08_CAP 6.1_Meio Fisico.pdf - ceivap
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6. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL<br />
<strong>6.1</strong> <strong>Meio</strong> Físico<br />
<strong>6.1</strong>.1 Caracterização Geológica e Hidrogeológica<br />
<strong>6.1</strong>.1.1 Caracterização geológica da Área de Influência Indireta - AII<br />
A região de estudo está localizada no litoral sul do Estado do Rio de Janeiro,<br />
na região de Sepetiba, abrangendo terrenos do município de Itaguaí, cuja<br />
geologia é constituída por rochas do segmento continental e marinho.<br />
A Baixada de Sepetiba está localizada no Escudo Atlântico da Plataforma Sul<br />
Americana, que é constituída por rochas granito-gnaissicas do período<br />
Précambriano, rochas intrusivas alcalinas e básicas do período Mesozoico,<br />
sedimentos marinhos, fluviais e coluviais do período Cenozoico.<br />
Ao norte da baixada de Sepetiba estão os contrafortes da Serra do Mar com<br />
uma sucessão de cristas e vales que atingem até a porção leste desta baixada.<br />
<strong>6.1</strong>.1.2 Descrição da geologia<br />
O embasamento Proterozóico, essencialmente brasiliano, que constitui o<br />
sudeste do Brasil, foi reativado pelos processos de fragmentação do<br />
Gondwana e formação do Atlântico Sul (Eocretáceo), pelo magmatismo<br />
alcalino (Eocretáceo a Paleógeno) e pela formação das bacias terciárias<br />
contemporâneas à implantação das serras do Mar e da Mantiqueira<br />
(Paleógeno).<br />
A área de estudo do empreendimento está regionalmente inserida na Província<br />
Estrutural Mantiqueira (Almeida et al., 1977) constituída, sobretudo, de rochas<br />
pré-cambrianas, intensamente deformadas, metamorfizadas em diferentes<br />
graus, migmatizadas e injetadas por granitóides de variadas composições e<br />
fases de intrusionamento.<br />
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O Neoproterozóico apresenta unidades litológicas do Domínio Tectônico Rio<br />
Negro, que engloba litologias da Unidade Rio Negro, o Batólito Serra dos<br />
Órgãos e o gnaisse semi-facoidal. Predominam rochas ortognaissicas de<br />
diferentes composições e fases de intrusionamento, destacando-se os<br />
gnaisses e migmatitos trondhjemíticos do Complexo Rio Negro e granitóides<br />
associados, particularizados pelo Batólito Serra dos Órgãos.<br />
A Unidade Rio Negro é reconhecida pelos tipos ortognaissicos de textura e<br />
composição um tanto variáveis, tendo suas exposições por toda área,<br />
principalmente na porção centro-ocidental. Entre suas variedades, destacamse<br />
migmatitos predominantemente estromáticos, com paleossoma de biotita<br />
(anfibólio) gnaisse e neossoma granítico de grão médio a fino. Presença de<br />
biotita gnaisse porfiroblástico com cristais centimétricos de microclina rosada .<br />
Presença de protomilonitos e milonitos das litologias anteriores.<br />
Batólito Serra dos Órgãos, que aparece nas ilhas da Madeira e de Itacuruçá,<br />
está relacionado a um episódio magmático pré a sin-colisional. São granitóides<br />
à hornblenda e biotita, equigranulares, às vezes porfiríticos, de granulação<br />
grossa, com foliação descontínua e, em alguns pontos, apresenta-se isotrópico<br />
de aspecto nitidamente granítico, com xenólitos das litologias encaixantes da<br />
Unidade Rio Negro, e diques metabásicos sinintrusivos, descontínuos. A<br />
foliação da rocha é bastante irregular e pode apresentar pequenas dobras de<br />
uma fase tardia de deformação, com faixas localizadas de cisalhamento e<br />
“arraste”.<br />
A Unidade gnaisse semi-facoidal, tem seus afloramentos no setor oriental da<br />
área e é caracterizada por rochas compostas de biotita gnaisse à microclina e<br />
plagioclásioquartzo (microclina) biotita granada gnaisse com textura semifacoidal.<br />
Esse gnaisse pode estar associado a uma suíte granítica sin a tardicolisional<br />
no ambiente tectônico Rio Negro.<br />
Os complexos Ilha da Madeira e Ilha da Marambaia encontram-se em condição<br />
litoestratigráfica ainda não perfeitamente definida, tendo sido incluídos,<br />
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justamente por associação com outros corpos intrusivos similares, no<br />
magmatismo pós-colisional.<br />
O Complexo Ilha da Madeira é assinalado em porções da Ilha da Madeira e na<br />
Ilha de Itacuruçá, sendo descrito como um ortoclásio (granada) granito de talhe<br />
médio, em parte porfirítico, homogêneo a foliado em domínios restritos, cor<br />
verde acaramelada a cinzenta.<br />
As rochas ígneas intrusivas ocorrem em forma de veios ou diques de<br />
dimensões variadas e são, formadas principalmente de sienitos, nefelina<br />
sienitos e fenólitos. Estes diques seguem direções preferenciais NE (nordeste)<br />
e N/NW (nor-noroeste), possivelmente associados a lineamentos précambrianos,<br />
reativados durante o Cenozóico.<br />
Os sedimentos quaternários marinhos, representados predominantemente por<br />
areias quartzosas, são encontrados , de modo mais expressivo ao longo da<br />
baixada de Sepetiba, onde se formam as praias, cordões litorâneos e até<br />
mesmo dunas.<br />
O quadro a seguir mostra a coluna geológica da região de estudo (Área de<br />
Influencia Indireta – AII; Anexo <strong>6.1</strong>-1 – Mapa Geológico).<br />
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IDADE UNIDADES DESCRIÇÃO LITOLÓGICA<br />
Depósitos<br />
Continentais<br />
Fluviais<br />
Sedimentos areno –siltoargilosos,<br />
localmente ricos em<br />
matéria orgânica, englobando<br />
as planícies de inundação dos<br />
rios e os manguezais costeiros.<br />
Cenozóico<br />
Quaternário<br />
Depósitos<br />
Marinhos<br />
Sedimentos<br />
predominantemente arenosos<br />
(Baia da Ilha Grande e linhas<br />
de praia atuais e antigas) e<br />
argilosos (Baia de Sepetiba)<br />
Granito Mangaratiba – biotita<br />
granitóides do tipo I de<br />
granulação fina a média, textura<br />
Paleozóico<br />
Cambriano<br />
(Brasiliano III)<br />
Granitóides<br />
Postectônicos<br />
equigranular a porfirítica,<br />
localmente com foliação de<br />
fluxo magmático. Ocorrem<br />
como stocks e pequenos<br />
batólitos cortando as rochas<br />
regionais.<br />
Granitos a duas micas do tipo-S<br />
Proterozóico<br />
NeoProterozóico<br />
(Brasiliano III)<br />
Suite Serra<br />
das Araras<br />
com granulação grossa,<br />
equigranular a porfirítico com<br />
foliação transcorrente, rico em<br />
enclaves de paragnaisses.<br />
Precambriano<br />
Proterozóico<br />
NeoProterozóico<br />
(Brasiliano II)<br />
Suite Serra<br />
dos Orgãos<br />
Unidade Serra dos Orgãos –<br />
Granitóides com hornblenda e<br />
biotita de granulação grossa.<br />
Texturas e estruturas<br />
magmáticas preservadas com<br />
foliação tangencial.<br />
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Complexo Rio<br />
Negro<br />
Unidade Rio Negro –<br />
Ortognaisses bandados de<br />
granulação grossa, texturas<br />
porfiríticas recristalizadas e<br />
agem com forte foliação<br />
tangencial.<br />
Unidades<br />
Duas Barras<br />
Granitóides homogêneos,<br />
foliados de composição<br />
tonalítica com intrusões de<br />
veios de leucogranito.<br />
Fonte CPRM – Mapa Geológico do Estado do Rio de Janeiro, 2000.<br />
<strong>6.1</strong>.1.3 Caracterização geológica da Área de Influência Direta - AID<br />
<strong>6.1</strong>.1.3.1 Unidades Litológicas<br />
O substrato rochoso da Ilha da Madeira é constituído de rochas granitóides e<br />
gnáissicas pré-cambrianas, caracterizado pela presença marcante de<br />
ortognaisses gerados em ambiente colisional, onde se destacam os<br />
ortognaisses e migmatitos do complexo Rio Negro e granitóides associados<br />
representados pelo Batólito Serra dos Órgãos.<br />
Na ilha são reconhecidas 3 unidades geológicas sendo elas:<br />
1 - Batólito Serra dos Órgãos, ocorrendo na região central da ilha<br />
segundo uma faixa de direção aproximadamente NE-SW, e com<br />
ocorrências isoladas em sua porção mais a oeste;<br />
2 - Unidade Rio Negro em seu setor este-sudeste; e,<br />
3 - Complexo Ilha da Madeira em sua porção centro-noroeste.<br />
As duas últimas apresentam contato com rochas granitóides do Batólito Serra<br />
dos Órgãos.<br />
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O intemperismo, bem desenvolvido na área, dá origem a solos residuais<br />
normalmente recobertos por formações superficiais coluvionares, onde são<br />
observados blocos rochosos sob a forma de matacões dispersos nas encostas<br />
e zonas baixas à elas subjacentes.<br />
Afloramentos de rocha fresca são escassos, e as melhores observações do<br />
arcabouço rochoso da ilha, são feitas em costões litorâneos como aqueles<br />
existentes no litoral ocidental da ilha e pedreiras como a Pedreira Sepetiba.<br />
No contexto geoambiental, as observações das litologias e estruturas<br />
existentes na Ilha da Madeira, são extremamente dificultadas pelo grau de<br />
decomposição das rochas associada cobertura vegetal que ainda recobre os<br />
terrenos acidentados da ilha.<br />
As rochas graníticas do Complexo Ilha da Madeira têm distribuição dominante<br />
na Ilha da Madeira, ocupando cerca de 15% da Ilha de Itacuruça e a totalidade<br />
de duas pequenas ilhas na Enseada da Gamboa.<br />
Na Ilha da Madeira os afloramentos graníticos ocupam mais de 1/3 (um terço)<br />
da área, constituindo toda a porção centro-norte e oeste, exceto o extremo<br />
oeste. Esta rocha dominante está excelentemente exposta numa antiga<br />
pedreira. Grandes xenólitos de biotita gnaisse xistoso migmatizado, atribuído à<br />
Unidade Rio Negro são vistos no corte da pedreira.<br />
Não resta a menor dúvida quanto ao caráter intrusivo das rochas do complexo<br />
Ilha da Madeira nas encaixantes graníticas (do Batólito Serra dos Órgãos) com<br />
as quais se põem em contacto e migmatíticas (da Unidade Rio Negro) pois em<br />
vários dos afloramentos, há restos destas rochas no interior das rochas do<br />
complexo Ilha da Madeira (Anexo <strong>6.1</strong>-2).<br />
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<strong>6.1</strong>.1.3.2 Descrição dos Perfis Geológicos da Área de Influência Direta<br />
O detalhe geológico local é definido com base na interpretação de três perfis<br />
dos poços de monitoramento e sondagens, executados pela Arcadis Hidro<br />
Ambiente (2009).<br />
Perfil A-A‟ direção N-S:<br />
Perfil B-B‟ direção SE-NW:<br />
Perfil C-C‟ direção SW-NE:<br />
Perfil A-A’ (direção norte-sul) – (Anexo <strong>6.1</strong>-3)<br />
Na porção superficial da área são predominantes os sedimentos compostos por<br />
aterro silto-arenoso (areia média a fina) com porções mais argilosas de<br />
coloração avermelhada. Na área da pilha de rejeito é observada uma camada<br />
de aterro silto-argiloso vermelho compacto. Na porção da área próxima ao<br />
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mangue é observado superficialmente camada de argila orgânica cinza a preta<br />
muito plástica.<br />
Ao sul da área a rocha é aflorante sendo caracterizada como metamórficagnaisse.<br />
Esta rocha encontra-se na porção central da área em cotas próxima a<br />
-20 metros.<br />
Em algumas porções do terreno aparecem abaixo das camadas de aterro,<br />
camadas argiloarenosas (areia fina) de coloração cinza, além de camadas de<br />
areia média a grossa<br />
Abaixo dessas camadas argiloarenosas (areia fina), aparecem camadas de<br />
areia media a grossa amarelada, resultante de alterações de rocha (solo<br />
residual).<br />
Perfil B-B’ (direção sudeste-noroeste) – (Anexo <strong>6.1</strong>-4)<br />
Mostra a camada de aterro silto-arenoso (areia fina) avermelhada, cobrindo<br />
camadas de argiloarenosas (areia fina) de coloração cinza espessas na lateral<br />
da pilha de rejeito.<br />
A lagoa esta assentada na camada de solo residual, e a sua margem voltada<br />
para a bacia de contenção da pilha de rejeito, mostra o perfil do aterro sobre a<br />
camada argiloarenosa (areia fina) de coloração cinza úmida, camada de areia<br />
média a grossa e a camada de areia media a grossa amarelada , resultante de<br />
alterações de rocha (solo residual).<br />
Perfil C-C’ (direção sudoeste-nordeste) – (Anexo <strong>6.1</strong>-5)<br />
Mostra área da pilha de rejeito com a camada de aterro silto-argiloso vermelho<br />
compacto. A camada de aterro silto-argiloso (areia fina) cobre toda a área até o<br />
inicio da pilha de rejeito e ate a margem da bacia de contenção da pilha de<br />
rejeito. Abaixo das camadas de aterro, do rejeito compactado e da bacia de<br />
contenção, vem camadas argiloarenosas (areia fina), cinza úmida.<br />
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Nas áreas próximas ao mangue, ocorre camada de argila preta orgânica<br />
plástica, sobre o solo residual.<br />
<strong>6.1</strong>.1.4 Pedologia<br />
<strong>6.1</strong>.1.4.1 Caracterização Pedológica Regional<br />
A metodologia de mapeamento dos solos realizado pelo Macroplano (Semads,<br />
1997) considerou como solo “todo e qualquer material de origem natural,<br />
particulado e não consolidado, proveniente da meteorização de rochas,<br />
podendo ser transportado ou “in situ”, procedendo, a partir daí, a<br />
caracterização e a distribuição dos diferentes tipos de solos e a sua relação<br />
com os condicionantes geológico-geomorfológicos, bem como aos processos<br />
atuantes, nos vários tipos de ambientes que compõem a área.<br />
A abordagem adotada na caracterização dos solos fundamentou-se nas<br />
relações entre os processos pedogenéticos e a atuação, por vezes<br />
determinante, de um ou mais dos fatores de formação dos solos.<br />
Da conformação geomorfológica da bacia, três grandes compartimentos podem<br />
melhor traduzir as suas características macro-pedológicas, quais sejam: as<br />
serras, a baixada e a vertente sul-atlântica da Serra do Mar.<br />
No compartimento serrano a bacia apresenta domínios pedológicos<br />
relacionados às estruturas cristalinas da Serra do Mar e dos maciços<br />
litorâneos.<br />
As faixas de relevo mais suaves em direção à baixada, correspondem a uma<br />
zona de transição entre as serras e os maciços, com grande presença de<br />
colinas e depósitos de tálus e colúvio, frutos do retrabalhamento das encostas<br />
mais altas, resultando numa grande quantidade de solos podzólicos associados<br />
a essa topografia.<br />
A grande ocorrência desse tipo de solo caracteriza uma situação de grande<br />
fragilidade quanto à erosão, especialmente pela pressão da ocupação urbana e<br />
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outros usos que geram grandes perdas de solos. Essa passagem para o<br />
compartimento da baixada se caracteriza também pela maior freqüência de<br />
depósitos de aluviões.<br />
Na zona de baixada, além dos morrotes isolados, as bacias passam a abrigar<br />
mais ambientes de deposição de sedimentos e, desse modo, as unidades<br />
relacionadas à esses processos começam a aparecer com maior<br />
expressividade, especialmente as unidades dos solos aluviais, gleys, orgânicos<br />
e planossolos, estendendo-se até as áreas de influência marinha.<br />
<strong>6.1</strong>.1.4.2 Unidades Mapeadas na Área de Influência Direta<br />
A área da bacia da baía de Sepetiba é constituída de variados tipos de<br />
ambientes, compondo paisagens específicas: baixada, restingas, manguezais,<br />
serras e colinas.<br />
Identificam-se, de uma maneira geral, as baixadas com os morros e serras<br />
como os dois grandes domínios geomorfológicos na área da bacia. A influência<br />
das formas de relevo é marcante na configuração e na distribuição dos<br />
diversos tipos de solos que constituem esses ambientes e que podem ser<br />
divididos como solos das baixadas e solos das encostas (Semads, 1997).<br />
Os terrenos planos e as depressões da baixada, apresentam geralmente<br />
condições de drenagem imperfeita formando quase sempre ambientes<br />
hidromórficos, com grande influência do lençol freático, que nessa área<br />
aparece muito próximo à superfície. Constituem-se basicamente de sedimentos<br />
quaternários que foram retrabalhados por diversos agentes (vento, ondas,<br />
correntes e etc.), associados ao desenvolvimento de restingas e dunas<br />
(depósitos arenosos), mangues (depósitos argilosos, argilo-siltosos e mistura<br />
de sedimentos arenosos e materiais orgânicos) e ainda aos alagadiços e<br />
aluviões nas áreas planas e represadas junto à costa (depósitos aluvionares).<br />
As classes de solos relacionadas a essas zonas de baixada são: Areias<br />
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Quartzosas Marinhas, solos Gley, Podzol Hidromórfico, Planossolos, solos<br />
Aluviais e solos Orgânicos.<br />
O aumento da declividade em direção às serras reflete-se na presença de<br />
solos associados às variações de gradientes das encostas e à maior exposição<br />
à erosão, originários da intemperização de rochas e sedimentos mais antigos.<br />
Nesse contexto, solos Podzólicos Vermelho-Amarelo associados à solos<br />
Litólicos e afloramentos rochosos, Latossolos Vermelho-Amarelo, Cambissolos<br />
e Brunizem Avermelhado, ocorrem nas áreas que apresentam um relevo<br />
ondulado a fortemente ondulado, sendo os solos Podzólicos Vermelho-Amarelo<br />
característicos das colinas e morrotes isolados nas baixadas.<br />
A seguir são apresentadas as descrições das unidades mapeadas, onde podese<br />
observar a sua individualização pelas predominâncias e ocorrências das<br />
classes de solos presentes nessas correlações.<br />
Areas de alagadiços<br />
São terrenos baixos, mal drenados, com nível de lençol freático muito raso,<br />
aflorante por longos períodos ou permanentemente.<br />
Ocorrem em torno de lagoas e depressões na baixada litorânea, em relevo<br />
praticamente plano. Seus sedimentos são provenientes dos ambientes flúviolagunar<br />
e marinho e possuem espessura inferior a 3 m.<br />
Os solos que correspondem a essas áreas alagadas são predominantemente<br />
hidromórficos do tipo Gley, que se caracterizam pela presença de um horizonte<br />
subsuperficial (g), de coloração cinzenta e/ ou mosqueada, evidenciando a sua<br />
formação por reações de oxi-redução. A grande presença de matéria orgânica<br />
no horizonte A, evidencia, junto com o horizonte Gley, a má drenagem do<br />
terreno e a condição de hidromorfogenia. Os solos Gley são, em geral, pouco<br />
profundos, com o horizonte superficial espesso pelo acúmulo de matéria<br />
orgânica, de coloração escura (preta ou cinza-escura) e os horizontes<br />
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subsuperficiais (g) de cores cinzentas e neutras, de textura argilosa ou muito<br />
argilosa e estrutura maciça. Ocorrem comumente nas várzeas dos rios. Os<br />
sedimentos constituintes desses solos em geral são de origem flúvio-lagunar.<br />
Na Baixada de Sepetiba, ocorrem os vários tipos de solos Gley, predominando<br />
os Gleys húmicos de argila de atividade alta, álicos, em altitudes que variam de<br />
10 a 20 m, sob campos de várzeas, e os Gleys salinos tiomórficos próximos à<br />
orla marítima, na desembocadura dos rios e canais, onde os sedimentos<br />
argilosos e argilo-siltosos com adição de detritos orgânicos sofrem a influência<br />
das marés, favorecendo a mistura de sais e a ocorrência de compostos de<br />
enxofre.<br />
Por ocuparem terrenos em relevo plano, os solos Gley praticamente não são<br />
susceptíveis à erosão.<br />
Areas aluvionares<br />
Esta unidade está relacionada com as áreas de manguezais, que possuem<br />
ainda uma ocorrência significativa no entorno da Baía de Sepetiba (de<br />
Guaratiba a Itacuruçá), ocupando cerca de 0,8% da bacia. São terrenos baixos<br />
e planos, diretamente sujeito às inundações diárias de marés, em faixas<br />
contíguas ao mar ou eventualmente ao longo de rios e canais.<br />
Como ambiente de transição entre o continente e o mar, os manguezais<br />
recebem grande carga de sedimentos provenientes de transporte fluvial.<br />
Constituem-se de material que variam de textura arenosa a muito argilosa e<br />
grande produção de matéria orgânica com restos de conchas e vegetais, com<br />
intercalação de areias finas, formando vastas lamas. A coloração típica desses<br />
sedimentos é a acinzentada, evidenciando as condições redutoras desse<br />
ambiente. A sua vegetação típica, o mangue propriamente dito, possui um<br />
fundamental papel na deposição e fixação desses sedimentos.<br />
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Pelas características desse ambiente, a vegetação assenta-se sobre solos<br />
compatíveis com os solos do tipo Gley salinos tiomórficos e a associação<br />
complexa de solos Gley salinos e solos Gley salino tiomórficos ambos<br />
indiscriminados. Também podem ser encontrados associados aos solos<br />
orgânicos salinos tiomórficos. Os Gley salinos tiomórficos apresentam<br />
sequência típica de horizontes do tipo A sobre C, com cores escuras no<br />
horizonte A e cinzento-esverdeada escura no horizonte C.<br />
Esta unidade encontra-se associada às áreas de aluviões, cobrindo cerca de<br />
4,2% da bacia. Os aluviões ocorrem em terrenos próximos a rios e lagos,<br />
formados geralmente entre as planícies flúvio-lagunares costeiras e morros e<br />
serras de embasamento cristalino, em altitudes inferiores a 10 m e em terraços<br />
de até 30 m, num relevo plano, podendo-se encontrar isoladamente morrotes e<br />
colinas residuais. São constituídos por materiais associados a ambientes<br />
fluviais, erodidos, retrabalhados e transportados pelos cursos d‟água e<br />
depositados nos seus leitos e margens. São depósitos de idade recente,<br />
geralmente de grande extensão e espessura, com grande presença de matéria<br />
orgânica.<br />
Com nível do lençol d‟água raso, portanto sob condições gerais de má<br />
drenagem, os terrenos de aluviões constituem-se em sua maior parte de solos<br />
hidromórficos. Ocorrem nas várzeas dos rios, em relevo plano, e podem variar<br />
em relação à textura, coloração, consistência e estrutura de acordo com a<br />
natureza dos sedimentos depositados. A sua profundidade depende da altura<br />
do lençol freático, mas esse fator não limita o desenvolvimento de raízes,<br />
apesar do risco de inundações (Anexos <strong>6.1</strong>-6 e <strong>6.1</strong>-7).<br />
<strong>6.1</strong>.1.5 Geomorfologia<br />
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6-13
Com cerca de 500 km², a baía de Sepetiba é um compartimento rebaixado,<br />
limitada ao Sul pela restinga da Marambaia, ao Norte e a Leste pelo continente,<br />
e a Oeste por uma cadeia de ilhas (Itacuruça, Jaguanum, etc.) alinhadas na<br />
direção SO/NE. A Leste, na altura de Barra de Guaratiba a baía é ligada ao<br />
mar por um estreito canal.<br />
As diversas formas de relevo que cobrem a bacia hidrográfica de Sepetiba<br />
resultam, principalmente, da sua história geológica, da litologia e de fatores<br />
paleoclimáticos. Os eventos geológicos causadores de amplos arranjos<br />
estruturais e de expressivas ocorrências litológicas, geraram grandes conjuntos<br />
de formas de relevo:<br />
Domínio Serrano, constituídos pela vertente oceânica da serra do Mar e<br />
pelos maciços costeiros da Ilha da Marambaia, Pedra Branca e Mendanha, e,<br />
Domínio da Baixada, constituído por uma extensa planície fluviomarinha,<br />
atravessada pelo baixo curso dos principais rios que desaguam na<br />
Baía de Sepetiba.<br />
<strong>6.1</strong>.1.5.1 Caracterização geomorfologica local<br />
A geomorfologia da área onde será instalado o terminal de minérios é dividida<br />
em duas principais feições: a primeira formada por planícies flúvio-marinhas<br />
intermarés, constituída por sedimentos quaternários, argilosos ricos em matéria<br />
orgânica, a segunda é composta por alinhamentos serranos sustentados<br />
principalmente por granito-gnaisses e migmatitos.<br />
Nas planícies encontramos três unidades geotécnicas, os alagadiços, aluviões<br />
e mangues, cujas características físicas determinam comportamentos distintos.<br />
Os alagadiços estão dispostos nas cotas mais baixas da planície litorânea da<br />
baixada de Sepetiba, próximos aos rios e canais artificiais de drenagem.<br />
Geomorfologicamente os alagadiços são compostos por solos hidromórfos de<br />
origem fluvio-lagunar, apresentando em capeamentos argilosos com espessura<br />
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6-14
normalmente inferior a 3 metros, sobrepostas a camadas arenosas de origem<br />
marinha. Em tese, estes tipos de solos apresentam alta compressibilidade, alta<br />
plasticidade e nos baixos cursos dos canais fluviais, podem sofrer efeitos da<br />
ação das marés. Desta forma, o nível do lençol freático é bastante elevado,<br />
aflorantes em muitos casos, formando brejos e pântanos. Como os terrenos<br />
possuem declividade baixa, possuem drenagem impedida, favorecendo o<br />
aparecimento de solos turfosos e orgânicos.<br />
Os aluviões são compostos de solos constantemente saturados por inundações<br />
fluviais, associadas aos períodos de alta pluviosidade. Como pode ser<br />
observado ao longo de toda a área circunvizinha ao aluvião argiloso do terreno,<br />
os alagamentos e inundações são amplificados já que as próprias calhas dos<br />
rios são ocupadas por moradias e instalações comerciais. Esta ocupação<br />
urbana totalmente desordenada provoca dificuldades crescentes ao<br />
escoamento das águas.<br />
Os manguezais se apresentam ao longo da orla da Baia de Sepetiba em<br />
pequenas manchas isoladas juntas às pequenas enseadas e praias com fundo<br />
argiloso.<br />
Devido a diversas intervenções antrópicas na Bacia Hidrográfica de Sepetiba, o<br />
regime de sedimentação local se intensificou promovendo, assim, o rápido<br />
crescimento da planície de maré, que serve de substrato aos manguezais.<br />
Caracterizados por terrenos baixos e planos, os manguezais estão associados<br />
a constantes inundações por variação das marés, formando grandes planícies<br />
sedimentares francamente argilosas, saturadas de matéria orgânica e restos de<br />
conchas e vegetais, com intercalação de areia fina.<br />
A segunda feição é composta por alinhamentos serranos sustentados por<br />
granito-gnaisses, migmatitos, milonitos, rochas alcalinas e xistos com vertentes<br />
escarpadas e cumes aguçados. A amplitude topográfica é entre 300 metros e<br />
700 metros de gradientes elevados.<br />
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6-15
As ocorrências primárias são as rochas cristalinas associadas aos xistos,<br />
geomorfologicamente formadoras das montanhas e escarpas. As ocorrências<br />
secundárias ou derivadas constituem as areias de restingas, solos argilosos,<br />
manguezais, solos aluvionares e colúvios. Podemos acrescentar ocorrências<br />
de características geotécnicas intermediárias geralmente evidenciando<br />
superfícies arrasadas, rebaixadas e, via de regra, preenchida por sedimentos<br />
sendo mapeados como: morrotes/solos residuais, do cristalino, talus e colúvio.<br />
Os processos geomorfológicos relacionam-se diretamente ao tipo de substrato<br />
a ser trabalhado. Desta forma, ravinamentos, voçorocamentos,<br />
desbarrancamentos, deslizamentos e queda de barreiras são processos<br />
freqüentes nas feições primárias e de transição. Já os processos de<br />
assoreamento, colmatação e inundações/enchentes são freqüentes na feição<br />
secundária.<br />
Resumindo a Ilha da Madeira é constituída quase que totalmente pela unidade<br />
geomorfológica dos Alinhamentos Serranos e Degraus Estruturais. Essa<br />
unidade alcança altitudes de até 219 metros na parte sul da ilha, vertentes<br />
amplas e fortemente inclinadas, drenagens com declividade acentuada<br />
formando talvegues dissecados e vales encaixados. Outras unidades que<br />
ocorrem por domínio de área são os manguezais, ao norte da ilha entre o<br />
continente e os terrenos flúvio-marinhos adjacentes; aterros ocupam o entorno<br />
da ilha constituindo uma faixa marginal, principalmente ao norte, provocada<br />
pela expansão urbana e, ao sul, provocada pela expansão do Porto de Itaguaí.<br />
<strong>6.1</strong>.1.6 Recursos Hídricos<br />
A Lei Federal Nº 9.433/97 (Lei das Águas), que instituiu a Política Nacional de<br />
Recursos Hídricos, criou o Sistema Nacional de Recursos Hídricos, que<br />
oferece uma eficiente legislação sobre o gerenciamento dos recursos hídricos<br />
no Brasil.<br />
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A partir desta lei, o gerenciamento das bacias hidrográficas passou a ser de<br />
competência dos Comitês de Bacias, órgãos formados por representantes da<br />
União, dos estados, dos municípios e dos usuários das águas de sua área de<br />
atuação. Os comitês são formas democratizadas e descentralizadas para<br />
discutir os problemas e apontar as soluções ambientais para cada bacia,<br />
permitindo gerenciar cada bacia hidrográfica conforme suas peculiaridades<br />
(MMA).<br />
O estado do Rio de Janeiro, através do Projeto “Bacias Hidrográficas e Rios<br />
Fluminenses”, foi dividido em macrorregiões ambientais oficializadas pelo<br />
Decreto Estadual Nº 26.058/00 (Figura <strong>6.1</strong>.1.6-1).<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.6-1: Macrorregiões ambientais do Estado do Rio de Janeiro.<br />
Com o objetivo de estabelecer unidades básicas de planejamento e<br />
intervenção da gestão ambiental, essas macrorregiões foram estabelecidas<br />
segundo critérios técnicos-ambientais, administrativos e políticos, considerando<br />
em primeira instância a bacia hidrográfica como unidade territorial básica à<br />
promoção da gestão ambiental (INEA).<br />
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A bacia hidrográfica contribuinte para a Baía de Sepetiba engloba três<br />
subsistemas principais: Serra do Mar e Maciços Costeiros (Gericinó-Mendanha<br />
e Pedra Branca), Baixada de Sepetiba e Baía de Sepetiba.<br />
O limite da bacia é dado pela linha que une os pontos mais elevados das<br />
serras e corta trechos da baixada, às vezes tornando-se um pouco impreciso,<br />
devido às constantes obras de saneamento que transformam e redirecionam as<br />
drenagens locais (Figura <strong>6.1</strong>.1.6-2).<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.6-2: Macrorregião Ambiental da Bacia Contribuinte e da Baía de Sepetiba (MRA-<br />
2).<br />
<strong>6.1</strong>.1.<strong>6.1</strong> Macrorregião Ambiental (MRA-2)<br />
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6-18
Na bacia, os rios são todos de domínio do Estado do Rio de Janeiro. Para fins<br />
de planejamento ambiental e dos recursos hídricos, a Bacia da Baía de<br />
Sepetiba foi dividida em 9 Unidades de Planejamento, agrupadas em 05<br />
Regiões Hidrográficas.<br />
O divisor de águas da Macrorregião Ambiental da Bacia Contribuinte e da Baía<br />
de Sepetiba - MRA-2, parte da Pedra de Guaratiba, passando pelas Serras<br />
Preto do Cabuçu, Madureira, Gericinó, Tinguá, do Couto, São Pedro, Catumbi,<br />
Araras, Caçador, Leandro, Itaguaçu e Lajes, terminando na Ponta de Gambelo,<br />
em Mangaratiba (SEMADS/GTZ, 2001).<br />
A MRA-2 confronta-se à oeste com a Bacia do Rio Jacuacanga (Bacia da Baía<br />
da Ilha Grande), ao norte com a Bacia do Rio Paraíba do Sul (sub-bacias dos<br />
Rios Piraí, Alegre, Ubá e Piabanha), a leste com a Bacia da Baía de<br />
Guanabara e a sudeste com bacia da Baixada de Jacarepaguá.<br />
A bacia hidrográfica compreende cerca de 2.711 km 2 , incluindo-se neste valor<br />
a área da restinga de Marambaia e das ilhas no interior da baía. Os principais<br />
rios da bacia são o Guandú, da Guarda, Canal Guandú, Mazomba, Piraquê,<br />
Piracão, Portinho, Ingaíba, São Bráz, do Saco e Saí, com destaque para o rio<br />
Guandú.<br />
As cotas altimétricas da bacia variam de 0 a 1.800 metros, ponto culminante na<br />
serra do Couto. A bacia abrange o território de 12 municípios fluminenses.<br />
Itaguaí, Seropédica, Mangaratiba, Queimados, Japeri e Paracambi encontramse<br />
integralmente incluídos na área da bacia, enquanto Rio de Janeiro, Nova<br />
Iguaçu, Paulo de Frontin, Miguel Pereira, Piraí e Rio Claro tem apenas parte de<br />
seu território nela englobada (Quadro <strong>6.1</strong>.1.<strong>6.1</strong>-1).<br />
Quadro <strong>6.1</strong>.1.<strong>6.1</strong>-1: Dados quantitativos dos municípios da Bacia Hidrográfica.<br />
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6-19
Município<br />
Área<br />
Total<br />
km 2<br />
Área Incluída na Bacia<br />
% do % da<br />
km 2<br />
Municipio Bacia<br />
Atividades<br />
Econômicas<br />
Sede<br />
Municipal<br />
EngºP.de<br />
Frontin<br />
139,4 57,6 41,3 2,1 Ind. e Com.<br />
Dentro da<br />
bacia<br />
Itaguaí 292,3 292,3 100,0 10,8 Ind. e Com.<br />
Japeri 82,9 82,9 100,0 3,1 Comércio<br />
Mangaratiba 360,7 360,7 100,0 13,3 Com. e Serv.<br />
Dentro da<br />
bacia<br />
Dentro da<br />
bacia<br />
Dentro da<br />
bacia<br />
Miguel Pereira 288,1 252,4 87,6 9,3<br />
Agrop.Com e<br />
Serviços.<br />
Fora da bacia<br />
Nova Iguaçu 566,6 245,8 43,4 9,1 Ind. e Com.<br />
Paracambi 179,3 179,3 100,0 6,6 Com. e Serv.<br />
Parcialmente<br />
na bacia<br />
Dentro da<br />
bacia<br />
Piraí 583,7 116,9 20,0 4,3 Comércio Fora da bacia<br />
Queimados 78,0 78,0 100,0 2,9 Ind. e Com.<br />
Dentro da<br />
bacia<br />
Rio Claro 843,5 318,7 37,8 11,8 Agropec. Fora da bacia<br />
Rio de Janeiro 1255,3 459,7 36,6 17,0<br />
Ind., Com. e<br />
Serviços<br />
Parcialmente<br />
na bacia<br />
Seropédica 253,6 253,6 100,0 9,4 Agrop.e Com.<br />
Dentro da<br />
bacia<br />
Vassouras 553,8 12,9 2,3 0,5 - Fora da bacia<br />
Fonte: INEA (2009).<br />
<strong>6.1</strong>.1.6.2 Regiões Hidrográficas (RH‟s)<br />
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6-20
Desde novembro de 2006, o território do Rio de Janeiro, para fins de gestão<br />
dos recursos hídricos, encontra-se subdividido em 10 (dez) Regiões<br />
Hidrográficas (RH’s) (Figura <strong>6.1</strong>.1.6.2-1).<br />
Esta medida, aprovada pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos, através<br />
da Resolução/CERHI-RJ Nº 18 (<strong>08</strong>/11/2006), tem por objetivo facilitar a gestão<br />
deste importante recurso natural e otimizar a aplicação dos recursos<br />
financeiros arrecadados com a cobrança pelo uso da água em cada região<br />
(INEA).<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.6.2-1: Regiões Hidrográficas (RH‟s). Fonte: INEA.<br />
<strong>6.1</strong>.1.6.3 Comitês de Bacia Hidrográfica<br />
Os comitês de bacia hidrográfica foram criados para gerenciar o uso dos<br />
recursos hídricos de forma integrada e descentralizada, com a participação da<br />
sociedade. Instituídos pela lei que estabeleceu a política estadual de recursos<br />
hídricos (3.239/98), os colegiados são compostos por representantes do Poder<br />
Público, da sociedade civil e usuários de água. Essa formação tem como<br />
objetivo garantir a deliberação de decisões que influenciam na melhoria da<br />
qualidade de vida da região e no desenvolvimento sustentado da bacia. Por<br />
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6-21
seu poder consultivo, normativo e deliberativo, os comitês são considerados o<br />
"Parlamento das Águas" (INEA).<br />
Os Comitês de Bacias, criados pela Lei Nº 9.433 de 1997, são órgãos<br />
colegiados, compostos por representantes dos órgãos públicos, dos usuários e<br />
da sociedade civil, organizados para a gestão dos recursos hídricos de uma<br />
região. Constituem importantes fóruns para que a população, através de suas<br />
organizações, possa participar ativamente na condução e administração dos<br />
recursos hídricos de sua bacia.<br />
Ainda não há um Comitê que engobe a totalidade da Bacia Hidrográfica da<br />
Baía de Sepetiba, entretanto, pelo Decreto Nº 31.178/2002 foi instituido o<br />
Comitê da Bacia Hidrográfica do Guandu (Figura <strong>6.1</strong>.1.6.3-1) que compreende<br />
a Bacia Hidrográfica do Rio Guandu, incluídas as nascentes do Ribeirão das<br />
Lages, as águas desviadas do Paraíba do Sul e do Piraí, os afluentes ao<br />
Ribeirão das Lages, ao rio Guandu e ao canal de São Francisco, até a sua<br />
desembocaduara na Baía de Sepetiba, bem como as Bacias Hidrográficas do<br />
rio da Guarda e Guandu-Mirim (INEA).<br />
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6-22
Figura <strong>6.1</strong>.1.6.3-1: Abrangência do Comitê da Bacia Hidrográfica do Guandu. Fonte: INEA.<br />
<strong>6.1</strong>.1.6.4 Caracterização Hidrográfica<br />
<strong>6.1</strong>.1.6.4.1 Sistema Hidrográfico da Baía de Sepetiba<br />
A Figura <strong>6.1</strong>.1.6.4.1-1 descreve o Sistema Hidrográfico da Baía de Sepetiba<br />
sendo destacadas as seguintes bacias de drenagens (SEMADS, 1998):<br />
Bacia I: na porção extrema oriental, drena as vertentes do maciço da<br />
Pedra Branca através dos rios Engenho Novo, Piracão e Piraquê;<br />
Bacia II: tributária do Baixo Guandu, drenada pelo rio Guandu Mirim,<br />
cujas nascentes se localizam nos Maciços da Pedra Branca e do<br />
Mendanha;<br />
Bacia III: tributária do médio Guandu, drenada pelos rios Ipiranga e<br />
Cabuçu, ambos provenientes do maciço do Mendanha;<br />
Bacia IV: tributária do médio Guandu, drenada pelos rios Queimados,<br />
Douro e Santo Antonio, provenientes das colinas residuais da grande<br />
baixada e do maciço do Tinguá;<br />
Bacia V: tributária do médio Guandu, drenada pelo rio São Pedro que é<br />
formado no Maciço do Tinguá;<br />
Bacia VI: drena a Serra do Couto através do rio Santana, afluente do<br />
Alto Guandu;<br />
Bacia VII: é a bacia do Alto rio Guandu que drena a Serra das Araras;<br />
Bacia VIII: drenada pelos rios da Guarda, Piloto, Piranema, Valão dos<br />
Bois, Valão do Dendê e Canal do Santo Inácio, que são formados nas<br />
vertentes da Serra das araras;<br />
Bacia IX: drena a Serra do Mazomba, através do Rio Mazomba;<br />
Bacia X: conjunto de bacias que drenam diretamente pra a baía, na<br />
porção extrema ocidental, incluindo as bacias dos rios Tingussú, da Prata e<br />
Saí.<br />
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Figura <strong>6.1</strong>.1.6.4.1-1: Bacia Hidrográfica da região da Baía de Sepetiba (Fonte: SEMADS,<br />
1998).<br />
Os principais cursos de água da região hidrográfica são os rios Guandu (Canal<br />
de São Francisco - denominação final, antes de atingir a baía), da Guarda,<br />
Guandu-Mirim (Canal de São Fernando - denominação final, antes de desaguar<br />
na Baía), Canal do Itá (interligando com o rio Guandu-Mirim), Piraquê, Portinho<br />
e Mazomba. Os demais, como o Rio Grande, do Bagre e Saí, são cursos<br />
d‟água com bacias hidrográficas bem menores, que drenam áreas menos<br />
povoadas e, com pouca ou nenhuma expressão, em nível de atividades<br />
industriais.<br />
No documento “Bacias Hidrográficas e Recursos Hídricos da Macrorregião<br />
Ambiental 2 - Bacia da Baía de Sepetiba” (Projeto PLANÁGUA SEMADS/GTZ,<br />
2001), reagrupou-se as bacias de drenagens em 9 Unidades de Planejamento<br />
(UPs), e outra correspondente à “Córregos e Lagoas da Restinga e das Ilhas”.<br />
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6-24
Além do rio Guandu, a Baía de Sepetiba dispõe, como apresentado, de muitos<br />
outros mananciais, com destaque aos rios Mazomba e Cação. No caso do<br />
Cação, este alcança a ilha da Madeira a oeste da Área de Influência da<br />
Retroárea da USIMINAS. Assim, dentre as 9 UPs, destacamos o da Região<br />
Hidrográfica de Itaguaí - UP2 e UP3 (SEMADS/GTZ, 2001):<br />
UP2 e UP3 - Região Hidrográfica de Itaguaí:<br />
Com aproximadamente 434 km 2 , a Região Hidrográfica de Itaguaí abrange<br />
duas bacias, a do Rio Mazomba e a do Rio da Guarda, sendo integrantes os<br />
Municípios de Itaguaí, Seropédica e Rio de Janeiro. A bacia é cortada pelas<br />
BR-101, BR-465 e RJ-109.<br />
No passado, o Mazomba era o principal formador do rio da Guarda ou Itaguaí.<br />
Prolongando-se com o nome de rio Teixeira, alimentava, em conjunto com<br />
outros rios, os extensos banhados das baixadas da Bacia do Rio Itaguaí.<br />
Na época das grandes chuvas, as águas do rio Mazomba, no início na baixada,<br />
formavam um grande alagadiço. Durante as cheias, havia um extravasamento<br />
para um banhado adjacente formado pelo baixo curso do rio Cação, cujas<br />
nascentes se situam na serra do Leandro, defronte à ilha da Madeira. O rio<br />
Cação por sua vez, desembocava diretamente na Baía de Sepetiba.<br />
Constatando este fato, o DNOS - Departamento Nacional de Obras e<br />
Saneamento - construiu em 1941 o Canal da Arapucaia, derivando as águas do<br />
rio Mazomba para o rio Cação. O rio Mazomba e seus afluentes foram também<br />
por esta época todos dragados. Com a construção do Canal Arapucaia, o<br />
Mazomba deixou de ser a nascente principal do rio da Guarda, passando a<br />
constituir um rio isolado, o Mazomba-Cação.<br />
Rio Mazomba-Cação (UP2)<br />
A Bacia do Rio Mazomba-Cação abrange cerca de 96 km², sendo delimitada<br />
pelas Serras do Gado, Itaguassu, Mazomba, Pacheco e Leandro, entre cotas<br />
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6-25
altimétricas de 80 a 1.200 m, que são maiores à oeste. Confronta-se a leste<br />
com a Bacia do Rio Itaguaí e a oeste com bacias da região hidrográfica do<br />
Litoral Oeste.<br />
O rio Mazomba nasce há 1.<strong>08</strong>0 metros, na Serra da Mazomba, e se<br />
desenvolve por cerca de 26 km. Passa a ser denominado de rio Cação à<br />
montante de seu desvio pela margem esquerda, onde tem início o Canal de<br />
Arapucaia ou do Martins. No seu trajeto, banha as localidades de Mazomba,<br />
Mazombinha e a cidade de Itaguaí.<br />
Seus principais afluentes são, pela margem esquerda, o Rio Santa Rita-Pouso<br />
Frio e os Canais Mandí e Guarda Grande, e pela margem direita, os Rios<br />
Mazombinha e Preto ou Teixera.<br />
O alto curso do Rio Mazomba é caracterizado por leito rochoso com diversos<br />
matacões e areia. As margens são taludes íngremes, com poucas árvores,<br />
estando em sua maior parte desprotegidas. Muitas residências também se<br />
estabeleceram às suas margens. A água é clara, com presença de lixo, mas<br />
fica turva após as chuvas. Provavelmente recebe esgoto diretamente, bem<br />
como efluentes de fossas.<br />
No trecho superior há uma captação da CEDAE, que dispõe de uma pequena<br />
barragem com descarga de fundo. Observou-se, em visita ao local, que a bacia<br />
à montante da captação é ocupada por alguns sítios, causando problemas de<br />
turvação da água devido a contribuição de sedimentos. O acesso em busca de<br />
lazer para montante da captação é impedido pela CEDAE.<br />
À jusante deste local, o rio é muito frequentado para lazer, pois tem muitos<br />
atrativos como poços e pequenas quedas. Um estabelecimento hoteleiro<br />
construiu três barragens no rio Mazomba, com descarregadores de fundo, para<br />
propiciar a exploração turística.<br />
O leito do rio Mazomba na parte inicial do baixo curso é largo e extremamente<br />
