <strong>6.1</strong>.1.7.1-4.<br />

Tabela <strong>6.1</strong>.6.5.1-4: Balanço Hídrico Global por Unidade Hidrográfica em m 3 /s.<br />

Disponibilidade/Uso<br />

Ribeirão das<br />

Lajes<br />

Rio<br />

Guandu<br />

Rio da Guarda<br />

Rio Guandu<br />

Mirim<br />

Disponibilidade<br />

mínima<br />

16,5 (1) 121,16 0,343 0,172<br />

Captação total 5,924 58,778 0,121 0,027<br />

Saneamento 5,85 45,100 (3) - -<br />

Indústria - 13,510 - -<br />

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Agropecuária e<br />

aquicultura<br />

0,074 0,168 0,121 0,027<br />

Vazões restituídas 0,091 3,334 2,797 1,450<br />

Saneamento 0,060 0,880 0,273 1,106<br />

Indústria - 2,387 2,476 0,333<br />

Agropecuária e<br />

aquicultura (2) 0,030 0,067 0,048 0,011<br />

Balanço hídrico 10,667 65,716 3,019 1,595<br />

Fonte: ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />

(1) Vazão regularizada pelo reservatório de Lajes.<br />

(2) Admitiu-se uma restituição ao corpo d'água de 40% do volume total.<br />

(3) Não foi utilizada o valor da outorga para Japeri, uma vez que este município é abastecido<br />

pela CEDAE.<br />

Demanda de Recursos Hídricos<br />

A Tabela <strong>6.1</strong>.1.7.1-5 apresenta um resumo das demandas hídricas estimadas<br />

para cada setor identificado na Bacia Hidrográfica dos rios Guandu, da Guarda<br />

e Guandu Mirim, em correspondência com os anos assinalados. Os valores<br />

apresentados foram calculados considerando-se para cada setor, o cenário<br />

mais conservador, qual seja, aquele correspondente às demandas potenciais<br />

máximas estimadas.<br />

Tabela <strong>6.1</strong>.1.7.1-5: Demandas Hídricas dos Setores Usuários na Bacia Hidrográfica dos rios<br />

Guandu, da Guarda e Guandu Mirim.<br />

Demandas Hídricas (m 3 /s)<br />

Setores<br />

Ano<br />

2005 2010 2015 2025<br />

Abastecimento Público 55,96 59,20 68,93 71,11<br />

Indústria 13,51 16,43 20,00 29,60<br />

Agropecuária 0,39 0,39 0,39 0,39<br />

Mineração 0,16 0,21 0,27 0,38<br />

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6-51


Demandas Hídricas (m 3 /s)<br />

Setores<br />

Ano<br />

2005 2010 2015 2025<br />

Água Subterrânea 0,20 0,26 0,37 0,57<br />

Fonte: ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />

Do volume total captado no rio Guandu, apenas uma pequena parcela é<br />

consumida na própria Bacia da Baía de Sepetiba. Grande parte é transferida<br />

para a bacia adjacente, a Bacia da Baía de Guanabara e das Lagoas<br />

Metropolitanas.<br />

As principais formas de uso das águas estão apresentados no Quadro<br />

<strong>6.1</strong>.1.7.1-1 e no <strong>6.1</strong>.1.7.1-2 estão apresentados os principais usuários<br />

(SEMADS/GTZ, 2001).<br />

Quadro <strong>6.1</strong>.1.7.1-1: Formas de uso consultivo e não consultivo na Bacia Hidrográfica da Baía<br />

de Sepetiba.<br />

Usos Consuntivos<br />

Usos Não Consuntivos<br />

X<br />

Abastecimento urbano (cidades, vilas e<br />

X<br />

Manutenção de biodiversidade fluvial<br />

povoados)<br />

X Abastecimento rural X Recreação, lazer e turismo.<br />

X Consumo industrial X Geração hidrelétrica<br />

X Consumo agroindustrial (pequena escala) X Assimilação de esgotos ou diluição de<br />

efluentes<br />

X Irrigação X Mineração<br />

X<br />

Pesca profissional e esportiva<br />

Fonte: SEMADS/GTZ (2001).<br />

Quadro <strong>6.1</strong>.1.7.1-2: Caracterização dos principais usuários na Bacia Hidrográfica da Baía de<br />

Sepetiba.<br />

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6-52


Tipo de Uso Nome do Usuário Observações Gerais<br />

ETA Guandú - Abastec. do Rio e<br />

Baixada Fluminense<br />

ETA Guandú - Abastec. do Rio e<br />

Baixada Fluminense<br />

Abastecimento Rio de Janeiro e<br />

Baixada Fluminense<br />

Abastecimento Rio de Janeiro e<br />

Baixada Fluminense<br />

Manancial Rio Guandú<br />

Manancial Represa de<br />

Lajes<br />

Manancial Rios São Pedro<br />

e S. Antônio<br />

Manancial Rio d‟Ouro<br />

Abastecimento de Cacaria (Piraí)<br />

Manancial<br />

Cacaria<br />

Córrego<br />

Abastecimento de Miguel Pereira<br />

Abastecimento de Conrado (Miguel<br />

Pereira)<br />

Abastecimento de Paracambi<br />

Abastecimento de Itaguaí (sede<br />

municipal)<br />

Abastecimento de Coroa Grande<br />

(Itaguaí) e do Porto de Itaguaí<br />

Abastecimento de Itacurussá<br />

(Mangaratiba)<br />

Abastecimento de Mangaratiba (sede<br />

municipal)<br />

Abastecimento de Muriqui<br />

(Mangaratiba)<br />

Abastecimento de Conceição de<br />

Jacareí (Mang.)<br />

CEDAE<br />

Manancial Rio Santana<br />

Manancial Cachoeira da<br />

Mangueira<br />

Manancial Rio Saudoso<br />

Manancial Rios Mazomba<br />

(represa)<br />

Manancial Rio Itinguçú<br />

(represa)<br />

Manancial Rios Santana e<br />

Botafogo<br />

Manancial Rio do Saco<br />

(represa)<br />

Manancial Rio da Prata<br />

(represa)<br />

Manancial Rio Jacareí<br />

(represa)<br />

Abastecimento industrial Petrobrás Manancial Rio Guandú<br />

Abastecimento da Termelétrica de<br />

Santa Cruz<br />

Abastecimento industrial<br />

Furnas Centrais<br />

Elétricas<br />

Distrito Industrial de<br />

Santa Cruz<br />

Manancial Rio Guandú<br />

Manancial Canal de São<br />

Francisco<br />

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6-53


Tipo de Uso Nome do Usuário Observações Gerais<br />

Abastecimento industrial da<br />

Siderúrgica<br />

Cosigua<br />

Manancial Canal de São<br />

Francisco<br />

Em construção Termelétrica Manancial Rio Guandu<br />

Abastecimento industrial (fábrica em<br />

Piraí)<br />

Cervejaria Cintra<br />

Manancial Reservatório de<br />

Lages<br />

Abastecimento industrial Cervejaria Brahma Manancial Rio Guandú<br />

Abastecimento industrial e geração<br />

de energia<br />

Fábrica de Gelo, em<br />

Miguel Pereira<br />

UHE do rio Santana<br />

Barragens de Lazer Hotel Sítio Chaminé Rio Mazomba<br />

Abastecimento do Porto Porto de Itaguaí Rio Itimirim<br />

Barragens de gabião no leito do rio<br />

para lazer.<br />

Abastecimento e Lazer<br />

Hotel Porto Bello<br />

Hotel Mediterranée R.<br />

das Pedras<br />

Rio São Brás<br />

Manancial Rio Grande<br />

Fonte: SEMADS/GTZ (2001).<br />

Principais potencialidades, problemas e conflitos<br />

Esta região tem uma série de desafios a serem enfrentados relacionados ao<br />

gerenciamento dos seus recursos hídricos, dentre os quais destacam-se<br />

(ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA, 2006):<br />

1. A integração das bacias dos rios Paraíba do Sul e Guandu face a<br />

importância da transposição das águas do rio Paraíba do Sul;<br />

2. A intrusão salina, fator condicionante na concessão de outorgas na bacia;<br />

3. As fragilidades institucionais que poderão comprometer a gestão integrada<br />

e participativa da bacia;<br />

4. As condições do saneamento básico, principalmente em relação ao<br />

esgotamento doméstico lançados sem tratamento prévio nos corpos d‟água<br />

da bacia;<br />

5. A qualidade da água na captação da ETA Guandu, que abastece a Região<br />

Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ);<br />

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6-54


6. A mineração de areia, atividade responsável pela degradação ambiental<br />

das bacias durante muitos anos e que necessita de medidas permanentes<br />

de regulação e controle;<br />

7. A operação do reservatório de Lajes, visto como reserva estratégica para o<br />

abastecimento de água para a RMRJ;<br />

8. A incipiente articulação do gerenciamento dos recursos hídricos com o<br />

planejamento do uso do solo nos municípios integrantes da bacia.<br />

Os cinco principais fatores indutores das questões a serem enfrentados para a<br />

efetividade da gestão de recursos hídricos na bacia são:<br />

1. Crescimento das demandas de energia e água da RMRJ;<br />

2. Transposição do rio Paraíba do Sul;<br />

3. Implementação precária, até o momento, dos instrumentos de gestão,<br />

monitoramento e fiscalização;<br />

4. Articulação interinstitucional e intersetorial insuficiente;<br />

5. Ocupação desordenada do solo da bacia.<br />

Esses fatores indutores resultam em um conjunto de causas, ou efeitos, em<br />

geral interrelacionados, que se desdobram em uma série de impactos e<br />

conflitos de uso que ocorrem na bacia. Esses impactos e conflitos, por sua vez,<br />

poderão ser mitigados com a implantação das ações<br />

(ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA, 2006) (Figura <strong>6.1</strong>.1.7.1-5).<br />

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6-55


Figura <strong>6.1</strong>.1.7.1-5: Fatores indutores, causas, impactos e ações na bacia dos rios Guandu,<br />

Guarda e Guandu Mirim. Fonte: ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />

Modelagem matemática de fluxo e transporte<br />

Foi feita uma modelagem numérica que objetivou avaliar o escoamento do<br />

fluxo subsuperficial e o transporte de elementos químicos, em escala local para<br />

a unidade da USIMINAS em Itaguaí/RJ, com base nas concentrações obtidas<br />

na campanha de amostragem realizada em março de 2009. O modelo<br />

considerou os metais Arsênio, Cádmio, Cobalto, Cromo, Chumbo, Níquel e<br />

Zinco visto que os mesmos foram detectados em porção significativa da área.<br />

As análises químicas também indicaram a presença de outros elementos, no<br />

entanto, estas concentrações foram pontuais e estes não foram avaliadas no<br />

modelo.<br />

Foi utilizado o software modelo “USGS Modular 3D Finite Difference<br />

Groundwater Flow Model” conhecido como Visual MODFLOW (McDonald &<br />

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6-56


Harbaugh, 1988), o “Modular 3D Finite Difference Mass Transport Model” -<br />

MT3DMS (Zheng, 1992).<br />

Conclusões<br />

Modelo de Transporte<br />

Os resultados da modelagem indicam migração condicionada<br />

preferencialmente pelo fluxo, com sentido de evolução em direção ao Rio da<br />

Guarda.<br />

A migração da pluma com o tempo reflete a premissa de fonte ativa, com<br />

aumento da área atingida e valores de concentração constantes nos centros de<br />

massa. Em função da dimensão atual das plumas e dos níveis das<br />

concentrações observados, a modelagem indica que as plumas persistem no<br />

final do período simulado com concentrações acima do limite de intervenção.<br />

A delimitação das plumas em profundidade mostra que a espessura atingida<br />

pela pluma é restrita às partes superiores do modelo, não atingindo sua base.<br />

Cabe ressaltar que a simulação realizada mostra uma previsão do cenário de<br />

evolução da pluma, considerando a atuação principalmente do processo<br />

advectivo de transporte. As taxas de degradação e atenuação natural não<br />

foram consideradas no modelo e são processos que ocorrem naturalmente e<br />

têm grande influência na migração das concentrações dos compostos<br />

presentes. Outro aspecto importante a ser considerado é a condição de<br />

mudança hidrogeoquímica que ocorre pela presença de solos orgânicos, muito<br />

comum em várzeas de rios ou córregos como o existente à jusante da área<br />

estudada. A presença destes solos orgânicos proporciona uma dinâmica<br />

diferencial para a evolução das plumas identificadas, visto sua capacidade de<br />

retenção dos compostos alvo e a ação microbiológica é potencializada pelo<br />

meio.<br />

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6-57


Não é possível realizar o processo de calibração com apenas uma campanha<br />

de amostragem, desta forma a continuidade do monitoramento é recomendada<br />

para avaliar a evolução das concentrações com o tempo.<br />

<strong>6.1</strong>.1.8 Qualidade da Água, Sedimento e Solo<br />

<strong>6.1</strong>.1.8.1 Usos da Água e Fontes de Poluição<br />

Com o desenvolvimento industrial e adensamento dos núcleos urbanos, a Baía<br />

de Sepetiba tornou-se o segundo principal corpo receptor de efluentes<br />

industriais do Estado, principalmente de metais pesados derivados da indústria<br />

mínero-metalúrgica e, mais recentemente, de despejos urbanos (Amado Filho<br />

et al. 1999).<br />

A bacia hidrográfica da Baía de Sepetiba é uma das principais fontes de<br />

poluição da Baía de Sepetiba, na medida em que a poluição de suas águas por<br />

lançamentos de efluentes domésticos e industriais compromete a qualidade<br />

das águas da baía, afetada ainda pelo aporte de partículas em suspensão<br />

devido a ocorrência de intensos processos erosivos observados em toda a<br />

bacia (SEMADS/GTZ, 2001).<br />

O crescente desenvolvimento das atividades urbanas, industriais e agrícolas,<br />

principalmente nas bacias dos rios Guandu, da Guarda e Guandu Mirim, sem<br />

um planejamento adequado, fazendo uso de sistemas de saneamento<br />

insuficientes, vem deteriorando a qualidade das águas e reduzindo a<br />

disponibilidade hídrica nessas bacias. Aliados a estes fatores podem ser<br />

incluídos como fontes poluidoras, a erosão provocada pelo uso inadequado do<br />

solo e a extração de areia, responsáveis pelo aumento significativo do aporte<br />

de sedimentos nessas bacias (ANA/SPRH/ SONDOTÉCNICA, 2006).<br />

Os principais usos da água hoje verificados nos rios Guandu, da Guarda e<br />

Guandu Mirim referem-se ao abastecimento de água, à diluição de esgotos<br />

domésticos e de efluentes industriais. Esses usos são resumidos a seguir<br />

(ANA/SPRH/ SONDOTÉCNICA, 2006).<br />

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Abastecimento de Água e Diluição de Esgotos Domésticos<br />

A expansão urbana do Município do Rio de Janeiro em direção à zona oeste,<br />

além do desenvolvimento econômico, propiciado pelas atividades industriais<br />

diversificadas, gerou um crescimento populacional nas cidades situadas na<br />

região, que lançam seus efluentes nos rios, na maioria das vezes sem qualquer<br />

tipo de tratamento.<br />

Tomando como referência o ano 2005, estima-se que a carga orgânica<br />

potencial na bacia (exclusivamente Demanda Bioquímica de Oxigênio -<br />

DBO 5,20 ) é da ordem de 57,3 t/dia, relativa aos esgotos domésticos urbanos. Os<br />

níveis de tratamento proporcionam uma redução na carga potencial da ordem<br />

de apenas 0,27 t/dia, que corresponde a 0,6% da carga potencial total avaliada,<br />

considerando uma eficiência no tratamento da ordem de 80%.<br />

Com relação ao uso da água para abastecimento público, estima-se um total<br />

de captação de cerca de 52 m 3 /s, na bacia do rio Guandu, utilizada como<br />

manancial para todos os municípios localizados nas bacias em estudo, além de<br />

abastecer toda a região metropolitana do Rio de Janeiro.<br />

Segundo Copeland et al. (2003) a qualidade da água na Baía de Sepetiba é<br />

predominantemente afetada por fontes efluentes locais. Quanto aos efluentes<br />

sanitários, cerca de 286.900 m 3 /dia lançados pelas aglomerações urbanas ao<br />

longo de toda a bacia hidrográfica têm a baía como destino direto ou indireto.<br />

Não obstante, o elevado influxo de nutrientes na baía resultou na eutrofização<br />

de suas águas sob maior influência costeira (Tenório, 1999 apud: Calil, 2005).<br />

Estima-se que os esgotos domiciliares de aproximadamente 1 milhão e<br />

trezentos mil habitantes chegam na Baía de Sepetiba, comprometendo a<br />

qualidade de suas águas. O trecho entre a ilha da Madeira e o canal do Itá é o<br />

mais comprometido. A oeste da ilha da Madeira, onde se localizam os<br />

municípios de Muriqui, Itacuruçá, Mangaratiba, Ibicuí, com densidades<br />

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6-59


populacionais mais baixas, as condições microbiológicas da água são melhores<br />

(Costa, 1998).<br />

Uso Industrial<br />

Até a década de 60, a pesca e o turismo se configuravam como as principais<br />

atividades econômicas na Baía de Sepetiba. Porém, a partir da década de 70,<br />

um diversificado parque industrial com cerca de 400 indústrias foi instalado<br />

com o financiamento do governo estadual, principalmente na Zona Industrial de<br />

Santa Cruz e no município de Itaguaí (Lacerda, 1983; Lacerda et al., 1988).<br />

Este processo de industrialização vem gerando alterações nas características<br />

espaciais, socioeconômicas e ecológicas da baía, resultando no aumento<br />

populacional em função das oportunidades de fonte de renda nas indústrias,<br />

além dos riscos potenciais aos ecossistemas da região (Coimbra, 2003).<br />

A região em estudo constitui um dos maiores pólos industriais do Estado do Rio<br />

de Janeiro. De acordo com a FIRJAN, nas bacias dos rios Guandu, da Guarda<br />

e Guandu Mirim estão presentes mais de 150 indústrias de diversas tipologias.<br />

O parque industrial instalado na Bacia da Baía de Sepetiba é muito<br />

diversificado apresentando empresas de diversos setores, como: metalurgia,<br />

química, têxteis, minerais não-metálicos, plástico, papel e papelão, borracha,<br />

couro, produtos alimentares, geração de energia, bebidas, editorial e gráfica.<br />

Dentre essas indústrias, as de maior relevância em termos de potencial de<br />

contaminação por metais pesados são as do setor metalúrgico e químico<br />

(Coimbra, 2003).<br />

As maiores concentrações industriais estão localizadas na bacia do rio<br />

Poços/Queimados, afluente do rio Guandu nas proximidades da ETA-Guandu,<br />

que recebe os efluentes industriais provenientes do distrito industrial de<br />

Queimados, representando um fator de risco para a captação da CEDAE. Da<br />

mesma forma, a bacia do rio Guandu Mirim também recebe os efluentes<br />

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industriais da área industrial de Campo Grande e parte do distrito industrial de<br />

Nova Iguaçu.<br />

No cadastro consolidado de indústrias da bacia, observou-se que apenas 19<br />

indústrias respondem por cerca de 99,97% do total das vazões captadas. Por<br />

outro lado, estas 19 indústrias geram cerca de 71% do total de carga de DBO<br />

na bacia, correspondendo a um valor de 20,8 kg/dia, conforme metodologia e<br />

critérios propostos no The Industrial Pollution Projection System-IPPS, do<br />

Banco Mundial.<br />

A Figura <strong>6.1</strong>.1.8.1-1 apresenta as cargas orgânicas de DBO domésticas e<br />

industriais lançadas ao longo do rio Guandu. Vale ressaltar que foi considerada<br />

uma carga proveniente de Ribeirão das Lajes no valor de 23,85 t/dia, calculada<br />

considerando a vazão mínima de 120 m 3 /s e uma concentração de DBO de 2,3<br />

mg/l referente aos valores médios no período de 1990 a 1996 da estação<br />

LG351 (Ribeirão das Lajes).<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.1-1: Cargas Orgânicas de DBO lançadas ao longo do Rio Guandu. Fonte:<br />

ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />

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A área de interesse da USIMINAS é, em grande parte, plana com uma<br />

elevação a sul que faz divisa com o píer de atracação do Porto de Itaguaí, de<br />

norte a leste encontra-se uma área alagada de mangue, a área central é<br />

ocupada por uma pilha margeada por uma lagoa, ambos de rejeito industrial<br />

proveniente do antigo processo da Companhia Industrial Mercantil INGÁ e a<br />

sudoeste estão as antigas instalações industriais da INGÁ. O entorno da área<br />

da USIMINAS é composto por uma vizinhança mista, sendo identificados<br />

estabelecimentos comerciais, industriais, residenciais e de exportação de<br />

minério: bairros de Itaguaí (Brisa Mar e Vila Paraiso), LLX, CDRJ, VALE, CSN.<br />

<strong>6.1</strong>.1.8.2 Análise dos Parâmetros de Qualidade da Água<br />

Foram utilizadas estatísticas anuais (2000-2005) e do período 1990 a 2005,<br />

fornecidos pelo INEA, referentes aos dados do monitoramento de qualidade da<br />

água de estações situadas no rio Guandu:<br />

LG350 - Ribeirão das Lages<br />

LG351 - Ribeirão das Lages<br />

GN201 - Rio Guandu<br />

GN200 - Rio Guandu<br />

MC410 - Rio Macaco<br />

PO290 - Rio dos Poços<br />

QM270 - Rio Queimados<br />

QM271 - Rio Queimados<br />

CU650 - Rio Cabuçu<br />

IR 251 - Rio Ipiranga<br />

A localização das estações encontra-se na Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-1.<br />

A qualidade da água na bacia dos rios Guandu, da Guarda e Guandu Mirim foi<br />

caracterizada com base nos dados e análises realizadas pelo INEA. Essas<br />

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estatísticas, apresentadas ao longo do texto referem-se aos parâmetros OD,<br />

DBO, DQO, coliformes fecais, nitrogênio amoniacal, nitrogênio kjeldahl, nitrito,<br />

nitrato, fósforo total, ortofosfato dissolvido e metais pesados (ANA/SPRH/<br />

SONDOTÉCNICA,2006).<br />

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Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-1: Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água. Fonte:<br />

ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />

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No rio Guandu<br />

Oxigênio Dissolvido (OD) e Demanda Bioquímica de Oxigênio<br />

(DBO)<br />

O rio Guandu, monitorado pela FEEMA nas estações GN-201 (período: 1986-<br />

1989 e 1990-1996) e GN-200 (período:1986-1989), apresentou altos valores de<br />

OD e baixas concentrações de DBO e DQO. A estação GN-201, localizada no<br />

rio Guandu a jusante da confluência com os rios Macaco e Santana, próximo a<br />

localidade de Japeri, recebe o lançamento de efluentes domésticos desta<br />

cidade sem qualquer tipo de tratamento. A estação GN-200 localizada no rio<br />

Guandu, imediatamente a montante da tomada d‟água da ETA do Guandu e a<br />

jusante da confluência com o rio dos Poços/Queimados, sofre a influência das<br />

condições críticas de qualidade da água desta bacia.<br />

As estatísticas anuais mostram que as estaçoes GN-200 e GN-201 encontramse<br />

em Classe 2 tanto para Oxigênio Dissolvido (OD) como para Demanda<br />

Bioquímica de Oxigênio (DBO), com pequenas violações de classe (Figura<br />

<strong>6.1</strong>.1.8.2-2 e <strong>6.1</strong>.1.8.2-3).<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-2: Estatísticas anuais de OD na Bacia do Rio Guandu - Período: 2000 a 2005.<br />

Fonte: FEEMA (atual INEA) apud ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />

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O Ribeirão da Lajes, monitorado pela FEEMA nas estações LG-350 (1986-<br />

1989) e LG-351 (1986-1989 e 1990-1996) apresenta condições de qualidade<br />

da água excelentes, com altos valores de OD e baixos de DBO. As estatísticas<br />

da Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-2 e <strong>6.1</strong>.1.8.2-3 demonstram a boa qualidade de suas<br />

águas. A estação VG-610 localizada na saída do reservatório de Vigário<br />

apresentou altas concentrações de OD, e baixos valores de DBO.<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-3: Estatísticas anuais de DBO na Bacia do Rio Guandu - Período: 2000 a<br />

2005. Fonte: FEEMA (atual INEA) apud ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />

Os rios Ipiranga, Queimados e Cabuçu, este último afluente do rio Ipiranga,<br />

monitorados pelas estações IR-251, QM-270 e QM-271, CU-650,<br />

respectivamente, apresentam valores elevados deDBO e baixos de OD,<br />

evidenciando condições críticas de poluição de origem orgânica, nos<br />

monitoramentos realizados pela FEEMA no período de 1986-1989 e 1990-<br />

1996. Os efluentes domésticos da sede municipal de Queimados são lançados<br />

ao rio sem qualquer tratamento. Esses dados são confirmados pelas<br />

estatísticas fornecidas pela FEEMA, que mostram violações de classe na maior<br />

parte das amostras (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-2 e <strong>6.1</strong>.1.8.2-3).<br />

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6-66


Coliformes Fecais<br />

As estações GN0200 e GN0201, situadas no rio Guandu, já apresentavam no<br />

período de 1986-1989 um número significativo de coliformes fecais, com<br />

valores médios de 3000 NMP/100ml. Verifica-se que a mediana dos dados da<br />

FEEMA no período de 1990 a 2005 encontra-se fora de classe. Entretanto, a<br />

situação mais crítica é observada nos rios Queimados, Macaco, Poços,<br />

Ipiranga e Cabuçu, conforme pode ser observado nos dados da FEEMA de<br />

1986-1989 e nas estatísticas apresentadas na Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-4.<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-4: Estatísticas de coliformes fecais na Bacia do Rio Guandu - Período: 1990 a<br />

2005. Fonte: FEEMA (atual INEA) apud ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />

Fósforo Total e Ortofosfato<br />

O Rio Guandu e o ribeirão das Lajes apresentam boas condições em relação<br />

ao fósforo total, apresentando pequenas violações de classe, semelhante ao<br />

observado para ortofosfato (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-5 e <strong>6.1</strong>.1.8.2-6).<br />

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6-67


Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-5: Estatísticas de fósforo total na Bacia do Rio Guandu - Período: 1990 a<br />

2005. Fonte: FEEMA (atual INEA) apud ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />

Entretanto, os valores médios do período 1986-1989 do monitoramento da<br />

FEEMA, situam-se ligeiramente superiores ao padrão de Classe 2. Verifica-se<br />

um aporte de carga de fósforo na bacia proveniente do rio Paraíba do Sul<br />

através da transposição. O rio Queimados encontra-se em situação mais crítica<br />

devido aos lançamentos de esgotos do município de Queimados, com mediana<br />

de cerca de 2mg/l. Além dele, os rios Ipiranga, cabuçu, Poços e Macaco<br />

também encontram-se com medianas muito acima dos limites de classe 2. Os<br />

dados de estações da FEEMA nessas bacias relativos ao período 86-89 já se<br />

apresentavam muito acima do limite de classe 2 (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-6).<br />

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6-68


Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-6: Estatísticas anuais de ortofosfato na Bacia do Rio Guandu - Período: 2000<br />

a 2005. Fonte: FEEMA (atual INEA) apud ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />

Compostos Nitrogenados<br />

O ribeirão das Lajes e o rio Guandu apresentam boas condições em relação<br />

aos compostos nitrogenados, princialmente nitrogênio amoniacal, com<br />

medianas bem inferiores ao limite de classe 2 (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-7 a <strong>6.1</strong>.1.8.2-<br />

10).<br />

Os valores médios de amônia do monitoramento da FEEMA (1986-1989 e<br />

1990-1996) confirmam estas estatísticas. Os rios Poços e Macaco apesar de<br />

apresentarem medianas superiores as encontradas no rio Guandu, ainda<br />

permanecem em classe 2 com apenas algumas violações de classe. Já os rios<br />

Queimados, Ipiranga e Cabuçu, apresentam medianas elevadas, acima de<br />

Classe 2 nos anos de 2000 e 2001. Entretanto, os valores médios de nitrogênio<br />

amoniacal desses rios no monitoramento da FEEMA (86-89 e 90-96) são<br />

superiores a Classe 2 (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-7).<br />

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6-69


Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-7: Estatísticas anuais de nitrogênio amoniacal na Bacia do Rio Guandu -<br />

Período: 2000 a 2005. Fonte: FEEMA (atual INEA) apud ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-8: Estatísticas anuais de nitrogênio kjeldahl na Bacia do rio Guandu - Período:<br />

2000 a 2005. Fonte: FEEMA (atual INEA) apud ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />

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6-70


Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-9: Estatísticas anuais de nitrito na Bacia do Rio Guandu - Período: 2000 a<br />

2005. Fonte: FEEMA (atual INEA) apud ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-10: Estatísticas anuais de nitrato na Bacia do Rio Guandu - Período: 2000 a<br />

2005. Fonte: FEEMA (atual INEA) apud ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />

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6-71


Metais<br />

As estatísticas anuais de metais pesados nas 10 estações monitoradas na<br />

Bacia do rio Guandu, pela FEEMA, no período de 2000 a 2005, estão<br />

apresentadas nas Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-11 a <strong>6.1</strong>.1.8.2-15.<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-11: Estatísticas anuais de cromo na Bacia do Rio Guandu - Período: 2000 a<br />

2005. Fonte: FEEMA (atual INEA) apud ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />

Os valores médios para manganês situam-se ligeiramente superiores ao<br />

padrão de Classe 2. Os rios Poços, Queimados, Cabuçu e Ipiranga encontramse<br />

em situação mais críticas, com mediana entre 0,1 a 0,6 mg/l. Os valores de<br />

manganês muito acima dos limites de classe 2 foram encontrados no rio<br />

Cabuçu e Ipiranga (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-12).<br />

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6-72


Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-12: Estatísticas anuais de manganês na Bacia do Rio Guandu - Período: 2000<br />

a 2005. Fonte: FEEMA (atual INEA) apud ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-13: Estatísticas anuais de ferro na Bacia do Rio Guandu - Período: 2000 a<br />

2005. Fonte: FEEMA (atual INEA) apud ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />

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6-73


Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-14: Estatísticas anuais de níquel na Bacia do Rio Guandu - Período: 2000 a<br />

2005. Fonte: FEEMA (atual INEA) apud ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-15: Estatísticas anuais de zinco na Bacia do Rio Guandu - Período: 2000 a<br />

2005. Fonte: FEEMA (atual INEA) apud ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />

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6-74


No rio Guandu Mirim<br />

O rio Guandu Mirim, monitorado na estação GM-180 no período de 1990 a<br />

1996, apresentou baixos valores de OD e altos valores de DBO e coliformes<br />

fecais quando comparados aos limites estabelecidos na resolução CONAMA<br />

357 para águas de Classe 2. Concentrações elevadas de amônia, fósforo total,<br />

ferro, manganês e cádmio, cianetos, fenóis e PCB‟s foram também<br />

observadas. Na bacia do rio Guandu Mirim, são lançados diariamente efluentes<br />

industriais além de esgotos domésticos sem tratamento de áreas urbanas dos<br />

municípios do Rio de Janeiro e Nova Iguaçu (ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA,<br />

2006).<br />

No rio da Guarda<br />

Um programa de monitoramento em 4 pontos do rio da Guarda foi efetuado<br />

pela Multiservice em 1990 (ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA, 2006). Em direção à<br />

foz do rio da Guarda observou-se um aumento nos valores de OD, enquanto<br />

vários parâmetros sofreram um decréscimo em função da diluição (amônia,<br />

nitrito, fósforo total, ortofosfato). Também foi constatado que o cianeto<br />

apresentou-se acima dos padrões e que o resíduo total sofreu um aumento<br />

substancial em suas concentrações. Elevados valores de coliformes fecais<br />

foram encontrados na estação localizada a jusante da confluência com o rio<br />

Itaguaí, afluente do rio da Guarda pela margem direita, que recebe os efluentes<br />

domésticos da cidade de Itaguaí sem qualquer tipo de tratamento. Observou-se<br />

que o rio da Guarda, a montante da confluência com o valão dos Bois já<br />

apresentava qualidade de água deteriorada, apresentando baixos valores de<br />

OD, altos valores de amônia e fósforo total e cianetos acima dos padrões<br />

estabelecidos para águas de Classe 2.<br />

O rio da Guarda, monitorado na estação GR-100 pela FEEMA (média do<br />

período de 1990 a 1996 apud ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA, 2006),<br />

apresentou contaminação de origem orgânica em suas águas, fato este<br />

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6-75


confirmado pelos baixos valores de OD presentes na água, os elevados valores<br />

de DBO e coliformes fecais. Além disso, apresentou ainda contaminação por<br />

metais (ferro, manganês, chumbo e cádmio em valores acima dos limites<br />

estabelecidos para Classe 2), cianetos e PCB‟s.<br />

Os dados da estação VS-660 mostraram que a Vala do Sangue, afluente do rio<br />

da Guarda, encontrava-se em situação crítica, apresentando, quando<br />

comparada a Classe 2 da resolução CONAMA 357, baixos valores de OD,<br />

valores extremamente elevados de DBO, DQO, condutividade elétrica, amônia,<br />

fósforo total e coliformes fecais, refletindo o grande comprometimento de suas<br />

águas com relação a poluição de origem orgânica. Foram observados também<br />

altos valores dos metais ferro, manganês, chumbo, cádmio e níquel, além da<br />

presença de cianetos e fenóis (este em valores muito elevados) que<br />

confirmaram a péssima qualidade de suas águas. Os elevados valores de<br />

cloretos e de condutividade elétrica podem ser decorrentes da intrusão da<br />

cunha salina.<br />

‣ Criticidade da qualidade das águas dos rios da Guarda e Guandu<br />

A análise dos dados diponibilizados mostrou que a qualidade da água dos rios<br />

da Guarda e Guandu Mirim encontrava-se em situação crítica, apresentando<br />

violações de classe de parâmetros relacionados a despejos orgânicos e<br />

industriais (ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA, 2006).<br />

Situação semelhante ocorreu, nos rios Poços/Queimados e Ipiranga, que<br />

desembocam na Lagoa do Guandu, situada a apenas 300m da tomada d‟água<br />

da ETA do Guandu, influenciando a qualidade das águas captadas pela<br />

CEDAE. Neste local, pelos dados disponíveis, o rio Guandu se encontrava em<br />

boas condições de qualidade de água, apresentando, entretanto, situação<br />

inferior em relação aos trechos de montante do Guandu. Já o ribeirão das Lajes<br />

apresentava condições adequadas de qualidade da água. O Quadro <strong>6.1</strong>.1.8.2-1<br />

apresenta uma síntese dos parâmetros mais críticos nas bacias estudadas.<br />

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6-76


Quadro <strong>6.1</strong>.1.8.2-1: Parâmetros críticos nas Bacias dos Rios Guandu, da Guarda e Guandu<br />

Mirim. Fonte: ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />

Rio Local Parâmetros<br />

Guandu<br />

Mirim<br />

Jusante confluência<br />

Campinho (GM-180)<br />

OD, DBO, coliformes fecais, amônia, fósforo total, ferro,<br />

manganês, cádmio, cianetos, fenóis e PCB‟s.<br />

Guarda Foz (estação Nº 1)<br />

OD, DBO, coliformes fecais, ferro, manganês, chumbo,<br />

cádmio, cianetos e PCB‟s.<br />

Ribeirão da Lajes (LG-<br />

351)<br />

Pequenas violações de classe em ferro solúvel,<br />

cádmio, fenóis e cianetos.<br />

Jusante confluência Coliformes fecais, fósforo total, chumbo, cádmio, ferro<br />

Guandu<br />

Santana (GN-201) solúvel, fenóis e cianetos<br />

Montante ETA (GN-200) Coliformes fecais<br />

OD, DBO, turbidez, sólidos totais, P-total, amônia, N-<br />

Poços/Queimados amônia, coliformes totais, coliformes fecais, chumbo,<br />

cádmio, ferro e fenóis<br />

Em águas subterrâneas<br />

O município de Itaguaí possui usuários de mananciais subterrâneos<br />

diversificados que abrangem desde indústrias integralmente abastecidas por<br />

água subterrânea, colégios da rede pública, sítios que captam água<br />

subterrânea para irrigação de culturas como coco, hortaliças e leguminosas até<br />

mineradoras de areia e brita. Parte considerável das escolas públicas de<br />

Itaguaí utiliza o manancial subterrâneo para uso de limpeza e abastecimento,<br />

sendo que a maior parte desses poços são tubulares rasos, com profundidades<br />

que variam entre 8 e 20 metros, captando água, em sua maioria do sistema<br />

aquífero intergranular, possivelmente na parte superior do Aquífero Piranema<br />

ou no solo saturado. Os principais usos das águas subterrâneas no município<br />

são apresentados na Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-16.<br />

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6-77


Número de Ponntos Cadastrados<br />

50<br />

45<br />

40<br />

35<br />

30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

Tipos de Usos<br />

Indústrias<br />

Abastecimento Público<br />

Escolas<br />

Mineração (excluído areia)<br />

Postos de Saúde e Hospitais<br />

Outros<br />

Lazer<br />

Auto Posto<br />

Agrícola<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-16: Tipo de Uso das Águas Subterrâneas. Fonte: modificado de<br />

ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />

Os poços tubulares visitados na ocasião do monitoramento foram perfurados<br />

fora das normas técnicas, apresentando diversas falhas construtivas (Figura<br />

<strong>6.1</strong>.1.8.2-17). Boa parte desses poços não apresenta laje de proteção, ficando<br />

ao mesmo nível da superfície do solo, destampados e, portanto, expostos à<br />

contaminação a partir da superfície (ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA, 2006).<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-17: Poço tubular profundo (100 metros) em uma indústria de reciclagem.<br />

Fonte: ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />

Assim como os outros parâmetros hidrogeológicos avaliados, as informações<br />

disponíveis sobre a hidrogeoquímica e qualidade relativa das águas<br />

subterrâneas existentes na bacia estão concentradas na porção centro sul,<br />

dentro do contexto do aquífero Piranema. Muitas das análises obtidas na fase<br />

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6-78


de cadastramento de poços, não puderam ser consideradas devido às razões<br />

assinaladas a seguir:<br />

• Heterogeneidade dos parâmetros analisados;<br />

• Número reduzido de parâmetros analisados;<br />

• Falta de parâmetros essenciais para avaliação da qualidade da água<br />

e/ou para interpretação hidrogeoquímica;<br />

• Ausência da determinação no campo de parâmetros importantes,<br />

principalmente pH, condutividade elétrica e Eh;<br />

• Deficiência no processo de coleta das amostras, principalmente em<br />

relação à análise de metais e bacteriológica.<br />

Portanto, as razões apontadas dificultaram não somente a caracterização<br />

hidroquímica, mas impediram a melhor comparação com as normas vigentes.<br />

Ainda assim, em termos gerais, o diagnóstico realizado pela<br />

ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006) constatou que as águas subterrâneas<br />

apresentam boa qualidade, quando comparadas às legislações pertinentes,<br />

ambientais e sanitárias (Portaria Nº 518 da ANVISA e Resolução Nº 357 do<br />

CONAMA).<br />

Todavia, são conhecidos diversos episódios de contaminação solo e das águas<br />

subterrâneas, destacando-se entre as principais fontes os vazamentos em<br />

dutos e tanques, falhas em processos industriais, problemas nos tratamentos<br />

de efluentes, atividades de mineração, disposição inadequada de resíduos, uso<br />

inadequado de defensivos agrícolas, acidentes de transporte de substâncias<br />

químicas, entre outros. O esgoto é outra fonte importante de poluição das<br />

águas subterrâneas, pois diariamente cerca de 10 bilhões de litros são<br />

lançados nos rios, lagos, áreas de mananciais, etc (Aires et al., 1999 apud<br />

Silva, 2002). Dependendo da extensão e localização dessas fontes, estas<br />

podem ser: pontuais, quando são de pequena escala e facilmente<br />

identificáveis, ou dispersas/difusas, quando são formadas por diversas fontes<br />

menores caoticamente distribuídas (Goyer, 1986 apud Silva, 2002). O Quadro<br />

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6-79


<strong>6.1</strong>.1.8.2-2 relaciona as principais fontes potenciais de contaminação dos solos<br />

e das águas subterrâneas.<br />

Quadro <strong>6.1</strong>.1.8.2-2: Principais atividades antrópicas - fontes de contaminação.<br />

Atividades Fonte de Contaminação Classificação<br />

Urbana<br />

Vazamento de tubulações de esgoto<br />

Lagoas de oxidação<br />

Lixiviação de aterros anitários e lixões<br />

Tanque de combustíveis enterrados<br />

Drenos de rodovias<br />

Inexistência de rede coletora de esgoto (saneamento in situ)<br />

Dispersa<br />

Pontual<br />

Pontual<br />

Pontual<br />

Dispersa<br />

Dispersa<br />

Industrial<br />

Agrícola<br />

Mineração<br />

Efluentes industriais não tratados<br />

Derramamentos acidentais<br />

Resíduos sólidos inadequadamente dispostos<br />

Materiais em suspensão<br />

Vazamento de tubulações e tanques<br />

Uso indiscriminado de defensivos agrícolas<br />

Irrigação utilizando águas residuais<br />

Lodos / resíduos<br />

Benefícios agrícolas<br />

- Lagoas de efluentes<br />

- Lançamento em superfície<br />

Desmonte hidráulico<br />

Descarga de água de drenagem<br />

Benefícios minerais:<br />

- Lagoas de decantação / estabilização<br />

- Lixiviação / solubilização de resíduos sólidos<br />

Pontual<br />

Pontual<br />

Pontual<br />

Dispersa<br />

Dispersa<br />

Dispersa<br />

Dispersa<br />

Pontual<br />

Pontual<br />

Dispersa<br />

Dispersa<br />

Dispersa<br />

Pontual<br />

Dispersa<br />

Fonte: REBOUÇAS (1999) apud Silva (2002).<br />

Os principais contaminantes das águas subterrâneas são classificados em:<br />

orgânicos aromáticos, hidrocarbonetos oxigenados, hidrocarbonetos com<br />

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6-80


elementos específicos, metais, não-metais, microorganismos e radionuclêicos.<br />

Estes compostos estão presentes em diversas atividades antrópicas modernas,<br />

conforme demonstra o Quadro <strong>6.1</strong>.1.8.2-3. A contaminação de solo e águas<br />

subterrâneas gera passivos que permanecem mesmo após o fim de qualquer<br />

tipo de atividade impactante (industrial, agrícola ou de mineração) (Goyer, 1986<br />

apud Silva, 2002).<br />

Nos municípios de Seropédica, Paracambi, Japeri, Queimados e Itaguaí foram<br />

encontrados diversos casos de contaminação por nitrato, hidrocarbonetos<br />

(BTEX), bactérias e vírus (hepatite A) (Barbosa et alli, 2001; Barbosa, 2005;<br />

Vettorazzi & Vettorazzi, 2005; Silva, 2002; In: ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA,<br />

2006).<br />

Quadro <strong>6.1</strong>.1.8.2-3: Principais compostos contaminantes das águas subterrâneas e compostos<br />

onde estão presentes.<br />

Contaminantes<br />

Compostos onde estão presentes<br />

Compostos Orgânicos Aromáticos<br />

Benzeno, Etilbenzeno, Xilenos, Tolueno<br />

Alcali benzeno sulfonado<br />

Estireno (Vinil benzeno)<br />

Naftaleno<br />

Solventes, gasolina e detergentes.<br />

Detergente.<br />

Plásticos.<br />

Solvente, lubrificante, explosivos e<br />

fungicidas.<br />

Hidrocarbonetos oxigenados<br />

Acetona, Éter, Varsol<br />

Ácido fórmico<br />

Metanol<br />

Hidrocarbonetos com Elementos<br />

específicos<br />

Aldrin, Dieldrin, Endrin, Malathion<br />

Bromacil<br />

Tetracloreto de carbono<br />

Clordano<br />

Solvente e matéria prima industrial.<br />

Pesticidas, plásticos e refrigerantes.<br />

Combustível, solvente, matéria prima<br />

industrial.<br />

Inseticida.<br />

Herbicida.<br />

Desengraxante, matéria prima industrial.<br />

Inseticida, emulsão de óleo.<br />

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6-81


Contaminantes<br />

Clorofórmio<br />

Clorometano<br />

1, 2 Dicloroetano<br />

Bifenila Policlorada (PCB)<br />

Tetracloroetano<br />

Tricloroetano<br />

Metais e cátions<br />

As<br />

Cd<br />

Cu<br />

Cr<br />

Pb<br />

Hg<br />

Zn<br />

Não metálicos<br />

Amônia<br />

Cianeto<br />

Nitratos, Nitritos, Fosfatos, Sulfatos,<br />

Sulfitos<br />

Compostos onde estão presentes<br />

Plásticos, refrigerantes.<br />

Refrigerante, herbicida, síntese orgânica.<br />

Desengraxante, solvente, aditivo de<br />

gasolina.<br />

Fluído de transformadores elétricos.<br />

Removedor de tinta, solvente, matéria prima<br />

industrial.<br />

Pesticidas, desengraxante, solvente.<br />

Inseticidas, herbicidas, medicamentos.<br />

Fungicidas e materiais fotográficos.<br />

Tintas, galvanoplastia, inseticidas.<br />

Galvanoplastia, tintas.<br />

Baterias, aditivo de gasolina, tintas.<br />

Aparatos elétricos, inseticidas, fungicidas,<br />

bactericidas, indústria farmacêutica.<br />

Galvanoplastia, fungicidas, tintas.<br />

Fertilizantes, matéria prima industrial, fibras<br />

sintéticas, fluidos.<br />

Produção de polímeros, metalurgia,<br />

pesticidas.<br />

Fertilizantes, conservantes,<br />

Pesticidas, fertilizantes.<br />

Fonte: Rebouças (1999) in Silva (2002).<br />

Em relação à qualidade da água subterrânea, os problemas destacados são<br />

relacionados ao desconhecimento generalizado desta fonte de água. A maior<br />

parte dos casos de contaminação registrados, inclusive aqueles de maior<br />

gravidade, tem na falta de saneamento básico a causa principal. Todavia, o de<br />

maior amplitude é ligado à mineração de areia. Deve ser observada ainda a<br />

elevada vulnerabilidade à contaminação apresentada pelas águas<br />

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6-82


subterrâneas em alguns locais das bacias, com atenção especial às captações<br />

das diversas comunidades abastecidas por fontes e nascentes, em face aos<br />

inúmeros problemas relatados.<br />

Embora o diagnóstico realizado pela Multiservice em 1990 (ANA/SPRH/<br />

SONDOTÉCNICA, 2006) tenha derivado de estudos hidrogeológicos que<br />

merecem maior detalhamento, algumas considerações podem ser produzidas a<br />

partir de uma análise comparativa entre as águas subterrâneas e superficiais.<br />

Esta comparação evidenciou a impossibilidade das reservas subterrâneas<br />

atenderem a totalidade da demanda hídrica nas bacias apreciadas, o que<br />

resulta na semelhança com outras bacias, nas quais a água subterrânea é<br />

considerada como reserva estratégica a ser utilizada prontamente para<br />

finalidades específicas ou de caráter emergencial, dadas às situações<br />

particulares relacionadas a escassez ou a um acidente ambiental.<br />

Todavia, a água subterrânea consegue atender parte das carências<br />

efetivamente instaladas nas bacias, com um desafio futuro de avaliar o real<br />

valor desse potencial, a fim de possibilitar um planejamento das demandas<br />

futuras de forma equilibrada. Apesar da limitação da reserva subterrânea,<br />

existe na região, notadamente na Bacia do Rio Guandu, um ambiente favorável<br />

para o emprego de técnicas que aumentariam essas reservas ou no mínimo,<br />

possibilitariam a utilização do aquífero sedimentar de forma mais intensa e<br />

contínua. Através do emprego das técnicas de recarga artificial seria possível<br />

aumentar a quantidade e qualidade da reserva hídrica na região. Esta prática<br />

seria possível em face ao aproveitamento das cavas formadas nos areais para<br />

infiltração de água superficial (e a consequente redução do impacto ambiental<br />

dessa atividade), ou ainda pela construção de baterias de poços em conexão<br />

hidráulica com o rio Guandu. A utilização dessas técnicas, consequentemente,<br />

criaria uma reserva alternativa e estratégica, possibilitando e intensificando a<br />

prática do gerenciamento integrado dos recursos hídricos na região.<br />

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6-83


Na Baía de Sepetiba<br />

Ao desembocarem na baía, as águas dos rios trazem grande quantidade de<br />

carga orgânica proveniente da bacia de drenagem, que na sua totalidade não<br />

dispõe de sistema de tratamento de esgotos domésticos, além de lixo e óleo.<br />

As maiores quantidades de esgotos chegam através dos rios da Guarda, canal<br />

de São Francisco, canal do Itá, canal do Guandu e do rio Piraquê-Cabuçu,<br />

cujas bacias hidrográficas concentram em conjunto 90% da população de cerca<br />

de 1,8 milhões de habitantes, da qual cerca de 60% se concentra na porção<br />

pertencente ao Município do Rio de Janeiro.<br />

Os rios também lançam na baía grandes quantidades de lixo, como garrafas,<br />

sacos plásticos e outros detritos que flutuam na água e vão dar nas praias ou<br />

manguezais da orla da Baía de Sepetiba. Além de poluição, depreciam a<br />

paisagem, contribuindo para afugentar os turistas. Grandes quantidades de lixo<br />

em manguezais podem causar problemas à fixação de propágulos do manguevermelho<br />

- Rhizophora mangle, uma vez que são arrastados pelo atrito com os<br />

resíduos sólidos, que de acordo com o período da maré, flutuam pouco acima<br />

do sedimento (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-18).<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-18: Lixo acumulado em manguezal na orla da Baía de Sepetiba. Foto: André<br />

A. Gonçalves.<br />

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O esgoto causa a perda de balneabilidades das praias, promove a<br />

contaminação da areia por parasitos, a desvalorização de imóveis, eleva a<br />

turdidez da água, a oferta de nutrientes e reduz o oxigênio dissolvido (Molisani<br />

et al., 2004). Óleos e graxas provêm de postos de serviço, oficinas mecânicas,<br />

indústrias sem sistemas de tratamento e embarcações que aportam ao longo<br />

do baixo curso do rio da Guarda e canais de São Francisco, Guandu e Itá<br />

(ETEP/ECOLOGUS/SMGROUP, 1998)<br />

Na região de maior interesse ao empreendimento, caracterizada no Macro<br />

Plano como “região do litoral central”, onde desembocam o rio da Guarda e os<br />

canais de São Francisco e do Guandu, é considerada como a mais crítica<br />

quanto à questão da poluição orgânica. Os rios Mazomba (afluente do rio da<br />

Guarda) e Guandu Mirim (cujas águas são drenadas para o canal Guandu), e<br />

os canais de São Francisco e do Itá são responsáveis pelo transporte de cerca<br />

de 40,4% do total da carga orgânica produzida, dos quais 31% são escoados<br />

pelo rio Guandu Mirim até o canal Guandu. A leste do canal do Itá, os rios<br />

Piraquê, Piracão e Portinho (Engenho Novo) contribuem com cerca de 34,7%,<br />

sendo tais lançamentos os principais responsáveis pela degradação das praias<br />

na região leste da baia (ECOLOGY/LLX, 2007).<br />

Entre 1980 a 1986, a FEEMA (atual INEA) realizou monitoramento de água em<br />

5 estações fixas na Baía de Sepetiba e a empresa Multiservice realizou coleta<br />

de água em 12 estações, durante 5 campanhas em 1990 para elaboração do<br />

EIA de Implantação do Pólo Petroquímico. As estações de coleta da FEEMA<br />

foram delimitadas ao longo do litoral entre a ilha de Itacuruçá e Barra da<br />

Guaratiba. As amostragens foram feitas em superfície, meia profundidade e<br />

fundo. As estações da Multiservice foram coletadas de fevereiro a junho de<br />

1990, numa malha amostral bem distribuída pelo espelho d´água da baía<br />

(Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-19) (ECOLOGY/LLX, 2007).<br />