raso, com grande quantidade de sedimentos na calha. Pouco depois, o rio<br />
Mazomba passa a ter um leito mais aprofundado e com largura menor. Com<br />
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6-26
esta configuração, atravessa a porção oeste da área urbana de Itaguaí,<br />
apresentando margens planas com capim, bananas, residências e deposição<br />
de lixo. O rio passa a receber, neste trecho, maior contribuição de esgoto.<br />
O rio segue seu curso atravessando uma área de pasto e logo adiante verte<br />
suas águas em dois canais. O primeiro é denominado de rio Cação e o<br />
segundo de Canal Arapucaia. O fluxo do rio segue pelo rio Cação até desaguar<br />
em um manguezal situado na face oeste da ilha da Madeira. O Canal do<br />
Arapucaia, com 2 km e situado à esquerda, aparentemente está todo obstruído<br />
e não atua mais como extravasor de águas. Este canal tem sua foz nas<br />
imediações do Porto de Itaguaí.<br />
Próximo à foz do rio Cação encontra-se instalada a INGÁ Mercantil (atual área<br />
da USIMINAS), que foi a indústria com maior passivo ambiental de toda a<br />
bacia. O baixo curso do rio Mazomba-Cação tem problemas de<br />
estrangulamento de fluxo, o que vem provocando enchentes. A influência da<br />
maré no rio Cação se faz sentir até 1 km à jusante do cruzamento com a BR-<br />
101, localizada a cerca de 8 km à montante da baía.<br />
Rio da Guarda (UP3)<br />
A bacia hidrográfica do Rio da Guarda, conhecido originalmente por rio Itaguaí,<br />
compreende uma área de 338 km². Tem como limites a Serra da Calçada e<br />
Catumbi e os baixos divisores de água que a distinguem da Bacia do Rio<br />
Ribeirão das Lajes, Guandu e Canal São Francisco.<br />
O rio da Guarda, considerando o Valão dos Bois como seu formador atual, tem<br />
suas nascentes nas Serra da Calçada, em altitude na cota de 400 metros. No<br />
passado, o rio da Guarda, principal escoadouro da bacia, tinha por formador o<br />
rio Mazomba e era um afluente do baixo curso do Guandu. Grande parte da<br />
área central e inferior da baixada era inundada, onde pontilhavam grandes<br />
lagoas, como a do Pântano e os brejos do Dendê e do Mazomba e muitos<br />
outros.<br />
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6-27
Entre 1935 e 1941, o DNOS interviu na bacia, desenvolvendo serviços de<br />
grande envergadura, no qual praticamente todos os rios em seus trajetos na<br />
baixada, sem exceção, foram desobstruídos, dragados e canalizados,<br />
eliminando ou reduzindo significativamente os banhados. Construiu-se, dentre<br />
outros, os Canais do Dendê e do Santo Inácio. Este último, paralelo ao Rio<br />
Teixeira, que era o prolongamento do rio Mazomba e formador do rio Itaguaí,<br />
praticamente extinguiu-o. Os principais afluentes do rio da Guarda são o rio Cai<br />
Tudo (ou rio Quilombo), o Canal da Ponte Preta e a Vala do Sangue, o rio<br />
Piloto, o Valão do Burro, o Valinha e o Canal de Santo Agostinho.<br />
Após descer a Serra da Calçada, o Canal de Santo Inácio atravessa a porção<br />
norte da área urbana de Itaguaí. Tem o leito assoreado, as margens com<br />
capins e aguapés e recebe esgoto e lixo. Mais a frente, faz um giro de 90 graus<br />
e recebe pela margem esquerda o rio Cai Tudo e logo a seguir o rio Piloto, em<br />
área de pasto. Cruza a antiga Rio-São Paulo, recebe o Valão dos Bois,<br />
atravessa a BR-101 e ingressa numa área alagada, com margem baixas e<br />
colonizadas por macrófitas, capins e mangues, desaguando na Baía de<br />
Sepetiba.<br />
A influência da maré no rio da Guarda se faz sentir no rio Cai Tudo, na<br />
confluência do Canal do Santo Inácio até o Valão do Dendê e no rio Piloto até<br />
cerca de 2 km à montante da foz do rio da Guarda; e no Valão da Divisa, a<br />
cerca de 2,5 km de sua foz. Sob condições de maré de sizígia, a influência da<br />
maré se faz sentir até o cruzamento com a BR-101, situado a 7,8 km da foz do<br />
rio da Guarda.<br />
Nas margens da foz do rio da Guarda, tanto no trecho retificado quanto no que<br />
mantém sua conformação original, observam-se faixas compostas por<br />
vegetação típica de mangues.<br />
Na atualidade, a extensa rede de canais da baixada contém uma série de<br />
pontos críticos, favoráveis ao transbordamento. A proximidade com o litoral,<br />
aliada à baixa declividade e ao assoreamento, favorece a ocorrência de<br />
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6-28
enchentes. Diversos pontos de estrangulamento, acarretados por aterros e<br />
fundações para a construção das pontes do sistema rodoferroviário, agravam a<br />
situação. As áreas mais atingidas em Itaguaí e circunvizinhanças, afetadas<br />
pelas cheias, estão localizadas em cotas que variam de 2,50 a 3 metros.<br />
UP4 e UP5 - Região Hidrográfica do Guandu<br />
A Região Hidrográfica do Guandu possui aproximadamente 1.921 km 2 ,<br />
abrangendo as Bacias dos Rios Guandu, Guandu-Mirim e do Canal de São<br />
Fernando.<br />
O DNOS, entre 1935 e 1941, promoveu a limpeza do Rio Guandu até sua<br />
desembocadura e construiu 50 km de diques marginais desde um ponto<br />
próximo à sua foz até um local pouco à jusante da confluência do Rio São<br />
Pedro.<br />
Em 1952, um fato alterou radicalmente a configuração hidrográfica da Bacia do<br />
Rio Guandu. Visando aumentar a capacidade de geração hidrelétrica de seu<br />
sistema, a LIGHT finalizou naquele ano uma série de obras para permitir a<br />
transposição de águas dos rios Paraíba do Sul, Piraí e Vigário para a Bacia do<br />
Ribeirão das Lajes. Ao receber um volume de água adicional, a vazão de longo<br />
termo do Ribeirão das Lajes, que no trecho era de 7 m³/s, saltou para uma<br />
vazão de 168 m 3 /s (descarga média de longo termo), ou seja, multiplicou-se<br />
mais de vinte e uma vezes o deflúvio local.<br />
Sob tais condições, o Ribeirão das Lajes passou a ser o principal contribuinte,<br />
em termos de volume de água, do rio Guandu podendo-se, desta forma<br />
desprezar a parcela do rio Santana. Assim, desde 1952, o Ribeirão das Lajes<br />
deve ser considerado como o principal formador do rio Guandu.<br />
Tendo em vista esta nova situação, considera-se que o rio Guandu tem como<br />
afluentes pela margem esquerda os rios Santana, São Pedro e Poços. O<br />
comprimento total do rio Guandu, contabilizando-se o Ribeirão das Lajes como<br />
formador, é de 1<strong>08</strong>,5 km.<br />
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6-29
Todo o rio Guandu e o Canal de São Francisco sofrem os efeitos da exploração<br />
de areia, que em alguns pontos promove a desfiguração da calha,<br />
desmontando a barranca e abrindo buracos e enseadas laterais. Em 1979, um<br />
estudo promovido pela SERLA atestou que a retirada de areia era<br />
indiscriminada, chegando em certos trechos a exaurir a capacidade de<br />
reposição do rio; prosseguindo então com o solapamento das margens. Ainda<br />
de acordo com esse estudo, a atividade provoca o rebaixamento do fundo da<br />
calha, abalando obras de arte e alterando as condições de fluxo dos rios.<br />
Bacia dos Rios Guandu, da Guarda e Guandu Mirim<br />
As bacias dos rios Guandu (1.385 km 2 ), da Guarda (346 km 2 ) e Guandu Mirim<br />
(190 km 2 ), totalizam uma área de drenagem de 1.921 km 2 , onde vivem cerca<br />
de 1 milhão de habitantes, o que representa cerca de 70% da área total da<br />
Bacia Hidrográfica contribuinte à Baía de Sepetiba<br />
(ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA, 2006) (Figura <strong>6.1</strong>.1.6.4.1-2).<br />
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6-30
Figura <strong>6.1</strong>.1.6.4.1-2: Diagrama Unifilar da Rede Hidrográfica Principal. Fonte:<br />
ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />
Rio Guandu<br />
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6-31
O rio Guandu, principal curso d‟água da Bacia da Baía de Sepetiba, drena uma<br />
bacia com área de 1.385 Km 2 (Figura <strong>6.1</strong>.1.6.4.1-3). É formado pelo ribeirão<br />
das Lajes que passa a se chamar rio Guandu a partir da confluência com o rio<br />
Santana, na altitude de 30 m. Tem como principais afluentes, os rios dos<br />
Macacos, Santana, São Pedro, Poços/Queimados e Ipiranga<br />
(ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA, 2006).<br />
O seu curso final retificado leva o nome de canal de São Francisco. Todo o seu<br />
percurso até a foz (ribeirão das Lajes-Guandu-canal de São Francisco), totaliza<br />
48 Km. Em seu percurso de 24 km desde a usina de Pereira Passos até as<br />
barragens da CEDAE, margeia as áreas urbanas de Japeri e Engenheiro<br />
Pedreira, situadas em sua margem esquerda, e mais abaixo, áreas do<br />
município de Seropédica.<br />
Pouco abaixo do distrito de Japeri, recebe pela margem esquerda o rio São<br />
Pedro, afluente em bom estado de conservação, mas cuja foz vem sendo<br />
degradada pela exploração de areia. Na altura de Engenheiro Pedreira há um<br />
depósito de lixo em sua margem esquerda (SEMADS/GTZ, 2001 In:<br />
ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA, 2006). A jusante da via Dutra, o curso do rio<br />
Guandu segue rumo sul margeando áreas de pastagem até a localidade<br />
urbana de Campo Lindo em Seropédica, situada em correspondência com as<br />
barragens da CEDAE.<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.6.4.1-3: Margens e Foz do Rio Guandu. Foto: André A. Gonçalves.<br />
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6-32
A montante da ponte da antiga estrada Rio-São Paulo situa-se a ilha da<br />
CEDAE, onde o Guandu se divide em dois braços. Em ambos há barragens<br />
pertencentes a CEDAE, e são parte da estrutura de captação do sistema<br />
Guandu. Unida ao braço leste encontra-se a lagoa do Guandu, corpo d‟água<br />
formado por uma das barragens da CEDAE. Nesta lagoa desembocam os rios<br />
dos Poços/Queimados e Ipiranga, ambos poluídos por esgotos domésticos,<br />
efluentes industriais e lixo.<br />
A lagoa encontra-se por vezes tomada de macrófitas, e exala mau cheiro. A<br />
captação da CEDAE é feita na comporta leste através de um túnel onde são<br />
aduzidos cerca de 45 m 3 /s. A jusante da ilha da CEDAE, o Guandu atravessa<br />
um pequeno trecho com leito pedregoso, formando uma corredeira. A seguir,<br />
toma o rumo sudoeste, e percorre cerca de 9 km até adentrar no canal de São<br />
Francisco, seguindo por 15 Km até desaguar na Baía de Sepetiba (Figura<br />
<strong>6.1</strong>.1.6.4.1-4). A zona da foz é ocupada por manguezais e nela encontra-se um<br />
delta em formação (ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA, 2006).<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.6.4.1-4: Margens e Foz do Canal de São Francisco. Foto: André A. Gonçalves.<br />
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6-33
Rio da Guarda<br />
A bacia hidrográfica do rio da Guarda, conhecido originalmente por Rio Itaguaí,<br />
compreende uma área de 346 Km 2 sendo vizinha pela margem direita da bacia<br />
do rio Guandu (Figura <strong>6.1</strong>.1.6.4.1-5).<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.6.4.1-5: Curso e foz do Rio da Guarda. Foto: André A. Gonçalves.<br />
Seu principal formador é o valão dos Bois, cujas nascentes situam-se na<br />
vertente nordeste da Serra da Cachoeira. Trata-se de um canal com cerca de<br />
35 km de extensão e área de drenagem de 131,4 km 2 . Pode-se dizer que o<br />
estirão caracterizado como rio da Guarda se inicia após a confluência do Valão<br />
dos Bois com o rio Piloto e se desenvolve ao longo de, aproximadamente 7,0<br />
km até a sua foz na baía de Sepetiba (SEMADS/GTZ, 2001 In:<br />
ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA, 2006).<br />
Após a travessia da BR-101, o rio da Guarda ingressa numa área alagada, com<br />
margem baixas e colonizadas por macrófitas, capins e mangues. No passado,<br />
grande parte da área central e inferior da baixada era inundada. Entre 1935 e<br />
1941, praticamente todos os rios da região foram desobstruídos, dragados e<br />
canalizados eliminando ou reduzindo significativamente os banhados.<br />
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Na atualidade, a extensa rede de canais da baixada contém uma série de<br />
pontos críticos, favoráveis ao transbordamento. A proximidade com a litoral,<br />
aliada à baixa declividade e ao assoreamento, favorece a ocorrência de<br />
enchentes. Diversos pontos de estrangulamento, acarretados por aterros e<br />
fundações para a construção das pontes do sistema rodoferroviário, agravam a<br />
situação.<br />
Rio Guandu Mirim<br />
O bacia do rio Guandu Mirim abrange uma área de cerca de 190 Km 2 . O rio<br />
Guandu Mirim nasce na serra do Mendanha, com o nome de Guandu-do-Sena,<br />
que é formado por várias nascentes, dentre as quais os córregos Fundão,<br />
Pescador, Jequitibá, Bico do Padre, Cachoeiras, Piabas e Bananal.<br />
Logo em seguida, troca de nome para rio da Prata do Mendanha até a<br />
confluência com o rio Guandu Sapê, quando passa a se chamar Guandu Mirim.<br />
Suas águas ingressam no canal D. Pedro II e, posteriormente, no canal<br />
Guandu, onde deságua na Baía de Sepetiba. O seu curso total compreende,<br />
cerca de 40,5 Km (SEMADS/GTZ, 2001 In: ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA,<br />
2006).<br />
A poluição de suas águas se intensifica quando ainda tem a denominação de<br />
rio da Prata do Mendanha ao receber as contribuições de esgotos domésticos<br />
e industriais oriundos da bacia do rio do Campinho, afluente de margem<br />
esquerda atravessa o distrito industrial de Campo Grande. Após receber a<br />
denominação de Guandu Mirim, percorre 9,5 km até desembocar no canal D.<br />
Pedro-Guandu. Esse estirão, de terrenos marginais de baixada apresenta<br />
drenagem deficiente e é sujeitos à inundações.<br />
Os principais afluentes do rio Guandu Mirim são, pela margem esquerda, os<br />
rios Guandu do Sapê e Cabenga e, pela margem direita, os rios Guarajuba,<br />
dos Cachorros e Campinho Nas cheias, o rio Cabenga, cujas nascentes<br />
localizam-se na serra de Madureira, atravessa áreas já bastante ocupadas do<br />
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6-35
município de Nova Iguaçu, em franca expansão, e sujeitas a grandes<br />
inundações no trecho entre a referida serra e a antiga rodovia Rio-São Paulo.<br />
Os dois afluentes principais, os rios Cabenga e Campinho, drenam áreas de<br />
média intensidade de ocupação, e desembocam no Guandu Mirim em pontos<br />
afastados de apenas 450 metros, na altura do início de seu trecho baixo<br />
(SEMADS/GTZ, 2001 In: ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA, 2006). Em conjunto,<br />
acrescem ao Guandu Mirim uma vazão bastante significativa, praticamente<br />
dobrando a vazão do mesmo e lançando grande carga de esgoto doméstico.<br />
Ao cruzar a antiga Rio-São Paulo, as águas do Guandu Mirim são turvas e já<br />
apresentam forte odor e dos lançamentos de esgoto e lixo. Nas imediações<br />
situa-se a fábrica da Cervejaria Brahma. Na margem esquerda continuam<br />
prevalecendo as pastagens, enquanto na direita já se instalaram grandes<br />
loteamentos, restando poucas áreas ainda desocupadas. A jusante, não há<br />
nenhuma ocupação apresenta-se com baixa declividade e atravessa região de<br />
baixada, essencialmente plana.<br />
No final deste estirão, o rio Guandu Mirim aflui ao Canal D. Pedro-Guandu,<br />
onde está localizada uma vala com comportas danificadas que promovia a<br />
ligação com o canal de São Francisco. O atual canal D. Pedro-Guandu<br />
representa o desvio do antigo curso do rio Guandu Mirim, cujo leito marcava a<br />
divisa entre os antigos Estados do Rio de Janeiro e da Guanabara, que se<br />
esgotava através do Canal de São Francisco. Com esta modificação, enquanto<br />
o rio Guandu Mirim marca a divisa entre os Municípios de Nova Iguaçu e Rio<br />
de Janeiro, o antigo leito, hoje seco, permanece como o marco político de<br />
limites entre os municípios.<br />
Como os demais cursos que deságuam na Baía de Sepetiba, o Canal do<br />
Guandu sofre notável influência das marés que, associada com as baixas<br />
declividades das calhas fluviais, proporcionam a formação de bancos de<br />
sedimentação com material sólido, sobre os quais se formam os manguezais.<br />
O segmento final do Canal do Guandu apresenta profundidades que alcançam<br />
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a cota - 0,6 m. O manguezal do Canal do Guandu ocorre em forma de<br />
vegetação ciliar de largura variável, a partir de cerca de 2.200 m da foz.<br />
<strong>6.1</strong>.1.6.4.2 Sistema de Transposição das Águas da Bacia do Rio<br />
Paraíba do Sul para a Bacia do Rio Guandu<br />
A maioria dos rios da Bacia Hidrográfica da Baia de Sepetiba apresenta seus<br />
baixos cursos bastante modificados em relação ao que era originalmente.<br />
Devido às inundações constantes a que estava sujeita a região, em face de sua<br />
topografia plana, eles vêm sendo retificados, dragados, canalizados, unidos por<br />
valões, etc. Foram construídos ainda novos canais de drenagem para facilitar<br />
o escoamento das águas.<br />
Entre 1935 1941, o DNOS, realizou obras em praticamente todos os trechos<br />
fluviais de baixada, incluídos não somente nas bacias dos rios Guandu, da<br />
Guarda e dos rios da Zona Oeste/RJ, mas também em algumas bacias<br />
hidrográficas de Magaratiba e, até, da Restinga da Marambaia.<br />
Além de ações de dragagem e canalização, a bacia foi objeto de grandes obras<br />
de geração de energia. Em 1905 foram construídas: a barragem e o<br />
reservatório de Lajes, no ribeirão das Lajes; bem como a Usina Hidrelétrica de<br />
Fontes. Posteriormente, em 1911, a bacia passou as águas do rio Piraí, através<br />
de uma barragem neste rio e de um túnel que desembocava no reservatório de<br />
Lajes.<br />
Em 1950 iniciou-se a captação de água do Sistema Guandu. Este sistema foi<br />
construído para produzir 13,8 m 3 /s, sendo posteriormente (1961-1964)<br />
ampliado para 24m 3 /s, justamente com a construção do túnel adutor Guandu-<br />
Engenho Novo e da elevatória do Lameirão<br />
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Figura <strong>6.1</strong>.1.6.4.2-1: Esquema Representativo do Sistema de Transposição das Águas da<br />
Bacia do Rio Paraíba do Sul para a Bacia do Rio Guandu<br />
Com o aumento da demanda por água e energia, foi necessário aumentar a<br />
capacidade de fornecimento, realizando-se, para isso, o complexo sistema de<br />
usinas e reservatórios, que capta e transfere as águas do Paraíba do Sul para<br />
o Sistema de Lajes. A Figura <strong>6.1</strong>.1.6.4.2-1 ilustra a configuração espacial e as<br />
dimensões deste sistema. As águas captadas no Rio Paraíba do Sul são<br />
armazenadas no Reservatório de Santana, onde se misturam às águas do Rio<br />
Piraí. Daí segue para o Reservatório de Vigário, que recebe ainda a<br />
contribuição de pequenos afluentes da margem direita do Rio Piraí. Deste<br />
reservatório, as águas seguem por gravidade para o encontro com o Sistema<br />
Tocos-Lajes, e deste para o Reservatório de Ponte Coberta e sistemas de<br />
usinas instalados no Ribeirão das Lajes.<br />
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O rio Guandu é o curso d‟água principal da bacia de Sepetiba, tendo sua área<br />
de drenagem uma superfície de 1.430 km 2 . Registros antigos citam que ele<br />
nascia na Serra da Estrela com a denominação de rio Santana, passando a<br />
receber o nome de Guandu, ou Guandu Açu, após a confluência do Santana<br />
com o ribeirão das Lajes. Assim, o rio Guandu, no baixo curso, corria pelos<br />
leitos atuais dos rios da Vala ou Valinha e Itaguaí. Este último no passado foi<br />
afluente do Guandu, e desaguava próximo da sua foz na baía de Sepetiba<br />
(Figura <strong>6.1</strong>.1.6.4.2-1).<br />
Em 1952, um fato alterou radicalmente a configuração hidrográfica da bacia do<br />
rio Guandu, a transposição de águas dos rios Paraíba do Sul, Piraí e Vigário<br />
para Ribeirão das Lajes. Ao receber um volume de água adicional, a vazão de<br />
longo termo do ribeirão das Lajes, multiplicou-se várias vezes. Sob tais<br />
condições, o ribeirão das Lajes deslocou o rio Santana como formador do rio<br />
Guandu, forjando um novo nível de base na bacia. Assim, desde 1952, o<br />
ribeirão das Lajes deve ser considerado como principal formador do rio<br />
Guandu.<br />
Tendo em vista esta nova situação, considera-se que o rio Guandu tem como<br />
afluentes pela margem esquerda os rios Santana, São Pedro, dos Poços e<br />
Guandu-Mirim. Por conveniência, adotou-se o canal de São Fernando como<br />
integrante da bacia do rio Guandu, assim como o rio Guandu-Mirim.<br />
Na bacia do rio Guandu, parte das águas oriundas da transposição é<br />
considerada necessária para conter a intrusão salina que avança no Canal de<br />
São Francisco, braço final do rio Guandu, com baixa declividade, que deságua<br />
na Baía de Sepetiba. O comportamento da intrusão salina no Canal de São<br />
Francisco condiciona fortemente a qualidade da água nas captações próximas<br />
à foz, na Baía de Sepetiba.<br />
<strong>6.1</strong>.1.7 Hidrogeologia<br />
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6-39
A área é representada pelos aquíferos formados por sedimentos quartenários<br />
costeiros e pelos aquíferos fissurais. Os aquíferos formados por sedimentos<br />
quartenários costeiros são formados por argilas ricas em matéria orgânica, que<br />
geralmente não apresentam condições de aproveitamento da água<br />
subterrânea. Os aquíferos fissurais geralmente no território fluminense são<br />
muitas vezes de produção aleatória e geralmente pobre, sujeitos a trabalhos<br />
hidrogeológicos de locação para sua melhor captação (Martins et al., 2006<br />
apud ARCADIS/USIMINAS, 2009).<br />
As condições de ocorrência das águas subterrâneas estão relacionadas à<br />
existência de ambiente geológico favorável ao armazenamento e a circulação.<br />
Na Bacia Hidrográfica dos Rios Guandu, Guarda e Guandu Mirim são<br />
identificados dois sistemas hidroestratigráficos principais:<br />
Sistema Aquífero Fraturado<br />
Sistema Aquífero Piranema<br />
O primeiro sistema hidroestratigráfico é pertinente às descontinuidades<br />
existentes nas rochas cristalinas, ocorrendo em 60 a 70% da Bacia,<br />
principalmente associadas às rochas do embasamento granítico-gnáissico e<br />
eventualmente, em rochas alcalinas e básicas.<br />
A segunda unidade hidroestratigráfica é o aquífero Piranema, considerado<br />
aqui, somente os sedimentos relacionados geneticamente à Formação<br />
Piranema (Góes, 1994).<br />
Todavia, uma terceira unidade pode ser vislumbrada, denominada de<br />
Depósitos de Entorno da Formação Piranema, constituídos por depósitos<br />
alúvio-coluvionar de alvéolos e vales estruturais - Sistema Aquífero Colúvio-<br />
Aluvionar Superficial, compreendendo o agrupamento de diversos sedimentos<br />
no curso superior do rio Guandu, vale do rio Santana e outros rios menores,<br />
mas sem relação genética com a Formação Piranema.<br />
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6-40
A sua espessura e área podem alcançar dimensões variáveis, contudo, por<br />
falta de informações específicas e individualizadas, ela só será avaliada<br />
separadamente somente no cálculo das reservas.<br />
Aquífero Fraturado<br />
Genericamente o sistema cristalino pode ser caracterizado pela ausência ou<br />
baixa frequência de espaços vazios na rocha. Este tipo de aquífero é marcado<br />
pela elevada anisotropia e heterogeneidade onde a porosidade e<br />
permeabilidade estão relacionadas às fissuras ou fraturas, juntas e ainda<br />
falhas. Por conta dessas características, os parâmetros hidráulicos apresentam<br />
intensa variação espacial, tornando difícil a quantificação das propriedades<br />
hidrogeológicas. Os principais fatores que podem atuar neste sistema,<br />
controlando os mecanismos de infiltração, armazenamento da água e<br />
qualidade, são o clima, relevo, hidrografia, coberturas detríticas, manto de<br />
intemperismo, litologia e estruturas geológicas.<br />
Os aquíferos fraturados ou fissurados estão condicionados às zonas de<br />
fraturas ou fissuras oriundas de processos tectônicos, que permitem a<br />
acumulação de água nas rochas.<br />
Na região, o aquífero fraturado geralmente é livre e frequentemente é recoberto<br />
pelas coberturas sedimentares e pela rocha alterada. Na presença dessas<br />
coberturas, eventualmente pode acontecer o confinamento do sistema<br />
fraturado. Conforme ELETROBOLT (2003), são os seguintes condicionantes<br />
estruturais para armazenamento de água no sistema fraturado situado na parte<br />
centro sul da Bacia:<br />
O trend estrutural principal NE/SW apresenta características<br />
compressionais que selam as falhas e/ou fraturas pré-existentes;<br />
Somente a atividade neotectônica imposta ao quadro litoestrutural mais<br />
antigo da região permitiria gerar um quadro favorável relacionado à<br />
exploração de água subterrânea associada às fraturas e/ou falhamentos;<br />
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6-41
A tipologia das rochas básicas e alcalinas que preenchem as falhas e/ou<br />
fraturas são elementos negativos que contribuem para o fechamento dos<br />
espaços entre blocos;<br />
O padrão de falhas e/ou fraturas NW/SE, com vorticidade anti-horária<br />
mostram-se mais propícias ao aprisionamento ou interação rocha-água,<br />
produzindo sítios promissores nas confluências com os demais padrões<br />
existentes na área.<br />
Aquífero Piranema<br />
Monsores et al. (2003), estudaram o Aquífero Piranema, termo originado da<br />
Formação Piranema, descrita por Goés (1994) localizado à margem direita do<br />
rio Guandu, contido praticamente todo no município de Seropédica. Tratam-se<br />
de sedimentos flúviomarinhos arenosos, com lentes métricas de argila, com<br />
espessura de 20 metros em média. A formação é objeto de intensa atividade<br />
de extração de areias, constituindo o principal pólo supridor do mercado da<br />
construção civil da região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro.<br />
O estudo concluiu que existe uma reserva renovável de 51,34 x 10 6 m 3 anuais,<br />
onde predominam as classes de alta a extrema vulnerabilidade e que a água,<br />
apesar de excelente localmente apresenta índices elevados de nitrato e<br />
coliformes, devido principalmente à ausência de saneamento básico na região<br />
e em parte, por poços construídos sem observação de normas técnicas, que<br />
permitem a entrada da poluição.<br />
Neste diagnóstico, foi considerado como o Aquífero Piranema a unidade<br />
hidroestratigráfica de origem sedimentar com permeabilidade intergranular<br />
constituída por sedimentos arenosos, arenoargilosos e que apresentam estreita<br />
relação genética com a Formação Piranema (Góes, 1994).<br />
Esses sedimentos foram depositados em ambiente colúvio-aluvionar, leques<br />
aluviais e paleo terraços. A matriz do aquífero é arenosa, de composição<br />
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6-42
mineralógica simples, predominância de feldspato e quartzo, portanto,<br />
francamente arcosiano, e quimicamente próximo a um granito.<br />
Esses sedimentos constituem o minério extraído por dezenas de mineradoras<br />
de areia na região da Piranema.<br />
Na Bacia, este aquífero apresenta uma área próxima de 250 km 2 tendo maior<br />
desenvolvimento na parte centro-sul. Sondagens para avaliação dos depósitos<br />
de areia descritos por Carvalho (2001) e Bebert (2002), registram a<br />
profundidade média para o embasamento cristalino alterado aos 22 metros. A<br />
espessura média do pacote sedimentar varia entre 16 e 24 metros, ocorrendo<br />
intercalações de lentes e camadas de argila, que variam de poucos centímetros<br />
a raros 10 metros na região mais ao sul da Bacia.<br />
Relatórios técnicos de perfurações de poços tubulares profundos registraram a<br />
espessura dos sedimentos de até 75 metros de profundidade (CEDAE, 1986),<br />
enquanto estimativas consideram que os sedimentos na Bacia poderiam<br />
alcançar profundidades entre 150 a 200 metros ETEP/ECOLOGUS/SMGROUP<br />
(1998).<br />
Sondagens geofísicas na região da Piranema determinaram a espessura dos<br />
sedimentos entre 50 e 60 metros ELETROBOLT (op. cit.).<br />
O nível da água subterrânea regionalmente é pouco profundo, variando de<br />
poucos centímetros até um máximo (pouco comum), de 10 metros, mas<br />
normalmente, dependendo da estação climática e do local, mantêm-se entre 2<br />
e 3,5 metros, ELETROBOLT (op. cit).<br />
O fluxo subterrâneo no aquífero Piranema atualmente é bastante complexo, por<br />
conta de processos externos que atuam sobre os padrões naturais. Segundo<br />
ELETROBLT (op. cit.), o sentido geral do fluxo é de norte / nordeste para sul /<br />
sudoeste. Todavia, devido à extração de areia e a formação das cavas, parte<br />
desse fluxo é desviado temporariamente para o interior das lagoas das cavas e<br />
posteriormente sofre uma inflexão para oeste em direção ao rio da Guarda. A<br />
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6-43
Figura <strong>6.1</strong>.1.7-1 apresenta o mapa potenciométrico de parte do aquífero,<br />
evidenciando a modificação do fluxo.<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.7-1: Mapa de localização da área da Bacia Hidrográfica do Rio Guandu,<br />
mostrando os domínios do aquífero Piranema e Fraturado (Tubbs, 2005 apud<br />
ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA, 2006).<br />
Outro evento importante na região é o controle do fluxo subterrâneo exercido<br />
pela vazão do rio Guandu. Essa influência é causada pela diferença de carga<br />
hidráulica existente entre as águas deste rio e as águas subterrâneas, Tubbs e<br />
Yoshinaga (2005).<br />
A Figura <strong>6.1</strong>.1.7-2 apresenta uma simulação para relação entre as águas<br />
subterrâneas e superficiais em parte do curso médio do rio Guandu,<br />
demonstrando que em determinados pontos o rio Guandu recarrega<br />
parcialmente o aquífero Piranema. A partir dessa simulação, podemos presumir<br />
que o rebaixamento do nível da água subterrânea na região provocado pela<br />
extração de areia poderia estar sendo minimizado pela diferença do<br />
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6-44
comportamento hidráulico entre as águas superficiais e subterrâneas (Tubbs,<br />
1999 e 2005).<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.7-2: Relação entre o Rio Guandu e as Águas Subterrâneas (Tubbs, 2005 apud<br />
ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA, 2006).<br />
<strong>6.1</strong>.1.7.1 Disponibilidade e Demanda de Recursos Hídricos<br />
Disponibilidade Hídrica<br />
Para determinação da disponibilidade hídrica mínima e média ao longo dos rios<br />
da Guarda, Guandu Mirim e Guandu no trecho a jusante da UHE Pereira<br />
Passos, foram utilizados os valores das vazões mínimas Q 7,10 e vazões<br />
médias, para os principais afluentes de cada bacia.<br />
Para a Bacia do Rio Guandu, foram consideradas as taxas incrementais de<br />
Q 7,10 e vazão média de 0,015 e 0,024 m 3 /s/km, respectivamente, calculadas<br />
com base no comprimento do rio Guandu e nas vazões incrementais.<br />
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6-45
As Tabelas <strong>6.1</strong>.1.7.1-1 a <strong>6.1</strong>.1.7.1-3 e as Figuras <strong>6.1</strong>.1.7.1-1 a <strong>6.1</strong>.1.7.1-2<br />
apresentam as disponibilidades mínimas e médias ao longo dos rios Guandu,<br />
da Guarda e Guandu Mirim.<br />
Tabela <strong>6.1</strong>.1.7.1-1: Disponibilidade Hídrica e Vazões Médias no rio Guandu.<br />
Local<br />
Distância<br />
Rio<br />
Guandu<br />
(km)<br />
Q 7,10<br />
Afluente<br />
(m 3 /s)<br />
Vazão<br />
Média<br />
Afluente<br />
(m 3 /s)<br />
Vazão<br />
Mínima<br />
Guandu<br />
(m 3 /s)<br />
Vazão<br />
Média<br />
Guandu<br />
(m 3 /s)<br />
UHE Pereira Passos 0,0 - - 120,000 163,00<br />
Ribeirão da Floresta 1,2 0,000 0,22 120,002 163,25<br />
Rio Cacaria 2,8 0,<strong>08</strong>1 1,31 120,<strong>08</strong>5 164,60<br />
Rio da Onça 5,6 0,059 0,95 120,148 165,61<br />
Córrego dos<br />
Macacos<br />
12,2 0,054 0,87 120,212 166,64<br />
Rio Macaco 16,2 0,<strong>08</strong>3 1,34 120,301 168,<strong>08</strong><br />
Valão da Areia 17,8 0,032 0,52 120,336 168,63<br />
Rio Santana 20,7 0,378 6,09 120,718 174,79<br />
Rio São Pedro 25,9 0,117 1,88 120,843 177,80<br />
Rio<br />
Poços/Queimados/<br />
Ipiranga<br />
44,3 0,241 3,89 121,111 181,12<br />
Foz 66,7 - - 121,145 181,66<br />
Fonte: ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />
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6-46
a) b)<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.7.1-1: Disponibilidade hídrica (a) mínima (b) média ao longo do rio Guandu. Fonte:<br />
ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />
Tabela <strong>6.1</strong>.1.7.1-2: Disponibilidade Hídrica e Vazões Médias no rio Guarda.<br />
Local<br />
Distância<br />
Rio<br />
Guarda<br />
(km)<br />
Q 7,10<br />
Afluente<br />
(m 3 /s)<br />
Vazão<br />
Média<br />
Afluente<br />
(m 3 /s)<br />
Vazão<br />
Mínima<br />
Guarda<br />
(m 3 /s)<br />
Vazão<br />
Média<br />
Guarda<br />
(m 3 /s)<br />
Confluência Rio<br />
Piloto/Rio Cái Tudo<br />
0,00 0,167 2,68 0,167 2,68<br />
Valão dos Bois 1,18 0,134 2,16 0,301 4,84<br />
Rio Itaguaí 2,39 0,000 0,1 0,301 4,94<br />
Vala do Sangue 5,55 0,000 0,2 0,301 5,14<br />
Foz 8,94 - - 0,343 5,53<br />
Fonte: ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />
a) b)<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.7.1-2: Disponibilidade hídrica (a) mínima (b) média ao longo do rio Guarda. Fonte:<br />
ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />
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6-47
Tabela <strong>6.1</strong>.1.7.1-3: Disponibilidade Hídrica e Vazões Médias no rio Guandu Mirim.<br />
Local<br />
Distância<br />
Guandu<br />
Mirim<br />
(km)<br />
Q 7,10<br />
Afluente<br />
(m 3 /s)<br />
Vazão<br />
Média<br />
Afluente<br />
(m 3 /s)<br />
Vazão<br />
Mínima<br />
Guandu<br />
Mirim (m 3 /s)<br />
Vazão<br />
Média<br />
Guandu<br />
Mirim<br />
(m 3 /s)<br />
Guandu do<br />
Sapê / Prata do<br />
Mendanha<br />
0,00 0,075 1,22 0,075 1,22<br />
Rio Campinho 4,01 0,036 0,58 0,111 1,80<br />
Rio Capenga 4,63 0,028 0,45 0,139 2,25<br />
Foz 22,54 - - 0,172 2,77<br />
Fonte: ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />
a) b)<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.7.1-3: Disponibilidade hídrica (a) mínima (b) média ao longo do rio Guandu Mirim.<br />
Fonte: ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />
A vazão mínima garantida no rio Guandu assegurada pelas regras operativas,<br />
em condições normais, do Complexo Hidrelétrico de Lajes, antes do período<br />
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6-48
crítico de 2003, era estimada em 130 m 3 /s -1 , sob a condição de não-ocorrência<br />
de chuvas e desprezadas as pequenas contribuições dos afluentes do Guandu.<br />
No entanto, tendo em vista a regulamentação atual da ANA em relação à<br />
operação da Estação Elevatória de Santa Cecília e da UHE Pereira Passos, a<br />
vazão mínima garantida no rio Guandu e canal de São Francisco para efeito de<br />
concessão de outorgas é de 120 m 3 /s.<br />
É oportuno destacar que usualmente, na época, a SERLA considerava como<br />
vazão outorgável o valor correspondente a 50% da vazão natural Q 7,10 , ou seja,<br />
a vazão natural mínima média de 7 dias consecutivos, com probabilidade de<br />
ocorrer uma vez a cada dez anos. Assim, estima-se que a vazão natural de<br />
1,52 m 3 /s, distribuídas pelos afluentes do rio Guandu, resulte em vazão<br />
outorgável de cerca de 0,76 m 3 /s.<br />
Nos rios da Guarda e Guandu Mirim, a vazão total outorgável é da ordem de<br />
0,26 m 3 /s, sendo respectivamente iguais a 0,17 m 3 /s e 0,09 m 3 /s. A vazão<br />
desses rios, incluindo os afluentes do Guandu, perfazem um total de apenas<br />
1,02 m 3 /s, o que demonstra a importância do Desvio Paraíba - Pirai e da<br />
operação do Complexo Hidrelétrico de Lajes na manutenção dos atuais e<br />
futuros usos múltiplos das águas na bacia do rio Guandu.<br />
A Figura <strong>6.1</strong>.1.7.1-4 apresenta os perfis longitudinais de disponibildade hídrica<br />
e de vazões médias ao longo do rio Guandu e o perfil das demandas totais,<br />
calculadas com base nos consumos indicado na Tabela <strong>6.1</strong>.1.7.1-4.<br />
1 A vazão mínima de bombeamento na UEL Santa Cecília de 119 m 3 /s que somados aos 11 m 3 /s (16,5 m 3 /s - 5,5 m 3 /s)<br />
regularizados pelo reservatório de Lajes perfaziam 130 m 3 /s.<br />
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6-49
Figura <strong>6.1</strong>.1.7.1-4: Perfis Longitudinais de Demandas e Disponibilidades do Rio Guandu.<br />
Fonte: ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />
Com base nos estudos de disponibilidade hídrica e de demandas<br />
apresentadas, acrescidas de informações obtidas nos cadastros do INEA e em<br />
outros estudos técnicos realizados na bacia, foi possível consolidar o balanço<br />
hídrico apresentado na Tabela <strong>6.1</strong>.1.7.1-4.<br />
Tabela <strong>6.1</strong>.6.5.1-4: Balanço Hídrico Global por Unidade Hidrográfica em m 3 /s.<br />
Disponibilidade/Uso<br />
Ribeirão das<br />
Lajes<br />
Rio<br />
Guandu<br />
Rio da Guarda<br />
Rio Guandu<br />
Mirim<br />
Disponibilidade<br />
mínima<br />
16,5 (1) 121,16 0,343 0,172<br />
Captação total 5,924 58,778 0,121 0,027<br />
Saneamento 5,85 45,100 (3) - -<br />
Indústria - 13,510 - -<br />
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6-50
Agropecuária e<br />
aquicultura<br />
0,074 0,168 0,121 0,027<br />
Vazões restituídas 0,091 3,334 2,797 1,450<br />
Saneamento 0,060 0,880 0,273 1,106<br />
Indústria - 2,387 2,476 0,333<br />
Agropecuária e<br />
aquicultura (2) 0,030 0,067 0,048 0,011<br />
Balanço hídrico 10,667 65,716 3,019 1,595<br />
Fonte: ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />
(1) Vazão regularizada pelo reservatório de Lajes.<br />
(2) Admitiu-se uma restituição ao corpo d'água de 40% do volume total.<br />
(3) Não foi utilizada o valor da outorga para Japeri, uma vez que este município é abastecido<br />
pela CEDAE.<br />
Demanda de Recursos Hídricos<br />
A Tabela <strong>6.1</strong>.1.7.1-5 apresenta um resumo das demandas hídricas estimadas<br />
para cada setor identificado na Bacia Hidrográfica dos rios Guandu, da Guarda<br />
e Guandu Mirim, em correspondência com os anos assinalados. Os valores<br />
apresentados foram calculados considerando-se para cada setor, o cenário<br />
mais conservador, qual seja, aquele correspondente às demandas potenciais<br />
máximas estimadas.<br />
Tabela <strong>6.1</strong>.1.7.1-5: Demandas Hídricas dos Setores Usuários na Bacia Hidrográfica dos rios<br />
Guandu, da Guarda e Guandu Mirim.<br />
Demandas Hídricas (m 3 /s)<br />
Setores<br />
Ano<br />
2005 2010 2015 2025<br />
Abastecimento Público 55,96 59,20 68,93 71,11<br />
Indústria 13,51 16,43 20,00 29,60<br />
Agropecuária 0,39 0,39 0,39 0,39<br />
Mineração 0,16 0,21 0,27 0,38<br />
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6-51
Demandas Hídricas (m 3 /s)<br />
Setores<br />
Ano<br />
2005 2010 2015 2025<br />
Água Subterrânea 0,20 0,26 0,37 0,57<br />
Fonte: ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />
Do volume total captado no rio Guandu, apenas uma pequena parcela é<br />
consumida na própria Bacia da Baía de Sepetiba. Grande parte é transferida<br />
para a bacia adjacente, a Bacia da Baía de Guanabara e das Lagoas<br />
Metropolitanas.<br />
As principais formas de uso das águas estão apresentados no Quadro<br />
<strong>6.1</strong>.1.7.1-1 e no <strong>6.1</strong>.1.7.1-2 estão apresentados os principais usuários<br />
(SEMADS/GTZ, 2001).<br />
Quadro <strong>6.1</strong>.1.7.1-1: Formas de uso consultivo e não consultivo na Bacia Hidrográfica da Baía<br />
de Sepetiba.<br />
Usos Consuntivos<br />
Usos Não Consuntivos<br />
X<br />
Abastecimento urbano (cidades, vilas e<br />
X<br />
Manutenção de biodiversidade fluvial<br />
povoados)<br />
X Abastecimento rural X Recreação, lazer e turismo.<br />
X Consumo industrial X Geração hidrelétrica<br />
X Consumo agroindustrial (pequena escala) X Assimilação de esgotos ou diluição de<br />
efluentes<br />
X Irrigação X Mineração<br />
X<br />
Pesca profissional e esportiva<br />
Fonte: SEMADS/GTZ (2001).<br />
Quadro <strong>6.1</strong>.1.7.1-2: Caracterização dos principais usuários na Bacia Hidrográfica da Baía de<br />
Sepetiba.<br />
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6-52
Tipo de Uso Nome do Usuário Observações Gerais<br />
ETA Guandú - Abastec. do Rio e<br />
Baixada Fluminense<br />
ETA Guandú - Abastec. do Rio e<br />
Baixada Fluminense<br />
Abastecimento Rio de Janeiro e<br />
Baixada Fluminense<br />
Abastecimento Rio de Janeiro e<br />
Baixada Fluminense<br />
Manancial Rio Guandú<br />
Manancial Represa de<br />
Lajes<br />
Manancial Rios São Pedro<br />
e S. Antônio<br />
Manancial Rio d‟Ouro<br />
Abastecimento de Cacaria (Piraí)<br />
Manancial<br />
Cacaria<br />
Córrego<br />
Abastecimento de Miguel Pereira<br />
Abastecimento de Conrado (Miguel<br />
Pereira)<br />
Abastecimento de Paracambi<br />
Abastecimento de Itaguaí (sede<br />
municipal)<br />
Abastecimento de Coroa Grande<br />
(Itaguaí) e do Porto de Itaguaí<br />
Abastecimento de Itacurussá<br />
(Mangaratiba)<br />
Abastecimento de Mangaratiba (sede<br />
municipal)<br />
Abastecimento de Muriqui<br />
(Mangaratiba)<br />
Abastecimento de Conceição de<br />
Jacareí (Mang.)<br />
CEDAE<br />
Manancial Rio Santana<br />
Manancial Cachoeira da<br />
Mangueira<br />
Manancial Rio Saudoso<br />
Manancial Rios Mazomba<br />
(represa)<br />
Manancial Rio Itinguçú<br />
(represa)<br />
Manancial Rios Santana e<br />
Botafogo<br />
Manancial Rio do Saco<br />
(represa)<br />
Manancial Rio da Prata<br />
(represa)<br />
Manancial Rio Jacareí<br />
(represa)<br />
Abastecimento industrial Petrobrás Manancial Rio Guandú<br />
Abastecimento da Termelétrica de<br />
Santa Cruz<br />
Abastecimento industrial<br />
Furnas Centrais<br />
Elétricas<br />
Distrito Industrial de<br />
Santa Cruz<br />
Manancial Rio Guandú<br />
Manancial Canal de São<br />
Francisco<br />
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6-53
Tipo de Uso Nome do Usuário Observações Gerais<br />
Abastecimento industrial da<br />
Siderúrgica<br />
Cosigua<br />
Manancial Canal de São<br />
Francisco<br />
Em construção Termelétrica Manancial Rio Guandu<br />
Abastecimento industrial (fábrica em<br />
Piraí)<br />
Cervejaria Cintra<br />
Manancial Reservatório de<br />
Lages<br />
Abastecimento industrial Cervejaria Brahma Manancial Rio Guandú<br />
Abastecimento industrial e geração<br />
de energia<br />
Fábrica de Gelo, em<br />
Miguel Pereira<br />
UHE do rio Santana<br />
Barragens de Lazer Hotel Sítio Chaminé Rio Mazomba<br />
Abastecimento do Porto Porto de Itaguaí Rio Itimirim<br />
Barragens de gabião no leito do rio<br />
para lazer.<br />
Abastecimento e Lazer<br />
Hotel Porto Bello<br />
Hotel Mediterranée R.<br />
das Pedras<br />
Rio São Brás<br />
Manancial Rio Grande<br />
Fonte: SEMADS/GTZ (2001).<br />
Principais potencialidades, problemas e conflitos<br />
Esta região tem uma série de desafios a serem enfrentados relacionados ao<br />
gerenciamento dos seus recursos hídricos, dentre os quais destacam-se<br />
(ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA, 2006):<br />
1. A integração das bacias dos rios Paraíba do Sul e Guandu face a<br />
importância da transposição das águas do rio Paraíba do Sul;<br />
2. A intrusão salina, fator condicionante na concessão de outorgas na bacia;<br />
3. As fragilidades institucionais que poderão comprometer a gestão integrada<br />
e participativa da bacia;<br />
4. As condições do saneamento básico, principalmente em relação ao<br />
esgotamento doméstico lançados sem tratamento prévio nos corpos d‟água<br />
da bacia;<br />
5. A qualidade da água na captação da ETA Guandu, que abastece a Região<br />
Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ);<br />
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6-54
6. A mineração de areia, atividade responsável pela degradação ambiental<br />
das bacias durante muitos anos e que necessita de medidas permanentes<br />
de regulação e controle;<br />
7. A operação do reservatório de Lajes, visto como reserva estratégica para o<br />
abastecimento de água para a RMRJ;<br />
8. A incipiente articulação do gerenciamento dos recursos hídricos com o<br />
planejamento do uso do solo nos municípios integrantes da bacia.<br />
Os cinco principais fatores indutores das questões a serem enfrentados para a<br />
efetividade da gestão de recursos hídricos na bacia são:<br />
1. Crescimento das demandas de energia e água da RMRJ;<br />
2. Transposição do rio Paraíba do Sul;<br />
3. Implementação precária, até o momento, dos instrumentos de gestão,<br />
monitoramento e fiscalização;<br />
4. Articulação interinstitucional e intersetorial insuficiente;<br />
5. Ocupação desordenada do solo da bacia.<br />
Esses fatores indutores resultam em um conjunto de causas, ou efeitos, em<br />
geral interrelacionados, que se desdobram em uma série de impactos e<br />
conflitos de uso que ocorrem na bacia. Esses impactos e conflitos, por sua vez,<br />
poderão ser mitigados com a implantação das ações<br />
(ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA, 2006) (Figura <strong>6.1</strong>.1.7.1-5).<br />
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6-55
Figura <strong>6.1</strong>.1.7.1-5: Fatores indutores, causas, impactos e ações na bacia dos rios Guandu,<br />
Guarda e Guandu Mirim. Fonte: ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />
Modelagem matemática de fluxo e transporte<br />
Foi feita uma modelagem numérica que objetivou avaliar o escoamento do<br />
fluxo subsuperficial e o transporte de elementos químicos, em escala local para<br />
a unidade da USIMINAS em Itaguaí/RJ, com base nas concentrações obtidas<br />
na campanha de amostragem realizada em março de 2009. O modelo<br />
considerou os metais Arsênio, Cádmio, Cobalto, Cromo, Chumbo, Níquel e<br />
Zinco visto que os mesmos foram detectados em porção significativa da área.<br />
As análises químicas também indicaram a presença de outros elementos, no<br />
entanto, estas concentrações foram pontuais e estes não foram avaliadas no<br />
modelo.<br />
Foi utilizado o software modelo “USGS Modular 3D Finite Difference<br />
Groundwater Flow Model” conhecido como Visual MODFLOW (McDonald &<br />
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6-56
Harbaugh, 1988), o “Modular 3D Finite Difference Mass Transport Model” -<br />
MT3DMS (Zheng, 1992).<br />
Conclusões<br />
Modelo de Transporte<br />
Os resultados da modelagem indicam migração condicionada<br />
preferencialmente pelo fluxo, com sentido de evolução em direção ao Rio da<br />
Guarda.<br />
A migração da pluma com o tempo reflete a premissa de fonte ativa, com<br />
aumento da área atingida e valores de concentração constantes nos centros de<br />
massa. Em função da dimensão atual das plumas e dos níveis das<br />
concentrações observados, a modelagem indica que as plumas persistem no<br />
final do período simulado com concentrações acima do limite de intervenção.<br />
A delimitação das plumas em profundidade mostra que a espessura atingida<br />
pela pluma é restrita às partes superiores do modelo, não atingindo sua base.<br />
Cabe ressaltar que a simulação realizada mostra uma previsão do cenário de<br />
evolução da pluma, considerando a atuação principalmente do processo<br />
advectivo de transporte. As taxas de degradação e atenuação natural não<br />
foram consideradas no modelo e são processos que ocorrem naturalmente e<br />
têm grande influência na migração das concentrações dos compostos<br />
presentes. Outro aspecto importante a ser considerado é a condição de<br />
mudança hidrogeoquímica que ocorre pela presença de solos orgânicos, muito<br />
comum em várzeas de rios ou córregos como o existente à jusante da área<br />
estudada. A presença destes solos orgânicos proporciona uma dinâmica<br />
diferencial para a evolução das plumas identificadas, visto sua capacidade de<br />
retenção dos compostos alvo e a ação microbiológica é potencializada pelo<br />
meio.<br />
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6-57
Não é possível realizar o processo de calibração com apenas uma campanha<br />
de amostragem, desta forma a continuidade do monitoramento é recomendada<br />
para avaliar a evolução das concentrações com o tempo.<br />
<strong>6.1</strong>.1.8 Qualidade da Água, Sedimento e Solo<br />
<strong>6.1</strong>.1.8.1 Usos da Água e Fontes de Poluição<br />
Com o desenvolvimento industrial e adensamento dos núcleos urbanos, a Baía<br />
de Sepetiba tornou-se o segundo principal corpo receptor de efluentes<br />
industriais do Estado, principalmente de metais pesados derivados da indústria<br />
mínero-metalúrgica e, mais recentemente, de despejos urbanos (Amado Filho<br />
et al. 1999).<br />
A bacia hidrográfica da Baía de Sepetiba é uma das principais fontes de<br />
poluição da Baía de Sepetiba, na medida em que a poluição de suas águas por<br />
lançamentos de efluentes domésticos e industriais compromete a qualidade<br />
das águas da baía, afetada ainda pelo aporte de partículas em suspensão<br />
devido a ocorrência de intensos processos erosivos observados em toda a<br />
bacia (SEMADS/GTZ, 2001).<br />
O crescente desenvolvimento das atividades urbanas, industriais e agrícolas,<br />
principalmente nas bacias dos rios Guandu, da Guarda e Guandu Mirim, sem<br />
um planejamento adequado, fazendo uso de sistemas de saneamento<br />
insuficientes, vem deteriorando a qualidade das águas e reduzindo a<br />
disponibilidade hídrica nessas bacias. Aliados a estes fatores podem ser<br />
incluídos como fontes poluidoras, a erosão provocada pelo uso inadequado do<br />
solo e a extração de areia, responsáveis pelo aumento significativo do aporte<br />
de sedimentos nessas bacias (ANA/SPRH/ SONDOTÉCNICA, 2006).<br />
Os principais usos da água hoje verificados nos rios Guandu, da Guarda e<br />
Guandu Mirim referem-se ao abastecimento de água, à diluição de esgotos<br />
domésticos e de efluentes industriais. Esses usos são resumidos a seguir<br />
(ANA/SPRH/ SONDOTÉCNICA, 2006).<br />
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6-58
Abastecimento de Água e Diluição de Esgotos Domésticos<br />
A expansão urbana do Município do Rio de Janeiro em direção à zona oeste,<br />
além do desenvolvimento econômico, propiciado pelas atividades industriais<br />
diversificadas, gerou um crescimento populacional nas cidades situadas na<br />
região, que lançam seus efluentes nos rios, na maioria das vezes sem qualquer<br />
tipo de tratamento.<br />
Tomando como referência o ano 2005, estima-se que a carga orgânica<br />
potencial na bacia (exclusivamente Demanda Bioquímica de Oxigênio -<br />
DBO 5,20 ) é da ordem de 57,3 t/dia, relativa aos esgotos domésticos urbanos. Os<br />
níveis de tratamento proporcionam uma redução na carga potencial da ordem<br />
de apenas 0,27 t/dia, que corresponde a 0,6% da carga potencial total avaliada,<br />
considerando uma eficiência no tratamento da ordem de 80%.<br />
Com relação ao uso da água para abastecimento público, estima-se um total<br />
de captação de cerca de 52 m 3 /s, na bacia do rio Guandu, utilizada como<br />
manancial para todos os municípios localizados nas bacias em estudo, além de<br />
abastecer toda a região metropolitana do Rio de Janeiro.<br />
Segundo Copeland et al. (2003) a qualidade da água na Baía de Sepetiba é<br />
predominantemente afetada por fontes efluentes locais. Quanto aos efluentes<br />
sanitários, cerca de 286.900 m 3 /dia lançados pelas aglomerações urbanas ao<br />
longo de toda a bacia hidrográfica têm a baía como destino direto ou indireto.<br />
Não obstante, o elevado influxo de nutrientes na baía resultou na eutrofização<br />
de suas águas sob maior influência costeira (Tenório, 1999 apud: Calil, 2005).<br />
Estima-se que os esgotos domiciliares de aproximadamente 1 milhão e<br />
trezentos mil habitantes chegam na Baía de Sepetiba, comprometendo a<br />
qualidade de suas águas. O trecho entre a ilha da Madeira e o canal do Itá é o<br />
mais comprometido. A oeste da ilha da Madeira, onde se localizam os<br />
municípios de Muriqui, Itacuruçá, Mangaratiba, Ibicuí, com densidades<br />
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6-59
populacionais mais baixas, as condições microbiológicas da água são melhores<br />
(Costa, 1998).<br />
Uso Industrial<br />
Até a década de 60, a pesca e o turismo se configuravam como as principais<br />
atividades econômicas na Baía de Sepetiba. Porém, a partir da década de 70,<br />
um diversificado parque industrial com cerca de 400 indústrias foi instalado<br />
com o financiamento do governo estadual, principalmente na Zona Industrial de<br />
Santa Cruz e no município de Itaguaí (Lacerda, 1983; Lacerda et al., 1988).<br />
Este processo de industrialização vem gerando alterações nas características<br />
espaciais, socioeconômicas e ecológicas da baía, resultando no aumento<br />
populacional em função das oportunidades de fonte de renda nas indústrias,<br />
além dos riscos potenciais aos ecossistemas da região (Coimbra, 2003).<br />
A região em estudo constitui um dos maiores pólos industriais do Estado do Rio<br />
de Janeiro. De acordo com a FIRJAN, nas bacias dos rios Guandu, da Guarda<br />
e Guandu Mirim estão presentes mais de 150 indústrias de diversas tipologias.<br />
O parque industrial instalado na Bacia da Baía de Sepetiba é muito<br />
diversificado apresentando empresas de diversos setores, como: metalurgia,<br />
química, têxteis, minerais não-metálicos, plástico, papel e papelão, borracha,<br />
couro, produtos alimentares, geração de energia, bebidas, editorial e gráfica.<br />
Dentre essas indústrias, as de maior relevância em termos de potencial de<br />
contaminação por metais pesados são as do setor metalúrgico e químico<br />
(Coimbra, 2003).<br />
As maiores concentrações industriais estão localizadas na bacia do rio<br />
Poços/Queimados, afluente do rio Guandu nas proximidades da ETA-Guandu,<br />
que recebe os efluentes industriais provenientes do distrito industrial de<br />
Queimados, representando um fator de risco para a captação da CEDAE. Da<br />
mesma forma, a bacia do rio Guandu Mirim também recebe os efluentes<br />
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6-60
industriais da área industrial de Campo Grande e parte do distrito industrial de<br />
Nova Iguaçu.<br />
No cadastro consolidado de indústrias da bacia, observou-se que apenas 19<br />
indústrias respondem por cerca de 99,97% do total das vazões captadas. Por<br />
outro lado, estas 19 indústrias geram cerca de 71% do total de carga de DBO<br />
na bacia, correspondendo a um valor de 20,8 kg/dia, conforme metodologia e<br />
critérios propostos no The Industrial Pollution Projection System-IPPS, do<br />
Banco Mundial.<br />
A Figura <strong>6.1</strong>.1.8.1-1 apresenta as cargas orgânicas de DBO domésticas e<br />
industriais lançadas ao longo do rio Guandu. Vale ressaltar que foi considerada<br />
uma carga proveniente de Ribeirão das Lajes no valor de 23,85 t/dia, calculada<br />
considerando a vazão mínima de 120 m 3 /s e uma concentração de DBO de 2,3<br />
mg/l referente aos valores médios no período de 1990 a 1996 da estação<br />
LG351 (Ribeirão das Lajes).<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.1-1: Cargas Orgânicas de DBO lançadas ao longo do Rio Guandu. Fonte:<br />
ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />
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6-61
A área de interesse da USIMINAS é, em grande parte, plana com uma<br />
elevação a sul que faz divisa com o píer de atracação do Porto de Itaguaí, de<br />
norte a leste encontra-se uma área alagada de mangue, a área central é<br />
ocupada por uma pilha margeada por uma lagoa, ambos de rejeito industrial<br />
proveniente do antigo processo da Companhia Industrial Mercantil INGÁ e a<br />
sudoeste estão as antigas instalações industriais da INGÁ. O entorno da área<br />
da USIMINAS é composto por uma vizinhança mista, sendo identificados<br />
estabelecimentos comerciais, industriais, residenciais e de exportação de<br />
minério: bairros de Itaguaí (Brisa Mar e Vila Paraiso), LLX, CDRJ, VALE, CSN.<br />
<strong>6.1</strong>.1.8.2 Análise dos Parâmetros de Qualidade da Água<br />
Foram utilizadas estatísticas anuais (2000-2005) e do período 1990 a 2005,<br />
fornecidos pelo INEA, referentes aos dados do monitoramento de qualidade da<br />
água de estações situadas no rio Guandu:<br />
LG350 - Ribeirão das Lages<br />
LG351 - Ribeirão das Lages<br />
GN201 - Rio Guandu<br />
GN200 - Rio Guandu<br />
MC410 - Rio Macaco<br />
PO290 - Rio dos Poços<br />
QM270 - Rio Queimados<br />
QM271 - Rio Queimados<br />
CU650 - Rio Cabuçu<br />
IR 251 - Rio Ipiranga<br />
A localização das estações encontra-se na Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-1.<br />
A qualidade da água na bacia dos rios Guandu, da Guarda e Guandu Mirim foi<br />
caracterizada com base nos dados e análises realizadas pelo INEA. Essas<br />
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6-62
estatísticas, apresentadas ao longo do texto referem-se aos parâmetros OD,<br />
DBO, DQO, coliformes fecais, nitrogênio amoniacal, nitrogênio kjeldahl, nitrito,<br />
nitrato, fósforo total, ortofosfato dissolvido e metais pesados (ANA/SPRH/<br />
SONDOTÉCNICA,2006).<br />
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6-63
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-1: Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água. Fonte:<br />
ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />
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6-64
No rio Guandu<br />
Oxigênio Dissolvido (OD) e Demanda Bioquímica de Oxigênio<br />
(DBO)<br />
O rio Guandu, monitorado pela FEEMA nas estações GN-201 (período: 1986-<br />
1989 e 1990-1996) e GN-200 (período:1986-1989), apresentou altos valores de<br />
OD e baixas concentrações de DBO e DQO. A estação GN-201, localizada no<br />
rio Guandu a jusante da confluência com os rios Macaco e Santana, próximo a<br />
localidade de Japeri, recebe o lançamento de efluentes domésticos desta<br />
cidade sem qualquer tipo de tratamento. A estação GN-200 localizada no rio<br />
Guandu, imediatamente a montante da tomada d‟água da ETA do Guandu e a<br />
jusante da confluência com o rio dos Poços/Queimados, sofre a influência das<br />
condições críticas de qualidade da água desta bacia.<br />
As estatísticas anuais mostram que as estaçoes GN-200 e GN-201 encontramse<br />
em Classe 2 tanto para Oxigênio Dissolvido (OD) como para Demanda<br />
Bioquímica de Oxigênio (DBO), com pequenas violações de classe (Figura<br />
<strong>6.1</strong>.1.8.2-2 e <strong>6.1</strong>.1.8.2-3).<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-2: Estatísticas anuais de OD na Bacia do Rio Guandu - Período: 2000 a 2005.<br />
Fonte: FEEMA (atual INEA) apud ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />
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6-65
O Ribeirão da Lajes, monitorado pela FEEMA nas estações LG-350 (1986-<br />
1989) e LG-351 (1986-1989 e 1990-1996) apresenta condições de qualidade<br />
da água excelentes, com altos valores de OD e baixos de DBO. As estatísticas<br />
da Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-2 e <strong>6.1</strong>.1.8.2-3 demonstram a boa qualidade de suas<br />
águas. A estação VG-610 localizada na saída do reservatório de Vigário<br />
apresentou altas concentrações de OD, e baixos valores de DBO.<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-3: Estatísticas anuais de DBO na Bacia do Rio Guandu - Período: 2000 a<br />
2005. Fonte: FEEMA (atual INEA) apud ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />
Os rios Ipiranga, Queimados e Cabuçu, este último afluente do rio Ipiranga,<br />
monitorados pelas estações IR-251, QM-270 e QM-271, CU-650,<br />
respectivamente, apresentam valores elevados deDBO e baixos de OD,<br />
evidenciando condições críticas de poluição de origem orgânica, nos<br />
monitoramentos realizados pela FEEMA no período de 1986-1989 e 1990-<br />
1996. Os efluentes domésticos da sede municipal de Queimados são lançados<br />
ao rio sem qualquer tratamento. Esses dados são confirmados pelas<br />
estatísticas fornecidas pela FEEMA, que mostram violações de classe na maior<br />
parte das amostras (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-2 e <strong>6.1</strong>.1.8.2-3).<br />
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6-66
Coliformes Fecais<br />
As estações GN0200 e GN0201, situadas no rio Guandu, já apresentavam no<br />
período de 1986-1989 um número significativo de coliformes fecais, com<br />
valores médios de 3000 NMP/100ml. Verifica-se que a mediana dos dados da<br />
FEEMA no período de 1990 a 2005 encontra-se fora de classe. Entretanto, a<br />
situação mais crítica é observada nos rios Queimados, Macaco, Poços,<br />
Ipiranga e Cabuçu, conforme pode ser observado nos dados da FEEMA de<br />
1986-1989 e nas estatísticas apresentadas na Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-4.<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-4: Estatísticas de coliformes fecais na Bacia do Rio Guandu - Período: 1990 a<br />
2005. Fonte: FEEMA (atual INEA) apud ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />
Fósforo Total e Ortofosfato<br />
O Rio Guandu e o ribeirão das Lajes apresentam boas condições em relação<br />
ao fósforo total, apresentando pequenas violações de classe, semelhante ao<br />
observado para ortofosfato (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-5 e <strong>6.1</strong>.1.8.2-6).<br />
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6-67
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-5: Estatísticas de fósforo total na Bacia do Rio Guandu - Período: 1990 a<br />
2005. Fonte: FEEMA (atual INEA) apud ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />
Entretanto, os valores médios do período 1986-1989 do monitoramento da<br />
FEEMA, situam-se ligeiramente superiores ao padrão de Classe 2. Verifica-se<br />
um aporte de carga de fósforo na bacia proveniente do rio Paraíba do Sul<br />
através da transposição. O rio Queimados encontra-se em situação mais crítica<br />
devido aos lançamentos de esgotos do município de Queimados, com mediana<br />
de cerca de 2mg/l. Além dele, os rios Ipiranga, cabuçu, Poços e Macaco<br />
também encontram-se com medianas muito acima dos limites de classe 2. Os<br />
dados de estações da FEEMA nessas bacias relativos ao período 86-89 já se<br />
apresentavam muito acima do limite de classe 2 (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-6).<br />
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6-68
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-6: Estatísticas anuais de ortofosfato na Bacia do Rio Guandu - Período: 2000<br />
a 2005. Fonte: FEEMA (atual INEA) apud ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />
Compostos Nitrogenados<br />
O ribeirão das Lajes e o rio Guandu apresentam boas condições em relação<br />
aos compostos nitrogenados, princialmente nitrogênio amoniacal, com<br />
medianas bem inferiores ao limite de classe 2 (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-7 a <strong>6.1</strong>.1.8.2-<br />
10).<br />
Os valores médios de amônia do monitoramento da FEEMA (1986-1989 e<br />
1990-1996) confirmam estas estatísticas. Os rios Poços e Macaco apesar de<br />
apresentarem medianas superiores as encontradas no rio Guandu, ainda<br />
permanecem em classe 2 com apenas algumas violações de classe. Já os rios<br />
Queimados, Ipiranga e Cabuçu, apresentam medianas elevadas, acima de<br />
Classe 2 nos anos de 2000 e 2001. Entretanto, os valores médios de nitrogênio<br />
amoniacal desses rios no monitoramento da FEEMA (86-89 e 90-96) são<br />
superiores a Classe 2 (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-7).<br />
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6-69
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-7: Estatísticas anuais de nitrogênio amoniacal na Bacia do Rio Guandu -<br />
Período: 2000 a 2005. Fonte: FEEMA (atual INEA) apud ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-8: Estatísticas anuais de nitrogênio kjeldahl na Bacia do rio Guandu - Período:<br />
2000 a 2005. Fonte: FEEMA (atual INEA) apud ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />
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6-70
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-9: Estatísticas anuais de nitrito na Bacia do Rio Guandu - Período: 2000 a<br />
2005. Fonte: FEEMA (atual INEA) apud ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-10: Estatísticas anuais de nitrato na Bacia do Rio Guandu - Período: 2000 a<br />
2005. Fonte: FEEMA (atual INEA) apud ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />
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6-71
Metais<br />
As estatísticas anuais de metais pesados nas 10 estações monitoradas na<br />
Bacia do rio Guandu, pela FEEMA, no período de 2000 a 2005, estão<br />
apresentadas nas Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-11 a <strong>6.1</strong>.1.8.2-15.<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-11: Estatísticas anuais de cromo na Bacia do Rio Guandu - Período: 2000 a<br />
2005. Fonte: FEEMA (atual INEA) apud ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />
Os valores médios para manganês situam-se ligeiramente superiores ao<br />
padrão de Classe 2. Os rios Poços, Queimados, Cabuçu e Ipiranga encontramse<br />
em situação mais críticas, com mediana entre 0,1 a 0,6 mg/l. Os valores de<br />
manganês muito acima dos limites de classe 2 foram encontrados no rio<br />
Cabuçu e Ipiranga (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-12).<br />
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6-72
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-12: Estatísticas anuais de manganês na Bacia do Rio Guandu - Período: 2000<br />
a 2005. Fonte: FEEMA (atual INEA) apud ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-13: Estatísticas anuais de ferro na Bacia do Rio Guandu - Período: 2000 a<br />
2005. Fonte: FEEMA (atual INEA) apud ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />
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6-73
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-14: Estatísticas anuais de níquel na Bacia do Rio Guandu - Período: 2000 a<br />
2005. Fonte: FEEMA (atual INEA) apud ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-15: Estatísticas anuais de zinco na Bacia do Rio Guandu - Período: 2000 a<br />
2005. Fonte: FEEMA (atual INEA) apud ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />
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6-74
No rio Guandu Mirim<br />
O rio Guandu Mirim, monitorado na estação GM-180 no período de 1990 a<br />
1996, apresentou baixos valores de OD e altos valores de DBO e coliformes<br />
fecais quando comparados aos limites estabelecidos na resolução CONAMA<br />
357 para águas de Classe 2. Concentrações elevadas de amônia, fósforo total,<br />
ferro, manganês e cádmio, cianetos, fenóis e PCB‟s foram também<br />
observadas. Na bacia do rio Guandu Mirim, são lançados diariamente efluentes<br />
industriais além de esgotos domésticos sem tratamento de áreas urbanas dos<br />
municípios do Rio de Janeiro e Nova Iguaçu (ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA,<br />
2006).<br />
No rio da Guarda<br />
Um programa de monitoramento em 4 pontos do rio da Guarda foi efetuado<br />
pela Multiservice em 1990 (ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA, 2006). Em direção à<br />
foz do rio da Guarda observou-se um aumento nos valores de OD, enquanto<br />
vários parâmetros sofreram um decréscimo em função da diluição (amônia,<br />
nitrito, fósforo total, ortofosfato). Também foi constatado que o cianeto<br />
apresentou-se acima dos padrões e que o resíduo total sofreu um aumento<br />
substancial em suas concentrações. Elevados valores de coliformes fecais<br />
foram encontrados na estação localizada a jusante da confluência com o rio<br />
Itaguaí, afluente do rio da Guarda pela margem direita, que recebe os efluentes<br />
domésticos da cidade de Itaguaí sem qualquer tipo de tratamento. Observou-se<br />
que o rio da Guarda, a montante da confluência com o valão dos Bois já<br />
apresentava qualidade de água deteriorada, apresentando baixos valores de<br />
OD, altos valores de amônia e fósforo total e cianetos acima dos padrões<br />
estabelecidos para águas de Classe 2.<br />
O rio da Guarda, monitorado na estação GR-100 pela FEEMA (média do<br />
período de 1990 a 1996 apud ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA, 2006),<br />
apresentou contaminação de origem orgânica em suas águas, fato este<br />
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6-75
confirmado pelos baixos valores de OD presentes na água, os elevados valores<br />
de DBO e coliformes fecais. Além disso, apresentou ainda contaminação por<br />
metais (ferro, manganês, chumbo e cádmio em valores acima dos limites<br />
estabelecidos para Classe 2), cianetos e PCB‟s.<br />
Os dados da estação VS-660 mostraram que a Vala do Sangue, afluente do rio<br />
da Guarda, encontrava-se em situação crítica, apresentando, quando<br />
comparada a Classe 2 da resolução CONAMA 357, baixos valores de OD,<br />
valores extremamente elevados de DBO, DQO, condutividade elétrica, amônia,<br />
fósforo total e coliformes fecais, refletindo o grande comprometimento de suas<br />
águas com relação a poluição de origem orgânica. Foram observados também<br />
altos valores dos metais ferro, manganês, chumbo, cádmio e níquel, além da<br />
presença de cianetos e fenóis (este em valores muito elevados) que<br />
confirmaram a péssima qualidade de suas águas. Os elevados valores de<br />
cloretos e de condutividade elétrica podem ser decorrentes da intrusão da<br />
cunha salina.<br />
‣ Criticidade da qualidade das águas dos rios da Guarda e Guandu<br />
A análise dos dados diponibilizados mostrou que a qualidade da água dos rios<br />
da Guarda e Guandu Mirim encontrava-se em situação crítica, apresentando<br />
violações de classe de parâmetros relacionados a despejos orgânicos e<br />
industriais (ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA, 2006).<br />
Situação semelhante ocorreu, nos rios Poços/Queimados e Ipiranga, que<br />
desembocam na Lagoa do Guandu, situada a apenas 300m da tomada d‟água<br />
da ETA do Guandu, influenciando a qualidade das águas captadas pela<br />
CEDAE. Neste local, pelos dados disponíveis, o rio Guandu se encontrava em<br />
boas condições de qualidade de água, apresentando, entretanto, situação<br />
inferior em relação aos trechos de montante do Guandu. Já o ribeirão das Lajes<br />
apresentava condições adequadas de qualidade da água. O Quadro <strong>6.1</strong>.1.8.2-1<br />
apresenta uma síntese dos parâmetros mais críticos nas bacias estudadas.<br />
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6-76
Quadro <strong>6.1</strong>.1.8.2-1: Parâmetros críticos nas Bacias dos Rios Guandu, da Guarda e Guandu<br />
Mirim. Fonte: ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />
Rio Local Parâmetros<br />
Guandu<br />
Mirim<br />
Jusante confluência<br />
Campinho (GM-180)<br />
OD, DBO, coliformes fecais, amônia, fósforo total, ferro,<br />
manganês, cádmio, cianetos, fenóis e PCB‟s.<br />
Guarda Foz (estação Nº 1)<br />
OD, DBO, coliformes fecais, ferro, manganês, chumbo,<br />
cádmio, cianetos e PCB‟s.<br />
Ribeirão da Lajes (LG-<br />
351)<br />
Pequenas violações de classe em ferro solúvel,<br />
cádmio, fenóis e cianetos.<br />
Jusante confluência Coliformes fecais, fósforo total, chumbo, cádmio, ferro<br />
Guandu<br />
Santana (GN-201) solúvel, fenóis e cianetos<br />
Montante ETA (GN-200) Coliformes fecais<br />
OD, DBO, turbidez, sólidos totais, P-total, amônia, N-<br />
Poços/Queimados amônia, coliformes totais, coliformes fecais, chumbo,<br />
cádmio, ferro e fenóis<br />
Em águas subterrâneas<br />
O município de Itaguaí possui usuários de mananciais subterrâneos<br />
diversificados que abrangem desde indústrias integralmente abastecidas por<br />
água subterrânea, colégios da rede pública, sítios que captam água<br />
subterrânea para irrigação de culturas como coco, hortaliças e leguminosas até<br />
mineradoras de areia e brita. Parte considerável das escolas públicas de<br />
Itaguaí utiliza o manancial subterrâneo para uso de limpeza e abastecimento,<br />
sendo que a maior parte desses poços são tubulares rasos, com profundidades<br />
que variam entre 8 e 20 metros, captando água, em sua maioria do sistema<br />
aquífero intergranular, possivelmente na parte superior do Aquífero Piranema<br />
ou no solo saturado. Os principais usos das águas subterrâneas no município<br />
são apresentados na Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-16.<br />
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6-77
Número de Ponntos Cadastrados<br />
50<br />
45<br />
40<br />
35<br />
30<br />
25<br />
20<br />
15<br />
10<br />
5<br />
0<br />
Tipos de Usos<br />
Indústrias<br />
Abastecimento Público<br />
Escolas<br />
Mineração (excluído areia)<br />
Postos de Saúde e Hospitais<br />
Outros<br />
Lazer<br />
Auto Posto<br />
Agrícola<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-16: Tipo de Uso das Águas Subterrâneas. Fonte: modificado de<br />
ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />
Os poços tubulares visitados na ocasião do monitoramento foram perfurados<br />
fora das normas técnicas, apresentando diversas falhas construtivas (Figura<br />
<strong>6.1</strong>.1.8.2-17). Boa parte desses poços não apresenta laje de proteção, ficando<br />
ao mesmo nível da superfície do solo, destampados e, portanto, expostos à<br />
contaminação a partir da superfície (ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA, 2006).<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-17: Poço tubular profundo (100 metros) em uma indústria de reciclagem.<br />
Fonte: ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006).<br />
Assim como os outros parâmetros hidrogeológicos avaliados, as informações<br />
disponíveis sobre a hidrogeoquímica e qualidade relativa das águas<br />
subterrâneas existentes na bacia estão concentradas na porção centro sul,<br />
dentro do contexto do aquífero Piranema. Muitas das análises obtidas na fase<br />
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6-78
de cadastramento de poços, não puderam ser consideradas devido às razões<br />
assinaladas a seguir:<br />
• Heterogeneidade dos parâmetros analisados;<br />
• Número reduzido de parâmetros analisados;<br />
• Falta de parâmetros essenciais para avaliação da qualidade da água<br />
e/ou para interpretação hidrogeoquímica;<br />
• Ausência da determinação no campo de parâmetros importantes,<br />
principalmente pH, condutividade elétrica e Eh;<br />
• Deficiência no processo de coleta das amostras, principalmente em<br />
relação à análise de metais e bacteriológica.<br />
Portanto, as razões apontadas dificultaram não somente a caracterização<br />
hidroquímica, mas impediram a melhor comparação com as normas vigentes.<br />
Ainda assim, em termos gerais, o diagnóstico realizado pela<br />
ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA (2006) constatou que as águas subterrâneas<br />
apresentam boa qualidade, quando comparadas às legislações pertinentes,<br />
ambientais e sanitárias (Portaria Nº 518 da ANVISA e Resolução Nº 357 do<br />
CONAMA).<br />
Todavia, são conhecidos diversos episódios de contaminação solo e das águas<br />
subterrâneas, destacando-se entre as principais fontes os vazamentos em<br />
dutos e tanques, falhas em processos industriais, problemas nos tratamentos<br />
de efluentes, atividades de mineração, disposição inadequada de resíduos, uso<br />
inadequado de defensivos agrícolas, acidentes de transporte de substâncias<br />
químicas, entre outros. O esgoto é outra fonte importante de poluição das<br />
águas subterrâneas, pois diariamente cerca de 10 bilhões de litros são<br />
lançados nos rios, lagos, áreas de mananciais, etc (Aires et al., 1999 apud<br />
Silva, 2002). Dependendo da extensão e localização dessas fontes, estas<br />
podem ser: pontuais, quando são de pequena escala e facilmente<br />
identificáveis, ou dispersas/difusas, quando são formadas por diversas fontes<br />
menores caoticamente distribuídas (Goyer, 1986 apud Silva, 2002). O Quadro<br />
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6-79
<strong>6.1</strong>.1.8.2-2 relaciona as principais fontes potenciais de contaminação dos solos<br />
e das águas subterrâneas.<br />
Quadro <strong>6.1</strong>.1.8.2-2: Principais atividades antrópicas - fontes de contaminação.<br />
Atividades Fonte de Contaminação Classificação<br />
Urbana<br />
Vazamento de tubulações de esgoto<br />
Lagoas de oxidação<br />
Lixiviação de aterros anitários e lixões<br />
Tanque de combustíveis enterrados<br />
Drenos de rodovias<br />
Inexistência de rede coletora de esgoto (saneamento in situ)<br />
Dispersa<br />
Pontual<br />
Pontual<br />
Pontual<br />
Dispersa<br />
Dispersa<br />
Industrial<br />
Agrícola<br />
Mineração<br />
Efluentes industriais não tratados<br />
Derramamentos acidentais<br />
Resíduos sólidos inadequadamente dispostos<br />
Materiais em suspensão<br />
Vazamento de tubulações e tanques<br />
Uso indiscriminado de defensivos agrícolas<br />
Irrigação utilizando águas residuais<br />
Lodos / resíduos<br />
Benefícios agrícolas<br />
- Lagoas de efluentes<br />
- Lançamento em superfície<br />
Desmonte hidráulico<br />
Descarga de água de drenagem<br />
Benefícios minerais:<br />
- Lagoas de decantação / estabilização<br />
- Lixiviação / solubilização de resíduos sólidos<br />
Pontual<br />
Pontual<br />
Pontual<br />
Dispersa<br />
Dispersa<br />
Dispersa<br />
Dispersa<br />
Pontual<br />
Pontual<br />
Dispersa<br />
Dispersa<br />
Dispersa<br />
Pontual<br />
Dispersa<br />
Fonte: REBOUÇAS (1999) apud Silva (2002).<br />
Os principais contaminantes das águas subterrâneas são classificados em:<br />
orgânicos aromáticos, hidrocarbonetos oxigenados, hidrocarbonetos com<br />
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6-80
elementos específicos, metais, não-metais, microorganismos e radionuclêicos.<br />
Estes compostos estão presentes em diversas atividades antrópicas modernas,<br />
conforme demonstra o Quadro <strong>6.1</strong>.1.8.2-3. A contaminação de solo e águas<br />
subterrâneas gera passivos que permanecem mesmo após o fim de qualquer<br />
tipo de atividade impactante (industrial, agrícola ou de mineração) (Goyer, 1986<br />
apud Silva, 2002).<br />
Nos municípios de Seropédica, Paracambi, Japeri, Queimados e Itaguaí foram<br />
encontrados diversos casos de contaminação por nitrato, hidrocarbonetos<br />
(BTEX), bactérias e vírus (hepatite A) (Barbosa et alli, 2001; Barbosa, 2005;<br />
Vettorazzi & Vettorazzi, 2005; Silva, 2002; In: ANA/SPRH/SONDOTÉCNICA,<br />
2006).<br />
Quadro <strong>6.1</strong>.1.8.2-3: Principais compostos contaminantes das águas subterrâneas e compostos<br />
onde estão presentes.<br />
Contaminantes<br />
Compostos onde estão presentes<br />
Compostos Orgânicos Aromáticos<br />
Benzeno, Etilbenzeno, Xilenos, Tolueno<br />
Alcali benzeno sulfonado<br />
Estireno (Vinil benzeno)<br />
Naftaleno<br />
Solventes, gasolina e detergentes.<br />
Detergente.<br />
Plásticos.<br />
Solvente, lubrificante, explosivos e<br />
fungicidas.<br />
Hidrocarbonetos oxigenados<br />
Acetona, Éter, Varsol<br />
Ácido fórmico<br />
Metanol<br />
Hidrocarbonetos com Elementos<br />
específicos<br />
Aldrin, Dieldrin, Endrin, Malathion<br />
Bromacil<br />
Tetracloreto de carbono<br />
Clordano<br />
Solvente e matéria prima industrial.<br />
Pesticidas, plásticos e refrigerantes.<br />
Combustível, solvente, matéria prima<br />
industrial.<br />
Inseticida.<br />
Herbicida.<br />
Desengraxante, matéria prima industrial.<br />
Inseticida, emulsão de óleo.<br />
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6-81
Contaminantes<br />
Clorofórmio<br />
Clorometano<br />
1, 2 Dicloroetano<br />
Bifenila Policlorada (PCB)<br />
Tetracloroetano<br />
Tricloroetano<br />
Metais e cátions<br />
As<br />
Cd<br />
Cu<br />
Cr<br />
Pb<br />
Hg<br />
Zn<br />
Não metálicos<br />
Amônia<br />
Cianeto<br />
Nitratos, Nitritos, Fosfatos, Sulfatos,<br />
Sulfitos<br />
Compostos onde estão presentes<br />
Plásticos, refrigerantes.<br />
Refrigerante, herbicida, síntese orgânica.<br />
Desengraxante, solvente, aditivo de<br />
gasolina.<br />
Fluído de transformadores elétricos.<br />
Removedor de tinta, solvente, matéria prima<br />
industrial.<br />
Pesticidas, desengraxante, solvente.<br />
Inseticidas, herbicidas, medicamentos.<br />
Fungicidas e materiais fotográficos.<br />
Tintas, galvanoplastia, inseticidas.<br />
Galvanoplastia, tintas.<br />
Baterias, aditivo de gasolina, tintas.<br />
Aparatos elétricos, inseticidas, fungicidas,<br />
bactericidas, indústria farmacêutica.<br />
Galvanoplastia, fungicidas, tintas.<br />
Fertilizantes, matéria prima industrial, fibras<br />
sintéticas, fluidos.<br />
Produção de polímeros, metalurgia,<br />
pesticidas.<br />
Fertilizantes, conservantes,<br />
Pesticidas, fertilizantes.<br />
Fonte: Rebouças (1999) in Silva (2002).<br />
Em relação à qualidade da água subterrânea, os problemas destacados são<br />
relacionados ao desconhecimento generalizado desta fonte de água. A maior<br />
parte dos casos de contaminação registrados, inclusive aqueles de maior<br />
gravidade, tem na falta de saneamento básico a causa principal. Todavia, o de<br />
maior amplitude é ligado à mineração de areia. Deve ser observada ainda a<br />
elevada vulnerabilidade à contaminação apresentada pelas águas<br />
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6-82
subterrâneas em alguns locais das bacias, com atenção especial às captações<br />
das diversas comunidades abastecidas por fontes e nascentes, em face aos<br />
inúmeros problemas relatados.<br />
Embora o diagnóstico realizado pela Multiservice em 1990 (ANA/SPRH/<br />
SONDOTÉCNICA, 2006) tenha derivado de estudos hidrogeológicos que<br />
merecem maior detalhamento, algumas considerações podem ser produzidas a<br />
partir de uma análise comparativa entre as águas subterrâneas e superficiais.<br />
Esta comparação evidenciou a impossibilidade das reservas subterrâneas<br />
atenderem a totalidade da demanda hídrica nas bacias apreciadas, o que<br />
resulta na semelhança com outras bacias, nas quais a água subterrânea é<br />
considerada como reserva estratégica a ser utilizada prontamente para<br />
finalidades específicas ou de caráter emergencial, dadas às situações<br />
particulares relacionadas a escassez ou a um acidente ambiental.<br />
Todavia, a água subterrânea consegue atender parte das carências<br />
efetivamente instaladas nas bacias, com um desafio futuro de avaliar o real<br />
valor desse potencial, a fim de possibilitar um planejamento das demandas<br />
futuras de forma equilibrada. Apesar da limitação da reserva subterrânea,<br />
existe na região, notadamente na Bacia do Rio Guandu, um ambiente favorável<br />
para o emprego de técnicas que aumentariam essas reservas ou no mínimo,<br />
possibilitariam a utilização do aquífero sedimentar de forma mais intensa e<br />
contínua. Através do emprego das técnicas de recarga artificial seria possível<br />
aumentar a quantidade e qualidade da reserva hídrica na região. Esta prática<br />
seria possível em face ao aproveitamento das cavas formadas nos areais para<br />
infiltração de água superficial (e a consequente redução do impacto ambiental<br />
dessa atividade), ou ainda pela construção de baterias de poços em conexão<br />
hidráulica com o rio Guandu. A utilização dessas técnicas, consequentemente,<br />
criaria uma reserva alternativa e estratégica, possibilitando e intensificando a<br />
prática do gerenciamento integrado dos recursos hídricos na região.<br />
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6-83
Na Baía de Sepetiba<br />
Ao desembocarem na baía, as águas dos rios trazem grande quantidade de<br />
carga orgânica proveniente da bacia de drenagem, que na sua totalidade não<br />
dispõe de sistema de tratamento de esgotos domésticos, além de lixo e óleo.<br />
As maiores quantidades de esgotos chegam através dos rios da Guarda, canal<br />
de São Francisco, canal do Itá, canal do Guandu e do rio Piraquê-Cabuçu,<br />
cujas bacias hidrográficas concentram em conjunto 90% da população de cerca<br />
de 1,8 milhões de habitantes, da qual cerca de 60% se concentra na porção<br />
pertencente ao Município do Rio de Janeiro.<br />
Os rios também lançam na baía grandes quantidades de lixo, como garrafas,<br />
sacos plásticos e outros detritos que flutuam na água e vão dar nas praias ou<br />
manguezais da orla da Baía de Sepetiba. Além de poluição, depreciam a<br />
paisagem, contribuindo para afugentar os turistas. Grandes quantidades de lixo<br />
em manguezais podem causar problemas à fixação de propágulos do manguevermelho<br />
- Rhizophora mangle, uma vez que são arrastados pelo atrito com os<br />
resíduos sólidos, que de acordo com o período da maré, flutuam pouco acima<br />
do sedimento (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-18).<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-18: Lixo acumulado em manguezal na orla da Baía de Sepetiba. Foto: André<br />
A. Gonçalves.<br />
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6-84
O esgoto causa a perda de balneabilidades das praias, promove a<br />
contaminação da areia por parasitos, a desvalorização de imóveis, eleva a<br />
turdidez da água, a oferta de nutrientes e reduz o oxigênio dissolvido (Molisani<br />
et al., 2004). Óleos e graxas provêm de postos de serviço, oficinas mecânicas,<br />
indústrias sem sistemas de tratamento e embarcações que aportam ao longo<br />