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6-85


Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-19: Estações de coleta para qualidade da água (monitoramento FEEMA,<br />

períodos 1980/1986, 1987/1997 e campanhas MULTISERVICE em 1990) (ECOLOGY/LLX,<br />

2007). Nota: ). As estações SP006, SP011, SP021, SP029 e SP037 da FEEMA localizam-se<br />

próximo às estações X, C, Z, A e L, da Multiservice.<br />

Em relação aos resultados do monitoramento realizado na ocasião pela<br />

FEEMA, a variação observada entre os valores máximos e mínimos foi<br />

atribuída à dinâmica de circulação em função dos ciclos de maré e às<br />

diferentes contribuições do aporte fluvial uma vez que esses são os principais<br />

fatores a influenciar a dinâmica e a distribuição dos parâmetros relativos à<br />

qualidade da água na baía de Sepetiba (ECOLOGY/LLX, 2007). Os resultados<br />

analíticos decorrentes do monitoramento FEEMA, no período de 1980 a 1986,<br />

estão apresentados na Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-20.<br />

a) b)<br />

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c) d)<br />

e) f)<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-20: Valores máximos e mínimos dos parâmetros de qualidade da água<br />

medidos pela FEEMA no Período de 1980 a 1986 (adaptado de Costa, 1998 apud<br />

ECOLOGY/LLX, 2007).<br />

Os resultados analíticos decorrentes do monitoramento FEEMA, no período de<br />

1980 a 1986 (superfície/meia água/fundo), estão apresentados na Figura<br />

<strong>6.1</strong>.1.8.2-21<br />

a) b )<br />

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6-87


c) d)<br />

e) f)<br />

g) h)<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-21: Valores Médios dos Parâmetros de Qualidade da Água Medidos pela<br />

FEEMA no Período de 1980 a 1986 em Superfície, <strong>Meio</strong> e Fundo (ECOLOGY/LLX, 2007).<br />

Os resultados analíticos (média) decorrentes do monitoramento Multiservice<br />

em 1990 (ECOLOGY/LLX, 2007), estão apresentados na Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-22.<br />

a) b)<br />

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c) d)<br />

e) f)<br />

g) h)<br />

i) j)<br />

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k)<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-22: Valores Médios dos Parâmetros de Qualidade da Água Medidos pela<br />

Multiservice, de fevereiro a junho de 1990 (ECOLOGY/LLX, 2007).<br />

A Baía de Sepetiba apresenta gradientes de salinidade e biomassa clorofiliana<br />

que permitem dividi-la em duas regiões: a primeira, de forte influência costeira,<br />

apresenta menor salinidade e transparência da água e maior concentração de<br />

clorofila a e nutrientes; e a segunda, mais influenciada por águas oceânicas,<br />

apresenta salinidades e transparências maiores e concentrações de clorofila a<br />

e nutrientes menores (Calil, 2005).<br />

A distribuição das concentrações de clorofila, oxigênio e amônia na Baía de<br />

Sepetiba encontram-se representadas nas Figuras <strong>6.1</strong>.1.8.2-23 a <strong>6.1</strong>.1.8.2-25,<br />

respectivamente.<br />

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Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-23: Distribuição horizontal da clorofila na Baía de Sepetiba (FEEMA, 1990).<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-24: Distribuição horizontal do oxigênio dissolvido na Baía de Sepetiba<br />

(FEEMA, 1990).<br />

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Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-25: Distribuição horizontal da amônia na Baía de Sepetiba (FEEMA, 1990).<br />

O ambiente estuarino da Baía de Sepetiba, como dito, é considerando como<br />

um receptor direto de fontes poluidoras. Em se tratando de metais pesados,<br />

tais como cádmio, zinco, cobre, chumbo, entre outros, algumas considerações<br />

podem ser levantadas a fim de se avaliar possíveis contaminações de<br />

compostos na baía. A detecção de metais pesados na água irá depender da<br />

forma como estes se comportam no meio aquático. Alguns tendem a uma<br />

rápida adsorção ao material particulado em suspensão, e outros permanecem<br />

por mais tempo no meio aquático, tendo uma mobilidade maior no ambiente,<br />

sofrendo ainda, influência da hidrodinâmica - correntes e movimento das<br />

marés, e do tipo de material em suspensão na coluna d‟água (Barcellos &<br />

Lacerda, 1994; Molisani et al., 2004, 2006; Paraqueti et al., 2004; Paraqueti et<br />

al., 2007; entre outros).<br />

Na Baía de Sepetiba, o palco dos maiores problemas de contaminação por<br />

metais pesados esteve relacionado ao zinco e ao cádmio provenientes da Cia.<br />

Industrial Mercantil INGÁ (Lacerda & Molisani, 2006). Em fevereiro de 1996,<br />

devido às fortes chuvas da estação, o dique de contenção de rejeitos rompeu,<br />

lançando para toda a região da Baía de Sepetiba altos teores de elementos e<br />

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substâncias tóxicas, como Zn, Cd e As. De acordo com os estudos feitos na<br />

época, foi estimado que cerca de 10 milhões de toneladas de Zn e Cd haviam<br />

sido despejados nas águas da Baía de Sepetiba, desde o início das atividades<br />

da Cia INGÁ, em 1962. De acordo com Molisani et al. (2004), a Cia INGÁ<br />

contribuiu com aportes de 24 ton ano -1 de Cd e 3.660 ton ano -1 de Zn até 1998,<br />

ano de fechamento da empresa.<br />

Entretanto, a Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-26 ilustra as diversas fontes de Cd e Zn para a<br />

Baía de Sepetiba entre os anos de 1990 e 2005, onde podemos observar uma<br />

redução de 54% e 12% nas fontes de Cd e Zn, respectivamente, para a baía<br />

(Barcellos & Lacerda, 1994; Lacerda et al. 2004).<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-26: Alterações nas fontes de Cd e Zn para a Baía de Sepetiba entre os anos<br />

de 1990 e 2005 (Barcellos & Lacerda, 1994; Lacerda et al., 2004 apud INSTITUTO DO<br />

MILÊNIO, 2010).<br />

Paraqueti et al. (2007) realizaram um estudo sobre a distribuição de metais<br />

(Cd, Pb, Cu e Hg) nas águas da Baía de Sepetiba, durante evento de maré na<br />

estação chuvosa (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-27). Os resultados obtidos demonstram uma<br />

pequena variação nas concentrações de Pb e Cu durante o evento de maré e<br />

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uma expressiva diferença nas concentrações de Cd em função da maré,<br />

provavelmente associada a formação de cloro complexos estáveis de Cd.<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-27: Distribuição de Pb, Cu, Cd e Hg durante o evento de maré nas águas da<br />

Baía de Sepetiba (Paraqueti et al., 2007).<br />

Em relação às concentrações de Hg medidas, observou-se uma tendência de<br />

aumento de todas as frações durante a maré vazante, demonstrando a<br />

possibilidade de exportação de formas mercuriais para áreas adjacentes à baía<br />

(Paraqueti et al., 2007).<br />

Em outro estudo nas águas da Baía de Sepetiba, Paraqueti et al. (2007)<br />

descrevem as mudanças na especiação de Hg ao longo do gradiente estuarino,<br />

durante eventos de maré em diferentes estações. A avaliação química das<br />

águas da baía indicou uma exportação de material particulado em suspensão<br />

(MPS) pobre em carbono orgânico para a plataforma continental adjacente,<br />

principalmente durante a estação chuvosa e uma importação de MPS oceânico<br />

rico em carbono orgânico, provavelmente de origem fitoplanctônica, durante a<br />

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estação seca. A especiação química do Hg demonstrou que a produção de Hg 0<br />

na Baía de Sepetiba pode ser controlada pela produtividade primária, e que a<br />

baía atua como produtora e exportadora de formas orgânicas de Hg para as<br />

áreas adjacentes, já que as maiores concentrações de Hg não-reativo foram<br />

encontradas durante a maré vazante. Não foram observadas correlações<br />

significantes entre as concentrações de Hg não-reativo e carbono orgânico<br />

dissolvido ou particulado. Em geral, as frações de Hg particulado, Hg nãoreativo<br />

e Hg reativo representam 55%, 35% e 9,5% do conteúdo total de Hg<br />

nas águas da Baía de Sepetiba, respectivamente.<br />

Campanhas de amostragem foram realizadas em janeiro de 2007 pela<br />

Ecologus Engenharia Consultiva, com intuito de avaliar as condições<br />

ambientais da área de dragagem defronte ao Porto de Itaguaí (ECOLOGUS,<br />

2007 apud ECOLOGUS/ DOCAS-RJ, 20<strong>08</strong>). Os resultados da concentração de<br />

metais (zinco e cádmio), no material particulado em suspensão são<br />

apresentados na Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-28, onde valores médios para zinco e cádmio<br />

foram de 2,7 μg/l e 0,016 μg/l, respectivamente, muito abaixo dos limites para<br />

classe 1 das águas salobras da legislação (90 μg/l Zn e 5 μg/l Cd). Mesmo os<br />

valores mais altos observados (11,4 μg/l Zn e 0,030 μg/l Cd), ainda estão muito<br />

abaixo dos limites. Nos anos 90, Rodrigues (1990) observa valores de zinco<br />

mais elevados nos rios afluentes à baía, apresentando uma média de 40 μg/l<br />

Zn em um estudo que coletou amostras mensais durante quase um ano.<br />

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Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-28: Concentrações de cádmio e zinco no material em suspensão das estações<br />

de superfície e fundo, no monitoramento de janeiro de 2007 (ECOLOGUS/DOCAS-RJ, 20<strong>08</strong>).<br />

Experimentos conduzidos no entorno de uma draga em operação foram<br />

realizados com o objetivo de efetuar medições de concentrações de Cd e Zn na<br />

água (INSTITUTO DO MILÊNIO, 2010). Pode-se verificar que as<br />

concentrações não foram diferentes da faixa reportada para a Baía de<br />

Sepetiba, sendo que todas as concentrações apresentaram-se muito inferiores<br />

aos limites estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05 para águas salinas<br />

de Classe 1 (mais restritivos) (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-29). Tal fato indicou que a não<br />

remobilização de Cd e Zn para a coluna d‟água durante a operação de<br />

dragagem.<br />

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Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-29: Distribuição de Cd e Zn em águas durante a operação de dragagem na<br />

Baía de Sepetiba (INSTITUTO DO MILÊNIO, 2010).<br />

Na Baía de Sepetiba existe, conforme reportado neste item, um enorme<br />

passivo ambiental (resíduos sedimentados no fundo da baía), os quais são<br />

revolvidos e dispersados pelas operações de dragagem e descarte de<br />

sedimentos da ampliação e manutenção do Porto de Itaguaí, tornando-se,<br />

novamente, disponíveis para a cadeia alimentar de espécies de organismos<br />

que ocorrem na região (Lima-Junior, 2001).<br />

‣ Aspectos sobre a contaminação de pescados por metais<br />

Diversos organismos marinhos presentes na Baía de Sepetiba, particularmente<br />

as algas, os moluscos e os crustáceos, são capazes de acumular metais<br />

pesados a níveis várias vezes superiores à concentração na água<br />

(bioacumulação), podendo ocorrer inclusive concentração através dos vários<br />

níveis tróficos da cadeia alimentar (biomagnificação). Contudo, é no sedimento<br />

que ocorrem as maiores concentrações de metais pesados.<br />

A contaminação das extensas áreas de manguezais da Baía de Sepetiba por<br />

metais pesados tem sido relatada (Coimbra, 2003) e, uma vez que a maior<br />

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parte da pesca depende dos manguezais (como local de desova, berçário,<br />

proteção contra predadores e área de alimentação para muitos organismos<br />

aquáticos), a contaminação destes ecossistemas e, consequentemente, do<br />

pescado, são de grande preocupação ambiental e de saúde pública (Molisani<br />

et al., 2004).<br />

A utilização de organismos aquáticos da Baía de Sepetiba para alimentação<br />

humana foi demonstrada como sendo uma das principais vias de acesso dos<br />

metais pesados presentes nas águas desta baía às populações consumidoras<br />

(Lacerda,1983; Pfeiffer et al., 1985 e Penna Franca et al., 1984 apud Da Silva,<br />

2009).<br />

Nas últimas décadas alguns autores procuraram determinar os teores de<br />

metais em pescados (algas, moluscos, crustáceos e ostras) desta região<br />

(Pfeiffer et al., 1985; Lima et al., 1986; Carvalho et al., 1991; Carvalho et al.,<br />

1993; Karez et al., 1994; Araújo et al., 1998; Kehrig; Malm; Moreira, 1998;<br />

Marins, 1998; Amado Filho et al., 1999; Mársico et al., 1999; Lima Júnior et al.,<br />

2002; Semads, 2001; Rebelo; Amaral e Pfeiffer, 2003; Amaral et al., 2005 apud<br />

Da Silva, 2009). Nestes estudos, frequentemente, os teores de metais<br />

observados estão acima dos limites permitidos pela legislação brasileira para<br />

metais em alimentos.<br />

Com respeito aos peixes, estudos detectaram a presença de metais pesados<br />

em tecidos de pescadas, corcorocas, taínhas e corvinas (Lacerda et al. 1989<br />

apud ETEP/ECOLOGUS/SMGROUP, 1998) (Quadro <strong>6.1</strong>.1.8.2-4).<br />

Quadro <strong>6.1</strong>.1.8.2-4: Metais pesados em peixes.<br />

Taxa Nome vulgar Cu<br />

Alimentação<br />

Cr Cd Zn Mn Pb<br />

Mugil sp. tainha filtrador 0,7 0,5 0,03 7,4 0,8 0,6<br />

Cynoscion sp. pescada carnívora 0,27 0,31 0,02 3,42 0,2 0,57<br />

Micropogonias corvina carnívora 0,54 0,77 0,04 27,3 0,97 1,<strong>08</strong><br />

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sp.<br />

Haemulon sp. cocoroca detritívoro 0,6 0,53 0,04 9 0,61 1,48<br />

CMP 30 0,1 10 50 --- 8<br />

Legenda: Cu (cobre), Cr (cromo), Cd (cádmio), Zn (zinco), Mn (manganês), Pb (chumbo).<br />

CMP= Concentração máxima permitida de acordo com BSE (Brazilian Standards of the<br />

Environment). Fonte: Lacerda et al. (1989).<br />

Considerando os resultados obtidos por Da Silva (2009) sobre a concentralção<br />

de metais pesados em peixes (Micropogonias furnieri e Cynoscion acoupa) e<br />

ostras (Crassostrea brasiliana), oriundos da Baía de Sepetiba, apresentamos<br />

algumas conclusões sobre o ensaio efetuado:<br />

• Os moluscos filtradores (ostras) foram considerados melhores<br />

bioindicadores do grau de poluição por metais quando comparados aos peixes<br />

da área em estudo.<br />

• As concentrações dos metais analisados nos peixes não devem<br />

representar, em curto prazo, riscos de ordem sanitária pelo consumo destes<br />

organismos, salvo episódios extremos para alguns metais, devido ao consumo<br />

diário de indivíduos pertencentes à população local.<br />

• Apesar de nenhuma das amostras analisadas ter ultrapassado o limite<br />

máximo preconizado pela legislação vigente para Hg, é importante salientar<br />

que este metal é acumulativo, e que pequenas quantidades podem estar<br />

associadas a alterações metabólicas no organismo dos consumidores<br />

habituais.<br />

• Os resultados apresentados evidenciam a importância de um controle<br />

rígido na concentração de alguns metais, particularmente Fe, Se e Zn, em<br />

organismos aquáticos da Baía de Sepetiba, sobretudo em moluscos filtradores,<br />

visto o risco de intoxicação existente, principalmente, para a população local,<br />

que depende dos recursos pesqueiros como fonte de renda e de alimentação.<br />

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<strong>6.1</strong>.1.8.3 Análise dos Parâmetros de Qualidade do Sedimento<br />

Na Baía de Sepetiba<br />

A questão do transporte de sedimento para a Baía de Sepetiba é um fenômeno<br />

natural, determinado pelos condicionantes físicos da bacia hidrográfica. Ocorre,<br />

porém, que este fenômeno vem sendo agravado nos últimos 30 anos, em<br />

decorrência de diversas atividades antrópicas, que concorrem para a<br />

degradação dos solos e a redução da cobertura vegetal em todo o espaço da<br />

bacia, de forma disseminada. Estas ações contribuem em menor ou maior grau<br />

para a intensificação da produção e do transporte de sedimentos. A<br />

sedimentação na baía tem mudado nas três últimas décadas. Hoje em dia, as<br />

partículas finas cobrem uma área muito maior do que a relatada na literatura,<br />

observando-se a formação de um extenso assoreamento na calha dos rios e,<br />

finalmente, no corpo d‟água da baía (Lacerda et al., 2002).<br />

Dados bibliográficos constatam que, em virtude das atividades antrópicas, a<br />

taxa de sedimentação, que no início do século passado era de 32 mg x cm -2 x<br />

ano -1 , atualmente é 10 vezes superior. Este aumento é devido, em grande<br />

parte, ao uso desordenado do solo (urbanização e desmatamento) em toda a<br />

bacia hidrográfica contribuinte à Baía de Sepetiba, principalmente nas APPs e<br />

FMP que permeiam aos processos erosivos observados em várias áreas e as<br />

atividades portuárias, com frequentes atividades de dragagens (Molisani et al.,<br />

2004; Lacerda et al., 2007; Salamene, 2007).<br />

Um aspecto importante ao tema foi a transposição do rio Paraíba do Sul, que<br />

resultou no aumento da sedimentação na baía, influenciando o destino de<br />

contaminantes emitidos por seu parque industrial. De um modo geral, a baía<br />

atua como um eficiente filtro de sedimento e poluentes, resultando em pequena<br />

ou nemhuma exportação desses materiais para águas costeiras adjacentes<br />

(Lacerda, et al., 2007).<br />

A Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3-1 ilustra as principais áreas de sedimentação (Lacerda,<br />

2002).<br />

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Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3-1: Principais áreas de sedimentação<br />

Lacerda, 2002 apud INSTITUTO DO MILÊNIO, 2010).<br />

na Baía de Sepetiba (adaptado de<br />

Geologicamente, a Baía de Sepetiba caracteriza-se como bacia semiconfinada,<br />

tendendo ao fechamento e à colmatagem. Possui três tipos de<br />

sedimentos: de origem fluvial, de canais de maré e de mangue. O sedimento<br />

mais representativo do fundo é composto de bancos arenosos, siltosos e<br />

argilosos. Os sedimentos dominantes são representados pelos clásticos finos,<br />

argilo-sílticos e areno-sílticos (Ponçano, 1976).<br />

O sistema hidrográfico que drena a Bacia da Baía de Sepetiba carreia material<br />

fino em suspensão, de modo que cerca de 70% da área de distribuição dos<br />

sedimentos na baía é composta por silte e argila. Na cobertura do fundo da<br />

baía predominam os siltes, enquanto na sua entrada encontram-se as areias<br />

(Roncarati & Barrocas, 1978 e Pereira, 1998 apud Calil, 2005).<br />

Em síntese, os sedimentos na baía representam uma transição entre depósitos<br />

continentais e marinhos, onde gradam para sedimentos de mangue na porção<br />

continental e passam para areias de restinga na porção marinha (Ponçano,<br />

1976) (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3-2).<br />

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Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3-2: Mapa da distribuição dos tipos de sedimentos na Baía de Sepetiba<br />

(Ponçano, 1976).<br />

<strong>6.1</strong>.1.8.3.1 Fluxo de Sedimentação e Razões de Sedimentação na<br />

Bacia da Baia de Sepetiba<br />

O aumento da demanda de água no município do Rio de Janeiro nos últimos<br />

60 anos, levou o desenvolvido o projeto de transposição do rio Paraíba do Sul<br />

– Guandu, implantado a partir de 1950 com o objetivo de aumentar a<br />

disponibilidade de água para a crescente população do município.<br />

O rio Paraíba do Sul corta os estados mais industrializados e populosos do<br />

pais, onde as diversas formas de ocupação e uso do solo causam acentuada<br />

degradação ambiental, com ênfase na qualidade da água (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-<br />

1).<br />

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Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1–1: Figura esquemática da região onde se localiza<br />

o sistema de<br />

transposição das águas do Rio Paraíba do Sul para o Guandu ( Fonte: Molisani et ali, 2007).,<br />

A bacia de drenagem do rio Paraíba do Sul, com cerca de 57.000 km 2 e vazão<br />

média de 244 m 3 /segundo, é influenciada pelo clima tropical. Ao longo do seu<br />

curso, ocorrem importantes modificações hidrológicas, decorrentes da<br />

transposição e da construção de barragens na Bacia do Ribeirão de Lages. Já<br />

a Bacia do rio Guandu, ambiente receptor da água transferida, estende-se por<br />

cerca de 1.400 km 2 , entre a Serra das Araras e a planície costeira limitada pela<br />

Baia de Sepetiba.<br />

A vazão natural média do rio Guandu é de 20 m 3 /segundo, sendo parte dessa<br />

vazão captada pela estação de tratamento de água do rio Guandu (ETA<br />

Guandu), que apos o tratamento a distribui para a cidade do Rio de Janeiro. O<br />

volume d‟agua restante é liberado para a baia de Sepetiba, que influencia de<br />

modo relevante todo o ambiente costeiro desta baia e vai alimentar o parque<br />

industrial da baixada de Sepetiba.<br />

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Estudos foram feitos analisando séries históricas sobre a vazão das barragens<br />

receptoras do rio Paraíba do Sul e a vazão natural media dos rios receptores<br />

da baia de Sepetiba. A comparação mostra que a vazão turbinada do rio<br />

Paraíba do Sul (160 m 3 /segundo) e transferida para o sistema é superior às<br />

vazões naturais medias oriundas das bacias receptoras.<br />

Após a captação de água pela ETA-Guandu e pelo parque industrial situado na<br />

bacia do rio Guandu, o volume final da transposição deságua na baia de<br />

Sepetiba através do canal de São Francisco (braço do rio Guandu),<br />

aumentando em três vezes a descarga fluvial na baia – de 41 m 3 /segundo para<br />

129 m 3 /segundo (Molisani et ali, 2007).<br />

O aumento de ate 10 vezes na vazão do rio Guandu após a transposição, o<br />

torna responsável por cerca de 86% do aporte de água na baia, aumentando a<br />

importancia dessa bacia e de suas condições ambientais no transporte fluvial<br />

para a zona costeira. A transposição aumenta não só o aporte de água para o<br />

rio Guandu e para a baia de Sepetiba, mas também o volume de sedimentos<br />

nesse rio. Segundo Molisani et ali, o acréscimo observado foi de cerca de<br />

270.000 toneladas/ano. A taxa de sedimentação na baia, após a implantação<br />

do sistema de transposição, aumentou 2.3 vezes. A continuidade desse<br />

processo pode intensificar o assoreamento da baia (Figuras <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-2,<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-3)<br />

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Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-2: Variação ao longo do tempo das taxas de sedimentação (mg.cm 2 .ano).<br />

Observa-se o aumento acentuado a partir de 1950 ( Modificado de Molisani et ali, 2007).<br />

Os vetores urbanização e desflorestamento acabam por realimentar os já<br />

intensos processos decorrentes da transposição. Desta forma, os canais<br />

secundários passam a receber uma carga maior de sedimentos em suas<br />

calhas e o regime hidrológico passa a assemelhar-se ao das regiões semiáridas,<br />

isto é, no período das chuvas as descargas são intensas e<br />

tempestuosas e durante o período de estio as calhas tornam-se praticamente<br />

secas, mostrando um leito entulhado por sedimentos e/ou vegetação.<br />

O Canal de São Francisco, e os canais do Guandú e da Guarda, são<br />

responsáveis pela maior parte do aporte fluvial de água e substâncias para a<br />

Baía de Sepetiba num total de 93% do aporte fluvial total para a baía. Os três<br />

canais referidos desembocam na baía muito próximos, numa faixa que não<br />

excede a 3 km. A grande quantidade de material em suspensão trazida pelos<br />

três canais, associada à baixa energia da sua foz, já dentro da Baía de<br />

Sepetiba, faz com que esta área se caracterize por uma intensa acumulação de<br />

material.<br />

Se os três canais têm em comum praticamente o mesmo ponto de<br />

desembocadura, Guarda e Guandú distinguem-se do Canal de São Francisco<br />

pela magnitude de suas vazões. Enquanto o Canal de São Francisco possui<br />

uma vazão média em torno de 210 m³/s o da Guarda apresenta 14 m³/s e o<br />

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Guandú 7 m³/s. O primeiro reflexo desta diferença é a penetração da água da<br />

baía, que no Guarda chega a 5,5 km à montante de sua foz, no Guandú fica<br />

próximo a isto e no São Francisco não excede a cerca de 800 m ( Figuras<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-3,<strong>6.1</strong>.1.8.3.1-4,<strong>6.1</strong>.1.8.3.1-5 foz dos rios) (SEMADS, 1997).<br />

Baseando-se em cartas náuticas para a foz do canal de São Francisco, Leitão<br />

Filho (1995) propôs uma razão de acumulação de sedimentos na ordem de 0,5<br />

cm/ano. Mais de 2 metros de diferença na profundidade foi medida entre os<br />

dias de hoje e nas cartas náuticas datadas de antes de 1950.<br />

Durante os últimos 100 anos a acumulação de sedimentos aumentou de 32<br />

para 320 mg.cm 2 .ano. (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-3).<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-3: Evolução nas taxas de sedimentação (mgxcm -2 xano -1 ) na Baía de<br />

Sepetiba (Lacerda et al., 2002 apud INSTITUTO DO MILÊNIO, 2010).<br />

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Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-4: Foz do Rio da Guarda<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-5: Foz do Canal de São Francisco ( Rio Guandu)<br />

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Depois da década de 70, a criação do parque industrial e o crescimento da<br />

população, resultaram no desflorestamento da área da bacia de drenagem<br />

levando o aumento da erosão e conseqüente acúmulo de sedimentos para os<br />

níveis atuais de 320 mg.cm 2 .ano.<br />

Os estudos detalhados da granulometria dos sedimentos da baía por Pellegatti<br />

(2000), IPEN/UFF (2004) e Souza, (2004) apud ECOLOGY/LLX, 2007,<br />

registraram uma tendência de deposição de grãos finos mais ao leste da baía,<br />

onde os maiores fluxos fluviais e a menor hidrodinâmica podem explicar esta<br />

compartimentação do ambiente sedimentar (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-6).<br />

a) b)<br />

c)<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-6: a) Distribuição do% de sedimentos finos,


• A primeira se configura na área que se inicia a leste e limitada a oeste da<br />

ilha da Madeira, com predominância dos sedimentos argilo-siltosos, isto é, mais<br />

finos.<br />

• A segunda área é considerada de transição, localizada entre o limite a<br />

leste, citado da primeira área, até aproximadamente a linha longitude que<br />

tangencia a costa oeste da ilha de Jaguanum. Nesta área, os valores dos<br />

percentuais de sedimentos argilo-siltosos e areia se equivalem. A área engloba<br />

exatamente os estreitamentos entre as ilhas de Itacuruçá e a de Jaguanum e<br />

entre esta e a Ponta da Pombeba, onde ocorrem as maiores velocidades em<br />

função do afluxo e refluxo das marés.<br />

• A terceira área é localizada praticamente na ante-sala da baía, isto é, a<br />

oeste da ilha de Jaguanum, onde predominam os sedimentos mais grossos,<br />

com decorrência de significativos percentuais de areia.<br />

Calil (2005) em seu estudo sobre o macrobentos sublitoral e do sedimento da<br />

Baía de Sepetiba realizou análises granulométricas e dos teores de matéria<br />

orgânica e carbonatos do sedimento em 68 estações de coleta. A análise dos<br />

parâmetros abióticos revelou a existência de um gradiente estuarino bem<br />

marcado na Baía de Sepetiba, com uma clara diferenciação das variáveis<br />

sedimentológicas entre os setores interno e externo do estuário (Figura<br />

<strong>6.1</strong>.1.8.3.1-7).<br />

a) b)<br />

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c)<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-7: a) Distribuição espacial das frações granulométricas (classificação pela<br />

média em mm); b) Distribuição espacial da matéria orgânica (%) e c) Distribuição espacial do<br />

carbonato de cálcio (%) na Baía de Sepetiba (Calil, 2005).<br />

Na área de estudo os sedimentos amostrados foram compostos<br />

predominantemente por areias e silte. As diferentes frações granulométricas se<br />

apresentaram bastante diferenciadas entre os três setores da baía (Figura<br />

<strong>6.1</strong>.1.8.3.1-8).<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-8: Médias e erros padrões das porcentagens de cascalho, areia muito<br />

grossa, areia grossa, areia média, areia fina, areia muito fina, silte, argila, matéria orgânica e<br />

carbonato de cálcio nos três setores da Baía de Sepetiba (Calil, 2005).<br />

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A fração de cascalho contribuiu muito pouco para as amostras coletadas, salvo<br />

em algumas estações onde os valores oscilaram em torno de 4 a 8%. O setor<br />

externo foi o que apresentou a maior porcentagem média de cascalho. A<br />

porcentagem média de areia muito grossa foi maior nos setores externo e<br />

intermediário, sendo nula ou próximos de zero sua contribuição nas estações<br />

do setor interno. A maior porcentagem média de areia grossa foi encontrada no<br />

setor externo (cerca de 25%), principalmente nas estações de coleta mais<br />

externas a baía, onde os valores foram superiores a 35. A areia média<br />

apresentou uma distribuição crescente do setor interno para o externo,<br />

apresentando neste último um valor médio de 18% (Calil, 2005).<br />

A contribuição de areia fina foi maior no setor intermediário, com um<br />

decréscimo no setor externo. Já no setor interno, a maior parte das estações<br />

teve valores nulos ou próximos de zero. A distribuição de areia muito fina<br />

apresentou um padrão similar ao de areia fina, com uma contribuição mais<br />

expressiva no setor intermediário. Ainda com relação a areia fina e muito fina, é<br />

importante ressaltar a existência de um pequeno núcleo no setor externo, na<br />

região entre a Ilha Grande e Mangaratiba, mais abrigada. As médias das<br />

frações de silte e argila mostraram um maior predomínio nas estações do setor<br />

interno (cerca de 70%), diminuindo gradativamente sua contribuição em<br />

direção às estações mais externas (Calil, 2005).<br />

Carvalho et al. (1979) reportaram que a quantidade de matéria orgânica dos<br />

sedimentos da baía se relaciona com a classificação granulométrica, sendo<br />

independente da batimetria e proporcional ao conteúdo de lama. O teor de<br />

matéria orgânica variou entre as diversas porções da baía. Nos locais mais<br />

sujeitos à ação de correntes o teor de matéria orgânica foi menor, pois o<br />

sedimento foi mais oxigenado como, por exemplo, entre as ilhas de Jaguanum<br />

e Itacuruçá e às margens da restinga. O aporte e teor de matéria orgânica foi<br />

maior devido principalmente à contribuição dos rios, como aqueles entre a ilha<br />

da Madeira e a localidade de Sepetiba, no extremo leste da baía.<br />

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Atualmente, Carreira et al. (2009) publicaram que a determinação de<br />

hidrocarbonetos alifáticos e esteróis permite avaliar as contribuições de matéria<br />

orgânica autóctona e alóctona para os sedimentos da Baía de Sepetiba. Os<br />

aportes de origem continental, principalmente de florestas de manguezais são<br />

os principais contribuintes de matéria orgânica para os sedimentos. A presença<br />

de hidrocarbonetos de petróleo e de esgotos domésticos foi identificada nas<br />

regiões próximas ao Porto de Itaguaí e nas áreas mais urbanizadas, mas o<br />

nível de contaminação referente ao início da década de 2000 era reduzido em<br />

comparação com outras áreas costeiras no país.<br />

Embora existam inúmeras fontes antrópicas de aporte de metais para a Baía<br />

de Sepetiba, nenhuma outra repercutiu tanto como a dimensão da<br />

contaminação gerada pela Cia INGÁ. Estimou-se que até o ano de 1997, a taxa<br />

de emissão de Zn e Cd para a baía, provenientes dos efluentes industriais<br />

(principalmente da Cia INGÁ), era de 24 e 3.660 ton x ano -1 , respectivamente<br />

(Barcellos e Lacerda, 1994). Como dito, vale ressaltar, também, que na região<br />

de Sepetiba existem centenas de indústrias, dos mais diversos ramos de<br />

atividade área (metalúrgica, química, petroquímica, gráfica) que contribuem<br />

para o aumento da quantidade de poluentes na baía, e o Porto de Itaguaí, cuja<br />

contribuição para o impacto ambiental não somente está associada aos aportes<br />

de metais e outras substâncias (que são movidas nos containeres e<br />

transportadas pelos navios), mas também pelas frequentes e atuais atividades<br />

de dragagens para reforma e ampliação das suas instalações.<br />

Uma estimativa mais recente dos aportes de metais à Baía de Sepetiba<br />

baseada em dados de estudos realizados durante os anos 90, foi realizada por<br />

Molisani et al. (2004) e Silva-Filho et al. (1999) apud Ribeiro (2006) que<br />

determinaram aportes fluviais e atmosféricos de metais para a Baía de<br />

Sepetiba (Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.3-1).<br />

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6-112


Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-1: Aportes de metais pesados para a baía de Sepetiba em ton ano -1 .<br />

Via Zn Cd Pb Hg<br />

Atmosfera 56 (153) 0,2 (0,5) 3,0 (8,2) 0,03 (0,1)<br />

Rios 144 (395) 1,8 (4,9) 4,7 (12,9) 0,72 (2,0)<br />

Total 200 (548) 2,0 (5,4) 7,7 (21,1) 0,75 (2,1)<br />

Nota: Os valores entre parênteses correspondem aos aportes em kg dia -1<br />

Fonte: Molisani et al.(2004) e Silva-Filho et al. (1999).<br />

Os metais pesados são transportados para os ecossistemas costeiros<br />

associados ao material particulado em suspensão, dissolvidos na coluna<br />

d‟água ou por deposição atmosférica (Salomons e Förstner, 1984). Os metais<br />

pesados atingem a Baía de Sepetiba através do transporte fluvial,<br />

principalmente associados ao material particulado em suspensão. Uma vez<br />

atingindo a baía, estes são transportados pelas correntes litorâneas<br />

distribuindo-se preferencialmente ao longo das regiões de Sepetiba e Coroa<br />

Grande (Signorini, 1980a; Lacerda, 1983) onde ocorrem extensas áreas de<br />

manguezais. Nestas áreas, os metais pesados transportados pelas marés<br />

associados ao material particulado em suspensão são depositados e<br />

acumulados em sedimentos destas florestas (Lacerda, 1998 apud Coimbra,<br />

2003).<br />

A dinâmica de alguns metais pesados podem ser definida como a sua<br />

propriedade de se transferir de um sistema químico para o outro. O termo<br />

sistema químico aqui pode ser definido (teoricamente) como o infinitesimal de<br />

compartimento (sedimento, por exemplo) de características homogêneas.<br />

Assim, quando um elemento passa de sistema redutor para um sistema<br />

oxidante, ocorre transferência e a sua forma química é modificada, fazendo<br />

também modificar sua dinâmica (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-9). Na nova condição<br />

oxidante, o metal pode deixar de ficar indisponível e passar para uma forma<br />

disponível para os organismos, constituindo se em risco de exposição para o<br />

ecossistema e eventualmente para o homem (Ribeiro, 2006).<br />

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6-113


Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-9: Processos de oxi-redução de metais em diferentes ambientes (Ribeiro,<br />

2006).<br />

Considerando os vários trabalhos científicos publicados sobre a contaminação<br />

da Baía de Sepetiba, além dos relatados anteriormente, encontra-se o de Rees<br />

et al., 1998 que efetuaram uma ampla coleta de sedimento com o objetivo de<br />

avaliar a contaminação por metais e compostos orgânicos em sedimentos e<br />

águas da Baía de Sepetiba, onde na Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-10 estão apresentadas<br />

a distribuição de Zn e Cd em sedimentos superficiais.<br />

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Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-10: Distribuição de Zn e Cd em sedimentos superficiais da Baía de Sepetiba<br />

(Rees et al., 1998).<br />

Barcellos (1995) também avaliou a distribuição da concentração de Zn e Cd<br />

nos sedimentos da baía, onde a partir dos resultados, pôde-se observar as<br />

mais altas concentrações na região do Saco do Engenho, nas proximidades da<br />

área onde se situam os rejeitos da Cia INGÁ. Na época anterior ao acidente, o<br />

autor já identificou concentrações máximas de Zn e Cd de 396 mg x kg -1 e até<br />

37.300 mg x kg -1 e, respectivamente. Concentrações próximas a essas também<br />

foram encontradas para os metais Zn e Cd em perfis de sedimentos do Saco<br />

do Engenho (Molisani et al., 2004) (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-11).<br />

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Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-11: Distribuição de Zn e Cd em perfis de sedimentos do Saco do Engenho,<br />

Baía de Sepetiba (adaptado de Molisani et al., 2004).<br />

Ribeiro (2006) realizou coleta das amostras de sedimentos em 65 pontos da<br />

Baía de Sepetiba e rios contribuintes (Guarda, Guandu e Canal de São<br />

Francisco) (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-12). Dentre os metais estudados (Cd, Cu, Ni, Pb<br />

e Zn), apenas o Cd e o Zn são realmente importantes na Baía de Sepetiba do<br />

ponto de vista de toxicidade, como estudos anteriores na região já haviam<br />

demonstrado.<br />

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Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-12: Estações de amostragem dos sedimentos coletados na baía, bem como<br />

as principais regiões industriais, rios e ilhas de Sepetiba (Ribeiro, 2006).<br />

Os resultados obtidos na extração ácida mostraram que os metais Cd, Cu, Pb e<br />

Zn apresentaram as mais altas concentrações extraíveis na região NE<br />

(principalmente na saídas dos rios Guandu e canal de São Francisco),<br />

enquanto que as mais altas concentrações de Ni foram observadas na porção<br />

Oeste da baía. A comparação dos valores dos SEM (Metais Extraídos<br />

Simultaneamente) com os valores guias de qualidade de sedimento (VGQS)<br />

canadenses (TEL e PEL) indicou que os metais Cd e Zn apresentaram teores<br />

nos quais é frequente a ocorrência de efeitos negativos à biota (valores acima<br />

do PEL); já os metais Cu e Pb e Ni apresentaram concentrações que indicam<br />

uma baixa probabilidade de ocorrência de efeitos adversos aos organismos<br />

aquáticos de Sepetiba. Foram também determinadas as concentrações totais<br />

dos metais nos sedimentos, e observou-se que o padrão de distribuição das<br />

concentrações totais seguiu o mesmo padrão observado para os SEM, com as<br />

mais altas concentrações na porção Nordeste da baía, classificando a área<br />

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6-117


como nivel 2, com relação ao Zn, e como nível 1, com relação aos metais Cd,<br />

Cu, Pb e Ni, de acordo com a Resolução CONAMA 344/04 (Ribeiro, 2006).<br />

De acordo com a literatura (Förstner e Salomons, 1980 apud Ribeiro, 2006), os<br />

metais associam-se preferencialmente às frações finas do sedimento. A Figura<br />

<strong>6.1</strong>.1.8.3.1-13 mostra as regiões na Baía de Sepetiba onde o sedimento de<br />

granulometria fina é predominante. Ribeiro (2006) reporta informa que os<br />

resultados estão de acordo com estudos de Barcellos et al. (1997), que<br />

observaram ser a sedimentação na Baía de Sepetiba controlada por uma<br />

mistura de sedimentos fluviais, marinhos e autóctones, sendo predominantes<br />

os sedimentos fluviais, que são depositados principalmente na região leste da<br />

baía. A contribuição de sedimentos marinhos é observada somente nos<br />

depósitos às margens a oeste da baía.<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-13: Distribuição granulométrica < 63 μm para as amostras de sedimento de<br />

Sepetiba (Ribeiro, 2006).<br />

O potencial redox (Eh) de um sedimento mostra a tendência de um ambiente<br />

ser mais oxidante ou redutor, e está relacionado à capacidade de a solução<br />

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intersticial fornecer ou sequestrar elétrons para reações iônicas. Na Baía de<br />

Sepetiba são favorecidas as reações que ocorrem em condições anaeróbicas,<br />

uma vez que este ambiente aquático é, predominantemente, redutor (Figura<br />

<strong>6.1</strong>.1.8.3.1-14).<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-14: Valores de Eh na Baía de Sepetiba (Ribeiro, 2006).<br />

A Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-15 apresenta a distribuição das porcentagens de carbono<br />

orgânico ao longo da Baía de Sepetiba, onde a maior parte dos sedimentos<br />

apresentou entre 2 e 3% de carbono orgânico. Estes valores são esperados,<br />

uma vez que, na região Leste da Baía de Sepetiba, encontra-se a Reserva<br />

Biológica e Arqueológica de Guaratiba, uma extensa área de manguezal,<br />

constituindo a principal área da baía em produtividade biológica (Neves et al.,<br />

2006 apud Ribeiro, 2006).<br />

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Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-15: Porcentagem de carbono orgânico nas amostras coletadas em Sepetiba<br />

(Ribeiro, 2006).<br />

A matéria orgânica (MO) possui sítios coordenadores que podem complexar<br />

metais-traço, principalmente os cátions divalentes, como por exemplo, Cd 2+ e<br />

Zn 2+ (Lombardi et al., 2005). As associações entre metais e matéria orgânica<br />

podem ser classificadas, de maneira muito simplificada, em dois tipos: as<br />

interações de superfície, relacionadas aos processos de quelação, e as<br />

associações à rede molecular não superficial (Ribeiro, 2006).<br />

Soares et al. (1999) mostraram que a tendência de alguns metais se ligarem à<br />

MO segue a seguinte ordem decrescente: Cu, Zn, Pb, Cr, Ni e Cd. Os<br />

microorganismos que produzem MO dissolvida também podem afetar a<br />

disponibilidade destes metais (Lombardi et al., 2005). Além disso, em<br />

ambientes redutores, como é o caso da Baía de Sepetiba, a MO tende a ser<br />

preservada, evoluindo em substâncias húmicas e outros compostos orgânicos<br />

secundários. Dessa forma, a ligação dos metais acima citados com a MO é<br />

bastante favorecida na região estudada (Ribeiro, 2006).<br />

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6-120


Em sistemas aquáticos, onde não existe uma circulação intensa da água, como<br />

é o caso de baías, a presença de oxigênio dissolvido é muito baixa e,<br />

consequentemente, o ambiente se torna redutor devido à ação das bactérias<br />

anaeróbicas. A geração de sulfeto é um processo controlado pela ação de<br />

bactérias, principalmente as dos gêneros Desulfovibrio, Desulfomaculum e<br />

Desulfomonas (Casas e Crecelius, 1994 apud Ribeiro, 2006). Na Baía de<br />

Sepetiba, de um modo geral, as concentrações de Sulfetos Voláteis Ácidos<br />

(AVS) variaram bastante, apresentando valores mínimos de 0,35 mg kg -1 e<br />

concentração máxima de 1822 mg kg -1 (Ribeiro, 2006). As maiores<br />

concentrações de sulfeto encontram-se na região NE e SE (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-<br />

16).<br />

Tal fato deve estar associado à entrada da água do mar pelo canal da Restinga<br />

de Marambaia, o que acarreta a inundação das áreas de manguezais e<br />

redução do sulfato (presente na água do mar), devido à ação das bactérias. As<br />

baixas concentrações de S 2- na porção SW eram esperadas, uma vez que,<br />

devido à hidrodinâmica mais intensa nessa região, o ambiente é menos<br />

redutor, há predominância de sedimento arenoso e, consequentemente, a<br />

presença de sulfeto não é favorecida (Ribeiro, 2006).<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-16: Concentração de AVS obtida na extração ácida (Ribeiro, 2006).<br />

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Veeck et al. (2007) estudaram a distribuição de mercúrio (Hg) em sedimentos<br />

de fundo da Baía de Sepetiba em 28 estações e discutiram suas associações<br />

com parâmetros geoquímicos (concentração de ferro, carbono orgânico,<br />

nitrogênio, enxofre e conteúdo de matéria orgânica). A concentração total de<br />

Hg em sedimentos na Baía de Sepetiba variou de 18 a 109 ng x g -1 com os<br />

maiores valores encontrados na região próxima de bocas rios as quais drenam<br />

a zona industrial da bacia (Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-2). Isto sugere uma forte<br />

influência desses rios nas concentrações de Hg em sedimentos. As<br />

concentrações mais elevadas ocorreram na porção Nordeste da baía, gerando<br />

um gradiente de concentração em direção Oeste, seguindo o padrão geral de<br />

circulação da água (Signorini, 1980b; Veeck et al., 2007).<br />

Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-2: Parâmetros geoquímicos (média, desvio padrão e variação, n = 28) a<br />

partir de sedimentos da Baía de Sepetiba.<br />

Hg<br />

(ng.g -<br />

1 )<br />

Eh<br />

(mV)<br />

MO Fe C N S Silte/Argila<br />

(%)<br />

Média 57 -262 15,8 6,34 1,81 0,35 0,94 65,7<br />

Desvio<br />

Padrão<br />

26 193 7,3 2,96 0,76 0,17 0,71 12,7<br />

Máximo 1<strong>08</strong> 160 24,6 11,50 3,16 0,76 2,15 81,4<br />

Mínimo 18 -510 1,0 0,04 0,22 0,06 0,04 32,6<br />

Fonte: Veeck et al. (2007).<br />

A principal fonte de Hg para a baía é a entrada fluvial e a foz dos principais rios<br />

a área de deposição preferencial do metal. A composição dos sedimentos na<br />

baía também é fortemente influenciada pelas entradas fluviais de Hg, material<br />

orgânica e sedimentos finos, sugerindo duas regiões distintas na baía, uma<br />

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influenciada fortemente pelas entradas fluviais e uma segunda sob influência<br />

marinha (Veeck et al., 2007).<br />

Esta distribuição sugere que o Hg está associada com o material particulado<br />

em suspensão oriundo dos rios. Quando misturada com as águas da baía,<br />

estas águas fluviais seguem o padrão de circulação e as partículas são<br />

parcialmente e seletivamente depositadas nos sedimentos. Este padrão<br />

observado está de acordo com o observado no estudo de Paraqueti et al.<br />

(2004), mostrando a predominância do input de Hg particulado no Hg total que<br />

atingem a Baía de Sepetiba a partir dos rios. Sedimentos finos também foram<br />

encontrados em concentrações mais elevadas na porção Nordeste da baía<br />

(Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-17) (Veeck et al., 2007).<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-17: Distribuição de mercúrio (Hg) no sedimento superficial de fundo na Baía<br />

de Sepetiba (Veeck et al., 2007).<br />

Veeck et al. (2007) concluiram em seus estudos que a distribuição espacial das<br />

variáveis consideradas é predominantemente determinada pelo padrão de<br />

circulação de águas na baía, pelo transporte de sedimentos ao longo do litoral<br />

Leste e pelas entradas naturais e antrópicas de Hg. A principal fonte de Hg<br />

para a baía é a entrada fluvial e a foz dos principais rios a área de deposição<br />

preferencial do metal. A composição dos sedimentos na baía também é<br />

fortemente influenciada pelas entradas fluviais de Hg, material orgânica e<br />

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sedimentos finos, sugerindo duas regiões distintas na baía, uma influenciada<br />

fortemente pelas entradas fluviais e uma segunda sob influência marinha.<br />

Segundo Lacerda e Molisani (2006), as concentrações de zinco nos moluscos<br />

bivalves oriundos da Baía de Sepetiba vêm aumentando continuamente ao<br />

longo do tempo. Estes autores afirmam ainda que o fechamento da Cia. INGÁ<br />

resultou em uma diminuição drástica na emissão e concentração de Cd, e não<br />

teve maiores efeitos sobre as concentrações de Zn nas águas de Sepetiba. A<br />

crescente industrialização e urbanização da área tem aparentemente mantido<br />

elevada a poluição por Zn.<br />

A Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-18 apresenta a variação da concentração de cádmio e<br />

zinco em ostras da Baía de Sepetiba, entre os anos de 1978 e 2002, onde se<br />

observa elevados valores, principalmente de Zn, durante a amostragem de<br />

1996, coincidente com o rompimento do dique da Cia. Industrial Mercantil INGÁ<br />

(Lacerda & Molisani, 2006 apud INSTITUTO DO MILÊNIO, 2010).<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-18: Variação da concentração de cádmio e zinco em ostras da Baía de<br />

Sepetiba entre os anos de 1978 e 2002 (INSTITUTO DO MILÊNIO, 2010).<br />

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6-124


Coimbra (2003) determinou as concentrações de mercúrio (Hg), cobre (Cu),<br />

zinco (Zn), cromo (Cr), níquel (Ni), ferro (Fe) e manganês (Mn) em sedimentos<br />

superficiais e em moluscos bivalves das espécies Anomalocardia brasiliana e<br />

Mytella guyanensis em dois ecossistemas de manguezal da Baía de Sepetiba:<br />

em Coroa Grande e na Enseada das Garças. As concentrações de metais<br />

fracamente ligados e a as concentrações de metais pseudo-totais nos<br />

sedimentos foram comparadas com as concentrações de metais pesados<br />

encontrados em cada uma das espécies de moluscos, nas localidades<br />

estudadas. As concentrações de metais pesados nos moluscos foram<br />

comparadas com o tamanho do organismo para avaliar possíveis diferenças<br />

nas concentrações de metais relacionadas ao tamanho do organismo.<br />

Os resultados mostraram que as concentrações de metais pesados, tanto na<br />

fração fracamente ligada quanto as concentrações de metais pseudo-totais,<br />

foram mais altas nos sedimentos de Coroa Grande, provavelmente pela<br />

proximidade com as principais fontes de contaminação. Além disso, a<br />

circulação das águas da Baía de Sepetiba mostra que a região de Coroa<br />

Grande acumula mais rapidamente as partículas em suspensão transportadas<br />

por essas águas quando comparadas com a região da Enseada das Garças.<br />

As concentrações de metais pesados não apresentaram correlação significativa<br />

com o tamanho para a espécie Anomalocardia brasiliana enquanto que, para a<br />

espécie Mytella guyanensis, foram observadas correlações negativas com o<br />

tamanho dos indivíduos. Os resultados mostram diferenças significativas nas<br />

concentrações de metais pesados nas espécies estudadas entre as duas<br />

áreas. Comparando as concentrações de metais pesados encontrados nos<br />

sedimentos com as dos organismos, observa-se que essas espécies podem<br />

ser usadas em programas de monitoramento ambiental. Entretanto, fatores<br />

como diferenças na assimilação para cada tipo de metal pesado em diferentes<br />

espécies, tamanho do organismo e as características do sedimento devem ser<br />

levados em consideração (Coimbra, 2003).<br />

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6-125


Em uma comparação dos valores encontrados nesse estudo com os estudos<br />

prévios de Lacerda (1983) e Carvalho et al. (1991) com A. brasiliana coletada<br />

na Baía de Sepetiba, Coimbra (2003) observou que há uma tendência ao<br />

aumento nas concentrações de todos os metais pesados, exceto para o Zn.<br />

Essas diferenças possivelmente, podem estar ligadas às diferentes<br />

concentrações desse elemento observadas entre os sedimentos de planície de<br />

maré, visto que, os sedimentos na Enseada das Garças apresentam<br />

concentrações três vezes mais baixas quando comparadas às encontradas em<br />

Coroa Grande).<br />

<strong>6.1</strong>.1.8.4 Qualidade da água, sedimento e solo na área de interesse da<br />