do baixo curso do rio da Guarda e canais de São Francisco, Guandu e Itá<br />
(ETEP/ECOLOGUS/SMGROUP, 1998)<br />
Na região de maior interesse ao empreendimento, caracterizada no Macro<br />
Plano como “região do litoral central”, onde desembocam o rio da Guarda e os<br />
canais de São Francisco e do Guandu, é considerada como a mais crítica<br />
quanto à questão da poluição orgânica. Os rios Mazomba (afluente do rio da<br />
Guarda) e Guandu Mirim (cujas águas são drenadas para o canal Guandu), e<br />
os canais de São Francisco e do Itá são responsáveis pelo transporte de cerca<br />
de 40,4% do total da carga orgânica produzida, dos quais 31% são escoados<br />
pelo rio Guandu Mirim até o canal Guandu. A leste do canal do Itá, os rios<br />
Piraquê, Piracão e Portinho (Engenho Novo) contribuem com cerca de 34,7%,<br />
sendo tais lançamentos os principais responsáveis pela degradação das praias<br />
na região leste da baia (ECOLOGY/LLX, 2007).<br />
Entre 1980 a 1986, a FEEMA (atual INEA) realizou monitoramento de água em<br />
5 estações fixas na Baía de Sepetiba e a empresa Multiservice realizou coleta<br />
de água em 12 estações, durante 5 campanhas em 1990 para elaboração do<br />
EIA de Implantação do Pólo Petroquímico. As estações de coleta da FEEMA<br />
foram delimitadas ao longo do litoral entre a ilha de Itacuruçá e Barra da<br />
Guaratiba. As amostragens foram feitas em superfície, meia profundidade e<br />
fundo. As estações da Multiservice foram coletadas de fevereiro a junho de<br />
1990, numa malha amostral bem distribuída pelo espelho d´água da baía<br />
(Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-19) (ECOLOGY/LLX, 2007).<br />
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6-85
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-19: Estações de coleta para qualidade da água (monitoramento FEEMA,<br />
períodos 1980/1986, 1987/1997 e campanhas MULTISERVICE em 1990) (ECOLOGY/LLX,<br />
2007). Nota: ). As estações SP006, SP011, SP021, SP029 e SP037 da FEEMA localizam-se<br />
próximo às estações X, C, Z, A e L, da Multiservice.<br />
Em relação aos resultados do monitoramento realizado na ocasião pela<br />
FEEMA, a variação observada entre os valores máximos e mínimos foi<br />
atribuída à dinâmica de circulação em função dos ciclos de maré e às<br />
diferentes contribuições do aporte fluvial uma vez que esses são os principais<br />
fatores a influenciar a dinâmica e a distribuição dos parâmetros relativos à<br />
qualidade da água na baía de Sepetiba (ECOLOGY/LLX, 2007). Os resultados<br />
analíticos decorrentes do monitoramento FEEMA, no período de 1980 a 1986,<br />
estão apresentados na Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-20.<br />
a) b)<br />
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6-86
c) d)<br />
e) f)<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-20: Valores máximos e mínimos dos parâmetros de qualidade da água<br />
medidos pela FEEMA no Período de 1980 a 1986 (adaptado de Costa, 1998 apud<br />
ECOLOGY/LLX, 2007).<br />
Os resultados analíticos decorrentes do monitoramento FEEMA, no período de<br />
1980 a 1986 (superfície/meia água/fundo), estão apresentados na Figura<br />
<strong>6.1</strong>.1.8.2-21<br />
a) b )<br />
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6-87
c) d)<br />
e) f)<br />
g) h)<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-21: Valores Médios dos Parâmetros de Qualidade da Água Medidos pela<br />
FEEMA no Período de 1980 a 1986 em Superfície, <strong>Meio</strong> e Fundo (ECOLOGY/LLX, 2007).<br />
Os resultados analíticos (média) decorrentes do monitoramento Multiservice<br />
em 1990 (ECOLOGY/LLX, 2007), estão apresentados na Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-22.<br />
a) b)<br />
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6-88
c) d)<br />
e) f)<br />
g) h)<br />
i) j)<br />
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6-89
k)<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-22: Valores Médios dos Parâmetros de Qualidade da Água Medidos pela<br />
Multiservice, de fevereiro a junho de 1990 (ECOLOGY/LLX, 2007).<br />
A Baía de Sepetiba apresenta gradientes de salinidade e biomassa clorofiliana<br />
que permitem dividi-la em duas regiões: a primeira, de forte influência costeira,<br />
apresenta menor salinidade e transparência da água e maior concentração de<br />
clorofila a e nutrientes; e a segunda, mais influenciada por águas oceânicas,<br />
apresenta salinidades e transparências maiores e concentrações de clorofila a<br />
e nutrientes menores (Calil, 2005).<br />
A distribuição das concentrações de clorofila, oxigênio e amônia na Baía de<br />
Sepetiba encontram-se representadas nas Figuras <strong>6.1</strong>.1.8.2-23 a <strong>6.1</strong>.1.8.2-25,<br />
respectivamente.<br />
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6-90
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-23: Distribuição horizontal da clorofila na Baía de Sepetiba (FEEMA, 1990).<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-24: Distribuição horizontal do oxigênio dissolvido na Baía de Sepetiba<br />
(FEEMA, 1990).<br />
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6-91
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-25: Distribuição horizontal da amônia na Baía de Sepetiba (FEEMA, 1990).<br />
O ambiente estuarino da Baía de Sepetiba, como dito, é considerando como<br />
um receptor direto de fontes poluidoras. Em se tratando de metais pesados,<br />
tais como cádmio, zinco, cobre, chumbo, entre outros, algumas considerações<br />
podem ser levantadas a fim de se avaliar possíveis contaminações de<br />
compostos na baía. A detecção de metais pesados na água irá depender da<br />
forma como estes se comportam no meio aquático. Alguns tendem a uma<br />
rápida adsorção ao material particulado em suspensão, e outros permanecem<br />
por mais tempo no meio aquático, tendo uma mobilidade maior no ambiente,<br />
sofrendo ainda, influência da hidrodinâmica - correntes e movimento das<br />
marés, e do tipo de material em suspensão na coluna d‟água (Barcellos &<br />
Lacerda, 1994; Molisani et al., 2004, 2006; Paraqueti et al., 2004; Paraqueti et<br />
al., 2007; entre outros).<br />
Na Baía de Sepetiba, o palco dos maiores problemas de contaminação por<br />
metais pesados esteve relacionado ao zinco e ao cádmio provenientes da Cia.<br />
Industrial Mercantil INGÁ (Lacerda & Molisani, 2006). Em fevereiro de 1996,<br />
devido às fortes chuvas da estação, o dique de contenção de rejeitos rompeu,<br />
lançando para toda a região da Baía de Sepetiba altos teores de elementos e<br />
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6-92
substâncias tóxicas, como Zn, Cd e As. De acordo com os estudos feitos na<br />
época, foi estimado que cerca de 10 milhões de toneladas de Zn e Cd haviam<br />
sido despejados nas águas da Baía de Sepetiba, desde o início das atividades<br />
da Cia INGÁ, em 1962. De acordo com Molisani et al. (2004), a Cia INGÁ<br />
contribuiu com aportes de 24 ton ano -1 de Cd e 3.660 ton ano -1 de Zn até 1998,<br />
ano de fechamento da empresa.<br />
Entretanto, a Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-26 ilustra as diversas fontes de Cd e Zn para a<br />
Baía de Sepetiba entre os anos de 1990 e 2005, onde podemos observar uma<br />
redução de 54% e 12% nas fontes de Cd e Zn, respectivamente, para a baía<br />
(Barcellos & Lacerda, 1994; Lacerda et al. 2004).<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-26: Alterações nas fontes de Cd e Zn para a Baía de Sepetiba entre os anos<br />
de 1990 e 2005 (Barcellos & Lacerda, 1994; Lacerda et al., 2004 apud INSTITUTO DO<br />
MILÊNIO, 2010).<br />
Paraqueti et al. (2007) realizaram um estudo sobre a distribuição de metais<br />
(Cd, Pb, Cu e Hg) nas águas da Baía de Sepetiba, durante evento de maré na<br />
estação chuvosa (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-27). Os resultados obtidos demonstram uma<br />
pequena variação nas concentrações de Pb e Cu durante o evento de maré e<br />
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6-93
uma expressiva diferença nas concentrações de Cd em função da maré,<br />
provavelmente associada a formação de cloro complexos estáveis de Cd.<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-27: Distribuição de Pb, Cu, Cd e Hg durante o evento de maré nas águas da<br />
Baía de Sepetiba (Paraqueti et al., 2007).<br />
Em relação às concentrações de Hg medidas, observou-se uma tendência de<br />
aumento de todas as frações durante a maré vazante, demonstrando a<br />
possibilidade de exportação de formas mercuriais para áreas adjacentes à baía<br />
(Paraqueti et al., 2007).<br />
Em outro estudo nas águas da Baía de Sepetiba, Paraqueti et al. (2007)<br />
descrevem as mudanças na especiação de Hg ao longo do gradiente estuarino,<br />
durante eventos de maré em diferentes estações. A avaliação química das<br />
águas da baía indicou uma exportação de material particulado em suspensão<br />
(MPS) pobre em carbono orgânico para a plataforma continental adjacente,<br />
principalmente durante a estação chuvosa e uma importação de MPS oceânico<br />
rico em carbono orgânico, provavelmente de origem fitoplanctônica, durante a<br />
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6-94
estação seca. A especiação química do Hg demonstrou que a produção de Hg 0<br />
na Baía de Sepetiba pode ser controlada pela produtividade primária, e que a<br />
baía atua como produtora e exportadora de formas orgânicas de Hg para as<br />
áreas adjacentes, já que as maiores concentrações de Hg não-reativo foram<br />
encontradas durante a maré vazante. Não foram observadas correlações<br />
significantes entre as concentrações de Hg não-reativo e carbono orgânico<br />
dissolvido ou particulado. Em geral, as frações de Hg particulado, Hg nãoreativo<br />
e Hg reativo representam 55%, 35% e 9,5% do conteúdo total de Hg<br />
nas águas da Baía de Sepetiba, respectivamente.<br />
Campanhas de amostragem foram realizadas em janeiro de 2007 pela<br />
Ecologus Engenharia Consultiva, com intuito de avaliar as condições<br />
ambientais da área de dragagem defronte ao Porto de Itaguaí (ECOLOGUS,<br />
2007 apud ECOLOGUS/ DOCAS-RJ, 20<strong>08</strong>). Os resultados da concentração de<br />
metais (zinco e cádmio), no material particulado em suspensão são<br />
apresentados na Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-28, onde valores médios para zinco e cádmio<br />
foram de 2,7 μg/l e 0,016 μg/l, respectivamente, muito abaixo dos limites para<br />
classe 1 das águas salobras da legislação (90 μg/l Zn e 5 μg/l Cd). Mesmo os<br />
valores mais altos observados (11,4 μg/l Zn e 0,030 μg/l Cd), ainda estão muito<br />
abaixo dos limites. Nos anos 90, Rodrigues (1990) observa valores de zinco<br />
mais elevados nos rios afluentes à baía, apresentando uma média de 40 μg/l<br />
Zn em um estudo que coletou amostras mensais durante quase um ano.<br />
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6-95
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-28: Concentrações de cádmio e zinco no material em suspensão das estações<br />
de superfície e fundo, no monitoramento de janeiro de 2007 (ECOLOGUS/DOCAS-RJ, 20<strong>08</strong>).<br />
Experimentos conduzidos no entorno de uma draga em operação foram<br />
realizados com o objetivo de efetuar medições de concentrações de Cd e Zn na<br />
água (INSTITUTO DO MILÊNIO, 2010). Pode-se verificar que as<br />
concentrações não foram diferentes da faixa reportada para a Baía de<br />
Sepetiba, sendo que todas as concentrações apresentaram-se muito inferiores<br />
aos limites estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05 para águas salinas<br />
de Classe 1 (mais restritivos) (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-29). Tal fato indicou que a não<br />
remobilização de Cd e Zn para a coluna d‟água durante a operação de<br />
dragagem.<br />
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6-96
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.2-29: Distribuição de Cd e Zn em águas durante a operação de dragagem na<br />
Baía de Sepetiba (INSTITUTO DO MILÊNIO, 2010).<br />
Na Baía de Sepetiba existe, conforme reportado neste item, um enorme<br />
passivo ambiental (resíduos sedimentados no fundo da baía), os quais são<br />
revolvidos e dispersados pelas operações de dragagem e descarte de<br />
sedimentos da ampliação e manutenção do Porto de Itaguaí, tornando-se,<br />
novamente, disponíveis para a cadeia alimentar de espécies de organismos<br />
que ocorrem na região (Lima-Junior, 2001).<br />
‣ Aspectos sobre a contaminação de pescados por metais<br />
Diversos organismos marinhos presentes na Baía de Sepetiba, particularmente<br />
as algas, os moluscos e os crustáceos, são capazes de acumular metais<br />
pesados a níveis várias vezes superiores à concentração na água<br />
(bioacumulação), podendo ocorrer inclusive concentração através dos vários<br />
níveis tróficos da cadeia alimentar (biomagnificação). Contudo, é no sedimento<br />
que ocorrem as maiores concentrações de metais pesados.<br />
A contaminação das extensas áreas de manguezais da Baía de Sepetiba por<br />
metais pesados tem sido relatada (Coimbra, 2003) e, uma vez que a maior<br />
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parte da pesca depende dos manguezais (como local de desova, berçário,<br />
proteção contra predadores e área de alimentação para muitos organismos<br />
aquáticos), a contaminação destes ecossistemas e, consequentemente, do<br />
pescado, são de grande preocupação ambiental e de saúde pública (Molisani<br />
et al., 2004).<br />
A utilização de organismos aquáticos da Baía de Sepetiba para alimentação<br />
humana foi demonstrada como sendo uma das principais vias de acesso dos<br />
metais pesados presentes nas águas desta baía às populações consumidoras<br />
(Lacerda,1983; Pfeiffer et al., 1985 e Penna Franca et al., 1984 apud Da Silva,<br />
2009).<br />
Nas últimas décadas alguns autores procuraram determinar os teores de<br />
metais em pescados (algas, moluscos, crustáceos e ostras) desta região<br />
(Pfeiffer et al., 1985; Lima et al., 1986; Carvalho et al., 1991; Carvalho et al.,<br />
1993; Karez et al., 1994; Araújo et al., 1998; Kehrig; Malm; Moreira, 1998;<br />
Marins, 1998; Amado Filho et al., 1999; Mársico et al., 1999; Lima Júnior et al.,<br />
2002; Semads, 2001; Rebelo; Amaral e Pfeiffer, 2003; Amaral et al., 2005 apud<br />
Da Silva, 2009). Nestes estudos, frequentemente, os teores de metais<br />
observados estão acima dos limites permitidos pela legislação brasileira para<br />
metais em alimentos.<br />
Com respeito aos peixes, estudos detectaram a presença de metais pesados<br />
em tecidos de pescadas, corcorocas, taínhas e corvinas (Lacerda et al. 1989<br />
apud ETEP/ECOLOGUS/SMGROUP, 1998) (Quadro <strong>6.1</strong>.1.8.2-4).<br />
Quadro <strong>6.1</strong>.1.8.2-4: Metais pesados em peixes.<br />
Taxa Nome vulgar Cu<br />
Alimentação<br />
Cr Cd Zn Mn Pb<br />
Mugil sp. tainha filtrador 0,7 0,5 0,03 7,4 0,8 0,6<br />
Cynoscion sp. pescada carnívora 0,27 0,31 0,02 3,42 0,2 0,57<br />
Micropogonias corvina carnívora 0,54 0,77 0,04 27,3 0,97 1,<strong>08</strong><br />
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sp.<br />
Haemulon sp. cocoroca detritívoro 0,6 0,53 0,04 9 0,61 1,48<br />
CMP 30 0,1 10 50 --- 8<br />
Legenda: Cu (cobre), Cr (cromo), Cd (cádmio), Zn (zinco), Mn (manganês), Pb (chumbo).<br />
CMP= Concentração máxima permitida de acordo com BSE (Brazilian Standards of the<br />
Environment). Fonte: Lacerda et al. (1989).<br />
Considerando os resultados obtidos por Da Silva (2009) sobre a concentralção<br />
de metais pesados em peixes (Micropogonias furnieri e Cynoscion acoupa) e<br />
ostras (Crassostrea brasiliana), oriundos da Baía de Sepetiba, apresentamos<br />
algumas conclusões sobre o ensaio efetuado:<br />
• Os moluscos filtradores (ostras) foram considerados melhores<br />
bioindicadores do grau de poluição por metais quando comparados aos peixes<br />
da área em estudo.<br />
• As concentrações dos metais analisados nos peixes não devem<br />
representar, em curto prazo, riscos de ordem sanitária pelo consumo destes<br />
organismos, salvo episódios extremos para alguns metais, devido ao consumo<br />
diário de indivíduos pertencentes à população local.<br />
• Apesar de nenhuma das amostras analisadas ter ultrapassado o limite<br />
máximo preconizado pela legislação vigente para Hg, é importante salientar<br />
que este metal é acumulativo, e que pequenas quantidades podem estar<br />
associadas a alterações metabólicas no organismo dos consumidores<br />
habituais.<br />
• Os resultados apresentados evidenciam a importância de um controle<br />
rígido na concentração de alguns metais, particularmente Fe, Se e Zn, em<br />
organismos aquáticos da Baía de Sepetiba, sobretudo em moluscos filtradores,<br />
visto o risco de intoxicação existente, principalmente, para a população local,<br />
que depende dos recursos pesqueiros como fonte de renda e de alimentação.<br />
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<strong>6.1</strong>.1.8.3 Análise dos Parâmetros de Qualidade do Sedimento<br />
Na Baía de Sepetiba<br />
A questão do transporte de sedimento para a Baía de Sepetiba é um fenômeno<br />
natural, determinado pelos condicionantes físicos da bacia hidrográfica. Ocorre,<br />
porém, que este fenômeno vem sendo agravado nos últimos 30 anos, em<br />
decorrência de diversas atividades antrópicas, que concorrem para a<br />
degradação dos solos e a redução da cobertura vegetal em todo o espaço da<br />
bacia, de forma disseminada. Estas ações contribuem em menor ou maior grau<br />
para a intensificação da produção e do transporte de sedimentos. A<br />
sedimentação na baía tem mudado nas três últimas décadas. Hoje em dia, as<br />
partículas finas cobrem uma área muito maior do que a relatada na literatura,<br />
observando-se a formação de um extenso assoreamento na calha dos rios e,<br />
finalmente, no corpo d‟água da baía (Lacerda et al., 2002).<br />
Dados bibliográficos constatam que, em virtude das atividades antrópicas, a<br />
taxa de sedimentação, que no início do século passado era de 32 mg x cm -2 x<br />
ano -1 , atualmente é 10 vezes superior. Este aumento é devido, em grande<br />
parte, ao uso desordenado do solo (urbanização e desmatamento) em toda a<br />
bacia hidrográfica contribuinte à Baía de Sepetiba, principalmente nas APPs e<br />
FMP que permeiam aos processos erosivos observados em várias áreas e as<br />
atividades portuárias, com frequentes atividades de dragagens (Molisani et al.,<br />
2004; Lacerda et al., 2007; Salamene, 2007).<br />
Um aspecto importante ao tema foi a transposição do rio Paraíba do Sul, que<br />
resultou no aumento da sedimentação na baía, influenciando o destino de<br />
contaminantes emitidos por seu parque industrial. De um modo geral, a baía<br />
atua como um eficiente filtro de sedimento e poluentes, resultando em pequena<br />
ou nemhuma exportação desses materiais para águas costeiras adjacentes<br />
(Lacerda, et al., 2007).<br />
A Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3-1 ilustra as principais áreas de sedimentação (Lacerda,<br />
2002).<br />
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Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3-1: Principais áreas de sedimentação<br />
Lacerda, 2002 apud INSTITUTO DO MILÊNIO, 2010).<br />
na Baía de Sepetiba (adaptado de<br />
Geologicamente, a Baía de Sepetiba caracteriza-se como bacia semiconfinada,<br />
tendendo ao fechamento e à colmatagem. Possui três tipos de<br />
sedimentos: de origem fluvial, de canais de maré e de mangue. O sedimento<br />
mais representativo do fundo é composto de bancos arenosos, siltosos e<br />
argilosos. Os sedimentos dominantes são representados pelos clásticos finos,<br />
argilo-sílticos e areno-sílticos (Ponçano, 1976).<br />
O sistema hidrográfico que drena a Bacia da Baía de Sepetiba carreia material<br />
fino em suspensão, de modo que cerca de 70% da área de distribuição dos<br />
sedimentos na baía é composta por silte e argila. Na cobertura do fundo da<br />
baía predominam os siltes, enquanto na sua entrada encontram-se as areias<br />
(Roncarati & Barrocas, 1978 e Pereira, 1998 apud Calil, 2005).<br />
Em síntese, os sedimentos na baía representam uma transição entre depósitos<br />
continentais e marinhos, onde gradam para sedimentos de mangue na porção<br />
continental e passam para areias de restinga na porção marinha (Ponçano,<br />
1976) (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3-2).<br />
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6-101
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3-2: Mapa da distribuição dos tipos de sedimentos na Baía de Sepetiba<br />
(Ponçano, 1976).<br />
<strong>6.1</strong>.1.8.3.1 Fluxo de Sedimentação e Razões de Sedimentação na<br />
Bacia da Baia de Sepetiba<br />
O aumento da demanda de água no município do Rio de Janeiro nos últimos<br />
60 anos, levou o desenvolvido o projeto de transposição do rio Paraíba do Sul<br />
– Guandu, implantado a partir de 1950 com o objetivo de aumentar a<br />
disponibilidade de água para a crescente população do município.<br />
O rio Paraíba do Sul corta os estados mais industrializados e populosos do<br />
pais, onde as diversas formas de ocupação e uso do solo causam acentuada<br />
degradação ambiental, com ênfase na qualidade da água (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-<br />
1).<br />
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6-102
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1–1: Figura esquemática da região onde se localiza<br />
o sistema de<br />
transposição das águas do Rio Paraíba do Sul para o Guandu ( Fonte: Molisani et ali, 2007).,<br />
A bacia de drenagem do rio Paraíba do Sul, com cerca de 57.000 km 2 e vazão<br />
média de 244 m 3 /segundo, é influenciada pelo clima tropical. Ao longo do seu<br />
curso, ocorrem importantes modificações hidrológicas, decorrentes da<br />
transposição e da construção de barragens na Bacia do Ribeirão de Lages. Já<br />
a Bacia do rio Guandu, ambiente receptor da água transferida, estende-se por<br />
cerca de 1.400 km 2 , entre a Serra das Araras e a planície costeira limitada pela<br />
Baia de Sepetiba.<br />
A vazão natural média do rio Guandu é de 20 m 3 /segundo, sendo parte dessa<br />
vazão captada pela estação de tratamento de água do rio Guandu (ETA<br />
Guandu), que apos o tratamento a distribui para a cidade do Rio de Janeiro. O<br />
volume d‟agua restante é liberado para a baia de Sepetiba, que influencia de<br />
modo relevante todo o ambiente costeiro desta baia e vai alimentar o parque<br />
industrial da baixada de Sepetiba.<br />
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6-103
Estudos foram feitos analisando séries históricas sobre a vazão das barragens<br />
receptoras do rio Paraíba do Sul e a vazão natural media dos rios receptores<br />
da baia de Sepetiba. A comparação mostra que a vazão turbinada do rio<br />
Paraíba do Sul (160 m 3 /segundo) e transferida para o sistema é superior às<br />
vazões naturais medias oriundas das bacias receptoras.<br />
Após a captação de água pela ETA-Guandu e pelo parque industrial situado na<br />
bacia do rio Guandu, o volume final da transposição deságua na baia de<br />
Sepetiba através do canal de São Francisco (braço do rio Guandu),<br />
aumentando em três vezes a descarga fluvial na baia – de 41 m 3 /segundo para<br />
129 m 3 /segundo (Molisani et ali, 2007).<br />
O aumento de ate 10 vezes na vazão do rio Guandu após a transposição, o<br />
torna responsável por cerca de 86% do aporte de água na baia, aumentando a<br />
importancia dessa bacia e de suas condições ambientais no transporte fluvial<br />
para a zona costeira. A transposição aumenta não só o aporte de água para o<br />
rio Guandu e para a baia de Sepetiba, mas também o volume de sedimentos<br />
nesse rio. Segundo Molisani et ali, o acréscimo observado foi de cerca de<br />
270.000 toneladas/ano. A taxa de sedimentação na baia, após a implantação<br />
do sistema de transposição, aumentou 2.3 vezes. A continuidade desse<br />
processo pode intensificar o assoreamento da baia (Figuras <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-2,<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-3)<br />
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Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-2: Variação ao longo do tempo das taxas de sedimentação (mg.cm 2 .ano).<br />
Observa-se o aumento acentuado a partir de 1950 ( Modificado de Molisani et ali, 2007).<br />
Os vetores urbanização e desflorestamento acabam por realimentar os já<br />
intensos processos decorrentes da transposição. Desta forma, os canais<br />
secundários passam a receber uma carga maior de sedimentos em suas<br />
calhas e o regime hidrológico passa a assemelhar-se ao das regiões semiáridas,<br />
isto é, no período das chuvas as descargas são intensas e<br />
tempestuosas e durante o período de estio as calhas tornam-se praticamente<br />
secas, mostrando um leito entulhado por sedimentos e/ou vegetação.<br />
O Canal de São Francisco, e os canais do Guandú e da Guarda, são<br />
responsáveis pela maior parte do aporte fluvial de água e substâncias para a<br />
Baía de Sepetiba num total de 93% do aporte fluvial total para a baía. Os três<br />
canais referidos desembocam na baía muito próximos, numa faixa que não<br />
excede a 3 km. A grande quantidade de material em suspensão trazida pelos<br />
três canais, associada à baixa energia da sua foz, já dentro da Baía de<br />
Sepetiba, faz com que esta área se caracterize por uma intensa acumulação de<br />
material.<br />
Se os três canais têm em comum praticamente o mesmo ponto de<br />
desembocadura, Guarda e Guandú distinguem-se do Canal de São Francisco<br />
pela magnitude de suas vazões. Enquanto o Canal de São Francisco possui<br />
uma vazão média em torno de 210 m³/s o da Guarda apresenta 14 m³/s e o<br />
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6-105
Guandú 7 m³/s. O primeiro reflexo desta diferença é a penetração da água da<br />
baía, que no Guarda chega a 5,5 km à montante de sua foz, no Guandú fica<br />
próximo a isto e no São Francisco não excede a cerca de 800 m ( Figuras<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-3,<strong>6.1</strong>.1.8.3.1-4,<strong>6.1</strong>.1.8.3.1-5 foz dos rios) (SEMADS, 1997).<br />
Baseando-se em cartas náuticas para a foz do canal de São Francisco, Leitão<br />
Filho (1995) propôs uma razão de acumulação de sedimentos na ordem de 0,5<br />
cm/ano. Mais de 2 metros de diferença na profundidade foi medida entre os<br />
dias de hoje e nas cartas náuticas datadas de antes de 1950.<br />
Durante os últimos 100 anos a acumulação de sedimentos aumentou de 32<br />
para 320 mg.cm 2 .ano. (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-3).<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-3: Evolução nas taxas de sedimentação (mgxcm -2 xano -1 ) na Baía de<br />
Sepetiba (Lacerda et al., 2002 apud INSTITUTO DO MILÊNIO, 2010).<br />
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6-106
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-4: Foz do Rio da Guarda<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-5: Foz do Canal de São Francisco ( Rio Guandu)<br />
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Depois da década de 70, a criação do parque industrial e o crescimento da<br />
população, resultaram no desflorestamento da área da bacia de drenagem<br />
levando o aumento da erosão e conseqüente acúmulo de sedimentos para os<br />
níveis atuais de 320 mg.cm 2 .ano.<br />
Os estudos detalhados da granulometria dos sedimentos da baía por Pellegatti<br />
(2000), IPEN/UFF (2004) e Souza, (2004) apud ECOLOGY/LLX, 2007,<br />
registraram uma tendência de deposição de grãos finos mais ao leste da baía,<br />
onde os maiores fluxos fluviais e a menor hidrodinâmica podem explicar esta<br />
compartimentação do ambiente sedimentar (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-6).<br />
a) b)<br />
c)<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-6: a) Distribuição do% de sedimentos finos,
• A primeira se configura na área que se inicia a leste e limitada a oeste da<br />
ilha da Madeira, com predominância dos sedimentos argilo-siltosos, isto é, mais<br />
finos.<br />
• A segunda área é considerada de transição, localizada entre o limite a<br />
leste, citado da primeira área, até aproximadamente a linha longitude que<br />
tangencia a costa oeste da ilha de Jaguanum. Nesta área, os valores dos<br />
percentuais de sedimentos argilo-siltosos e areia se equivalem. A área engloba<br />
exatamente os estreitamentos entre as ilhas de Itacuruçá e a de Jaguanum e<br />
entre esta e a Ponta da Pombeba, onde ocorrem as maiores velocidades em<br />
função do afluxo e refluxo das marés.<br />
• A terceira área é localizada praticamente na ante-sala da baía, isto é, a<br />
oeste da ilha de Jaguanum, onde predominam os sedimentos mais grossos,<br />
com decorrência de significativos percentuais de areia.<br />
Calil (2005) em seu estudo sobre o macrobentos sublitoral e do sedimento da<br />
Baía de Sepetiba realizou análises granulométricas e dos teores de matéria<br />
orgânica e carbonatos do sedimento em 68 estações de coleta. A análise dos<br />
parâmetros abióticos revelou a existência de um gradiente estuarino bem<br />
marcado na Baía de Sepetiba, com uma clara diferenciação das variáveis<br />
sedimentológicas entre os setores interno e externo do estuário (Figura<br />
<strong>6.1</strong>.1.8.3.1-7).<br />
a) b)<br />
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c)<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-7: a) Distribuição espacial das frações granulométricas (classificação pela<br />
média em mm); b) Distribuição espacial da matéria orgânica (%) e c) Distribuição espacial do<br />
carbonato de cálcio (%) na Baía de Sepetiba (Calil, 2005).<br />
Na área de estudo os sedimentos amostrados foram compostos<br />
predominantemente por areias e silte. As diferentes frações granulométricas se<br />
apresentaram bastante diferenciadas entre os três setores da baía (Figura<br />
<strong>6.1</strong>.1.8.3.1-8).<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-8: Médias e erros padrões das porcentagens de cascalho, areia muito<br />
grossa, areia grossa, areia média, areia fina, areia muito fina, silte, argila, matéria orgânica e<br />
carbonato de cálcio nos três setores da Baía de Sepetiba (Calil, 2005).<br />
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6-110
A fração de cascalho contribuiu muito pouco para as amostras coletadas, salvo<br />
em algumas estações onde os valores oscilaram em torno de 4 a 8%. O setor<br />
externo foi o que apresentou a maior porcentagem média de cascalho. A<br />
porcentagem média de areia muito grossa foi maior nos setores externo e<br />
intermediário, sendo nula ou próximos de zero sua contribuição nas estações<br />
do setor interno. A maior porcentagem média de areia grossa foi encontrada no<br />
setor externo (cerca de 25%), principalmente nas estações de coleta mais<br />
externas a baía, onde os valores foram superiores a 35. A areia média<br />
apresentou uma distribuição crescente do setor interno para o externo,<br />
apresentando neste último um valor médio de 18% (Calil, 2005).<br />
A contribuição de areia fina foi maior no setor intermediário, com um<br />
decréscimo no setor externo. Já no setor interno, a maior parte das estações<br />
teve valores nulos ou próximos de zero. A distribuição de areia muito fina<br />
apresentou um padrão similar ao de areia fina, com uma contribuição mais<br />
expressiva no setor intermediário. Ainda com relação a areia fina e muito fina, é<br />
importante ressaltar a existência de um pequeno núcleo no setor externo, na<br />
região entre a Ilha Grande e Mangaratiba, mais abrigada. As médias das<br />
frações de silte e argila mostraram um maior predomínio nas estações do setor<br />
interno (cerca de 70%), diminuindo gradativamente sua contribuição em<br />
direção às estações mais externas (Calil, 2005).<br />
Carvalho et al. (1979) reportaram que a quantidade de matéria orgânica dos<br />
sedimentos da baía se relaciona com a classificação granulométrica, sendo<br />
independente da batimetria e proporcional ao conteúdo de lama. O teor de<br />
matéria orgânica variou entre as diversas porções da baía. Nos locais mais<br />
sujeitos à ação de correntes o teor de matéria orgânica foi menor, pois o<br />
sedimento foi mais oxigenado como, por exemplo, entre as ilhas de Jaguanum<br />
e Itacuruçá e às margens da restinga. O aporte e teor de matéria orgânica foi<br />
maior devido principalmente à contribuição dos rios, como aqueles entre a ilha<br />
da Madeira e a localidade de Sepetiba, no extremo leste da baía.<br />
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Atualmente, Carreira et al. (2009) publicaram que a determinação de<br />
hidrocarbonetos alifáticos e esteróis permite avaliar as contribuições de matéria<br />
orgânica autóctona e alóctona para os sedimentos da Baía de Sepetiba. Os<br />
aportes de origem continental, principalmente de florestas de manguezais são<br />
os principais contribuintes de matéria orgânica para os sedimentos. A presença<br />
de hidrocarbonetos de petróleo e de esgotos domésticos foi identificada nas<br />
regiões próximas ao Porto de Itaguaí e nas áreas mais urbanizadas, mas o<br />
nível de contaminação referente ao início da década de 2000 era reduzido em<br />
comparação com outras áreas costeiras no país.<br />
Embora existam inúmeras fontes antrópicas de aporte de metais para a Baía<br />
de Sepetiba, nenhuma outra repercutiu tanto como a dimensão da<br />
contaminação gerada pela Cia INGÁ. Estimou-se que até o ano de 1997, a taxa<br />
de emissão de Zn e Cd para a baía, provenientes dos efluentes industriais<br />
(principalmente da Cia INGÁ), era de 24 e 3.660 ton x ano -1 , respectivamente<br />
(Barcellos e Lacerda, 1994). Como dito, vale ressaltar, também, que na região<br />
de Sepetiba existem centenas de indústrias, dos mais diversos ramos de<br />
atividade área (metalúrgica, química, petroquímica, gráfica) que contribuem<br />
para o aumento da quantidade de poluentes na baía, e o Porto de Itaguaí, cuja<br />
contribuição para o impacto ambiental não somente está associada aos aportes<br />
de metais e outras substâncias (que são movidas nos containeres e<br />
transportadas pelos navios), mas também pelas frequentes e atuais atividades<br />
de dragagens para reforma e ampliação das suas instalações.<br />
Uma estimativa mais recente dos aportes de metais à Baía de Sepetiba<br />
baseada em dados de estudos realizados durante os anos 90, foi realizada por<br />
Molisani et al. (2004) e Silva-Filho et al. (1999) apud Ribeiro (2006) que<br />
determinaram aportes fluviais e atmosféricos de metais para a Baía de<br />
Sepetiba (Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.3-1).<br />
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6-112
Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-1: Aportes de metais pesados para a baía de Sepetiba em ton ano -1 .<br />
Via Zn Cd Pb Hg<br />
Atmosfera 56 (153) 0,2 (0,5) 3,0 (8,2) 0,03 (0,1)<br />
Rios 144 (395) 1,8 (4,9) 4,7 (12,9) 0,72 (2,0)<br />
Total 200 (548) 2,0 (5,4) 7,7 (21,1) 0,75 (2,1)<br />
Nota: Os valores entre parênteses correspondem aos aportes em kg dia -1<br />
Fonte: Molisani et al.(2004) e Silva-Filho et al. (1999).<br />
Os metais pesados são transportados para os ecossistemas costeiros<br />
associados ao material particulado em suspensão, dissolvidos na coluna<br />
d‟água ou por deposição atmosférica (Salomons e Förstner, 1984). Os metais<br />
pesados atingem a Baía de Sepetiba através do transporte fluvial,<br />
principalmente associados ao material particulado em suspensão. Uma vez<br />
atingindo a baía, estes são transportados pelas correntes litorâneas<br />
distribuindo-se preferencialmente ao longo das regiões de Sepetiba e Coroa<br />
Grande (Signorini, 1980a; Lacerda, 1983) onde ocorrem extensas áreas de<br />
manguezais. Nestas áreas, os metais pesados transportados pelas marés<br />
associados ao material particulado em suspensão são depositados e<br />
acumulados em sedimentos destas florestas (Lacerda, 1998 apud Coimbra,<br />
2003).<br />
A dinâmica de alguns metais pesados podem ser definida como a sua<br />
propriedade de se transferir de um sistema químico para o outro. O termo<br />
sistema químico aqui pode ser definido (teoricamente) como o infinitesimal de<br />
compartimento (sedimento, por exemplo) de características homogêneas.<br />
Assim, quando um elemento passa de sistema redutor para um sistema<br />
oxidante, ocorre transferência e a sua forma química é modificada, fazendo<br />
também modificar sua dinâmica (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-9). Na nova condição<br />
oxidante, o metal pode deixar de ficar indisponível e passar para uma forma<br />
disponível para os organismos, constituindo se em risco de exposição para o<br />
ecossistema e eventualmente para o homem (Ribeiro, 2006).<br />
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6-113
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-9: Processos de oxi-redução de metais em diferentes ambientes (Ribeiro,<br />
2006).<br />
Considerando os vários trabalhos científicos publicados sobre a contaminação<br />
da Baía de Sepetiba, além dos relatados anteriormente, encontra-se o de Rees<br />
et al., 1998 que efetuaram uma ampla coleta de sedimento com o objetivo de<br />
avaliar a contaminação por metais e compostos orgânicos em sedimentos e<br />
águas da Baía de Sepetiba, onde na Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-10 estão apresentadas<br />
a distribuição de Zn e Cd em sedimentos superficiais.<br />
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6-114
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-10: Distribuição de Zn e Cd em sedimentos superficiais da Baía de Sepetiba<br />
(Rees et al., 1998).<br />
Barcellos (1995) também avaliou a distribuição da concentração de Zn e Cd<br />
nos sedimentos da baía, onde a partir dos resultados, pôde-se observar as<br />
mais altas concentrações na região do Saco do Engenho, nas proximidades da<br />
área onde se situam os rejeitos da Cia INGÁ. Na época anterior ao acidente, o<br />
autor já identificou concentrações máximas de Zn e Cd de 396 mg x kg -1 e até<br />
37.300 mg x kg -1 e, respectivamente. Concentrações próximas a essas também<br />
foram encontradas para os metais Zn e Cd em perfis de sedimentos do Saco<br />
do Engenho (Molisani et al., 2004) (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-11).<br />
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Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-11: Distribuição de Zn e Cd em perfis de sedimentos do Saco do Engenho,<br />
Baía de Sepetiba (adaptado de Molisani et al., 2004).<br />
Ribeiro (2006) realizou coleta das amostras de sedimentos em 65 pontos da<br />
Baía de Sepetiba e rios contribuintes (Guarda, Guandu e Canal de São<br />
Francisco) (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-12). Dentre os metais estudados (Cd, Cu, Ni, Pb<br />
e Zn), apenas o Cd e o Zn são realmente importantes na Baía de Sepetiba do<br />
ponto de vista de toxicidade, como estudos anteriores na região já haviam<br />
demonstrado.<br />
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Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-12: Estações de amostragem dos sedimentos coletados na baía, bem como<br />
as principais regiões industriais, rios e ilhas de Sepetiba (Ribeiro, 2006).<br />
Os resultados obtidos na extração ácida mostraram que os metais Cd, Cu, Pb e<br />
Zn apresentaram as mais altas concentrações extraíveis na região NE<br />
(principalmente na saídas dos rios Guandu e canal de São Francisco),<br />
enquanto que as mais altas concentrações de Ni foram observadas na porção<br />
Oeste da baía. A comparação dos valores dos SEM (Metais Extraídos<br />
Simultaneamente) com os valores guias de qualidade de sedimento (VGQS)<br />
canadenses (TEL e PEL) indicou que os metais Cd e Zn apresentaram teores<br />
nos quais é frequente a ocorrência de efeitos negativos à biota (valores acima<br />
do PEL); já os metais Cu e Pb e Ni apresentaram concentrações que indicam<br />
uma baixa probabilidade de ocorrência de efeitos adversos aos organismos<br />
aquáticos de Sepetiba. Foram também determinadas as concentrações totais<br />
dos metais nos sedimentos, e observou-se que o padrão de distribuição das<br />
concentrações totais seguiu o mesmo padrão observado para os SEM, com as<br />
mais altas concentrações na porção Nordeste da baía, classificando a área<br />
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6-117
como nivel 2, com relação ao Zn, e como nível 1, com relação aos metais Cd,<br />
Cu, Pb e Ni, de acordo com a Resolução CONAMA 344/04 (Ribeiro, 2006).<br />
De acordo com a literatura (Förstner e Salomons, 1980 apud Ribeiro, 2006), os<br />
metais associam-se preferencialmente às frações finas do sedimento. A Figura<br />
<strong>6.1</strong>.1.8.3.1-13 mostra as regiões na Baía de Sepetiba onde o sedimento de<br />
granulometria fina é predominante. Ribeiro (2006) reporta informa que os<br />
resultados estão de acordo com estudos de Barcellos et al. (1997), que<br />
observaram ser a sedimentação na Baía de Sepetiba controlada por uma<br />
mistura de sedimentos fluviais, marinhos e autóctones, sendo predominantes<br />
os sedimentos fluviais, que são depositados principalmente na região leste da<br />
baía. A contribuição de sedimentos marinhos é observada somente nos<br />
depósitos às margens a oeste da baía.<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-13: Distribuição granulométrica < 63 μm para as amostras de sedimento de<br />
Sepetiba (Ribeiro, 2006).<br />
O potencial redox (Eh) de um sedimento mostra a tendência de um ambiente<br />
ser mais oxidante ou redutor, e está relacionado à capacidade de a solução<br />
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intersticial fornecer ou sequestrar elétrons para reações iônicas. Na Baía de<br />
Sepetiba são favorecidas as reações que ocorrem em condições anaeróbicas,<br />
uma vez que este ambiente aquático é, predominantemente, redutor (Figura<br />
<strong>6.1</strong>.1.8.3.1-14).<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-14: Valores de Eh na Baía de Sepetiba (Ribeiro, 2006).<br />
A Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-15 apresenta a distribuição das porcentagens de carbono<br />
orgânico ao longo da Baía de Sepetiba, onde a maior parte dos sedimentos<br />
apresentou entre 2 e 3% de carbono orgânico. Estes valores são esperados,<br />
uma vez que, na região Leste da Baía de Sepetiba, encontra-se a Reserva<br />
Biológica e Arqueológica de Guaratiba, uma extensa área de manguezal,<br />
constituindo a principal área da baía em produtividade biológica (Neves et al.,<br />
2006 apud Ribeiro, 2006).<br />