USIMINAS<br />

Dados de origem e procedimentos técnicos<br />

Os resultados apresentados neste subitem são exclusivamente oriundos do<br />

documento intitulado: “Diagnóstico Ambiental - Estudos Ambientais e de<br />

Engenharia para o Encerramento e Reabilitação da Antiga Unidade Industrial<br />

da INGÁ”, maio de 2009, o qual foi elaborado pela empresa ARCADIS Hidro<br />

Ambiente S.A.<br />

O referido diagnóstico incluiu a realização de uma série de atividades de<br />

campo para aquisição de dados, etapas de tratamento dos dados e estudos de<br />

engenharia relativos aos planos de descomissionamento e reabilitação<br />

ambiental de 968.000,00 m 2 da Massa Falida de Companhia Mercantil e<br />

Industrial INGÁ. Estes dados serviram de base para os estudos para o conceito<br />

de engenharia para encerramento e remediação da área para o uso proposto:<br />

pátio de estocagem e embarque de minério de ferro (ARCADIS/USIMINAS,<br />

2009). As atividades foram realizadas obedecendo a seguintes sequência e<br />

seus objetivos:<br />

O objetivo da Etapa I foi consolidar as informações pré-existentes e<br />

determinar as áreas potencias de enfoque envolvendo a realização de<br />

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6-126


atividades de campo, entrevistas com antigos funcionários e análise de<br />

documentações disponibilizadas.<br />

O objetivo da Etapa II foi avaliar as condições ambientais atuais da área,<br />

sendo os seguintes objetivos específicos descritos a seguir:<br />

Identificar e avaliar eventuais impactos à qualidade do solo e água<br />

subterrânea;<br />

Avaliar o cenário de qualidade da água superficial e sedimento de fundo no<br />

rio da Guarda de forma a atribuir o background da área;<br />

Avaliar a quantidade de metais atualmente absorvidos pela flora;<br />

Localizar e dimensionar os rejeitos dispostos pela área;<br />

Determinar os parâmetros hidrogeológicos da área;<br />

Definir os possíveis riscos atuais e futuros devido aos impactos ambientais;<br />

Fornecer dados para a elaboração do plano de descomissionamento.<br />

O objetivo da Etapa III foi modelar computacionalmente as<br />

características do aquífero sedimentar local quanto ao fluxo da água<br />

subterrânea e do transporte dos eventuais compostos químicos impactantes e<br />

também modelar uma avaliação de risco a saúde humana quanto aos<br />

compostos químicos de interesse para os funcionários atuais e que executarão<br />

as atividades de adequação da área para o uso pretendido, como para os<br />

futuros trabalhadores da pêra ferroviária que será instalada no local.<br />

Localização da área, estratégia e esforço de amostragem<br />

A área objeto deste estudo está localizada em uma região conhecida como Ilha<br />

da Madeira, primeiro distrito de Itaguaí, na Rua Félix Lopes Coelho s/n.º,<br />

Estado do Rio de Janeiro, com coordenadas geográficas: latitude UTM N<br />

74653350,50 m e longitude UTM E 6199232,23 m. A Cia Mercantil e Industrial<br />

INGÁ funcionou na área em estudo por aproximadamente 65 anos, sendo em<br />

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6-127


1997 decretada a sua falência. Em 20<strong>08</strong> o imóvel foi leiloado e vendido para a<br />

empresa Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A. – USIMINAS.<br />

A área de interesse possui um dique de contenção de rejeitos industrial que foi<br />

construído em 1984 para isolar resíduos sólidos, impedindo-os de escoar para<br />

o Saco do Engenho e área de mangue. No final de 1991, na área de<br />

estocagem do rejeito, a pilha chegou a ter 25m de altura, o que provocou<br />

rupturas no solo mole que enfraqueceu a parede externa do dique e aumentou<br />

a instabilidade da estrutura do dique de contenção. Atualmente, as instalações<br />

industriais da INGÁ estão desativadas/demolidas. O único processo ainda em<br />

atividade são as lagoas de tratamento do efluente do referido dique. Na área de<br />

interesse observa-se a presença de áreas de preservação ambiental: lagoa,<br />

mangue e vegetação natural remanescente (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4-1).<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4-1: Localização da área de interesse (porção terrestre) da USIMINAS.<br />

Na ocasião da Etapa I foram identificadas Áreas de Potenciais Enfoque<br />

Histórico - APEHs e Áreas Potenciais de Enfoque - APEs (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4-<br />

2).<br />

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6-128


Fonte: ARCADIS<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4-2: Localização das Áreas de Potenciais Enfoque Histórico - APEHs e Áreas<br />

Potenciais de Enfoque - APEs.<br />

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6-129


As APEHs estão correlacionadas às atividades, instalações e/ou práticas<br />

desenvolvidas no passado que possam ter gerado impacto ambiental no local:<br />

• (APEH 1) Estação rebaixadora de alta tensão;<br />

• (APEH 2) Galpão de estocagem de minério;<br />

• (APEH 3) Tanque de BPF e casa de máquinas;<br />

• (APEH 4) Casa de força;<br />

• (APEH 5) Eletrólise de cádmio, oficina e fundição de zinco;<br />

• (APEH 6) Eletrólise de zinco;<br />

• (APEH 7) Galpão industrial - Tratamento de zinco/ cádmio;<br />

• (APEH 8) Bacia de acumulo de resíduo R150;<br />

• (APEH 9) Armazenamento de resíduos, antigo bota-fora;<br />

As APEs significam atividades, instalações e/ou práticas atuais que possam<br />

estar impactando o local:<br />

• (APE 10) Bacia de tratamento de efluentes;<br />

• (APE 11) Área do mangue;<br />

• (APE 12) Bacia de água industrial;<br />

• (APE 13) Lagoa e<br />

• (APE 14) Manutenção de veículos.<br />

Foram coletadas 8 amostras de ÁGUA SUPERFICIAL para obter dados sobre<br />

o background dos principais cursos de água superficiais dos arredores (rio da<br />

Guarda e lagoa), além de obter dados sobre os reservatórios internos. Estas<br />

foram intituladas de AAS (Quadro <strong>6.1</strong>.1.8.4-1).<br />

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6-130


Quadro <strong>6.1</strong>.1.8.4-1: Localização das estações de água superficial.<br />

Estação<br />

AAS- 01 (Sul da área)<br />

AAS-03<br />

AAS-04 (Norte da área)<br />

AAS-06 (Lagoa)<br />

AAS-02 (Bacia de contenção da pilha de rejeito)<br />

AAS-07 (Bacia Pulmão)<br />

AAS-<strong>08</strong> (Bacia de Concreto)<br />

AAS-09 (Bacia de água industrial)<br />

Fonte: ARCADIS/USIMINAS (2009).<br />

Localização<br />

Rio da Guarda<br />

Lagoa<br />

Reservatórios internos<br />

Parâmetros de qualidade do solo e da água<br />

Com o objetivo de avaliar a qualidade do solo e da água subterrânea da área<br />

foram utilizados os principais padrões de intervenção nacional e<br />

internacionalmente aceitos descritos abaixo. Devido à influência salina na área,<br />

a água subterrânea local não pode ser considerada um recurso hídrico, e não<br />

representará em qualquer hipótese uma fonte explotável para consumo<br />

humano. Portanto as comparações realizadas neste trabalho entre a qualidade<br />

da água subterrânea da área com os limites de intervenção devem ser vistas<br />

com ressalvas.<br />

CETESB 2005 – valores orientadores<br />

Foi adotado como referência para análise da qualidade do solo e da água<br />

subterrânea os Valores para Solo e Águas Subterrâneas no Estado de São<br />

Paulo publicados no Anexo Único da Decisão da Diretoria no 195-2005-E da<br />

Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB 2005).<br />

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6-131


Os valores orientadores estabelecidos para solos foram divididos em: valor de<br />

referência de qualidade (VRQ) que define o solo como limpo; valor de<br />

prevenção (VP) que é a concentração acima da qual podem ocorrer alterações<br />

prejudiciais à qualidade do solo e da água subterrânea; e valor de intervenção<br />

(VI) que é a concentração de determinada substância no solo acima do qual há<br />

riscos potenciais diretos ou indiretos a saúde humana. Os valores VI foram<br />

calculados baseados na avaliação de risco a saúde humana para os cenários<br />

de exposição para solos de uso agrícola (área de proteção máxima APMax), de<br />

uso residencial e de uso industrial. No presente trabalho foram utilizados os<br />

valores para solo de uso industrial devido às características atuais e futuras do<br />

empreendimento.<br />

Para o estabelecimento dos valores de intervenção (VI) para a água<br />

subterrânea foram consideradas as concentrações que causam risco à saúde<br />

humana listadas na Portaria 518 do Ministério da Saúde de 25 de março de<br />

2004, dos padrões de potabilidade do Guia da organização Mundial da Saúde<br />

(OMS 2004) ou calculados segundo a metodologia da OMS. Uma área é<br />

classificada como Área Contaminada sob Investigação quando houver<br />

constatação da presença de substâncias no solo ou na água subterrânea em<br />

concentrações acima dos valores de Intervenção (VI) aplicáveis.<br />

Padrão Holandês – intervention value<br />

Para as substâncias analisadas não contempladas pela lista de valores<br />

orientadores da CETESB (2005), foram também adotados os valores do<br />

“Padrão Holandês” (VROM 2000). No Padrão Holandês, os limites de impacto<br />

do solo e/ou água subterrânea estão baseados nos valores de exposição<br />

humana a impacto, sendo medidos de acordo com o Índice de Tolerância de<br />

Ingestão Diária (ITD).<br />

O Padrão Holandês apresenta os seguintes valores para cada substância<br />

listada: national background concentrations (apenas para metais) target,<br />

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intervation ou indicative of serious contamination. Os valores intervation e<br />

indicative of serious contamination foram utilizados neste trabalho e<br />

representam o limite nos quais as concentrações de substâncias encontradas<br />

no solo e na água subterrânea representam risco para a saúde humana e para<br />

o ambiente. Para a qualidade do solo, os valores do padrão holandês utilizados<br />

são relativos a 5% de matéria orgânica e 25% de argila.<br />

EPA (20<strong>08</strong>) – Preliminary remediation goals (PRG‟s) - Região 9<br />

Os valores de varredura (Screening Levels - SL) apresentados pela EPA<br />

Região 9 são para uso dos programas Superfund / RCRA e são também uma<br />

atualização nas planilhas RBC da EPA Região 3 e HHMSSL da Região 6. Os<br />

valores SL são baseados em concentrações de riscos derivadas de equações<br />

padrões, combinando informações de exposição com dados da EPA sobre<br />

efeitos tóxicos. Os valores SL tabelados são genéricos e foram calculados sem<br />

informações específicas de um local.<br />

As concentrações SL podem ser utilizadas para priorização entre diversas<br />

propriedades ou diversas áreas de enfoque, para estabelecer limites de<br />

detecção baseados em risco de contaminantes de interesse potencial, seleção<br />

de contaminantes de interesse potencial para embasamento da avaliação de<br />

risco, identificar contaminantes que indiquem a necessidade de ação de<br />

remediação, identificar propriedade ou parte de uma propriedade que não<br />

necessitam ações ou investigações e valores iniciais para remediação quando<br />

não se tem dados específicos da propriedade. Os valores de varredura SL<br />

estão divididos nas seguintes categorias: Solo residencial, Solo Industrial, Ar<br />

Residencial, Ar industrial e Potabilidade Residencial (Tapwater).<br />

Os valores de varredura da tabela Screening Levels foram obtidos de diversas<br />

rotas de exposição e para compostos com efeitos tanto carcinogênico como<br />

não-carcinogênico. A tabela resumo fornece valores de varredura em fator de<br />

risco 10-6 para substâncias carcinogênicas e 1 para substâncias não-<br />

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6-133


carcinogênicas. A versão utilizada para comparação com as concentrações<br />

obtidas das amostras analisadas foi de 20<strong>08</strong>.<br />

CONAMA 357 - Classificação de Corpos de Água Superficial<br />

A Resolução nº 357 do Conselho Nacional do <strong>Meio</strong> Ambiente - CONAMA, de<br />

17 de março de 2005, dispõe sobre a classificação dos corpos de água e<br />

diretrizes ambientais para seu enquadramento, estabelecendo as condições e<br />

padrões de lançamento de efluentes.<br />

Os resultados obtidos com as análises de amostras da água superficial da<br />

lagoa, de forma conservadora, foram comparados aos valores contidos no<br />

Artigo 15 desta resolução e corresponde a classe 3 das águas doces: águas<br />

destinadas ao abastecimento para consumo humano, após tratamento<br />

convencional ou avançado; à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e<br />

forrageiras; à pesca amadora; à recreação de contato secundário; e à<br />

dessedentação de animais.<br />

As amostras do Rio da Guarda foram comparadas com os valores contidos no<br />

artigo 18 da resolução que corresponde a águas salinas de classe 2 que<br />

podem ser destinadas: à recreação de contato primário, conforme Resolução<br />

CONAMA n.º 274, de 2000; à proteção das comunidades aquáticas; e à<br />

aqüicultura e à atividade de pesca.<br />

FDEP - Florida Department of Environmental Protection<br />

Foi adotada como referência para as análises da qualidade do sedimento de<br />

fundo coletado junto a mangue a lista dos Valores Orientadores da Florida<br />

Department of Environmental Protection – Division of Waste Management –<br />

Bureau of Petroleum Storage Systems, que estabelece valores alvos para<br />

sedimentos marinhos – „Soil Cleanup Target Levels for Petroleum Products„ –<br />

„Marine Surface Water Criteria„. Estes padrões foram tomados somente como<br />

referência comparativa para as amostras coletadas que tiveram como objetivo,<br />

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tão somente registrar a qualidade dos sedimentos antes do inicio de operação<br />

de qualquer atividade ou obra relacionada pela USIMINAS no local.<br />

Kabata-Pendias & Pendias (1992) – Níveis de normalidade, deficiência e<br />

toxidez para folhas de diversas espécies vegetais.<br />

Como referência para os resultados analíticos quanto ao teor de metais em<br />

matriz vegetal obtidos foram adotados os níveis de toxidez para folhas de N<br />

espécies proposto por Kabata-Pendias & Pendias (1992) publicado no livro:<br />

Trace Elements in Soils and Plants.<br />

Ramos & Geraldo (2007) - Avaliação das espécies de Plantas Avicennia<br />

schaueriana, Laguncularia racemosa e Rizophora mangle como bioindicadoras<br />

de poluição por metais pesados em ambientes de mangue.<br />

Para efeito de comparação, também foram utilizados os resultados obtidos por<br />

Ramos & Geraldo (2007) que estudaram os níveis de metais pesados em<br />

folhas das mesmas espécies de plantas analisadas neste relatório, localizadas<br />

nas áreas de mangue do rio Cubatão – SP.<br />

Contexto Fisiográfico<br />

Geologia Regional<br />

A área da Baia de Sepetiba está compreendida na região definida pela Serra<br />

do Mar constituída de planícies litorâneas quartenárias e pelo embasamento<br />

pré-cambriano, granito-gnáissico (Brönnimann et al 1981). As serras que<br />

circundam a área são constituídas de rochas granito-gnássicas intercaladas por<br />

veios de diábasio, e nas baixadas costeiras têm-se os sedimentos<br />

quaternários, dispostos sob forma de planícies aluvionares e mangues. Na área<br />

apresentam-se as seguintes unidades definidas pelo Projeto Carta Geológica<br />

do Rio de Janeiro 1:50.000 (DRM-RJ – 2000):<br />

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6-135


Neoproterozoico<br />

Suíte Serra dos Órgãos (unidade) - esta unidade compreende rochas do tipo<br />

hornblenda-biotita granitóide de granulação grossa e composição expandida de<br />

tonalítica a granítica, composição cálcioalcalina, texturas e estruturas<br />

magmáticas.<br />

Complexo Rio Negro (unidade) formada por ortognaisses bandado, TTG, de<br />

granulação grossa e textura porfiriticas recristalizadas, intercalações de<br />

metagabro e metadionitos deformados (anfibolitos) ocorrem localmente.<br />

Unidade Duas Barras - fácies homogênea, foliada, de composição tonalítica<br />

intrudida por veios e bolsões de leucogranito tipo S.<br />

Quartenário<br />

Sedimentos Aluvionares - formado por depósitos colúvio-aluvionares, depósitos<br />

fluviais e flúviomarinhos areno-siltico-argilosos com camadas de cascalheiras<br />

associados a depósitos de tálus e sedimentos lacustres e de manguezais<br />

retrabalhados.<br />

A Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4-3 apresenta o mapa geológico regional.<br />

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Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4-3: Mapa geológico Regional<br />

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Geologia Local<br />

A geológica local foi definida com base na interpretação dos perfis dos poços<br />

de monitoramento e sondagens, sondagens geotécnicas (SPT) e também pela<br />

visita a área.<br />

Na porção superficial da área são predominantes os sedimentos compostos por<br />

aterro silto-arenoso (areia média a fina) com porções mais argilosas de<br />

coloração avermelhada. Na área da pilha de rejeito é observada uma camada<br />

de aterro silto-argiloso vermelho compacto. Na porção da área próxima ao<br />

mangue é observado superficialmente camada de argila orgânica cinza a preta<br />

muito plástica. Ao sul da área a rocha é aflorante sendo caracterizada como<br />

gnaisse. A rocha encontra-se na porção central da área em cotas próxima a -20<br />

metros. Em algumas porções do terreno aparecem abaixo destas camadas de<br />

aterro, camadas argiloarenosas (areia fina) de coloração cinza, além de<br />

camadas de areia média a grossa. Nas áreas a leste da área, quando não são<br />

superficiais, as camadas de argila orgânica preta aparecem abaixo da camada<br />

de aterro com perfil curto, sendo procedida pelo solo residual.<br />

O nível saturado investigado na área esta relacionado na parte oeste pela<br />

camada formada por aterro silto-arenoso (areia média a fina), já na parte a<br />

leste da área próxima ao mangue o nível saturado encontra-se inserido sobre a<br />

camada formada pela argila orgânica. Na área da pilha de rejeito, formada pelo<br />

aterro argilo-arenoso com rejeito foram verificadas as presenças de níveis de<br />

água suspensos.<br />

Investigação Detalhada<br />

Para a realização da Etapa II, Investigação Detalhada, foram necessários<br />

estudos contemplando diversos ensaios como:<br />

• levantamento geofísico;<br />

• sondagens investigativas;<br />

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• coleta de solo;<br />

• coleta de sedimento de fundo;<br />

• instalação de poços de monitoramento;<br />

• nivelamento topográfico<br />

• ensaios hidrogeológicos;<br />

• instalação de poços de monitoramento;<br />

• coleta de amostras de água subterrânea;<br />

• coleta de amostras de água superficial<br />

• análises químicas;<br />

Levantamento Geofísico<br />

O levantamento geofísico, assim como o levantamento dos resultados obtidos<br />

em campo e posterior interpretação, foi executado pela empresa Geopesquisa<br />

Investigações Geológicas Ltda.<br />

Como forma de investigação indireta das condições geoambientais em<br />

subsuperfície foram aplicadas duas metodologias geofísicas:<br />

Caminhamento Eletromagnético (LEM) utiliza a indução de um campo<br />

eletromagnético no subsolo e por meio de medidas do campo resultante é<br />

possível identificar a presença de variações laterais e verticais da<br />

condutividade do solo. Com objetivo de verificar as áreas de interesse e do<br />

rejeito, foram realizados 22 caminhamentos perfazendo um total de 5.630<br />

metros percorridos; e<br />

Sondagem Elétrica Vertical (SEV) utiliza a injeção de corrente elétrica no<br />

solo por meio de dois eletrodos chamados corrente. Através de dois<br />

eletrodos chamados de eletrodos de potencial, situados próximo à meia<br />

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distancia entre os eletrodos de corrente, mede-se a diferença do potencial<br />

gerado. Por meio de cálculos obtêm-se pontos que permitem a construção<br />

de uma curva de sondagem elétrica que permite determinar a espessura e<br />

resistividade das camadas em subsuperfície, inclusive a profundidade<br />

aproximada do nível d‟água. Na área foram realizadas 11 SEV´s com o<br />

objetivo principal de determinar a espessura da pilha de rejeito e a cota do<br />

topo rochoso.<br />

Todas as informações e resultados obtidos nesta etapa foram analisados de<br />

forma a obter um quadro geológico (profundidade do topo rochoso) da área e<br />

definição do potencial de existência de passivos ambientais, sua localização e<br />

caracterização sempre que possível, além de recomendações de ações de<br />

investigação complementar frente aos resultados obtidos. A Figura 4 (Figura<br />

3.1, ARCADIS, 2009) apresenta o mapa de atividades da geofísica.<br />

Resultados dos dados eletromagnéticos (LEM)<br />

A variação existente entre os valores de condutividade aparente existente<br />

sobre a pilha de rejeitos e fora dela nos impede de realizar uma única<br />

interpretação considerando apenas uma única área de levantamento. Desta<br />

forma, para que fosse possível determinar zonas anômalas nestas áreas e uma<br />

visualização mais rápida dos resultados e da interpretação dos mesmos,<br />

dividiu-se a área de levantamento em duas áreas:<br />

Área-01 (pilha de rejeitos):<br />

Podem ser destacados valores de condutividade aparente que variam de 160 a<br />

300 mS/m quando utilizado o cabo com comprimento de 20 metros, e de 200<br />

mS/m a valores que saturaram a escala de leitura do equipamento (>300<br />

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6-140


mS/m) obtidos nas leituras com o cabo de 40 metros, ambos na configuração<br />

de Dipolo Horizontal.<br />

Os resultados geofísicos obtidos através do método eletromagnético indutivo<br />

(LEM) permitiram indicar a existência de áreas anômalas sobre a pilha de<br />

rejeito, após a determinação dos valores de background da área que variou de<br />

180 a 240 mS/m na configuração de dipolo horizontal utilizando o cabo com<br />

comprimento de 20 metros; e de 245 a 300 mS/m na configuração de dipolo<br />

horizontal com a utilização do cabo de 40 metros. Os valores obtidos nos<br />

pontos e regiões podem indicar uma variação na composição do rejeito<br />

disposto na área Figura 5 (Figura 4.9, ARCADIS, 2009).<br />

Nos pontos considerados localmente anômalos (em relação ao “background”<br />

da área) dentro do modelo assumido, foram destacados para averiguação<br />

direta, baseados nos dados e processamento realizados no campo. O critério<br />

para a indicação dos pontos de sondagem neste material baseou-se nos<br />

valores de condutividade aparente, sendo considerados anômalos valores<br />

inferiores e/ou superiores aos valores de “background” determinados.<br />

Área-02 (externa a pilha de rejeitos):<br />

Apresenta valores de condutividade aparente que variam de 1 a 280 mS/m e<br />

de 2 a 250mS/m, levantados no modo dipolo horizontal e dipolo vertical<br />

respectivamente e com cabos de comprimento de 10m.<br />

As linhas realizadas nas áreas externas a pilha de rejeito (ao redor da lagoa) e<br />

próximas às lagoas de tratamento nos permite determinar áreas anômalas<br />

associadas à disposição irregular e/ou à dispersão do rejeito através do<br />

transporte ocasionado pelo fluxo de água subterrânea existente no local.<br />

Na teoria, se o meio investigado é homogêneo e isotrópico, os valores de<br />

condutividade do solo devem diminuir com o aumento da profundidade de<br />

investigação. A mesma consideração deve ser feita para a área se a geologia<br />

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6-141


local é homogênea e isotrópica. Pode-se observar frente aos dados adquiridos,<br />

que a geologia local apresenta baixa anisotropia devido ao comportamento dos<br />

valores de condutividade da área.<br />

Considerando-se que a pilha de rejeitos é uma fonte primária para a área<br />

externa, onde foram realizadas as linhas de levantamento, então se pode<br />

esperar que as áreas impactadas pelo rejeito possuam um comportamento<br />

similar. Desta forma as anomalias associadas à dispersão ou a disposição<br />

irregular destes rejeitos devem apresentar valores de condutividade<br />

aparentemente altos à medida que aprofundamos a investigação.<br />

Deve-se também levar em consideração a existência de sedimentos que são<br />

banhados com água salgada quando ocorre o fenômeno de variação das<br />

marés. Isso deve ocasionar um aumento natural nos valores de condutividade,<br />

porém o efeito observado deverá ser o esperado onde os valores de<br />

condutividade investigados sejam menores à medida que aumentamos a<br />

profundidade de investigação.<br />

Desta forma os dados levantados nos indicam:<br />

LEM_01: o perfil apresenta comportamento anômalo, com pequenas variações<br />

dos valores de condutividade aparente do início até a posição 40 metros, pois<br />

estes valores deveriam diminuir com o aumento da profundidade. Da posição<br />

40 até 130 metros os valores de condutividade aparente aumentam com o<br />

aumento da profundidade de investigação, este fato pode indicar uma<br />

influência da lagoa de tratamento existente no local.<br />

LEM_02: os valores de condutividade aparente (1 a 32 mS/m) não apresentam<br />

uma grande variação, quando comparados aos demais perfis realizados na<br />

área. O comportamento dos valores de condutividade aparente são anômalos<br />

no início do perfil até a posição 120 metros. A partir da posição 120 metros<br />

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6-142


ocorre também um incremento dos valores, principalmente entre as posições<br />

170 e 220 metros.<br />

LEM_03: apresenta um comportamento anômalo semelhante ao observado no<br />

perfil LEM_02 até a posição 130 metros. Após esta posição observa-se um<br />

aumento gradativo dos valores de condutividade aparente até a posição 190<br />

metros e a partir deste ponto, os valores começam a diminuir. O aumento<br />

observado pode ser explicado também devido há uma rede de energia, com<br />

picos nas posições 180, 190, 250, 270 e 300 metros.<br />

LEM_04: perfil realizado a leste da bacia de contenção da pilha de rejeitos com<br />

valores de condutividade aparente variando de 40 a 120 mS/m para a<br />

profundidade teórica de 7,5 metros, e de 10 a 100mS/m para profundidade<br />

teórica de 15 metros. Assume-se que os valores de BKG possui um valor<br />

médio da ordem de 100 mS/m para o modo dipolo horizontal e de 20mS/m para<br />

o modo dipolo vertical.<br />

A área anômala do perfil pode ser observada entre as posições 210 e 240, 330<br />

e 390 com picos na posição de 180 e 290 metros para a profundidade de 7,5<br />

metros. Para a profundidade de 15 metros a área anômala vai da posição 170<br />

a 300 metros.<br />

Os valores de condutividade superiores a 50 mS/m para a profundidade de 15<br />

metros (modo Dipolo Vertical), podem estar associados à dispersão de<br />

elementos existentes na água depositada na área da lagoa, sendo o fluxo de<br />

água subterrânea local, o provável vetor de transporte de sais e outros<br />

elementos que podem estar dispersos na água contida na bacia de rejeitos.<br />

LEM_05: os valores de condutividade aparente são elevados, considerando-se<br />

o BKG assumido para a análise do perfil anterior. Desta forma a área<br />

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6-143


considerada anômala para estes dados inicia na posição 10 metros<br />

estendendo-se até a posição 330 metros e entre as posições 450 e 510 metros.<br />

Nesta área pode-se observar uma zona anômala de maior destaque e de<br />

caráter mais superficial que ocorre entre as posições 140 e 220 metros.<br />

Quando a profundidade de investigação é aumentada, pode-se observar a<br />

existência de picos entre as posições 130 e 140 metros, 190 e 220 metros, 260<br />

e 310 metros e entre as posições 420 e 470 metros.<br />

LEM_06: Pode-se destacar três zonas anômalas: a primeira associada a<br />

anomalias de pequena profundidade (7,5 metros) entre as posições 100 e 140<br />

metros; a segunda e a terceira associadas aos dados coletados em maior<br />

profundidade (15 metros), entre as posições 0 e 40 metros e entre as posições<br />

80 e 90 metros.<br />

LEM_07: Neste perfil pode-se destacar anomalias (que superam o valor do<br />

BKG determinado) encontradas nos dados obtidos em maior profundidade nas<br />

posições 180, 210, 240 a 260, 300 a 320e 350 metros.<br />

LEM_<strong>08</strong>: Os dados de condutividade deste perfil, realizado ao lado da área<br />

industrial, variam de 10 a 250 mS/m. Esta área esta sob forte influência de<br />

ruídos locais ocasionados pelas estruturas metálicas e a rede de energia local,<br />

uma zona anômala pode ser destacada entre as posições 70 e 320 metros. No<br />

entanto, espera-se que os valores de condutividade aparente obtidos para este<br />

perfil no campo estejam sujeitos a uma grande quantidade de ruídos locais<br />

devido a existência de prédios abandonados e ferragens.<br />

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LEM_09: perfil realizado a leste da lagoa de tratamento onde os valores de<br />

condutividade aparente aumentam à medida que o levantamento se aproxima<br />

da área de alagamento (área de influência da maré).<br />

Os resultados dos levantamentos geofísicos eletromagnéticos na área externa<br />

a pilha detectaram anomalias condizentes com as áreas possivelmente<br />

impactadas. As anomalias foram detectadas nos mesmos setores onde foram<br />

encontradas concentrações acima dos padrões de intervenção nos resultados<br />

da amostragem da água subterrânea para o parâmetro metais. Devido a<br />

diversidade de compostos encontrados na área, não é possível determinar um<br />

comportamento específico para cada metal analisado, porém os perfis foram<br />

úteis para delimitar os limites do impacto da água subterrânea. Conforme<br />

observado na Figura 6 (Figura 5.15, ARCADIS, 2009).<br />

Resultados dos dados de eletrorresistividade (SEV)<br />

As SEVs executadas foram corrigidas topograficamente e os horizontes<br />

geoelétricos determinados representam a mudança das propriedades físicas do<br />

meio, estando elas ou não associadas a variações litológicas.<br />

Area – 01 (pilha de rejeito):<br />

A análise dos dados adquiridos mostra valores de resistividade aparente que<br />

variam de 0,4 Ω.m a 4,3 Ω.m, que são muito baixos, o que pode ter ocasionado<br />

problemas na profundidade de investigação.<br />

As curvas de SEV levantadas nesta área (SEV-01 a SEV-06) foram<br />

interpretadas a partir de um modelo de 3 (três) camadas de propriedades<br />

físicas contrastantes, que não refletem uma variação litológica do material<br />

(rejeito). A primeira camada foi correlacionada à zona não saturada composta<br />

pelo rejeito, uma camada de rejeito saturado e a terceira camada sendo<br />

composta pelo limite existente entre a base do rejeito e o topo da rocha.<br />

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O rejeito observado na área é fino e muito argiloso e na época do levantamento<br />

choveu quase todos os dias de trabalho no final do período. Desta forma podese<br />

considerar que a espessura determinada para o não saturado seja<br />

decorrente do efeito de infiltração da água de um dia para o outro, levando-se<br />

em consideração as valas existentes sobre esse material decorrentes da<br />

lixiviação do mesmo.<br />

Com relação aos dados adquiridos, as SEVs indicaram uma espessura de<br />

rejeito que pode variar de 18,80 a 22,83 metros, [Figura 7 (Figura 4.7,<br />

ARCADIS, 2009)] considerando-se os valores obtidos a partir do melhor ajuste<br />

do modelo para cada curva levantada em campo. Num cenário menos<br />

conservador pode-se levar em consideração as espessuras máximas (24,92<br />

metros na SEV-06) e mínimas (de 17,50 metros na SEV-01) calculadas a partir<br />

dos modelos de equivalência.<br />

Area – 02 (externa a pilha de rejeito):<br />

As curvas adquiridas para a Área-02 (SEV-07 a SEV-11), possuem valores de<br />

resistividade variando de 1 Ω.m até 186,6 Ω.m, sendo os valores mais elevados<br />

obtidos nas camadas arenosas mais superficiais não saturadas, de acordo com<br />

observação feita em campo. As curvas de SEV foram interpretadas<br />

considerando modelos de quatro e cinco camadas.<br />

Nesta área os modelos variaram entre 4 (SEV-09, SEV-10 e SV-11) e 5 (SEV-<br />

07 e SEV-<strong>08</strong>) camadas geoelétricas, conforme perfil elaborado e apresentado<br />

na Figura 8 (Figura 4.8, ARCADIS, 2009).<br />

Os resultados obtidos indicam que a profundidade do topo rochoso encontrada<br />

nas SEVs pode variar de 17 a 37 metros, aproximadamente.<br />

As Figuras 7 e 8 apresentam os perfis da eletrorresistividade da área. As<br />

Figuras 9 (Figura 4.9, ARCADIS, 2009) e 10 (Figura 4.10, ARCADIS,2009)<br />

apresentam os resultados das anomalias nas áreas 01 e 02 respectivamente.<br />

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Sondagens e avaliação do solo<br />

Com o propósito de avaliar possíveis impactos ao SOLO, foram realizadas 135<br />

sondagens, intituladas de SD, em toda a área da unidade perfazendo um total<br />

de 289,4 metros perfurados.<br />

Durante a execução das sondagens foram realizadas análises visuais para<br />

detecção de possíveis anomalias, descrição da litologia e profundidade, além<br />

de coleta de amostras de solo para a realização de medições de PID (Photovac<br />

Ionizador Detector) para a identificação da presença de gases voláteis no solo.<br />

As concentrações de gases voláteis obtidas na grande maioria das sondagens<br />

apresentaram valores baixos não relacionáveis à presença de compostos<br />

voláteis no solo. Os maiores valores foram detectados nas APEHs 3 e 14,<br />

setores da antiga área do tanque de BPF e da antiga área da manutenção de<br />

veículos, respectivamente.<br />

Nestas sondagens foram coletadas amostras de solo em horizontes prédefinidos<br />

com base nas atividades de cada setor e nos resultados geofísicos.<br />

As amostras coletadas foram enviadas ao laboratório para análises químicas<br />

dos parâmetros: Metais (EPA Methods 3050B), VOC (Compostos Orgânicos<br />

Voláteis, EPA SW 846 - 8260C), SVOC (Compostos Orgânicos Semivoláteis,<br />

EPA SW 846 - 8270C), TPH (Hidrocarbonetos Totais de Petróleo, EPA 8015<br />

B), PCB (Bifelinas Policloradas, USEPA 8<strong>08</strong>2 A) e Dioxinas e Furanos (USEPA<br />

8290 A).<br />

Avaliação da Qualidade do solo - Pilha de Rejeito (ARCADIS/USIMINAS,<br />

2009):<br />

Na área da antiga pilha de rejeito, foram realizadas 32 sondagens, definidas<br />

em uma malha regular de 50,0 x 50,0m e identificadas como SD-01 a SD-32 e<br />

outras 6 sondagens, definidas com base nos resultados apresentados<br />

preliminarmente pela geofísica, em áreas que apresentaram condutividades<br />

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diferentes do background atribuído a área, identificadas como SD-33 a SD-38.<br />

Destas, 35 foram analisadas para metal e 10 foram analisadas para VOC,<br />

SVOC, TPH, PCB e Dioxinas e Furano.<br />

Foi observado impacto por cádmio em grande parte da área da pilha de rejeito<br />

tanto na parte superficial da pilha (profundidade de 0,5m) quanto nas amostras<br />

coletadas próximo à franja capilar em concentrações acima dos limites de<br />

intervenção da lista orientadora CETESB. Foram detectados impactos pontuais<br />

por chumbo, arsênio e vanádio em concentrações acima dos limites de<br />

intervenção desta lista.<br />

O impacto observado está relacionado, tanto em relação às concentrações<br />

como na localização detectada da matéria prima utilizada no processo<br />

industrial de separação do zinco (no início das atividades da INGÁ) e cádmio<br />

(na fase final das atividades da INGÁ), que geravam um rejeito que possuía<br />

concentrações de cádmio (início das atividades), chumbo, arsênio, vanádio e<br />

outros metais.<br />

As coletas realizadas a profundidades de 4,0, 8,0 e 10,0 metros também<br />

apresentaram concentrações de cádmio acima dos limites de intervenção<br />

estabelecidos, demonstrando um caráter vertical do impacto deste que pode<br />

ser considerado o principal metal impactante da área.<br />

Cabe salientar que nestas profundidades não foram detectadas concentrações<br />

dos metais detectados superficialmente, o que indica a provável lixiviação e/ou<br />

solubilização dos mesmos nestas profundidades, decorrentes do tempo em que<br />

ficaram depositados na área, ou devido a matéria prima utilizada ou mesmo o<br />

processo industrial que era utilizado na época da deposição (quanto mais<br />

próximo à base da pilha, mais antiga a deposição do rejeito).<br />

De acordo com a situação atual da área, o rejeito continua como uma fonte<br />

ativa, impactando diretamente o nível saturado por lixiviação e/ou solubilização,<br />

além do impacto à água superficial da bacia de contenção da pilha de rejeito.<br />

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Nas 10 amostras de solo analisadas para VOC, SVOC e TPH da pilha de<br />

rejeito, os resultados não indicaram concentrações acima dos limites de<br />

detecção laboratoriais.<br />

As Tabelas <strong>6.1</strong>.1.8.4-1a a <strong>6.1</strong>.1.8.4-3 presentes no anexo <strong>6.1</strong>-9 apresentam os<br />

resultados das análises químicas de solo da área da pilha de rejeitos (SD-01 a<br />

SD-36).<br />

Avaliação da qualidade do solo - Área da Fábrica e Limites<br />

(ARCADIS/USIMINAS, 2009):<br />

Na área externa a pilha de rejeito foram realizadas 97 sondagens e destas, 39<br />

foram amostradas para metal, 19 para VOC e SVOC, 17 para TPH e 2 para<br />

Dioxinas e Furanos.<br />

Nas áreas limítrofes foram realizadas 15 sondagens, incluindo as áreas do<br />

mangue e a área próxima a lagoa.<br />

Foram realizadas 13 sondagens na área do antigo bota-fora, e 6 sondagens<br />

nas áreas da antiga estação de tratamento e da atual bacia pulmão.<br />

Na área intitulada “fábrica” foram realizadas 63 sondagens.<br />

As Tabelas <strong>6.1</strong>.1.8.4-4a à <strong>6.1</strong>.1.8-8 presentes no anexo <strong>6.1</strong>-9 apresentam os<br />

resultados das análises químicas de solo da área externa a pilha de rejeitos<br />

(SD-39 a SD-135).<br />

Com base nos resultados foi definido que a área da fábrica apresenta impactos<br />

no solo acima dos limites de intervenção da lista orientadora da CETESB para<br />

arsênio, cádmio, chumbo, cobalto, cobre e níquel sendo definidas as seguintes<br />

áreas impactadas:<br />

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Área da APEH 2 - antigamente utilizada para a estocagem de matéria<br />

prima, apresentou nas amostras de solo, concentrações acima dos limites de<br />

intervenção da lista orientadora CETESB para cádmio, chumbo, cobalto e<br />

níquel. O impacto está relacionado a disposição de matéria prima que possuía<br />

elevadas concentrações destes metais e possivelmente ocorreu lixiviação e/ou<br />

solubilização deste material com posterior infiltração para o solo abaixo do piso,<br />

ocorrendo de forma pontual na área.<br />

Área da APEH 7 - onde antigamente era realizado o processo industrial, e<br />

a matéria prima era estocada em tanques de madeira. Nesta área foram<br />

detectadas concentrações acima dos limites de intervenção da lista orientadora<br />

CETESB para arsênio, cádmio, cobalto e níquel. O impacto está relacionado às<br />

práticas do processo industrial ou acondicionamento da matéria prima. Cabe<br />

salientar que o piso, quando presente, apresenta-se com rachaduras, sendo<br />

assim, esta área é caracterizada como fonte direta de exposição do material<br />

impactante (matérias primas) para o solo, principalmente ao redor dos tanques<br />

de madeira.<br />

Área da APEH 8 – a antiga bacia que servia para a acumulação de rejeito<br />

apresentou nas amostras de solo, concentrações acima dos limites de<br />

intervenção da lista orientadora CETESB para cádmio, chumbo e cobre. O<br />

material depositado (torta), provavelmente foi lixiviado e infiltrou pelo piso. São<br />

encontrados resíduos desta “torta” (rejeito) na área, podendo definir que a área<br />

continua com uma fonte ativa de impacto ao solo e à água subterrânea.<br />

Área da APEH 9 - área do antigo bota-fora apresentou nas amostras de<br />

solo, concentrações acima dos limites de intervenção da lista orientadora<br />

CETESB para cádmio e chumbo. Nesta área foram depositados os resíduos<br />

dos processos produtivos. O local não apresenta pavimentação, atribuindo-se<br />

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6-150


um impacto direto por contato com o solo, sendo que parte deste material ainda<br />

encontra-se distribuído na área. O perfil de solo é muito pouco significativo com<br />

espessuras menores que 1 metro, estando diretamente acima da alteração de<br />

rocha metamórfica. Nesta área não é apresentado um lençol freático -<br />

sedimentar que possa estar sendo impactado pelo solo, porém representa uma<br />

fonte de impacto para porções topograficamente mais baixas, por ação de<br />

diversos fatores, como a alta pluviosidade regional e a lixiviação do solo.<br />

Área da antiga estação de magnésio - apresentou na amostra SD-110<br />

concentração acima do limite de intervenção da lista orientadora CETESB para<br />

cádmio. Esta área localiza-se próxima a pilha de rejeito. O material depositado<br />

no local durante as atividades da estação provavelmente tenham infiltrado no<br />

solo, porém outra possibilidade da natureza do impacto seja a proximidade com<br />

a pilha de rejeitos (a área está em uma porção mais baixa topograficamente da<br />

pilha).<br />

As quatro áreas (APEH 2, 7, 8 e 9) possuem nível de água subterrânea<br />

praticamente superficial com média menor que 1,5 m tornando-se o solo<br />

superficial uma potencial fonte secundária de impacto para a água subterrânea.<br />

A área in situ do bota-fora não apresenta nível de água superficial, porém<br />

devido ao relevo e a chuva provavelmente esteja impactando o solo do entorno<br />

e secundariamente a água subterrânea.<br />

Nas amostras coletadas para VOC, SVOC, TPH, PCB, Dioxinas e Furanos, os<br />

resultados das analises indicaram concentrações abaixo dos limites de<br />

detecção laboratoriais e/ou dos limites de intervenção dos padrões adotados.<br />

Sedimento de Fundo<br />

Foram coletadas 8 amostras de SEDIMENTO DE FUNDO, sendo três amostras<br />

na parte sudeste da área (rio da Guarda) com a finalidade de atribuir o<br />

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ackground da área, uma amostra na lagoa, e outras quatro amostras ao longo<br />

dos reservatórios internos (bacia de contenção da pilha de rejeito, bacia<br />

pulmão, bacia de concreto e bacia de água industrial). Estas foram intituladas<br />

de SM (Quadro <strong>6.1</strong>.1.8.4-2).<br />

Quadro <strong>6.1</strong>.1.8.4-2: Localização das estações de sedimento.<br />

Estação<br />

SM-01<br />

SM-02<br />

SM-03<br />

SM-04<br />

SM-05<br />

SM-06<br />

SM-07<br />

SM-<strong>08</strong><br />

Fonte: ARCADIS/USIMINAS (2009).<br />

Localização<br />

Limite sudeste da área (rio da Guarda)<br />

Lagoa<br />

Bacia ao redor da pilha de rejeitos<br />

Bacia pulmão<br />

Bacia de concreto<br />

Bacia de água industrial<br />

As 8 amostras coletadas (SM-01 a SM-<strong>08</strong>) foram encaminhadas para análise<br />

química de Metais e os resultados são apresentados na Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4-9<br />

presente no anexo <strong>6.1</strong>-9.<br />

Avaliação da Qualidade dos Sedimentos de Fundo (ARCADIS/USIMINAS,<br />

2009)<br />

Fundo dos Reservatórios Internos (SM-05 a SM-<strong>08</strong>)<br />

Os resultados das amostras de sedimento de fundo coletadas nos reservatórios<br />

internos da área (Bacia de Contenção da Pilha de Rejeito, Bacia Pulmão, Bacia<br />

de Concreto e Bacia das Águas Industriais) não foram comparados com<br />

nenhum padrão de referência, sendo utilizados apenas como referência para o<br />

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6-152


descomissionamento da área e sua possível relação com os pontos de água<br />

subterrânea impactados.<br />

Foram encontradas concentrações significativas para cádmio nas amostras dos<br />

quatro reservatórios: bacia de contenção da pilha (SM-05); bacia pulmão (SM-<br />

06); bacia de concreto (SM-07); e bacia de águas industriais (SM-<strong>08</strong>), além de<br />

concentrações significativas de chumbo na bacia de contenção da pilha de<br />

rejeito e na bacia de concreto. As concentrações obtidas na amostra da bacia<br />

de contenção da pilha de rejeito estão relacionadas à interação com o rejeito.<br />

As bacias pulmão e de concreto recebem águas oriundas da bacia de<br />

contenção da pilha de rejeito sendo este o fator responsável por este cenário. A<br />

área da bacia de águas industriais recebia os resíduos gerados pelo processo<br />

(tortas), o que provavelmente deve ter ocasionado estas concentrações.<br />

Sedimento do Rio da Guarda (SM-01 a SM-03) e da Lagoa (SM-04)<br />

As amostras do Rio da Guarda foram realizadas apenas para se obter um<br />

resultado das concentrações atuais destes setores antes da instalação e<br />

operação da pêra ferroviária da USIMINAS, não fazendo parte do escopo de<br />

adequação ambiental proposto.<br />

Os resultados analíticos de metais para as amostra de sedimento de fundo<br />

foram comparados com o padrão de intervenção para sedimento de fundo da<br />

FDEP (Florida Departament Environmental Protection), devido à proximidade<br />

com o mar, o qual não apresenta padrão de comparação para todos os metais.<br />

1) Lagoa<br />

Os resultados analíticos para a amostra de sedimento de fundo coletada na<br />

área da lagoa (SM-04) apresentou concentrações no nível de intervenção do<br />

padrão FDEP para Cádmio, Cromo e Níquel, além de concentrações<br />

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6-153


significativas para Chumbo, Cobre e Zinco (não abrangidas pelo padrão de<br />

comparação). Estas análises foram realizadas somente como registro da<br />

qualidade deste compartimento antes do inicio de qualquer atividade da<br />

USIMINAS na área.<br />

Os mesmos também foram detectados acima dos limites de intervenção do<br />

padrão CETESB na água subterrânea dos poços de monitoramento instalados<br />

neste setor e na água superficial do dique de contenção da pilha de rejeito.<br />

Este impacto deve estar relacionado aos transbordamentos ocorridos na<br />

década de 90 e atualmente pode existir uma contribuição gerada pelo fluxo da<br />

água subterrânea impactada.<br />

2) Rio da Guarda<br />

Nas amostras coletadas no Rio da Guarda foram detectadas concentrações<br />

acima do limite de intervenção do padrão FDEP para Cádmio na SM-03<br />

localizada à montante do Rio da Guarda, a leste da bacia pulmão; Cromo Total<br />

na SM-01, a sul da área, Mercúrio nas três amostras e Níquel nas amostras<br />

coletadas na SM-01 e SM-02, à jusante da área. Os demais compostos não<br />

foram detectados em concentrações significativas ou não há parâmetro para tal<br />

comparação.<br />

Estas concentrações provavelmente foram obtidas em decorrência dos antigos<br />

transbordamentos ocorridos durante a década de 90. Cabe salientar que o<br />

Padrão FDEP apresenta valores orientadores apenas para cádmio, cromo,<br />

mercúrio e níquel, porém a presença de zinco ocorre em concentrações de até<br />

110,2 mg/kg. Concentrações de ferro e manganês também foram detectadas<br />

em concentrações elevadas, porém pode-se caracterizá-los como provenientes<br />

de fonte do ambiente natural (mangue).<br />

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6-154


Avaliação das Águas Subterrâneas<br />

Hidrogeologia Regional<br />

A área é representada pelos aqüíferos formados por sedimentos quaternários<br />

costeiros e pelos aqüíferos fissurais.<br />

Os aqüíferos formados por sedimentos quaternários costeiros são compostos<br />

por argilas ricas em matéria orgânica, que geralmente não apresentam<br />

condições de aproveitamento da água subterrânea (Martins et al 2006).<br />

Geralmente no território fluminense os aqüíferos fissurais são de produção<br />

aleatória e pobre, sujeitos a trabalhos hidrogeológicos de locação para sua<br />

melhor captação.<br />

Na água subterrânea superficial nota-se uma influência direta da maré,<br />

atribuindo a esta um caráter salino, não sendo relacionada como recurso<br />

hídrico.<br />

Instalação de Poços de Monitoramento<br />

Para o detalhamento da qualidade da ÁGUA SUBTERRÂNEA foram instalados<br />

25 poços de monitoramento, perfazendo um total de 84,9 metros perfurados.<br />

Os poços de monitoramento foram instalados levando-se em consideração as<br />

áreas potencialmente impactadas, além de poços nas áreas limítrofes. A<br />

distribuição foi a seguinte: 12 poços de monitoramento na área da “fábrica”, 2<br />

poços de monitoramento na área da antiga estação de tratamento e área da<br />

bacia pulmão e 11 poços de monitoramento nos limites da área. Os poços de<br />

monitoramento tiveram profundidades variando de 2,4 a 4,0 m. Estas foram<br />

intituladas de PM (Quadro <strong>6.1</strong>.1.8.4-3).<br />

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6-155


Quadro <strong>6.1</strong>.1.8.4-3: Localização das estações de água subterrânea.<br />

Estação Localização<br />

PM-01<br />

Próximo a bacia de acumulação de rejeito, sul da área<br />

PM-25<br />

PM-02<br />

PM-<strong>08</strong><br />

No limite da área a leste, próxima a área do mangue<br />

PM-09<br />

PM-10<br />

PM-11 No limite norte da área<br />

PM-12<br />

PM-13 Limite NW da área, próximo a lagoa<br />

PM-14<br />

PM-15<br />

PM-16 Limite Oeste da área, em divisa com a rua e posteriormente com residência<br />

PM-17<br />

PM-03 A Leste da APEH 06 e sul da APEH 07, na área da fábrica<br />

PM-04 Área da bacia pulmão e bacia de concreto (APE 10)<br />

PM-05<br />

PM-06 Limite sudeste da área, a sul e leste da bacia pulmão (APE 10)<br />

PM-07<br />

PM-18<br />

Antiga área da estação rebaixadora de alta tensão (APEH 1)<br />

PM-19<br />

PM-20 Área do tanque de BPF (APEH 3)<br />

PM-21<br />

Área do antigo galpão de preparação da solução de sulfato de zinco (APEH 7)<br />

PM-23<br />

PM-22 Área da antiga Oficina (APEH 5)<br />

PM-24 Antiga área de manutenção de veículos (APE 14)<br />

Fonte: ARCADIS/USIMINAS (2009).<br />

Levantamento topográfico<br />

Após instalação, cada um dos poços foi locado com auxílio de serviço<br />

topográfico. Este levantamento permite que sejam atribuídos valores de<br />

localização geográfica aos poços e/ou sondagens para que sejam plotados em<br />

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6-156


planta com precisão. Este levantamento é feito a partir de um datum local<br />

(referência conhecida) com o qual calcula-se as coordenadas x, y e a altimetria<br />

(altitude) de cada ponto da área. A tabela apresenta as cotas utilizadas na<br />

elaboração do mapa potenciométrico.<br />

Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4-10: Dados de monitoramento do nível da água subterrânea, realizada no dia<br />

11/03/09 entre ás 8:26 e 10:20 (maré baixa)<br />

ID<br />

Prof.<br />

(m)<br />

Seção<br />

Filtrante<br />

(m)<br />

Coordenadas UTM<br />

X<br />

Cota<br />

Topog.<br />

(m)<br />

Nível d’<br />

água<br />

(m)<br />

Cota<br />

Pot<br />

(m)<br />

PM01 4,0 3 620324.023 7464963.772 5,861 2,703 3,158<br />

PM02 3,5 3 620553.529 7465419.605 3,261 1,665 1,596<br />

PM03 3,3 3 620263.516 7465074.731 4,788 1,553 3,235<br />

PM04 4,0 3 620518.018 7465117.438 3,294 1,334 1,960<br />

PM05 3,6 3 620666.524 7465090.111 3,616 1,373 2,243<br />

PM06 3,5 3 620750.1<strong>08</strong> 7465183.169 2,973 1,127 1,846<br />

PM07 3,5 3 620725.987 7465278.356 3,174 1,550 1,624<br />

PM<strong>08</strong> 3,8 3 620562.124 7465255.760 2,585 0,890 1,695<br />

PM09 4,0 3 620553.515 7465483.556 2,840 1,136 1,704<br />

PM10 4,0 3 620579.627 7465620.001 2,036 0,834 1,202<br />

PM11 3,5 3 620297.056 7465712.467 3,629 1,754 1,875<br />

PM12 3,3 3 620026.871 7465739.326 4,939 1,792 3,147<br />

PM13 2,4 3 619781.565 7465702.779 4,329 1,712 2,617<br />

PM14 3,6 3 619926.315 7465611.638 5,109 1,758 3,351<br />

PM15 3,3 3 619902.402 7465438.934 4,485 0,523 3,962<br />

PM16 3,4 3 619987.802 7465259.049 6,096 1,249 4,847<br />

PM17 3,3 3 620038.347 7465162.230 5,406 0,402 5,004<br />

PM18 3,6 3 620093.097 7465310.264 6,171 1,693 4,478<br />

PM19 3,6 3 620105.324 7465302.976 5,713 1,572 4,141<br />

PM20 3,5 3 620091.378 7465236.577 5,247 1,226 4,021<br />

PM21 3,3 3 620136.092 7465215.652 5,425 1,057 4,368<br />

PM22 3,6 3 620109.576 7465186.597 5,122 0,905 4,217<br />

PM23 3,5 3 620170.823 7465171.022 5,392 0,871 4,521<br />

PM24 3,8 3 620106.271 7465056.512 5,328 0,982 4,346<br />

PM25 4,0 3 620238.540 7464906.254 6,899 3,345 3,554<br />

Y<br />

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6-157


O fluxo da água subterrânea possui duas vertentes, ambas no sentido do mar<br />

sendo, uma com direção norte no sentido da lagoa e outra a nordeste com<br />

direção da área alagada (mangue).<br />

Amostragem da água subterrânea<br />

Foram coletadas amostras dos 25 poços de monitoramento instalados na área<br />

da USIMINAS (PM-01 a PM-25), segundo escopo analítico pré-definido de<br />

acordo com as atividades executadas em cada uma das áreas de potencial<br />

enfoque.<br />

As amostras coletadas foram enviadas ao laboratório para análises químicas<br />

dos parâmetros: Metais, VOC (Compostos Orgânicos Voláteis), SVOC<br />

(Compostos Orgânicos Semivoláteis), TPH (Hidrocarbonetos Totais de<br />

Petróleo) e PCB (Bifelinas Poolicloradas).<br />

Para a amostragem da água subterrânea foi selecionado o método de baixa<br />

vazão “low flow” sendo utilizado uma bomba tipo “blader”. A amostragem da<br />

água subterrânea incluiu as seguintes atividades:<br />

Medição do nível da água subterrânea (NA) dos poços relacionados;<br />

Medição dos parâmetros in situ (temperatura, condutividade, oxigênio<br />

dissolvido, pH, potencial de óxido-redução e turbidez);<br />

Amostragem da água subterrânea em frascos fornecidos pelo laboratório;<br />

Garantia da qualidade<br />

Durante a coleta da água subterrânea foram medidos os parâmetros físicos,<br />

para verificar o pH, potencial de óxido redução (ORP), oxigênio dissolvido<br />

(OD), turbidez, condutividade elétrica e temperatura e estão apresentados na<br />

tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4-11.<br />

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6-158


Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4-11: Resultados das análises físico químicas “in situ” da água subterrânea<br />

ID<br />

Temp.<br />

(ºC)<br />

Cond.<br />

Elétrica<br />

(μS/cm)<br />

pH<br />

ORP (mV)<br />

OD<br />

(mg/l)<br />

Turbidez<br />

(NTU)<br />

PM01 27,91 1490 6,77 -42,6 8,39 -<br />

PM02 27,58 10418 5,77 28,7 2,85 -<br />

PM03 27,68 6857 5,27 110,0 5,68 -<br />

PM04 28,49 2886 4,44 50,7 0,03 21,47<br />

PM05 27,49 1824 5,26 46,7 0,03 7,29<br />

PM06 29,68 447 4,56 -95,5 0,01 -<br />

PM07 29,42 3518 7,44 -32,3 0,03 -<br />

PM<strong>08</strong> 27,69 2772 5,86 50,9 2,84 -<br />

PM09 30,63 12047 2,74 124,9 0,14 5,94<br />

PM10 35,29 36983 7,43 -263,4 0,18 -<br />

PM11 30,94 29586 6,95 -49,8 1,40 -<br />

PM12 32,82 10949 4,70 220,5 1,89 -<br />

PM13 31,20 193 6,97 -62,5 1,18 -<br />

PM14 29,07 16040 4,78 181,2 1,51 -<br />

PM15 27,54 127 2,14 234,9 0,38 3,54<br />

PM16 29,05 319 2,71 229,0 0,11 63<br />

PM17 26,16 115 6,03 -14,0 3,27 -<br />

PM18 28,07 1940 5,27 54,0 0,05 111<br />

PM19 27,10 1046 7,32 -111,6 4,05 -<br />

PM20 29,38 798 7,66 -63,6 0,12 152<br />

PM21 25,02 4904 8,24 -51,5 0,02 7,04<br />

PM22 26,62 251 7,<strong>08</strong> -137,7 2,40 -<br />

PM23 26,67 17559 4,97 202,6 3,99 -<br />

PM24 30,80 333 6,96 -114,4 3,77 -<br />

PM25 27,28 415 5,60 222,6 7,12 -<br />

Avaliação da qualidade da água subterrânea (ARCADIS/USIMINAS, 2009)<br />

A água subterrânea encontrada na área tem como nível de base o sistema<br />

estuarino da Baía de Sepetiba. Devido à limitada zona de recarga, proximidade<br />

do mar e influência da maré, a água subterrânea local não apresenta<br />

qualidades naturais que permitam considerá-la um manancial de<br />

abastecimento (ARCADIS/USIMINAS, 2009).<br />

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6-159


Os resultados de pH apresentaram duas áreas com valores mais ácidos (2 a 5)<br />

nas porções: próximas a bacia de contenção da pilha de rejeito a norte<br />

(próxima a lagoa); e a sul (próximo as bacias de água industrial e de concreto).<br />

O restante dos valores ficou entre 5 e 7. Este pH mais ácido provavelmente<br />

esta relacionado a infiltrações e/ou transbordamentos da água superficial da<br />

bacia de contenção da pilha de rejeito que possui pH menor que 5.<br />

Os resultados da condutividade elétrica (µs/cm) variaram entre 115 a 36.983<br />

µs/cm e apresentaram os maiores valores na área a nordeste da bacia de<br />

contenção da pilha de rejeito, provavelmente relacionada com a influência da<br />

maré, tendo uma maior salinidade da água subterrânea neste setor. Na área<br />

próxima a lagoa também foi detectado valor maior que 20.000 µs/cm.<br />

Os valores do potencial de óxido-redução (ORP) oscilaram entre -263,4 mV a<br />

234,9 mV, as concentrações de oxigênio dissolvido (OD) de 0,02 mg/l<br />

(ambiente anóxico) a 8,39 mg/l (ambiente bem oxigenado) e a temperatura<br />

média foi de 28,8ºC. Os resultados são ilustrados na Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4-4.<br />

a) b)<br />

c) d)<br />

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6-160


e) f)<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4-4: Resultados das análises físico químicas “in situ” da água subterrânea.<br />

Fonte: Elaborado a partir de ARCADIS/USIMINAS (2009).<br />

As análises químicas de metais foram comparadas com a lista de valores<br />

orientadores para águas subterrâneas da CETESB.<br />

Amostras com concentrações acima dos limites de intervenção da lista<br />

orientadora da CETESB foram encontradas para os metais arsênio, cádmio,<br />

chumbo, cobalto, cromo, níquel e zinco. Numa grande área constata-se um<br />

indicativo de impacto da água subterrânea, sendo as principais fontes<br />

decorrentes das práticas passadas na unidade fabril da antiga INGÁ, da pilha<br />

de rejeito, que ocupa boa parte do terreno adquirido pela USIMINAS, e das<br />

bacias.<br />

Ressalta-se que estes resultados devem ser avaliados apenas com objetivo de<br />

identificar e delimitar os impactos à água subterrânea local decorrentes de<br />

atividades passadas e do depósito de rejeitos, não podendo ser comparados e<br />

interpretados como impactos à qualidade para consumo humano, uma vez que<br />

as águas subterrâneas locais tem forte influência marinha, não sendo<br />

considerada como recurso hídrico explotável.<br />

De acordo com os resultados obtidos, foi possível encontrar sete possíveis<br />

centros de massa que podem representar diferentes fontes, sendo elas:<br />

Área da APEH 7 (Galpão de preparação da solução de sulfato de zinco):<br />

nesta área foram encontrados centros de massa para arsênio, cádmio,<br />

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6-161


chumbo, cobalto, níquel e zinco acima dos limites de intervenção da lista<br />

orientadora CETESB. É provável que este impacto tenha sido causado durante<br />

os processos de preparação da matéria prima, e posteriormente com a matéria<br />

prima depositada na área. Estas atividades provavelmente impactaram o solo,<br />

que por consequência se tornaram uma fonte de impacto secundário à água<br />

subterrânea.<br />

Área da APEH 1 (Área dos antigos transformadores): nesta área foram<br />

encontrados centros de massa para arsênio, cádmio, chumbo, níquel e zinco,<br />

acima dos limites de intervenção da lista orientadora CETESB. Foram<br />

encontrados durante a realização das sondagens geotécnicas uma espessura<br />

de 1,3 m de rejeito a uma profundidade de 1,5 m O rejeito enterrado<br />

provavelmente contribui como fonte primária para a água subterrânea.<br />

Jusante da APEH 9 (Armazenamento de resíduos, antigo bota-fora): A<br />

jusante do antigo bota-fora foram detectados centros de massa para arsênio,<br />

cádmio, chumbo, cobalto, níquel e zinco acima dos limites de intervenção da<br />

lista orientadora CETESB. O impacto provavelmente tenha ocorrido por<br />

escorregamento de solo impactado da área do bota-fora para esta área e<br />

posterior impacto para a água subterrânea, ou pela lixiviação do material<br />

depositado no antigo bota-fora por água da chuva e consequente percolação<br />

até o horizonte que apresenta a água subterrânea. Na área do antigo bota-fora<br />

ainda são encontrados rejeitos dispostos pelo terreno que podem continuar<br />

gerando este impacto.<br />

Área da APE 10 (Bacia de concreto): foram identificados centros de massa<br />

para arsênio, cádmio, chumbo, cobalto, níquel e zinco acima dos limites de<br />

intervenção da lista orientadora CETESB. O impacto provavelmente esteja<br />

ocorrendo devido à interação da água superficial desta bacia com o nível<br />

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6-162


freático ou através de transbordamentos ocorridos na área. A água superficial<br />

contida neste tanque é proveniente da bacia de contenção da pilha de rejeito<br />

que por continuar recebendo estas águas residuárias, se tornam uma fonte<br />

ativa de impacto à água subterrânea. Neste setor foram detectadas<br />

concentrações significativas de chumbo e cádmio tanto para o sedimento de<br />

fundo quanto para a água superficial que corroboram com estas afirmações.<br />

Área da APE 10 (Armazenamento de cal e antiga estação de<br />

tratamento): nesta área foi identificado centro de massa para zinco acima dos<br />

limites de intervenção da lista orientadora CETESB. Este impacto está ligado<br />

ou aos misturadores de cal ou as antigas atividades da estação de tratamento.<br />

Área da APE 13 (A noroeste da bacia de contenção da água da pilha de<br />

rejeito): foram detectados centros de massa para cádmio, chumbo, cromo, e<br />

níquel (e possivelmente para arsênio). Esta área está influenciada pelas águas<br />

superficiais da bacia de contenção da pilha de rejeito, que podem estar<br />

impactando a área através de vazamentos ou transbordamentos do dique de<br />

contenção diretamente para o lençol freático (a água superficial da bacia possui<br />

potencial hidráulico maior que o do lençol freático).<br />

Área da APE 11 (A leste da bacia de contenção da água da pilha de<br />

rejeito): foram detectados centros de massa para arsênio, cádmio, chumbo,<br />

cobalto e níquel acima dos limites de intervenção da lista orientadora CETESB.<br />

Esta fonte provavelmente está ligada às águas da bacia de contenção da pilha<br />

de rejeito, que contribuem para o impacto na água subterrânea do setor, com<br />

cenário igual ao anterior (APE 13). Nas amostras de sedimento de fundo e<br />

água superficial coletadas próximas na área da bacia de contenção da pilha de<br />

rejeito foram identificadas concentrações significativas de cádmio e chumbo<br />

que corroboram com está informação.<br />

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6-163


Foram encontradas concentrações pontuais para boro, prata e bário, acima dos<br />

limites de intervenção do padrão CETESB. O boro (PM-02, PM-10 e PM-11) e<br />

a prata (PM-10, PM-11 e PM-14) foram encontrados em pontos próximos a<br />

bacia de contenção da pilha, enquanto o bário em um ponto na área da fábrica<br />

(PM-22) e em um ponto próximo à bacia pulmão (PM-07).<br />

Foram detectadas concentrações de Ferro e Manganês acima dos limites de<br />

intervenção da lista orientadora da CETESB de forma homogênea na área. É<br />

possível observar em diversos trabalhos, como Hypolito, 2005 apud<br />

ARCADIS/USIMINAS, 2009, que nos sistemas de mangue (ambientes<br />

coloidais) há uma contribuição natural de ferro e manganês, sendo esperados<br />

resultados significativos. Estes dois compostos não estariam assim<br />

relacionados a qualquer impacto das atividades realizadas na área, tratando-se<br />

do background local.<br />

As análises da água subterrânea referentes à VOC, SVOC, TPH, PCB e Via<br />

Clássica não detectaram concentrações superiores aos limites de intervenção<br />

da lista orientadora da CETESB e/ou limites de detecção laboratoriais.<br />

Os resultados analíticos e a identificação das amostras estão listados nas<br />

tabelas <strong>6.1</strong>.1.8.4-12 a <strong>6.1</strong>.1.8.4-16 presentes no anexo <strong>6.1</strong>-9.<br />

<strong>6.1</strong>.1.8.4.1 Qualidade da Água Superficial<br />

Foram coletadas 8 amostras de água superficial, intituladas de AAS, para obter<br />

dados sobre o background atribuído a área nos principais cursos de água<br />

superficiais dos arredores (Rio da Guarda e lagoa), além de obter dados sobre<br />

os reservatórios internos (Quadro). Uma amostra definida previamente no Rio<br />

da Guarda (AAS-05) não foi possível de ser coletada, devido a impossibilidade<br />

de acesso por conta da variação da maré.<br />

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6-164


Quadro <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-1: Localização das estações de água superficial<br />

Estação<br />

AAS- 01 (Sul da área)<br />

AAS-03<br />

AAS-04 (Norte da área)<br />

AAS-06 (Lagoa)<br />

AAS-02 (Bacia de contenção da pilha de rejeito)<br />

AAS-07 (Bacia Pulmão)<br />

AAS-<strong>08</strong> (Bacia de Concreto)<br />

AAS-09 (Bacia de água industrial)<br />

Fonte: ARCADIS/USIMINAS (2009).<br />

Localização<br />

Rio da Guarda<br />

Lagoa<br />

Reservatórios internos<br />

A Figura Anexo <strong>6.1</strong>-10 apresenta a localização dos pontos de coleta de água<br />

superficial.<br />

As 8 (oito) amostras coletadas foram analisadas para metais e seus resultados<br />

foram comparadas com os valores do CONAMA 357 para águas salobras,<br />

Classe II.<br />

Durante a coleta das amostras de água superficial para análise de metais<br />

foram medidos os parâmetros físicos, para verificar o pH, condutividade<br />

elétrica, potencial de óxido-redução (ORP), oxigênio dissolvido (OD) e<br />

temperatura, apresentados na tabela 25.<br />

Os resultados dos parâmetros medidos in situ apresentaram: pH variando entre<br />

4,97 a 13,64; condutividade elétrica de 538 a 80929 μS/cm; oxigênio dissolvido<br />

de 0,37 a 0,7 mg/l; potencial de oxidoredução de 24,7 a 378 mV e temperatura<br />

média de 32,3 °C.<br />

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6-165


Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-1: Resultados das análises físico químicas “in situ” da água subterrânea<br />

ID<br />

Temp.<br />

(ºC)<br />

Cond.<br />

Elétrica<br />

(μS/cm)<br />

pH<br />

ORP (mV)<br />

OD<br />

(mg/l)<br />

AAS-01 31,59 80929 9,72 30,9 0,46<br />

AAS-02 35,90 3485 4,97 93,7 0,50<br />

AAS-03 32,32 32869 9,49 24,7 0,51<br />

AAS-04 29,47 6175 9,91 25,7 0,37<br />

AAS-06 32,92 570 11,18 36,3 0,70<br />

AAS-07 31,29 2666 13,14 69,0 0,57<br />

AAS-<strong>08</strong> 29,63 2730 13,64 87,8 0,55<br />

AAS-09 35,42 538 8,01 378,0 0,52<br />

Com o propósito de avaliar possíveis impactos ao SOLO, foram realizadas 135<br />

sondagens em toda a área da unidade, perfazendo um total de 289,4 metros<br />

perfurados:<br />

Na área da antiga pilha de rejeito, foram realizadas 38 sondagens,<br />

definidas em uma malha regular de 50 em 50 metros e identificadas<br />

com a nomenclatura de SD-01 a SD-32.<br />

Foram ainda realizadas outras 6 sondagens, definidas com base nos<br />

resultados apresentados preliminarmente pela geofísica, em áreas<br />

que apresentaram condutividades diferentes do background atribuído<br />

a área, e foram identificadas como SD-33 a SD-38.<br />

Nas áreas limítrofes foram realizadas 12 sondagens, incluindo as<br />

áreas do mangue e a área próxima a lagoa.<br />

Foram realizadas 13 sondagens na área do antigo bota-fora, e 6<br />

sondagens nas áreas da antiga estação de tratamento e da atual<br />

bacia pulmão.<br />

Na área intitulada “fábrica” foram realizadas 66 sondagens.<br />

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6-166


Qualidade da água superficial<br />

Durante a coleta da água superficial foram medidos os parâmetros físicos, para<br />

verificar o pH, condutividade elétrica, potencial de óxido-redução (ORP),<br />

oxigênio dissolvido (OD) e temperatura.<br />

Os resultados dos parâmetros medidos na água superficial in situ<br />

apresentaram condutividade elétrica variando de 538 a 80929 μS/cm e o pH<br />

variando entre 4,97 a 13,64, o potencial de óxidoredução de 24,7 a 378 mV e o<br />

oxigênio dissolvido de 0,37 a 0,7 mg/l, a temperatura média de 32,3 °C (Figura<br />

<strong>6.1</strong>.1.8.4.1-1).<br />

a) b)<br />

c) d)<br />

e)<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-1: Resultados das análises físico químicas “in situ” da água superficial.<br />

Fonte: Elaborado a partir de ARCADIS/USIMINAS (2009).<br />

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6-167


As figuras a seguir apresentam os resultados das análises químicas de metais<br />

para matriz água em pontos de coleta da água superficial nos reservatórios<br />

internos, na lagoa e em pontos do rio da Guarda (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-2).<br />

a) b)<br />

c) d)<br />

e) f)<br />

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6-168


g) h)<br />

i) j)<br />

k) l)<br />

m) n)<br />

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6-169


o) p)<br />

q) r)<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-2: Resultados de metais na água superficial dos reservatórios internos, na<br />

lagoa e no rio da Guarda. Os valores de intervenção, representados pela linha vermelha<br />

pontilhada, seguiram a proposta da Agência Nacional de Águas-ANA, definido no Plano<br />

Estratégico de Recursos Hídricos das Bacias Hidrográficas dos rios Guandu, da Guarda e<br />

Guandu Mirim e CONAMA Nº 357 (Classe II - Águas salobras). Fonte: Elaborado a partir de<br />

ARCADIS/USIMINAS (2009).<br />

Avaliação sobre a qualidade da água superficial (ARCADIS/USIMINAS, 2009):<br />

1) Reservatórios (bacias internas)<br />

O pH detectado possui valor ácido no dique de contenção da bacia de rejeito<br />

(4,97), valor levemente básico (8,01) na bacia de águas industriais e valores<br />

muito básicos nas bacias pulmão e de concreto (maiores que 13). O teor de<br />

oxigênio dissolvido ficou abaixo de 1 mg/l. A condutividades apresentou valores<br />

maiores que 3000 μs/cm com exceção do ponto localizado na bacia de águas<br />

industriais (538 μs/cm).<br />

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6-170


Os valores básicos de pH observados nas bacias estão relacionados aos<br />

sistemas de tratamento que passam estas águas (precipitação dos metais). O<br />

valor ácido de pH na bacia de contenção do dique deve estar relacionado a<br />

influência da pilha de rejeito, este pH está interferindo no pH da água<br />

subterrânea a jusante nas direções noroeste, leste e sul.<br />

Foram encontradas concentrações significativas de cádmio, chumbo, cobalto e<br />

zinco nas amostras de água superficial da bacia pulmão, bacia ao redor da<br />

pilha de rejeito e bacia de concreto. Na área da bacia de água industriais foram<br />

detectadas concentrações significativas para cádmio e zinco.<br />

As concentrações detectadas nas amostras coletadas na bacia ao redor da<br />

pilha de rejeito provavelmente têm influência do contato da água superficial<br />

com o aterro formado pelo rejeito (pilha).<br />

As bacias pulmão e de concreto possuem estas concentrações provavelmente<br />

por receberem as águas originárias da bacia de contenção da pilha de rejeito, e<br />

a bacia de águas industriais em dado momento recebeu parte do rejeito do<br />

processo industrial (tortas).<br />

A bacia de contenção ao redor da pilha e a bacia de concreto provavelmente<br />

vem atuando como fonte de impacto para a água subterrânea, conforme os<br />

resultados obtidos na amostragem da água subterrânea.<br />

2) Lagoa (a NW da área)<br />

Analisando os resultados obtidos na amostra coletada na lagoa, é possível<br />

observar um pH muito básico (11,18) e um oxigênio dissolvido menor que 1<br />

mg/l. Estas relações demonstram um impacto na área conforme a Resolução<br />

CONAMA 357 (classe III - águas doces), e possivelmente estes valores devem<br />

estar relacionados com as atividades de disposição de efluentes realizada pela<br />

população local.<br />

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6-171


Não foram detectadas concentrações acima dos limites de intervenção<br />

adotados para metais e via clássica na amostra coletada.<br />

3) Rio da Guarda<br />

Comparando os resultados físico-químicos com os valores aplicados às águas<br />

salobras de Classe 2 da CONAMA 357, esta resolução prevê como condição<br />

de qualidade de água superficiais “valores de oxigênio dissolvido não serem<br />

inferiores a 4mg/l e pH entre 6,5 a 8,5”. Avaliando os resultados obtidos nos<br />

três pontos de coleta incluindo o ponto a montante é possível observar valores<br />

de OD inferiores a 0,6 (nos três pontos) e pH acima de 8,7. As relações de<br />

oxigênio dissolvido e pH discordantes dos padrões recomendados para a água<br />

superficial apresentam-se desde os pontos a montante até os pontos a jusante.<br />

As concentrações de boro e zinco verificadas nas amostras com concentrações<br />

acima dos limites estabelecidos podem estar relacionadas com os<br />

transbordamentos ocorridos no passado, porém as concentrações encontradas<br />

na AAS-04 a montante podem relacionar o impacto as atividades executadas<br />

regionalmente e/ou variação da maré.<br />

Foram detectadas concentrações de prata de forma pontual tanto na água<br />

subterrânea próxima a área e na água superficial e devem ser resultado dos<br />

antigos transbordamentos.<br />

A Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-2 apresenta os resultados das análises químicas de<br />

metais para matriz água em pontos de coleta da água superficial nos<br />

reservatórios internos, na lagoa e em pontos do rio da Guarda e está presente<br />

no anexo <strong>6.1</strong>-9.<br />

Caracterização da Vegetação Regional<br />

A região é formada pela Floresta Ombrófila Densa, também chamada de<br />

Floresta Atlântica, que possui características tropicais, mesmo situando-se em<br />

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6-172


uma zona extratropical. A ausência de um período seco, temperaturas médias<br />

acima de 15 °C e a alta umidade determinam as características desta formação<br />

florestal.<br />

Estas características definem o surgimento de algumas adaptações nas plantas<br />

desta formação vegetal que devido a um suprimento garantido de água,<br />

desenvolveram diferentes estratégias para uma melhor captação de luz, sendo<br />

este um recurso disputado em um espaço densamente populoso.<br />

Folhas largas, formação de copas e estratos, presença abundante de lianas e<br />

epífitas são características destas adaptações. As espécies que predominam<br />

são oriundas das famílias das mirtáceas, leguminosas, rutáceas, lauráceas,<br />

meliáceas, apocináceas, palmeiras e outros mais.<br />

Geralmente encontra-se 3 estratos de plantas arbóreas, sendo “A” o estrato<br />

superior, “B” o estrato intermediário e “C” o estrato inferior. Abaixo deste<br />

encontra-se o estrato “D” (arbustivo) e finalmente o estrato “E” (terrestre),<br />

constituído por ervas e plântulas.<br />

De acordo com o IBGE (2004) a área de estudo está localizada em uma zona<br />

de Floresta Ombrófila Densa Submontana, cuja formação florestal é composta<br />

predominantemente por fanerófitos de até 30 m de altura. Na submata<br />

encontram-se plântulas de regeneração natural, alguns nanofanerófitos e<br />

caméfitos, palmeiras de pequeno porte e bastantes lianas herbáceas.<br />

No extrato herbáceo-arbustivo destacam-se xaxins (samambaias), caeté, erva<br />

cidreira e erva-d‟anta. Existem ali também muitas bromeliáceas, lianas, aráceas<br />

e epífitas.<br />

Caracterização da vegetação na porção sudeste da área<br />

Esta porção da área possui características de um fragmento de mata nativa<br />

cuja vegetação original já foi descaracterizada no passado, e que hoje se<br />

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6-173


encontra supostamente entre os estágios sucessionais secundário inicial e<br />

secundário tardio.<br />

O estrato terrestre possui serapilheira (camada de restos orgânicos,<br />

principalmente vegetais, em decomposição) bastante abundante, onde também<br />

ocorrem um grande número de plântulas de regeneração e alguns tipos de<br />

samambaias dispostas preferencialmente nos limites da mata.<br />

O estrato intermediário é composto por um grande número de árvores de<br />

pequeno porte bastante adensadas, palmeiras, lianas (cipós e trepadeiras) e<br />

epífitas (bromélias).<br />

O estrato superior é relativamente baixo, com cerca de 15 a 20 m de altura em<br />

média, de onde despontam alguns exemplares de maior porte, com raros<br />

espécimes que ultrapassam os 30 m de altura. Seu dossel é bastante fechado,<br />

limitando a entrada de luz no ambiente.<br />

Não foram avistados exemplares da fauna do local além de alguns pássaros e<br />

insetos. Este fato pode ser explicado pelo curto espaço amostral desta<br />

campanha de observação, mas também pode ser um reflexo das condições do<br />

ambiente e das ações antrópicas desenvolvidas no seu entorno, que incluem a<br />

criação de animais domésticos como porcos e cachorros com livre acesso ao<br />

fragmento.<br />

Em resumo, trata-se de um fragmento remanescente de Mata Atlântica, que<br />

teve sua função ecológica prejudicada em virtude da ocupação de seu entorno<br />

e da magnitude do efeito de borda sofrido em função de seu tamanho reduzido.<br />

O anexo <strong>6.1</strong>-11 apresenta o mapa da vegetação local.<br />

Amostragem da flora<br />

De forma a obter dados sobre as condições da flora atual na área, foram<br />

coletadas amostras da flora para análise de metais.<br />

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6-174


Estes dados não serão considerados durante a adequação ambiental da área<br />

sendo apenas utilizados como referência de qualidade e constatação da<br />

situação da qualidade destes indicadores antes do qualquer atividade da<br />

USIMINAS na área amostral, a qual foi selecionada considerando os seguintes<br />

critérios:<br />

Área de contato entre a variação da maré e zona de descarga da água<br />

subterrânea;<br />

Zona de transição entre a área da pilha e vegetação relacionada ao Rio da<br />

Guarda.<br />

Para a delimitação da área amostral foram traçadas 4 linhas transversais à<br />

área de interesse, com uma distância de aproximadamente 100 m entre uma e<br />

outra. Estas foram denominadas de linhas A, B, C e D. No sentido longitudinal<br />

à área de interesse, foram traçadas 5 linhas paralelas com distância de<br />

aproximadamente 50 m entre uma e outra. Estas foram denominadas de linhas<br />

1, 2, 3, 4 e 5. A coleta das amostras foi realizada em cada ponto de intersecção<br />

entre as linhas de orientação, completando assim um total de 20 amostras.<br />

A cada ponto de coleta foram amostradas folhas jovens e maduras de<br />

espécimes em diferentes estágios de desenvolvimento, sem distinção de<br />

espécies ou proporção pré-estabelecida entre uma e outra. O material coletado<br />

foi acondicionado em sacos impermeáveis, identificados e mantidos em<br />

temperatura ambiente até seu envio para o laboratório. O anexo <strong>6.1</strong>-12<br />

apresenta a localização dos pontos de coleta de flora.<br />

Resultados analíticos da flora local<br />

As amostras do Rio da Guarda foram realizadas apenas para se obter um<br />

resultado das concentrações atuais destes setores antes da instalação e<br />

operação da pêra ferroviária da USIMINAS, não fazendo parte do escopo de<br />

adequação ambiental proposto.<br />

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6-175


As tabelas <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-3 a <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-6 apresentam os resultados das análises<br />

químicas nas amostras de flora coletadas na porção leste da área.<br />

Os parâmetros alumínio, antimônio, ferro, mercúrio, prata e selênio não<br />

possuem padrões de comparação para estas duas referências utilizadas.<br />

Os resultados analíticos do teor de metais detectados nas amostras das folhas<br />

das espécies de mangue coletadas à jusante da área da USIMINAS<br />

detectaram concentrações superiores aos limites de toxidez estabelecidos na<br />

literatura para o cobalto, manganês e zinco (Kabata-Pendias & Pendias 1992).<br />

Quando estes resultados são comparados aos resultados obtidos no trabalho<br />

realizado por Ramos&Geraldo (2007) observa-se que os níveis de cádmio,<br />

cobre e zinco detectados nas folhas das espécies de mangue da área de<br />

estudo, ainda que abaixo dos limites de toxidez estabelecidos, são maiores que<br />

aqueles detectados nas mesmas espécies analisadas nas áreas de mangue do<br />

rio Cubatão.<br />

Desta forma, os resultados aqui apresentados sugerem que a área de mangue<br />

localizada a leste da bacia de contenção da pilha de rejeito possa ter sido<br />

impactada por metais pesados, principalmente cobalto e zinco, possivelmente<br />

devido aos transbordamentos ocorridos durante a década de 90.<br />

Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-3: Resultado de Metais na Flora Local - linha A (mg/kg)<br />

Parâmetros<br />

mg/kg<br />

A1 A2 A3 A4 A5<br />

Limite de<br />

Toxidez<br />

Valores de<br />

Comparação<br />

Alumínio 399,5


Manganês 74,3 62,4 176,0 637,4 441,3 300 -<br />

Mercúrio 0,04 0,12 0,14


Cádmio


Modelagem matemática de fluxo e transporte<br />

Construção do modelo conceitual<br />

Foi feita uma modelagem numérica que objetivou avaliar o escoamento do<br />

fluxo subsuperficial e o transporte de elementos químicos, em escala local para<br />

a unidade da USIMINAS em Itaguaí/RJ, com base nas concentrações obtidas<br />

na campanha de amostragem realizada em março de 2009. O modelo<br />

considerou os metais Arsênio, Cádmio, Cobalto, Cromo, Chumbo, Níquel e<br />

Zinco visto que os mesmos foram detectados em porção significativa da área.<br />

As análises químicas também indicaram a presença de outros elementos, no<br />

entanto, estas concentrações foram pontuais e estes não foram avaliadas no<br />

modelo.<br />

Software Utilizado<br />

Neste trabalho foi utilizado o software modelo “USGS Modular 3D Finite<br />

Difference Groundwater Flow Model” conhecido como Visual MODFLOW<br />

(McDonald & Harbaugh, 1988), o “Modular 3D Finite Difference Mass Transport<br />

Model” - MT3DMS (Zheng, 1992).<br />

O Visual Modflow é um dos softwares mais conhecidos e utilizados para a<br />

modelagem numérica de fluxo e transporte de contaminantes em 3 dimensões,<br />

tendo como vantagens: a rapidez e facilidade para simular diferentes cenários<br />

após a definição do modelo conceitual; a boa interação com o usuário; a<br />

atualização constante; o desenvolvimento de programas compatíveis; e a boa<br />

interface com programas gráficos.<br />

As principais limitações destes softwares são: considerar apenas a zona<br />

saturada para efeito de simulação de transporte (para mitigar erros foram<br />

realizadas simplificações na etapa de discretização); e não permitir representar<br />

camadas descontínuas, como lentes irregulares (optou-se em adelgaçar as<br />

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6-179


camadas e/ou atribuir lhes parâmetros semelhantes para mitigar distorções<br />

significativas).<br />

Modelo conceitual e condições de contorno<br />

As informações obtidas permitem estabelecer as seguintes premissas para a<br />

elaboração do modelo de fluxo:<br />

• Modelagem de fluxo em regime estacionário de cargas por não existir um<br />

monitoramento regular nos poços de monitoramento que permita definir um<br />

modelo transiente .<br />

• O Rio da Guarda e a Baía de Sepetiba foram considerados como condição de<br />

contorno (definidos como fronteira de carga conhecida a partir das cotas<br />

definidas), como mostra o anexo <strong>6.1</strong>-13 . Para os demais limites foram<br />

adotadas condições de contorno de carga conhecida, com cotas baseadas na<br />

topografia e nas medidas de nível dos poços de monitoramento (condição de<br />

contorno do tipo 1 - carga determinada).<br />

• Como limite superior foi utilizado a topografia da área. A serra ao sul<br />

apresenta topo na cota de 100 metros, enquanto a pilha de rejeito tem cota em<br />

20 metros e a cota do terreno da unidade (com exceção da pilha) está em geral<br />

a 2 metros acima do nível do mar. As sondagens indicaram o seguinte perfil<br />

típico: predomínio de aterro e material inconsolidado residual até a<br />

profundidade média de 6m (cota -8m); Camada de saprólito até 17m em média<br />

e; sotoposto ocorre a rocha sã. Desta forma optou-se por estender a<br />

modelagem numérica até a cota de - 25m (abaixo do nível do mar), supondo-se<br />

que não exista interação entre os fluxos de água subterrânea acima e abaixo<br />

desta profundidade.<br />

• A condutância adotada foi calculada através dos parâmetros físicos estimados<br />

em campo (espessura dos sedimentos de fundo e sua permeabilidade, largura<br />

e comprimento do corpo de água).<br />

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6-180


• As variações relacionadas à influência das marés não foi considerada no<br />

modelo visto que não existem informações sobre sua relevância na área.<br />

Deverá ser realizado o monitoramento das cotas potenciométricas dos poços<br />

instalados para complementação do modelo.<br />

Delimitação da área de influência – Área estudada<br />

O modelo hidrológico foi gerado para uma área retangular com 1.632m X<br />

1.777m (2.900.064 m2). O anexo <strong>6.1</strong>-13 apresenta a área considerada para a<br />

modelagem e mostra sua localização em relação ao Rio da Guarda e à Baía de<br />

Sepetiba.<br />

Baseado em todos os dados topográficos disponíveis foi gerado o Modelo<br />

Digital do Terreno, usado para definir o limite superior do modelo numérico.<br />

Recarga<br />

A única fonte de recarga considerada no sistema é proveniente da precipitação<br />

pluvial, que foi adotada como constante para toda a área.<br />

Os dados de pluviometria utilizados foram os da estação meteorológica 27 -<br />

Sepetiba, de Coordenadas: Latitude 22o58‟ e Longitude 43 o42‟. Foi utilizada a<br />

média do período de 1997 a 20<strong>08</strong> (considerando apenas os anos que<br />

apresentam registro continuo). O valor médio da precipitação foi de 1.212,2<br />

mm/ano (dados disponíveis através do Alerta Rio - Sistema de Alerta de<br />

Chuvas Intensas e de Deslizamentos da Cidade do Rio de Janeiro, em<br />

http://www2.rio.rj.gov.br/georio/site/alerta/dados/acumuladas.asp).<br />

A recarga proveniente da lagoa do entorno da pilha de resíduo não foi<br />

considerada no modelo, em função de atualmente esta estar sendo esvaziada<br />

e não existirem registros do histórico de enchimento/esvaziamento das<br />

mesmas no passado.<br />

No processo de calibração permitiu-se uma variação no valor de recarga<br />

efetiva entre 5 a 15% do valor total precipitado. O melhor ajuste indicou o valor<br />

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6-181


de 7% do valor total da precipitação; este valor relativamente pequeno é<br />

correlacionado à parte significativa da área do modelo apresentar alta<br />

declividade.<br />

Água superficial e poços de bombeamento<br />

A unidade esta localizada na bacia hidrográfica do Rio da Guarda, fazendo<br />

divisa com o mesmo. A região de enfoque está a aproximadamente 250 metros<br />

de distância das áreas de mangue. Não há informações sobre a existência de<br />

poços tubulares profundos localizados no raio de 1km da unidade.<br />

Discretização espacial<br />

A discretização espacial visa dividir a área em blocos tridimensionais com<br />

características geológicas semelhantes gerando o mesmo comportamento<br />

hidrodinâmico.<br />

Discretização vertical – Bloco diagrama<br />

A discretização vertical divide os materiais em camadas com características<br />

homogêneas e foi realizada pela consolidação dos perfis obtidos pelas<br />

sondagens e poços de monitoramento em todas as etapas de investigações<br />

realizadas. Os levantamentos geológicos, geotécnicos e geofísicos indicaram<br />

alternâncias de camadas de granulometria variada. Para a elaboração do<br />

modelo foram adotadas 3 camadas, representando:<br />

• Litologia 1 – Alternância entre aterro e solo natural (argila orgânica, argila<br />

siltosa, argila arenosa);<br />

• Litologia 2 – Alteração de rocha (saprólito); e<br />

• Litologia 3 – Rocha sã (embasamento).<br />

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6-182


As sondagens indicaram variações locais em termos texturais, sendo que estas<br />

feições foram consideradas no modelo com a atribuição de propriedades<br />

hidráulicas diferenciadas para aproximar a discretização à condição real.<br />

Como não se dispõem de informações que permitam representar<br />

especificamente o material da rocha sã e não há indícios que sugerem a<br />

influência do aqüífero superior no aqüífero regional, esta camada foi utilizada<br />

com pequena espessura, como limite inferior do modelo.<br />

Discretização horizontal<br />

A discretização horizontal buscou representar as principais particularidades<br />

quanto aos aspectos geológicos e hidrológicos. Além das feições do terreno a<br />

discretização considerou as prováveis fontes do local. A área foi dividida em<br />

138 linhas e 182 colunas, totalizando 25.116 células por camada e 75.348<br />

células para o modelo. A área média das células é de 11,82 m X 9,76 m, com<br />

um maior detalhamento da área da unidade da USIMINAS e área a jusante.<br />

Foi possível observar a partir da grade do modelo, que houve uma tendência<br />

de se manter a relação de tamanho entre as células vizinhas e as relações<br />

entre larguras e comprimentos das células, prevenindo erros em função do<br />

arranjo da grade. Em função dos dados obtidos e distribuição dos poços à<br />

grade mostrou-se adequada.<br />

Informações hidrogeológicas<br />

Coeficiente de armazenamento<br />

O valor do coeficiente de armazenamento não é necessário na modelagem,<br />

uma vez que o modelo é estacionário.<br />

Condutividade hidráulica<br />

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6-183


A Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-7 apresenta os valores de condutividade hidráulica<br />

obtidos em campo e aplicados no modelo. Para extrapolação dos dados foi<br />

utilizado o método da Krigagem. Observa-se uma boa correspondência entre<br />

as litologias e os valores de condutividade hidráulica. A aplicação dos valores<br />

considerou a posição da seção filtrante.<br />

Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-7: Valores de condutividade hidráulica obtida em campo<br />

ID<br />

Condutividade Hidráulica – K (m/s)<br />

PM 01 2,<strong>08</strong> x 10 -6<br />

PM 02 5,27 x 10 -7<br />

PM 03 1,16 x 10 -7<br />

PM 04 5,21 x 10 -7<br />

PM 05 9,20 x 10 -7<br />

PM 09 1,19 x 10 -6<br />

PM 10 6,21 x 10 -7<br />

PM 11 1,06 x 10 -7<br />

PM 13 3,42 x 10 -6<br />

PM 14 1,94 x 10 -7<br />

PM 21 6,88 x 10 -7<br />

PM 22 2,85 x 10 -7<br />

PM 24 1,05 x 10 -6<br />

Como não foram coletadas informações locais sobre a camada de<br />

saprólito/rocha, foi realizada a análise de sensibilidade do modelo para avaliar<br />

a influência deste parâmetro e foi utilizado o valor mais adequado em função<br />

do processo de calibração.<br />

A Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-8 apresenta os demais parâmetros utilizados na<br />

modelagem. Em função da heterogeneidade textural e dos graus de<br />

compactação, ensaios diretos para mensurar a porosidade total e efetiva<br />

podem gerar distorções significativas quando da transposição da escala de<br />

amostra de mão para escalas de camadas. Optou-se em utilizar dados<br />

bibliográficos que representem o conjunto dos materiais.<br />

Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-8: Informações aplicadas à modelagem<br />

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6-184


Litologias Sy (m3/m3) ne nt<br />

Litologia 1 0,16 0,20 0,30<br />

Litologia 2 0,14 0,14 0,25<br />

Litologia 3 0,01 0,01 0,01<br />

* Considerado desprezível.<br />

Sendo: Sy: capacidade de campo; ne: porosidade efetiva; nt porosidade total<br />

Calibração do modelo de fluxo<br />

Para a calibração do modelo de fluxo foram utilizados os dados de nível de<br />

água medidos em março de 2009. A posição do nível de água subterrânea é<br />

expressa em termos de cota absoluta. Durante o procedimento de calibração, a<br />

recarga foi alterada com o objetivo de criar um modelo que resultasse em uma<br />

menor diferença entre cargas calculadas e medidas nos poços de<br />

monitoramento. A Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4-24 apresenta as cargas utilizadas no<br />

modelo.<br />

Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-9: Cargas utilizadas na calibração do modelo (março de 2009)<br />

ID<br />

Coordenadas<br />

Cota do Nível<br />

X<br />

Y<br />

de água<br />

PM01 620324.023 7464963.772 3.192<br />

PM02 620553.529 7465419.605 1.640<br />

PM03 620263.516 7465074.731 3.27<br />

PM04 620518.018 7465117.438 2.00<br />

PM05 620666.524 7465090.111 2.27<br />

PM06 620750.1<strong>08</strong> 7465183.169 1.87<br />

PM07 620725.987 7465278.356 1.65<br />

PM<strong>08</strong> 620562.124 7465255.760 1.73<br />

PM09 620553.515 7465483.556 1.72<br />

PM10 620579.627 7465620.001 1.20<br />

PM11 620297.056 7465712.467 1.92<br />

PM12 620026.871 7465739.326 3.16<br />

PM13 619781.565 7465702.779 2.65<br />

PM14 619926.315 7465611.638 3.38<br />

PM15 619902.402 7465438.934 3.99<br />

PM16 619987.802 7465259.049 4.88<br />

PM17 620038.347 7465162.230 5.04<br />

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6-185


PM18 620093.097 7465310.264 4.52<br />

PM19 620105.324 7465302.976 4.17<br />

PM20 620091.378 7465236.577 4.05<br />

PM21 620136.092 7465215.652 4.39<br />

PM22 620109.576 7465186.597 4.25<br />

PM23 620170.823 7465171.022 4.54<br />

PM24 620106.271 7465056.512 4.36<br />

PM25 620238.540 7464906.254 3.50<br />

Processamento do modelo<br />

Parâmetros de processamento<br />

O método numérico para resolver o sistema de equações lineares gerado pela<br />

discretização espacial da equação de água subterrânea na área foi o WHS<br />

(Waterloo Hydrogeologic Solver). Os parâmetros empregados foram os<br />

fornecidos pelo fabricante.<br />

Análise da qualidade do modelo<br />

A qualidade numérica dos resultados obtidos nesta modelagem é atestada<br />

pelas seguintes características:<br />

• Convergência - O método WHS convergiu em menos de 25 iterações em<br />

todos os ensaios processados, o que atesta a estabilidade do modelo e a<br />

conseqüente confiabilidade dos resultados.<br />

• Balanço de Massa - A diferença entre as massas de água que entram e saem<br />

da área através de seu contorno, calculadas pelo modelo, foi de 0,01% o que<br />

indica que a grade de elementos gerada é plenamente satisfatória para a<br />

resolução numérica da equação de fluxo de água subterrânea na área.<br />

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6-186


Resultados do modelo de fluxo<br />

O modelo de fluxo foi desenvolvido considerando uma condição estacionária. O<br />

modelo forneceu a posição das linhas equipotenciais, os vetores de fluxo e a<br />

determinação da velocidade máxima para a área. Os vetores de direção<br />

indicam que o fluxo segue em direção ao Rio da Guarda, com variações em<br />

função de particularidades da área. Anexo <strong>6.1</strong>-14 indica as linhas<br />

equipotenciais e os vetores de direção do fluxo, correspondente a camada 1. A<br />

velocidade calculada para a área interna da unidade variou entre 0,47 e 4,4<br />

m/ano.<br />

Dados para o modelo de transporte<br />

Foi simulada a evolução das plumas de Arsênio, Cádmio, Cobalto, Cromo,<br />

Chumbo, Níquel e Zinco, por terem apresentado concentrações acima do limite<br />

estabelecido pela CETESB/Portaria 518. Os demais elementos foram<br />

encontrados de forma pontual na área, não sendo considerados neste estudo.<br />

Buscando avaliar a tendência de migração destes compostos foram gerados<br />

caminhamento de partículas a partir destes pontos.<br />

Mecanismos de transporte<br />

Os principais mecanismos que afetam o transporte de solutos são: advecção,<br />

dispersão hidrodinâmica e sorção.<br />

Durante a evolução da frente de contaminação a advecção tende a ser o<br />

principal mecanismo de movimento do fluxo, e é considerado no modelo de<br />

transporte através do modelo de fluxo. A dispersão hidrodinâmica, responsável<br />

pelo espalhamento longitudinal e transversal à direção principal do fluxo e pela<br />

movimentação em função de gradientes de concentração, gera uma diluição<br />

dos poluentes. A sorção indica a transferência de material da fase líquida para<br />

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6-187


as interfaces da fase sólida e vice versa. Buscando representar uma condição<br />

conservadora, este parâmetro não foi utilizado.<br />

Os softwares utilizados permitem inserir os coeficientes que caracterizam estes<br />

mecanismos refletindo uma situação mais próxima a real.<br />

Dispersão hidrodinâmica<br />

O programa MT3D considera tensores de dispersão hidrodinâmicos como<br />

proposto por Burnett & Frind (1987), permitindo avaliar os parâmetros de<br />

dispersividades transversais, dispersividade vertical e horizontal. Os valores<br />

adotados para caracterizar o mecanismo de dispersão consideraram a escala<br />

de trabalho, o grau de heterogeneidade e anisotropia do meio físico. Os dados<br />

aplicados no modelo estão de acordo com as premissas levantadas por<br />

diversos autores, sendo:<br />

• Dispersividade longitudinal (αl): 1m;<br />

• Razão entre Dispersividade longitudinal e Dispersividade horizontal: 0,1m, e<br />

• Razão entre Dispersividade longitudinal e Dispersividade vertical: 0,01m.<br />

Estes parâmetros foram alterados para avaliar a influência destes parâmetros<br />

no modelo e os valores citados permitiram a melhor calibração do modelo. O<br />

valor de difusão molecular foi adotado de valores disponíveis na bibliografia<br />

para tipos de materiais e compostos químicos semelhantes.<br />

Fontes potenciais de contaminação<br />

Quanto à dinâmica da concentração de poluentes na fonte, considerou-se fonte<br />

ativa para os metais. Foram utilizadas as concentrações máximas observadas<br />

nos poços de monitoramento, locais admitidos como representativo da fonte da<br />

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6-188


pluma, e a localização das fontes de contaminação através da avaliação do<br />

histórico da área.<br />

A avaliação dos resultados obtidos e dos mapas de isoconcentrações da água<br />

subterrânea mostra sete centros de massa que podem representar diferentes<br />

fontes para os metais, como consolidado na Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-10<br />

Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-10: Fontes Potenciais Utilizadas no Modelo<br />

Área de Localização ID do<br />

PM<br />

As Cd Pb Co Cr Ni Zn<br />

APEH8<br />

PM01 X X - X - - X<br />

PM25 X X - X - - X<br />

PM02 X - - - - - -<br />

APE11<br />

PM<strong>08</strong> - - - - - - -<br />

PM09 - X - X - X -<br />

PM10 - - - - X - -<br />

PM11 - - - - - - -<br />

APE13<br />

PM12 - X X X X - -<br />

PM13 - - - - - - -<br />

PM14 - X X X X - -<br />

Pilha PM15 - - - - - - -<br />

APE2 PM16 - - - - - - -<br />

APE4 PM17 - - - - - - -<br />

APEH6 – APE12 PM03 - X X X X - -<br />

PM04 - - - - - - X<br />

APE10<br />

PM05 - - - - - - X<br />

PM06 - - - - - - -<br />

PM07 - - - - - - -<br />

APEH1<br />

PM18 - - - - - - X<br />

PM19 X - - - - - X<br />

APEH3 PM20 - - - - - - -<br />

APEH7<br />

PM21 - - - - - - X<br />

PM23 X X - X - X -<br />

APEH5 PM22 - - - - - - -<br />

APE14 PM24 - - - - - - -<br />

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Condição inicial e período simulado.<br />

Foi considerada como tempo inicial a campanha de março de 2009 (inicio dos<br />

trabalhos de investigação ambiental). Os tempos de simulação se estenderam<br />

até 2029, com o objetivo de avaliar riscos futuros associados a essa pluma.<br />