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Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-15: Porcentagem de carbono orgânico nas amostras coletadas em Sepetiba<br />
(Ribeiro, 2006).<br />
A matéria orgânica (MO) possui sítios coordenadores que podem complexar<br />
metais-traço, principalmente os cátions divalentes, como por exemplo, Cd 2+ e<br />
Zn 2+ (Lombardi et al., 2005). As associações entre metais e matéria orgânica<br />
podem ser classificadas, de maneira muito simplificada, em dois tipos: as<br />
interações de superfície, relacionadas aos processos de quelação, e as<br />
associações à rede molecular não superficial (Ribeiro, 2006).<br />
Soares et al. (1999) mostraram que a tendência de alguns metais se ligarem à<br />
MO segue a seguinte ordem decrescente: Cu, Zn, Pb, Cr, Ni e Cd. Os<br />
microorganismos que produzem MO dissolvida também podem afetar a<br />
disponibilidade destes metais (Lombardi et al., 2005). Além disso, em<br />
ambientes redutores, como é o caso da Baía de Sepetiba, a MO tende a ser<br />
preservada, evoluindo em substâncias húmicas e outros compostos orgânicos<br />
secundários. Dessa forma, a ligação dos metais acima citados com a MO é<br />
bastante favorecida na região estudada (Ribeiro, 2006).<br />
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6-120
Em sistemas aquáticos, onde não existe uma circulação intensa da água, como<br />
é o caso de baías, a presença de oxigênio dissolvido é muito baixa e,<br />
consequentemente, o ambiente se torna redutor devido à ação das bactérias<br />
anaeróbicas. A geração de sulfeto é um processo controlado pela ação de<br />
bactérias, principalmente as dos gêneros Desulfovibrio, Desulfomaculum e<br />
Desulfomonas (Casas e Crecelius, 1994 apud Ribeiro, 2006). Na Baía de<br />
Sepetiba, de um modo geral, as concentrações de Sulfetos Voláteis Ácidos<br />
(AVS) variaram bastante, apresentando valores mínimos de 0,35 mg kg -1 e<br />
concentração máxima de 1822 mg kg -1 (Ribeiro, 2006). As maiores<br />
concentrações de sulfeto encontram-se na região NE e SE (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-<br />
16).<br />
Tal fato deve estar associado à entrada da água do mar pelo canal da Restinga<br />
de Marambaia, o que acarreta a inundação das áreas de manguezais e<br />
redução do sulfato (presente na água do mar), devido à ação das bactérias. As<br />
baixas concentrações de S 2- na porção SW eram esperadas, uma vez que,<br />
devido à hidrodinâmica mais intensa nessa região, o ambiente é menos<br />
redutor, há predominância de sedimento arenoso e, consequentemente, a<br />
presença de sulfeto não é favorecida (Ribeiro, 2006).<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-16: Concentração de AVS obtida na extração ácida (Ribeiro, 2006).<br />
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6-121
Veeck et al. (2007) estudaram a distribuição de mercúrio (Hg) em sedimentos<br />
de fundo da Baía de Sepetiba em 28 estações e discutiram suas associações<br />
com parâmetros geoquímicos (concentração de ferro, carbono orgânico,<br />
nitrogênio, enxofre e conteúdo de matéria orgânica). A concentração total de<br />
Hg em sedimentos na Baía de Sepetiba variou de 18 a 109 ng x g -1 com os<br />
maiores valores encontrados na região próxima de bocas rios as quais drenam<br />
a zona industrial da bacia (Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-2). Isto sugere uma forte<br />
influência desses rios nas concentrações de Hg em sedimentos. As<br />
concentrações mais elevadas ocorreram na porção Nordeste da baía, gerando<br />
um gradiente de concentração em direção Oeste, seguindo o padrão geral de<br />
circulação da água (Signorini, 1980b; Veeck et al., 2007).<br />
Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-2: Parâmetros geoquímicos (média, desvio padrão e variação, n = 28) a<br />
partir de sedimentos da Baía de Sepetiba.<br />
Hg<br />
(ng.g -<br />
1 )<br />
Eh<br />
(mV)<br />
MO Fe C N S Silte/Argila<br />
(%)<br />
Média 57 -262 15,8 6,34 1,81 0,35 0,94 65,7<br />
Desvio<br />
Padrão<br />
26 193 7,3 2,96 0,76 0,17 0,71 12,7<br />
Máximo 1<strong>08</strong> 160 24,6 11,50 3,16 0,76 2,15 81,4<br />
Mínimo 18 -510 1,0 0,04 0,22 0,06 0,04 32,6<br />
Fonte: Veeck et al. (2007).<br />
A principal fonte de Hg para a baía é a entrada fluvial e a foz dos principais rios<br />
a área de deposição preferencial do metal. A composição dos sedimentos na<br />
baía também é fortemente influenciada pelas entradas fluviais de Hg, material<br />
orgânica e sedimentos finos, sugerindo duas regiões distintas na baía, uma<br />
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6-122
influenciada fortemente pelas entradas fluviais e uma segunda sob influência<br />
marinha (Veeck et al., 2007).<br />
Esta distribuição sugere que o Hg está associada com o material particulado<br />
em suspensão oriundo dos rios. Quando misturada com as águas da baía,<br />
estas águas fluviais seguem o padrão de circulação e as partículas são<br />
parcialmente e seletivamente depositadas nos sedimentos. Este padrão<br />
observado está de acordo com o observado no estudo de Paraqueti et al.<br />
(2004), mostrando a predominância do input de Hg particulado no Hg total que<br />
atingem a Baía de Sepetiba a partir dos rios. Sedimentos finos também foram<br />
encontrados em concentrações mais elevadas na porção Nordeste da baía<br />
(Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-17) (Veeck et al., 2007).<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-17: Distribuição de mercúrio (Hg) no sedimento superficial de fundo na Baía<br />
de Sepetiba (Veeck et al., 2007).<br />
Veeck et al. (2007) concluiram em seus estudos que a distribuição espacial das<br />
variáveis consideradas é predominantemente determinada pelo padrão de<br />
circulação de águas na baía, pelo transporte de sedimentos ao longo do litoral<br />
Leste e pelas entradas naturais e antrópicas de Hg. A principal fonte de Hg<br />
para a baía é a entrada fluvial e a foz dos principais rios a área de deposição<br />
preferencial do metal. A composição dos sedimentos na baía também é<br />
fortemente influenciada pelas entradas fluviais de Hg, material orgânica e<br />
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6-123
sedimentos finos, sugerindo duas regiões distintas na baía, uma influenciada<br />
fortemente pelas entradas fluviais e uma segunda sob influência marinha.<br />
Segundo Lacerda e Molisani (2006), as concentrações de zinco nos moluscos<br />
bivalves oriundos da Baía de Sepetiba vêm aumentando continuamente ao<br />
longo do tempo. Estes autores afirmam ainda que o fechamento da Cia. INGÁ<br />
resultou em uma diminuição drástica na emissão e concentração de Cd, e não<br />
teve maiores efeitos sobre as concentrações de Zn nas águas de Sepetiba. A<br />
crescente industrialização e urbanização da área tem aparentemente mantido<br />
elevada a poluição por Zn.<br />
A Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-18 apresenta a variação da concentração de cádmio e<br />
zinco em ostras da Baía de Sepetiba, entre os anos de 1978 e 2002, onde se<br />
observa elevados valores, principalmente de Zn, durante a amostragem de<br />
1996, coincidente com o rompimento do dique da Cia. Industrial Mercantil INGÁ<br />
(Lacerda & Molisani, 2006 apud INSTITUTO DO MILÊNIO, 2010).<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.3.1-18: Variação da concentração de cádmio e zinco em ostras da Baía de<br />
Sepetiba entre os anos de 1978 e 2002 (INSTITUTO DO MILÊNIO, 2010).<br />
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6-124
Coimbra (2003) determinou as concentrações de mercúrio (Hg), cobre (Cu),<br />
zinco (Zn), cromo (Cr), níquel (Ni), ferro (Fe) e manganês (Mn) em sedimentos<br />
superficiais e em moluscos bivalves das espécies Anomalocardia brasiliana e<br />
Mytella guyanensis em dois ecossistemas de manguezal da Baía de Sepetiba:<br />
em Coroa Grande e na Enseada das Garças. As concentrações de metais<br />
fracamente ligados e a as concentrações de metais pseudo-totais nos<br />
sedimentos foram comparadas com as concentrações de metais pesados<br />
encontrados em cada uma das espécies de moluscos, nas localidades<br />
estudadas. As concentrações de metais pesados nos moluscos foram<br />
comparadas com o tamanho do organismo para avaliar possíveis diferenças<br />
nas concentrações de metais relacionadas ao tamanho do organismo.<br />
Os resultados mostraram que as concentrações de metais pesados, tanto na<br />
fração fracamente ligada quanto as concentrações de metais pseudo-totais,<br />
foram mais altas nos sedimentos de Coroa Grande, provavelmente pela<br />
proximidade com as principais fontes de contaminação. Além disso, a<br />
circulação das águas da Baía de Sepetiba mostra que a região de Coroa<br />
Grande acumula mais rapidamente as partículas em suspensão transportadas<br />
por essas águas quando comparadas com a região da Enseada das Garças.<br />
As concentrações de metais pesados não apresentaram correlação significativa<br />
com o tamanho para a espécie Anomalocardia brasiliana enquanto que, para a<br />
espécie Mytella guyanensis, foram observadas correlações negativas com o<br />
tamanho dos indivíduos. Os resultados mostram diferenças significativas nas<br />
concentrações de metais pesados nas espécies estudadas entre as duas<br />
áreas. Comparando as concentrações de metais pesados encontrados nos<br />
sedimentos com as dos organismos, observa-se que essas espécies podem<br />
ser usadas em programas de monitoramento ambiental. Entretanto, fatores<br />
como diferenças na assimilação para cada tipo de metal pesado em diferentes<br />
espécies, tamanho do organismo e as características do sedimento devem ser<br />
levados em consideração (Coimbra, 2003).<br />
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6-125
Em uma comparação dos valores encontrados nesse estudo com os estudos<br />
prévios de Lacerda (1983) e Carvalho et al. (1991) com A. brasiliana coletada<br />
na Baía de Sepetiba, Coimbra (2003) observou que há uma tendência ao<br />
aumento nas concentrações de todos os metais pesados, exceto para o Zn.<br />
Essas diferenças possivelmente, podem estar ligadas às diferentes<br />
concentrações desse elemento observadas entre os sedimentos de planície de<br />
maré, visto que, os sedimentos na Enseada das Garças apresentam<br />
concentrações três vezes mais baixas quando comparadas às encontradas em<br />
Coroa Grande).<br />
<strong>6.1</strong>.1.8.4 Qualidade da água, sedimento e solo na área de interesse da<br />
USIMINAS<br />
Dados de origem e procedimentos técnicos<br />
Os resultados apresentados neste subitem são exclusivamente oriundos do<br />
documento intitulado: “Diagnóstico Ambiental - Estudos Ambientais e de<br />
Engenharia para o Encerramento e Reabilitação da Antiga Unidade Industrial<br />
da INGÁ”, maio de 2009, o qual foi elaborado pela empresa ARCADIS Hidro<br />
Ambiente S.A.<br />
O referido diagnóstico incluiu a realização de uma série de atividades de<br />
campo para aquisição de dados, etapas de tratamento dos dados e estudos de<br />
engenharia relativos aos planos de descomissionamento e reabilitação<br />
ambiental de 968.000,00 m 2 da Massa Falida de Companhia Mercantil e<br />
Industrial INGÁ. Estes dados serviram de base para os estudos para o conceito<br />
de engenharia para encerramento e remediação da área para o uso proposto:<br />
pátio de estocagem e embarque de minério de ferro (ARCADIS/USIMINAS,<br />
2009). As atividades foram realizadas obedecendo a seguintes sequência e<br />
seus objetivos:<br />
O objetivo da Etapa I foi consolidar as informações pré-existentes e<br />
determinar as áreas potencias de enfoque envolvendo a realização de<br />
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6-126
atividades de campo, entrevistas com antigos funcionários e análise de<br />
documentações disponibilizadas.<br />
O objetivo da Etapa II foi avaliar as condições ambientais atuais da área,<br />
sendo os seguintes objetivos específicos descritos a seguir:<br />
Identificar e avaliar eventuais impactos à qualidade do solo e água<br />
subterrânea;<br />
Avaliar o cenário de qualidade da água superficial e sedimento de fundo no<br />
rio da Guarda de forma a atribuir o background da área;<br />
Avaliar a quantidade de metais atualmente absorvidos pela flora;<br />
Localizar e dimensionar os rejeitos dispostos pela área;<br />
Determinar os parâmetros hidrogeológicos da área;<br />
Definir os possíveis riscos atuais e futuros devido aos impactos ambientais;<br />
Fornecer dados para a elaboração do plano de descomissionamento.<br />
O objetivo da Etapa III foi modelar computacionalmente as<br />
características do aquífero sedimentar local quanto ao fluxo da água<br />
subterrânea e do transporte dos eventuais compostos químicos impactantes e<br />
também modelar uma avaliação de risco a saúde humana quanto aos<br />
compostos químicos de interesse para os funcionários atuais e que executarão<br />
as atividades de adequação da área para o uso pretendido, como para os<br />
futuros trabalhadores da pêra ferroviária que será instalada no local.<br />
Localização da área, estratégia e esforço de amostragem<br />
A área objeto deste estudo está localizada em uma região conhecida como Ilha<br />
da Madeira, primeiro distrito de Itaguaí, na Rua Félix Lopes Coelho s/n.º,<br />
Estado do Rio de Janeiro, com coordenadas geográficas: latitude UTM N<br />
74653350,50 m e longitude UTM E 6199232,23 m. A Cia Mercantil e Industrial<br />
INGÁ funcionou na área em estudo por aproximadamente 65 anos, sendo em<br />
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6-127
1997 decretada a sua falência. Em 20<strong>08</strong> o imóvel foi leiloado e vendido para a<br />
empresa Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A. – USIMINAS.<br />
A área de interesse possui um dique de contenção de rejeitos industrial que foi<br />
construído em 1984 para isolar resíduos sólidos, impedindo-os de escoar para<br />
o Saco do Engenho e área de mangue. No final de 1991, na área de<br />
estocagem do rejeito, a pilha chegou a ter 25m de altura, o que provocou<br />
rupturas no solo mole que enfraqueceu a parede externa do dique e aumentou<br />
a instabilidade da estrutura do dique de contenção. Atualmente, as instalações<br />
industriais da INGÁ estão desativadas/demolidas. O único processo ainda em<br />
atividade são as lagoas de tratamento do efluente do referido dique. Na área de<br />
interesse observa-se a presença de áreas de preservação ambiental: lagoa,<br />
mangue e vegetação natural remanescente (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4-1).<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4-1: Localização da área de interesse (porção terrestre) da USIMINAS.<br />
Na ocasião da Etapa I foram identificadas Áreas de Potenciais Enfoque<br />
Histórico - APEHs e Áreas Potenciais de Enfoque - APEs (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4-<br />
2).<br />
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6-128
Fonte: ARCADIS<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4-2: Localização das Áreas de Potenciais Enfoque Histórico - APEHs e Áreas<br />
Potenciais de Enfoque - APEs.<br />
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6-129
As APEHs estão correlacionadas às atividades, instalações e/ou práticas<br />
desenvolvidas no passado que possam ter gerado impacto ambiental no local:<br />
• (APEH 1) Estação rebaixadora de alta tensão;<br />
• (APEH 2) Galpão de estocagem de minério;<br />
• (APEH 3) Tanque de BPF e casa de máquinas;<br />
• (APEH 4) Casa de força;<br />
• (APEH 5) Eletrólise de cádmio, oficina e fundição de zinco;<br />
• (APEH 6) Eletrólise de zinco;<br />
• (APEH 7) Galpão industrial - Tratamento de zinco/ cádmio;<br />
• (APEH 8) Bacia de acumulo de resíduo R150;<br />
• (APEH 9) Armazenamento de resíduos, antigo bota-fora;<br />
As APEs significam atividades, instalações e/ou práticas atuais que possam<br />
estar impactando o local:<br />
• (APE 10) Bacia de tratamento de efluentes;<br />
• (APE 11) Área do mangue;<br />
• (APE 12) Bacia de água industrial;<br />
• (APE 13) Lagoa e<br />
• (APE 14) Manutenção de veículos.<br />
Foram coletadas 8 amostras de ÁGUA SUPERFICIAL para obter dados sobre<br />
o background dos principais cursos de água superficiais dos arredores (rio da<br />
Guarda e lagoa), além de obter dados sobre os reservatórios internos. Estas<br />
foram intituladas de AAS (Quadro <strong>6.1</strong>.1.8.4-1).<br />
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6-130
Quadro <strong>6.1</strong>.1.8.4-1: Localização das estações de água superficial.<br />
Estação<br />
AAS- 01 (Sul da área)<br />
AAS-03<br />
AAS-04 (Norte da área)<br />
AAS-06 (Lagoa)<br />
AAS-02 (Bacia de contenção da pilha de rejeito)<br />
AAS-07 (Bacia Pulmão)<br />
AAS-<strong>08</strong> (Bacia de Concreto)<br />
AAS-09 (Bacia de água industrial)<br />
Fonte: ARCADIS/USIMINAS (2009).<br />
Localização<br />
Rio da Guarda<br />
Lagoa<br />
Reservatórios internos<br />
Parâmetros de qualidade do solo e da água<br />
Com o objetivo de avaliar a qualidade do solo e da água subterrânea da área<br />
foram utilizados os principais padrões de intervenção nacional e<br />
internacionalmente aceitos descritos abaixo. Devido à influência salina na área,<br />
a água subterrânea local não pode ser considerada um recurso hídrico, e não<br />
representará em qualquer hipótese uma fonte explotável para consumo<br />
humano. Portanto as comparações realizadas neste trabalho entre a qualidade<br />
da água subterrânea da área com os limites de intervenção devem ser vistas<br />
com ressalvas.<br />
CETESB 2005 – valores orientadores<br />
Foi adotado como referência para análise da qualidade do solo e da água<br />
subterrânea os Valores para Solo e Águas Subterrâneas no Estado de São<br />
Paulo publicados no Anexo Único da Decisão da Diretoria no 195-2005-E da<br />
Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB 2005).<br />
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Os valores orientadores estabelecidos para solos foram divididos em: valor de<br />
referência de qualidade (VRQ) que define o solo como limpo; valor de<br />
prevenção (VP) que é a concentração acima da qual podem ocorrer alterações<br />
prejudiciais à qualidade do solo e da água subterrânea; e valor de intervenção<br />
(VI) que é a concentração de determinada substância no solo acima do qual há<br />
riscos potenciais diretos ou indiretos a saúde humana. Os valores VI foram<br />
calculados baseados na avaliação de risco a saúde humana para os cenários<br />
de exposição para solos de uso agrícola (área de proteção máxima APMax), de<br />
uso residencial e de uso industrial. No presente trabalho foram utilizados os<br />
valores para solo de uso industrial devido às características atuais e futuras do<br />
empreendimento.<br />
Para o estabelecimento dos valores de intervenção (VI) para a água<br />
subterrânea foram consideradas as concentrações que causam risco à saúde<br />
humana listadas na Portaria 518 do Ministério da Saúde de 25 de março de<br />
2004, dos padrões de potabilidade do Guia da organização Mundial da Saúde<br />
(OMS 2004) ou calculados segundo a metodologia da OMS. Uma área é<br />
classificada como Área Contaminada sob Investigação quando houver<br />
constatação da presença de substâncias no solo ou na água subterrânea em<br />
concentrações acima dos valores de Intervenção (VI) aplicáveis.<br />
Padrão Holandês – intervention value<br />
Para as substâncias analisadas não contempladas pela lista de valores<br />
orientadores da CETESB (2005), foram também adotados os valores do<br />
“Padrão Holandês” (VROM 2000). No Padrão Holandês, os limites de impacto<br />
do solo e/ou água subterrânea estão baseados nos valores de exposição<br />
humana a impacto, sendo medidos de acordo com o Índice de Tolerância de<br />
Ingestão Diária (ITD).<br />
O Padrão Holandês apresenta os seguintes valores para cada substância<br />
listada: national background concentrations (apenas para metais) target,<br />
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6-132
intervation ou indicative of serious contamination. Os valores intervation e<br />
indicative of serious contamination foram utilizados neste trabalho e<br />
representam o limite nos quais as concentrações de substâncias encontradas<br />
no solo e na água subterrânea representam risco para a saúde humana e para<br />
o ambiente. Para a qualidade do solo, os valores do padrão holandês utilizados<br />
são relativos a 5% de matéria orgânica e 25% de argila.<br />
EPA (20<strong>08</strong>) – Preliminary remediation goals (PRG‟s) - Região 9<br />
Os valores de varredura (Screening Levels - SL) apresentados pela EPA<br />
Região 9 são para uso dos programas Superfund / RCRA e são também uma<br />
atualização nas planilhas RBC da EPA Região 3 e HHMSSL da Região 6. Os<br />
valores SL são baseados em concentrações de riscos derivadas de equações<br />
padrões, combinando informações de exposição com dados da EPA sobre<br />
efeitos tóxicos. Os valores SL tabelados são genéricos e foram calculados sem<br />
informações específicas de um local.<br />
As concentrações SL podem ser utilizadas para priorização entre diversas<br />
propriedades ou diversas áreas de enfoque, para estabelecer limites de<br />
detecção baseados em risco de contaminantes de interesse potencial, seleção<br />
de contaminantes de interesse potencial para embasamento da avaliação de<br />
risco, identificar contaminantes que indiquem a necessidade de ação de<br />
remediação, identificar propriedade ou parte de uma propriedade que não<br />
necessitam ações ou investigações e valores iniciais para remediação quando<br />
não se tem dados específicos da propriedade. Os valores de varredura SL<br />
estão divididos nas seguintes categorias: Solo residencial, Solo Industrial, Ar<br />
Residencial, Ar industrial e Potabilidade Residencial (Tapwater).<br />
Os valores de varredura da tabela Screening Levels foram obtidos de diversas<br />
rotas de exposição e para compostos com efeitos tanto carcinogênico como<br />
não-carcinogênico. A tabela resumo fornece valores de varredura em fator de<br />
risco 10-6 para substâncias carcinogênicas e 1 para substâncias não-<br />
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6-133
carcinogênicas. A versão utilizada para comparação com as concentrações<br />
obtidas das amostras analisadas foi de 20<strong>08</strong>.<br />
CONAMA 357 - Classificação de Corpos de Água Superficial<br />
A Resolução nº 357 do Conselho Nacional do <strong>Meio</strong> Ambiente - CONAMA, de<br />
17 de março de 2005, dispõe sobre a classificação dos corpos de água e<br />
diretrizes ambientais para seu enquadramento, estabelecendo as condições e<br />
padrões de lançamento de efluentes.<br />
Os resultados obtidos com as análises de amostras da água superficial da<br />
lagoa, de forma conservadora, foram comparados aos valores contidos no<br />
Artigo 15 desta resolução e corresponde a classe 3 das águas doces: águas<br />
destinadas ao abastecimento para consumo humano, após tratamento<br />
convencional ou avançado; à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e<br />
forrageiras; à pesca amadora; à recreação de contato secundário; e à<br />
dessedentação de animais.<br />
As amostras do Rio da Guarda foram comparadas com os valores contidos no<br />
artigo 18 da resolução que corresponde a águas salinas de classe 2 que<br />
podem ser destinadas: à recreação de contato primário, conforme Resolução<br />
CONAMA n.º 274, de 2000; à proteção das comunidades aquáticas; e à<br />
aqüicultura e à atividade de pesca.<br />
FDEP - Florida Department of Environmental Protection<br />
Foi adotada como referência para as análises da qualidade do sedimento de<br />
fundo coletado junto a mangue a lista dos Valores Orientadores da Florida<br />
Department of Environmental Protection – Division of Waste Management –<br />
Bureau of Petroleum Storage Systems, que estabelece valores alvos para<br />
sedimentos marinhos – „Soil Cleanup Target Levels for Petroleum Products„ –<br />
„Marine Surface Water Criteria„. Estes padrões foram tomados somente como<br />
referência comparativa para as amostras coletadas que tiveram como objetivo,<br />
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6-134
tão somente registrar a qualidade dos sedimentos antes do inicio de operação<br />
de qualquer atividade ou obra relacionada pela USIMINAS no local.<br />
Kabata-Pendias & Pendias (1992) – Níveis de normalidade, deficiência e<br />
toxidez para folhas de diversas espécies vegetais.<br />
Como referência para os resultados analíticos quanto ao teor de metais em<br />
matriz vegetal obtidos foram adotados os níveis de toxidez para folhas de N<br />
espécies proposto por Kabata-Pendias & Pendias (1992) publicado no livro:<br />
Trace Elements in Soils and Plants.<br />
Ramos & Geraldo (2007) - Avaliação das espécies de Plantas Avicennia<br />
schaueriana, Laguncularia racemosa e Rizophora mangle como bioindicadoras<br />
de poluição por metais pesados em ambientes de mangue.<br />
Para efeito de comparação, também foram utilizados os resultados obtidos por<br />
Ramos & Geraldo (2007) que estudaram os níveis de metais pesados em<br />
folhas das mesmas espécies de plantas analisadas neste relatório, localizadas<br />
nas áreas de mangue do rio Cubatão – SP.<br />
Contexto Fisiográfico<br />
Geologia Regional<br />
A área da Baia de Sepetiba está compreendida na região definida pela Serra<br />
do Mar constituída de planícies litorâneas quartenárias e pelo embasamento<br />
pré-cambriano, granito-gnáissico (Brönnimann et al 1981). As serras que<br />
circundam a área são constituídas de rochas granito-gnássicas intercaladas por<br />
veios de diábasio, e nas baixadas costeiras têm-se os sedimentos<br />
quaternários, dispostos sob forma de planícies aluvionares e mangues. Na área<br />
apresentam-se as seguintes unidades definidas pelo Projeto Carta Geológica<br />
do Rio de Janeiro 1:50.000 (DRM-RJ – 2000):<br />
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6-135
Neoproterozoico<br />
Suíte Serra dos Órgãos (unidade) - esta unidade compreende rochas do tipo<br />
hornblenda-biotita granitóide de granulação grossa e composição expandida de<br />
tonalítica a granítica, composição cálcioalcalina, texturas e estruturas<br />
magmáticas.<br />
Complexo Rio Negro (unidade) formada por ortognaisses bandado, TTG, de<br />
granulação grossa e textura porfiriticas recristalizadas, intercalações de<br />
metagabro e metadionitos deformados (anfibolitos) ocorrem localmente.<br />
Unidade Duas Barras - fácies homogênea, foliada, de composição tonalítica<br />
intrudida por veios e bolsões de leucogranito tipo S.<br />
Quartenário<br />
Sedimentos Aluvionares - formado por depósitos colúvio-aluvionares, depósitos<br />
fluviais e flúviomarinhos areno-siltico-argilosos com camadas de cascalheiras<br />
associados a depósitos de tálus e sedimentos lacustres e de manguezais<br />
retrabalhados.<br />
A Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4-3 apresenta o mapa geológico regional.<br />
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6-136
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4-3: Mapa geológico Regional<br />
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6-137
Geologia Local<br />
A geológica local foi definida com base na interpretação dos perfis dos poços<br />
de monitoramento e sondagens, sondagens geotécnicas (SPT) e também pela<br />
visita a área.<br />
Na porção superficial da área são predominantes os sedimentos compostos por<br />
aterro silto-arenoso (areia média a fina) com porções mais argilosas de<br />
coloração avermelhada. Na área da pilha de rejeito é observada uma camada<br />
de aterro silto-argiloso vermelho compacto. Na porção da área próxima ao<br />
mangue é observado superficialmente camada de argila orgânica cinza a preta<br />
muito plástica. Ao sul da área a rocha é aflorante sendo caracterizada como<br />
gnaisse. A rocha encontra-se na porção central da área em cotas próxima a -20<br />
metros. Em algumas porções do terreno aparecem abaixo destas camadas de<br />
aterro, camadas argiloarenosas (areia fina) de coloração cinza, além de<br />
camadas de areia média a grossa. Nas áreas a leste da área, quando não são<br />
superficiais, as camadas de argila orgânica preta aparecem abaixo da camada<br />
de aterro com perfil curto, sendo procedida pelo solo residual.<br />
O nível saturado investigado na área esta relacionado na parte oeste pela<br />
camada formada por aterro silto-arenoso (areia média a fina), já na parte a<br />
leste da área próxima ao mangue o nível saturado encontra-se inserido sobre a<br />
camada formada pela argila orgânica. Na área da pilha de rejeito, formada pelo<br />
aterro argilo-arenoso com rejeito foram verificadas as presenças de níveis de<br />
água suspensos.<br />
Investigação Detalhada<br />
Para a realização da Etapa II, Investigação Detalhada, foram necessários<br />
estudos contemplando diversos ensaios como:<br />
• levantamento geofísico;<br />
• sondagens investigativas;<br />
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• coleta de solo;<br />
• coleta de sedimento de fundo;<br />
• instalação de poços de monitoramento;<br />
• nivelamento topográfico<br />
• ensaios hidrogeológicos;<br />
• instalação de poços de monitoramento;<br />
• coleta de amostras de água subterrânea;<br />
• coleta de amostras de água superficial<br />
• análises químicas;<br />
Levantamento Geofísico<br />
O levantamento geofísico, assim como o levantamento dos resultados obtidos<br />
em campo e posterior interpretação, foi executado pela empresa Geopesquisa<br />
Investigações Geológicas Ltda.<br />
Como forma de investigação indireta das condições geoambientais em<br />
subsuperfície foram aplicadas duas metodologias geofísicas:<br />
Caminhamento Eletromagnético (LEM) utiliza a indução de um campo<br />
eletromagnético no subsolo e por meio de medidas do campo resultante é<br />
possível identificar a presença de variações laterais e verticais da<br />
condutividade do solo. Com objetivo de verificar as áreas de interesse e do<br />
rejeito, foram realizados 22 caminhamentos perfazendo um total de 5.630<br />
metros percorridos; e<br />
Sondagem Elétrica Vertical (SEV) utiliza a injeção de corrente elétrica no<br />
solo por meio de dois eletrodos chamados corrente. Através de dois<br />
eletrodos chamados de eletrodos de potencial, situados próximo à meia<br />
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6-139
distancia entre os eletrodos de corrente, mede-se a diferença do potencial<br />
gerado. Por meio de cálculos obtêm-se pontos que permitem a construção<br />
de uma curva de sondagem elétrica que permite determinar a espessura e<br />
resistividade das camadas em subsuperfície, inclusive a profundidade<br />
aproximada do nível d‟água. Na área foram realizadas 11 SEV´s com o<br />
objetivo principal de determinar a espessura da pilha de rejeito e a cota do<br />
topo rochoso.<br />
Todas as informações e resultados obtidos nesta etapa foram analisados de<br />
forma a obter um quadro geológico (profundidade do topo rochoso) da área e<br />
definição do potencial de existência de passivos ambientais, sua localização e<br />
caracterização sempre que possível, além de recomendações de ações de<br />
investigação complementar frente aos resultados obtidos. A Figura 4 (Figura<br />
3.1, ARCADIS, 2009) apresenta o mapa de atividades da geofísica.<br />
Resultados dos dados eletromagnéticos (LEM)<br />
A variação existente entre os valores de condutividade aparente existente<br />
sobre a pilha de rejeitos e fora dela nos impede de realizar uma única<br />
interpretação considerando apenas uma única área de levantamento. Desta<br />
forma, para que fosse possível determinar zonas anômalas nestas áreas e uma<br />
visualização mais rápida dos resultados e da interpretação dos mesmos,<br />
dividiu-se a área de levantamento em duas áreas:<br />
Área-01 (pilha de rejeitos):<br />
Podem ser destacados valores de condutividade aparente que variam de 160 a<br />
300 mS/m quando utilizado o cabo com comprimento de 20 metros, e de 200<br />
mS/m a valores que saturaram a escala de leitura do equipamento (>300<br />
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6-140
mS/m) obtidos nas leituras com o cabo de 40 metros, ambos na configuração<br />
de Dipolo Horizontal.<br />
Os resultados geofísicos obtidos através do método eletromagnético indutivo<br />
(LEM) permitiram indicar a existência de áreas anômalas sobre a pilha de<br />
rejeito, após a determinação dos valores de background da área que variou de<br />
180 a 240 mS/m na configuração de dipolo horizontal utilizando o cabo com<br />
comprimento de 20 metros; e de 245 a 300 mS/m na configuração de dipolo<br />
horizontal com a utilização do cabo de 40 metros. Os valores obtidos nos<br />
pontos e regiões podem indicar uma variação na composição do rejeito<br />
disposto na área Figura 5 (Figura 4.9, ARCADIS, 2009).<br />
Nos pontos considerados localmente anômalos (em relação ao “background”<br />
da área) dentro do modelo assumido, foram destacados para averiguação<br />
direta, baseados nos dados e processamento realizados no campo. O critério<br />
para a indicação dos pontos de sondagem neste material baseou-se nos<br />
valores de condutividade aparente, sendo considerados anômalos valores<br />
inferiores e/ou superiores aos valores de “background” determinados.<br />
Área-02 (externa a pilha de rejeitos):<br />
Apresenta valores de condutividade aparente que variam de 1 a 280 mS/m e<br />
de 2 a 250mS/m, levantados no modo dipolo horizontal e dipolo vertical<br />
respectivamente e com cabos de comprimento de 10m.<br />
As linhas realizadas nas áreas externas a pilha de rejeito (ao redor da lagoa) e<br />
próximas às lagoas de tratamento nos permite determinar áreas anômalas<br />
associadas à disposição irregular e/ou à dispersão do rejeito através do<br />
transporte ocasionado pelo fluxo de água subterrânea existente no local.<br />
Na teoria, se o meio investigado é homogêneo e isotrópico, os valores de<br />
condutividade do solo devem diminuir com o aumento da profundidade de<br />
investigação. A mesma consideração deve ser feita para a área se a geologia<br />
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6-141
local é homogênea e isotrópica. Pode-se observar frente aos dados adquiridos,<br />
que a geologia local apresenta baixa anisotropia devido ao comportamento dos<br />
valores de condutividade da área.<br />
Considerando-se que a pilha de rejeitos é uma fonte primária para a área<br />
externa, onde foram realizadas as linhas de levantamento, então se pode<br />
esperar que as áreas impactadas pelo rejeito possuam um comportamento<br />
similar. Desta forma as anomalias associadas à dispersão ou a disposição<br />
irregular destes rejeitos devem apresentar valores de condutividade<br />
aparentemente altos à medida que aprofundamos a investigação.<br />
Deve-se também levar em consideração a existência de sedimentos que são<br />
banhados com água salgada quando ocorre o fenômeno de variação das<br />
marés. Isso deve ocasionar um aumento natural nos valores de condutividade,<br />
porém o efeito observado deverá ser o esperado onde os valores de<br />
condutividade investigados sejam menores à medida que aumentamos a<br />
profundidade de investigação.<br />
Desta forma os dados levantados nos indicam:<br />
LEM_01: o perfil apresenta comportamento anômalo, com pequenas variações<br />
dos valores de condutividade aparente do início até a posição 40 metros, pois<br />
estes valores deveriam diminuir com o aumento da profundidade. Da posição<br />
40 até 130 metros os valores de condutividade aparente aumentam com o<br />
aumento da profundidade de investigação, este fato pode indicar uma<br />
influência da lagoa de tratamento existente no local.<br />
LEM_02: os valores de condutividade aparente (1 a 32 mS/m) não apresentam<br />
uma grande variação, quando comparados aos demais perfis realizados na<br />
área. O comportamento dos valores de condutividade aparente são anômalos<br />
no início do perfil até a posição 120 metros. A partir da posição 120 metros<br />
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6-142
ocorre também um incremento dos valores, principalmente entre as posições<br />
170 e 220 metros.<br />
LEM_03: apresenta um comportamento anômalo semelhante ao observado no<br />
perfil LEM_02 até a posição 130 metros. Após esta posição observa-se um<br />
aumento gradativo dos valores de condutividade aparente até a posição 190<br />
metros e a partir deste ponto, os valores começam a diminuir. O aumento<br />
observado pode ser explicado também devido há uma rede de energia, com<br />
picos nas posições 180, 190, 250, 270 e 300 metros.<br />
LEM_04: perfil realizado a leste da bacia de contenção da pilha de rejeitos com<br />
valores de condutividade aparente variando de 40 a 120 mS/m para a<br />
profundidade teórica de 7,5 metros, e de 10 a 100mS/m para profundidade<br />
teórica de 15 metros. Assume-se que os valores de BKG possui um valor<br />
médio da ordem de 100 mS/m para o modo dipolo horizontal e de 20mS/m para<br />
o modo dipolo vertical.<br />
A área anômala do perfil pode ser observada entre as posições 210 e 240, 330<br />
e 390 com picos na posição de 180 e 290 metros para a profundidade de 7,5<br />
metros. Para a profundidade de 15 metros a área anômala vai da posição 170<br />
a 300 metros.<br />
Os valores de condutividade superiores a 50 mS/m para a profundidade de 15<br />
metros (modo Dipolo Vertical), podem estar associados à dispersão de<br />
elementos existentes na água depositada na área da lagoa, sendo o fluxo de<br />
água subterrânea local, o provável vetor de transporte de sais e outros<br />
elementos que podem estar dispersos na água contida na bacia de rejeitos.<br />
LEM_05: os valores de condutividade aparente são elevados, considerando-se<br />
o BKG assumido para a análise do perfil anterior. Desta forma a área<br />
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6-143
considerada anômala para estes dados inicia na posição 10 metros<br />
estendendo-se até a posição 330 metros e entre as posições 450 e 510 metros.<br />
Nesta área pode-se observar uma zona anômala de maior destaque e de<br />
caráter mais superficial que ocorre entre as posições 140 e 220 metros.<br />
Quando a profundidade de investigação é aumentada, pode-se observar a<br />
existência de picos entre as posições 130 e 140 metros, 190 e 220 metros, 260<br />
e 310 metros e entre as posições 420 e 470 metros.<br />
LEM_06: Pode-se destacar três zonas anômalas: a primeira associada a<br />
anomalias de pequena profundidade (7,5 metros) entre as posições 100 e 140<br />
metros; a segunda e a terceira associadas aos dados coletados em maior<br />
profundidade (15 metros), entre as posições 0 e 40 metros e entre as posições<br />
80 e 90 metros.<br />
LEM_07: Neste perfil pode-se destacar anomalias (que superam o valor do<br />
BKG determinado) encontradas nos dados obtidos em maior profundidade nas<br />
posições 180, 210, 240 a 260, 300 a 320e 350 metros.<br />
LEM_<strong>08</strong>: Os dados de condutividade deste perfil, realizado ao lado da área<br />
industrial, variam de 10 a 250 mS/m. Esta área esta sob forte influência de<br />
ruídos locais ocasionados pelas estruturas metálicas e a rede de energia local,<br />
uma zona anômala pode ser destacada entre as posições 70 e 320 metros. No<br />
entanto, espera-se que os valores de condutividade aparente obtidos para este<br />
perfil no campo estejam sujeitos a uma grande quantidade de ruídos locais<br />
devido a existência de prédios abandonados e ferragens.<br />
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LEM_09: perfil realizado a leste da lagoa de tratamento onde os valores de<br />
condutividade aparente aumentam à medida que o levantamento se aproxima<br />
da área de alagamento (área de influência da maré).<br />
Os resultados dos levantamentos geofísicos eletromagnéticos na área externa<br />
a pilha detectaram anomalias condizentes com as áreas possivelmente<br />
impactadas. As anomalias foram detectadas nos mesmos setores onde foram<br />
encontradas concentrações acima dos padrões de intervenção nos resultados<br />
da amostragem da água subterrânea para o parâmetro metais. Devido a<br />
diversidade de compostos encontrados na área, não é possível determinar um<br />
comportamento específico para cada metal analisado, porém os perfis foram<br />
úteis para delimitar os limites do impacto da água subterrânea. Conforme<br />
observado na Figura 6 (Figura 5.15, ARCADIS, 2009).<br />
Resultados dos dados de eletrorresistividade (SEV)<br />
As SEVs executadas foram corrigidas topograficamente e os horizontes<br />
geoelétricos determinados representam a mudança das propriedades físicas do<br />
meio, estando elas ou não associadas a variações litológicas.<br />
Area – 01 (pilha de rejeito):<br />
A análise dos dados adquiridos mostra valores de resistividade aparente que<br />
variam de 0,4 Ω.m a 4,3 Ω.m, que são muito baixos, o que pode ter ocasionado<br />
problemas na profundidade de investigação.<br />
As curvas de SEV levantadas nesta área (SEV-01 a SEV-06) foram<br />
interpretadas a partir de um modelo de 3 (três) camadas de propriedades<br />
físicas contrastantes, que não refletem uma variação litológica do material<br />
(rejeito). A primeira camada foi correlacionada à zona não saturada composta<br />
pelo rejeito, uma camada de rejeito saturado e a terceira camada sendo<br />
composta pelo limite existente entre a base do rejeito e o topo da rocha.<br />
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O rejeito observado na área é fino e muito argiloso e na época do levantamento<br />
choveu quase todos os dias de trabalho no final do período. Desta forma podese<br />
considerar que a espessura determinada para o não saturado seja<br />
decorrente do efeito de infiltração da água de um dia para o outro, levando-se<br />
em consideração as valas existentes sobre esse material decorrentes da<br />
lixiviação do mesmo.<br />
Com relação aos dados adquiridos, as SEVs indicaram uma espessura de<br />
rejeito que pode variar de 18,80 a 22,83 metros, [Figura 7 (Figura 4.7,<br />
ARCADIS, 2009)] considerando-se os valores obtidos a partir do melhor ajuste<br />
do modelo para cada curva levantada em campo. Num cenário menos<br />
conservador pode-se levar em consideração as espessuras máximas (24,92<br />
metros na SEV-06) e mínimas (de 17,50 metros na SEV-01) calculadas a partir<br />
dos modelos de equivalência.<br />
Area – 02 (externa a pilha de rejeito):<br />
As curvas adquiridas para a Área-02 (SEV-07 a SEV-11), possuem valores de<br />
resistividade variando de 1 Ω.m até 186,6 Ω.m, sendo os valores mais elevados<br />
obtidos nas camadas arenosas mais superficiais não saturadas, de acordo com<br />
observação feita em campo. As curvas de SEV foram interpretadas<br />
considerando modelos de quatro e cinco camadas.<br />
Nesta área os modelos variaram entre 4 (SEV-09, SEV-10 e SV-11) e 5 (SEV-<br />
07 e SEV-<strong>08</strong>) camadas geoelétricas, conforme perfil elaborado e apresentado<br />
na Figura 8 (Figura 4.8, ARCADIS, 2009).<br />
Os resultados obtidos indicam que a profundidade do topo rochoso encontrada<br />
nas SEVs pode variar de 17 a 37 metros, aproximadamente.<br />
As Figuras 7 e 8 apresentam os perfis da eletrorresistividade da área. As<br />
Figuras 9 (Figura 4.9, ARCADIS, 2009) e 10 (Figura 4.10, ARCADIS,2009)<br />
apresentam os resultados das anomalias nas áreas 01 e 02 respectivamente.<br />
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Sondagens e avaliação do solo<br />
Com o propósito de avaliar possíveis impactos ao SOLO, foram realizadas 135<br />
sondagens, intituladas de SD, em toda a área da unidade perfazendo um total<br />
de 289,4 metros perfurados.<br />
Durante a execução das sondagens foram realizadas análises visuais para<br />
detecção de possíveis anomalias, descrição da litologia e profundidade, além<br />
de coleta de amostras de solo para a realização de medições de PID (Photovac<br />
Ionizador Detector) para a identificação da presença de gases voláteis no solo.<br />
As concentrações de gases voláteis obtidas na grande maioria das sondagens<br />
apresentaram valores baixos não relacionáveis à presença de compostos<br />
voláteis no solo. Os maiores valores foram detectados nas APEHs 3 e 14,<br />
setores da antiga área do tanque de BPF e da antiga área da manutenção de<br />
veículos, respectivamente.<br />
Nestas sondagens foram coletadas amostras de solo em horizontes prédefinidos<br />
com base nas atividades de cada setor e nos resultados geofísicos.<br />
As amostras coletadas foram enviadas ao laboratório para análises químicas<br />
dos parâmetros: Metais (EPA Methods 3050B), VOC (Compostos Orgânicos<br />
Voláteis, EPA SW 846 - 8260C), SVOC (Compostos Orgânicos Semivoláteis,<br />
EPA SW 846 - 8270C), TPH (Hidrocarbonetos Totais de Petróleo, EPA 8015<br />
B), PCB (Bifelinas Policloradas, USEPA 8<strong>08</strong>2 A) e Dioxinas e Furanos (USEPA<br />
8290 A).<br />
Avaliação da Qualidade do solo - Pilha de Rejeito (ARCADIS/USIMINAS,<br />
2009):<br />
Na área da antiga pilha de rejeito, foram realizadas 32 sondagens, definidas<br />
em uma malha regular de 50,0 x 50,0m e identificadas como SD-01 a SD-32 e<br />
outras 6 sondagens, definidas com base nos resultados apresentados<br />
preliminarmente pela geofísica, em áreas que apresentaram condutividades<br />
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6-147
diferentes do background atribuído a área, identificadas como SD-33 a SD-38.<br />
Destas, 35 foram analisadas para metal e 10 foram analisadas para VOC,<br />
SVOC, TPH, PCB e Dioxinas e Furano.<br />
Foi observado impacto por cádmio em grande parte da área da pilha de rejeito<br />
tanto na parte superficial da pilha (profundidade de 0,5m) quanto nas amostras<br />
coletadas próximo à franja capilar em concentrações acima dos limites de<br />
intervenção da lista orientadora CETESB. Foram detectados impactos pontuais<br />
por chumbo, arsênio e vanádio em concentrações acima dos limites de<br />
intervenção desta lista.<br />
O impacto observado está relacionado, tanto em relação às concentrações<br />
como na localização detectada da matéria prima utilizada no processo<br />
industrial de separação do zinco (no início das atividades da INGÁ) e cádmio<br />
(na fase final das atividades da INGÁ), que geravam um rejeito que possuía<br />
concentrações de cádmio (início das atividades), chumbo, arsênio, vanádio e<br />
outros metais.<br />
As coletas realizadas a profundidades de 4,0, 8,0 e 10,0 metros também<br />
apresentaram concentrações de cádmio acima dos limites de intervenção<br />
estabelecidos, demonstrando um caráter vertical do impacto deste que pode<br />
ser considerado o principal metal impactante da área.<br />
Cabe salientar que nestas profundidades não foram detectadas concentrações<br />
dos metais detectados superficialmente, o que indica a provável lixiviação e/ou<br />
solubilização dos mesmos nestas profundidades, decorrentes do tempo em que<br />
ficaram depositados na área, ou devido a matéria prima utilizada ou mesmo o<br />
processo industrial que era utilizado na época da deposição (quanto mais<br />
próximo à base da pilha, mais antiga a deposição do rejeito).<br />
De acordo com a situação atual da área, o rejeito continua como uma fonte<br />
ativa, impactando diretamente o nível saturado por lixiviação e/ou solubilização,<br />
além do impacto à água superficial da bacia de contenção da pilha de rejeito.<br />
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6-148
Nas 10 amostras de solo analisadas para VOC, SVOC e TPH da pilha de<br />
rejeito, os resultados não indicaram concentrações acima dos limites de<br />
detecção laboratoriais.<br />
As Tabelas <strong>6.1</strong>.1.8.4-1a a <strong>6.1</strong>.1.8.4-3 presentes no anexo <strong>6.1</strong>-9 apresentam os<br />
resultados das análises químicas de solo da área da pilha de rejeitos (SD-01 a<br />
SD-36).<br />
Avaliação da qualidade do solo - Área da Fábrica e Limites<br />
(ARCADIS/USIMINAS, 2009):<br />
Na área externa a pilha de rejeito foram realizadas 97 sondagens e destas, 39<br />
foram amostradas para metal, 19 para VOC e SVOC, 17 para TPH e 2 para<br />
Dioxinas e Furanos.<br />
Nas áreas limítrofes foram realizadas 15 sondagens, incluindo as áreas do<br />
mangue e a área próxima a lagoa.<br />
Foram realizadas 13 sondagens na área do antigo bota-fora, e 6 sondagens<br />
nas áreas da antiga estação de tratamento e da atual bacia pulmão.<br />
Na área intitulada “fábrica” foram realizadas 63 sondagens.<br />
As Tabelas <strong>6.1</strong>.1.8.4-4a à <strong>6.1</strong>.1.8-8 presentes no anexo <strong>6.1</strong>-9 apresentam os<br />
resultados das análises químicas de solo da área externa a pilha de rejeitos<br />
(SD-39 a SD-135).<br />
Com base nos resultados foi definido que a área da fábrica apresenta impactos<br />
no solo acima dos limites de intervenção da lista orientadora da CETESB para<br />
arsênio, cádmio, chumbo, cobalto, cobre e níquel sendo definidas as seguintes<br />
áreas impactadas:<br />
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6-149
Área da APEH 2 - antigamente utilizada para a estocagem de matéria<br />
prima, apresentou nas amostras de solo, concentrações acima dos limites de<br />
intervenção da lista orientadora CETESB para cádmio, chumbo, cobalto e<br />
níquel. O impacto está relacionado a disposição de matéria prima que possuía<br />
elevadas concentrações destes metais e possivelmente ocorreu lixiviação e/ou<br />
solubilização deste material com posterior infiltração para o solo abaixo do piso,<br />
ocorrendo de forma pontual na área.<br />
Área da APEH 7 - onde antigamente era realizado o processo industrial, e<br />
a matéria prima era estocada em tanques de madeira. Nesta área foram<br />
detectadas concentrações acima dos limites de intervenção da lista orientadora<br />
CETESB para arsênio, cádmio, cobalto e níquel. O impacto está relacionado às<br />
práticas do processo industrial ou acondicionamento da matéria prima. Cabe<br />
salientar que o piso, quando presente, apresenta-se com rachaduras, sendo<br />
assim, esta área é caracterizada como fonte direta de exposição do material<br />
impactante (matérias primas) para o solo, principalmente ao redor dos tanques<br />
de madeira.<br />
Área da APEH 8 – a antiga bacia que servia para a acumulação de rejeito<br />
apresentou nas amostras de solo, concentrações acima dos limites de<br />
intervenção da lista orientadora CETESB para cádmio, chumbo e cobre. O<br />
material depositado (torta), provavelmente foi lixiviado e infiltrou pelo piso. São<br />
encontrados resíduos desta “torta” (rejeito) na área, podendo definir que a área<br />
continua com uma fonte ativa de impacto ao solo e à água subterrânea.<br />
Área da APEH 9 - área do antigo bota-fora apresentou nas amostras de<br />
solo, concentrações acima dos limites de intervenção da lista orientadora<br />
CETESB para cádmio e chumbo. Nesta área foram depositados os resíduos<br />
dos processos produtivos. O local não apresenta pavimentação, atribuindo-se<br />
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6-150
um impacto direto por contato com o solo, sendo que parte deste material ainda<br />
encontra-se distribuído na área. O perfil de solo é muito pouco significativo com<br />
espessuras menores que 1 metro, estando diretamente acima da alteração de<br />
rocha metamórfica. Nesta área não é apresentado um lençol freático -<br />
sedimentar que possa estar sendo impactado pelo solo, porém representa uma<br />
fonte de impacto para porções topograficamente mais baixas, por ação de<br />
diversos fatores, como a alta pluviosidade regional e a lixiviação do solo.<br />
Área da antiga estação de magnésio - apresentou na amostra SD-110<br />
concentração acima do limite de intervenção da lista orientadora CETESB para<br />
cádmio. Esta área localiza-se próxima a pilha de rejeito. O material depositado<br />
no local durante as atividades da estação provavelmente tenham infiltrado no<br />
solo, porém outra possibilidade da natureza do impacto seja a proximidade com<br />
a pilha de rejeitos (a área está em uma porção mais baixa topograficamente da<br />
pilha).<br />
As quatro áreas (APEH 2, 7, 8 e 9) possuem nível de água subterrânea<br />
praticamente superficial com média menor que 1,5 m tornando-se o solo<br />
superficial uma potencial fonte secundária de impacto para a água subterrânea.<br />
A área in situ do bota-fora não apresenta nível de água superficial, porém<br />
devido ao relevo e a chuva provavelmente esteja impactando o solo do entorno<br />
e secundariamente a água subterrânea.<br />
Nas amostras coletadas para VOC, SVOC, TPH, PCB, Dioxinas e Furanos, os<br />
resultados das analises indicaram concentrações abaixo dos limites de<br />
detecção laboratoriais e/ou dos limites de intervenção dos padrões adotados.<br />
Sedimento de Fundo<br />
Foram coletadas 8 amostras de SEDIMENTO DE FUNDO, sendo três amostras<br />
na parte sudeste da área (rio da Guarda) com a finalidade de atribuir o<br />
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ackground da área, uma amostra na lagoa, e outras quatro amostras ao longo<br />
dos reservatórios internos (bacia de contenção da pilha de rejeito, bacia<br />
pulmão, bacia de concreto e bacia de água industrial). Estas foram intituladas<br />
de SM (Quadro <strong>6.1</strong>.1.8.4-2).<br />
Quadro <strong>6.1</strong>.1.8.4-2: Localização das estações de sedimento.<br />
Estação<br />
SM-01<br />
SM-02<br />
SM-03<br />
SM-04<br />
SM-05<br />
SM-06<br />
SM-07<br />
SM-<strong>08</strong><br />
Fonte: ARCADIS/USIMINAS (2009).<br />
Localização<br />
Limite sudeste da área (rio da Guarda)<br />
Lagoa<br />
Bacia ao redor da pilha de rejeitos<br />
Bacia pulmão<br />
Bacia de concreto<br />
Bacia de água industrial<br />
As 8 amostras coletadas (SM-01 a SM-<strong>08</strong>) foram encaminhadas para análise<br />
química de Metais e os resultados são apresentados na Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4-9<br />
presente no anexo <strong>6.1</strong>-9.<br />
Avaliação da Qualidade dos Sedimentos de Fundo (ARCADIS/USIMINAS,<br />
2009)<br />
Fundo dos Reservatórios Internos (SM-05 a SM-<strong>08</strong>)<br />
Os resultados das amostras de sedimento de fundo coletadas nos reservatórios<br />
internos da área (Bacia de Contenção da Pilha de Rejeito, Bacia Pulmão, Bacia<br />
de Concreto e Bacia das Águas Industriais) não foram comparados com<br />
nenhum padrão de referência, sendo utilizados apenas como referência para o<br />
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6-152
descomissionamento da área e sua possível relação com os pontos de água<br />
subterrânea impactados.<br />
Foram encontradas concentrações significativas para cádmio nas amostras dos<br />
quatro reservatórios: bacia de contenção da pilha (SM-05); bacia pulmão (SM-<br />
06); bacia de concreto (SM-07); e bacia de águas industriais (SM-<strong>08</strong>), além de<br />
concentrações significativas de chumbo na bacia de contenção da pilha de<br />
rejeito e na bacia de concreto. As concentrações obtidas na amostra da bacia<br />
de contenção da pilha de rejeito estão relacionadas à interação com o rejeito.<br />
As bacias pulmão e de concreto recebem águas oriundas da bacia de<br />
contenção da pilha de rejeito sendo este o fator responsável por este cenário. A<br />
área da bacia de águas industriais recebia os resíduos gerados pelo processo<br />
(tortas), o que provavelmente deve ter ocasionado estas concentrações.<br />
Sedimento do Rio da Guarda (SM-01 a SM-03) e da Lagoa (SM-04)<br />
As amostras do Rio da Guarda foram realizadas apenas para se obter um<br />
resultado das concentrações atuais destes setores antes da instalação e<br />
operação da pêra ferroviária da USIMINAS, não fazendo parte do escopo de<br />
adequação ambiental proposto.<br />
Os resultados analíticos de metais para as amostra de sedimento de fundo<br />
foram comparados com o padrão de intervenção para sedimento de fundo da<br />
FDEP (Florida Departament Environmental Protection), devido à proximidade<br />
com o mar, o qual não apresenta padrão de comparação para todos os metais.<br />
1) Lagoa<br />
Os resultados analíticos para a amostra de sedimento de fundo coletada na<br />
área da lagoa (SM-04) apresentou concentrações no nível de intervenção do<br />
padrão FDEP para Cádmio, Cromo e Níquel, além de concentrações<br />
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6-153
significativas para Chumbo, Cobre e Zinco (não abrangidas pelo padrão de<br />
comparação). Estas análises foram realizadas somente como registro da<br />
qualidade deste compartimento antes do inicio de qualquer atividade da<br />
USIMINAS na área.<br />
Os mesmos também foram detectados acima dos limites de intervenção do<br />
padrão CETESB na água subterrânea dos poços de monitoramento instalados<br />
neste setor e na água superficial do dique de contenção da pilha de rejeito.<br />
Este impacto deve estar relacionado aos transbordamentos ocorridos na<br />
década de 90 e atualmente pode existir uma contribuição gerada pelo fluxo da<br />
água subterrânea impactada.<br />
2) Rio da Guarda<br />
Nas amostras coletadas no Rio da Guarda foram detectadas concentrações<br />
acima do limite de intervenção do padrão FDEP para Cádmio na SM-03<br />
localizada à montante do Rio da Guarda, a leste da bacia pulmão; Cromo Total<br />
na SM-01, a sul da área, Mercúrio nas três amostras e Níquel nas amostras<br />
coletadas na SM-01 e SM-02, à jusante da área. Os demais compostos não<br />
foram detectados em concentrações significativas ou não há parâmetro para tal<br />
comparação.<br />
Estas concentrações provavelmente foram obtidas em decorrência dos antigos<br />
transbordamentos ocorridos durante a década de 90. Cabe salientar que o<br />
Padrão FDEP apresenta valores orientadores apenas para cádmio, cromo,<br />
mercúrio e níquel, porém a presença de zinco ocorre em concentrações de até<br />
110,2 mg/kg. Concentrações de ferro e manganês também foram detectadas<br />
em concentrações elevadas, porém pode-se caracterizá-los como provenientes<br />
de fonte do ambiente natural (mangue).<br />
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6-154
Avaliação das Águas Subterrâneas<br />
Hidrogeologia Regional<br />
A área é representada pelos aqüíferos formados por sedimentos quaternários<br />
costeiros e pelos aqüíferos fissurais.<br />
Os aqüíferos formados por sedimentos quaternários costeiros são compostos<br />
por argilas ricas em matéria orgânica, que geralmente não apresentam<br />
condições de aproveitamento da água subterrânea (Martins et al 2006).<br />
Geralmente no território fluminense os aqüíferos fissurais são de produção<br />
aleatória e pobre, sujeitos a trabalhos hidrogeológicos de locação para sua<br />
melhor captação.<br />
Na água subterrânea superficial nota-se uma influência direta da maré,<br />
atribuindo a esta um caráter salino, não sendo relacionada como recurso<br />
hídrico.<br />
Instalação de Poços de Monitoramento<br />
Para o detalhamento da qualidade da ÁGUA SUBTERRÂNEA foram instalados<br />
25 poços de monitoramento, perfazendo um total de 84,9 metros perfurados.<br />
Os poços de monitoramento foram instalados levando-se em consideração as<br />
áreas potencialmente impactadas, além de poços nas áreas limítrofes. A<br />
distribuição foi a seguinte: 12 poços de monitoramento na área da “fábrica”, 2<br />
poços de monitoramento na área da antiga estação de tratamento e área da<br />
bacia pulmão e 11 poços de monitoramento nos limites da área. Os poços de<br />
monitoramento tiveram profundidades variando de 2,4 a 4,0 m. Estas foram<br />
intituladas de PM (Quadro <strong>6.1</strong>.1.8.4-3).<br />
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6-155
Quadro <strong>6.1</strong>.1.8.4-3: Localização das estações de água subterrânea.<br />
Estação Localização<br />
PM-01<br />
Próximo a bacia de acumulação de rejeito, sul da área<br />
PM-25<br />
PM-02<br />
PM-<strong>08</strong><br />
No limite da área a leste, próxima a área do mangue<br />
PM-09<br />
PM-10<br />
PM-11 No limite norte da área<br />
PM-12<br />
PM-13 Limite NW da área, próximo a lagoa<br />
PM-14<br />
PM-15<br />
PM-16 Limite Oeste da área, em divisa com a rua e posteriormente com residência<br />
PM-17<br />
PM-03 A Leste da APEH 06 e sul da APEH 07, na área da fábrica<br />
PM-04 Área da bacia pulmão e bacia de concreto (APE 10)<br />
PM-05<br />
PM-06 Limite sudeste da área, a sul e leste da bacia pulmão (APE 10)<br />
PM-07<br />
PM-18<br />
Antiga área da estação rebaixadora de alta tensão (APEH 1)<br />
PM-19<br />
PM-20 Área do tanque de BPF (APEH 3)<br />
PM-21<br />
Área do antigo galpão de preparação da solução de sulfato de zinco (APEH 7)<br />
PM-23<br />
PM-22 Área da antiga Oficina (APEH 5)<br />
PM-24 Antiga área de manutenção de veículos (APE 14)<br />
Fonte: ARCADIS/USIMINAS (2009).<br />
Levantamento topográfico<br />
Após instalação, cada um dos poços foi locado com auxílio de serviço<br />
topográfico. Este levantamento permite que sejam atribuídos valores de<br />
localização geográfica aos poços e/ou sondagens para que sejam plotados em<br />
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6-156
planta com precisão. Este levantamento é feito a partir de um datum local<br />
(referência conhecida) com o qual calcula-se as coordenadas x, y e a altimetria<br />
(altitude) de cada ponto da área. A tabela apresenta as cotas utilizadas na<br />
elaboração do mapa potenciométrico.<br />
Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4-10: Dados de monitoramento do nível da água subterrânea, realizada no dia<br />
11/03/09 entre ás 8:26 e 10:20 (maré baixa)<br />
ID<br />
Prof.<br />
(m)<br />
Seção<br />
Filtrante<br />
(m)<br />
Coordenadas UTM<br />
X<br />
Cota<br />
Topog.<br />
(m)<br />
Nível d’<br />
água<br />
(m)<br />
Cota<br />
Pot<br />
(m)<br />
PM01 4,0 3 620324.023 7464963.772 5,861 2,703 3,158<br />
PM02 3,5 3 620553.529 7465419.605 3,261 1,665 1,596<br />
PM03 3,3 3 620263.516 7465074.731 4,788 1,553 3,235<br />
PM04 4,0 3 620518.018 7465117.438 3,294 1,334 1,960<br />
PM05 3,6 3 620666.524 7465090.111 3,616 1,373 2,243<br />
PM06 3,5 3 620750.1<strong>08</strong> 7465183.169 2,973 1,127 1,846<br />
PM07 3,5 3 620725.987 7465278.356 3,174 1,550 1,624<br />
PM<strong>08</strong> 3,8 3 620562.124 7465255.760 2,585 0,890 1,695<br />
PM09 4,0 3 620553.515 7465483.556 2,840 1,136 1,704<br />
PM10 4,0 3 620579.627 7465620.001 2,036 0,834 1,202<br />
PM11 3,5 3 620297.056 7465712.467 3,629 1,754 1,875<br />
PM12 3,3 3 620026.871 7465739.326 4,939 1,792 3,147<br />
PM13 2,4 3 619781.565 7465702.779 4,329 1,712 2,617<br />
PM14 3,6 3 619926.315 7465611.638 5,109 1,758 3,351<br />
PM15 3,3 3 619902.402 7465438.934 4,485 0,523 3,962<br />
PM16 3,4 3 619987.802 7465259.049 6,096 1,249 4,847<br />
PM17 3,3 3 620038.347 7465162.230 5,406 0,402 5,004<br />
PM18 3,6 3 620093.097 7465310.264 6,171 1,693 4,478<br />
PM19 3,6 3 620105.324 7465302.976 5,713 1,572 4,141<br />
PM20 3,5 3 620091.378 7465236.577 5,247 1,226 4,021<br />
PM21 3,3 3 620136.092 7465215.652 5,425 1,057 4,368<br />
PM22 3,6 3 620109.576 7465186.597 5,122 0,905 4,217<br />
PM23 3,5 3 620170.823 7465171.022 5,392 0,871 4,521<br />
PM24 3,8 3 620106.271 7465056.512 5,328 0,982 4,346<br />
PM25 4,0 3 620238.540 7464906.254 6,899 3,345 3,554<br />
Y<br />
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6-157
O fluxo da água subterrânea possui duas vertentes, ambas no sentido do mar<br />
sendo, uma com direção norte no sentido da lagoa e outra a nordeste com<br />
direção da área alagada (mangue).<br />
Amostragem da água subterrânea<br />
Foram coletadas amostras dos 25 poços de monitoramento instalados na área<br />
da USIMINAS (PM-01 a PM-25), segundo escopo analítico pré-definido de<br />
acordo com as atividades executadas em cada uma das áreas de potencial<br />
enfoque.<br />
As amostras coletadas foram enviadas ao laboratório para análises químicas<br />
dos parâmetros: Metais, VOC (Compostos Orgânicos Voláteis), SVOC<br />
(Compostos Orgânicos Semivoláteis), TPH (Hidrocarbonetos Totais de<br />
Petróleo) e PCB (Bifelinas Poolicloradas).<br />
Para a amostragem da água subterrânea foi selecionado o método de baixa<br />
vazão “low flow” sendo utilizado uma bomba tipo “blader”. A amostragem da<br />
água subterrânea incluiu as seguintes atividades:<br />
Medição do nível da água subterrânea (NA) dos poços relacionados;<br />
Medição dos parâmetros in situ (temperatura, condutividade, oxigênio<br />
dissolvido, pH, potencial de óxido-redução e turbidez);<br />
Amostragem da água subterrânea em frascos fornecidos pelo laboratório;<br />
Garantia da qualidade<br />
Durante a coleta da água subterrânea foram medidos os parâmetros físicos,<br />
para verificar o pH, potencial de óxido redução (ORP), oxigênio dissolvido<br />
(OD), turbidez, condutividade elétrica e temperatura e estão apresentados na<br />
tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4-11.<br />
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6-158
Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4-11: Resultados das análises físico químicas “in situ” da água subterrânea<br />
ID<br />
Temp.<br />
(ºC)<br />
Cond.<br />
Elétrica<br />
(μS/cm)<br />
pH<br />
ORP (mV)<br />
OD<br />
(mg/l)<br />
Turbidez<br />
(NTU)<br />
PM01 27,91 1490 6,77 -42,6 8,39 -<br />
PM02 27,58 10418 5,77 28,7 2,85 -<br />
PM03 27,68 6857 5,27 110,0 5,68 -<br />
PM04 28,49 2886 4,44 50,7 0,03 21,47<br />
PM05 27,49 1824 5,26 46,7 0,03 7,29<br />
PM06 29,68 447 4,56 -95,5 0,01 -<br />
PM07 29,42 3518 7,44 -32,3 0,03 -<br />
PM<strong>08</strong> 27,69 2772 5,86 50,9 2,84 -<br />
PM09 30,63 12047 2,74 124,9 0,14 5,94<br />
PM10 35,29 36983 7,43 -263,4 0,18 -<br />
PM11 30,94 29586 6,95 -49,8 1,40 -<br />
PM12 32,82 10949 4,70 220,5 1,89 -<br />
PM13 31,20 193 6,97 -62,5 1,18 -<br />
PM14 29,07 16040 4,78 181,2 1,51 -<br />
PM15 27,54 127 2,14 234,9 0,38 3,54<br />
PM16 29,05 319 2,71 229,0 0,11 63<br />
PM17 26,16 115 6,03 -14,0 3,27 -<br />
PM18 28,07 1940 5,27 54,0 0,05 111<br />
PM19 27,10 1046 7,32 -111,6 4,05 -<br />
PM20 29,38 798 7,66 -63,6 0,12 152<br />
PM21 25,02 4904 8,24 -51,5 0,02 7,04<br />
PM22 26,62 251 7,<strong>08</strong> -137,7 2,40 -<br />
PM23 26,67 17559 4,97 202,6 3,99 -<br />
PM24 30,80 333 6,96 -114,4 3,77 -<br />
PM25 27,28 415 5,60 222,6 7,12 -<br />
Avaliação da qualidade da água subterrânea (ARCADIS/USIMINAS, 2009)<br />
A água subterrânea encontrada na área tem como nível de base o sistema<br />
estuarino da Baía de Sepetiba. Devido à limitada zona de recarga, proximidade<br />
do mar e influência da maré, a água subterrânea local não apresenta<br />
qualidades naturais que permitam considerá-la um manancial de<br />
abastecimento (ARCADIS/USIMINAS, 2009).<br />
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6-159
Os resultados de pH apresentaram duas áreas com valores mais ácidos (2 a 5)<br />
nas porções: próximas a bacia de contenção da pilha de rejeito a norte<br />
(próxima a lagoa); e a sul (próximo as bacias de água industrial e de concreto).<br />
O restante dos valores ficou entre 5 e 7. Este pH mais ácido provavelmente<br />
esta relacionado a infiltrações e/ou transbordamentos da água superficial da<br />
bacia de contenção da pilha de rejeito que possui pH menor que 5.<br />
Os resultados da condutividade elétrica (µs/cm) variaram entre 115 a 36.983<br />
µs/cm e apresentaram os maiores valores na área a nordeste da bacia de<br />
contenção da pilha de rejeito, provavelmente relacionada com a influência da<br />
maré, tendo uma maior salinidade da água subterrânea neste setor. Na área<br />
próxima a lagoa também foi detectado valor maior que 20.000 µs/cm.<br />
Os valores do potencial de óxido-redução (ORP) oscilaram entre -263,4 mV a<br />
234,9 mV, as concentrações de oxigênio dissolvido (OD) de 0,02 mg/l<br />
(ambiente anóxico) a 8,39 mg/l (ambiente bem oxigenado) e a temperatura<br />
média foi de 28,8ºC. Os resultados são ilustrados na Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4-4.<br />
a) b)<br />
c) d)<br />
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6-160
e) f)<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4-4: Resultados das análises físico químicas “in situ” da água subterrânea.<br />
Fonte: Elaborado a partir de ARCADIS/USIMINAS (2009).<br />
As análises químicas de metais foram comparadas com a lista de valores<br />
orientadores para águas subterrâneas da CETESB.<br />
Amostras com concentrações acima dos limites de intervenção da lista<br />
orientadora da CETESB foram encontradas para os metais arsênio, cádmio,<br />
chumbo, cobalto, cromo, níquel e zinco. Numa grande área constata-se um<br />
indicativo de impacto da água subterrânea, sendo as principais fontes<br />
decorrentes das práticas passadas na unidade fabril da antiga INGÁ, da pilha<br />
de rejeito, que ocupa boa parte do terreno adquirido pela USIMINAS, e das<br />
bacias.<br />
Ressalta-se que estes resultados devem ser avaliados apenas com objetivo de<br />
identificar e delimitar os impactos à água subterrânea local decorrentes de<br />
atividades passadas e do depósito de rejeitos, não podendo ser comparados e<br />
interpretados como impactos à qualidade para consumo humano, uma vez que<br />
as águas subterrâneas locais tem forte influência marinha, não sendo<br />
considerada como recurso hídrico explotável.<br />
De acordo com os resultados obtidos, foi possível encontrar sete possíveis<br />
centros de massa que podem representar diferentes fontes, sendo elas:<br />
Área da APEH 7 (Galpão de preparação da solução de sulfato de zinco):<br />
nesta área foram encontrados centros de massa para arsênio, cádmio,<br />
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6-161
chumbo, cobalto, níquel e zinco acima dos limites de intervenção da lista<br />
orientadora CETESB. É provável que este impacto tenha sido causado durante<br />
os processos de preparação da matéria prima, e posteriormente com a matéria<br />
prima depositada na área. Estas atividades provavelmente impactaram o solo,<br />
que por consequência se tornaram uma fonte de impacto secundário à água<br />
subterrânea.<br />
Área da APEH 1 (Área dos antigos transformadores): nesta área foram<br />
encontrados centros de massa para arsênio, cádmio, chumbo, níquel e zinco,<br />
acima dos limites de intervenção da lista orientadora CETESB. Foram<br />
encontrados durante a realização das sondagens geotécnicas uma espessura<br />
de 1,3 m de rejeito a uma profundidade de 1,5 m O rejeito enterrado<br />
provavelmente contribui como fonte primária para a água subterrânea.<br />
Jusante da APEH 9 (Armazenamento de resíduos, antigo bota-fora): A<br />
jusante do antigo bota-fora foram detectados centros de massa para arsênio,<br />
cádmio, chumbo, cobalto, níquel e zinco acima dos limites de intervenção da<br />
lista orientadora CETESB. O impacto provavelmente tenha ocorrido por<br />
escorregamento de solo impactado da área do bota-fora para esta área e<br />
posterior impacto para a água subterrânea, ou pela lixiviação do material<br />
depositado no antigo bota-fora por água da chuva e consequente percolação<br />
até o horizonte que apresenta a água subterrânea. Na área do antigo bota-fora<br />
ainda são encontrados rejeitos dispostos pelo terreno que podem continuar<br />
gerando este impacto.<br />
Área da APE 10 (Bacia de concreto): foram identificados centros de massa<br />
para arsênio, cádmio, chumbo, cobalto, níquel e zinco acima dos limites de<br />
intervenção da lista orientadora CETESB. O impacto provavelmente esteja<br />
ocorrendo devido à interação da água superficial desta bacia com o nível<br />
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6-162
freático ou através de transbordamentos ocorridos na área. A água superficial<br />
contida neste tanque é proveniente da bacia de contenção da pilha de rejeito<br />
que por continuar recebendo estas águas residuárias, se tornam uma fonte<br />
ativa de impacto à água subterrânea. Neste setor foram detectadas<br />
concentrações significativas de chumbo e cádmio tanto para o sedimento de<br />
fundo quanto para a água superficial que corroboram com estas afirmações.<br />
Área da APE 10 (Armazenamento de cal e antiga estação de<br />
tratamento): nesta área foi identificado centro de massa para zinco acima dos<br />
limites de intervenção da lista orientadora CETESB. Este impacto está ligado<br />
ou aos misturadores de cal ou as antigas atividades da estação de tratamento.<br />
Área da APE 13 (A noroeste da bacia de contenção da água da pilha de<br />
rejeito): foram detectados centros de massa para cádmio, chumbo, cromo, e<br />
níquel (e possivelmente para arsênio). Esta área está influenciada pelas águas<br />
superficiais da bacia de contenção da pilha de rejeito, que podem estar<br />
impactando a área através de vazamentos ou transbordamentos do dique de<br />
contenção diretamente para o lençol freático (a água superficial da bacia possui<br />
potencial hidráulico maior que o do lençol freático).<br />
Área da APE 11 (A leste da bacia de contenção da água da pilha de<br />
rejeito): foram detectados centros de massa para arsênio, cádmio, chumbo,<br />
cobalto e níquel acima dos limites de intervenção da lista orientadora CETESB.<br />
Esta fonte provavelmente está ligada às águas da bacia de contenção da pilha<br />
de rejeito, que contribuem para o impacto na água subterrânea do setor, com<br />
cenário igual ao anterior (APE 13). Nas amostras de sedimento de fundo e<br />
água superficial coletadas próximas na área da bacia de contenção da pilha de<br />
rejeito foram identificadas concentrações significativas de cádmio e chumbo<br />
que corroboram com está informação.<br />
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6-163
Foram encontradas concentrações pontuais para boro, prata e bário, acima dos<br />
limites de intervenção do padrão CETESB. O boro (PM-02, PM-10 e PM-11) e<br />
a prata (PM-10, PM-11 e PM-14) foram encontrados em pontos próximos a<br />
bacia de contenção da pilha, enquanto o bário em um ponto na área da fábrica<br />
(PM-22) e em um ponto próximo à bacia pulmão (PM-07).<br />
Foram detectadas concentrações de Ferro e Manganês acima dos limites de<br />
intervenção da lista orientadora da CETESB de forma homogênea na área. É<br />
possível observar em diversos trabalhos, como Hypolito, 2005 apud<br />
ARCADIS/USIMINAS, 2009, que nos sistemas de mangue (ambientes<br />
coloidais) há uma contribuição natural de ferro e manganês, sendo esperados<br />
resultados significativos. Estes dois compostos não estariam assim<br />
relacionados a qualquer impacto das atividades realizadas na área, tratando-se<br />
do background local.<br />
As análises da água subterrânea referentes à VOC, SVOC, TPH, PCB e Via<br />
Clássica não detectaram concentrações superiores aos limites de intervenção<br />
da lista orientadora da CETESB e/ou limites de detecção laboratoriais.<br />
Os resultados analíticos e a identificação das amostras estão listados nas<br />
tabelas <strong>6.1</strong>.1.8.4-12 a <strong>6.1</strong>.1.8.4-16 presentes no anexo <strong>6.1</strong>-9.<br />
<strong>6.1</strong>.1.8.4.1 Qualidade da Água Superficial<br />
Foram coletadas 8 amostras de água superficial, intituladas de AAS, para obter<br />
dados sobre o background atribuído a área nos principais cursos de água<br />
superficiais dos arredores (Rio da Guarda e lagoa), além de obter dados sobre<br />
os reservatórios internos (Quadro). Uma amostra definida previamente no Rio<br />
da Guarda (AAS-05) não foi possível de ser coletada, devido a impossibilidade<br />
de acesso por conta da variação da maré.<br />
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6-164
Quadro <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-1: Localização das estações de água superficial<br />
Estação<br />
AAS- 01 (Sul da área)<br />
AAS-03<br />
AAS-04 (Norte da área)<br />
AAS-06 (Lagoa)<br />
AAS-02 (Bacia de contenção da pilha de rejeito)<br />
AAS-07 (Bacia Pulmão)<br />
AAS-<strong>08</strong> (Bacia de Concreto)<br />
AAS-09 (Bacia de água industrial)<br />
Fonte: ARCADIS/USIMINAS (2009).<br />
Localização<br />
Rio da Guarda<br />
Lagoa<br />
Reservatórios internos<br />
A Figura Anexo <strong>6.1</strong>-10 apresenta a localização dos pontos de coleta de água<br />
superficial.<br />
As 8 (oito) amostras coletadas foram analisadas para metais e seus resultados<br />
foram comparadas com os valores do CONAMA 357 para águas salobras,<br />
Classe II.<br />
Durante a coleta das amostras de água superficial para análise de metais<br />
foram medidos os parâmetros físicos, para verificar o pH, condutividade<br />
elétrica, potencial de óxido-redução (ORP), oxigênio dissolvido (OD) e<br />
temperatura, apresentados na tabela 25.<br />
Os resultados dos parâmetros medidos in situ apresentaram: pH variando entre<br />
4,97 a 13,64; condutividade elétrica de 538 a 80929 μS/cm; oxigênio dissolvido<br />
de 0,37 a 0,7 mg/l; potencial de oxidoredução de 24,7 a 378 mV e temperatura<br />
média de 32,3 °C.<br />
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6-165
Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-1: Resultados das análises físico químicas “in situ” da água subterrânea<br />
ID<br />
Temp.<br />
(ºC)<br />
Cond.<br />
Elétrica<br />
(μS/cm)<br />
pH<br />
ORP (mV)<br />
OD<br />
(mg/l)<br />
AAS-01 31,59 80929 9,72 30,9 0,46<br />
AAS-02 35,90 3485 4,97 93,7 0,50<br />
AAS-03 32,32 32869 9,49 24,7 0,51<br />
AAS-04 29,47 6175 9,91 25,7 0,37<br />
AAS-06 32,92 570 11,18 36,3 0,70<br />
AAS-07 31,29 2666 13,14 69,0 0,57<br />
AAS-<strong>08</strong> 29,63 2730 13,64 87,8 0,55<br />
AAS-09 35,42 538 8,01 378,0 0,52<br />
Com o propósito de avaliar possíveis impactos ao SOLO, foram realizadas 135<br />
sondagens em toda a área da unidade, perfazendo um total de 289,4 metros<br />
perfurados:<br />
Na área da antiga pilha de rejeito, foram realizadas 38 sondagens,<br />
definidas em uma malha regular de 50 em 50 metros e identificadas<br />
com a nomenclatura de SD-01 a SD-32.<br />
Foram ainda realizadas outras 6 sondagens, definidas com base nos<br />
resultados apresentados preliminarmente pela geofísica, em áreas<br />
que apresentaram condutividades diferentes do background atribuído<br />
a área, e foram identificadas como SD-33 a SD-38.<br />
Nas áreas limítrofes foram realizadas 12 sondagens, incluindo as<br />
áreas do mangue e a área próxima a lagoa.<br />
Foram realizadas 13 sondagens na área do antigo bota-fora, e 6<br />
sondagens nas áreas da antiga estação de tratamento e da atual<br />
bacia pulmão.<br />
Na área intitulada “fábrica” foram realizadas 66 sondagens.<br />
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6-166
Qualidade da água superficial<br />
Durante a coleta da água superficial foram medidos os parâmetros físicos, para<br />
verificar o pH, condutividade elétrica, potencial de óxido-redução (ORP),<br />
oxigênio dissolvido (OD) e temperatura.<br />
Os resultados dos parâmetros medidos na água superficial in situ<br />
apresentaram condutividade elétrica variando de 538 a 80929 μS/cm e o pH<br />
variando entre 4,97 a 13,64, o potencial de óxidoredução de 24,7 a 378 mV e o<br />
oxigênio dissolvido de 0,37 a 0,7 mg/l, a temperatura média de 32,3 °C (Figura<br />
<strong>6.1</strong>.1.8.4.1-1).<br />
a) b)<br />
c) d)<br />
e)<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-1: Resultados das análises físico químicas “in situ” da água superficial.<br />
Fonte: Elaborado a partir de ARCADIS/USIMINAS (2009).<br />
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6-167
As figuras a seguir apresentam os resultados das análises químicas de metais<br />
para matriz água em pontos de coleta da água superficial nos reservatórios<br />
internos, na lagoa e em pontos do rio da Guarda (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-2).<br />
a) b)<br />
c) d)<br />
e) f)<br />
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6-168
g) h)<br />
i) j)<br />
k) l)<br />
m) n)<br />
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6-169
o) p)<br />
q) r)<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-2: Resultados de metais na água superficial dos reservatórios internos, na<br />
lagoa e no rio da Guarda. Os valores de intervenção, representados pela linha vermelha<br />
pontilhada, seguiram a proposta da Agência Nacional de Águas-ANA, definido no Plano<br />
Estratégico de Recursos Hídricos das Bacias Hidrográficas dos rios Guandu, da Guarda e<br />
Guandu Mirim e CONAMA Nº 357 (Classe II - Águas salobras). Fonte: Elaborado a partir de<br />
ARCADIS/USIMINAS (2009).<br />
Avaliação sobre a qualidade da água superficial (ARCADIS/USIMINAS, 2009):<br />
1) Reservatórios (bacias internas)<br />
O pH detectado possui valor ácido no dique de contenção da bacia de rejeito<br />
(4,97), valor levemente básico (8,01) na bacia de águas industriais e valores<br />
muito básicos nas bacias pulmão e de concreto (maiores que 13). O teor de<br />
oxigênio dissolvido ficou abaixo de 1 mg/l. A condutividades apresentou valores<br />
maiores que 3000 μs/cm com exceção do ponto localizado na bacia de águas<br />
industriais (538 μs/cm).<br />
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6-170
Os valores básicos de pH observados nas bacias estão relacionados aos<br />
sistemas de tratamento que passam estas águas (precipitação dos metais). O<br />
valor ácido de pH na bacia de contenção do dique deve estar relacionado a<br />
influência da pilha de rejeito, este pH está interferindo no pH da água<br />
subterrânea a jusante nas direções noroeste, leste e sul.<br />
Foram encontradas concentrações significativas de cádmio, chumbo, cobalto e<br />
zinco nas amostras de água superficial da bacia pulmão, bacia ao redor da<br />
pilha de rejeito e bacia de concreto. Na área da bacia de água industriais foram<br />
detectadas concentrações significativas para cádmio e zinco.<br />
As concentrações detectadas nas amostras coletadas na bacia ao redor da<br />
pilha de rejeito provavelmente têm influência do contato da água superficial<br />
com o aterro formado pelo rejeito (pilha).<br />
As bacias pulmão e de concreto possuem estas concentrações provavelmente<br />
por receberem as águas originárias da bacia de contenção da pilha de rejeito, e<br />
a bacia de águas industriais em dado momento recebeu parte do rejeito do<br />
processo industrial (tortas).<br />
A bacia de contenção ao redor da pilha e a bacia de concreto provavelmente<br />
vem atuando como fonte de impacto para a água subterrânea, conforme os<br />
resultados obtidos na amostragem da água subterrânea.<br />
2) Lagoa (a NW da área)<br />
Analisando os resultados obtidos na amostra coletada na lagoa, é possível<br />
observar um pH muito básico (11,18) e um oxigênio dissolvido menor que 1<br />
mg/l. Estas relações demonstram um impacto na área conforme a Resolução<br />
CONAMA 357 (classe III - águas doces), e possivelmente estes valores devem<br />
estar relacionados com as atividades de disposição de efluentes realizada pela<br />
população local.<br />
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6-171
Não foram detectadas concentrações acima dos limites de intervenção<br />
adotados para metais e via clássica na amostra coletada.<br />
3) Rio da Guarda<br />
Comparando os resultados físico-químicos com os valores aplicados às águas<br />
salobras de Classe 2 da CONAMA 357, esta resolução prevê como condição<br />
de qualidade de água superficiais “valores de oxigênio dissolvido não serem<br />
inferiores a 4mg/l e pH entre 6,5 a 8,5”. Avaliando os resultados obtidos nos<br />
três pontos de coleta incluindo o ponto a montante é possível observar valores<br />
de OD inferiores a 0,6 (nos três pontos) e pH acima de 8,7. As relações de<br />
oxigênio dissolvido e pH discordantes dos padrões recomendados para a água<br />
superficial apresentam-se desde os pontos a montante até os pontos a jusante.<br />
As concentrações de boro e zinco verificadas nas amostras com concentrações<br />
acima dos limites estabelecidos podem estar relacionadas com os<br />
transbordamentos ocorridos no passado, porém as concentrações encontradas<br />
na AAS-04 a montante podem relacionar o impacto as atividades executadas<br />
regionalmente e/ou variação da maré.<br />
Foram detectadas concentrações de prata de forma pontual tanto na água<br />
subterrânea próxima a área e na água superficial e devem ser resultado dos<br />
antigos transbordamentos.<br />
A Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-2 apresenta os resultados das análises químicas de<br />
metais para matriz água em pontos de coleta da água superficial nos<br />
reservatórios internos, na lagoa e em pontos do rio da Guarda e está presente<br />
no anexo <strong>6.1</strong>-9.<br />
Caracterização da Vegetação Regional<br />
A região é formada pela Floresta Ombrófila Densa, também chamada de<br />
Floresta Atlântica, que possui características tropicais, mesmo situando-se em<br />
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6-172
uma zona extratropical. A ausência de um período seco, temperaturas médias<br />
acima de 15 °C e a alta umidade determinam as características desta formação<br />
florestal.<br />
Estas características definem o surgimento de algumas adaptações nas plantas<br />
desta formação vegetal que devido a um suprimento garantido de água,<br />
desenvolveram diferentes estratégias para uma melhor captação de luz, sendo<br />
este um recurso disputado em um espaço densamente populoso.<br />
Folhas largas, formação de copas e estratos, presença abundante de lianas e<br />
epífitas são características destas adaptações. As espécies que predominam<br />
são oriundas das famílias das mirtáceas, leguminosas, rutáceas, lauráceas,<br />
meliáceas, apocináceas, palmeiras e outros mais.<br />
Geralmente encontra-se 3 estratos de plantas arbóreas, sendo “A” o estrato<br />
superior, “B” o estrato intermediário e “C” o estrato inferior. Abaixo deste<br />