A partir de 2009, os tempos aplicados na discretização temporal foram:<br />

− Tempo 1 (0 dias) → Tempo atual (2009);<br />

− Tempo 2 (1825 dias) → 5 anos (2014);<br />

− Tempo 3 (3650 dias) → 10 anos (2019);<br />

− Tempo 4 (5475 dias) → 15 anos (2024); e<br />

− Tempo 5 (7300 dias) → 20 anos (2029).<br />

Calibração<br />

Por não haver histórico das concentrações, ou seja, não existirem campanhas<br />

de amostragem anteriores realizadas pela Arcadis, foram considerados os<br />

dados obtidos em março de 2009. Buscando a melhor calibração para o<br />

modelo foi avaliada a influência das concentrações iniciais, dispersão<br />

hidrodinâmica e sorção durante o processo da calibração.<br />

Parâmetros de processamento<br />

Nesta modelagem foi empregado o Método Híbrido das Características (Zheng,<br />

1990) para a resolução da equação de transporte em água subterrânea, por ser<br />

ele o mais geral e aliar rapidez de processamento a qualidade de solução. Os<br />

parâmetros empregados foram os fornecidos pelo fabricante.<br />

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Análises e resultados – Modelo de transporte<br />

Os resultados indicam migração condicionada preferencialmente pelo fluxo,<br />

com sentido de evolução em direção ao Rio da Guarda, sendo que o mesmo já<br />

foi atingido em concentrações acima dos limites de intervenção adotado.<br />

A evolução de todas as plumas dos metais considerados na modelagem<br />

mostra um comportamento semelhante, com aumento da área atingida e<br />

valores de concentração mantendo-se constantes, coerente com as premissas<br />

adotadas. Os resultados indicam que a pluma persiste com concentrações<br />

acima dos limites de intervenção em todo o período simulado.<br />

A delimitação da pluma em profundidade mostra que a espessura atingida pela<br />

contaminação é restrita às partes superiores do modelo. Este comportamento<br />

era esperado, visto a distribuição da condutividade hidráulica em profundidade.<br />

Arsênio<br />

O anexo <strong>6.1</strong>-15 apresentam a delimitação da pluma de Arsênio para o tempo<br />

atual (março de 2009). Os anexos <strong>6.1</strong>-16 e <strong>6.1</strong>-17, indicam a evolução da<br />

pluma de contaminação para os tempos de 5 e 10 anos, sendo que o limite da<br />

pluma tem isoconcentração de 10 μg/l (limite adotado como padrão de<br />

intervenção).<br />

Cádmio<br />

O anexo <strong>6.1</strong>-18 apresenta a delimitação da pluma de Cádmio para o tempo<br />

atual (março de 2009) e o anexo de <strong>6.1</strong>-19, mostra a delimitação dessa pluma<br />

em profundidade. Os anexos <strong>6.1</strong>-20 e <strong>6.1</strong>-21 indicam a evolução das<br />

concentrações para os tempos de 5 e 10 anos, considerando a<br />

isoconcentração de 5 μg/l (limite adotado como padrão de intervenção).<br />

Cobalto<br />

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6-191


O anexo <strong>6.1</strong>-22 apresenta a delimitação da pluma de Cobalto para o tempo<br />

atual (março de 2009) e o anexo <strong>6.1</strong>-23 mostra a delimitação dessa pluma em<br />

profundidade. Os anexos <strong>6.1</strong>-24 e <strong>6.1</strong>-25 indicam a evolução das<br />

concentrações para os tempos de 5 e 10 anos, considerando a<br />

isoconcentração de 5 μg/l (limite adotado como padrão de intervenção).<br />

Chumbo<br />

O anexo <strong>6.1</strong>-26 apresenta a delimitação da pluma de Chumbo para o tempo<br />

atual (março de 2009) e o anexo <strong>6.1</strong>-27, mostra a delimitação dessa pluma em<br />

profundidade. Os anexos <strong>6.1</strong>-28 e <strong>6.1</strong>-29 indicam a evolução das<br />

concentrações para os tempos de 5 e 10 anos, considerando a<br />

isoconcentração de 10 μg/l (limite adotado como padrão de intervenção).<br />

Cromo<br />

O anexo <strong>6.1</strong>-30 apresenta a delimitação da pluma de Cromo para o tempo<br />

atual (março de 2009) e o anexo <strong>6.1</strong>-31 mostra a delimitação dessa pluma em<br />

profundidade. Os anexos <strong>6.1</strong>-32 e <strong>6.1</strong>-33 indicam a evolução das<br />

concentrações para os tempos de 5 e 10 anos, considerando a<br />

isoconcentração de 50 μg/l (limite adotado como padrão de intervenção).<br />

Níquel<br />

O anexo <strong>6.1</strong>-34, apresenta a delimitação da pluma de Níquel para o tempo<br />

atual (março de 2009) e o anexo <strong>6.1</strong>-35 mostra a delimitação dessa pluma em<br />

profundidade. Os anexos <strong>6.1</strong>-36 e <strong>6.1</strong>-37 indicam a evolução das<br />

concentrações para os tempos de 5 e 10 anos, considerando a<br />

isoconcentração de 20 μg/l (limite adotado como padrão de intervenção).<br />

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6-192


Zinco<br />

Os anexos <strong>6.1</strong>-38 e <strong>6.1</strong>-39 apresenta a delimitação da pluma de Zinco para o<br />

tempo atual (março de 2009) e o anexo <strong>6.1</strong>-40 mostra a delimitação dessa<br />

pluma em profundidade. Os anexos <strong>6.1</strong>-41 e <strong>6.1</strong>-42, indicam a evolução das<br />

concentrações para os tempos de 5 e 10 anos, considerando a<br />

isoconcentração de 5000 μg/l (limite adotado como padrão de intervenção).<br />

Conclusões<br />

Modelo de Fluxo<br />

A velocidade calculada variou entre 0,47 e 4,4 m/ano para a camada 1, e o<br />

valor reflete a condição na área central do modelo, referente à propriedade da<br />

USIMINAS e sem influência direta da serra e do Rio da Guarda, não podendo<br />

ser estendida para toda a área.<br />

Modelo de Transporte<br />

Os resultados da modelagem indicam migração condicionada<br />

preferencialmente pelo fluxo, com sentido de evolução em direção ao Rio da<br />

Guarda.<br />

A migração da pluma com o tempo reflete a premissa de fonte ativa, com<br />

aumento da área atingida e valores de concentração constantes nos centros de<br />

massa. Em função da dimensão atual das plumas e dos níveis das<br />

concentrações observados, a modelagem indica que as plumas persistem no<br />

final do período simulado com concentrações acima do limite de intervenção.<br />

A delimitação das plumas em profundidade mostra que a espessura atingida<br />

pela pluma é restrita às partes superiores do modelo, não atingindo sua base.<br />

Cabe ressaltar que a simulação realizada mostra uma previsão do cenário de<br />

evolução da pluma, considerando a atuação principalmente do processo<br />

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6-193


advectivo de transporte. As taxas de degradação e atenuação natural não<br />

foram consideradas no modelo e são processos que ocorrem naturalmente e<br />

têm grande influência na migração das concentrações dos compostos<br />

presentes. Outro aspecto importante a ser considerado é a condição de<br />

mudança hidrogeoquímica que ocorre pela presença de solos orgânicos, muito<br />

comum em várzeas de rios ou córregos como o existente à jusante da área<br />

estudada. A presença destes solos orgânicos proporciona uma dinâmica<br />

diferencial para a evolução das plumas identificadas, visto sua capacidade de<br />

retenção dos compostos alvo e a ação microbiológica é potencializada pelo<br />

meio.<br />

Não é possível realizar o processo de calibração com apenas uma campanha<br />

de amostragem, desta forma a continuidade do monitoramento é recomendada<br />

para avaliar a evolução das concentrações com o tempo.<br />

Avaliação de Risco à Saúde Humana<br />

Conhecimento do assunto<br />

O presente documento refere-se aos resultados de parte da etapa 3: Avaliação<br />

de Risco à Saúde Humana, realizada na área da Massa Falida de Companhia<br />

Mercantil e Industrial INGÁ.<br />

A área de interesse foi adquirida em 20<strong>08</strong> pela Usinas Siderúrgicas de Minas<br />

Gerais S.A. – USIMINAS a qual construirá na área um terminal de embarque<br />

marítimo para escoamento dos produtos da empresa e uma pêra ferroviária.<br />

Esta empresa, quando da compra desta área, assumiu o passivo ambiental da<br />

área limitada à sua propriedade.<br />

Os trabalhos efetuados na etapa 2, Investigação Detalhada, mostraram que o<br />

solo da área de interesse está impactado pelos metais antimônio, arsênio,<br />

cádmio, chumbo, cobalto, cobre, níquel e vanádio e a água subterrânea está<br />

impactada pelos metais antimônio, arsênio, bário, boro, cádmio, chumbo,<br />

cobalto, cromo, ferro, manganês, níquel, prata e zinco. Estes resultados<br />

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6-194


indicaram também que as principais fontes de impacto à qualidade da água<br />

subterrânea estão relacionados aos materiais dispostos no bota fora da área<br />

industrial, os quais serão removidos como parte do processo de<br />

Descomissionamente da Área Industrial. Quanto ao material relacionado a pilha<br />

de rejeito, os resultados indicaram que apesar de ainda apresentarem<br />

concentrações de metais acima dos limites de intervenção para solos, o<br />

mesmo não representa atualmente uma fonte importante em decorrência da<br />

ação do tempo que encarregou-se de solubilizar e estabilizar os materiais<br />

constituintes.<br />

A Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A. – USIMINAS irá construir na área<br />

um terminal de embarque de minério de ferro, ou seja, a área em questão<br />

permanecerá com uso tipicamente industrial, não representando assim uma<br />

mudança dos eventuais receptores humanos. O projeto da USIMINAS prevê a<br />

realização de uma série de obras e elementos de engenharia incluindo:<br />

alteamento do terreno, implantação de sistema de drenagem adequado bem<br />

como elementos para controle da dispersão atmosférica.<br />

Neste contexto, para efeito de avaliação dos eventuais riscos a saúde humana,<br />

considerou-se o cenário de permanência controlada dos rejeitos da pilha na<br />

área: os rejeitos da pilha serão envelopados, quase que em sua totalidade, por<br />

meio de uma camada de cobertura, a qual terá a finalidade de evitar o impacto<br />

das águas superficiais, da água subterrânea e do solo, e, além disso, impedir a<br />

dispersão atmosférica de material particulado impactado.<br />

Objetivo<br />

O objetivo da avaliação de risco à saúde humana foi verificar e quantificar<br />

possíveis riscos existentes à saúde dos trabalhadores em obras que se<br />

realizarão no local, bem como aos futuros funcionários do terminal marítimo<br />

que ocuparão a área após as intervenções de engenharia, devido ao impacto<br />

identificado no solo e na água subterrânea.<br />

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6-195


Abordagem<br />

As informações apresentadas nos capítulos anteriores deste relatório foram<br />

utilizadas para a realização da avaliação de risco, prevalecendo as citadas a<br />

seguir:<br />

Aspectos construtivos da área:<br />

Atualmente verifica-se na porção central da área uma pilha de rejeitos<br />

com aproximadamente 105.000 m 2 , formada por silicatos, sulfatos e<br />

metais, margeada por uma lagoa (dique de contenção), ambas formadas<br />

por rejeito industrial proveniente do antigo processo da Cia INGÁ. O<br />

rejeito encontra-se totalmente exposto e no entorno dessa pilha o solo<br />

também não possui cobertura.<br />

Na porção sudoeste estão as antigas instalações industriais dessa<br />

empresa, sendo que em apenas na portaria e em um prédio localizado a<br />

norte desta, alguns funcionários da USIMINAS trabalham por oito horas<br />

diárias. As demais instalações estão sucateadas, não proporcionando<br />

condições de trabalho no local. O piso dos galpões abandonados é de<br />

concreto em estado de conservação precário e nas ruas de acesso o<br />

piso é de asfalto.<br />

Para a construção do terminal, as antigas instalações serão<br />

descomissionadas e estão sendo previstas na área instalações de apoio<br />

administrativas e operacionais, as quais corresponderão ao prédio<br />

administrativo, refeitório, vestiário, portaria, segurança, ambulatório,<br />

banheiros externos, receita federal, oficina de manutenção, lavador de<br />

veículos, abastecimento, almoxarifado, salas de controle e operação,<br />

laboratório, etc. Estes prédios ocuparão um terreno de<br />

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6-196


aproximadamente 4.000 m 2 , sendo a área construída de<br />

aproximadamente 1.000 m 2 .<br />

Prevê-se a reutilização de toda a água de chuva coletada na área do<br />

terminal e a captação de água subterrânea para uso industrial.<br />

Eventuais necessidades adicionais a serem identificadas no balanço<br />

serão adquiridas da empresa concessionária do serviço;<br />

Será implantado um sistema de coleta de água pluvial inteligente o qual<br />

direcionará toda a água de chuva para bacias de decantação que<br />

deverão ter tempo de residência adequado para permitir a sedimentação<br />

do material particulado até atendimento dos limites da legislação. É<br />

prevista a implantação de uma instalação para tratamento de todos os<br />

esgotos sanitários gerados no terminal.<br />

Aspectos hidrogeológicos da área:<br />

A água subterrânea está a uma profundidade média de 1,4 metros,<br />

possuindo duas vertentes de fluxo, uma em direção a norte com direção<br />

a lagoa localizada a norte da área, e outra na direção nordeste com<br />

direção a área alagada (mangue), ambas com direção ao mar. Esta<br />

água não é utilizada para consumo.<br />

A rota referente a ingestão da água subterrânea na área da USIMINAS<br />

não é válida e não será futuramente quando o terminal estiver em<br />

operação, já que é salobra e, portanto, imprópria para consumo.<br />

Entretanto a mesma foi considerada seguindo orientações do órgão<br />

ambiental.<br />

A condutividade hidráulica media é igual a 8,5x10-5 cm/s e o gradiente<br />

hidráulico igual a 0,52%. A velocidade da água subterrânea neste<br />

aqüífero é de aproximadamente 0,85 m/ano;<br />

O tipo de solo predominante na área é silto-arenoso;<br />

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6-197


A partir dos resultados obtidos na Investigação Detalhada (etapa 2), foi<br />

possível concluir que o solo está impactado pelos metais antimônio,<br />

arsênio, cádmio, chumbo, cobalto, cobre, níquel e vanádio e a água<br />

subterrânea está impactada pelos metais antimônio, arsênio, bário, boro,<br />

cádmio, chumbo, cobalto, cromo, ferro, manganês, níquel, prata e zinco.<br />

A maior área de solo impactado se deve a presença de cádmio e as<br />

maiores plumas identificadas na água subterrânea são dos compostos<br />

cádmio, níquel e arsênio.<br />

As maiores plumas identificadas na água subterrânea possuem<br />

aproximadamente 700 metros de extensão e 2,15 metros de espessura;<br />

Atualmente o solo impactado ocupa uma área de 105.000 m 2 e possui<br />

espessura média de 15 metros (pilha de rejeitos). Entretanto, após as<br />

ações de engenharia aplicadas para a construção do terminal e da pêra<br />

ferroviária, o solo impactado será distribuído de forma controlada na<br />

área, com aproximadamente 3,5 metros de espessura e será recoberto<br />

para evitar dispersão e contato direto por qualquer receptor local. Estas<br />

condições foram adotadas no cálculo de risco aos futuros funcionários<br />

ocupantes da área.<br />

Demais considerações:<br />

A área objeto desta avaliação de risco a saúde humana compreende a<br />

propriedade da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A. – USIMINAS.<br />

Por este motivo e por estar localizada a montante da área de interesse,<br />

a comunidade existente a oeste não foi considerada neste trabalho. O<br />

rio da Guarda além de não estar nos limites da propriedade, pode sofrer<br />

influência de diversas áreas potencialmente impactantes localizadas a<br />

montante da propriedade da USIMINAS e por estes motivos também<br />

não foi considerado nesta etapa de trabalho;<br />

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6-198


Os receptores considerados nesta avaliação de risco a saúde humana<br />

foram os trabalhadores de construção civil que ocuparão a área durante<br />

as obras para construção do terminal e os futuros funcionários da<br />

USIMINAS que trabalharão no terminal.<br />

Para a operação do terminal, está previsto um efetivo próprio de<br />

aproximadamente 350 funcionários, além de um contingente da ordem<br />

de 150 funcionários associados às empresas que prestarão serviços de<br />

forma permanente no terminal.<br />

A previsão de início das operações no terminal é janeiro de 2013.<br />

Avaliação dos dados<br />

Os dados utilizados neste trabalho datam de fevereiro e março de 2009 e foram<br />

apresentados nos itens subseqüentes deste relatório. Os resultados analíticos<br />

das amostras permitiram a identificação e a quantificação das substâncias<br />

químicas detectadas nos compartimentos ambientais. As Tabelas <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-<br />

11 e <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-12 apresentam a freqüência de ocorrência, limite de<br />

quantificação, máxima concentração e localização de cada substância<br />

detectada no solo e na água subterrânea, respectivamente.<br />

O manganês e o ferro são substâncias consideradas background da área, já<br />

que foram encontradas concentrações homogêneas por todo o local estudado<br />

e segundo HYPOLITO, 2005, nos sistemas de mangue há uma contribuição de<br />

ferro e manganês. De qualquer forma, conservadoramente o cálculo de risco<br />

potencial a partir dessas substâncias foi realizado, visando proteger a saúde<br />

humana dos receptores potenciais existentes na área.<br />

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6-199


Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-11: Fontes Potenciais Utilizadas no Modelo<br />

Substância<br />

química<br />

Freq. de<br />

Detecção<br />

/Nº total<br />

de<br />

sondag.<br />

Limite de<br />

Quantif.<br />

(mg/Kg)<br />

Concent.<br />

máxima<br />

(mg/Kg)<br />

Local da<br />

Concent.<br />

máxima<br />

Valores de intervenção<br />

(mg/Kg)<br />

CETESB<br />

Padrão<br />

Holandês<br />

EPA<br />

região 9<br />

Alumínio 81/81 0,94 78.613,5 SD-86 - - 990.000<br />

Antimônio 71/81 0,50 13,0 SD-16 5 * *<br />

Arsênio 73/81 0,001 603,65 SD-57 150 * *<br />

Bário 75/81 4,10 236,6 SD-90 750 * *<br />

Boro 45/81 29,3 28.650 SD-01 - - 200.000<br />

Cádmio 72/81 0,12 565,1 SD-110 20 * *<br />

Chumbo 81/81 0,30 2.051,0 SD-101 900 * *<br />

Cobalto 81/81 0,31 331,8 SD-48 90 * *<br />

Cobre 81/81 0,30 651,5 SD-66 600 * *<br />

Cromo 81/81 0,10 107,0 SD-85 400 * *<br />

Ferro Total 81/81 0,47 17.317,7 SD-05 - - 720.000<br />

Manganês 81/81 0,13 2.352,5 SD-15 - - 23.000<br />

Mercúrio 81/81 0,001 6,92 SD-21 70 * *<br />

Molibdênio 4/81 0,63 2,8 SD-93 120 * *<br />

Níquel 81/81 0,73 236,6 SD-53 130 * *<br />

Prata 49/81 0,13 8,9 SD-07 100 * *<br />

Selênio 2/81 0,03 0,04 SD-04 e<br />

SD-09<br />

- 100 *<br />

Vanádio 49/81 1,00 467,6 SD-21<br />

(6m)<br />

- 250 *<br />

Zinco 63/81 10,14 1653,3 SD-49 2000 * *<br />

Legenda: - Valor de Intervenção não estabelecido; * Valor existente, mas possui valor prevalecente<br />

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6-200


Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-12 – Substâncias químicas detectadas na água subterrânea<br />

Substância<br />

química<br />

Freq. de<br />

Detecção<br />

/Nº de<br />

poços<br />

Limite de<br />

Quantif.<br />

(µg/L)<br />

Concent.<br />

máxima<br />

(µg/L)<br />

Local da<br />

Concent.<br />

máxima<br />

Valores de intervenção<br />

(mg/Kg)<br />

CETESB<br />

Padrão<br />

Holandês<br />

EPA<br />

região 9<br />

Arsênio 20/25 0,1 18.247 PM-19 10 - -<br />

Antimônio 2/25 0,1 8,76<br />

Bário 4/25 410 2.214<br />

Boro 25/25 500 2.212<br />

Cádmio 13/25 0,1 11.680<br />

Chumbo 14/25 0,5 1.250<br />

Cobalto 19/25 0, 1 4.061<br />

Cobre 7/25 30 540<br />

Cromo<br />

Ferro<br />

Manganês<br />

Mercúrio<br />

Níquel<br />

Prata<br />

Zinco<br />

9/25<br />

23/25<br />

25/25<br />

3/25<br />

20/25<br />

7/25<br />

25/25<br />

10 119<br />

47 1.140.370<br />

13 2.222.390<br />

0,1 0,7<br />

0,1 2245<br />

13<br />

14<br />

PM-19<br />

PM-07<br />

PM--10<br />

PM-23<br />

PM-03<br />

PM-14<br />

PM-23<br />

PM-14<br />

PM-14<br />

PM-03<br />

PM-16<br />

PM-23<br />

90 PM-10<br />

129.910 PM-18<br />

5<br />

700 - -<br />

500 - -<br />

5 - -<br />

10 - -<br />

5 - -<br />

2000 - -<br />

50 - -<br />

300<br />

400 - -<br />

1 - -<br />

20 - -<br />

50 - -<br />

5000 - -<br />

Legenda: - Valor de Intervenção não estabelecido; * Valor existente, mas possui valor prevalecente<br />

As máximas concentrações das substâncias detectadas no solo e nas águas<br />

subterrâneas, que apresentaram concentrações maiores que os padrões<br />

ambientais adotados, foram consideradas no cálculo do risco potencial à<br />

saúde humana e seguem apresentadas na tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-13.<br />

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6-201


Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-13 - Concentrações das substâncias químicas utilizadas no cálculo do risco<br />

potencial<br />

Substância química de<br />

interesse<br />

Concentração máxima<br />

identificada no solomg/Kg<br />

Concentração máxima<br />

identificada na água<br />

subterrânea- mg/L<br />

Antimônio 13,0 0,0<strong>08</strong><br />

Arsênio 603,65 18,24<br />

Bario 236,6* 2,214<br />

Boro 28.650* 2,212<br />

Cádmio 565,10 11,68<br />

Chumbo 2.051,0 1,25<br />

Cobalto 331,80 4,061<br />

Cobre 651,50 0,540*<br />

Cromo 107,0* 0,119<br />

Ferro 17.317,7* 11,4<br />

Manganês 2.352,5* 2.222,0<br />

Níquel 236,60 2,245<br />

Prata 8,9* 0,09<br />

Vanádio 467,60


Modelo conceitual de exposição<br />

O modelo conceitual de exposição representa um sistema de processos<br />

biológicos, físicos e químicos que determinam o transporte de substâncias<br />

químicas das fontes através dos meios até os receptores. Para a elaboração do<br />

modelo, as seguintes informações foram necessárias:<br />

• Identificação e caracterização das fontes;<br />

• Identificação e caracterização de receptores potenciais;<br />

• Definição dos caminhos de transportes;<br />

• Determinação dos limites da área de estudo.<br />

Identificação de fontes potenciais de impacto<br />

A Cia. Mercantil e Industrial INGÁ produzia na área de interesse lingotes de<br />

Zinco 99,9% e bolas ou bastões de cádmio. O processo era dividido<br />

basicamente em preparo da poupa de minério (setor de moagem), lixiviação,<br />

neutralização/ filtração, eletrólise de zinco, fundição de zinco, eletrólise de<br />

cádmio e fundição de cádmio.<br />

Os resíduos gerados neste processo foram lançados no mangue do Saco do<br />

Engenho até o ano de 1984, quando por determinação do Órgão Ambiental, a<br />

Cia Ingá construiu um dique para conter estes resíduos sólidos e líquidos. Este<br />

dique sofreu rupturas em suas paredes que permitiram o escoamento de<br />

rejeitos pela área. Esta pilha e o dique de contenção são considerados fontes<br />

potenciais de impacto.<br />

Para a construção do terminal marítimo e pêra ferroviária, os rejeitos serão<br />

envelopados de forma a impedir a dispersão atmosférica dos mesmos e o<br />

impacto do solo e da água subterrânea. O impacto proveniente do rejeito<br />

localizado abaixo da cota 1 metro e a água subterrânea serão controlados a<br />

partir da construção de uma barreira hidráulica.<br />

Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />

Tel (55 21) 3974 6150 . Fax (55 21) 2262 6847 . sac@haztec.com.br . www.haztec.com.br<br />

FORM-MKT-006/ 00<br />

6-203


Além da pilha de rejeito e do dique de contenção foram observadas que as<br />

APEH 2 (antigo galpão de estocagem de minérios), APEH 7 (antigo galpão<br />

industrial), APE 9 (armazenamento de resíduos- bota fora) e a APE 10 (bacia<br />

de tratamento de efluentes) também causaram o impacto identificado no solo e<br />

na água subterrânea Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4-2.<br />

Identificação dos receptores potenciais<br />

Até o final do ano de 2010 as obras para a construção do terminal marítimo e<br />

pêra ferroviária serão iniciadas e então trabalhadores em obras civis ocuparão<br />

a área de interesse. Quando da conclusão das obras, o terminal passará a<br />

operar e então funcionários serão os ocupantes do local em estudo.<br />

Os receptores citados acima foram considerados nesta avaliação de risco à<br />

saúde humana.<br />

Determinação dos mecanismos de transportes<br />

A identificação dos mecanismos de transporte consistiu na identificação das<br />

vias pelas quais os receptores previamente identificados poderiam estar<br />

expostos a substâncias químicas no ponto de exposição (local onde ocorre o<br />

contato entre o receptor e o composto químico).<br />

Os mecanismos de transporte possíveis de ocorrer com os metais identificados<br />

no solo da área da USIMINAS são a adsorção e lixiviação para a água<br />

subterrânea, enquanto que para a água subterrânea da área de interesse são a<br />

advecção, difusão e dispersão.<br />

Rotas de exposição<br />

As rotas de exposição foram elaboradas para dois cenários distintos,<br />

denominados cenário atual e cenário futuro. O cenário atual contemplou como<br />

Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />

Tel (55 21) 3974 6150 . Fax (55 21) 2262 6847 . sac@haztec.com.br . www.haztec.com.br<br />

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6-204


eceptores apenas os trabalhadores em obras, pois apenas eles ocuparão a<br />

área com a pilha de rejeitos exposta. O cenário futuro corresponde a área após<br />

a construção do terminal marítimo e pêra ferroviária, ou seja, com parte do<br />

rejeito encapsulado e consequentemente sem solo superficial impactado. Neste<br />

cenário foi considerado como receptores os futuros funcionários da USIMINAS.<br />

A identificação das rotas potenciais de exposição foi realizada considerando as<br />

características das populações selecionadas para o estudo, a natureza dos<br />

poluentes presentes na área e as características físicas do meio. Dessa forma,<br />

as seguintes rotas foram consideradas para cada cenário avaliado:<br />

Cenário atual<br />

Receptores: Trabalhadores em obras civis<br />

• Inalação de vapores em ambientes abertos e fechados provenientes do solo<br />

superficial, subsuperficial e da água subterrânea;<br />

• Ingestão e contato dermal a partir do solo superficial, subsuperficial e da água<br />

subterrânea.<br />

Cenário futuro<br />

Receptores: Futuros funcionários da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais<br />

S.A. – USIMINAS.<br />

Inalação de vapores em ambientes abertos e fechados provenientes do<br />

solo subsuperficial e da água subterrânea;<br />

Ingestão e contato dermal a partir da água subterrânea.<br />

A rota referente a ingestão da água subterrânea na área da USIMINAS não é<br />

válida atualmente e não será futuramente quando o terminal estiver em<br />

operação, já que é salobra e portanto imprópria para consumo. Entretanto a<br />

mesma foi considerada seguindo orientações do órgão ambiental.<br />

Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />

Tel (55 21) 3974 6150 . Fax (55 21) 2262 6847 . sac@haztec.com.br . www.haztec.com.br<br />

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6-205


Identificação de fontes potenciais de impacto<br />

A Cia. Mercantil e Industrial INGÁ produzia na área de interesse lingotes de<br />

Zinco 99,9% e bolas ou bastões de cádmio. O processo era dividido<br />

basicamente em preparo da poupa de minério (setor de moagem), lixiviação,<br />

neutralização/ filtração, eletrólise de zinco, fundição de zinco, eletrólise de<br />

cádmio e fundição de cádmio.<br />

Os resíduos gerados neste processo foram lançados no mangue do Saco do<br />

Engenho até o ano de 1984, quando por determinação do Órgão Ambiental, a<br />

Cia Ingá construiu um dique para conter estes resíduos sólidos e líquidos. Este<br />

dique sofreu rupturas em suas paredes que permitiram o escoamento de<br />

rejeitos pela área. Esta pilha e o dique de contenção são considerados fontes<br />

potenciais de impacto.<br />

Para a construção do terminal marítimo e pêra ferroviária, os rejeitos serão<br />

envelopados de forma a impedir a dispersão atmosférica dos mesmos e o<br />

impacto do solo e da água subterrânea. O impacto proveniente do rejeito<br />

localizado abaixo da cota 1 metro e a água subterrânea serão controlados a<br />

partir da construção de uma barreira hidráulica.<br />

Além da pilha de rejeito e do dique de contenção foram observadas que as<br />

APEH 2 (antigo galpão de estocagem de minérios), APEH 7 (antigo galpão<br />

industrial), APE 9 (armazenamento de resíduos- bota fora) e a APE 10 (bacia<br />

de tratamento de efluentes) também causaram o impacto identificado no solo e<br />

na água subterrânea Figura 50, (Figura 4.1 da Etapa 1, ARCADIS, 2009).<br />

Identificação dos receptores potenciais<br />

Até o final do ano de 2010 as obras para a construção do terminal marítimo e<br />

pêra ferroviária serão iniciadas e então trabalhadores em obras civis ocuparão<br />

a área de interesse. Quando da conclusão das obras, o terminal passará a<br />

operar e então funcionários serão os ocupantes do local em estudo.<br />

Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />

Tel (55 21) 3974 6150 . Fax (55 21) 2262 6847 . sac@haztec.com.br . www.haztec.com.br<br />

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6-206


Os receptores citados acima foram considerados nesta avaliação de risco à<br />

saúde humana.<br />

Determinação dos mecanismos de transportes<br />

A identificação dos mecanismos de transporte consistiu na identificação das<br />

vias pelas quais os receptores previamente identificados poderiam estar<br />

expostos a substâncias químicas no ponto de exposição (local onde ocorre o<br />

contato entre o receptor e o composto químico).<br />

Os mecanismos de transporte possíveis de ocorrer com os metais identificados<br />

no solo da área da USIMINAS são a adsorção e lixiviação para a água<br />

subterrânea, enquanto que para a água subterrânea da área de interesse são a<br />

advecção, difusão e dispersão.<br />

Rotas de exposição<br />

As rotas de exposição foram elaboradas para dois cenários distintos,<br />

denominados cenário atual e cenário futuro. O cenário atual contemplou como<br />

receptores apenas os trabalhadores em obras, pois apenas eles ocuparão a<br />

área com a pilha de rejeitos exposta. O cenário futuro corresponde a área após<br />

a construção do terminal marítimo e pêra ferroviária, ou seja, com parte do<br />

rejeito encapsulado e consequentemente sem solo superficial impactado. Neste<br />

cenário foi considerado como receptores os futuros funcionários da USIMINAS.<br />

A identificação das rotas potenciais de exposição foi realizada considerando as<br />

características das populações selecionadas para o estudo, a natureza dos<br />

poluentes presentes na área e as características físicas do meio. Dessa forma,<br />

as seguintes rotas foram consideradas para cada cenário avaliado:<br />

Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />

Tel (55 21) 3974 6150 . Fax (55 21) 2262 6847 . sac@haztec.com.br . www.haztec.com.br<br />

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6-207


Cenário atual<br />

Receptores: Trabalhadores em obras civis<br />

• Inalação de vapores em ambientes abertos e fechados provenientes do solo<br />

superficial, subsuperficial e da água subterrânea;<br />

• Ingestão e contato dermal a partir do solo superficial, subsuperficial e da água<br />

subterrânea.<br />

Cenário futuro<br />

Receptores: Futuros funcionários da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A.<br />

– USIMINAS<br />

• Inalação de vapores em ambientes abertos e fechados provenientes do solo<br />

subsuperficial e da água subterrânea;<br />

• Ingestão e contato dermal a partir da água subterrânea.<br />

A rota referente a ingestão da água subterrânea na área da USIMINAS não é<br />

válida atualmente e não será futuramente quando o terminal estiver em<br />

operação, já que é salobra e portanto imprópria para consumo. Entretanto a<br />

mesma foi considerada seguindo orientações do órgão ambiental.<br />

<strong>6.1</strong>.1.8.4.2 Qualidade da água subterrânea<br />

Foram analisados para a água subterrânea os parâmetros físico-químicos,<br />

temperatura, condutividade elétrica, pH (potencial hidrogeniônico), ORP<br />

(potencial de óxido-redução) e OD (oxigênio dissolvido).<br />

Os resultados de pH apresentaram duas áreas com valores mais ácidos (de 5 a<br />

4) nas porções próximas a bacia de contenção da pilha de rejeito a norte<br />

(próxima a lagoa) e a sul (próximo as bacias de água industrial e de concreto),<br />

o restante dos valores ficaram entre 5 e 7. Este pH mais ácido provavelmente<br />

Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />

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6-2<strong>08</strong>


esteja relacionado a infiltrações e/ou transbordamentos da água superficial da<br />

bacia de contenção da pilha de rejeito que possui pH menor que 5. Os<br />

resultados da condutividade elétrica (µs/cm) apresentaram os maiores valores<br />

na área a nordeste da bacia de contenção da pilha de rejeito provavelmente<br />

relacionada com a influência da maré, tendo uma maior salinidade da água<br />

subterrânea neste setor. Na área próxima a lagoa também foi detectado um<br />

valor maior que 20 000µs/cm. Os valores do potencial de óxido-redução (ORP)<br />

oscilaram entre -263,4 mV a 234,9 mV, e as concentrações de oxigênio<br />

dissolvido (OD) de 0,02 mg/l (ambiente anóxico) a 8,39 mg/l (ambiente bem<br />

oxigenado) (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4.2-1).<br />

a) b)<br />

c) d)<br />

e) f)<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4.2-1: Resultados das análises físico químicas “in situ” da água subterrânea.<br />

Fonte: Elaborado a partir de ARCADIS/USIMINAS (2009).<br />

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6-209


As figuras a seguir apresentam os resultados das análises químicas de metais<br />

para a matriz água subterrânea nos poços de monitoramento (Figura<br />

<strong>6.1</strong>.1.8.4.2-2).<br />

a) b)<br />

c) d)<br />

e) f)<br />

g) h)<br />

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6-210


i) j)<br />

k) l)<br />

m) n)<br />

o) p)<br />

Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />

Tel (55 21) 3974 6150 . Fax (55 21) 2262 6847 . sac@haztec.com.br . www.haztec.com.br<br />

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6-211


q) r)<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4.2-2: Resultados de metais na água subterrânea. Os valores de intervenção da<br />

lista orientadora CETESB estão representados pela linha vermelha pontilhada. Fonte:<br />

Elaborado a partir de ARCADIS/USIMINAS (2009).<br />

Avaliação da qualidade da água subterrânea (ARCADIS/USIMINAS, 2009):<br />

A água subterrânea encontrada na área tem como nível de base o sistema<br />

estuarino da Baía de Sepetiba. Devido a limitada zona de recarga, proximidade<br />

do mar e influência da maré, a água subterrânea local não apresenta<br />

qualidades naturais que permitam considerá-la um manancial de<br />

abastecimento (ARCADIS/USIMINAS, 2009).<br />

Os resultados de pH apresentaram-se mais ácidos (de 5 a 4) nas porções<br />

próximas à bacia de contenção da pilha de rejeito a norte (próxima a lagoa) e a<br />

sul (próximo as bacias de água industrial e de concreto), e o restante dos<br />

valores ficaram entre 5 e 7. Este pH mais ácido provavelmente esteja<br />

relacionado à infiltrações e/ou transbordamentos da água superficial da bacia<br />

de contenção da pilha de rejeito que possui pH menor que 5. Os resultados da<br />

condutividade elétrica (μs/cm) apresentaram os maiores valores na área a<br />

nordeste da bacia de contenção da pilha de rejeito provavelmente relacionada<br />

com a influência da maré, tendo uma maior salinidade da água subterrânea<br />

neste setor. Na área próxima a lagoa também foi detectado um valor maior que<br />

20 000μs/cm. Os valores do potencial de óxido-redução (ORP) oscilaram entre<br />

-263,4 mV a 234,9 mV, e as concentrações de oxigênio dissolvido (OD) de 0,02<br />

mg/l (ambiente anóxico) a 8,39 mg/l (ambiente bem oxigenado).<br />

Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />

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6-212


Amostras com concentrações acima dos limites de intervenção da lista<br />

orientadora CETESB foram encontradas para os metais arsênio, cromo, zinco,<br />

cádmio, níquel e cobalto. Numa grande da área constata-se um indicativo de<br />

impacto da água subterrânea, sendo as principais fontes decorrentes das<br />

práticas passadas na unidade fabril da antiga INGÁ, da pilha de rejeito que<br />

ocupa boa parte do terreno adquirido pela USIMINAS e bacias.<br />

Estes resultados devem ser avaliados apenas com objetivo de identificar e<br />

delimitar os impactos à água subterrânea local decorrentes de atividades<br />

passadas e do deposito de rejeitos, não podendo ser comparados e<br />

interpretados como impactos à qualidade para consumo humano, já que, como<br />

informado, ás águas subterrâneas locais tem forte influência marinha, não<br />

sendo considerada como recurso hídrico explotável.<br />

De acordo com os resultados obtidos, foi possível encontrar sete possíveis<br />

centros de massa que podem representar diferentes fontes, sendo elas:<br />

Área da APEH 7 (Galpão de preparação da solução de sulfato de<br />

zinco): nesta área foram encontrados centros de massa para arsênio, chumbo,<br />

zinco, cádmio e níquel acima dos limites de intervenção da lista orientadora<br />

CETESB. É provável que este impacto tenha sido causado durante os<br />

processos de preparação da matéria prima, e posteriormente com a matéria<br />

prima depositada na área. Estas atividades provavelmente impactaram o solo,<br />

que por sequência se torna uma fonte de impacto secundário à água<br />

subterrânea.<br />

Área da APEH 1 (Área dos antigos transformadores): nesta área<br />

foram encontrados centros de massa para zinco, chumbo, arsênio e cádmio<br />

acima dos limites de intervenção da lista orientadora CETESB. Foram<br />

encontrados durante a realização das sondagens geotécnicas uma espessura<br />

de 1,3 m de rejeito a uma profundidade de 1,5m. O rejeito enterrado<br />

provavelmente contribui como fonte primária para a água subterrânea.<br />

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6-213


Jusante da APEH 9 (Armazenamento de resíduos, antigo bota-fora):<br />

A jusante do antigo bota-fora foram detectados centros de massa para arsênio,<br />

chumbo, zinco, cádmio e níquel acima dos limites de intervenção da lista<br />

orientadora CETESB. O impacto provavelmente tenha ocorrido por<br />

escorregamento de solo impactado da área do bota-fora para esta área e<br />

posterior impacto para a água subterrânea, ou pela lixiviação do material<br />

depositado no antigo bota-fora por água da chuva e consequente percolação<br />

até o horizonte que apresenta a água subterrânea. Na área do antigo bota-fora<br />

ainda são encontrados rejeitos dispostos pelo terreno que podem continuar<br />

gerando este impacto.<br />

Área da APE 10 (Bacia de concreto): foram identificados centros de<br />

massa para chumbo e cádmio acima dos limites de intervenção da lista<br />

orientadora CETESB. O impacto provavelmente esteja ocorrendo devido à<br />

interação da água superficial desta bacia com o nível freático ou através de<br />

transbordamentos ocorridos na área. A água superficial contida neste tanque é<br />

proveniente da água da bacia de contenção da pilha de rejeito e por<br />

continuarem recebendo estas águas residuárias a tornam uma fonte ativa de<br />

impacto à água subterrânea. Neste setor foram detectadas concentrações<br />

significativas de chumbo e cádmio tanto para o sedimento de fundo quanto<br />

para a água superficial que corroboram com estas afirmações.<br />

Área da APE 10 (Armazenamento de cal e antiga estação de<br />

tratamento): nesta área foi identificado centro de massa para zinco acima dos<br />

limites de intervenção da lista orientadora CETESB. Este impacto está ligado<br />

ou aos misturadores de cal ou as antigas atividades da estação de tratamento.<br />

Área da APE 13 (A noroeste da bacia de contenção da água da pilha<br />

de rejeito): foram detectados centros de massa para cromo, chumbo, cádmio e<br />

níquel (e possivelmente para arsênio). Esta área está influenciada pelas águas<br />

superficiais da bacia de contenção da pilha de rejeito, que podem estar<br />

impactando a área através de vazamentos ou transbordamentos do dique de<br />

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6-214


contenção diretamente para o lençol freático (a água superficial da bacia possui<br />

potencial hidráulico maior que o do lençol freático).<br />

Área da APE 11 (A leste da bacia de contenção da água da pilha de<br />

rejeito): foram detectados centros de massa para arsênio, cromo, chumbo,<br />

cádmio e níquel acima dos limites de intervenção da lista orientadora CETESB.<br />

Esta fonte provavelmente está ligada às águas da bacia de contenção da pilha<br />

de rejeito, que contribuem para o impacto na água subterrânea do setor, com<br />

cenário igual ao anterior (APE 13). Nas amostras de sedimento de fundo e<br />

água superficial coletadas próximas na área da bacia de contenção da pilha de<br />

rejeito foram identificadas concentrações significativas de cádmio e chumbo<br />

que corroboram com está informação.<br />

Foram encontradas concentrações pontuais nas amostras para boro, prata e<br />

bário acima dos limites de intervenção do padrão CETESB. O boro e a prata<br />

foram encontrados em pontos próximos a bacia de contenção da pilha,<br />

enquanto o bário em um ponto na área da fábrica e um ponto próximo à bacia<br />

pulmão.<br />

As concentrações de ferro e manganês foram detectadas acima dos limites de<br />

intervenção da lista orientadora CETESB de forma homogênea na área, mas<br />

como é possível observar em diversos trabalhos como Hypolito (2005) apud<br />

ARCADIS/USIMINAS (2009), nos sistemas de mangue (ambientes coloidais)<br />

há uma contribuição natural de ferro e manganês, sendo esperados resultados<br />

significativos. Estes dois compostos não estariam assim relacionados a<br />

qualquer impacto das atividades realizadas na área, tratando-se do background<br />

local.<br />

As análises da água subterrânea referentes a SVOC, VOC, TPH, Via Clássica<br />

e PCB não detectaram concentrações superiores aos limites de intervenção da<br />

lista orientadora CETESB e/ou limites de detecção laboratoriais.<br />

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Tel (55 21) 3974 6150 . Fax (55 21) 2262 6847 . sac@haztec.com.br . www.haztec.com.br<br />

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6-215


<strong>6.1</strong>.1.8.4.3 Qualidade do sedimento<br />

Os resultados analíticos para as amostras de sedimento coletadas para metais<br />

foram comparados com o padrão de intervenção da FDEP (Florida<br />

Departament Environmental Protection) devido a proximidade com o mar.<br />

As figuras a seguir ilustram os resultados analíicos de metais coletados em<br />

amostras de sedimento de fundo dos reservatórios internos, na lagoa e rio da<br />

7Guarda (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4.3-1).<br />

RESERVATÓRIOS INTERNOS<br />

LAGOA E RIO DA GUARDA<br />

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6-216


RESERVATÓRIOS INTERNOS<br />

LAGOA E RIO DA GUARDA<br />

Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />

Tel (55 21) 3974 6150 . Fax (55 21) 2262 6847 . sac@haztec.com.br . www.haztec.com.br<br />

FORM-MKT-006/ 00<br />

6-217


RESERVATÓRIOS INTERNOS<br />

LAGOA E RIO DA GUARDA<br />

Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />

Tel (55 21) 3974 6150 . Fax (55 21) 2262 6847 . sac@haztec.com.br . www.haztec.com.br<br />

FORM-MKT-006/ 00<br />

6-218


RESERVATÓRIOS INTERNOS<br />

LAGOA E RIO DA GUARDA<br />

Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />

Tel (55 21) 3974 6150 . Fax (55 21) 2262 6847 . sac@haztec.com.br . www.haztec.com.br<br />

FORM-MKT-006/ 00<br />

6-219


RESERVATÓRIOS INTERNOS<br />

LAGOA E RIO DA GUARDA<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4.3-1: Resultados de metais em sedimentos coletados nos reservatórios<br />

internos, na lagoa e no rio da Guarda. Os valores de intervenção da FDEP estão representados<br />

pela linha vermelha pontilhada Fonte: Elaborado a partir de ARCADIS/USIMINAS (2009).<br />

Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />

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6-220


Avaliação da Qualidade dos sedimentos (ARCADIS/USIMINAS, 2009):<br />

1) Reservatórios<br />

Foram encontradas concentrações significativas para cádmio nas amostras dos<br />

quatro reservatórios, bacia de contenção da pilha (SM-05), bacia pulmão (SM-<br />

06), bacia de concreto (SM-07) e bacia de águas industriais (SM-<strong>08</strong>), além de<br />

concentrações significativas de chumbo na bacia de contenção da pilha de<br />

rejeito. As concentrações obtidas na amostra da bacia de contenção da pilha<br />

de rejeito estão relacionadas à interação com o rejeito. As bacias pulmão e de<br />

concreto recebem águas oriundas da bacia de contenção da pilha de rejeito<br />

sendo este o fator responsável por este cenário. A área da bacia de águas<br />

industriais recebia resíduo gerados pelo processo (tortas) o que provavelmente<br />

deve ter ocasionado estas concentrações.<br />

2) Lagoa<br />

Cádmio, cromo (acima do padrão FDEP) e chumbo (ausente no padrão FDEP)<br />

apresentaram-se em concentrações significativas no sedimento de fundo da<br />

lagoa. Os mesmos também foram detectados acima dos limites de intervenção<br />

do padrão CETESB na água subterrânea dos poços de monitoramento<br />

instalados neste setor e na água superficial do dique de contenção da pilha de<br />

rejeito. Este impacto deve estar relacionado aos transbordamentos ocorridos<br />

na década de 90 e atualmente pode existir uma contribuição gerada pelo fluxo<br />

da água subterrânea impactada.<br />

3) Rio da Guarda<br />

O ponto de amostragem que apresentou concentrações de cádmio acima do<br />

padrão FDEP localiza-se mais à montante do rio da Guarda (SM-03). Os<br />

pontos à jusante da área (SM-02 e SM-01) não apresentaram concentrações<br />

acima do padrão FDEP. Estas concentrações provavelmente foram obtidas em<br />

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6-221


decorrência dos antigos transbordamentos ocorridos durante a década de 90.<br />

Cabe salientar que o Padrão FDEP apresenta valores orientadores apenas<br />

para cádmio e cromo, portanto cabe salientar a presença de zinco em<br />

concentrações de até 110 mg/kg. Concentrações de ferro e manganês também<br />

foram detectadas em concentrações elevadas, porém pode-se caracterizá-los<br />

como provenientes de fonte do ambiente natural (mangue).<br />

<strong>6.1</strong>.1.8.4.4 Qualidade do solo (pilha de rejeito)<br />

As figuras abaixo apresentam os resultados das análises químicas de metais<br />

em solo da área da pilha de rejeitos, os quais foram comparados com os limites<br />

de intervenção da lista orientadora CETESB e da Lista Holandesa (Figura<br />

<strong>6.1</strong>.1.8.4.4-1).<br />

a) b)<br />

c) d)<br />

Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />

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-e) f)<br />

g) h)<br />

i) j)<br />

k) l)<br />

m) n)<br />

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o) p)<br />

q) r)<br />

s)<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4.4-1: Resultados de metais em solo da área da pilha de rejeitos. Os valores de<br />

intervenção da CETESB e/ou Lista Holandesa estão representados pela linha vermelha<br />

pontilhada. Fonte: Elaborado a partir de ARCADIS/USIMINAS (2009).<br />

Avaliação da Qualidade do solo (pilha de rejeito) (ARCADIS/USIMINAS,<br />

2009):<br />

Foi observado impacto por cádmio em grande parte da área da pilha de rejeito<br />

tanto na parte superficial da pilha (profundidade de 0,5m) quanto nas amostras<br />

coletadas próximo à franja capilar em concentrações acima dos limites de<br />

intervenção da lista orientadora CETESB. Foram detectados impactos pontuais<br />

por chumbo, arsênio e vanádio em concentrações acima dos limites de<br />

intervenção desta lista.<br />

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6-224


O impacto observado está relacionado, tanto em relação às concentrações<br />

como na localização detectada da matéria prima utilizada no processo<br />

industrial de separação do zinco (no início das atividades da INGÁ) e cádmio<br />

(na fase final das atividades da INGÁ), que geravam um rejeito que possuía<br />

concentrações de cádmio (início das atividades), chumbo, arsênio, vanádio e<br />

outros metais.<br />

As coletas realizadas a profundidades de 4, 8 e 10 metros também<br />

apresentaram concentrações de cádmio acima dos limites de intervenção<br />

estabelecidos, demonstrando um caráter vertical do impacto deste que pode<br />

ser considerado o principal metal impactante da área.<br />

Cabe salientar que nestas profundidades não foram detectadas concentrações<br />

dos metais detectados superficialmente, o que indica a provável lixiviação e/ou<br />

solubilização dos mesmos nestas profundidades, decorrentes do tempo em que<br />

ficaram depositados na área, ou devido a matéria prima utilizada ou mesmo o<br />

processo industrial que eram utilizados na época da deposição (quanto mais<br />

próximo à base da pilha, mais antiga a deposição do rejeito).<br />

De acordo com a situação atual da área, o rejeito continua como uma fonte<br />

ativa, impactando diretamente o nível saturado por lixiviação e/ou solubilização,<br />

além do impacto à água superficial da bacia de contenção da pilha de rejeito.<br />

Os resultados das análises de VOC, SVOC e TPH na pilha de rejeito não<br />

indicaram concentrações acima dos limites de detecção laboratoriais para<br />

todas as amostras de solo coletadas.<br />

<strong>6.1</strong>.1.8.4.5 Qualidade do solo (área da fábrica e limites)<br />

As figuras abaixo apresentam os resultados das análises químicas de metais<br />

em solo da área da fábrica e entorno (Quadro <strong>6.1</strong>.1.8.4.5-1), os quais foram<br />

comparados com os limites de intervenção da lista orientadora CETESB<br />

(Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4.5-1).<br />

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6-225


Quadro <strong>6.1</strong>.1.8.4.5-1: Área e localização das estações de coleta de solo e suas respectivas<br />

profunfidades.<br />

Áreas Localização Estações de coleta e profundidade<br />

APEH 2<br />

Galpão de estocagem SD-48 (0,5m), SD-49 (0,3m), SD-50 (0,5m) e SDde<br />

minério<br />

52 (0,5m)<br />

APEH 7<br />

Galpão industrialtratamento<br />

de zinco/ SD-53 (0,3m), SD-54 (0,5m) e SD-57 (0,3m)<br />

cádmio<br />

APE 10<br />

Bacia de tratamento de<br />

efluentes<br />

SD-60 (0,5m) e SD-62 (0,5m)<br />

APEH 8<br />

Bacia de acúmulo de<br />

resíduos (R15)<br />

SD-65 (0,5m) e SD-66 (0,5m)<br />

APEH 3<br />

Tanque de BPF e casa<br />

de máquinas<br />

SD-72 (0,3m) e SD-73 (0,5m)<br />

APEH 5<br />

Eletrólise de cádmio,<br />

oficina e fundição de SD-76 (0,5m) e SD-80 (0,3m)<br />

zinco<br />

APEH 6 Eletrólise de zinco SD-81 (0,5m), SD-83 (0,5m) e SD-85 (0,5m)<br />

APE 11 Área do mangue<br />

SD-86 (0,5m), SD-87 (0,5m), SD-88 (0,5m), SD-89<br />

(0,5m), SD-90 (0,5m), SD-91 (0,5m), SD-92 (0,5m)<br />

e SD-93 (0,5m)<br />

APEH 9<br />

Armazenamento de SD-95 (0,5m), SD-98 (0,5m), SD-99 (0,5m), SDresíduos<br />

(bota-for a) 101 (0,5m), SD-102 (0,5m) e SD-103 (0,5m)<br />

Próximo a<br />

Pilha de Área da pilha<br />

SD-107 (0,5m) e SD-110 (0,5m)<br />

Rejeito<br />

APE XIII Lagoa<br />

SD-132 (0,5m), SD-133 (0,5m), SD-134 (0,5m) e<br />

SD-135 (0,5m)<br />

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a) b)<br />

c) d)<br />

e) f)<br />

g) h)<br />

i) j)<br />

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k) l)<br />

m) n)<br />

o) p)<br />

q) r)<br />

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s)<br />

Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4.5-1: Resultados de metais em solo coletados na área da fábrica e limites. Os<br />

valores de intervenção da CETESB estão representados pela linha vermelha pontilhada. Fonte:<br />