encontra-se o estrato “D” (arbustivo) e finalmente o estrato “E” (terrestre),<br />
constituído por ervas e plântulas.<br />
De acordo com o IBGE (2004) a área de estudo está localizada em uma zona<br />
de Floresta Ombrófila Densa Submontana, cuja formação florestal é composta<br />
predominantemente por fanerófitos de até 30 m de altura. Na submata<br />
encontram-se plântulas de regeneração natural, alguns nanofanerófitos e<br />
caméfitos, palmeiras de pequeno porte e bastantes lianas herbáceas.<br />
No extrato herbáceo-arbustivo destacam-se xaxins (samambaias), caeté, erva<br />
cidreira e erva-d‟anta. Existem ali também muitas bromeliáceas, lianas, aráceas<br />
e epífitas.<br />
Caracterização da vegetação na porção sudeste da área<br />
Esta porção da área possui características de um fragmento de mata nativa<br />
cuja vegetação original já foi descaracterizada no passado, e que hoje se<br />
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6-173
encontra supostamente entre os estágios sucessionais secundário inicial e<br />
secundário tardio.<br />
O estrato terrestre possui serapilheira (camada de restos orgânicos,<br />
principalmente vegetais, em decomposição) bastante abundante, onde também<br />
ocorrem um grande número de plântulas de regeneração e alguns tipos de<br />
samambaias dispostas preferencialmente nos limites da mata.<br />
O estrato intermediário é composto por um grande número de árvores de<br />
pequeno porte bastante adensadas, palmeiras, lianas (cipós e trepadeiras) e<br />
epífitas (bromélias).<br />
O estrato superior é relativamente baixo, com cerca de 15 a 20 m de altura em<br />
média, de onde despontam alguns exemplares de maior porte, com raros<br />
espécimes que ultrapassam os 30 m de altura. Seu dossel é bastante fechado,<br />
limitando a entrada de luz no ambiente.<br />
Não foram avistados exemplares da fauna do local além de alguns pássaros e<br />
insetos. Este fato pode ser explicado pelo curto espaço amostral desta<br />
campanha de observação, mas também pode ser um reflexo das condições do<br />
ambiente e das ações antrópicas desenvolvidas no seu entorno, que incluem a<br />
criação de animais domésticos como porcos e cachorros com livre acesso ao<br />
fragmento.<br />
Em resumo, trata-se de um fragmento remanescente de Mata Atlântica, que<br />
teve sua função ecológica prejudicada em virtude da ocupação de seu entorno<br />
e da magnitude do efeito de borda sofrido em função de seu tamanho reduzido.<br />
O anexo <strong>6.1</strong>-11 apresenta o mapa da vegetação local.<br />
Amostragem da flora<br />
De forma a obter dados sobre as condições da flora atual na área, foram<br />
coletadas amostras da flora para análise de metais.<br />
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6-174
Estes dados não serão considerados durante a adequação ambiental da área<br />
sendo apenas utilizados como referência de qualidade e constatação da<br />
situação da qualidade destes indicadores antes do qualquer atividade da<br />
USIMINAS na área amostral, a qual foi selecionada considerando os seguintes<br />
critérios:<br />
Área de contato entre a variação da maré e zona de descarga da água<br />
subterrânea;<br />
Zona de transição entre a área da pilha e vegetação relacionada ao Rio da<br />
Guarda.<br />
Para a delimitação da área amostral foram traçadas 4 linhas transversais à<br />
área de interesse, com uma distância de aproximadamente 100 m entre uma e<br />
outra. Estas foram denominadas de linhas A, B, C e D. No sentido longitudinal<br />
à área de interesse, foram traçadas 5 linhas paralelas com distância de<br />
aproximadamente 50 m entre uma e outra. Estas foram denominadas de linhas<br />
1, 2, 3, 4 e 5. A coleta das amostras foi realizada em cada ponto de intersecção<br />
entre as linhas de orientação, completando assim um total de 20 amostras.<br />
A cada ponto de coleta foram amostradas folhas jovens e maduras de<br />
espécimes em diferentes estágios de desenvolvimento, sem distinção de<br />
espécies ou proporção pré-estabelecida entre uma e outra. O material coletado<br />
foi acondicionado em sacos impermeáveis, identificados e mantidos em<br />
temperatura ambiente até seu envio para o laboratório. O anexo <strong>6.1</strong>-12<br />
apresenta a localização dos pontos de coleta de flora.<br />
Resultados analíticos da flora local<br />
As amostras do Rio da Guarda foram realizadas apenas para se obter um<br />
resultado das concentrações atuais destes setores antes da instalação e<br />
operação da pêra ferroviária da USIMINAS, não fazendo parte do escopo de<br />
adequação ambiental proposto.<br />
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6-175
As tabelas <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-3 a <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-6 apresentam os resultados das análises<br />
químicas nas amostras de flora coletadas na porção leste da área.<br />
Os parâmetros alumínio, antimônio, ferro, mercúrio, prata e selênio não<br />
possuem padrões de comparação para estas duas referências utilizadas.<br />
Os resultados analíticos do teor de metais detectados nas amostras das folhas<br />
das espécies de mangue coletadas à jusante da área da USIMINAS<br />
detectaram concentrações superiores aos limites de toxidez estabelecidos na<br />
literatura para o cobalto, manganês e zinco (Kabata-Pendias & Pendias 1992).<br />
Quando estes resultados são comparados aos resultados obtidos no trabalho<br />
realizado por Ramos&Geraldo (2007) observa-se que os níveis de cádmio,<br />
cobre e zinco detectados nas folhas das espécies de mangue da área de<br />
estudo, ainda que abaixo dos limites de toxidez estabelecidos, são maiores que<br />
aqueles detectados nas mesmas espécies analisadas nas áreas de mangue do<br />
rio Cubatão.<br />
Desta forma, os resultados aqui apresentados sugerem que a área de mangue<br />
localizada a leste da bacia de contenção da pilha de rejeito possa ter sido<br />
impactada por metais pesados, principalmente cobalto e zinco, possivelmente<br />
devido aos transbordamentos ocorridos durante a década de 90.<br />
Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-3: Resultado de Metais na Flora Local - linha A (mg/kg)<br />
Parâmetros<br />
mg/kg<br />
A1 A2 A3 A4 A5<br />
Limite de<br />
Toxidez<br />
Valores de<br />
Comparação<br />
Alumínio 399,5
Manganês 74,3 62,4 176,0 637,4 441,3 300 -<br />
Mercúrio 0,04 0,12 0,14
Cádmio
Modelagem matemática de fluxo e transporte<br />
Construção do modelo conceitual<br />
Foi feita uma modelagem numérica que objetivou avaliar o escoamento do<br />
fluxo subsuperficial e o transporte de elementos químicos, em escala local para<br />
a unidade da USIMINAS em Itaguaí/RJ, com base nas concentrações obtidas<br />
na campanha de amostragem realizada em março de 2009. O modelo<br />
considerou os metais Arsênio, Cádmio, Cobalto, Cromo, Chumbo, Níquel e<br />
Zinco visto que os mesmos foram detectados em porção significativa da área.<br />
As análises químicas também indicaram a presença de outros elementos, no<br />
entanto, estas concentrações foram pontuais e estes não foram avaliadas no<br />
modelo.<br />
Software Utilizado<br />
Neste trabalho foi utilizado o software modelo “USGS Modular 3D Finite<br />
Difference Groundwater Flow Model” conhecido como Visual MODFLOW<br />
(McDonald & Harbaugh, 1988), o “Modular 3D Finite Difference Mass Transport<br />
Model” - MT3DMS (Zheng, 1992).<br />
O Visual Modflow é um dos softwares mais conhecidos e utilizados para a<br />
modelagem numérica de fluxo e transporte de contaminantes em 3 dimensões,<br />
tendo como vantagens: a rapidez e facilidade para simular diferentes cenários<br />
após a definição do modelo conceitual; a boa interação com o usuário; a<br />
atualização constante; o desenvolvimento de programas compatíveis; e a boa<br />
interface com programas gráficos.<br />
As principais limitações destes softwares são: considerar apenas a zona<br />
saturada para efeito de simulação de transporte (para mitigar erros foram<br />
realizadas simplificações na etapa de discretização); e não permitir representar<br />
camadas descontínuas, como lentes irregulares (optou-se em adelgaçar as<br />
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6-179
camadas e/ou atribuir lhes parâmetros semelhantes para mitigar distorções<br />
significativas).<br />
Modelo conceitual e condições de contorno<br />
As informações obtidas permitem estabelecer as seguintes premissas para a<br />
elaboração do modelo de fluxo:<br />
• Modelagem de fluxo em regime estacionário de cargas por não existir um<br />
monitoramento regular nos poços de monitoramento que permita definir um<br />
modelo transiente .<br />
• O Rio da Guarda e a Baía de Sepetiba foram considerados como condição de<br />
contorno (definidos como fronteira de carga conhecida a partir das cotas<br />
definidas), como mostra o anexo <strong>6.1</strong>-13 . Para os demais limites foram<br />
adotadas condições de contorno de carga conhecida, com cotas baseadas na<br />
topografia e nas medidas de nível dos poços de monitoramento (condição de<br />
contorno do tipo 1 - carga determinada).<br />
• Como limite superior foi utilizado a topografia da área. A serra ao sul<br />
apresenta topo na cota de 100 metros, enquanto a pilha de rejeito tem cota em<br />
20 metros e a cota do terreno da unidade (com exceção da pilha) está em geral<br />
a 2 metros acima do nível do mar. As sondagens indicaram o seguinte perfil<br />
típico: predomínio de aterro e material inconsolidado residual até a<br />
profundidade média de 6m (cota -8m); Camada de saprólito até 17m em média<br />
e; sotoposto ocorre a rocha sã. Desta forma optou-se por estender a<br />
modelagem numérica até a cota de - 25m (abaixo do nível do mar), supondo-se<br />
que não exista interação entre os fluxos de água subterrânea acima e abaixo<br />
desta profundidade.<br />
• A condutância adotada foi calculada através dos parâmetros físicos estimados<br />
em campo (espessura dos sedimentos de fundo e sua permeabilidade, largura<br />
e comprimento do corpo de água).<br />
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6-180
• As variações relacionadas à influência das marés não foi considerada no<br />
modelo visto que não existem informações sobre sua relevância na área.<br />
Deverá ser realizado o monitoramento das cotas potenciométricas dos poços<br />
instalados para complementação do modelo.<br />
Delimitação da área de influência – Área estudada<br />
O modelo hidrológico foi gerado para uma área retangular com 1.632m X<br />
1.777m (2.900.064 m2). O anexo <strong>6.1</strong>-13 apresenta a área considerada para a<br />
modelagem e mostra sua localização em relação ao Rio da Guarda e à Baía de<br />
Sepetiba.<br />
Baseado em todos os dados topográficos disponíveis foi gerado o Modelo<br />
Digital do Terreno, usado para definir o limite superior do modelo numérico.<br />
Recarga<br />
A única fonte de recarga considerada no sistema é proveniente da precipitação<br />
pluvial, que foi adotada como constante para toda a área.<br />
Os dados de pluviometria utilizados foram os da estação meteorológica 27 -<br />
Sepetiba, de Coordenadas: Latitude 22o58‟ e Longitude 43 o42‟. Foi utilizada a<br />
média do período de 1997 a 20<strong>08</strong> (considerando apenas os anos que<br />
apresentam registro continuo). O valor médio da precipitação foi de 1.212,2<br />
mm/ano (dados disponíveis através do Alerta Rio - Sistema de Alerta de<br />
Chuvas Intensas e de Deslizamentos da Cidade do Rio de Janeiro, em<br />
http://www2.rio.rj.gov.br/georio/site/alerta/dados/acumuladas.asp).<br />
A recarga proveniente da lagoa do entorno da pilha de resíduo não foi<br />
considerada no modelo, em função de atualmente esta estar sendo esvaziada<br />
e não existirem registros do histórico de enchimento/esvaziamento das<br />
mesmas no passado.<br />
No processo de calibração permitiu-se uma variação no valor de recarga<br />
efetiva entre 5 a 15% do valor total precipitado. O melhor ajuste indicou o valor<br />
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6-181
de 7% do valor total da precipitação; este valor relativamente pequeno é<br />
correlacionado à parte significativa da área do modelo apresentar alta<br />
declividade.<br />
Água superficial e poços de bombeamento<br />
A unidade esta localizada na bacia hidrográfica do Rio da Guarda, fazendo<br />
divisa com o mesmo. A região de enfoque está a aproximadamente 250 metros<br />
de distância das áreas de mangue. Não há informações sobre a existência de<br />
poços tubulares profundos localizados no raio de 1km da unidade.<br />
Discretização espacial<br />
A discretização espacial visa dividir a área em blocos tridimensionais com<br />
características geológicas semelhantes gerando o mesmo comportamento<br />
hidrodinâmico.<br />
Discretização vertical – Bloco diagrama<br />
A discretização vertical divide os materiais em camadas com características<br />
homogêneas e foi realizada pela consolidação dos perfis obtidos pelas<br />
sondagens e poços de monitoramento em todas as etapas de investigações<br />
realizadas. Os levantamentos geológicos, geotécnicos e geofísicos indicaram<br />
alternâncias de camadas de granulometria variada. Para a elaboração do<br />
modelo foram adotadas 3 camadas, representando:<br />
• Litologia 1 – Alternância entre aterro e solo natural (argila orgânica, argila<br />
siltosa, argila arenosa);<br />
• Litologia 2 – Alteração de rocha (saprólito); e<br />
• Litologia 3 – Rocha sã (embasamento).<br />
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6-182
As sondagens indicaram variações locais em termos texturais, sendo que estas<br />
feições foram consideradas no modelo com a atribuição de propriedades<br />
hidráulicas diferenciadas para aproximar a discretização à condição real.<br />
Como não se dispõem de informações que permitam representar<br />
especificamente o material da rocha sã e não há indícios que sugerem a<br />
influência do aqüífero superior no aqüífero regional, esta camada foi utilizada<br />
com pequena espessura, como limite inferior do modelo.<br />
Discretização horizontal<br />
A discretização horizontal buscou representar as principais particularidades<br />
quanto aos aspectos geológicos e hidrológicos. Além das feições do terreno a<br />
discretização considerou as prováveis fontes do local. A área foi dividida em<br />
138 linhas e 182 colunas, totalizando 25.116 células por camada e 75.348<br />
células para o modelo. A área média das células é de 11,82 m X 9,76 m, com<br />
um maior detalhamento da área da unidade da USIMINAS e área a jusante.<br />
Foi possível observar a partir da grade do modelo, que houve uma tendência<br />
de se manter a relação de tamanho entre as células vizinhas e as relações<br />
entre larguras e comprimentos das células, prevenindo erros em função do<br />
arranjo da grade. Em função dos dados obtidos e distribuição dos poços à<br />
grade mostrou-se adequada.<br />
Informações hidrogeológicas<br />
Coeficiente de armazenamento<br />
O valor do coeficiente de armazenamento não é necessário na modelagem,<br />
uma vez que o modelo é estacionário.<br />
Condutividade hidráulica<br />
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6-183
A Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-7 apresenta os valores de condutividade hidráulica<br />
obtidos em campo e aplicados no modelo. Para extrapolação dos dados foi<br />
utilizado o método da Krigagem. Observa-se uma boa correspondência entre<br />
as litologias e os valores de condutividade hidráulica. A aplicação dos valores<br />
considerou a posição da seção filtrante.<br />
Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-7: Valores de condutividade hidráulica obtida em campo<br />
ID<br />
Condutividade Hidráulica – K (m/s)<br />
PM 01 2,<strong>08</strong> x 10 -6<br />
PM 02 5,27 x 10 -7<br />
PM 03 1,16 x 10 -7<br />
PM 04 5,21 x 10 -7<br />
PM 05 9,20 x 10 -7<br />
PM 09 1,19 x 10 -6<br />
PM 10 6,21 x 10 -7<br />
PM 11 1,06 x 10 -7<br />
PM 13 3,42 x 10 -6<br />
PM 14 1,94 x 10 -7<br />
PM 21 6,88 x 10 -7<br />
PM 22 2,85 x 10 -7<br />
PM 24 1,05 x 10 -6<br />
Como não foram coletadas informações locais sobre a camada de<br />
saprólito/rocha, foi realizada a análise de sensibilidade do modelo para avaliar<br />
a influência deste parâmetro e foi utilizado o valor mais adequado em função<br />
do processo de calibração.<br />
A Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-8 apresenta os demais parâmetros utilizados na<br />
modelagem. Em função da heterogeneidade textural e dos graus de<br />
compactação, ensaios diretos para mensurar a porosidade total e efetiva<br />
podem gerar distorções significativas quando da transposição da escala de<br />
amostra de mão para escalas de camadas. Optou-se em utilizar dados<br />
bibliográficos que representem o conjunto dos materiais.<br />
Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-8: Informações aplicadas à modelagem<br />
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6-184
Litologias Sy (m3/m3) ne nt<br />
Litologia 1 0,16 0,20 0,30<br />
Litologia 2 0,14 0,14 0,25<br />
Litologia 3 0,01 0,01 0,01<br />
* Considerado desprezível.<br />
Sendo: Sy: capacidade de campo; ne: porosidade efetiva; nt porosidade total<br />
Calibração do modelo de fluxo<br />
Para a calibração do modelo de fluxo foram utilizados os dados de nível de<br />
água medidos em março de 2009. A posição do nível de água subterrânea é<br />
expressa em termos de cota absoluta. Durante o procedimento de calibração, a<br />
recarga foi alterada com o objetivo de criar um modelo que resultasse em uma<br />
menor diferença entre cargas calculadas e medidas nos poços de<br />
monitoramento. A Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4-24 apresenta as cargas utilizadas no<br />
modelo.<br />
Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-9: Cargas utilizadas na calibração do modelo (março de 2009)<br />
ID<br />
Coordenadas<br />
Cota do Nível<br />
X<br />
Y<br />
de água<br />
PM01 620324.023 7464963.772 3.192<br />
PM02 620553.529 7465419.605 1.640<br />
PM03 620263.516 7465074.731 3.27<br />
PM04 620518.018 7465117.438 2.00<br />
PM05 620666.524 7465090.111 2.27<br />
PM06 620750.1<strong>08</strong> 7465183.169 1.87<br />
PM07 620725.987 7465278.356 1.65<br />
PM<strong>08</strong> 620562.124 7465255.760 1.73<br />
PM09 620553.515 7465483.556 1.72<br />
PM10 620579.627 7465620.001 1.20<br />
PM11 620297.056 7465712.467 1.92<br />
PM12 620026.871 7465739.326 3.16<br />
PM13 619781.565 7465702.779 2.65<br />
PM14 619926.315 7465611.638 3.38<br />
PM15 619902.402 7465438.934 3.99<br />
PM16 619987.802 7465259.049 4.88<br />
PM17 620038.347 7465162.230 5.04<br />
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6-185
PM18 620093.097 7465310.264 4.52<br />
PM19 620105.324 7465302.976 4.17<br />
PM20 620091.378 7465236.577 4.05<br />
PM21 620136.092 7465215.652 4.39<br />
PM22 620109.576 7465186.597 4.25<br />
PM23 620170.823 7465171.022 4.54<br />
PM24 620106.271 7465056.512 4.36<br />
PM25 620238.540 7464906.254 3.50<br />
Processamento do modelo<br />
Parâmetros de processamento<br />
O método numérico para resolver o sistema de equações lineares gerado pela<br />
discretização espacial da equação de água subterrânea na área foi o WHS<br />
(Waterloo Hydrogeologic Solver). Os parâmetros empregados foram os<br />
fornecidos pelo fabricante.<br />
Análise da qualidade do modelo<br />
A qualidade numérica dos resultados obtidos nesta modelagem é atestada<br />
pelas seguintes características:<br />
• Convergência - O método WHS convergiu em menos de 25 iterações em<br />
todos os ensaios processados, o que atesta a estabilidade do modelo e a<br />
conseqüente confiabilidade dos resultados.<br />
• Balanço de Massa - A diferença entre as massas de água que entram e saem<br />
da área através de seu contorno, calculadas pelo modelo, foi de 0,01% o que<br />
indica que a grade de elementos gerada é plenamente satisfatória para a<br />
resolução numérica da equação de fluxo de água subterrânea na área.<br />
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6-186
Resultados do modelo de fluxo<br />
O modelo de fluxo foi desenvolvido considerando uma condição estacionária. O<br />
modelo forneceu a posição das linhas equipotenciais, os vetores de fluxo e a<br />
determinação da velocidade máxima para a área. Os vetores de direção<br />
indicam que o fluxo segue em direção ao Rio da Guarda, com variações em<br />
função de particularidades da área. Anexo <strong>6.1</strong>-14 indica as linhas<br />
equipotenciais e os vetores de direção do fluxo, correspondente a camada 1. A<br />
velocidade calculada para a área interna da unidade variou entre 0,47 e 4,4<br />
m/ano.<br />
Dados para o modelo de transporte<br />
Foi simulada a evolução das plumas de Arsênio, Cádmio, Cobalto, Cromo,<br />
Chumbo, Níquel e Zinco, por terem apresentado concentrações acima do limite<br />
estabelecido pela CETESB/Portaria 518. Os demais elementos foram<br />
encontrados de forma pontual na área, não sendo considerados neste estudo.<br />
Buscando avaliar a tendência de migração destes compostos foram gerados<br />
caminhamento de partículas a partir destes pontos.<br />
Mecanismos de transporte<br />
Os principais mecanismos que afetam o transporte de solutos são: advecção,<br />
dispersão hidrodinâmica e sorção.<br />
Durante a evolução da frente de contaminação a advecção tende a ser o<br />
principal mecanismo de movimento do fluxo, e é considerado no modelo de<br />
transporte através do modelo de fluxo. A dispersão hidrodinâmica, responsável<br />
pelo espalhamento longitudinal e transversal à direção principal do fluxo e pela<br />
movimentação em função de gradientes de concentração, gera uma diluição<br />
dos poluentes. A sorção indica a transferência de material da fase líquida para<br />
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6-187
as interfaces da fase sólida e vice versa. Buscando representar uma condição<br />
conservadora, este parâmetro não foi utilizado.<br />
Os softwares utilizados permitem inserir os coeficientes que caracterizam estes<br />
mecanismos refletindo uma situação mais próxima a real.<br />
Dispersão hidrodinâmica<br />
O programa MT3D considera tensores de dispersão hidrodinâmicos como<br />
proposto por Burnett & Frind (1987), permitindo avaliar os parâmetros de<br />
dispersividades transversais, dispersividade vertical e horizontal. Os valores<br />
adotados para caracterizar o mecanismo de dispersão consideraram a escala<br />
de trabalho, o grau de heterogeneidade e anisotropia do meio físico. Os dados<br />
aplicados no modelo estão de acordo com as premissas levantadas por<br />
diversos autores, sendo:<br />
• Dispersividade longitudinal (αl): 1m;<br />
• Razão entre Dispersividade longitudinal e Dispersividade horizontal: 0,1m, e<br />
• Razão entre Dispersividade longitudinal e Dispersividade vertical: 0,01m.<br />
Estes parâmetros foram alterados para avaliar a influência destes parâmetros<br />
no modelo e os valores citados permitiram a melhor calibração do modelo. O<br />
valor de difusão molecular foi adotado de valores disponíveis na bibliografia<br />
para tipos de materiais e compostos químicos semelhantes.<br />
Fontes potenciais de contaminação<br />
Quanto à dinâmica da concentração de poluentes na fonte, considerou-se fonte<br />
ativa para os metais. Foram utilizadas as concentrações máximas observadas<br />
nos poços de monitoramento, locais admitidos como representativo da fonte da<br />
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6-188
pluma, e a localização das fontes de contaminação através da avaliação do<br />
histórico da área.<br />
A avaliação dos resultados obtidos e dos mapas de isoconcentrações da água<br />
subterrânea mostra sete centros de massa que podem representar diferentes<br />
fontes para os metais, como consolidado na Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-10<br />
Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-10: Fontes Potenciais Utilizadas no Modelo<br />
Área de Localização ID do<br />
PM<br />
As Cd Pb Co Cr Ni Zn<br />
APEH8<br />
PM01 X X - X - - X<br />
PM25 X X - X - - X<br />
PM02 X - - - - - -<br />
APE11<br />
PM<strong>08</strong> - - - - - - -<br />
PM09 - X - X - X -<br />
PM10 - - - - X - -<br />
PM11 - - - - - - -<br />
APE13<br />
PM12 - X X X X - -<br />
PM13 - - - - - - -<br />
PM14 - X X X X - -<br />
Pilha PM15 - - - - - - -<br />
APE2 PM16 - - - - - - -<br />
APE4 PM17 - - - - - - -<br />
APEH6 – APE12 PM03 - X X X X - -<br />
PM04 - - - - - - X<br />
APE10<br />
PM05 - - - - - - X<br />
PM06 - - - - - - -<br />
PM07 - - - - - - -<br />
APEH1<br />
PM18 - - - - - - X<br />
PM19 X - - - - - X<br />
APEH3 PM20 - - - - - - -<br />
APEH7<br />
PM21 - - - - - - X<br />
PM23 X X - X - X -<br />
APEH5 PM22 - - - - - - -<br />
APE14 PM24 - - - - - - -<br />
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6-189
Condição inicial e período simulado.<br />
Foi considerada como tempo inicial a campanha de março de 2009 (inicio dos<br />
trabalhos de investigação ambiental). Os tempos de simulação se estenderam<br />
até 2029, com o objetivo de avaliar riscos futuros associados a essa pluma.<br />
A partir de 2009, os tempos aplicados na discretização temporal foram:<br />
− Tempo 1 (0 dias) → Tempo atual (2009);<br />
− Tempo 2 (1825 dias) → 5 anos (2014);<br />
− Tempo 3 (3650 dias) → 10 anos (2019);<br />
− Tempo 4 (5475 dias) → 15 anos (2024); e<br />
− Tempo 5 (7300 dias) → 20 anos (2029).<br />
Calibração<br />
Por não haver histórico das concentrações, ou seja, não existirem campanhas<br />
de amostragem anteriores realizadas pela Arcadis, foram considerados os<br />
dados obtidos em março de 2009. Buscando a melhor calibração para o<br />
modelo foi avaliada a influência das concentrações iniciais, dispersão<br />
hidrodinâmica e sorção durante o processo da calibração.<br />
Parâmetros de processamento<br />
Nesta modelagem foi empregado o Método Híbrido das Características (Zheng,<br />
1990) para a resolução da equação de transporte em água subterrânea, por ser<br />
ele o mais geral e aliar rapidez de processamento a qualidade de solução. Os<br />
parâmetros empregados foram os fornecidos pelo fabricante.<br />
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6-190
Análises e resultados – Modelo de transporte<br />
Os resultados indicam migração condicionada preferencialmente pelo fluxo,<br />
com sentido de evolução em direção ao Rio da Guarda, sendo que o mesmo já<br />
foi atingido em concentrações acima dos limites de intervenção adotado.<br />
A evolução de todas as plumas dos metais considerados na modelagem<br />
mostra um comportamento semelhante, com aumento da área atingida e<br />
valores de concentração mantendo-se constantes, coerente com as premissas<br />
adotadas. Os resultados indicam que a pluma persiste com concentrações<br />
acima dos limites de intervenção em todo o período simulado.<br />
A delimitação da pluma em profundidade mostra que a espessura atingida pela<br />
contaminação é restrita às partes superiores do modelo. Este comportamento<br />
era esperado, visto a distribuição da condutividade hidráulica em profundidade.<br />
Arsênio<br />
O anexo <strong>6.1</strong>-15 apresentam a delimitação da pluma de Arsênio para o tempo<br />
atual (março de 2009). Os anexos <strong>6.1</strong>-16 e <strong>6.1</strong>-17, indicam a evolução da<br />
pluma de contaminação para os tempos de 5 e 10 anos, sendo que o limite da<br />
pluma tem isoconcentração de 10 μg/l (limite adotado como padrão de<br />
intervenção).<br />
Cádmio<br />
O anexo <strong>6.1</strong>-18 apresenta a delimitação da pluma de Cádmio para o tempo<br />
atual (março de 2009) e o anexo de <strong>6.1</strong>-19, mostra a delimitação dessa pluma<br />
em profundidade. Os anexos <strong>6.1</strong>-20 e <strong>6.1</strong>-21 indicam a evolução das<br />
concentrações para os tempos de 5 e 10 anos, considerando a<br />
isoconcentração de 5 μg/l (limite adotado como padrão de intervenção).<br />
Cobalto<br />
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6-191
O anexo <strong>6.1</strong>-22 apresenta a delimitação da pluma de Cobalto para o tempo<br />
atual (março de 2009) e o anexo <strong>6.1</strong>-23 mostra a delimitação dessa pluma em<br />
profundidade. Os anexos <strong>6.1</strong>-24 e <strong>6.1</strong>-25 indicam a evolução das<br />
concentrações para os tempos de 5 e 10 anos, considerando a<br />
isoconcentração de 5 μg/l (limite adotado como padrão de intervenção).<br />
Chumbo<br />
O anexo <strong>6.1</strong>-26 apresenta a delimitação da pluma de Chumbo para o tempo<br />
atual (março de 2009) e o anexo <strong>6.1</strong>-27, mostra a delimitação dessa pluma em<br />
profundidade. Os anexos <strong>6.1</strong>-28 e <strong>6.1</strong>-29 indicam a evolução das<br />
concentrações para os tempos de 5 e 10 anos, considerando a<br />
isoconcentração de 10 μg/l (limite adotado como padrão de intervenção).<br />
Cromo<br />
O anexo <strong>6.1</strong>-30 apresenta a delimitação da pluma de Cromo para o tempo<br />
atual (março de 2009) e o anexo <strong>6.1</strong>-31 mostra a delimitação dessa pluma em<br />
profundidade. Os anexos <strong>6.1</strong>-32 e <strong>6.1</strong>-33 indicam a evolução das<br />
concentrações para os tempos de 5 e 10 anos, considerando a<br />
isoconcentração de 50 μg/l (limite adotado como padrão de intervenção).<br />
Níquel<br />
O anexo <strong>6.1</strong>-34, apresenta a delimitação da pluma de Níquel para o tempo<br />
atual (março de 2009) e o anexo <strong>6.1</strong>-35 mostra a delimitação dessa pluma em<br />
profundidade. Os anexos <strong>6.1</strong>-36 e <strong>6.1</strong>-37 indicam a evolução das<br />
concentrações para os tempos de 5 e 10 anos, considerando a<br />
isoconcentração de 20 μg/l (limite adotado como padrão de intervenção).<br />
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6-192
Zinco<br />
Os anexos <strong>6.1</strong>-38 e <strong>6.1</strong>-39 apresenta a delimitação da pluma de Zinco para o<br />
tempo atual (março de 2009) e o anexo <strong>6.1</strong>-40 mostra a delimitação dessa<br />
pluma em profundidade. Os anexos <strong>6.1</strong>-41 e <strong>6.1</strong>-42, indicam a evolução das<br />
concentrações para os tempos de 5 e 10 anos, considerando a<br />
isoconcentração de 5000 μg/l (limite adotado como padrão de intervenção).<br />
Conclusões<br />
Modelo de Fluxo<br />
A velocidade calculada variou entre 0,47 e 4,4 m/ano para a camada 1, e o<br />
valor reflete a condição na área central do modelo, referente à propriedade da<br />
USIMINAS e sem influência direta da serra e do Rio da Guarda, não podendo<br />
ser estendida para toda a área.<br />
Modelo de Transporte<br />
Os resultados da modelagem indicam migração condicionada<br />
preferencialmente pelo fluxo, com sentido de evolução em direção ao Rio da<br />
Guarda.<br />
A migração da pluma com o tempo reflete a premissa de fonte ativa, com<br />
aumento da área atingida e valores de concentração constantes nos centros de<br />
massa. Em função da dimensão atual das plumas e dos níveis das<br />
concentrações observados, a modelagem indica que as plumas persistem no<br />
final do período simulado com concentrações acima do limite de intervenção.<br />
A delimitação das plumas em profundidade mostra que a espessura atingida<br />
pela pluma é restrita às partes superiores do modelo, não atingindo sua base.<br />
Cabe ressaltar que a simulação realizada mostra uma previsão do cenário de<br />
evolução da pluma, considerando a atuação principalmente do processo<br />
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6-193
advectivo de transporte. As taxas de degradação e atenuação natural não<br />
foram consideradas no modelo e são processos que ocorrem naturalmente e<br />
têm grande influência na migração das concentrações dos compostos<br />
presentes. Outro aspecto importante a ser considerado é a condição de<br />
mudança hidrogeoquímica que ocorre pela presença de solos orgânicos, muito<br />
comum em várzeas de rios ou córregos como o existente à jusante da área<br />
estudada. A presença destes solos orgânicos proporciona uma dinâmica<br />
diferencial para a evolução das plumas identificadas, visto sua capacidade de<br />
retenção dos compostos alvo e a ação microbiológica é potencializada pelo<br />
meio.<br />
Não é possível realizar o processo de calibração com apenas uma campanha<br />
de amostragem, desta forma a continuidade do monitoramento é recomendada<br />
para avaliar a evolução das concentrações com o tempo.<br />
Avaliação de Risco à Saúde Humana<br />
Conhecimento do assunto<br />
O presente documento refere-se aos resultados de parte da etapa 3: Avaliação<br />
de Risco à Saúde Humana, realizada na área da Massa Falida de Companhia<br />
Mercantil e Industrial INGÁ.<br />
A área de interesse foi adquirida em 20<strong>08</strong> pela Usinas Siderúrgicas de Minas<br />
Gerais S.A. – USIMINAS a qual construirá na área um terminal de embarque<br />
marítimo para escoamento dos produtos da empresa e uma pêra ferroviária.<br />
Esta empresa, quando da compra desta área, assumiu o passivo ambiental da<br />
área limitada à sua propriedade.<br />
Os trabalhos efetuados na etapa 2, Investigação Detalhada, mostraram que o<br />
solo da área de interesse está impactado pelos metais antimônio, arsênio,<br />
cádmio, chumbo, cobalto, cobre, níquel e vanádio e a água subterrânea está<br />
impactada pelos metais antimônio, arsênio, bário, boro, cádmio, chumbo,<br />
cobalto, cromo, ferro, manganês, níquel, prata e zinco. Estes resultados<br />
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6-194
indicaram também que as principais fontes de impacto à qualidade da água<br />
subterrânea estão relacionados aos materiais dispostos no bota fora da área<br />
industrial, os quais serão removidos como parte do processo de<br />
Descomissionamente da Área Industrial. Quanto ao material relacionado a pilha<br />
de rejeito, os resultados indicaram que apesar de ainda apresentarem<br />
concentrações de metais acima dos limites de intervenção para solos, o<br />
mesmo não representa atualmente uma fonte importante em decorrência da<br />
ação do tempo que encarregou-se de solubilizar e estabilizar os materiais<br />
constituintes.<br />
A Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A. – USIMINAS irá construir na área<br />
um terminal de embarque de minério de ferro, ou seja, a área em questão<br />
permanecerá com uso tipicamente industrial, não representando assim uma<br />
mudança dos eventuais receptores humanos. O projeto da USIMINAS prevê a<br />
realização de uma série de obras e elementos de engenharia incluindo:<br />
alteamento do terreno, implantação de sistema de drenagem adequado bem<br />
como elementos para controle da dispersão atmosférica.<br />
Neste contexto, para efeito de avaliação dos eventuais riscos a saúde humana,<br />
considerou-se o cenário de permanência controlada dos rejeitos da pilha na<br />
área: os rejeitos da pilha serão envelopados, quase que em sua totalidade, por<br />
meio de uma camada de cobertura, a qual terá a finalidade de evitar o impacto<br />
das águas superficiais, da água subterrânea e do solo, e, além disso, impedir a<br />
dispersão atmosférica de material particulado impactado.<br />
Objetivo<br />
O objetivo da avaliação de risco à saúde humana foi verificar e quantificar<br />
possíveis riscos existentes à saúde dos trabalhadores em obras que se<br />
realizarão no local, bem como aos futuros funcionários do terminal marítimo<br />
que ocuparão a área após as intervenções de engenharia, devido ao impacto<br />
identificado no solo e na água subterrânea.<br />
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6-195
Abordagem<br />
As informações apresentadas nos capítulos anteriores deste relatório foram<br />
utilizadas para a realização da avaliação de risco, prevalecendo as citadas a<br />
seguir:<br />
Aspectos construtivos da área:<br />
Atualmente verifica-se na porção central da área uma pilha de rejeitos<br />
com aproximadamente 105.000 m 2 , formada por silicatos, sulfatos e<br />
metais, margeada por uma lagoa (dique de contenção), ambas formadas<br />
por rejeito industrial proveniente do antigo processo da Cia INGÁ. O<br />
rejeito encontra-se totalmente exposto e no entorno dessa pilha o solo<br />
também não possui cobertura.<br />
Na porção sudoeste estão as antigas instalações industriais dessa<br />
empresa, sendo que em apenas na portaria e em um prédio localizado a<br />
norte desta, alguns funcionários da USIMINAS trabalham por oito horas<br />
diárias. As demais instalações estão sucateadas, não proporcionando<br />
condições de trabalho no local. O piso dos galpões abandonados é de<br />
concreto em estado de conservação precário e nas ruas de acesso o<br />
piso é de asfalto.<br />
Para a construção do terminal, as antigas instalações serão<br />
descomissionadas e estão sendo previstas na área instalações de apoio<br />
administrativas e operacionais, as quais corresponderão ao prédio<br />
administrativo, refeitório, vestiário, portaria, segurança, ambulatório,<br />
banheiros externos, receita federal, oficina de manutenção, lavador de<br />
veículos, abastecimento, almoxarifado, salas de controle e operação,<br />
laboratório, etc. Estes prédios ocuparão um terreno de<br />
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6-196
aproximadamente 4.000 m 2 , sendo a área construída de<br />
aproximadamente 1.000 m 2 .<br />
Prevê-se a reutilização de toda a água de chuva coletada na área do<br />
terminal e a captação de água subterrânea para uso industrial.<br />
Eventuais necessidades adicionais a serem identificadas no balanço<br />
serão adquiridas da empresa concessionária do serviço;<br />
Será implantado um sistema de coleta de água pluvial inteligente o qual<br />
direcionará toda a água de chuva para bacias de decantação que<br />
deverão ter tempo de residência adequado para permitir a sedimentação<br />
do material particulado até atendimento dos limites da legislação. É<br />
prevista a implantação de uma instalação para tratamento de todos os<br />
esgotos sanitários gerados no terminal.<br />
Aspectos hidrogeológicos da área:<br />
A água subterrânea está a uma profundidade média de 1,4 metros,<br />
possuindo duas vertentes de fluxo, uma em direção a norte com direção<br />
a lagoa localizada a norte da área, e outra na direção nordeste com<br />
direção a área alagada (mangue), ambas com direção ao mar. Esta<br />
água não é utilizada para consumo.<br />
A rota referente a ingestão da água subterrânea na área da USIMINAS<br />
não é válida e não será futuramente quando o terminal estiver em<br />
operação, já que é salobra e, portanto, imprópria para consumo.<br />
Entretanto a mesma foi considerada seguindo orientações do órgão<br />
ambiental.<br />
A condutividade hidráulica media é igual a 8,5x10-5 cm/s e o gradiente<br />
hidráulico igual a 0,52%. A velocidade da água subterrânea neste<br />
aqüífero é de aproximadamente 0,85 m/ano;<br />
O tipo de solo predominante na área é silto-arenoso;<br />
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6-197
A partir dos resultados obtidos na Investigação Detalhada (etapa 2), foi<br />
possível concluir que o solo está impactado pelos metais antimônio,<br />
arsênio, cádmio, chumbo, cobalto, cobre, níquel e vanádio e a água<br />
subterrânea está impactada pelos metais antimônio, arsênio, bário, boro,<br />
cádmio, chumbo, cobalto, cromo, ferro, manganês, níquel, prata e zinco.<br />
A maior área de solo impactado se deve a presença de cádmio e as<br />
maiores plumas identificadas na água subterrânea são dos compostos<br />
cádmio, níquel e arsênio.<br />
As maiores plumas identificadas na água subterrânea possuem<br />
aproximadamente 700 metros de extensão e 2,15 metros de espessura;<br />
Atualmente o solo impactado ocupa uma área de 105.000 m 2 e possui<br />
espessura média de 15 metros (pilha de rejeitos). Entretanto, após as<br />
ações de engenharia aplicadas para a construção do terminal e da pêra<br />
ferroviária, o solo impactado será distribuído de forma controlada na<br />
área, com aproximadamente 3,5 metros de espessura e será recoberto<br />
para evitar dispersão e contato direto por qualquer receptor local. Estas<br />
condições foram adotadas no cálculo de risco aos futuros funcionários<br />
ocupantes da área.<br />
Demais considerações:<br />
A área objeto desta avaliação de risco a saúde humana compreende a<br />
propriedade da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A. – USIMINAS.<br />
Por este motivo e por estar localizada a montante da área de interesse,<br />
a comunidade existente a oeste não foi considerada neste trabalho. O<br />
rio da Guarda além de não estar nos limites da propriedade, pode sofrer<br />
influência de diversas áreas potencialmente impactantes localizadas a<br />
montante da propriedade da USIMINAS e por estes motivos também<br />
não foi considerado nesta etapa de trabalho;<br />
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6-198
Os receptores considerados nesta avaliação de risco a saúde humana<br />
foram os trabalhadores de construção civil que ocuparão a área durante<br />
as obras para construção do terminal e os futuros funcionários da<br />
USIMINAS que trabalharão no terminal.<br />
Para a operação do terminal, está previsto um efetivo próprio de<br />
aproximadamente 350 funcionários, além de um contingente da ordem<br />
de 150 funcionários associados às empresas que prestarão serviços de<br />
forma permanente no terminal.<br />
A previsão de início das operações no terminal é janeiro de 2013.<br />
Avaliação dos dados<br />
Os dados utilizados neste trabalho datam de fevereiro e março de 2009 e foram<br />
apresentados nos itens subseqüentes deste relatório. Os resultados analíticos<br />
das amostras permitiram a identificação e a quantificação das substâncias<br />
químicas detectadas nos compartimentos ambientais. As Tabelas <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-<br />
11 e <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-12 apresentam a freqüência de ocorrência, limite de<br />
quantificação, máxima concentração e localização de cada substância<br />
detectada no solo e na água subterrânea, respectivamente.<br />
O manganês e o ferro são substâncias consideradas background da área, já<br />
que foram encontradas concentrações homogêneas por todo o local estudado<br />
e segundo HYPOLITO, 2005, nos sistemas de mangue há uma contribuição de<br />
ferro e manganês. De qualquer forma, conservadoramente o cálculo de risco<br />
potencial a partir dessas substâncias foi realizado, visando proteger a saúde<br />
humana dos receptores potenciais existentes na área.<br />
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6-199
Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-11: Fontes Potenciais Utilizadas no Modelo<br />
Substância<br />
química<br />
Freq. de<br />
Detecção<br />
/Nº total<br />
de<br />
sondag.<br />
Limite de<br />
Quantif.<br />
(mg/Kg)<br />
Concent.<br />
máxima<br />
(mg/Kg)<br />
Local da<br />