Elaborado a partir de ARCADIS/USIMINAS (2009).<br />

Avaliação da qualidade do solo (área da fábrica e limites)<br />

(ARCADIS/USIMINAS, 2009):<br />

Com base nos resultados foi definido que a área da fábrica apresenta impactos<br />

no solo acima dos limites de intervenção da lista orientadora da CETESB para<br />

cádmio, cobalto, níquel e cobre, sendo definidas as seguintes áreas<br />

impactadas:<br />

Área da APEH 2 - antigamente utilizada para a estocagem de matéria<br />

prima, apresentou nas amostras de solo, concentrações acima dos limites de<br />

intervenção da lista orientadora CETESB para cádmio, chumbo, cobalto e<br />

níquel. O impacto está relacionado a própria disposição de matéria prima que<br />

possuía elevadas concentrações destes metais e possivelmente ocorreu<br />

lixiviação e/ou solubilização deste material com posterior infiltração para o solo<br />

abaixo do piso, ocorrendo de forma pontual na área.<br />

Área da APEH 7 - onde antigamente era realizado o processo industrial,<br />

e a matéria prima era estocada em tanques de madeira. Nesta área<br />

apresentaram-se nas amostras de solo, concentrações acima dos limites de<br />

intervenção da lista orientadora CETESB para arsênio, cádmio e níquel. O<br />

impacto está relacionado às práticas do processo industrial ou<br />

acondicionamento da matéria prima. Cabe salientar que o piso, quando<br />

presente, apresenta-se com rachaduras, sendo assim, esta área é<br />

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6-229


caracterizada como fonte direta de exposição do material impactante (matérias<br />

primas) com o solo, principalmente ao redor dos tanques de madeira.<br />

Área da APEH 8 - antiga bacia que servia para a acumulação de rejeito,<br />

apresentou nas amostras de solo, concentrações acima dos limites de<br />

intervenção da lista orientadora CETESB para cádmio, chumbo e cobre. O<br />

material depositado (torta), provavelmente foi lixiviado e infiltrou pelo piso. São<br />

encontrados resíduos desta “torta” (rejeito) na área, podendo definir que a área<br />

continua com uma fonte ativa de impacto ao solo e à água subterrânea.<br />

Área da APEH 9 - área do antigo bota-fora, apresentou nas amostras de<br />

solo, concentrações acima dos limites de intervenção da lista orientadora<br />

CETESB para cádmio e chumbo. Nesta área foram depositados os resíduos<br />

dos processos produtivos. O local não apresenta pavimentação, atribuindo-se<br />

um impacto direto por contato com o solo, sendo que parte deste material ainda<br />

encontra-se distibuído na área. O perfil de solo é muito pouco significativo com<br />

espessuras menores que 1 metro, estando diretamente acima da alteração de<br />

rocha metamórfica. Nesta área não é apresentado um lençol freático<br />

sedimentar que possa estar sendo impactado pelo solo, porém representa uma<br />

fonte de impacto para porções topograficamente mais baixas, por ação de<br />

diversos fatores, como a alta pluviosidade regional e a lixiviação do solo.<br />

Área da antiga estação de magnésio - apresentou nas amostras de<br />

solo, concentrações acima dos limites de intervenção da lista orientadora<br />

CETESB para cádmio. Esta área localiza-se próxima a pilha de rejeito. O<br />

material depositado no local durante as atividades da estação provavelmente<br />

tenham infiltrado no solo, porém uma outra possibilidade da natureza do<br />

impacto seja a proximidade com a pilha de rejeitos (a área está em uma porção<br />

mais baixa topograficamente da pilha).<br />

As quatro áreas (APEH 2, 7, 8 e 9) possuem nível de água subterrânea<br />

praticamente superficial com média menor que 1,5 m tornando-se o solo<br />

superficial uma potencial fonte secundária de impacto para a água subterrânea.<br />

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A área in situ do bota-fora não apresenta nível de água superficial, porém<br />

devido ao relevo e a chuva provavelmente esteja impactando o solo do entorno<br />

e secundariamente a água subterrânea.<br />

<strong>6.1</strong>.1.8.5 Hidrogeologia<br />

A água subterrânea está a uma profundidade média de 1,4 metros, possuindo<br />

o fluxo duas vertentes, uma em direção a norte com direção a lagoa localizada<br />

a norte da área, e outra na direção nordeste com direção a área alagada<br />

(mangue), ambas com direção ao mar.<br />

A rota referente a ingestão da água subterrânea na área da Usiminas não é<br />

válida e não será futuramente quando o terminal estiver em operação, já que é<br />

salobra e, portanto, imprópria para consumo.<br />

A condutividade hidráulica media é igual a 8,5x10-5 cm/s e o gradiente<br />

hidráulico igual a 0,52%. A velocidade da água subterrânea neste aqüífero é de<br />

aproximadamente 0,85 m/ano.<br />

O tipo de solo predominante na área é silto-arenoso. A maior área de solo<br />

impactado se deve a presença de cádmio e as maiores plumas identificadas na<br />

água subterrânea são dos compostos cádmio, níquel e arsênio ( figuras das<br />

plumas ).<br />

As maiores plumas identificadas na água subterrânea possuem<br />

aproximadamente 700 metros de extensão e 2,15 metros de espessura.<br />

Atualmente o solo impactado ocupa uma área de 105.000 m2 e possui<br />

espessura média de 15 metros (pilha de rejeitos), entretanto após as ações de<br />

engenharia aplicadas para a construção do terminal e da pêra ferroviaria, o<br />

solo impactado será distribuído de forma controlada na área, terá<br />

aproximadamente 3,5 metros de espessura e será recoberto para evitar<br />

dispersão e contato direto por qualquer receptor local.<br />

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6-231


<strong>6.1</strong>.1.9 Caracterízação Geologico-Geotecnica<br />

A Bacia Sedimentar de Sepetiba ocupa aproximadamente 4% da área do<br />

Estado do Rio de Janeiro, estando delimitada pela linha cumeada dos morros<br />

da Serra do Mar, onde nascem os rios que deságuam na Baía de Sepetiba,<br />

formadores da Bacia Hidrográfica do Rio Guandu.<br />

Esta bacia ocupa uma área aproximada de 2.000 km 2 , sendo que 90% de sua<br />

área total correspondem a uma planície aluvionar.<br />

A geologia local é formada por depósitos quaternários inconsolidados, de<br />

ambiente aluvionar (fluvial, flúvio-marinho e flúvio-lacustre) sobrepostos ao<br />

arcabouço Pré-Cambriano.<br />

Os sedimentos são representados por duas unidades:<br />

A inferior apresenta fácies arenosa pleistocênica, constituída por areias<br />

de granulometria média a muito grossa com cascalho, geralmente basal,<br />

constituído principalmente de quartzo e feldspato.<br />

A unidade superior, denominada aluvionar de cobertura, é formada por<br />

fácies síltico-argilosa holocênica.<br />

A área destinada à futura instalação da retroárea do Porto Ilha da Madeira<br />

encontra-se sobreposta aos depósitos flúvio-lagunares recentes.<br />

Esta área sofreu um processo intenso de sedimentação superficial argilosiltosa,<br />

intercaladas com lentes de areia, sucessivamente, comprovando a<br />

sucessão de transgressões e regressões que se constata em vários pontos do<br />

litoral brasileiro.<br />

Com o incremento das ações antrópicas em decorrência da antiga atividade<br />

industrial no local do empreendimento, tornou-se indispensável o uso de<br />

sondagem a percussão e rotativa para a precisa interpretação do perfil<br />

geológico, profundidade do embasamento rochoso e características físicas do<br />

solo, realizadas pela empresa TENGEL TECNICA DE ENGENHARIA LTDA.<br />

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6-232


Nas sondagens realizadas, simultaneamente à coleta de amostras, foram<br />

medidas as resistências de penetração do amostrador, cravado através de um<br />

peso de 65 kg em queda livre de 75 cm de altura anotando-se, o número de<br />

golpes necessários para cravação dos 45 cm do amostrador em 3 estágios de<br />

15 cm cada.<br />

O número de golpes necessários à cravação dos 30 cm finais ( 2° e 3° estágios<br />

de 15 cm ) fornece a indicação da capacidade ou da consistência dos solos.<br />

Por meio da análise dos perfis de sondagens e da topografia fornecida, verificase<br />

na região a presença de uma camada de argila siltosa orgânica, cinza<br />

escura, com espessuras que atingem 7,5m e consistência variando entre muito<br />

mole a mole. Subjacente à camada de argila orgânica, observa-se um horizonte<br />

composto por uma argila silto-arenosa de coloração cinza claro e amarela com<br />

espessuras que atingem aproximadamente 12,0m, com consistência média a<br />

rija.<br />

A camada seguinte é formada por um solo residual caracterizado como um silte<br />

argiloarenoso, com presença de mica e coloração amarela. Este horizonte<br />

apresenta espessuras que chegam a 24,0m e consistência rija a dura. Abaixo<br />

desta, observa-se a presença de rocha alterada (saprolito) ou sã, dependendo<br />

da proximidade com as encostas e morros.<br />

Em alguns locais verifica-se a ocorrência de camadas intercaladas de areia<br />

siltosa amarela, situada entre camadas de solo residual e de argila siltoarenosa,<br />

com espessuras médias de 3,0m e compacidade que varia de pouco<br />

compacta a compacta, dependendo da profundidade.<br />

Próximo a área do mangue é aflorante a camada formada por argila-orgânica<br />

preta, com espessura de até 2m, localizada entre as cotas de 2,5m a 0m.<br />

Abaixo destas três camadas é verificada a presença de solo residual e de rocha<br />

não alterada (gnaisse) (Figura <strong>6.1</strong>.1.9-1).<br />

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6-233


Figura <strong>6.1</strong>.1.9-1: Perfil com as características geológicas e a pilha de rejeito atual (Modificado<br />

de ARCADIS HIDRO AMBIENTAL, 2009).<br />

O solo residual é composto predominantemente de uma areia média a grossa<br />

de coloração amarelada, apresenta-se próxima a cota -5m. A rocha pouco<br />

alterada é aflorante a leste da área é trata-se de gnaisse (rocha metamórfica), o<br />

levantamento geofísico detectou a rocha entre cotas de -16m a -32m em<br />

relação ao nível do mar.<br />

De acordo com os ensaios laboratoriais, a argila orgânica de fundação<br />

apresenta valores de Limite de Liquidez (LL) e Plasticidade (LP) de 75% e 36%<br />

respectivamente, com teor de umidade natural da ordem de 104%.<br />

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6-234


<strong>6.1</strong>.1.9.1 Avaliação da Geotécnica na área de interesse da Usinas<br />

Siderúrgicas de Minas Gerais S.A. – USIMINAS<br />

Dados de origem<br />

Os resultados apresentados neste subitem são exclusivamente oriundos dos<br />

documentos intitulados:<br />

“Diagnóstico Ambiental - Estudos Ambientais e de Engenharia para o<br />

Encerramento e Reabilitação da Antiga Unidade Industrial da INGÁ”, maio de<br />

2009, elaborado pela empresa ARCADIS Hidro Ambiente S.A.,<br />

Estudo de Remediação Ambiental da Cia Mercantil e Industrial Ingá -Itaguaí,<br />

Rio de Janeiro – Brasil, 2005, elaborado pela PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE<br />

CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO - PUC-Rio.<br />

Relatório das sondagens geotécnicas realizadas na Antiga Unidade Industrial<br />

da Ingá – Itaguaí, RJ, 2009, elaborado pela TENGEL TÉCNICA DE<br />

ENGENHARIA LTDA.<br />

Relatório Geotécnico Conceitual. Remediação do rejeito Ingá, 2009, elaborado<br />

pela MORETTI ENGENHARIA CONSULTIVA.<br />

Os referidos estudos incluíram a realização de uma série de atividades de<br />

campo para aquisição de dados, etapas de tratamento dos dados e estudos de<br />

engenharia relativos aos planos de descomissionamento e reabilitação<br />

ambiental de 968.000,00 m 2 da Massa Falida de Companhia Mercantil e<br />

Industrial INGÁ. Estes dados serviram de base para os estudos para o conceito<br />

de engenharia para encerramento e remediação da área para o uso proposto:<br />

pátio de estocagem e embarque de minério de ferro.<br />

Importantes recomendações são feitas nos estudos citados, com relação as<br />

características geotécnicas, hidrogeológicas, água subterrânea, avaliação e<br />

seleção das alternativas aplicáveis para o uso futuro da área – Terminal<br />

Portuário para embarque de minérios.<br />

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Dados geotécnicos<br />

Conforme a caracterização geológico-geotécnica a área do empreendimento é<br />

formada por depósitos quaternários inconsolidados, de ambiente aluvionar<br />

(fluvial, flúvio-marinho e flúvio-lacustre) sobrepostos ao arcabouço Pré-<br />

Cambriano, com os sedimentos representados por duas unidades:<br />

A inferior apresenta fácies arenosa pleistocênica, constituída por areias de<br />

granulometria média a muito grossa com cascalho, geralmente basal,<br />

constituído principalmente de quartzo e feldspato.<br />

A unidade superior, denominada aluvionar de cobertura, é formada por fácies<br />

síltico-argilosa holocênica.<br />

A predominância é um depósito de argila siltosa orgânica, de consistência muito<br />

mole a mole sendo este um material de alta compressibilidade, alta<br />

deformabilidade, baixas resistência e permeabilidade.<br />

O nível d‟água, observado por meio das sondagens, situa-se em profundidade<br />

aproximada de 1,5m abaixo da superfície do terreno (nas regiões não<br />

alagadas), entre a cota 1,0 a 5,0m, decrescendo no sentido sudoeste –<br />

nordeste.<br />

É possível notar que nas regiões situadas abaixo da pilha de rejeitos a<br />

espessura da camada de solo mole é menor. Acredita-se que este fato está<br />

relacionado com a expulsão do material mole decorrente da carga aplicada pela<br />

pilha ou devido ao adensamento desta camada.<br />

A camada de aterro com a presença de rejeito foi definido pelos resultados<br />

físicos do solo com granulometria silto-arenosa (areia fina a média) com porção<br />

argilosa, com uma porosidade de 57% e um grau de saturação de 89%. Atribuise<br />

a esta camada como sendo uma matriz silto-arenosa a qual foi incorporada o<br />

rejeito de mineração.<br />

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6-236


Solução proposta para melhoria do solo de fundação do pátio de Minério<br />

Problemas relacionados à presença de solos moles como elemento de suporte<br />

de obras civis são comumente enfrentados na engenharia geotécnica, e a<br />

empresa Moretti Engenharia Construtiva sugere a utilização de colunas<br />

preenchidas com material granular, chamadas colunas de brita, que consiste no<br />

preenchimento e compactação de aberturas cilíndricas no solo natural com<br />

material granular de melhores características mecânicas, quando se pretende<br />

aumentar a estabilidade global do sistema, reduzir e acelerar assentamentos<br />

em obras de aterro sobre solos moles.<br />

As colunas de brita podem ser utilizadas na melhoria de camadas de material<br />

mole, localizadas subjacentes a barragens e aterros de uma forma geral. Estas<br />

colunas têm a finalidade de reduzir os recalques, acelerar o processo de<br />

consolidação e aumentar a estabilidade e capacidade de carga do solo tratado.<br />

Em suma, as técnicas de melhoramento de solos por meio da utilização de<br />

colunas granulares constituem-se em sistemas auto-reguladores que<br />

apresentam como principal vantagem a redução significativa dos recalques pósconstrução.<br />

Tambem favorece o processo de drenagem das pressões das<br />

águas intersticiais, provocando redistribuição das cargas e aumento na<br />

velocidade dos recalques.<br />

Com este aumento da tensão de confinamento, o solo natural tende a expulsar<br />

o excesso de água que é drenada através do corpo poroso da própria coluna.<br />

Como resultado, a compressibilidade do terreno natural é reduzida enquanto<br />

sua capacidade de suporte é elevada. Com a evolução do processo, a<br />

concentração de tensões sobre as colunas vai se minimizando até que ocorra o<br />

equilíbrio do sistema.<br />

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6-237


Avaliação e seleção das alternativas aplicáveis à construção do Terminal<br />

O relatório “Diagnóstico Ambiental - Estudos Ambientais e de Engenharia para<br />

o Encerramento e Reabilitação da Antiga Unidade Industrial da INGÁ”,<br />

elaborado pela empresa ARCADIS Hidro Ambiente S.A, faz a avaliação e<br />

seleção das alternativas aplicáveis ao caso considerando as seguintes<br />

condicionantes e premissas:<br />

• Uso futuro da área: terminal portuário para embarque de minério;<br />

• A instalação do terminal envolverá uma série de obras de engenharia,<br />

incluindo o alteamento da cota do terreno, bem como projeto de<br />

fundação considerando os efeitos de recalque e drenagem;<br />

• A água subterrânea do local é naturalmente salobra, em decorrência da<br />

proximidade do mar, e consequentemente não pode ser considerado<br />

como manancial de abastecimento;<br />

Através de uma matriz de decisão a ARCADIS Hidro Ambiente observa que a<br />

alternativa mais adequada para a situação existente seja a alternativa de<br />

confinamento geotécnico (envelopamento), por se tratar de técnica viável e<br />

exeqüível mostrando ser a opção com menores impactos globais associados e<br />

tempo de execução compatível a implementação do terminal.<br />

Os trabalhos realizados mostraram que o conceito de envelopamento do rejeito<br />

associado ao controle da água subterrânea é solução adequada a problemática<br />

da área. Entretanto, a implantação desta solução deverá considerar alguns<br />

elementos e necessidades básicas do projeto de engenharia de transformar<br />

aquela área em um pátio de minério e terminal ferroviário e portuário.<br />

Segundo as informações deste estudo, a solução de confinamento geotécnico<br />

vai de encontro às necessidades firmadas no Protocolo de Compromisso entre<br />

os Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, compromissos esses assumidos<br />

pela USIMINAS no arremate da área da INGÁ. Este documento estabelece que<br />

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6-238


as ações relacionadas ao passivo ambiental estão limitadas a ÁREA da<br />

propriedade da Ingá e indica o envelopamento como alternativa viável e<br />

previamente considerada pelas autoridades.<br />

Técnica de envelopamento<br />

O confinamento geotécnico (envelopamento) de rejeitos consiste em uma obra<br />

de engenharia utilizada no controle da migração de contaminantes para o meio<br />

ambiente, mediante a contenção dos rejeitos, com a finalidade de evitar a<br />

contaminação das águas superficiais, das águas subterrâneas e do solo.<br />

O projeto de envelopamento de rejeitos deve ter como objetivo impedir o<br />

contato direto da massa de rejeitos com o terreno natural, bem como, sua<br />

exposição prolongada ao meio ambiente, evitando contato com o meio externo,<br />

e com a utilização futura da propriedade como Terminal da USIMINAS.<br />

O encerramento da atual pilha de rejeitos abrange o envelopamento do rejeito<br />

através da aplicação de uma cobertura composta por uma manta polivinílica ou<br />

outro material impermeável e solo argiloso.<br />

A execução desta camada de cobertura requer a construção de dique<br />

estruturado ao redor da área de disposição, divisão da área em células de<br />

armazenamento, espalhamento e a regularização dos rejeitos nas células e<br />

cobertura da área. Esta solução deve incluir elementos de fundação e<br />

geotecnia (compactação do material de base e rejeito disposto) com<br />

capacidade suficiente para suportar as cargas associadas ao projeto de<br />

engenharia.<br />

Conforme a caracterização geológico-geotécnica da região em estudo<br />

apresentada verifica-se a existência de um depósito de argila siltosa orgânica,<br />

de consistência muito mole a mole; sendo este um material de alta<br />

compressibilidade, alta deformabilidade, baixas resistência e permeabilidade.<br />

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6-239


Dessa forma, trata-se de um material que poderá ocasionar problemas quanto<br />

a recalques e estabilidade das estruturas assentadas.<br />

Recalques<br />

O problema dos recalques, decorrentes do adensamento do solo mole, se deve<br />

principalmente a alta porosidade e baixa permeabilidade da camada de argila<br />

mole.<br />

Na medida em que ocorre a dissipação da água, concomitantemente também<br />

haverá a redução dos vazios do solo, resultando dessa forma em uma<br />

deformação vertical denominada recalque.<br />

Para o caso da obra do terminal , o adensamento da camada de solo mole será<br />

em função do carregamento gerado pelo envelopamento e pelas pilhas de<br />

rejeito; podendo chegar à ordem de alguns metros. Esta deformação poderá<br />

ocasionar problemas de incompatibilidade de deslocamentos com as estruturas<br />

sobrepostas, como por exemplo, os trilhos das esteiras de lançamento.<br />

Estabilidade<br />

O problema de estabilidade está ligado à capacidade de suporte do solo de<br />

fundação. A camada de argila orgânica mole, presente na área em estudo,<br />

possui baixa resistência ao cisalhamento.<br />

Com a etapa de construção do envelopamento do material contaminado,<br />

somado ao esforço vertical, decorrente da pressão exercida pelas pilhas de<br />

minério de ferro com cerca de 20,0m de altura, estima-se que a carga total seja<br />

superior a 50tf/m², valor este muito maior do que a capacidade de suporte do<br />

solo mole.<br />

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6-240


Parâmetros adotados para os estudos de recalque e estabilidade<br />

A empresa Moretti Engenharia Consultiva, realizou estudos de recalque e<br />

estabilidade, adotando os seguintes parâmetros:<br />

1. Camada mole<br />

• Peso específico natural: γnat= 14,0kN/m3;<br />

• Peso específico saturado: γsat= 15,0kN/m3;<br />

• Resistência não drenada: CU=8,0kPa;<br />

• Razão de sobreadensamento: RSA=1,0<br />

• Coeficiente de adensamento primário: Cv=3x10-4cm2/s;<br />

• Coeficiente de compressibilidade/(1+eo): Cc/(1+e0)=0,20 a 0,41<br />

2. Dique de contenção<br />

• Peso específico natural: γnat= 18,0kN/m3;<br />

• Envoltória de resistência: τ = 10 + σn.tg30º<br />

3. Camada de argila compactada<br />

• Peso específico natural: γnat= 18,0kN/m3;<br />

• Envoltória de resistência: τ = 20 + σn.tg15º<br />

4. Camada de brita<br />

• Peso específico natural: γnat= 19,0kN/m3;<br />

• Envoltória de resistência: τ =σn.tg38º<br />

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6-241


5. Rejeito compactado<br />

• Peso específico natural: γnat= 18,0kN/m3;<br />

• Envoltória de resistência: τ=10 + σn.tg18º<br />

6. Material inerte<br />

• Peso específico natural: γnat= 18,0kN/m3;<br />

7. Pilha de minério de ferro<br />

• Peso específico natural: γnat= 25,0kN/m3;<br />

Conclusões do estudo das alternativas<br />

Uma recomendação é a conferência dos mesmos parâmetros após as obras de<br />

implantação do Terminal Portuário para a avaliação do comportamento dos<br />

efeitos de recalque e estabilidade da área.<br />

A alternativa de confinamento geotécnico (envelopamento), foi proposta pela<br />

ARCADIS Hidro Ambiental por se tratar de técnica viável e exeqüível que<br />

mostrou ser a opção com menores impactos globais associados e tempo de<br />

execução compatível a implementação do terminal. Esta solução deve incluir<br />

elementos de fundação e geotecnia (compactação do material de base e rejeito<br />

disposto) com capacidade suficiente para suportar as cargas associadas ao<br />

projeto de engenharia.<br />

Segundo as informações deste estudo, a solução de confinamento geotécnico<br />

vai de encontro às necessidades firmadas no Protocolo de Compromisso entre<br />

os Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, compromissos esses assumidos<br />

pela USIMINAS no arremate da área da INGÁ. Este documento estabelece que<br />

as ações relacionadas ao passivo ambiental estão limitadas a ÁREA da<br />

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6-242


propriedade da Ingá e indica o envelopamento como alternativa viável e<br />

previamente considerada pelas autoridades.<br />

<strong>6.1</strong>.2 Caracterização das Emissões Atmosféricas e da Qualidade do Ar<br />

<strong>6.1</strong>.2.1 Qualidade do Ar<br />

Na avaliação do impacto das emissões de poluentes do ar provenientes do<br />

projeto do Terminal Portuário USIMINAS - Itaguaí às concentrações estimadas<br />

de poluentes na atmosfera, resultantes do impacto das emissões do Terminal<br />

serão adicionados os níveis de concentração atuais (2009) monitorados ou<br />

estimados na área de influência do Terminal (concentrações de background). O<br />

impacto total é então comparado com os padrões de qualidade do ar para cada<br />

poluente para determinar se as emissões do projeto causaram uma violação<br />

dos padrões de qualidade do ar. Isto requer, portanto uma caracterização e<br />

avaliação da qualidade do ar atual na região onde será implantado o projeto.<br />

Nas concentrações atmosféricas atuais estão incluídas as concentrações<br />

referentes à contribuição das indústrias da região, do tráfego e de fontes<br />

naturais - Background Natural. O Background Natural refere-se à concentração<br />

de poluentes na atmosfera que é inerente à existência de vida animal ou<br />

vegetal no ambiente.<br />

A qualidade do ar é função das emissões de poluentes e muda com as<br />

condições meteorológicas. O diagnóstico da qualidade do ar é obtido através<br />

da comparação dos resultados das concentrações de poluentes atmosféricos<br />

medidas ou estimadas com os padrões de qualidade do ar. Tais padrões<br />

constituem os limites estabelecidos através de estudos científicos dos efeitos<br />

produzidos pelos poluentes.<br />

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6-243


<strong>6.1</strong>.2.1.1 Poluentes Atmosféricos<br />

Conforme a Resolução CONAMA 003 de 28/06/1990, considera-se poluente<br />

atmosférico “qualquer forma de matéria ou energia com intensidade e em<br />

quantidade, concentração, tempo ou características, em desacordo com os<br />

níveis estabelecidos, e que tornem ou possam tornar o ar impróprio; nocivo ou<br />

ofensivo à saúde; inconveniente ao bem-estar público; danoso aos materiais, à<br />

fauna e à flora ou prejudicial à segurança; ao uso e gozo da propriedade; e às<br />

atividades normais da comunidade”.<br />

Com relação a sua origem, os poluentes podem ser classificados como:<br />

Primários - são aqueles emitidos diretamente pelas fontes de emissão (Ex.<br />

dióxido de enxofre - SO2 e monóxido de carbono - CO); e Secundários - são<br />

aqueles formados na atmosfera como produtos de alguma reação entre<br />

poluentes ou um constituinte natural, podendo a reação ser fotoquímica ou não<br />

(Ex. ozônio - O3).<br />

As emissões de poluentes do ar provenientes do Terminal Portuário USIMINAS<br />

- Itaguaí consistem de partículas as quais resultam das operações de manuseio<br />

de minério, incluindo operações de embarque e desembarque, estocagem em<br />

pilhas e transferências em correias transportadoras.<br />

Partículas podem variar em tamanho de alguns nanômetros a 100 microns<br />

(μm) e podem ser geradas através da ação da turbulência do vento; por ação<br />

mecânica em material fino; e através do lançamento na atmosfera de gases<br />

contendo partículas.<br />

A poeira pode ser medida usando vários métodos, sendo o mais comum o<br />

realizado através das concentrações de Partículas Totais em Suspensão (PTS)<br />

o qual nominalmente mede partículas de até 50μm (Partículas de material<br />

sólido ou líquido que ficam suspensos no ar, na forma de poeira, neblina,<br />

aerossol, fumaça, fuligem, etc.); e de PM10 ou PM 2,5 (partículas de tamanhos<br />

menores que 10μm ou 2,5μm, respectivamente). Partículas depositadas<br />

medem a massa de qualquer poeira caindo de uma suspensão no ar, expressa<br />

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6-244


em massa por área por um determinado tempo e é menos comumente usada<br />

para determinação das concentrações de poeira.<br />

O presente diagnóstico da qualidade do ar na região do Projeto enfocará a<br />

análise dos níveis atuais de concentração na atmosfera de partículas totais em<br />

suspensão e partículas inaláveis (PM10).<br />

A poeira pode causar os seguintes impactos adversos:<br />

Impactos na Saúde<br />

Quanto menor o tamanho da partícula maior o efeito na saúde. Causam efeitos<br />

significativos em pessoas com doença pulmonar, asma e bronquite. Poeiras<br />

mais finas podem causar o aumento de atendimentos hospitalares e mortes<br />

prematuras.<br />

Os riscos à saúde humana dependem da composição química, concentração,<br />

tempo de exposição e, especialmente, tamanho da partícula. O transporte e<br />

deposição de uma partícula através das vias respiratórias são determinados<br />

pelo comportamento das partículas em escoamento de gases.<br />

Impactos na Vegetação<br />

Quando uma alta deposição de poeira se mantém por um determinado período,<br />

ela pode formar uma barreira física sobre a vegetação restringindo os<br />

processos naturais como a fotossíntese. Algumas espécies de plantas são<br />

mais sensíveis que outras.<br />

Impactos na Comunidade (incômodos)<br />

Além dos impactos potenciais a poeira pode também afetar o conforto e bem<br />

estar da comunidade. Os incômodos podem incluir:<br />

Prejuízos às atividades ao ar livre da comunidade;<br />

Sujar roupas em varal;<br />

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Deposição de poeira em prédios e veículos, requerendo lavagens<br />

freqüentes; e<br />

Formação de manchas em superfícies.<br />

Os incômodos são frequentemente considerados menos importantes que os<br />

impactos na saúde. Entretanto, os efeitos dos incômodos podem ser<br />

significativos em termos econômico e de bem estar social da comunidade. O<br />

stress associado com incômodos constantes pode também resultar em<br />

impactos secundários sobre a saúde.<br />

<strong>6.1</strong>.2.1.2 Padrões de Qualidade do Ar<br />

São padrões de qualidade do ar as concentrações de poluentes atmosféricos<br />

que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde, a segurança e o bem-estar da<br />

população, bem como ocasionar danos à flora e à fauna, aos materiais e ao<br />

meio ambiente em geral.<br />

Os parâmetros regulamentados são os seguintes: partículas totais em<br />

suspensão, fumaça, partículas inaláveis, dióxido de enxofre, monóxido de<br />

carbono, ozônio e dióxido de nitrogênio. Em 1990, a Resolução CONAMA<br />

003/90 aprovou padrões de qualidade do ar, distinguindo padrões primários e<br />

padrões secundários.<br />

São padrões primários de qualidade do ar as concentrações de poluentes que,<br />

ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população. Podem ser entendidos<br />

como níveis máximos toleráveis de concentração de poluentes atmosféricos,<br />

constituindo-se em metas de curto e médio prazo.<br />

São padrões secundários de qualidade do ar as concentrações de poluentes<br />

atmosféricos abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem<br />

estar da população, assim como o mínimo dano à fauna e à flora, aos materiais<br />

e ao meio ambiente em geral (ainda não regulamentados). Podem ser<br />

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6-246


entendidos como níveis desejados de concentração de poluentes, constituindose<br />

em meta de longo prazo.<br />

O estabelecimento de padrões secundários visa criar uma base para uma<br />

política de prevenção da degradação da qualidade do ar. Tais padrões devem<br />

ser aplicados em áreas de preservação, como, por exemplo: os parques<br />

nacionais, as áreas de proteção ambiental, as estâncias turísticas, etc. Não se<br />

aplicam, pelo menos em curto prazo, a áreas de desenvolvimento, onde devem<br />

ser aplicados os padrões primários. Como prevê a própria Resolução CONAMA<br />

003/90, a aplicação diferenciada de padrões primários e secundários requer<br />

que o território nacional seja dividido em Classes I, II e III, conforme o uso<br />

pretendido. O que ainda não foi feito. A mesma resolução prevê ainda que se<br />

considerem os padrões primários, enquanto as áreas não forem classificadas.<br />

Os padrões de qualidade do ar estabelecidos para poeira a nível nacional são<br />

mostrados na Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.2-1<br />

Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.2-1: Padrões Nacionais de Qualidade do Ar – Res. CONAMA 003/90<br />

Poluente<br />

Tempo de<br />

Amostragem<br />

Padrão<br />

Primário<br />

(µg/m³)<br />

Padrão<br />

Secundário<br />

(µg/m³)<br />

Partículas Totais em<br />

24 horas (1)<br />

240<br />

150<br />

Suspensão<br />

MGA (2)<br />

80<br />

60<br />

Partículas Inaláveis<br />

24 horas (1)<br />

MAA (3)<br />

150<br />

50<br />

150<br />

50<br />

Fumaça<br />

24 horas (1)<br />

MAA (3)<br />

150<br />

60<br />

100<br />

40<br />

Nota:<br />

(1) Não deve ser excedido mais que uma vez ao ano<br />

(2) Média geométrica anual<br />

(3) Média aritmética anual<br />

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6-247


A Resolução CONAMA 003/90 estabelece ainda os Níveis de Qualidade do Ar<br />

para elaboração do Plano de Emergência para Episódios Críticos de Poluição<br />

do Ar, visando providências dos governos de Estado e dos Municípios, assim<br />

como de entidades privadas e comunidade geral, com o objetivo de prevenir<br />

grave e iminente risco à saúde da população. Episódio Crítico de Poluição do<br />

Ar é considerado a presença de altas concentrações de poluentes na<br />

atmosfera, em curto período de tempo, resultante da ocorrência de condições<br />

meteorológicas desfavoráveis à dispersão dos mesmos. A Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.2-2<br />

mostra os Critérios para Episódios Agudos de Poluição do Ar.<br />

Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.2-2 Critérios para episódios agudos de poluição do ar – Resolução CONAMA<br />

03/90<br />

Parâmetro<br />

Níveis<br />

Poluente Período Unidade Atenção Alerta Emergência<br />

PTS 24 horas ( g m -3 ) 375 625 875<br />

PI 24 horas ( g m -3 ) 250 420 500<br />

A Comissão Estadual de Controle Ambiental – CECA, também fixa padrões de<br />

qualidade do ar para partículas, a serem atendidos no Estado do Rio de<br />

Janeiro (Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.2-3).<br />

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6-248


Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.2-3: Padrões Estaduais de Qualidade do Ar para Material Particulado – CECA<br />

NT- 603<br />

Poluente<br />

Tempo de<br />

Amostragem<br />

Padrão Primário<br />

Partículas Totais em Suspensão<br />

Partículas Sedimentáveis<br />

24 horas (1)<br />

MGA (2)<br />

30 dias<br />

240 µg/m³<br />

80 µg/m³<br />

1 mg/m 2 (áreas industriais)<br />

0,5 mg/m 2 (outras áreas)<br />

(1) Não deve ser excedido mais que uma vez ao ano<br />

(2) Média geométrica anual<br />

Para divulgação dos dados obtidos pela rede de amostragem da qualidade do<br />

ar à população, o Instituto Estadual do Ambiente (INEA) utiliza o índice de<br />

qualidade do ar, baseado no índice que foi concebido pelo “PSI – Pollutant<br />

Standard Index”, cujo desenvolvimento se baseou numa experiência<br />

acumulada de vários anos nos Estados Unidos e Canadá.<br />

Para efeito de divulgação, é utilizado o índice mais elevado dos poluentes<br />

medidos em cada estação. Portanto, a qualidade do ar em uma estação é<br />

determinada diariamente pelo pior caso entre os poluentes que forem<br />

monitorados.<br />

A relação entre índice, qualidade do ar e efeitos à saúde apresentada na<br />

Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.2-4, tem como base a Projeto de Divulgação realizado pela<br />

CETESB, SP, que abre a possibilidade de adesão de outros estados brasileiros<br />

que, ao adotarem forma semelhante de divulgação, simplificariam e<br />

uniformizariam a informação relativa à qualidade do ar.<br />

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6-249


Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.2-4: Faixas de Concentrações Limitantes - Índice de Qualidade do Ar – Material<br />

Particulado<br />

Qualidade Índice MP<br />

(μg/m³)<br />

Significado<br />

Boa 0 -50 0 -50 Praticamente não há riscos à saúde.<br />

Regular 51-100 >50-150 Pessoas de grupos sensíveis (crianças, idosos e<br />

pessoas com doenças respiratórias e cardíacas),<br />

podem apresentar sintomas como tosse seca e<br />

cansaço. A população, em geral, não é afetada.<br />

Inadequada 101-199 >150 e Toda a população pode apresentar sintomas como<br />

< 250 tosse seca, cansaço, ardor nos olhos, nariz e<br />

garganta. Pessoas de grupos sensíveis (crianças,<br />

idosos e pessoas com doenças respiratórias e<br />

cardíacas), podem apresentar efeitos mais sérios na<br />

saúde.<br />

Toda a população pode apresentar agravamento dos<br />

sintomas coo tosse seca, cansaço, ardor nos olhos,<br />

Má 200-299<br />

≥250 e<br />


<strong>6.1</strong>.2.1.3 Qualidade do Ar na Área de Influência do Terminal Portuário<br />

USIMINAS – Itaguaí<br />

A área de influência do projeto do Terminal Portuário USIMINAS - Itaguaí para<br />

fins de avaliação dos impactos na qualidade do ar compreende uma área<br />

quadrada de 400 km2 (20km x 20km), onde existem núcleos populacionais,<br />

distantes, a partir de 2.500 metros e até cerca de 8.000 metros, em direções<br />

diferentes.<br />

Para a caracterização da qualidade do ar na área de influência serão utilizados<br />

principalmente dados de monitoramento de partículas totais em suspensão e<br />

partículas inaláveis realizados pelo INEA na Estação Pesagro-Itaguaí<br />

(Seropédica) e de partículas inaláveis feitos pela GAIA em Itaguaí, nas<br />

Estações Vila Califórnia, Brisa Mar, Sítio Terezinha e Vila Aparecida.<br />

Para fins de avaliação e gestão da qualidade do ar na Região Metropolitana do<br />

Rio de Janeiro (RMRJ), o INEA levando em consideração as influências da<br />

topografia e meteorologia, divide a RMRJ em quatro Sub-Regiões,<br />

denominadas “Bacias Aéreas”. Dentro dessa divisão, a implantação pretendida<br />

do Projeto enquadra-se na Bacia Aérea I (Figura <strong>6.1</strong>.2.1.3-1) que ocupa uma<br />

área de 730 km 2 e compreende os distritos de Itaguaí e Coroa Grande, ambos<br />

no Município de Itaguaí, parte dos Municípios de Seropédica, Queimados,<br />

Japeri e Nova Iguaçu, além das Regiões Administrativas de Santa Cruz e<br />

Campo Grande no Município do Rio de Janeiro.<br />

Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />

Tel (55 21) 3974 6150 . Fax (55 21) 2262 6847 . sac@haztec.com.br . www.haztec.com.br<br />

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6-251


Figura <strong>6.1</strong>.2.1.3-1: Bacias Aéreas na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Fonte: INEA -<br />

Relatório Anual de Qualidade do Ar - 20<strong>08</strong><br />

A partir do monitoramento e dos estudos especiais, é possível efetuar uma<br />

análise comparativa com os padrões de qualidade do ar. As concentrações são<br />

comparadas tanto com os padrões para longos períodos de exposição,<br />

normalmente médias anuais, quanto com o padrão de curto tempo de<br />

exposição (24 horas). Os padrões toleram o primeiro valor acima do padrão<br />

de curto prazo.<br />

As concentrações do Background 2009 para partículas na área de Influência do<br />

Projeto (Sub-Região I da RMRJ), para o presente estudo de impacto são<br />

mostradas na Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.3-1. Os padrões de qualidade do ar para PTS e<br />

PI, não foram ultrapassados. As maiores concentrações de partículas inaláveis<br />

ocorrem na estação Brisa Mar e Vila Aparecida.<br />

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6-252


Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.3-1: Partículas - Concentrações de Background 2009 – Área de Influência do<br />

Projeto (Sub-Região I da RMRJ)<br />

Estações Concentrações de Background 2009 g/m 3<br />

PTS<br />

PI<br />

N.º<br />

NOME<br />

MGA<br />

2º Máx.<br />

MAA<br />

2º Máx.<br />

24h<br />

24h<br />

01 Sítio Terezinha 35,40 (1) 72,60 (1) 31,74 (3) 68,86 (3)<br />

02 Vila Aparecida 35,40 (1) 72,60 (1) 35,58 (3) 110,41 (3)<br />

03<br />

Brisa Mar<br />

35,40 (1) 72,60 (1) 39,47 (3) 96,39 (3)<br />

04 Vila California 35,40 (1) 72,60 (1) 29,10 (3) 62,48 (3)<br />

05 Pesagro 40,00 (2) 90,00 (2) (4) 28,00 (2) 50,00 (2) (4)<br />

Padrão Nacional - g/m 3 80 240 50 150<br />

Nota:<br />

MGA = média geométrica anual<br />

MAA = média aritmética anual<br />

(1) Dados do estudo da implantação do Polo Petroquímico de Itaguaí – 1990<br />

(2) Dados referentes a 20<strong>08</strong> - Relatório Anual de Qualidade do Ar - 20<strong>08</strong> do INEA<br />

(3) Dados da Gaia (2009)<br />

(4) Representa 1º máximo.<br />

A seguir é feita uma avaliação das concentrações de Material Partículado –<br />

Evolução e Atendimento aos Padrões de Qualidade do Ar.<br />

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6-253


A - Partículas Totais em Suspensão (PTS)<br />

A avaliação dos níveis de partículas totais em suspensão na Bacia Aérea I é<br />

feita pelo INEA na Estação Pesagro-Itaguaí (Seropédica) e na Estação<br />

localizada na Agência do Banerj, no Centro de Itaguaí.<br />

Partículas Totais em Suspensão na Estação Pesagro-Itaguaí (INEA)<br />

Historicamente, na Bacia Aérea I, o INEA monitora a qualidade do ar em uma<br />

estação de monitoramento, localizada na Pesagro (coordenadas UTM:<br />

0635038; 7482691), em Itaguaí. Nesta Estação, o parâmetro PTS é monitorado<br />

desde 1989. As concentrações médias (geométricas) anuais de PTS na<br />

Estação Pesagro (Seropédica) no período 1989-20<strong>08</strong> são apresentadas na<br />

Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.3-2<br />

Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.3-2: Partículas Totais em Suspensão - Estação Pesagro-Itaguaí, INEA – média<br />

anual<br />

Ano<br />

Concentração - Média Geométrica Anual<br />

( g/m 3 )<br />

1989 26<br />

1990 32<br />

1991 35<br />

1992 32<br />

1993 33<br />

1994 42<br />

1995 41<br />

1996 44<br />

1997 55<br />

1998 44<br />

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6-254


1999 43<br />

2000 43<br />

2001 43<br />

2002 47<br />

2003 44<br />

2004 40<br />

2005 36<br />

2006 40<br />

20<strong>08</strong> 40<br />

Fonte: INEA - Relatório Anual de Qualidade do Ar – 2006 e 20<strong>08</strong><br />

Considerando-se que o padrão de qualidade do ar estabelecido pela Resolução<br />

CONAMA Nº. 03 de 28.06.90 para concentração média anual é de 80 g/m3<br />

verifica-se que os níveis medidos encontram-se muito abaixo do limite fixado<br />

como Padrão Primário. Se for considerado o Padrão Secundário, para proteção<br />

de flora e fauna de 60 g/m3, também as concentrações registradas<br />

encontram-se abaixo.<br />

De acordo com a Figura <strong>6.1</strong>.2.1.3-2 as concentrações de PTS monitorados na<br />

Estação Pesagro-Itaguaí apresentam uma tendência de aumento no período de<br />

1989 a 20<strong>08</strong>, porém com tendência a um decréscimo a partir de 1997.<br />

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6-255


Concentração (ug/m3)<br />

Concentração de Partículas Totais em Suspensão - Estação Pesagro-Média<br />

Anual - Tendência<br />

60<br />

Padrão = 80 ug/m3<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

1989<br />

1990<br />

1991<br />

1992<br />

1993<br />

1994<br />

1995<br />

1996<br />

1997<br />

1998<br />

1999<br />

2000<br />

2001<br />

2002<br />

2003<br />

2004<br />

2005<br />

2006<br />

20<strong>08</strong><br />

Figura <strong>6.1</strong>.2.1.3-2: Partículas Totais em Suspensão- Estação Pesagro (média anual). Fonte:<br />

INEA - Relatório Anual de Qualidade do Ar – 2006 e 20<strong>08</strong><br />

A Figura <strong>6.1</strong>.2.1.3-3 mostra a evolução da média anual de PTS na RMRJ<br />

(Relatório Anual de Qualidade do Ar – 20<strong>08</strong> - INEA) indicando que a Estação<br />

Pesagro-Itaguaí (Seropédica) apresenta os menores índices. Esse mesmo<br />

relatório indica que os padrões de 24h para partículas em suspensão não<br />

foram violados em 20<strong>08</strong> na estação Pesagro.<br />

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6-256


Figura <strong>6.1</strong>.2.1.3-3: Evolução da média anual de PTS em áreas da RMRJ. Fonte: INEA - Relatório<br />

Anual de Qualidade do Ar - 20<strong>08</strong><br />

De acordo com o Relatório FEEMA-GTZ (1995), a Estação Pesagro-Itaguaí<br />

(Seropédica), juntamente com a Estação Sumaré (no Rio de Janeiro), é<br />

apresentada como estação de background, onde a média das concentrações<br />

observadas situa-se em torno de 50% do valor da concentração média<br />

geométrica do Padrão Primário (80 g/m3). Neste relatório, os valores<br />

apresentados para a Estação Pesagro-Itaguaí foram: média geométrica = 43<br />

g/m 3 , média aritmética = 45 g/m 3 , mínimo = 21 g/m 3 e máximo = 95 g/m 3 .<br />

De acordo com o Relatório “os valores obtidos nas estações escolhidas como<br />

background orientam a avaliação da região estudada, ou seja, valores acima<br />

destes, quando encontrados em um local, mostram o grau de influência de<br />

atividades poluidoras”.<br />

Partículas Totais em Suspensão na Área do Pólo Petroquímico – Estação<br />

Banerj<br />

No ano de 1990 foram realizadas medições de partículas totais em suspensão,<br />

no período de 5 de março a 1 de setembro, com o objetivo de caracterizar a<br />

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6-257


qualidade do ar na área de influência do Pólo Petroquímico de Itaguaí. Para tal,<br />

foi instalado um amostrador Hi-Vol na Agência do Banerj, no Centro de Itaguaí.<br />

Os resultados indicaram para as concentrações de partículas totais em<br />

suspensão, no período, uma média geométrica de 68 g/m3 e uma<br />

concentração máxima diária de 113 g/m3, valores abaixo dos níveis<br />

estabelecidos pela Resolução CONAMA 03/90 como admissíveis para o<br />

parâmetro: 80 e 240 g/m 3 , respectivamente.<br />

Na área de implantação do Pólo, vizinha à área do presente Projeto, também<br />

foram realizadas medições de partículas totais em suspensão, indicando média<br />

geométrica de 35,4 g/m 3 e máxima diária de 72,6 g/m 3 , valores inferiores aos<br />

obtidos na área urbana de Itaguaí.<br />

Esses resultados confirmam algumas evidências: a área urbana de Itaguaí<br />

apresentou valores mais altos do que a área de implantação do Pólo<br />

Petroquímico e as concentrações observadas durante esse período de<br />

monitoramento claramente sofreram a influência do inverno (mais desfavorável<br />

à dispersão dos poluentes), período em que ocorreram quase todas as<br />

amostragens.<br />

O material particulado em suspensão coletado no monitoramento realizado<br />

quando dos estudos de implantação do Pólo Petroquímico também foi<br />

analisado, qualitativamente, quanto aos metais pesados que compusessem a<br />

poeira em suspensão naquela área. A análise do material revelou<br />

concentrações bastante reduzidas de metais, cerca de 7%, indicando que,<br />

naquela ocasião, a contribuição das indústrias instaladas nas proximidades da<br />

área urbana de Itaguaí era pouco significativa.<br />

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6-258


B - Partículas Inaláveis (PI)<br />

A avaliação dos níveis de concentração de partículas inaláveis na Bacia Aérea<br />

I é feita na Estação Pesagro-Itaguaí do INEA e nas Estações Vila Califórnia,<br />

Brisamar, Sítio Terezinha e Vila Aparecida em Itaguaí, operadas pela GAIA.<br />

Partículas Inaláveis na Estação Pesagro-Itaguaí (INEA)<br />

A partir de 1998 o INEA passou a realizar também, o monitoramento de<br />

partículas inaláveis na Bacia Aérea I, cuja estação de amostragem encontra-se<br />

localizada no mesmo local onde são monitorados os níveis de partículas totais<br />

em suspensão. Os resultados obtidos das concentrações médias anuais são<br />

mostrados na Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.3-3.<br />

Nota-se que os valores registrados não ultrapassam o padrão primário anual de<br />

50 g/m 3 , estabelecido pela Resolução CONAMA 03/90.<br />

Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.3-3: Concentração Média Anual de Partículas Inaláveis (Estação Pesagro) –<br />

1998 a 20<strong>08</strong><br />

Ano Concentração de Partículas Inaláveis ( g/m 3 )<br />

1998 37<br />

1999 31<br />

2000 34<br />

2001 34<br />

2002 44<br />

2003 37<br />

2006 34<br />

20<strong>08</strong> 28<br />

Fonte: INEA - Relatório Anual de Qualidade do Ar – 2006 e 20<strong>08</strong><br />

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6-259


O INEA, no seu Relatório Anual de Qualidade do Ar – 20<strong>08</strong> faz uma análise da<br />

evolução das médias anuais de PI em algumas áreas da RMRJ (Figura<br />

<strong>6.1</strong>.2.1.3-4). De acordo com a Figura <strong>6.1</strong>.2.1.3-5 as concentrações de PI,<br />

medidas na Estação Pesagro-Itaguaí (Seropédica) no período de 1998 a 2007<br />

apresentam-se abaixo do padrão de 50 g/m3, sendo uma das mais baixas da<br />

RMRJ, juntamente com as medidas na Estação Sumaré. Esse mesmo relatório<br />

indica que os padrões de 24h para partículas em suspensão não foram<br />

violados em 20<strong>08</strong> na estação Pesagro.<br />

Figura <strong>6.1</strong>.2.1.3-4:<br />

Evolução da média anual de Partículas Inaláveis em áreas da RMRJ.<br />

Fonte: INEA - Relatório Anual de Qualidade do Ar - 20<strong>08</strong><br />

Partículas Inaláveis nas Estações da GAIA<br />

A empresa GAIA opera na região do Terminal Portuário USIMINAS - Itaguaí<br />

uma rede de monitoramento dos níveis de concentração de partículas<br />

inaláveis, desde agosto de 2000.<br />

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6-260


Além de quatro estações de amostragem de Partículas Inaláveis, também são<br />

medidos os parâmetros meteorológicos no Porto de Sepetiba. A localização<br />

das estações é mostrada na Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.3-4 e Figura <strong>6.1</strong>.2.1.3-5.<br />

Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.3-4: Localização das Estações de Monitoramento de Partículas Inaláveis da<br />

GAIA<br />

Estação de<br />

Monitoramento<br />

Localização<br />

(UTM)<br />

Distância do<br />

Terminal (m)<br />

Início de Operação<br />

Vila Califórnia<br />

Brisamar<br />

Sítio Terezinha<br />

Vila Aparecida<br />

0626471<br />

747<strong>08</strong>63<br />

0621406<br />

7469268<br />

0622740<br />

747<strong>08</strong>05<br />

0626055<br />

7469866<br />

4.814 NE Agosto 2000<br />

3.140 NW Agosto 2000<br />

4.701 NE Julho 2003<br />

5.717 NE Julho 2003<br />

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6-261


Figura <strong>6.1</strong>.2.1.3-5:<br />

Mapa de Localização das Estações de Monitoramento de Partículas<br />

Inaláveis da GAIA. As coletas são efetuadas uma vez a cada 6 dias.<br />

A Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.3-5 apresenta as concentrações de partículas inaláveis nas<br />

estações da Haztec-Gaia em Itaguaí (período de 2000 a 2009) e analisa a<br />

situação com relação ao atendimento aos padrões de qualidade do ar.<br />

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6-262


Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.3-5: Partículas Inaláveis – Itaguaí – Período de 2000 – 2009 (Rede GAIA)<br />

Ano 2000*<br />

Variáveis<br />

N.º Média Aritm. Máximas 24 h (µg/m 3 )<br />

Nº. de<br />

ultrapassagens<br />

µg/m 3 1ª 2ª PQAR AT<br />

Estações<br />

Vila Califórnia 23 40,24 82,80 69,30 0 0<br />

Brisamar 23 38,59 83,90 70,10 0 0<br />

Padrões 50 150 250<br />

Ano 2001<br />

Variáveis<br />

N.º Média Aritm. Máximas 24 h (µg/m 3 )<br />

Nº. de<br />

ultrapassagens<br />

µg/m 3 1ª 2ª PQAR AT<br />

Estações<br />

Vila Califórnia 61 42,68 98,57 98,<strong>08</strong> 0 0<br />

Brisamar 61 49,60 151,25 130,06 0 0<br />

Padrões 50 150 250<br />

Ano 2002<br />

Variáveis<br />

N.º Média Aritm. Máximas 24 h (µg/m 3 )<br />

Nº. de<br />

ultrapassagens<br />

µg/m 3 1ª 2ª PQAR AT<br />

Estações<br />

Vila Califórnia 61 43,94 98,55 91,65 0 0<br />

Brisamar 61 46,69 107,79 90,86 0 0<br />

Padrões 50 150 250<br />

Ano 2003<br />

Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />

Tel (55 21) 3974 6150 . Fax (55 21) 2262 6847 . sac@haztec.com.br . www.haztec.com.br<br />

FORM-MKT-006/ 00<br />

6-263


Variáveis<br />

N.º Média Aritm. Máximas 24 h (µg/m 3 ) Média Aritm.<br />

µg/m 3 1ª 2ª PQAR AT<br />

Estações<br />

Vila Califórnia 61 43,31 102,68 101,16 0 0<br />

Brisamar 61 50,73 113,94 110.62 0 0<br />

Padrões 50 150 250<br />

* Dados a partir do mês de Agosto<br />

AT_Atenção<br />

Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />

Tel (55 21) 3974 6150 . Fax (55 21) 2262 6847 . sac@haztec.com.br . www.haztec.com.br<br />

FORM-MKT-006/ 00<br />

6-264


Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.3-6:Partículas Inaláveis - Itaguaí– Período de 2000 –2009 (Rede GAIA) -<br />

continuação<br />

Ano 2004<br />

Variáveis<br />

N.º Média Aritm. Máximas 24 h (µg/m 3 ) Média Aritm.<br />

µg/m 3 1ª 2ª PQAR AT<br />

Estações<br />

Vila Califórnia 61 31,11 72,43 65,71 0 0<br />

Brisamar 61 41,70 1<strong>08</strong>,37 105,56 0 0<br />

Sítio Terezinha 61 38,89 114,69 98,49 0 0<br />

Vila Aparecida 61 30,05 81,97 78.12 0 0<br />

Padrões 50 150 250<br />

Ano 2005<br />

Variáveis<br />

N.º Média Aritm. Máximas 24 h (µg/m 3 )<br />

Nº. de<br />

ultrapassagens<br />

µg/m 3 1ª 2ª PQAR AT<br />

Vila Califórnia 44 26,73 86,54 60,61 0 0<br />

Brisamar 44 41,36 1<strong>08</strong>,17 101,52 0 0<br />

Estações<br />

Sítio Terezinha 44 38,83 90,67 88,74 0 0<br />

Vila Aparecida 44 24,15 92,57 74.42 0 0<br />

Padrões 50 150 250<br />

Ano 2006<br />

Variáveis<br />

N.º Média Aritm. Máximas 24 h (µg/m 3 )<br />

Nº. de<br />

ultrapassagens<br />

µg/m 3 1ª 2ª PQAR AT<br />

Estações<br />

Vila Califórnia 61 33,73 98,02 79,46 0 0<br />

Brisamar 61 52,77 116,93 104,92 0 0<br />

Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />

Tel (55 21) 3974 6150 . Fax (55 21) 2262 6847 . sac@haztec.com.br . www.haztec.com.br<br />

FORM-MKT-006/ 00<br />

6-265


Sítio Terezinha 61 50,79 117,39 117,11 0 0<br />

Vila Aparecida 61 27,97 65,45 53,13 0 0<br />

Padrões 50 150 250<br />

AT_Atenção<br />

Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />

Tel (55 21) 3974 6150 . Fax (55 21) 2262 6847 . sac@haztec.com.br . www.haztec.com.br<br />

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6-266


Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.3-7: Partículas Inaláveis – Itaguaí – Período de 2000 – 2009 (Rede GAIA) –<br />

continuação<br />

Ano 2007<br />

Variáveis<br />

N.º Média Aritm. Máximas 24 h (µg/m 3 )<br />

Nº. de<br />

ultrapassagens<br />

µg/m 3 1ª 2ª PQAR AT<br />

Vila Califórnia 61 33,39 84,47 72,55 0 0<br />

Estações<br />

Brisamar 61 54,52 137,94 133,<strong>08</strong> 0 0<br />

Sítio Terezinha 61 49,39 128,88 105,57 0 0<br />

Vila Aparecida 61 36,19 83,51 80.99 0 0<br />

Padrões 50 150 250<br />

Ano 20<strong>08</strong><br />

Variáveis<br />

N.º Média Aritm. Máximas 24 h (µg/m 3 )<br />

Nº. de<br />

ultrapassagens<br />

µg/m 3 1ª 2ª PQAR AT<br />

Vila Califórnia 50 26,32 57,24 50,34 0 0<br />

Estações<br />

Brisamar 53 32,12 91,09 89,93 0 0<br />

Sítio Terezinha 53 31,35 76,41 70,47 0 0<br />

Vila Aparecida 52 28,69 77,41 55.1 0 0<br />

Padrões 50 150 250<br />

Ano 2009<br />

Variáveis<br />

N.º Média Aritm. Máximas 24 h (µg/m 3 )<br />

Nº. de<br />

ultrapassagens<br />

µg/m 3 1ª 2ª PQAR AT<br />

Estações Vila Califórnia 51 29,10 122,29 62,48 0 0<br />

Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />

Tel (55 21) 3974 6150 . Fax (55 21) 2262 6847 . sac@haztec.com.br . www.haztec.com.br<br />

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6-267


Brisamar 58 39,47 220,47 96,39 0 0<br />

Sítio Terezinha 59 31,74 75,26 68,86 0 0<br />

Vila Aparecida 59 35,58 121,47 110,41 0 0<br />

Padrões 50 150 250<br />

AT_Atenção<br />

No período de 2000 - 2009, em nenhuma das quatro estações foi ultrapassado<br />

o padrão de qualidade do ar para partículas inaláveis, estabelecido pelo<br />

CONAMA para exposição de curto prazo – 2o máximo de 24 horas de 150<br />

g/m3 (Figura <strong>6.1</strong>.2.1.3-6). Com relação à exposição de longo prazo,<br />

ocorreram pequenas violações do padrão anual de 50 g/m3 nas estações<br />

Brisa Mar e Sítio Terezinha em 2006 e 2007 (Figura <strong>6.1</strong>.2.1.3-7).<br />

As concentrações mais altas no bairro de Brisa Mar, são influenciadas pelo<br />

tráfego e ressuspensão de poeira. Mais de 70% das ruas estão sem<br />

calçamento, existindo muitas obras em todo o bairro. A área é próxima da BR<br />

101 e da malha ferroviária que corta todo o bairro, as quais também contribuem<br />

com parcela significativa de material particulado. Além disso, a estação Brisa<br />

Mar sofre a influência do piso onde a estação está localizada (ver Figura<br />

<strong>6.1</strong>.2.1.3-8).<br />

Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />

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6-268


Concentração - ug/m3<br />

Concentração - ug/m3<br />

Concentração de Partículas Inaláveis - média anual<br />

60,00<br />

50,00<br />

Padrão = 50 ug/m3<br />

40,00<br />

30,00<br />

20,00<br />

10,00<br />

0,00<br />

Vila Califórnia Brisamar Sítio Terezinha Vila Aparecida<br />

2004 31,11 41,70 38,89 30,05<br />

2005 26,73 41,36 38,83 24,15<br />

2006 33,73 52,77 50,79 27,97<br />

2007 33,39 54,52 49,39 36,19<br />

20<strong>08</strong> 26,32 32,12 31,35 28,69<br />

2009 27,17 37,37 29,61 33,52<br />

Concentração de Partículas Inaláveis - 2º Máximo 24h<br />

140<br />

120<br />

Padrão = 150 ug/m3<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

Vila Califórnia Brisamar Sítio Terezinha Vila Aparecida<br />

2004 65,71 105,56 98,49 78,12<br />

2005 60,61 101,52 88,74 0,00<br />

2006 79,46 104,92 117,11 53,13<br />

2007 72,55 133,<strong>08</strong> 105,57 80,99<br />

20<strong>08</strong> 50,34 89,93 70,47 55,10<br />

2009 62,48 96,39 68,86 110,41<br />

Figura <strong>6.1</strong>.2.1.3-6: Partículas Inaláveis – 2004-2009. Fonte: Gaia<br />

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6-269


Figura <strong>6.1</strong>.2.1.3-7: Estações de Monitoramento do ar<br />

As maiores concentrações de partículas inaláveis ocorrem normalmente de<br />

junho a setembro (Figura <strong>6.1</strong>.2.1.3-8), correspondendo aos meses de pouca<br />

chuva.<br />

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6-270


Concentração (ug/m3)<br />

500,00<br />

450,00<br />

400,00<br />

350,00<br />

300,00<br />

250,00<br />

200,00<br />

150,00<br />

100,00<br />

50,00<br />

0,00<br />

31/12/09<br />

18/01/09<br />

02/05/09<br />

23/02/09<br />

13/03/09<br />

31/03/09<br />

18/04/09<br />

05/06/09<br />

24/05/09<br />

06/11/09<br />

29/06/09<br />

17/07/09<br />

04/<strong>08</strong>/09<br />

22/<strong>08</strong>/09<br />

09/09/09<br />

27/09/09<br />

15/10/09<br />

02/11/09<br />

20/11/09<br />

<strong>08</strong>/12/09<br />

26/12/09<br />

SÍTIO TEREZINHA VILA APARECIDA BRISA MAR VILA CALIFÓRNIA<br />

Figura <strong>6.1</strong>.2.1.3-8: Variação das concentrações diárias de Partículas Inaláveis – 2009. Fonte:<br />

Gaia<br />

C - Metais Pesados - Estações Brisa Mar e Califórnia<br />

O monitoramento realizado pela GAIA não se restringe apenas à quantificação<br />

do material particulado inalável, sendo também analisados o teor de alguns<br />

metais pesados que compõem as partículas e carbono total.<br />

Na análise é utilizado o Método FEEMA – 613 - Determinação de Metais em<br />

Partículas em Suspensão, sendo empregada a espectrofotometria de absorção<br />

de chama. A Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.3-8 apresenta os valores de metais (ferro e zinco)<br />

nas partículas inaláveis, referentes ao período de janeiro a dezembro de 2007.<br />

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6-271


Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.3-8: Dados de Metais – 2007. Fonte: GAIA<br />

Estação<br />

janeiro<br />

Ferro<br />

(mg/m 3 )<br />

Zinco<br />

(mg/m 3 )<br />

Estação<br />

fevereiro<br />

Ferro<br />

(mg/m 3 )<br />

Zinco<br />

(mg/m 3 )<br />

Vila Califórnia 26/1/2007 0,3 0,63<br />

Vila<br />

Califórnia<br />

19/2/2007 0,3 0,5<br />

Brisa Mar 26/1/2007 0,41 0,4 Brisa Mar 25/2/2007 0,36 0,36<br />

Sítio Terezinha 26/1/2007 0,33 3,43<br />

Vila Aparecida 26/1/2007 0,2 0,36<br />

março<br />

Vila Califórnia 15/3/2007 0,02 0,09<br />

Sítio<br />

Terezinha<br />

Vila<br />

Aparecida<br />

Vila<br />

Califórnia<br />

25/2/2007 0,35 3,47<br />

25/2/2007 0,18 0,5<br />

abril<br />

2/4/2007 0,02 0,06<br />

Brisa Mar 15/3/2007 0,04 0,11 Brisa Mar 2/4/2007 0,007 0,46<br />

Sítio Terezinha 15/3/2007 0,03 0,<strong>08</strong><br />

Vila Aparecida 15/3/2007 0,02 0,06<br />

maio<br />

Vila Califórnia 26/5/2007 0,01 0,06<br />

Sítio<br />

Terezinha<br />

Vila<br />

Aparecida<br />

Vila<br />

Califórnia<br />

2/4/2007 0,05 1,18<br />

2/4/2007 0,02 0,<strong>08</strong><br />

junho<br />

13/6/2007 0,03 0,09<br />

Brisa Mar 26/5/2007 0,01 0,06 Brisa Mar 13/6/2007 0,03 0,01<br />

Sítio Terezinha 26/5/2007 0,03 0,09<br />

Vila Aparecida 26/5/2007 0,03 0,<strong>08</strong><br />

julho<br />

Vila Califórnia 7/7/2007 0,11 0,12<br />

Sítio<br />

Terezinha<br />

Vila<br />

Aparecida<br />

Vila<br />

Califórnia<br />

13/6/2007 0,02 0,06<br />

13/6/2007 0,02 0,07<br />

agosto<br />

12/8/2007 0,43 3,43<br />

Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />

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6-272


Brisa Mar 7/7/2007 0,36 3,88 Brisa Mar 12/8/2007 0,41 6,21<br />

Sítio Terezinha 7/7/2007 0,19 3,54<br />

Vila Aparecida 7/7/2007 0,19 4,34<br />

setembro<br />

Vila Califórnia 11/9/2007 0,11 1,22<br />

Sítio<br />

Terezinha<br />

Vila<br />

Aparecida<br />

Vila<br />

Califórnia<br />

12/8/2007 0,<strong>08</strong> 0,12<br />

12/8/2007 0,28 3,07<br />

outubro<br />

11/10/2007 0,13 3,55<br />

Brisa Mar 11/9/2007 0,31 3,84 Brisa Mar 11/10/2007 0,28 3,66<br />

Sítio Terezinha 11/9/2007 0,18 3,63<br />

Vila Aparecida 11/9/2007 0,11 3,37<br />

novembro<br />

Vila Califórnia 4/11/2007 0,09 0,97<br />

Sítio<br />

Terezinha<br />

Vila<br />

Aparecida<br />

Vila<br />

Califórnia<br />

11/10/2007 0,18 3,58<br />

11/10/2007 0,12 3,77<br />

dezembro<br />

0,11 1,47<br />

Brisa Mar 22/11/2007 0,<strong>08</strong> 1,06 Brisa Mar 0,18 2,41<br />

Sítio Terezinha 22/11/2007 0,18 3,35<br />

Vila Aparecida 4/11/2007 0,12 3,31<br />

Sítio<br />

Terezinha<br />

Vila<br />

Aparecida<br />

0,<strong>08</strong> 2,16<br />

0,07 1,2<br />

As concentrações de Ferro nas partículas inaláveis em 2007 variaram entre<br />

0,007 e 0,43 (mg/m3) e as concentrações de zinco variaram entre 0,01 e 6,21<br />

(mg/m3).Os resultados das concentrações de ferro apresentadas mostram-se<br />

razoáveis quando comparados à concentração de referência de 0,9 a 1,2<br />

g/m3 como óxido de ferro no particulado (USA). Para as concentrações de<br />

zinco, se os valores obtidos forem comparados à concentração de referência<br />

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6-273


de 4 g/m 3 – áreas industriais (USA) verifica-se que ocorrem duas<br />

ultrapassagens.<br />

<strong>6.1</strong>.2.1.4 Fontes de Emissão de Material Particulado na Bacia Aérea I<br />

A. Fontes Fixas<br />

Segundo o Macroplano de Gestão e Saneamento Ambiental da Baía de<br />

Sepetiba a COSIGUA, isoladamente, responderia por cerca de um terço das<br />

emissões de partículas em suspensão na região.<br />

Outras atividades industriais devem ser identificadas pelo seu potencial de<br />

geração de emissão de partículas: Terminal da CSN, Valesul Alumínio S/A,<br />

Forjas Brasileiras S/A, Morganite Isolantes Térmicos S/A, Casa da Moeda do<br />

Brasil, Ideal Standard Wabco Ind. e Com. LTDA, Cerâmica Vulcão Ltda., Forjas<br />

Brasileiras S/A, Fundição Grupo MPE, Furnas Centrais Elétricas S/A, etc.<br />

B. Fontes Móveis<br />

Os veículos automotores são considerados como fontes potenciais de emissão<br />

de poluentes não só nas áreas urbanizadas da Bacia Aérea I, como também<br />

nas rodovias que a cruzam. Como contribuição da emissão veicular, há que se<br />

atribuir aos veículos movidos a diesel, principalmente ônibus e caminhões,<br />

grande parte da emissão de partículas.<br />

A Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.4-1 mostra as emissões da frota dos municípios que<br />

compõem a Bacia Aérea I, excetuando-se o Rio de Janeiro (Santa Cruz e<br />

Campo Grande), de acordo com o “Inventário de Emissões Veiculares – 1999”,<br />

realizado pelo INEA. A Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.4-1 dá uma idéia da emissão veicular<br />

média da frota dos municípios.<br />

É importante notar, também, que a contribuição da emissão dos veículos na<br />

qualidade do ar deve ser bastante significativa na área de influência das<br />

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6-274


odovias, principalmente nos finais de semana, onde são verificados constantes<br />

congestionamentos.<br />

O tráfego em vias não pavimentadas representa também grande fonte de<br />

emissão de partículas. A estação de Vila Califórnia, especialmente, sofre<br />

impacto significativo das emissões veiculares na região.<br />

Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.4-1: Emissão média da frota de veículos em diversos municípios próximos ao<br />

PROJETO – 1999<br />

Município<br />

Material Particulado - Emissão ( x 1000 ton/ano)<br />

Itaguaí 0,12<br />

Seropédica 0,01<br />

Queimados 0,01<br />

Japeri 0,01<br />

Nova Iguaçu 0,90<br />

MP – material particulado. Fonte: INEA<br />

<strong>6.1</strong>.3 Caracterização do nível de ruído<br />

<strong>6.1</strong>.3.1 Introdução<br />

Para realização da caracterização de ruídos foram estudados os mapas da<br />

região para determinação prévia dos pontos de medições sonoras, e realizada<br />

uma visita prévia ao empreendimento e suas vizinhanças, no dia 14/01/2010,<br />

para reconhecimento da área e observação do uso e ocupação do solo na<br />

região. Nesta ocasião foram levantadas informações e observadas as<br />

condições mais adequadas para a determinação dos pontos de medições<br />

sonoras e o planejamento da campanha de medições. Durante a campanha de<br />

medições sonoras, realizada nos dias 11 e 12 de março de 2010, a localização<br />

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6-275


dos pontos de medições foi ajustada de acordo com necessidades de<br />

segurança, facilidades de acesso, além da efetividade dos pontos escolhidos<br />

anteriormente.<br />

<strong>6.1</strong>.3.2 Determinação dos Níveis de Ruído Ambiente<br />

Para realização da campanha de medições sonoras visando a determinação<br />

dos níveis de ruído ambiente nas imediações do empreendimento nos dias 11<br />

e 12 /03/2010, levou-se em conta os limites da propriedade como referência<br />

para a localização dos pontos de medições. As medições foram realizadas de<br />

acordo com as condições exigíveis para avaliação da aceitabilidade do ruído<br />

em comunidades estabelecidas pela Norma NBR 10151 - Avaliação do Ruído<br />

em Áreas Habitadas Visando o Conforto da Comunidade – como indica a<br />

Resolução CONAMA 001/90, conforme se segue:<br />

<strong>6.1</strong>.3.2.1 Localização dos pontos de medições sonoras, descrição do<br />

equipamento utilizado, e enquadramento das áreas de estudo na<br />

legislação de uso do solo municipal<br />

Segundo a norma NBR 10151, “no levantamento de níveis de ruído deve-se<br />

medir externamente aos limites da propriedade que contém a fonte...”.<br />

Portanto, a localização dos pontos segue esta recomendação, considerando-se<br />

ainda a existência de receptores críticos (especialmente áreas residenciais,<br />

escolas, unidades de saúde, etc.) nas vizinhanças.<br />

Os pontos de medições foram escolhidos de modo a caracterizar o nível de<br />

ruído ambiente de áreas possivelmente afetadas com a instalação do<br />

empreendimento bem como com a operação do projeto a ser executado<br />

Foi utilizado um Medidor Sonoro Tipo 1 – SLM 01dB com certificado de<br />

calibração válido (emitido em junho/20<strong>08</strong> com validade de dois anos). A<br />

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6-276


calibração também foi feita em campo antes de cada medição sonora, com<br />

instrumento certificado.<br />

De acordo com o Plano Diretor do Município de Itaguaí o Zoneamento de Uso<br />

do Solo se dá de acordo com as seguintes macrozonas, e suas respectivas<br />

zonas:<br />

Macrozona Urbana<br />

ZR-1 Zona Residencial 1<br />

ZR-2 Zona Residencial 2<br />

ZE-CG Zona Especial Coroa Grande<br />

ZE – IM Zona Especial Ilha de Madeira<br />

ZE-IT Zona Especial Ilha Itacuruçá<br />

ZCS Zona de Comércio e Serviços<br />

ZI Zona Industrial<br />

ZEN Zona Estratégica de Negócios<br />

ZP Zona<br />

Macrozona do Complexo Portuário<br />

ZIP Zona Industrial e Portuária<br />

ZREC Zona de Recuperação do Ingá<br />

Macrozona Rural<br />

ZRR Zona Residencial Rural<br />

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6-277


Macrozona de Proteção Ambiental<br />

ZPAV Zona de Proteção de Áreas Verdes<br />

ZPP Zona de preservação Permanente<br />

Tabela <strong>6.1</strong>.3.2.1-1: Localização dos pontos de medições sonoras e enquadramento nas zonas<br />

de uso do solo correspondentes segundo o Zoneamento do Plano Diretor de Itaguaí<br />

Ponto<br />

Medição<br />

Localização<br />

01 Av. Itaguaí, n. 56<br />

02 Posto de Saúde<br />

03<br />

04<br />

05<br />

06 DPO<br />

07<br />

Galpão<br />

Pescadores<br />

de<br />

Rua Presidente<br />

Roosevelt<br />

Rua Olavo Bilac, n.<br />

7<br />

“Mirante<br />

Coqueiros”<br />

dos<br />

<strong>08</strong> Praça Luiz Gonela<br />

09* Linha do Trem<br />

Enquadramento na Zona de Uso de<br />

acordo com o Zonemaento de<br />

Itaguaí<br />

ZIP<br />

Zona Industrial Portuária<br />

ZP<br />

Zona de Parques<br />

ZE-IM<br />

Zona Especial Ilha de Madeira<br />

ZECG<br />

Zona Especial Coroa Grande<br />

ZR-1<br />

Zona Residencial 1<br />

ZPAV<br />

Zona de Proteção de Áreas Verdes<br />

ZE-IM<br />

Zona Especial Ilha de Madeira<br />

ZR-2<br />

Zona Residencial 2<br />

ZR-1<br />

10* Porto de Itaguaí A ZIP<br />

11* Porto de Itaguaí B ZIP<br />

Zona Residencial 1<br />

Observações<br />

Em frente à Comunidade Católica Santa<br />

Luzia, Loteamento Ingá,<br />

Ilha de Madeira<br />

Estrada Joaquim Fernandes, Ilha de<br />

Madeira<br />

Galpão de pescadores e peixaria, Ilha de<br />

Madeira<br />

Vila Geny<br />

Vila Geny<br />

Ilha de Madeira<br />

Ilha de Madeira<br />

Itaguaí, Centro<br />

Vila Geny<br />

Porto de Itaguaí, área interna, próximo<br />

às esteiras de transporte<br />

Porto de Itaguaí, área interna, próximo<br />

às esteiras de transporte e viaduto<br />

* Os pontos 9, 10 e 11 não são considerados na determinação do NRA (nível de ruído<br />

ambiente)<br />

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6-278


Procedimentos para medições<br />

As medições foram efetuadas em “pontos afastados de aproximadamente 1,2<br />

m do piso e a mais de 2 m do limite da propriedade em estudo e de quaisquer<br />

outras superfícies refletoras, como muros, paredes” etc., respeitando-se os<br />

períodos diurno (7:00 às 22:00 horas) e noturno (22:00 às 7:00 horas), de<br />

acordo com a Norma ABNT 10151. A duração de cada medição foi suficiente<br />

para se ter um LAeq bem definido, sendo que optou-se por um tempo de<br />

medição máximo de 20 (vinte) minutos em cada ponto, ao todo <strong>08</strong> (oito) pontos<br />

para determinação do NRA (nível de ruído ambiente) em três diferentes<br />

horários, incluindo os períodos diurno e noturno conforme a NBR 10151. Foram<br />

ainda feitas medições adicionais em 03 (três) pontos extras, para compreensão<br />

do cenário acústico local, totalizando 20 medições sonoras e mais de 5 (cinco)<br />

horas de dados coletados.<br />

OBS. IMPORTANTE: Não foram efetuadas medições na existência de<br />

interferências audíveis advindas de fenômenos da natureza (Ex: trovões,<br />

ventos e chuvas fortes etc.).<br />

Níveis de ruído ambiente medidos<br />

Na tabela abaixo se apresenta o resumo das medições sonoras caracterizado<br />

pelos níveis de pressão sonora equivalentes (LAeq) correspondentes a cada<br />

período de medição, conforme exige a Norma ABNT NBR 10151 (ver dados<br />

detalhados das medições sonoras no Anexo <strong>6.1</strong>-43). As observações sobre<br />

clima e cenário acústico local foram anotadas durante as medições.<br />

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6-279


Tabela <strong>6.1</strong>.3.2.1-2: Quadro Resumo das Medições Sonoras<br />

Data Medição Ponto Início Fim<br />

11/03/10<br />

Duração<br />

(min)<br />

Leq<br />

(dBA)<br />

01 01 11:48 12:05 17 68,4<br />

02 02 12:11 12:31 20 67,5<br />

Observações<br />

Céu claro, sem nuvens, ventos<br />

médios. Ruído altíssimo da<br />

pedreira próxima. Barulho de<br />

ventos nas folhas das árvores.<br />

Ventos na direção da pedreira para<br />

o ponto de medição. Lombada<br />

próxima. Passagem de trator às<br />

11:51h. Muito particulado da<br />

pedreira em suspensão. Operários<br />

passando geralmente em silêncio.<br />

Galo cantando em casa próxima<br />

esporadicamente. Moto passa às<br />

11:54h. Criança gritando longe.<br />

Sirene longe. Cachorro latindo.<br />

Buzina de carro no cruzamento às<br />

11:57h. Carro de passeio às<br />

12:04h. Caminhão de gás com<br />

som alto às 12:05h.<br />

Ventos fracos com algumas<br />

rajadas. Carros de passeio e<br />

ônibus passando. O ruído de fundo<br />

baixa a 42dB(A) sem veículos<br />

passando. Caminhão do gás com<br />

som alto passando às 12:17h<br />

elevam o Leq a 83dB(A). Veículos<br />

pesados esporádicos. Bicicleta<br />

passando. Cargas de brita em<br />

caminhão pesado chegando a<br />

79dB(A). Telefone do posto de<br />

Saúde toca alto ás 12:19h. Galo<br />

cantando longe. Cachorro latindo e<br />

batida de porta de Kombi próximo<br />

ao aparelho às 12:19h (64dB(A)).<br />

Criança chorando dentro de uma<br />

casa. Passa carro com pessoa<br />

gritando às 12:27h. Muitas<br />

caçambas começam a passar.<br />

Muitos carros de passeio e<br />

veículos pesados. Ouve-se<br />

passarinhos nos intervalos de<br />

passagem.<br />

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03 03 12:46 12:49 03 62,6<br />

04 03 12:52 12:54 02 63,0<br />

05 04 16:48 17:<strong>08</strong> 20 54,7<br />

Céu limpo e brisa fraca. Medição<br />

curta, dentro do galpão. Os<br />

pescadores presentes receberam<br />

mal a visita. Os dois pescadores<br />

estavam lavando panelas. Canto<br />

eventual de garças. Havia rádio<br />

tocando e foi pedido para baixá-lo<br />

um período. Clientes chegaram<br />

com som alto no carro e então foi<br />

interrompida a medição.<br />

Pescadores trabalhando, lavando<br />

panelas, bacias, piso, e carros<br />

passando do lado de fora.<br />

Pássaros cantando. Rádio ao<br />

longe. Marteladas em casa<br />

próxima. Pessoas conversando<br />

longe. Cão latindo longe. Sem<br />

tráfego de veículos. Passa um<br />

carro ás 16:51h. Ouve-se aviões a<br />

jato passando longe e<br />

esporadicamente, não visíveis.<br />

Pessoas falando alto dentro das<br />

casas. Cães latindo<br />

esporadicamente. Motor de veículo<br />

acelerando em outra rua. Atividade<br />

em pequeno estaleiro próximo,<br />

onde homens conversam. Passa<br />

um carro às 16:55h. Canto de<br />

garças. Pessoa passa falando<br />

próximo ao aparelho às 16:56h.<br />

Outro carro ás 16:57h. Sirene alta<br />

às 16:59h. Cães latindo às 17:00h.<br />

Crianças passam de bicicleta às<br />

17:03h. caminhão e carro passam<br />

ás 17:05h. Trator passa longe às<br />

17:07h.<br />

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06 05 17:16 17:36 20 60,9<br />

07 06 17:55 18:<strong>08</strong> 13 66,1<br />

<strong>08</strong> 07 18:21 18:41 20 59,7<br />

09 <strong>08</strong> 19:23 19:38 15 53,0<br />

Céu limpo e sem vento. Dois<br />

carros passam às 17:18h e o<br />

aparelho teve que ser deslocado.<br />

Pessoas falando dentro de casa<br />

próxima. Bicicletas e carros<br />

passando. Carro com som alto e<br />

outro sem escapamento passam<br />

às 17:20h. Vários carros passam.<br />

Cão latindo e trem passando longe<br />

às 17:23h. Muitos latidos ás<br />

17:24h. Buzinadas do trem várias<br />

vezes às 17:26h bem altas. Ruído<br />

bem alto do trem passando. Ruído<br />

alto dos trilhos. A passagem do<br />

trem dura 4 min. Motos passando.<br />

Carro sem escapamento passa ás<br />

17:29h e trator ao longe. Portão<br />

rangendo às 17:30h. Mulher idosa<br />

gritando dentro de casa próxima.<br />

Várias caçambas passaram<br />

durante a medição. Moto sem<br />

escapamento passa às 17:34h.<br />

Céu com poucas nuvens no<br />

horizonte. Tráfego pesado de<br />

veículos e cruzamento próximo, de<br />

vias asfaltadas e da linha do trem.<br />

Policiais se queixam do altíssimo<br />

ruído da passagem do trem várias<br />

vezes ao dia. Ar condicionado do<br />

posto policial sempre ligado.<br />

Céu limpo e sem vento. Crianças<br />

brincando por perto. Pessoas<br />

falando dentro das casas. Às<br />

18:34h começa um “baba‟ de<br />

crianças na praia. Cãozinho<br />

participa do baba latindo. Carros<br />

passando esporadicamente.<br />

Lancha a motor passa às 18:30h.<br />

Lugar tranqüilo apesar de próximo<br />

ao Centro comercial de Itaguaí.<br />

Ouve-se buzinada do trem<br />

passando longe às 19:26h. Praça<br />

próxima à escola, cemitério e<br />

igreja. Carros de passeio passam<br />

esporadicamente. Barulhos de<br />

pessoas dentro das casas e rádio<br />

bem longe. Buzinas esporádicas<br />

de carros. Cães latindo e motos<br />

passando às 19:36h. Carro com<br />

som alto às 19:38h.<br />

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6-282


10 01 22:26 22:46 20 49,9<br />

11 02 22:53 23:13 20 56,8<br />

12 07 23:23 23:43 20 53,2<br />

Céu limpo e estrelado, sem vento.<br />

Pessoas conversando alto a 50m.<br />

Cães latindo. Partida de carro ás<br />

22:32h. Muitos cães latindo.<br />

Pessoas gritando com os cães.<br />

Barulho ao longe de máquinas do<br />

porto, provavelmente das esteiras<br />

que não param de funcionar.<br />

Poucas pessoas passam. Cães<br />

latem o tempo todo. Pedreira em<br />

recesso noturno. Buzinada do trem<br />

às 22:37h. Pessoas nas frentes<br />

das casas conversando e outras<br />

quietas. Trem buzina várias vezes<br />

às 22:42h.<br />

Som de grilos. Cachorros latindo<br />

ao longe. posto de saúde fechado.<br />

Poucos veículos de passeio<br />

passam. Trem passando e<br />

buzinando várias vezes às 22:58h.<br />

Sino ao mesmo tempo. Carro<br />

passando com som alto às 22:37h.<br />

Ouve-se atividade de máquinas<br />

emitindo ruído contínuo ao longe.<br />

Alarme de carro dispara longe às<br />

22:02h e mais buzinadas de trem,<br />

desta vez mais longe, às 22:03h.<br />

Carro passa com som muito alto às<br />

23:04h. Um homem vem na<br />

direção da consultora às 23:07<br />

tirando satisfação e reclamando da<br />

“invasão de privacidade” da<br />

medição sonora. Trem buzina<br />

várias vezes. Pessoa passa<br />

falando.<br />

Céu limpo e estrelado, sem vento.<br />

Maré parada. Trem passando e<br />

buzinando ao longe. pessoas<br />

conversando perto. Porta de carro<br />

batendo. Trem demora muito para<br />

passar. Carro dando partida e um<br />

caminhão passando. Silêncio na<br />

rua de um modo geral. Cão latindo<br />

às 23:35h. Ave aquática canta<br />

longe. Carros esporádicos, ônibus<br />

e motos passam entre 23:40h e<br />

23:44h.<br />

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6-283


12/03/10<br />

13 06 23:58 00:18 20 56,6<br />

14 05 05:28 05:48 20 56,4<br />

15 04 05:55 06:15 20 48,3<br />

16 09* 06:19 06:21 02 86,9<br />

17 <strong>08</strong> 06:39 06:59 20 53,5<br />

Céu limpo e estrelado, sem vento.<br />

Ruído alto do ar condicionado do<br />

posto policial próximo. Ruído<br />

contínuo de maquinaria em<br />

funcionamento ao longe,<br />

parecendo as esteiras rolantes.<br />

Carros esporádicos. Trem começa<br />

a passar às 00:01h, bem devagar e<br />

aparentemente sem carga, pois o<br />

ruído é menor. O trem pára às<br />

00:06h. Buzinadas de carros às<br />

00:07h.<br />

Céu limpo e sem vento. Ouve-se o<br />

ruído da BR101 longe. Movimento<br />

esporádico de carros. Bicicleta<br />

passando. Cães latindo às 5:31h.<br />

Trem buzinando longe às 5:36h.<br />

caminhão passa junto ao aparelho<br />

às 5:38h. Barulho do trem mais<br />

perto. Buzina do trem mais alta.<br />

Cães latem para o trem. O barulho<br />

do trem diminui ás 5:42h. Passa<br />

carro às 5:43h. Buzinadas do trem<br />

bem longe às 5:44h. Cães latindo e<br />

passarinhos cantando. Passa um<br />

carro às 5:46h, depois moto e<br />

pessoa, e ainda se ouve a buzina<br />

do trem.<br />

Muitos pássaros cantando, bem-tevis,<br />

galos. Ouve-se o ruído da<br />

rodovia ao longe. Buzina do trem<br />

às 6:07h ao longe, ao tempo em<br />

que passa um carro perto. Ouve-se<br />

um ruído ao longe contínuo de<br />

maquinaria aparentemente do<br />

porto.<br />

Medição feita a 5m dos trilhos no<br />

cruzamento com a via asfaltada,<br />

no momento da passagem do<br />

trem, de dentro do táxi.<br />

Movimento de carros. Caminhão<br />

passando. Grupo de jovens<br />

conversando, esperando a escola<br />

abrir. Cano de cigarra. Cães<br />

latindo longe. motos e carros<br />

passando nas vias rodeando a<br />

praça, com freqüência. Canto de<br />

galo longe.<br />

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6-284


18 01 11:55 12:05 10 66,6<br />

19 10* 12:50 13:00 10 73,3<br />

20 11* 13:10 13:20 10 71,2<br />

Céu limpo e brisa constante.<br />

Pedreira em atividade, ruído<br />

predominante no local. Pessoas<br />

falando dentro do centro<br />

comunitário. Caminhão de gás<br />

passa com som alto (música com<br />

chamada de voz). Canto de<br />

cigarra. Carro do sacolão com som<br />

alto passa e estaciona na rua às<br />

12:05h, quando a medição é<br />

interrompida.<br />

Medição dentro da área privativa<br />

do porto foi preciso autorização<br />

para entrar. Conjunto de esteiras a<br />

mais ou menos 20m. Fluxo de<br />

veículos leves e pesados. Às<br />

12:54h ouve-se uma sirene alta.<br />

Acredita-se que este ruído<br />

caracteriza o cenário acústico local<br />

a grandes distâncias, pois o<br />

funcionamento do conjunto é de<br />

24h por dia.<br />

Ventos fracos e céu limpo.<br />

Conjunto de esteiras a mais ou<br />

menos 20m do aparelho,<br />

localizado debaixo do viaduto de<br />

acesso ao porto.<br />

Total 05:02h<br />

<strong>6.1</strong>.3.2.2 Avaliação do ruído ambiente e determinação do Nível critério<br />

de Avaliação (NCA)<br />

Níveis sonoros indicados por Lei<br />

A Lei n. 2.654 de 26 de fevereiro de 20<strong>08</strong>, que altera os dispositivos da Lei<br />

Municipal 1.710/93, e dispões sobre a Poluição Sonora no Município de Itaguaí,<br />

não exige a caracterização do nível de ruído ambiente para determinação do<br />

nível critério de avaliação, como indica a legislação federal em vigor<br />

(Resolução CONAMA 001/90, que remete à norma ABNT 10151). Na Tabela<br />

03 a seguir apresenta-se uma comparação entre o enquadramento das áreas<br />

de localização dos pontos de medições na legislação municipal e na Norma<br />

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6-285


NBR 10151. Note-se que os horários diurnos e noturno são definidos na<br />

legislação de Poluição Sonora Municipal de Itaguaí de forma diversa àquela da<br />

Norma NBR 10151, que se caracteriza como critério federal de acordo com a<br />

Resolução CONAMA 001. Com há discrepâncias entre as duas legislações,<br />

prevalece a legislação federal, e adota-se neste trabalho o critério da Norma<br />

NBR 10151 para enquadramento dos usos do solo e determinação dos níveis<br />

de ruído ambiente e dos níveis critérios de avaliação.<br />

O método de avaliação do ruído baseou-se numa comparação entre o Nível de<br />

Ruído Ambiente (Lra) com o Nível de Emissão Sonora correspondente à área<br />

de uso do solo onde se localizou o ponto de medição sonora. Para<br />

determinação dos níveis critérios de avaliação (NCA) foram respeitados os<br />

procedimentos e níveis sonoros limites estabelecidos pela Norma NBR 10151,<br />

que estabelece que caso o nível de ruído ambiente seja superior aos níveis<br />

estabelecidos por lei, os níveis medidos passam a ser os níveis critérios. Para<br />

a zona de uso do solo abrangida pela área de influência acústica direta do<br />

empreendimento onde não foram feitas medições sonoras (apenas a ZP –<br />

Zona de proteção) foram consideradas as medições realizadas nas áreas<br />

semelhantes como referência para a caracterização do nível sonoro máximo.<br />

Neste trabalho adota-se o critério de dois períodos, um noturno e outro diurno,<br />

que corresponde ao da Norma NBR 10151, remetida pela Resolução CONAMA<br />

001, que é uma Legislação Federal.<br />

Enquadramento da área de influência acústica nas zonas de uso do<br />

solo segundo Legislação do Município de Itaguaí – Plano Diretor, e<br />

segundo a NBR 10151<br />

As zonas de uso do solo abrangidas pela área de influência acústica direta do<br />

empreendimento são dispostas na tabela a seguir, com os níveis de emissões<br />

sonoras limites correspondentes, de acordo com o Zoneamento de Itaguaí, e<br />

de acordo com a NBR 10151. Como já explicitado, neste trabalho adota-se a<br />

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6-286


Norma NBR 10151 como referência para estabelecimento dos Níveis Critérios<br />

de Avaliação, e caracterização acústica da região (ver também a Tabela 01 que<br />

identifica os pontos de medições sonoras e suas respectivas zonas de uso do<br />

solo):<br />

Tabela <strong>6.1</strong>.3.2.2-1: Níveis sonoros limites (em dBA) para as zonas de uso do solo abrangidas<br />

pela Área de Influência Acústica estimada de acordo com a Lei 2654/20<strong>08</strong> e a Norma NBR<br />

10151<br />

Lei2654/20<strong>08</strong> NBR 10151<br />

Zoneamento do Uso do Solo<br />

ZIP<br />

Zona Industrial Portuária<br />

ZP<br />

Zona de Parques<br />

ZE-IM<br />

Zona Especial Ilha de Madeira<br />

(mista)<br />

ZECG<br />

Zona Especial Coroa Grande<br />

(mista)<br />

ZR-1<br />

Zona Residencial 1<br />

ZR-2<br />

Zona Residencial 2<br />

ZPAV<br />

Zona de Proteção de Áreas<br />

Verdes<br />

Período<br />

Diurno<br />

(das 7<br />

às 19h)<br />

- -<br />

- -<br />

60 55<br />

60 55<br />

55 50<br />

55 50<br />

Período<br />

Noturno<br />

(das 19<br />

ás 7h)<br />

Tipos de áreas<br />

Área predominantemente<br />

industrial<br />

Área mista com vocação<br />

recreacional<br />

Área mista, com vocação<br />

comercial<br />

e<br />

administrativa<br />

Área mista, com vocação<br />

comercial<br />

e<br />

administrativa<br />

Área<br />

mista,<br />

predominantemente<br />

residencial<br />

Área mista, com vocação<br />

comercial<br />

e<br />

administrativa<br />

Período<br />

Diurno<br />

(das 7<br />

às 22h)<br />

70 60<br />

65 55<br />

60 55<br />

60 55<br />

55 50<br />

60 55<br />

- - Área de sítios e fazendas 40 35<br />

Período<br />

Noturno<br />

(das 22 às<br />

7h)<br />

De acordo com os resultados das medições sonoras (Anexo <strong>6.1</strong>-43 deste<br />

trabalho), e com as anotações de eventos sonoros esporádicos feitas em<br />

Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />

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campo, alguns ajustes foram feitos para interpretação adequada do Lra (nível<br />

de ruído ambiente) em cada medição, levando-se em conta os índices<br />

estatísticos, para a determinação mais fidedigna dos níveis critérios de<br />

avaliação (NCA).<br />

Determinação dos Níveis Critérios de Avaliação<br />

Para determinação dos níveis critérios foram levados em consideração, além<br />

dos níveis de pressão sonora equivalente em A para cada período (Leq),<br />

também a análise dos índices estatísticos. A partir deste método, incluindo a<br />

análise do histórico dos níveis medidos no tempo e composição espectral do<br />

período é possível estabelecer uma compreensão melhor contribuição das<br />

fontes de ruído que compõem o cenário acústico local e determinar o nível<br />

critério de avaliação mais condizente com a exigência para os períodos diurno<br />

e noturno, como especificado na legislação.<br />

Tabela <strong>6.1</strong>.3.2.2-2: Localização dos pontos de medição do nível sonoro<br />

Ponto<br />

Medição<br />

Localização<br />

01 Av. Itaguaí, n. 56<br />

02 Posto de Saúde<br />

03<br />

04<br />

05<br />

06<br />

Galpão<br />

Pescadores<br />

de<br />

Rua Presidente<br />

Roosevelt<br />

Rua Olavo Bilac,<br />

n. 7<br />

DPO Ilha de<br />

Madeira<br />

Enquadramento na Zona de Uso de<br />

acordo com o Zonemaento de<br />

Itaguaí<br />

ZE-IM<br />

Zona Especial Ilha de Madeira<br />

ZP<br />

Zona de Parques<br />

ZE-IM<br />

Zona Especial Ilha de Madeira<br />

ZECG<br />

Zona Especial Coroa Grande<br />

ZR-1<br />

Zona Residencial 1<br />

ZPAV<br />

Zona de Proteção de Áreas Verdes<br />

Observações<br />

Em frente à Comunidade Católica<br />

Santa Luzia, Loteamento Ingá,<br />

Ilha de Madeira<br />

Estrada Joaquim Fernandes, Ilha<br />

de Madeira<br />

Galpão de pescadores e peixaria,<br />

Ilha de Madeira<br />

Vila Geny<br />

Vila Geny<br />

Ilha de Madeira<br />

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07<br />

“Mirante dos ZE-IM<br />

Coqueiros” Zona Especial Ilha de Madeira<br />

<strong>08</strong> Praça Luiz Gonela<br />

ZR-2<br />

Zona Residencial 2<br />

09* Linha do Trem<br />

ZR-1<br />

Zona Residencial 1<br />

10* Porto de Itaguaí A ZIP<br />

11* Porto de Itaguaí B ZIP<br />

Ilha de Madeira<br />

Itaguaí, Centro<br />

Vila Geny<br />

Porto de Itaguaí, área interna,<br />

próximo às esteiras de transporte<br />

Porto de Itaguaí, área interna,<br />

próximo às esteiras de transporte e<br />

viaduto<br />

PONTO 01 – Comunidade Católica Santa Luzia<br />

Este ponto está localizado no Loteamento Ingá, Av. Itaguaí, em frente ao n. 56.<br />

A proximidade da Pedreira Sepetiba, que se caracteriza como fonte fixa,<br />

contribuindo em maioria para tornar a área acusticamente bastante degradada,<br />

apesar da existência do loteamento residencial. No texto da Legislação<br />

Municipal – Plano Diretor, há uma referência sobre o Loteamento Industrial de<br />

Ingá como inserido na ZE-IM (Zona Especial da Ilha de Madeira), no entanto no<br />

mapa anexo ao Plano Diretor o loteamento está inserido na ZIP (Zona<br />

Industrial Portuária). Com a proximidade da ZREC (Zona de Recuperação de<br />

Ingá), e a pertinência à ZIP (Zona Industrial Portuária), o uso industrial<br />

predomina na área, no entanto o loteamento residencial impõe um critério mais<br />

protetivo aos moradores. Deste modo opta-se por estabelecer o limite de zona<br />

mista, com vocação comercial e administrativa, para este ponto de medições,<br />

mais de acordo com o texto do Plano Diretor que inclui a área do Loteamento<br />

Ingá na ZE-IM (Zona Especial da Ilha de Madeira). Para esta zona de uso o<br />

NCA – Nível critério de Avaliação para o período diurno é igual a 60db(A) e<br />

para o período noturno é igual a 55dB(A).<br />

Foram realizadas duas medições diurnas neste ponto. A primeira medição, com<br />

duração de 17 minutos, resultou em um Leq = 68,4 dB(A). Durante a medição<br />

(Medição 01) o ruído da pedreira foi constante e altíssimo, semelhante ao<br />

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arulho de britadeiras. Os ventos médios estavam vindo da pedreira em<br />

direção ao ponto de medição, havia muitos particulados em suspensão e<br />

barulho das folhas da árvore próxima ao ponto de medição aumentou de modo<br />

que a medição foi interrompida. No Gráfico 2 a distribuição espectral a 1/3 de<br />

oitava dos níveis medidos revela que os níveis mínimos estão próximos dos<br />

médios, e os níveis máximos bem mais elevados que os médios, característica<br />

de uma fonte sonora de emissão contínua com componentes de impacto<br />

(Anexo <strong>6.1</strong>-43). Já os níveis mínimos, médios e máximos mais altos estão na<br />

região de 500Hz a 2k, bem na faixa relativa à fala, caracterizando um tipo de<br />

ruído altamente prejudicial à compreensão da comunicação oral. Esta mesma<br />

configuração se repete na Medição 18, realizada no mesmo ponto, no período<br />

diurno.<br />

Essa segunda medição, realizada no dia seguinte (Medição 18), com duração<br />

de 10 minutos, resultou num Leq igual a 66,6 dB(A). Este valor está de acordo<br />

com o L50 da primeira medição, o que confirma a adequação do mesmo como<br />

nível de ruído ambiente no local. Na direção de favorecer medidas mais<br />

preservativas em relação à comunidade residente no local, e considerando-se<br />

a influência dos ventos na primeira medição, adota-se o valor do Leq da<br />

segunda medição como representativo do nível de ruído ambiente neste ponto,<br />

já que em comparação com o nível critério de 60db(A) o nível medido é mais<br />

alto, portanto passa a ser o nível critério. Mesmo assim, note-se que durante a<br />

medição 18 a pedreira estava em funcionamento, o caminhão de gás passou<br />

com som alto e ainda o carro do sacolão com megafone também contribuíram<br />

para os níveis de ruído local. Fica estabelecido então o NCA = 66,6 dB(A) para<br />

o período diurno neste ponto.<br />

Já no período noturno foi realizada neste ponto uma medição sonora de 20<br />

minutos resultando num Leq de 49,9 dB(A). O recesso noturno da pedreira<br />

contribuiu para a diminuição drástica de mais de 16 dB(A) entre o nível diurno<br />

e o nível noturno. No entanto o nível máximo nesta medição chegou a 68,1<br />

dB(A), revelando abruptas variações de níveis de ruído ambiente mesmo no<br />

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período noturno, quando o nível mínimo chegou a 40,3 dB(A). O nível medido<br />

Leq = 49,9 dB(A) é 0,1 dB(A) menor que o nível critério estabelecido, este<br />

último permanece como o nível critério para a área, ou seja, para o período<br />

noturno permanece o NCA = 50dB(A).<br />

PONTO 02 – Posto de Saúde<br />

Neste ponto o cenário acústico se caracteriza pela passagem de veículos de<br />

passeio e pesados, sendo que o tráfego de veículos pesados é bastante<br />

intenso. Na Medição 03, período diurno, o nível máximo chegou a 86,4 dB(A)<br />

neste ponto (Anexo <strong>6.1</strong>-43). A diferença entre o nível máximo e o nível mínimo<br />

nesta medição ultrapassam 44dB(A) o que se constitui numa diferença imensa,<br />

em muitos momentos abrupta, como se pôde observar no local. As fontes<br />

móveis (veículos) contribuem majoritariamente na caracterização do cenário<br />

acústico neste local, durante o dia.<br />

O ponto de medição está localizado na zona de uso ZP – Zona de Parques,<br />

cujos níveis critérios são 65 dB(A) para o período diurno e 55 dB(A) para o<br />

nível noturno. No entanto este ponto também está no limite da ZE-IM – Zona<br />

Especial Ilha de Madeira, cujos níveis critérios são 60bB(A) para o período<br />

diurno e 55 dB(A) para o período noturno, e da ZIP – Zona Industrial Portuária,<br />

cujos níveis critérios são 70 dB(A) para o período diurno e 60 dB(A) para o<br />

período noturno. Os níveis critérios para a ZP são intermediários dentre essas<br />

outras duas zonas limítrofes. A Medição 03 neste ponto, no período diurno,<br />

resultou no Leq = 67,5 dB(A). Já que o L20 = 63,1 dB(A) indica que o nível de<br />

67,5 dB(A) só foi ultrapassado em menos que 20% do tempo de medição e o<br />

L50 = 52,7 dB(A) indica que na metade do tempo de medição o nível medido<br />

estava quase 15 dB(A) abaixo da média, compreende-se que o nível de ruído<br />

ambiente no local fica melhor caracterizado pelo L50. Neste caso o NRA = 52,7<br />

contra o nível critério na zona de localização do ponto de medição (ZP)<br />

corresponde a 65 dB(A) para o período diurno. Sendo assim, como o nível<br />

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medido (NRA) é mais baixo que o nível critério, prevalece o maior, resultando<br />

para o período diurno no NCA = 65 dB(A).<br />

No período noturno foi realizada a Medição 11, que resultou num Leq = 56,8<br />

dB(A). O L50 para esta medição equivale a 47,5 dB(A), resultando numa<br />

diferença de pouco mais de 9 DB(A) entre o L50 e o Leq. Esta diferença é<br />

bastante significativa no que diz respeito à percepção do ouvido humano. Notese<br />

que a passagem de veículos neste horário é diminuída em relação ao dia<br />

mas potencializada no que diz respeito ao contraste com os níveis mínimos de<br />

ruído ambiente, que chegam a 40 dB(A). Com o L10 = 55,1 dB(A) infere-se que<br />

o nível médio só foi ultrapassado menos que 10% do tempo total de medição.<br />

Sendo assim compreende-se que o nível L50 dB(A) caracteriza melhor o nível<br />

de ruído ambiente e adota-se o NRA = 55,1 dB(A) como característico do local.<br />

Como o nível critério noturno para a ZP – Zona de Parques, onde se localiza o<br />

ponto de medição 02, corresponde a 55 dB(A) para o período noturno, o nível<br />

critério passa a ter o valor do nível medido, ou seja resulta no NCA = 55,1<br />

dB(A) para o período noturno.<br />

PONTO 03 – Galpão de Pescadores<br />

Foram feitas duas medições consecutivas diurnas no Ponto 03, dentro do<br />

Galpão dos Pescadores (Medições 03 e 04). Não foram feitas medições<br />

noturnas neste ponto, primeiro porque o Galpão não funciona à noite, e<br />

segundo porque outro ponto próximo, o ponto 07, caracteriza satisfatoriamente<br />

o nível de ruído ambiente na mesma região, no período noturno. No Ponto 03 a<br />

primeira medição resultou num Leq = 62,6 dB(A) e a segunda num Leq = 63<br />

dB(A). As duas medições somam 7 minutos e foram interrompidas devido a<br />

intercorrências indesejadas (ver Tabela 01). Na primeira medição o L50 = 54,2<br />

dB(A) e na segunda o L50 = 58,2 dB(A). como nos dois casos o Leq foi<br />

ultrapassado em menos de 20% do tempo de medição, infere-se que o L50<br />

representa melhor o nível de ruído ambiente. Uma média simples entre os dois<br />

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níveis corresponde a um L50 = 56,2 dB(A). O nível de ruído ambiente fica<br />

então melhor caracterizado por NRA = 56,2 dB(A). Sendo o nível critério<br />

estabelecido para o ponto igual a 60 dB(A) para o período diurno e sendo este<br />

maior que o NRA = 56,2 dB(A) resulta que o nível critério para o período diurno<br />

corresponde a NCA = 60 dB(A).<br />

PONTO 04 – Presidente Roosevelt<br />

Este ponto fica localizado na ZECG – Zona Especial de Coroa Grande, cujos<br />

níveis critérios estabelecido são 60 dB(A) para o período diurno e 55 dB(A)<br />

para o período noturno. A Medição 05 realizada no período diurno neste ponto<br />

resultou num Leq = 54,7 dB(A). O nível mínimo nesta medição chegou a 37,1<br />

dB(A) e o nível máximo chegou a 77,9 dB(A). O nível máximo foi alcançado em<br />

menos de 1% do tempo de medição, tendo sido praticamente um pico. A<br />

elevação dos níveis de ruído ambiente é claramente alterada com a passagem<br />

de veículos esporádicos, cujos níveis elevados de emissões contribuíram para<br />

a diferença de mais de 17 dB(A) entre o nível mínimo e o nível médio e de mais<br />

de 40 dB(A) entre o nível mínimo e o nível máximo. Sendo o nível L50 = 43,6<br />

dB(A) pouco mais de 11 dB(A) abaixo do nível médio Leq = 54,7 dB(A) cujo<br />

valor foi ultrapassado em menos de 10% do tempo da medição de 20 minutos,<br />

entende-se que o L50 representa melhor o ruído ambiente no local,<br />

caracterizando-se o NRA = 43,6 dB(A). Mas tanto o Leq como o L50 estão<br />

abaixo do valor estabelecido como nível critério para a zona em questão.<br />

Como nível critério diurno para a zona é maior, prevalece este último,<br />

resultando em um NCA = 60 dB(A) para o período diurno.<br />

No período noturno foi realizada a Medição 15 neste ponto, com duração de 20<br />

minutos, que resultou num Leq = 48,3. Neste caso o L50 = 45,2 dB(A), abaixo<br />

3,1 dB(A) do nível médio, representa uma variação apenas perceptível pelo<br />

ouvido humano, portanto o Leq nesta medição representa bem o nível de ruído<br />

ambiente (NRA), dado ainda que já se ouvia neste horário o início de<br />

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atividades ruidosas no porto, na rodovia, e na ferrovia. Sendo o nível critério<br />

para este ponto estabelecido em 55 dB(A) para o período noturno, mais alto<br />

que o nível médio medido, resulta para o período noturno o NCA = 55 dB(A)<br />

PONTO 05 – Olavo Bilac<br />

Este ponto fica localizado na ZR-1 – Zona Residencial 1, cujos níveis critérios<br />

estabelecido são 55 dB(A) para o período diurno e 50 dB(A) para o período<br />

noturno. A Medição 06 realizada no período diurno neste ponto, com duração<br />

de 20 minutos, resultou num Leq = 60,9 dB(A). O nível mínimo nesta medição<br />

chegou a 38,4 dB(A) e o nível máximo chegou a 78,5 dB(A). O L50 = 49,1<br />

resultou mais de 10 dB(A) abaixo do Leq. O nível máximo de 78,5 dB(A) foi<br />

ultrapassado em menos de 1% do tempo caracterizando-se por um pico<br />

sonoro. Sendo assim o nível de ruído ambiente se caracteriza melhor pelo L50,<br />

ou seja, NRA = 49,1 dB(A). Nesta medição a passagem do trem contribui de<br />

modo significativo para os resultados, durou cerca de 4 minutos, ou seja 20%<br />

do tempo total da medição. O nível médio foi ultrapassado em 20% do tempo<br />

de medição, de onde se infere que a passagem do trem contribuiu<br />

significativamente para a elevação do Leq. Como o nível de ruído ambiente<br />

NRA = 49,1 está abaixo do nível critério para a região, estabelecido em 55<br />

dB(A), resulta que permanece o NCA = 55dB(A) para o período diurno na zona<br />

correspondente a este ponto.<br />

No período noturno foi realizada a Medição 14 neste ponto com duração de 20<br />

minutos e que resultou num Leq = 56,4 dB(A). O L50 ficou 11 dB(A) abaixo do<br />

Leq, cujo valor por sua vez foi ultrapassado menos de 10% do tempo da<br />

medição. O nível mínimo chegou a 37 dB(A) e o nível máximo a 80,1 dB(A),<br />

uma diferença enorme de 33 dB(A), muito indesejada para o período noturno.<br />

Várias buzinadas do trem e a passagem de veículos pesados contribuíram para<br />

estes resultados. Tomando-se o L50 = 45,3 como NRA característico da região,<br />

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temos um nível de ruído ambiente medido abaixo do nível critério estabelecido,<br />

portanto, para o período noturno fica estabelecido o NCA = 50 dB(A).<br />

PONTO 06 – DPO Ilha de Madeira<br />

Este ponto fica localizado na ZPAV – Zona de proteção de áreas Verdes, cujos<br />

níveis critérios estabelecido são 40 dB(A) para o período diurno e 35 dB(A)<br />

para o período noturno. A Medição 07 realizada no período diurno neste ponto<br />

resultou num Leq = 66,1 dB(A). O nível mínimo nesta medição chegou a 49,6<br />

dB(A) e o nível máximo chegou a 83,4 dB(A). O nível máximo foi alcançado em<br />

menos de 1% do tempo de medição, tendo sido praticamente um pico. O<br />

tráfego pesado de veículos e cruzamento próximos contribuíram para a<br />

diferença de quase 10 dB(A) entre o nível mínimo e o nível médio e de mais de<br />

33 dB(A) entre o nível mínimo e o nível máximo. Sendo o nível L50 = 59 dB(A)<br />

pouco mais de 7 dB(A) abaixo do nível médio Leq = 66,1 dB(A) cujo valor foi<br />

ultrapassado em menos de 20% do tempo da medição, entende-se que o L50<br />

não representa neste caso o ruído ambiente no local, e sim o Leq, já que a<br />

contribuição da passagem do trem não influenciou a medição. Embora no<br />

momento da medição não tenha passado nenhum trem, os policiais do posto<br />

se queixaram do ruído da linha bem próxima à DPO. O Leq = 66,1dB(A) está<br />

acima do valor estabelecido como nível critério diurno para a zona em questão.<br />

Como nível de ruído ambiente diurno medido para a zona é maior, prevalece<br />

este último, resultando em um NCA = 66,1 dB(A) para o período diurno.<br />

No período noturno foi realizada a Medição 13 neste ponto, com duração de 20<br />

minutos, que resultou num Leq = 56,6. Neste caso o L50 = 50,5 dB(A), abaixo<br />

6,1 dB(A) do nível médio. Houve uma passagem de trem que durou 5 minutos<br />

durante a medição, e o valor do Leq foi ultrapassado menos de 30% do tempo<br />

da medição. Infere-se então que a passagem do trem tenha contribuído<br />

significativamente para a elevação do Leq acima do L50. O L50 nesta medição<br />

representa bem o nível de ruído ambiente (NRA), considerando a passagem<br />

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noturna do trem como um evento esporádico. Sendo o nível critério para este<br />

ponto estabelecido em 35 dB(A) para o período noturno, mais baixo que o nível<br />

de ruído ambiente medido, resulta para o período noturno o NCA = 50,5 dB(A).<br />

PONTO 07 – Mirante dos Coqueiros<br />

Este ponto fica localizado na ZE-IM – Zona Especial Ilha de Madeira, cujos<br />

níveis critérios estabelecidos são 60 dB(A) para o período diurno e 55 dB(A)<br />

para o período noturno. A Medição <strong>08</strong> realizada no período diurno neste ponto<br />

resultou num Leq = 59,7 dB(A). O nível mínimo nesta medição chegou a 37,4<br />

dB(A) e o nível máximo chegou a 78,6 dB(A). O nível máximo foi alcançado em<br />

menos de 1% do tempo de medição, tendo sido praticamente um pico. Fora o<br />

latido de um cão e a passagem esporádica de veículos e de uma lancha o<br />

ruído ambiente foi muito estável e baixo, chegando a 37 dB(A) de valor mínimo.<br />

Sendo o nível L50 = 50,6 dB(A) pouco menos de 10 dB(A) abaixo do nível<br />

médio Leq = 59,7 dB(A) cujo valor foi ultrapassado em menos de 20% do<br />

tempo da medição, entende-se que o L50 representa neste caso o ruído<br />

ambiente no local já que os eventos mais ruidosos foram esporádicos. O NRA<br />

= 50,6dB(A) está abaixo do valor estabelecido como nível critério diurno para a<br />

zona em questão. Como nível de ruído ambiente diurno medido para a zona é<br />

menor, permanece o NCA = 60 dB(A) para o período diurno.<br />

No período noturno foi realizada a Medição 12 neste ponto, com duração de 20<br />

minutos, que resultou num Leq = 53,2. Neste caso o L50 = 42 dB(A), restou<br />

abaixo 11,2 dB(A) do nível médio. Ouvia-se o trem ao longe, e algum<br />

movimento de pessoas próximas. Ainda passavam ônibus neste horário. O<br />

nível máximo chegou a 68,9 devido a uma batida de porta de carro próximo,<br />

evento muito atípico. O L50 nesta medição representa bem o nível de ruído<br />

ambiente (NRA). Sendo o nível critério para este ponto estabelecido em 55<br />

dB(A) para o período noturno, mais alto que o nível de ruído ambiente medido<br />

(tanto Leq quanto L50), resulta para o período noturno o NCA = 55 dB(A).<br />

Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />

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PONTO <strong>08</strong> – Praça Gonela<br />

Este ponto fica localizado na ZR-2 – Zona Residencial 2, cujos níveis critérios<br />

estabelecidos são 60 dB(A) para o período diurno e 55 dB(A) para o período<br />

noturno. A Medição 09 realizada no período diurno neste ponto resultou num<br />

Leq = 53 dB(A). O nível mínimo nesta medição chegou a 43,4 dB(A) e o nível<br />

máximo chegou a 67,3 dB(A). O nível máximo foi alcançado em menos de 1%<br />

do tempo de medição, tendo sido praticamente um pico. A área onde se<br />

localizou o ponto está preservada do ruído do comércio do Centro de Itaguaí,<br />

bairro onde se localiza a praça em questão. Neste ponto, escolhido por causa<br />

da topografia, escuta-se o ruído do trem passando ao longe. Veículos de<br />

passeio esporádicos elevaram o Leq. Sendo o nível L50 = 47,7 dB(A) pouco<br />

mais de 5 dB(A) abaixo do nível médio Leq = 53 dB(A) cujo valor foi<br />

ultrapassado em menos de 20% do tempo da medição, entende-se que o L50<br />

representa neste caso o ruído ambiente no local já que os eventos mais<br />

ruidosos foram esporádicos. O NRA = 47,7dB(A) está abaixo do valor<br />

estabelecido como nível critério diurno para a zona em questão. Como nível de<br />

ruído ambiente diurno medido para a zona é menor, permanece o NCA = 60<br />

dB(A) para o período diurno.<br />

No período noturno foi realizada a Medição 17 neste ponto, com duração de 20<br />

minutos, que resultou num Leq = 53,5. Neste caso o L50 = 50,7 dB(A), restou<br />

abaixo menos de 3 dB(A) do nível médio. Esta diferença é menos que apenas<br />

perceptível para o ouvido humano, sendo que o Leq representa bem o nível de<br />

ruído ambiente da região. Sendo o nível critério para este ponto estabelecido<br />

em 55 dB(A) para o período noturno, mais alto que o nível de ruído ambiente<br />

medido (tanto Leq quanto L50), resulta para o período noturno o NCA = 55<br />

dB(A).<br />

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6-297


CONSIDERAÇÃOES FINAIS<br />

Os Níveis Critérios de Avaliação estabelecidos para as zonas abrangidas pela<br />

AIA – área de Influência Acústica estimada, extrapolam-se os níveis<br />

determinados nos pontos de medições para todas as áreas das zonas de uso<br />

onde os pontos foram localizados, leva-se em conta as características dos<br />

cenários acústicos locais.<br />

Tabela <strong>6.1</strong>.3.2.2-3: Resumo dos Níveis Critérios de Avaliação – NCA, definidos para fins do<br />

EIA-RIMA USIMINAS – Tópico Ruídos (dentro da AIA – Área de Influência Acústica)<br />

Zona de Uso do Solo<br />

Plano Diretor de Itaguaí<br />

ZE-IM<br />

Zona Especial Ilha de Madeira<br />

ZP<br />

Zona de Parques<br />

ZE-IM<br />

Zona Especial Ilha de Madeira<br />

ZECG<br />

Zona Especial Coroa Grande<br />

ZR-1<br />

Zona Residencial 1<br />

ZPAV<br />

Zona de Proteção de Áreas Verdes<br />

ZE-IM<br />

Zona Especial Ilha de Madeira<br />

ZR-2<br />

Zona Residencial 2<br />

ZR-1<br />

Zona Residencial 1<br />

Ponto de Medição Sonora<br />

de referência<br />

NCA<br />

Diurno<br />

dB(A)<br />

01 66,6 50<br />

NCA Noturno<br />

dB(A)<br />

02 65 55,1<br />

03 60 -<br />

04 60 55<br />

05 55 50<br />

06 66,1 50,5<br />

07 60 55<br />

<strong>08</strong> 60 55<br />

09* - -<br />

ZIP 10* e 11* - -<br />

*Os resultados obtidos nas medições nos pontos 9, 10 e 11 não foram utilizados<br />

para a determinação dos níveis de ruído ambiente, pois não são medições<br />

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6-298


adequadas para tal. O dados destas medições foram coletados com o objetivo de<br />

auxiliar na composição do prognóstico, e serão referenciados na próxima etapa do<br />

estudo.<br />

<strong>6.1</strong>.4 Caracterização Marinha – Oceanografia<br />

<strong>6.1</strong>.4.1 Baía de Sepetiba<br />

A Baía de Sepetiba está situada no sul do Estado do Rio de Janeiro, a cerca de<br />

50 km do centro da capital. É um corpo de águas salinas e salobras com cerca<br />

de 520 km² de superfície e perímetro de 170,5 km (Figura <strong>6.1</strong>.4.1-1). A costa<br />

norte é limitada pelas montanhas da serra do Mar, com um litoral caracterizado<br />

por pequenas praias e estuários separados por pontas rochosas. À leste é<br />

limitada por uma extensa planície quaternária que é drenada pelos rios, que<br />

são responsáveis pela maior contribuição de água doce. Ao sul tem por limite a<br />

restinga e o morro da Marambaia.<br />

Figura <strong>6.1</strong>.4.1-1: Baía de Sepetiba.<br />

A restinga da Marambaia é uma imensa barragem de areia que, apesar de<br />

seus poucos metros acima do nível do mar, funciona como um dique, isolando<br />

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6-299


a baía. A ligação com o oceano Atlântico é feita através de passagens e canais<br />

existentes entre o continente e as ilhas de Itacuruçá, Jaguanum e Pombeba. O<br />

canal mais importante fica entre a ponta dos Castelhanos, na ilha Grande, e a<br />

ponta Grossa, na ilha da Marambaia. Na extremidade leste da baía há<br />

pequenos canais (Pau Torto, Pedrinho e Bacalhau) com baixas profundidades<br />

que estabelece a ligação desta com o oceano, através da barra de Guaratiba.<br />

A Baía de Sepetiba tem de 2 a 12 m de profundidade, exceto nos canais, onde<br />

é maior. Aproximadamente 50% de sua área é inferior a 6 metros. O maior<br />

aporte de sedimentos se dá pelos rios. A taxa de sedimentação da baía é<br />

estimada entre 0,30 a 1,0 cm por ano. Possui cerca de 60 praias continentais e<br />

40 insulares e aproximadamente 49 ilhas e ilhotas.<br />

A Baía de Sepetiba e sua região litorânea apresentam uma gama de<br />

ecossistemas tais como ilhas, costões rochosos, restingas, praias, mangues e<br />

lameiros intertidais. A Baía de Sepetiba é um ecossistema estratégico para o<br />

desenvolvimento socioeconômico, não somente dos municípios do entorno,<br />

mas também do Estado do Rio de Janeiro e do Brasil, devido às<br />

potencialidades turísticas, de lazer, de pesca, maricultura e navegação e pelas<br />

excelentes condições para empreendimentos portuários.<br />

<strong>6.1</strong>.4.2 Temperatura e Salinidade<br />

A região central da Baía de Sepetiba, entre as ilhas de Itacuruçá e Jaguanum,<br />

é uma zona de temperatura mais baixa devido a penetração de águas<br />

oceânicas mais frias. Apresenta influência do aporte dos rios, que trazem do<br />

continente água com temperatura ligeiramente superior. A água superficial,<br />

além da influência dos rios, sofre o efeito da insolação, que provoca um<br />

aumento da temperatura de aproximadamente 1 °C em relação a água do<br />

fundo. A água proveniente dos rios, por ser menos densa, ao penetrar na Baía<br />

de Sepetiba tende a se manter na superfície. Segundo Costa & Araújo (2003) a<br />

temperatura da água na Baía de Sepetiba varia entre 20 e 26 °C (Figura<br />

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6-300


<strong>6.1</strong>.4.2-1a). A Baía pode ser caracterizada como um corpo de águas salinas e<br />

salobras semi-enclausurado. A invasão das águas do mar pelas correntes de<br />

maré e o aporte fluvial do canal de São Francisco e do rio Piracão tem uma<br />

influência significativa na distribuição da salinidade dentro da baía. De forma<br />

geral, a salinidade varia entre 20 e 34, sendo que o fundo da baía e as áreas<br />

costeiras apresentam salinidade inferior a 30. Na parte central, e próximo ao<br />

cordão rochoso da ilha de Jaguanum a salinidade varia entre 30 e 34 (Figura<br />

<strong>6.1</strong>.4.2-1b) (SEMA/ZEE-RJ, 1996).<br />

a) b)<br />

Figura <strong>6.1</strong>.4.2-1: Distribuição horizontal da (a) temperatura e (b) salinidade na Baía de<br />

Sepetiba (SEMA/ZEE-RJ, 1996 apud SEMADS/GTZ, 2001).<br />

Registros mensais de temperatura e salinidade foram realizados entre julho de<br />

1993 e junho de 1994, compreendendo sete estações de coletas distribuídas<br />

no interior da baía, tanto na parte mais interna e protegida pelo “cordão” de<br />

ilhas, como na mais externa e desprotegida próxima da ligação com o mar<br />

(Figura <strong>6.1</strong>.4.2-2) (Araújo et al., 1998).<br />

Diferenças sazonais significativas foram verificadas para a temperatura da<br />

água de superfície e de fundo. A temperatura da água de superfície e de fundo<br />

apresentou um evidente padrão de variação sazonal com mínimas de<br />

aproximadamente 22 ºC em agosto e máximas em torno de 26 ºC em fevereiro.<br />

Não foram apresentadas diferenças significativas na temperatura da água entre<br />

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6-301


as estações de coletas. A temperatura da água de fundo esteve sempre entre 1<br />

e 2 ºC abaixo da temperatura da água de superfície, com exceção de maio e<br />

junho, quando esta situação se inverteu.<br />

Figura <strong>6.1</strong>.4.2-2: Baía de Sepetiba, RJ, com a indicação das estações de coleta. Zona interna:<br />

1 - Laje das Enxadas, 2 - Ilha do Socó, 3 - Ilha Bonita. Zona externa: 4 - Costa do Guandu, 5 -<br />

Canal da Restinga, 6 - <strong>Meio</strong> da Baía e 7 - Fundo da Baía (Araújo et al., 1998).<br />

A salinidade da água de fundo apresentou pequena amplitude de variação,<br />

oscilando entre 29 e 32, sem evidenciar uma tendência ao longo do ciclo anual,<br />

enquanto a salinidade na superfície apresentou sempre valores abaixo da<br />

salinidade no fundo com diferenças nas médias mensais de até 5 (Araújo et al.,<br />

1998) (Figura <strong>6.1</strong>.4.2-3).<br />

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6-302


Figura <strong>6.1</strong>.4.2-3: Variação temporal da temperatura e salinidade da água na Baía de Sepetiba,<br />

RJ, entre julho de 1993 e junho de 1994. Barras representando +/- 1 erro padrão. Fonte: Araújo<br />

et al. (1998).<br />

Espacialmente, apenas a salinidade da água de superfície apresentou menores<br />

médias na estação 4, Costa do Guandu (média = 21,1), em relação às outras<br />

estações (médias: 28,3-29,9). As únicas interações (estações do ano versus<br />

locais de coleta) significativas foram apresentadas para a salinidade na<br />

superfície, o que indica que diferenças sazonais apesar de não significativas<br />

foram mais amplas apenas na estação de Costa do Guandu (estação 4),<br />

devido à maior influência de água doce, especialmente no mês de maio, o que<br />

aumentou a variabilidade da média (Figura <strong>6.1</strong>.4.2-4) (Araújo et al., 1998).<br />

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6-303


Figura <strong>6.1</strong>.4.2-4: Variação espacial da temperatura e salinidade e transparência da água na<br />

Baía de Sepetiba, RJ, entre julho de 1993 e junho de 1994. Barras representando +/- 1 - erro<br />

padrão. Fonte: Araújo et al. (1998).<br />

Em 2005, próximos ao Terminal Portuário, foram caracterizados diversos<br />

parâmetros ambientais nos principais rios e canais, bem como nas suas foz,<br />

levando-se em consideração a ação da maré. Para tal, as coletas foram<br />

realizadas contemplando os momentos de sizígia e quadratura (preamar e<br />

baixamar) (Analytical Solutions/CVRD/CSA, 2005).<br />

O Rio da Guarda (pontos 09, 10, 11 e 12) apresentou águas salobras<br />

(salinidade entre 0,5 e 30) ao longo da extensão amostrada, tanto nas marés<br />

alta quanto baixa, em quadratura e sizígia. Em todas as situações de maré, o<br />

canal de São Francisco (pontos 13 a 17) apresentou água superficial doce<br />

(salinidade inferior a 0,5) ao longo da extensão amostrada, com exceção da<br />

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6-304


LATITUDE<br />

LATITUDE<br />

LATITUDE<br />

LATITUDE<br />

desembocadura (ponto 13), onde o aporte das águas da baía tornou a água<br />

salobra (exceto na maré alta de sizígia).<br />

No rio Guandu (pontos 18 a 21), a influência das águas da Baía de Sepetiba<br />

também foi verificada na desembocadura (ponto 18), a qual, com exceção da<br />

maré baixa de sizígia, apresentou água salobra.<br />

Os demais locais amostrados neste rio apresentaram águas doces. A região<br />

costeira na Baía de Sepetiba (pontos 01 a <strong>08</strong>) apresentou água salobra em<br />

todas as situações de maré (Figura <strong>6.1</strong>.4.2-5).<br />

Salinidade Quadratura Maré Baixa<br />

Salinidade Quadratura Maré Alta<br />

a)<br />

22.86ºS<br />

22.88ºS<br />

22.9ºS<br />

22.92ºS<br />

22.94ºS<br />

22.96ºS<br />

22.98ºS<br />

23ºS<br />

17<br />

11<br />

12<br />

16<br />

21<br />

15<br />

20<br />

10<br />

9<br />

14<br />

13<br />

22<br />

19<br />

2<br />

1<br />

23<br />

5<br />

18<br />

3<br />

6<br />

4<br />

8<br />

7<br />

43.82ºW 43.8ºW 43.78ºW 43.76ºW 43.74ºW 43.72ºW 43.7ºW 43.68ºW 43.66ºW<br />

LONGITUDE<br />

25<br />

24<br />

23<br />

22<br />

21<br />

20<br />

19<br />

18<br />

17<br />

16<br />

15<br />

14<br />

13<br />

12<br />

11<br />

10<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

b)<br />

22.86ºS<br />

22.88ºS<br />

22.9ºS<br />

22.92ºS<br />

22.94ºS<br />

22.96ºS<br />

22.98ºS<br />

23ºS<br />

17<br />

11<br />

12<br />

16<br />

21<br />

15<br />

20<br />

10<br />

9<br />

14<br />

13<br />

22<br />

19<br />

2<br />

1<br />

23<br />

5<br />

18<br />

3<br />

6<br />

4<br />

8<br />

7<br />

43.82ºW 43.8ºW 43.78ºW 43.76ºW 43.74ºW 43.72ºW 43.7ºW 43.68ºW 43.66ºW<br />

LONGITUDE<br />

25<br />

24<br />

23<br />

22<br />

21<br />

20<br />

19<br />

18<br />

17<br />

16<br />

15<br />

14<br />

13<br />

12<br />

11<br />

10<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

c)<br />

22.86ºS<br />

22.88ºS<br />

22.9ºS<br />

22.92ºS<br />

22.94ºS<br />

22.96ºS<br />

22.98ºS<br />

23ºS<br />

Salinidade Sizígia Maré Baixa<br />

17<br />

11<br />

12<br />

16<br />

21<br />

15<br />

20<br />

10<br />

9<br />

14<br />

13<br />

22<br />

19<br />

2<br />

1<br />

23<br />

5<br />

18<br />

3<br />

6<br />

4<br />

8<br />

7<br />

43.82ºW 43.8ºW 43.78ºW 43.76ºW 43.74ºW 43.72ºW 43.7ºW 43.68ºW 43.66ºW<br />

LONGITUDE<br />

25<br />

24<br />

23<br />

22<br />

21<br />

20<br />

19<br />

18<br />

17<br />

16<br />

15<br />

14<br />

13<br />

12<br />

11<br />

10<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

-1<br />

d)<br />

22.86ºS<br />

22.88ºS<br />

22.9ºS<br />

22.92ºS<br />

22.94ºS<br />

22.96ºS<br />

22.98ºS<br />

23ºS<br />

Salinidade Sizígia Maré Alta<br />

17<br />

11<br />

12<br />

16<br />

21<br />

15<br />

20<br />

10<br />

9<br />

14<br />

13<br />

22<br />

19<br />

2<br />

1<br />

23<br />

5<br />

18<br />

3<br />

6<br />

4<br />

8<br />

7<br />

43.82ºW 43.8ºW 43.78ºW 43.76ºW 43.74ºW 43.72ºW 43.7ºW 43.68ºW 43.66ºW<br />

LONGITUDE<br />

25<br />

24<br />

23<br />

22<br />

21<br />

20<br />

19<br />

18<br />

17<br />

16<br />

15<br />

14<br />

13<br />

12<br />

11<br />

10<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

-1<br />

Figura <strong>6.1</strong>.4.2-5: Salinidade da água superficial durante as marés de quadratura a) baixamar,<br />

b) preamar e sizígia c) baixamar e d) preamar (Analytical Solutions/CVRD/CSA, 2005).<br />

A temperatura não apresentou variações severas, oscilando entre 19,4 e 23,4<br />

ºC (Figura <strong>6.1</strong>.4.2-6).<br />

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6-305


LATITUDE<br />

LATITUDE<br />

LATITUDE<br />

LATITUDE<br />

Temperatura Quadratura Maré Baixa<br />

Temperatura Quadratura Maré Alta<br />

a)<br />

22.86ºS<br />

22.88ºS<br />

22.9ºS<br />

22.92ºS<br />

22.94ºS<br />

22.96ºS<br />

22.98ºS<br />

23ºS<br />

17<br />

11<br />

12<br />

16<br />

21<br />

15<br />

20<br />

10<br />

9<br />

14<br />

13<br />

22<br />

19<br />

2<br />

1<br />

23<br />

5<br />

18<br />

3<br />

6<br />

4<br />

8<br />

7<br />

43.82ºW 43.8ºW 43.78ºW 43.76ºW 43.74ºW 43.72ºW 43.7ºW 43.68ºW 43.66ºW<br />

LONGITUDE<br />

25<br />

24<br />

23<br />

22<br />

21<br />

20<br />

19<br />

18<br />

17<br />

16<br />

15<br />

14<br />

13<br />

12<br />

11<br />

10<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

-1<br />

b)<br />

22.86ºS<br />

22.88ºS<br />

22.9ºS<br />

22.92ºS<br />

22.94ºS<br />

22.96ºS<br />

22.98ºS<br />

23ºS<br />

17<br />

11<br />

12<br />

16<br />

21<br />

15<br />

20<br />

10<br />

9<br />

14<br />

13<br />

22<br />

19<br />

2<br />

1<br />

23<br />

5<br />

18<br />

3<br />

6<br />

4<br />

8<br />

7<br />

43.82ºW 43.8ºW 43.78ºW 43.76ºW 43.74ºW 43.72ºW 43.7ºW 43.68ºW 43.66ºW<br />

LONGITUDE<br />

25<br />

24<br />

23<br />

22<br />

21<br />

20<br />

19<br />

18<br />

17<br />

16<br />

15<br />

14<br />

13<br />

12<br />

11<br />

10<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

-1<br />

Temperatura Sizígia Maré Baixa<br />

Temperatura Sizígia Maré Alta<br />

c)<br />

22.86ºS<br />

22.88ºS<br />

22.9ºS<br />

22.92ºS<br />

22.94ºS<br />

22.96ºS<br />

22.98ºS<br />

23ºS<br />

17<br />

11<br />

12<br />

16<br />

21<br />

15<br />

20<br />

10<br />

9<br />

14<br />

13<br />

22<br />

19<br />

2<br />

1<br />

23<br />

5<br />

18<br />

3<br />

6<br />

4<br />

8<br />

7<br />

43.82ºW 43.8ºW 43.78ºW 43.76ºW 43.74ºW 43.72ºW 43.7ºW 43.68ºW 43.66ºW<br />

LONGITUDE<br />

25<br />

24<br />

23<br />

22<br />

21<br />

20<br />

19<br />

18<br />

17<br />

16<br />

15<br />

14<br />

13<br />

12<br />

11<br />

10<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

-1<br />

d)<br />

22.86ºS<br />

22.88ºS<br />

22.9ºS<br />

22.92ºS<br />

22.94ºS<br />

22.96ºS<br />

22.98ºS<br />

23ºS<br />

17<br />

11<br />

12<br />

16<br />

21<br />

15<br />

20<br />

10<br />

9<br />

14<br />

13<br />

22<br />

19<br />

2<br />

1<br />

23<br />

5<br />

18<br />

3<br />

6<br />

4<br />

8<br />

7<br />

43.82ºW 43.8ºW 43.78ºW 43.76ºW 43.74ºW 43.72ºW 43.7ºW 43.68ºW 43.66ºW<br />

LONGITUDE<br />

25<br />

24<br />

23<br />

22<br />

21<br />

20<br />

19<br />

18<br />

17<br />

16<br />

15<br />

14<br />

13<br />

12<br />

11<br />

10<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

-1<br />

Figura <strong>6.1</strong>.4.2-6: Temperatura superficial da água as marés de quadratura a) baixamar, b)<br />

preamar e sizízia c) baixamar e d) preamar (Analytical Solutions/CVRD/CSA, 2005).<br />

<strong>6.1</strong>.4.3 Correntes<br />

A Baía de Sepetiba engloba uma área de aproximadamente 500 km 2 ,<br />

composta por águas salinas e salobras, cuja ligação com o Oceano Atlântico é<br />

feita por dois canais: o primeiro e mais importante, entre a ponta de restinga da<br />

Marambaia e a Ilha Grande; e o segundo, na Barra de Guaratiba. O perímetro<br />

da baía é de aproximadamente 130 km.<br />

A Baía de Sepetiba é fortemente influenciada pela descarga de água doce<br />

proveniente de canais e rios e além disso, a troca de águas com o oceano<br />

adjacente é dificultada pela barreira formada pela Restinga da Marambaia. Um<br />

fato marcante da circulação do sistema Ilha Grande/Sepetiba é a presença de<br />

um fluxo unidirecional no sentido oeste-leste no canal entre o continente e a<br />

Ilha Grande, cuja existência foi observada por vários autores.<br />

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6-306


Na Baía de Sepetiba, o principal mecanismo responsável pela geração de<br />

correntes é o fluxo e refluxo da maré (Signorini, 1980a e b, Fragoso, 1995 e<br />

1999)). Com isto, há um processo regido por parâmetros oceânicos,<br />

ocasionando corrente predominante na direção leste - oeste. Esta circulação,<br />

segundo Borges (1990), acompanha a morfologia do fundo, ocorrendo com<br />

maior intensidade através dos canais de 20 a 30 metros de profundidade, entre<br />

as ilhas de Itacuruçá e Jaguanum, e entre as ilhas de Itacuruçá e o continente<br />

(Kale, 2000). A circulação na Baía de Sepetiba tem sentido horário (Figura<br />

<strong>6.1</strong>.4.3-1).<br />

Figura <strong>6.1</strong>.4.3-1: Sistema de correntes na Baía de Sepetiba (Borges, 1998).<br />

Signorini (1980a) aponta um grande contraste entre a circulação gerada pela<br />

maré nas duas baías (Sepetiba/Ilha Grande), estudando resultados obtidos por<br />

correntômetros e por simulação numérica (Signorini, 1980b). Enquanto na Baía<br />

de Sepetiba, o sinal de maré nas correntes é bastante evidente, com<br />

velocidades máximas da ordem de 1 m/s, na Baía da Ilha Grande este sinal é<br />

muito pequeno. O autor aponta dois prováveis fatores que causariam esta<br />

diferença. Sendo a Baía da Ilha Grande conectada ao oceano por duas<br />

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6-307


entradas, a onda de maré chegaria em fase nas duas e se dividiria em duas<br />

ondas separadas que entrariam na baía propagando-se em direções opostas,<br />

tendo seus efeitos parcialmente cancelados. Outro fator estaria relacionado ao<br />

comprimento da Baía de Sepetiba que é bastante próximo da quarta parte do<br />

comprimento de onda da componente de maré M4 (período de 6.21 h),<br />

amplificando assim seu sinal. Esse fato foi indicado também por Fragoso<br />

(1995), que utilizou um modelo numérico para a análise da circulação da Baía<br />

de Sepetiba. O autor apontou ainda a maré como forçante predominante sobre<br />

o vento local na geração de correntes naquela baía (Fragoso, 1999).<br />

Como na maioria dos estuários e baías, a onda de maré é do tipo estacionária,<br />

que não depende tanto da profundidade, mas sim da amplitude e de outros<br />

fatores físicos, como ventos, morfologia de fundo e configuração de canais. No<br />

caso da Baía de Sepetiba, além da maré, outros fatores determinantes da<br />

circulação são as morfologias costeiras e de fundo e o vento, além de eventos<br />

sazonais. De um modo geral, o padrão de circulação na Baía resulta em um<br />

pequeno tempo de residência da água (4,17 dias) e uma grande mistura da<br />

coluna d‟água (SEMADS, 2001).<br />

A ação dos ventos gera uma corrente superficial que forma células de<br />

circulação em forma de oito (Brönnimann et al., 1981). Os ventos<br />

predominantes nesta região são os ventos de direção sul/sudoeste, sendo os<br />

mais frequentes e de maior velocidade (Signorini, 1980a; Borges, 1990;<br />

Fragoso, 1995).<br />

Os padrões das correntes de superfície seguem a topografia do fundo, levando<br />

a criação de uma área de deposição preferencial em direção à costa norte. A<br />

hidrologia da Baía de Sepetiba é fortemente influenciada por parcelas d‟água<br />

subantárticas derivadas da Corrente das Malvinas, que chegam sazonalmente<br />

à costa sul-sudeste brasileira. Durante o inverno austral, estas parcelas de<br />

água fria e densa penetram por canais profundos na parte oeste da Baía,<br />

aquecem-se em seu interior e tornam-se superficiais na altura da foz do rio<br />

Guandu. Na superfície, contornam toda a baía e retornam pelos mesmos<br />

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6-3<strong>08</strong>


canais por onde entraram, gerando uma superposição de correntes (Stevenson<br />

et al., 1998).<br />

A entrada de água do mar se dá através de passagens e canais existentes<br />

entre o continente e as ilhas de Itacuruçá, Jaguanum e Pombeba. O canal mais<br />

importante fica entre a Ponta dos Castelhanos, na Ilha Grande, e a Ponta<br />

Grossa, na Ilha da Marambaia. Na extremidade leste da baía há pequenos<br />

canais (Pau Torto, Pedrinho e Bacalhau) com baixas profundidades que<br />

estabelecem a ligação desta com o oceano, através da “Barra de Guaratiba”.<br />

Considera-se em ordem crescente de importância, as seguintes áreas de<br />

entrada de correntes na baía: canais em Barra de Guaratiba; área entre a Ilha<br />

Grande e o Morro da Marambaia e a Ilha Jaguanum e; a região entre as ilhas<br />

de Jaguanum e Itacuruçá e o continente (Borges, 1998).<br />

A circulação marinha da região das Baías de Sepetiba e Ilha Grande foi<br />

estudada numericamente por diversos autores (Fragoso, 1995, 1999; INPH,<br />

2005), visando analisar o papel que exerce, na geração das correntes marinhas<br />

do local, cada uma das forçantes que atuam sobre esse complexo sistema de<br />

baías: maré, vento e gradientes de densidade.<br />

Pode-se observar velocidades da ordem 1m/s na sizígia e da ordem de 0,5 m/s<br />

na quadratura na Baía de Sepetiba, enquanto que na Baía da Ilha Grande as<br />

velocidades são da ordem 0,2 m/s na sizígia e de 0,1 m/s na quadratura<br />

(Fragoso, 1999). Exemplos do campo de velocidade e direção de corrente<br />

obtidos em situação de maré vazante e enchente para os períodos de sizígia e<br />

quadratura estão apresentados nas Figura <strong>6.1</strong>.4.3-2 e <strong>6.1</strong>.4.3-3.<br />

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6-309


a) b)<br />

Figura <strong>6.1</strong>.4.3-2: Campo de velocidades para o instante de (a) 50 horas de simulação, numa<br />

situação de maré enchente e (b) 56 horas numa situação de vazante, em período de sizígia. A<br />

gradação de cores indica a velocidade da corrente em m/s (Fragoso, 1995).<br />

a) b)<br />

Figura <strong>6.1</strong>.4.3-3: Campo de velocidades para o instante de (a) 224 horas de simulação, numa<br />

situação de maré enchente e (b) 230 horas numa situação de vazante, em período de<br />

quadratura. A gradação de cores indica a velocidade da corrente em m/s (Fragoso, 1995).<br />

Os resultados das diversas simulações realizadas com as diferentes forçantes<br />

mostraram que a circulação gerada pela maré é bem mais intensa na Baía de<br />

Sepetiba do que na da Ilha Grande, provavelmente devido à propagação da<br />

onda de maré no sistema, que faz com que o nível do mar na Baía da Ilha<br />

Grande oscile em fase. Na Baía de Sepetiba existe uma defasagem da onda de<br />

maré entre a entrada e o fundo da baía, o que gera acentuados gradientes de<br />

elevação do nível do mar, resultando em fortes correntes de maré nesse local.<br />

As Figuras <strong>6.1</strong>.4.3-4 a e b mostram exemplos de resultados do modelo<br />

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6-310


numérico em condições de maré enchente e vazante, obtidos por Fragoso,<br />

1999 apud ECOLOGY/BrasFELS (2005).<br />

a) b)<br />

Figura <strong>6.1</strong>.4.3-4: Campo de Correntes em Superfície Obtidas por Simulação Numérica em<br />

Condição de (a) Maré Enchente e (b) Maré Vazante. A escala de cores representa velocidades<br />

de correntes em cm/s.<br />

As velocidades de corrente geradas pelos gradientes de densidade existentes<br />

na região são bastante reduzidas e o vento que atua sobre a Plataforma<br />

Continental adjacente pode exercer papel importante nas correntes do interior<br />

das baías (Fragoso, 1999).<br />

Os estudos realizados pelo Instituto de Pesquisas Hidroviárias - INPH na Baía<br />

de Sepetiba, entre agosto de 1974 e dezembro de 1975, mostraram que a<br />

circulação d‟água na baía é regida predominantemente pela maré. Os efeitos<br />

meteorológicos e aqueles associados às descargas fluviais dos pequenos rios<br />

que deságuam na baía são desprezíveis. Observou-se também que o padrão<br />

de circulação d‟água acompanha a morfologia do fundo e que as correntes de<br />

enchente, tanto na quadratura quanto na sizígia, são mais intensas do que as<br />

correntes de vazante (INPH, 2005 apud ECOLOGUS/DOCAS-RJ, 20<strong>08</strong>).<br />

Para simular as condições de escoamento da baía, foi utilizada série histórica<br />

dos níveis d‟água observados nos marégrafos da Ilha Guaíba e do Porto de<br />

Itaguaí por período de 15 dias, abrangendo um ciclo de maré de sizígia e um<br />

ciclo de maré de quadratura (Figura <strong>6.1</strong>.4.3-5 e <strong>6.1</strong>.4.3-6).<br />

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a) b)<br />

Figura <strong>6.1</strong>.4.3-5: Maré de Sizígia - representação vetorial das correntes para situações típicas<br />

de (a) maré enchente e (b) vazante (INPH, 2005).<br />

a) b)<br />

Figura <strong>6.1</strong>.4.3-6: Maré de Quadratura - representação vetorial das correntes para situações<br />

típicas de (a) maré enchente e (b) vazante (INPH, 2005).<br />

Para a elaboração do EIA/RIMA do Porto Sudeste (ECOLOGY/LLX, 2007)<br />

foram adquiridos dados de corrente com ADCP (Acoustic Doppler Current<br />

Profiler) em diversos locais na Baía de Sepetiba (Figura <strong>6.1</strong>.4.3-7).<br />

Ilha da<br />

Madeira<br />

Ilha de<br />

Itacuruça<br />

Figura <strong>6.1</strong>.4.3-7: Localização nos pontos de medições de corrente com ADCP na Baía de<br />

Sepetiba (RJ) (ECOLOGY/LLX, 2007).<br />

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Durante a campanha de medição, com a duração aproximada de 18 dias,<br />

foram efetuadas medições de correntes com dois correntômetros do tipo ADCP<br />

fundeados nos pontos denominados II e VI medindo continuamente durante 18<br />

dias (fevereiro-março/20<strong>08</strong>). Um ADCP de 600 kHz foi fundeado no ponto II<br />

(profundidade de 7 m) e um ADCP de 300 kHz foi fundeado no ponto VI<br />

(profundidade de 24 m) para medir simultaneamente as correntes a intervalos<br />

de 10 minutos. A seguir são ilustrados os resultados das medições de<br />

correntes (Figura <strong>6.1</strong>.4.3-8 e <strong>6.1</strong>.4.3-9).<br />

Figura <strong>6.1</strong>.4.3-8: Medições de corrente durante 18 dias no ponto II (Baía de Sepetiba - RJ)<br />

(ECOLOGY/LLX, 2007).<br />

Durante o dia 22/02/<strong>08</strong> - no ponto II: as maiores magnitudes da corrente<br />

ocorreram durante a meia-maré enchente com valores entre 0,30 e 0,45 m/s e<br />

com direção variando em torno de ENE. Durante a meia-maré vazante foram<br />

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observados valores entre 0,15 e 0,30 m/s e direções variando<br />

significativamente em torno de SW.<br />

Durante o dia <strong>08</strong>/03/<strong>08</strong> - no ponto II: as maiores magnitudes da corrente<br />

ocorreram durante a meia-maré enchente com valores entre 0,20 e 0,45 m/s e<br />

com direção variando em torno de ENE. Durante a meia-maré vazante foram<br />

observados valores entre 0,20 e 0,35 m/s e direções variando<br />

significativamente em torno de SW.<br />

Figura <strong>6.1</strong>.4.3-9: Medições de corrente durante 18 dias no ponto VI (Baía de Sepetiba - RJ)<br />

(ECOLOGY/LLX, 2007).<br />

Durante o dia 21/02/<strong>08</strong> - no ponto VI: as maiores magnitudes da corrente<br />

ocorreram durante a meia-maré enchente com valores entre 0,40 e 0,60 m/s e<br />

com direção variando em torno de N (com diferenças entre fundo - ENE e<br />

superfície - NNW). Durante a meia-maré vazante foram observados valores<br />

entre 0,30 e 0,45 m/s e direções variando em torno de SW.<br />

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Durante o dia <strong>08</strong>/03/<strong>08</strong> - no ponto VI: as maiores magnitudes da corrente<br />

ocorreram durante a meia-maré enchente com valores entre 0,45 e 0,65 m/s e<br />

com direção variando em torno de N (com diferenças entre fundo - ENE e<br />

superfície - NNW). Durante a meia-maré vazante foram observados valores<br />

entre 0,35 e 0,50 m/s e direções variando em torno de SW.<br />

<strong>6.1</strong>.4.4 Marés<br />

O regime de marés na Baía da Sepetiba é classificado como semi-diurno, com<br />

desigualdade diurna. Este regime é marcado pela ocorrência de duas<br />

preamares e duas baixa-mares no período de 24 horas, sendo a desigualdade<br />

diurna caracterizada pela diferença de altura entre duas preamares ou baixamares<br />

sucessivas no mesmo período. São observadas amplitudes inferiores a<br />

2 metros: a amplitude média da maré de sizígia é de 110 cm, enquanto que a<br />

de quadratura é da ordem de 30 cm (DHN, 1986 apud Borges, 1990).<br />

A maré penetra na baía por um único canal e encontra um forte gradiente<br />

batimétrico, o que provoca uma diferença de fase significativa entre a<br />

embocadura e o fundo, provocando maiores velocidades de corrente de maré.<br />

As maiores velocidades, em torno de 1,5 nós, se encontram sempre no canal<br />

localizado entre as Ilhas de Itacuruçá e Jaguanum, tanto nas enchentes quanto<br />

nas vazantes. As menores velocidades estão no setor leste da baía. A<br />

circulação no sistema estuarino parece acompanhar as isobatimétricas, ou<br />

seja, as maiores velocidades acompanham os canais de maior profundidade<br />

(SEMADS/GTZ, 2001).<br />

<strong>6.1</strong>.4.5 Ondas<br />

A penetração de ondas oceânicas na Baía de Sepetiba é pequena ou<br />

desprezível. As ondas no interior da baía são geradas pelos ventos incidentes<br />

sobre o corpo líquido, basicamente os de leste, sudeste e nordeste, que<br />

provocam as perturbações na superfície da água. Cerca de 99% das<br />

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ocorrências são de ondas com altura abaixo de 0,75 m, com período<br />

compreendido entre 3 a 5 segundos, com raras ocorrências de ondas com<br />

alturas entre 1,3 e 1,0 m (SEMADS/GTZ, 2001).<br />

A média da altura máxima de onda prevista para o entorno da baia é de 0,25<br />

m, para a região central é de 0,35 m e nas áreas Sul e Sudoeste da ilha de<br />

Itacuruçá a maior altura prevista é de 0,50 m, devido à influência do canal de<br />

navegação da Baía e da maior proximidade com a entrada da mesma<br />

(ECOLOGY/LLX, 2007).<br />

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