Concent.<br />
máxima<br />
Valores de intervenção<br />
(mg/Kg)<br />
CETESB<br />
Padrão<br />
Holandês<br />
EPA<br />
região 9<br />
Alumínio 81/81 0,94 78.613,5 SD-86 - - 990.000<br />
Antimônio 71/81 0,50 13,0 SD-16 5 * *<br />
Arsênio 73/81 0,001 603,65 SD-57 150 * *<br />
Bário 75/81 4,10 236,6 SD-90 750 * *<br />
Boro 45/81 29,3 28.650 SD-01 - - 200.000<br />
Cádmio 72/81 0,12 565,1 SD-110 20 * *<br />
Chumbo 81/81 0,30 2.051,0 SD-101 900 * *<br />
Cobalto 81/81 0,31 331,8 SD-48 90 * *<br />
Cobre 81/81 0,30 651,5 SD-66 600 * *<br />
Cromo 81/81 0,10 107,0 SD-85 400 * *<br />
Ferro Total 81/81 0,47 17.317,7 SD-05 - - 720.000<br />
Manganês 81/81 0,13 2.352,5 SD-15 - - 23.000<br />
Mercúrio 81/81 0,001 6,92 SD-21 70 * *<br />
Molibdênio 4/81 0,63 2,8 SD-93 120 * *<br />
Níquel 81/81 0,73 236,6 SD-53 130 * *<br />
Prata 49/81 0,13 8,9 SD-07 100 * *<br />
Selênio 2/81 0,03 0,04 SD-04 e<br />
SD-09<br />
- 100 *<br />
Vanádio 49/81 1,00 467,6 SD-21<br />
(6m)<br />
- 250 *<br />
Zinco 63/81 10,14 1653,3 SD-49 2000 * *<br />
Legenda: - Valor de Intervenção não estabelecido; * Valor existente, mas possui valor prevalecente<br />
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6-200
Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-12 – Substâncias químicas detectadas na água subterrânea<br />
Substância<br />
química<br />
Freq. de<br />
Detecção<br />
/Nº de<br />
poços<br />
Limite de<br />
Quantif.<br />
(µg/L)<br />
Concent.<br />
máxima<br />
(µg/L)<br />
Local da<br />
Concent.<br />
máxima<br />
Valores de intervenção<br />
(mg/Kg)<br />
CETESB<br />
Padrão<br />
Holandês<br />
EPA<br />
região 9<br />
Arsênio 20/25 0,1 18.247 PM-19 10 - -<br />
Antimônio 2/25 0,1 8,76<br />
Bário 4/25 410 2.214<br />
Boro 25/25 500 2.212<br />
Cádmio 13/25 0,1 11.680<br />
Chumbo 14/25 0,5 1.250<br />
Cobalto 19/25 0, 1 4.061<br />
Cobre 7/25 30 540<br />
Cromo<br />
Ferro<br />
Manganês<br />
Mercúrio<br />
Níquel<br />
Prata<br />
Zinco<br />
9/25<br />
23/25<br />
25/25<br />
3/25<br />
20/25<br />
7/25<br />
25/25<br />
10 119<br />
47 1.140.370<br />
13 2.222.390<br />
0,1 0,7<br />
0,1 2245<br />
13<br />
14<br />
PM-19<br />
PM-07<br />
PM--10<br />
PM-23<br />
PM-03<br />
PM-14<br />
PM-23<br />
PM-14<br />
PM-14<br />
PM-03<br />
PM-16<br />
PM-23<br />
90 PM-10<br />
129.910 PM-18<br />
5<br />
700 - -<br />
500 - -<br />
5 - -<br />
10 - -<br />
5 - -<br />
2000 - -<br />
50 - -<br />
300<br />
400 - -<br />
1 - -<br />
20 - -<br />
50 - -<br />
5000 - -<br />
Legenda: - Valor de Intervenção não estabelecido; * Valor existente, mas possui valor prevalecente<br />
As máximas concentrações das substâncias detectadas no solo e nas águas<br />
subterrâneas, que apresentaram concentrações maiores que os padrões<br />
ambientais adotados, foram consideradas no cálculo do risco potencial à<br />
saúde humana e seguem apresentadas na tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-13.<br />
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6-201
Tabela <strong>6.1</strong>.1.8.4.1-13 - Concentrações das substâncias químicas utilizadas no cálculo do risco<br />
potencial<br />
Substância química de<br />
interesse<br />
Concentração máxima<br />
identificada no solomg/Kg<br />
Concentração máxima<br />
identificada na água<br />
subterrânea- mg/L<br />
Antimônio 13,0 0,0<strong>08</strong><br />
Arsênio 603,65 18,24<br />
Bario 236,6* 2,214<br />
Boro 28.650* 2,212<br />
Cádmio 565,10 11,68<br />
Chumbo 2.051,0 1,25<br />
Cobalto 331,80 4,061<br />
Cobre 651,50 0,540*<br />
Cromo 107,0* 0,119<br />
Ferro 17.317,7* 11,4<br />
Manganês 2.352,5* 2.222,0<br />
Níquel 236,60 2,245<br />
Prata 8,9* 0,09<br />
Vanádio 467,60
Modelo conceitual de exposição<br />
O modelo conceitual de exposição representa um sistema de processos<br />
biológicos, físicos e químicos que determinam o transporte de substâncias<br />
químicas das fontes através dos meios até os receptores. Para a elaboração do<br />
modelo, as seguintes informações foram necessárias:<br />
• Identificação e caracterização das fontes;<br />
• Identificação e caracterização de receptores potenciais;<br />
• Definição dos caminhos de transportes;<br />
• Determinação dos limites da área de estudo.<br />
Identificação de fontes potenciais de impacto<br />
A Cia. Mercantil e Industrial INGÁ produzia na área de interesse lingotes de<br />
Zinco 99,9% e bolas ou bastões de cádmio. O processo era dividido<br />
basicamente em preparo da poupa de minério (setor de moagem), lixiviação,<br />
neutralização/ filtração, eletrólise de zinco, fundição de zinco, eletrólise de<br />
cádmio e fundição de cádmio.<br />
Os resíduos gerados neste processo foram lançados no mangue do Saco do<br />
Engenho até o ano de 1984, quando por determinação do Órgão Ambiental, a<br />
Cia Ingá construiu um dique para conter estes resíduos sólidos e líquidos. Este<br />
dique sofreu rupturas em suas paredes que permitiram o escoamento de<br />
rejeitos pela área. Esta pilha e o dique de contenção são considerados fontes<br />
potenciais de impacto.<br />
Para a construção do terminal marítimo e pêra ferroviária, os rejeitos serão<br />
envelopados de forma a impedir a dispersão atmosférica dos mesmos e o<br />
impacto do solo e da água subterrânea. O impacto proveniente do rejeito<br />
localizado abaixo da cota 1 metro e a água subterrânea serão controlados a<br />
partir da construção de uma barreira hidráulica.<br />
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6-203
Além da pilha de rejeito e do dique de contenção foram observadas que as<br />
APEH 2 (antigo galpão de estocagem de minérios), APEH 7 (antigo galpão<br />
industrial), APE 9 (armazenamento de resíduos- bota fora) e a APE 10 (bacia<br />
de tratamento de efluentes) também causaram o impacto identificado no solo e<br />
na água subterrânea Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4-2.<br />
Identificação dos receptores potenciais<br />
Até o final do ano de 2010 as obras para a construção do terminal marítimo e<br />
pêra ferroviária serão iniciadas e então trabalhadores em obras civis ocuparão<br />
a área de interesse. Quando da conclusão das obras, o terminal passará a<br />
operar e então funcionários serão os ocupantes do local em estudo.<br />
Os receptores citados acima foram considerados nesta avaliação de risco à<br />
saúde humana.<br />
Determinação dos mecanismos de transportes<br />
A identificação dos mecanismos de transporte consistiu na identificação das<br />
vias pelas quais os receptores previamente identificados poderiam estar<br />
expostos a substâncias químicas no ponto de exposição (local onde ocorre o<br />
contato entre o receptor e o composto químico).<br />
Os mecanismos de transporte possíveis de ocorrer com os metais identificados<br />
no solo da área da USIMINAS são a adsorção e lixiviação para a água<br />
subterrânea, enquanto que para a água subterrânea da área de interesse são a<br />
advecção, difusão e dispersão.<br />
Rotas de exposição<br />
As rotas de exposição foram elaboradas para dois cenários distintos,<br />
denominados cenário atual e cenário futuro. O cenário atual contemplou como<br />
Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />
Tel (55 21) 3974 6150 . Fax (55 21) 2262 6847 . sac@haztec.com.br . www.haztec.com.br<br />
FORM-MKT-006/ 00<br />
6-204
eceptores apenas os trabalhadores em obras, pois apenas eles ocuparão a<br />
área com a pilha de rejeitos exposta. O cenário futuro corresponde a área após<br />
a construção do terminal marítimo e pêra ferroviária, ou seja, com parte do<br />
rejeito encapsulado e consequentemente sem solo superficial impactado. Neste<br />
cenário foi considerado como receptores os futuros funcionários da USIMINAS.<br />
A identificação das rotas potenciais de exposição foi realizada considerando as<br />
características das populações selecionadas para o estudo, a natureza dos<br />
poluentes presentes na área e as características físicas do meio. Dessa forma,<br />
as seguintes rotas foram consideradas para cada cenário avaliado:<br />
Cenário atual<br />
Receptores: Trabalhadores em obras civis<br />
• Inalação de vapores em ambientes abertos e fechados provenientes do solo<br />
superficial, subsuperficial e da água subterrânea;<br />
• Ingestão e contato dermal a partir do solo superficial, subsuperficial e da água<br />
subterrânea.<br />
Cenário futuro<br />
Receptores: Futuros funcionários da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais<br />
S.A. – USIMINAS.<br />
Inalação de vapores em ambientes abertos e fechados provenientes do<br />
solo subsuperficial e da água subterrânea;<br />
Ingestão e contato dermal a partir da água subterrânea.<br />
A rota referente a ingestão da água subterrânea na área da USIMINAS não é<br />
válida atualmente e não será futuramente quando o terminal estiver em<br />
operação, já que é salobra e portanto imprópria para consumo. Entretanto a<br />
mesma foi considerada seguindo orientações do órgão ambiental.<br />
Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />
Tel (55 21) 3974 6150 . Fax (55 21) 2262 6847 . sac@haztec.com.br . www.haztec.com.br<br />
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6-205
Identificação de fontes potenciais de impacto<br />
A Cia. Mercantil e Industrial INGÁ produzia na área de interesse lingotes de<br />
Zinco 99,9% e bolas ou bastões de cádmio. O processo era dividido<br />
basicamente em preparo da poupa de minério (setor de moagem), lixiviação,<br />
neutralização/ filtração, eletrólise de zinco, fundição de zinco, eletrólise de<br />
cádmio e fundição de cádmio.<br />
Os resíduos gerados neste processo foram lançados no mangue do Saco do<br />
Engenho até o ano de 1984, quando por determinação do Órgão Ambiental, a<br />
Cia Ingá construiu um dique para conter estes resíduos sólidos e líquidos. Este<br />
dique sofreu rupturas em suas paredes que permitiram o escoamento de<br />
rejeitos pela área. Esta pilha e o dique de contenção são considerados fontes<br />
potenciais de impacto.<br />
Para a construção do terminal marítimo e pêra ferroviária, os rejeitos serão<br />
envelopados de forma a impedir a dispersão atmosférica dos mesmos e o<br />
impacto do solo e da água subterrânea. O impacto proveniente do rejeito<br />
localizado abaixo da cota 1 metro e a água subterrânea serão controlados a<br />
partir da construção de uma barreira hidráulica.<br />
Além da pilha de rejeito e do dique de contenção foram observadas que as<br />
APEH 2 (antigo galpão de estocagem de minérios), APEH 7 (antigo galpão<br />
industrial), APE 9 (armazenamento de resíduos- bota fora) e a APE 10 (bacia<br />
de tratamento de efluentes) também causaram o impacto identificado no solo e<br />
na água subterrânea Figura 50, (Figura 4.1 da Etapa 1, ARCADIS, 2009).<br />
Identificação dos receptores potenciais<br />
Até o final do ano de 2010 as obras para a construção do terminal marítimo e<br />
pêra ferroviária serão iniciadas e então trabalhadores em obras civis ocuparão<br />
a área de interesse. Quando da conclusão das obras, o terminal passará a<br />
operar e então funcionários serão os ocupantes do local em estudo.<br />
Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />
Tel (55 21) 3974 6150 . Fax (55 21) 2262 6847 . sac@haztec.com.br . www.haztec.com.br<br />
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6-206
Os receptores citados acima foram considerados nesta avaliação de risco à<br />
saúde humana.<br />
Determinação dos mecanismos de transportes<br />
A identificação dos mecanismos de transporte consistiu na identificação das<br />
vias pelas quais os receptores previamente identificados poderiam estar<br />
expostos a substâncias químicas no ponto de exposição (local onde ocorre o<br />
contato entre o receptor e o composto químico).<br />
Os mecanismos de transporte possíveis de ocorrer com os metais identificados<br />
no solo da área da USIMINAS são a adsorção e lixiviação para a água<br />
subterrânea, enquanto que para a água subterrânea da área de interesse são a<br />
advecção, difusão e dispersão.<br />
Rotas de exposição<br />
As rotas de exposição foram elaboradas para dois cenários distintos,<br />
denominados cenário atual e cenário futuro. O cenário atual contemplou como<br />
receptores apenas os trabalhadores em obras, pois apenas eles ocuparão a<br />
área com a pilha de rejeitos exposta. O cenário futuro corresponde a área após<br />
a construção do terminal marítimo e pêra ferroviária, ou seja, com parte do<br />
rejeito encapsulado e consequentemente sem solo superficial impactado. Neste<br />
cenário foi considerado como receptores os futuros funcionários da USIMINAS.<br />
A identificação das rotas potenciais de exposição foi realizada considerando as<br />
características das populações selecionadas para o estudo, a natureza dos<br />
poluentes presentes na área e as características físicas do meio. Dessa forma,<br />
as seguintes rotas foram consideradas para cada cenário avaliado:<br />
Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />
Tel (55 21) 3974 6150 . Fax (55 21) 2262 6847 . sac@haztec.com.br . www.haztec.com.br<br />
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6-207
Cenário atual<br />
Receptores: Trabalhadores em obras civis<br />
• Inalação de vapores em ambientes abertos e fechados provenientes do solo<br />
superficial, subsuperficial e da água subterrânea;<br />
• Ingestão e contato dermal a partir do solo superficial, subsuperficial e da água<br />
subterrânea.<br />
Cenário futuro<br />
Receptores: Futuros funcionários da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A.<br />
– USIMINAS<br />
• Inalação de vapores em ambientes abertos e fechados provenientes do solo<br />
subsuperficial e da água subterrânea;<br />
• Ingestão e contato dermal a partir da água subterrânea.<br />
A rota referente a ingestão da água subterrânea na área da USIMINAS não é<br />
válida atualmente e não será futuramente quando o terminal estiver em<br />
operação, já que é salobra e portanto imprópria para consumo. Entretanto a<br />
mesma foi considerada seguindo orientações do órgão ambiental.<br />
<strong>6.1</strong>.1.8.4.2 Qualidade da água subterrânea<br />
Foram analisados para a água subterrânea os parâmetros físico-químicos,<br />
temperatura, condutividade elétrica, pH (potencial hidrogeniônico), ORP<br />
(potencial de óxido-redução) e OD (oxigênio dissolvido).<br />
Os resultados de pH apresentaram duas áreas com valores mais ácidos (de 5 a<br />
4) nas porções próximas a bacia de contenção da pilha de rejeito a norte<br />
(próxima a lagoa) e a sul (próximo as bacias de água industrial e de concreto),<br />
o restante dos valores ficaram entre 5 e 7. Este pH mais ácido provavelmente<br />
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6-2<strong>08</strong>
esteja relacionado a infiltrações e/ou transbordamentos da água superficial da<br />
bacia de contenção da pilha de rejeito que possui pH menor que 5. Os<br />
resultados da condutividade elétrica (µs/cm) apresentaram os maiores valores<br />
na área a nordeste da bacia de contenção da pilha de rejeito provavelmente<br />
relacionada com a influência da maré, tendo uma maior salinidade da água<br />
subterrânea neste setor. Na área próxima a lagoa também foi detectado um<br />
valor maior que 20 000µs/cm. Os valores do potencial de óxido-redução (ORP)<br />
oscilaram entre -263,4 mV a 234,9 mV, e as concentrações de oxigênio<br />
dissolvido (OD) de 0,02 mg/l (ambiente anóxico) a 8,39 mg/l (ambiente bem<br />
oxigenado) (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4.2-1).<br />
a) b)<br />
c) d)<br />
e) f)<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4.2-1: Resultados das análises físico químicas “in situ” da água subterrânea.<br />
Fonte: Elaborado a partir de ARCADIS/USIMINAS (2009).<br />
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6-209
As figuras a seguir apresentam os resultados das análises químicas de metais<br />
para a matriz água subterrânea nos poços de monitoramento (Figura<br />
<strong>6.1</strong>.1.8.4.2-2).<br />
a) b)<br />
c) d)<br />
e) f)<br />
g) h)<br />
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6-210
i) j)<br />
k) l)<br />
m) n)<br />
o) p)<br />
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6-211
q) r)<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4.2-2: Resultados de metais na água subterrânea. Os valores de intervenção da<br />
lista orientadora CETESB estão representados pela linha vermelha pontilhada. Fonte:<br />
Elaborado a partir de ARCADIS/USIMINAS (2009).<br />
Avaliação da qualidade da água subterrânea (ARCADIS/USIMINAS, 2009):<br />
A água subterrânea encontrada na área tem como nível de base o sistema<br />
estuarino da Baía de Sepetiba. Devido a limitada zona de recarga, proximidade<br />
do mar e influência da maré, a água subterrânea local não apresenta<br />
qualidades naturais que permitam considerá-la um manancial de<br />
abastecimento (ARCADIS/USIMINAS, 2009).<br />
Os resultados de pH apresentaram-se mais ácidos (de 5 a 4) nas porções<br />
próximas à bacia de contenção da pilha de rejeito a norte (próxima a lagoa) e a<br />
sul (próximo as bacias de água industrial e de concreto), e o restante dos<br />
valores ficaram entre 5 e 7. Este pH mais ácido provavelmente esteja<br />
relacionado à infiltrações e/ou transbordamentos da água superficial da bacia<br />
de contenção da pilha de rejeito que possui pH menor que 5. Os resultados da<br />
condutividade elétrica (μs/cm) apresentaram os maiores valores na área a<br />
nordeste da bacia de contenção da pilha de rejeito provavelmente relacionada<br />
com a influência da maré, tendo uma maior salinidade da água subterrânea<br />
neste setor. Na área próxima a lagoa também foi detectado um valor maior que<br />
20 000μs/cm. Os valores do potencial de óxido-redução (ORP) oscilaram entre<br />
-263,4 mV a 234,9 mV, e as concentrações de oxigênio dissolvido (OD) de 0,02<br />
mg/l (ambiente anóxico) a 8,39 mg/l (ambiente bem oxigenado).<br />
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6-212
Amostras com concentrações acima dos limites de intervenção da lista<br />
orientadora CETESB foram encontradas para os metais arsênio, cromo, zinco,<br />
cádmio, níquel e cobalto. Numa grande da área constata-se um indicativo de<br />
impacto da água subterrânea, sendo as principais fontes decorrentes das<br />
práticas passadas na unidade fabril da antiga INGÁ, da pilha de rejeito que<br />
ocupa boa parte do terreno adquirido pela USIMINAS e bacias.<br />
Estes resultados devem ser avaliados apenas com objetivo de identificar e<br />
delimitar os impactos à água subterrânea local decorrentes de atividades<br />
passadas e do deposito de rejeitos, não podendo ser comparados e<br />
interpretados como impactos à qualidade para consumo humano, já que, como<br />
informado, ás águas subterrâneas locais tem forte influência marinha, não<br />
sendo considerada como recurso hídrico explotável.<br />
De acordo com os resultados obtidos, foi possível encontrar sete possíveis<br />
centros de massa que podem representar diferentes fontes, sendo elas:<br />
Área da APEH 7 (Galpão de preparação da solução de sulfato de<br />
zinco): nesta área foram encontrados centros de massa para arsênio, chumbo,<br />
zinco, cádmio e níquel acima dos limites de intervenção da lista orientadora<br />
CETESB. É provável que este impacto tenha sido causado durante os<br />
processos de preparação da matéria prima, e posteriormente com a matéria<br />
prima depositada na área. Estas atividades provavelmente impactaram o solo,<br />
que por sequência se torna uma fonte de impacto secundário à água<br />
subterrânea.<br />
Área da APEH 1 (Área dos antigos transformadores): nesta área<br />
foram encontrados centros de massa para zinco, chumbo, arsênio e cádmio<br />
acima dos limites de intervenção da lista orientadora CETESB. Foram<br />
encontrados durante a realização das sondagens geotécnicas uma espessura<br />
de 1,3 m de rejeito a uma profundidade de 1,5m. O rejeito enterrado<br />
provavelmente contribui como fonte primária para a água subterrânea.<br />
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6-213
Jusante da APEH 9 (Armazenamento de resíduos, antigo bota-fora):<br />
A jusante do antigo bota-fora foram detectados centros de massa para arsênio,<br />
chumbo, zinco, cádmio e níquel acima dos limites de intervenção da lista<br />
orientadora CETESB. O impacto provavelmente tenha ocorrido por<br />
escorregamento de solo impactado da área do bota-fora para esta área e<br />
posterior impacto para a água subterrânea, ou pela lixiviação do material<br />
depositado no antigo bota-fora por água da chuva e consequente percolação<br />
até o horizonte que apresenta a água subterrânea. Na área do antigo bota-fora<br />
ainda são encontrados rejeitos dispostos pelo terreno que podem continuar<br />
gerando este impacto.<br />
Área da APE 10 (Bacia de concreto): foram identificados centros de<br />
massa para chumbo e cádmio acima dos limites de intervenção da lista<br />
orientadora CETESB. O impacto provavelmente esteja ocorrendo devido à<br />
interação da água superficial desta bacia com o nível freático ou através de<br />
transbordamentos ocorridos na área. A água superficial contida neste tanque é<br />
proveniente da água da bacia de contenção da pilha de rejeito e por<br />
continuarem recebendo estas águas residuárias a tornam uma fonte ativa de<br />
impacto à água subterrânea. Neste setor foram detectadas concentrações<br />
significativas de chumbo e cádmio tanto para o sedimento de fundo quanto<br />
para a água superficial que corroboram com estas afirmações.<br />
Área da APE 10 (Armazenamento de cal e antiga estação de<br />
tratamento): nesta área foi identificado centro de massa para zinco acima dos<br />
limites de intervenção da lista orientadora CETESB. Este impacto está ligado<br />
ou aos misturadores de cal ou as antigas atividades da estação de tratamento.<br />
Área da APE 13 (A noroeste da bacia de contenção da água da pilha<br />
de rejeito): foram detectados centros de massa para cromo, chumbo, cádmio e<br />
níquel (e possivelmente para arsênio). Esta área está influenciada pelas águas<br />
superficiais da bacia de contenção da pilha de rejeito, que podem estar<br />
impactando a área através de vazamentos ou transbordamentos do dique de<br />
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6-214
contenção diretamente para o lençol freático (a água superficial da bacia possui<br />
potencial hidráulico maior que o do lençol freático).<br />
Área da APE 11 (A leste da bacia de contenção da água da pilha de<br />
rejeito): foram detectados centros de massa para arsênio, cromo, chumbo,<br />
cádmio e níquel acima dos limites de intervenção da lista orientadora CETESB.<br />
Esta fonte provavelmente está ligada às águas da bacia de contenção da pilha<br />
de rejeito, que contribuem para o impacto na água subterrânea do setor, com<br />
cenário igual ao anterior (APE 13). Nas amostras de sedimento de fundo e<br />
água superficial coletadas próximas na área da bacia de contenção da pilha de<br />
rejeito foram identificadas concentrações significativas de cádmio e chumbo<br />
que corroboram com está informação.<br />
Foram encontradas concentrações pontuais nas amostras para boro, prata e<br />
bário acima dos limites de intervenção do padrão CETESB. O boro e a prata<br />
foram encontrados em pontos próximos a bacia de contenção da pilha,<br />
enquanto o bário em um ponto na área da fábrica e um ponto próximo à bacia<br />
pulmão.<br />
As concentrações de ferro e manganês foram detectadas acima dos limites de<br />
intervenção da lista orientadora CETESB de forma homogênea na área, mas<br />
como é possível observar em diversos trabalhos como Hypolito (2005) apud<br />
ARCADIS/USIMINAS (2009), nos sistemas de mangue (ambientes coloidais)<br />
há uma contribuição natural de ferro e manganês, sendo esperados resultados<br />
significativos. Estes dois compostos não estariam assim relacionados a<br />
qualquer impacto das atividades realizadas na área, tratando-se do background<br />
local.<br />
As análises da água subterrânea referentes a SVOC, VOC, TPH, Via Clássica<br />
e PCB não detectaram concentrações superiores aos limites de intervenção da<br />
lista orientadora CETESB e/ou limites de detecção laboratoriais.<br />
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6-215
<strong>6.1</strong>.1.8.4.3 Qualidade do sedimento<br />
Os resultados analíticos para as amostras de sedimento coletadas para metais<br />
foram comparados com o padrão de intervenção da FDEP (Florida<br />
Departament Environmental Protection) devido a proximidade com o mar.<br />
As figuras a seguir ilustram os resultados analíicos de metais coletados em<br />
amostras de sedimento de fundo dos reservatórios internos, na lagoa e rio da<br />
7Guarda (Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4.3-1).<br />
RESERVATÓRIOS INTERNOS<br />
LAGOA E RIO DA GUARDA<br />
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6-218
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6-219
RESERVATÓRIOS INTERNOS<br />
LAGOA E RIO DA GUARDA<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4.3-1: Resultados de metais em sedimentos coletados nos reservatórios<br />
internos, na lagoa e no rio da Guarda. Os valores de intervenção da FDEP estão representados<br />
pela linha vermelha pontilhada Fonte: Elaborado a partir de ARCADIS/USIMINAS (2009).<br />
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6-220
Avaliação da Qualidade dos sedimentos (ARCADIS/USIMINAS, 2009):<br />
1) Reservatórios<br />
Foram encontradas concentrações significativas para cádmio nas amostras dos<br />
quatro reservatórios, bacia de contenção da pilha (SM-05), bacia pulmão (SM-<br />
06), bacia de concreto (SM-07) e bacia de águas industriais (SM-<strong>08</strong>), além de<br />
concentrações significativas de chumbo na bacia de contenção da pilha de<br />
rejeito. As concentrações obtidas na amostra da bacia de contenção da pilha<br />
de rejeito estão relacionadas à interação com o rejeito. As bacias pulmão e de<br />
concreto recebem águas oriundas da bacia de contenção da pilha de rejeito<br />
sendo este o fator responsável por este cenário. A área da bacia de águas<br />
industriais recebia resíduo gerados pelo processo (tortas) o que provavelmente<br />
deve ter ocasionado estas concentrações.<br />
2) Lagoa<br />
Cádmio, cromo (acima do padrão FDEP) e chumbo (ausente no padrão FDEP)<br />
apresentaram-se em concentrações significativas no sedimento de fundo da<br />
lagoa. Os mesmos também foram detectados acima dos limites de intervenção<br />
do padrão CETESB na água subterrânea dos poços de monitoramento<br />
instalados neste setor e na água superficial do dique de contenção da pilha de<br />
rejeito. Este impacto deve estar relacionado aos transbordamentos ocorridos<br />
na década de 90 e atualmente pode existir uma contribuição gerada pelo fluxo<br />
da água subterrânea impactada.<br />
3) Rio da Guarda<br />
O ponto de amostragem que apresentou concentrações de cádmio acima do<br />
padrão FDEP localiza-se mais à montante do rio da Guarda (SM-03). Os<br />
pontos à jusante da área (SM-02 e SM-01) não apresentaram concentrações<br />
acima do padrão FDEP. Estas concentrações provavelmente foram obtidas em<br />
Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />
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6-221
decorrência dos antigos transbordamentos ocorridos durante a década de 90.<br />
Cabe salientar que o Padrão FDEP apresenta valores orientadores apenas<br />
para cádmio e cromo, portanto cabe salientar a presença de zinco em<br />
concentrações de até 110 mg/kg. Concentrações de ferro e manganês também<br />
foram detectadas em concentrações elevadas, porém pode-se caracterizá-los<br />
como provenientes de fonte do ambiente natural (mangue).<br />
<strong>6.1</strong>.1.8.4.4 Qualidade do solo (pilha de rejeito)<br />
As figuras abaixo apresentam os resultados das análises químicas de metais<br />
em solo da área da pilha de rejeitos, os quais foram comparados com os limites<br />
de intervenção da lista orientadora CETESB e da Lista Holandesa (Figura<br />
<strong>6.1</strong>.1.8.4.4-1).<br />
a) b)<br />
c) d)<br />
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6-222
-e) f)<br />
g) h)<br />
i) j)<br />
k) l)<br />
m) n)<br />
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6-223
o) p)<br />
q) r)<br />
s)<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4.4-1: Resultados de metais em solo da área da pilha de rejeitos. Os valores de<br />
intervenção da CETESB e/ou Lista Holandesa estão representados pela linha vermelha<br />
pontilhada. Fonte: Elaborado a partir de ARCADIS/USIMINAS (2009).<br />
Avaliação da Qualidade do solo (pilha de rejeito) (ARCADIS/USIMINAS,<br />
2009):<br />
Foi observado impacto por cádmio em grande parte da área da pilha de rejeito<br />
tanto na parte superficial da pilha (profundidade de 0,5m) quanto nas amostras<br />
coletadas próximo à franja capilar em concentrações acima dos limites de<br />
intervenção da lista orientadora CETESB. Foram detectados impactos pontuais<br />
por chumbo, arsênio e vanádio em concentrações acima dos limites de<br />
intervenção desta lista.<br />
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6-224
O impacto observado está relacionado, tanto em relação às concentrações<br />
como na localização detectada da matéria prima utilizada no processo<br />
industrial de separação do zinco (no início das atividades da INGÁ) e cádmio<br />
(na fase final das atividades da INGÁ), que geravam um rejeito que possuía<br />
concentrações de cádmio (início das atividades), chumbo, arsênio, vanádio e<br />
outros metais.<br />
As coletas realizadas a profundidades de 4, 8 e 10 metros também<br />
apresentaram concentrações de cádmio acima dos limites de intervenção<br />
estabelecidos, demonstrando um caráter vertical do impacto deste que pode<br />
ser considerado o principal metal impactante da área.<br />
Cabe salientar que nestas profundidades não foram detectadas concentrações<br />
dos metais detectados superficialmente, o que indica a provável lixiviação e/ou<br />
solubilização dos mesmos nestas profundidades, decorrentes do tempo em que<br />
ficaram depositados na área, ou devido a matéria prima utilizada ou mesmo o<br />
processo industrial que eram utilizados na época da deposição (quanto mais<br />
próximo à base da pilha, mais antiga a deposição do rejeito).<br />
De acordo com a situação atual da área, o rejeito continua como uma fonte<br />
ativa, impactando diretamente o nível saturado por lixiviação e/ou solubilização,<br />
além do impacto à água superficial da bacia de contenção da pilha de rejeito.<br />
Os resultados das análises de VOC, SVOC e TPH na pilha de rejeito não<br />
indicaram concentrações acima dos limites de detecção laboratoriais para<br />
todas as amostras de solo coletadas.<br />
<strong>6.1</strong>.1.8.4.5 Qualidade do solo (área da fábrica e limites)<br />
As figuras abaixo apresentam os resultados das análises químicas de metais<br />
em solo da área da fábrica e entorno (Quadro <strong>6.1</strong>.1.8.4.5-1), os quais foram<br />
comparados com os limites de intervenção da lista orientadora CETESB<br />
(Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4.5-1).<br />
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6-225
Quadro <strong>6.1</strong>.1.8.4.5-1: Área e localização das estações de coleta de solo e suas respectivas<br />
profunfidades.<br />
Áreas Localização Estações de coleta e profundidade<br />
APEH 2<br />
Galpão de estocagem SD-48 (0,5m), SD-49 (0,3m), SD-50 (0,5m) e SDde<br />
minério<br />
52 (0,5m)<br />
APEH 7<br />
Galpão industrialtratamento<br />
de zinco/ SD-53 (0,3m), SD-54 (0,5m) e SD-57 (0,3m)<br />
cádmio<br />
APE 10<br />
Bacia de tratamento de<br />
efluentes<br />
SD-60 (0,5m) e SD-62 (0,5m)<br />
APEH 8<br />
Bacia de acúmulo de<br />
resíduos (R15)<br />
SD-65 (0,5m) e SD-66 (0,5m)<br />
APEH 3<br />
Tanque de BPF e casa<br />
de máquinas<br />
SD-72 (0,3m) e SD-73 (0,5m)<br />
APEH 5<br />
Eletrólise de cádmio,<br />
oficina e fundição de SD-76 (0,5m) e SD-80 (0,3m)<br />
zinco<br />
APEH 6 Eletrólise de zinco SD-81 (0,5m), SD-83 (0,5m) e SD-85 (0,5m)<br />
APE 11 Área do mangue<br />
SD-86 (0,5m), SD-87 (0,5m), SD-88 (0,5m), SD-89<br />
(0,5m), SD-90 (0,5m), SD-91 (0,5m), SD-92 (0,5m)<br />
e SD-93 (0,5m)<br />
APEH 9<br />
Armazenamento de SD-95 (0,5m), SD-98 (0,5m), SD-99 (0,5m), SDresíduos<br />
(bota-for a) 101 (0,5m), SD-102 (0,5m) e SD-103 (0,5m)<br />
Próximo a<br />
Pilha de Área da pilha<br />
SD-107 (0,5m) e SD-110 (0,5m)<br />
Rejeito<br />
APE XIII Lagoa<br />
SD-132 (0,5m), SD-133 (0,5m), SD-134 (0,5m) e<br />
SD-135 (0,5m)<br />
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6-226
a) b)<br />
c) d)<br />
e) f)<br />
g) h)<br />
i) j)<br />
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k) l)<br />
m) n)<br />
o) p)<br />
q) r)<br />
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6-228
s)<br />
Figura <strong>6.1</strong>.1.8.4.5-1: Resultados de metais em solo coletados na área da fábrica e limites. Os<br />
valores de intervenção da CETESB estão representados pela linha vermelha pontilhada. Fonte:<br />
Elaborado a partir de ARCADIS/USIMINAS (2009).<br />
Avaliação da qualidade do solo (área da fábrica e limites)<br />
(ARCADIS/USIMINAS, 2009):<br />
Com base nos resultados foi definido que a área da fábrica apresenta impactos<br />
no solo acima dos limites de intervenção da lista orientadora da CETESB para<br />
cádmio, cobalto, níquel e cobre, sendo definidas as seguintes áreas<br />
impactadas:<br />
Área da APEH 2 - antigamente utilizada para a estocagem de matéria<br />
prima, apresentou nas amostras de solo, concentrações acima dos limites de<br />
intervenção da lista orientadora CETESB para cádmio, chumbo, cobalto e<br />
níquel. O impacto está relacionado a própria disposição de matéria prima que<br />
possuía elevadas concentrações destes metais e possivelmente ocorreu<br />
lixiviação e/ou solubilização deste material com posterior infiltração para o solo<br />
abaixo do piso, ocorrendo de forma pontual na área.<br />
Área da APEH 7 - onde antigamente era realizado o processo industrial,<br />
e a matéria prima era estocada em tanques de madeira. Nesta área<br />
apresentaram-se nas amostras de solo, concentrações acima dos limites de<br />
intervenção da lista orientadora CETESB para arsênio, cádmio e níquel. O<br />
impacto está relacionado às práticas do processo industrial ou<br />
acondicionamento da matéria prima. Cabe salientar que o piso, quando<br />
presente, apresenta-se com rachaduras, sendo assim, esta área é<br />
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6-229
caracterizada como fonte direta de exposição do material impactante (matérias<br />
primas) com o solo, principalmente ao redor dos tanques de madeira.<br />
Área da APEH 8 - antiga bacia que servia para a acumulação de rejeito,<br />
apresentou nas amostras de solo, concentrações acima dos limites de<br />
intervenção da lista orientadora CETESB para cádmio, chumbo e cobre. O<br />
material depositado (torta), provavelmente foi lixiviado e infiltrou pelo piso. São<br />
encontrados resíduos desta “torta” (rejeito) na área, podendo definir que a área<br />
continua com uma fonte ativa de impacto ao solo e à água subterrânea.<br />
Área da APEH 9 - área do antigo bota-fora, apresentou nas amostras de<br />
solo, concentrações acima dos limites de intervenção da lista orientadora<br />
CETESB para cádmio e chumbo. Nesta área foram depositados os resíduos<br />
dos processos produtivos. O local não apresenta pavimentação, atribuindo-se<br />
um impacto direto por contato com o solo, sendo que parte deste material ainda<br />
encontra-se distibuído na área. O perfil de solo é muito pouco significativo com<br />
espessuras menores que 1 metro, estando diretamente acima da alteração de<br />
rocha metamórfica. Nesta área não é apresentado um lençol freático<br />
sedimentar que possa estar sendo impactado pelo solo, porém representa uma<br />
fonte de impacto para porções topograficamente mais baixas, por ação de<br />
diversos fatores, como a alta pluviosidade regional e a lixiviação do solo.<br />
Área da antiga estação de magnésio - apresentou nas amostras de<br />
solo, concentrações acima dos limites de intervenção da lista orientadora<br />
CETESB para cádmio. Esta área localiza-se próxima a pilha de rejeito. O<br />
material depositado no local durante as atividades da estação provavelmente<br />
tenham infiltrado no solo, porém uma outra possibilidade da natureza do<br />
impacto seja a proximidade com a pilha de rejeitos (a área está em uma porção<br />
mais baixa topograficamente da pilha).<br />
As quatro áreas (APEH 2, 7, 8 e 9) possuem nível de água subterrânea<br />
praticamente superficial com média menor que 1,5 m tornando-se o solo<br />
superficial uma potencial fonte secundária de impacto para a água subterrânea.<br />
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6-230
A área in situ do bota-fora não apresenta nível de água superficial, porém<br />
devido ao relevo e a chuva provavelmente esteja impactando o solo do entorno<br />
e secundariamente a água subterrânea.<br />
<strong>6.1</strong>.1.8.5 Hidrogeologia<br />
A água subterrânea está a uma profundidade média de 1,4 metros, possuindo<br />
o fluxo duas vertentes, uma em direção a norte com direção a lagoa localizada<br />
a norte da área, e outra na direção nordeste com direção a área alagada<br />
(mangue), ambas com direção ao mar.<br />
A rota referente a ingestão da água subterrânea na área da Usiminas não é<br />
válida e não será futuramente quando o terminal estiver em operação, já que é<br />
salobra e, portanto, imprópria para consumo.<br />
A condutividade hidráulica media é igual a 8,5x10-5 cm/s e o gradiente<br />
hidráulico igual a 0,52%. A velocidade da água subterrânea neste aqüífero é de<br />
aproximadamente 0,85 m/ano.<br />
O tipo de solo predominante na área é silto-arenoso. A maior área de solo<br />
impactado se deve a presença de cádmio e as maiores plumas identificadas na<br />
água subterrânea são dos compostos cádmio, níquel e arsênio ( figuras das<br />
plumas ).<br />
As maiores plumas identificadas na água subterrânea possuem<br />
aproximadamente 700 metros de extensão e 2,15 metros de espessura.<br />
Atualmente o solo impactado ocupa uma área de 105.000 m2 e possui<br />
espessura média de 15 metros (pilha de rejeitos), entretanto após as ações de<br />
engenharia aplicadas para a construção do terminal e da pêra ferroviaria, o<br />
solo impactado será distribuído de forma controlada na área, terá<br />
aproximadamente 3,5 metros de espessura e será recoberto para evitar<br />
dispersão e contato direto por qualquer receptor local.<br />
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6-231
<strong>6.1</strong>.1.9 Caracterízação Geologico-Geotecnica<br />
A Bacia Sedimentar de Sepetiba ocupa aproximadamente 4% da área do<br />
Estado do Rio de Janeiro, estando delimitada pela linha cumeada dos morros<br />
da Serra do Mar, onde nascem os rios que deságuam na Baía de Sepetiba,<br />
formadores da Bacia Hidrográfica do Rio Guandu.<br />
Esta bacia ocupa uma área aproximada de 2.000 km 2 , sendo que 90% de sua<br />
área total correspondem a uma planície aluvionar.<br />
A geologia local é formada por depósitos quaternários inconsolidados, de<br />
ambiente aluvionar (fluvial, flúvio-marinho e flúvio-lacustre) sobrepostos ao<br />
arcabouço Pré-Cambriano.<br />
Os sedimentos são representados por duas unidades:<br />
A inferior apresenta fácies arenosa pleistocênica, constituída por areias<br />
de granulometria média a muito grossa com cascalho, geralmente basal,<br />
constituído principalmente de quartzo e feldspato.<br />
A unidade superior, denominada aluvionar de cobertura, é formada por<br />
fácies síltico-argilosa holocênica.<br />
A área destinada à futura instalação da retroárea do Porto Ilha da Madeira<br />
encontra-se sobreposta aos depósitos flúvio-lagunares recentes.<br />
Esta área sofreu um processo intenso de sedimentação superficial argilosiltosa,<br />
intercaladas com lentes de areia, sucessivamente, comprovando a<br />
sucessão de transgressões e regressões que se constata em vários pontos do<br />
litoral brasileiro.<br />
Com o incremento das ações antrópicas em decorrência da antiga atividade<br />
industrial no local do empreendimento, tornou-se indispensável o uso de<br />
sondagem a percussão e rotativa para a precisa interpretação do perfil<br />
geológico, profundidade do embasamento rochoso e características físicas do<br />
solo, realizadas pela empresa TENGEL TECNICA DE ENGENHARIA LTDA.<br />
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6-232
Nas sondagens realizadas, simultaneamente à coleta de amostras, foram<br />
medidas as resistências de penetração do amostrador, cravado através de um<br />
peso de 65 kg em queda livre de 75 cm de altura anotando-se, o número de<br />
golpes necessários para cravação dos 45 cm do amostrador em 3 estágios de<br />
15 cm cada.<br />
O número de golpes necessários à cravação dos 30 cm finais ( 2° e 3° estágios<br />
de 15 cm ) fornece a indicação da capacidade ou da consistência dos solos.<br />
Por meio da análise dos perfis de sondagens e da topografia fornecida, verificase<br />
na região a presença de uma camada de argila siltosa orgânica, cinza<br />
escura, com espessuras que atingem 7,5m e consistência variando entre muito<br />
mole a mole. Subjacente à camada de argila orgânica, observa-se um horizonte<br />
composto por uma argila silto-arenosa de coloração cinza claro e amarela com<br />
espessuras que atingem aproximadamente 12,0m, com consistência média a<br />
rija.<br />
A camada seguinte é formada por um solo residual caracterizado como um silte<br />
argiloarenoso, com presença de mica e coloração amarela. Este horizonte<br />
apresenta espessuras que chegam a 24,0m e consistência rija a dura. Abaixo<br />
desta, observa-se a presença de rocha alterada (saprolito) ou sã, dependendo<br />
da proximidade com as encostas e morros.<br />
Em alguns locais verifica-se a ocorrência de camadas intercaladas de areia<br />
siltosa amarela, situada entre camadas de solo residual e de argila siltoarenosa,<br />
com espessuras médias de 3,0m e compacidade que varia de pouco<br />
compacta a compacta, dependendo da profundidade.<br />
Próximo a área do mangue é aflorante a camada formada por argila-orgânica<br />
preta, com espessura de até 2m, localizada entre as cotas de 2,5m a 0m.<br />
Abaixo destas três camadas é verificada a presença de solo residual e de rocha<br />
não alterada (gnaisse) (Figura <strong>6.1</strong>.1.9-1).<br />
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6-233
Figura <strong>6.1</strong>.1.9-1: Perfil com as características geológicas e a pilha de rejeito atual (Modificado<br />
de ARCADIS HIDRO AMBIENTAL, 2009).<br />
O solo residual é composto predominantemente de uma areia média a grossa<br />
de coloração amarelada, apresenta-se próxima a cota -5m. A rocha pouco<br />
alterada é aflorante a leste da área é trata-se de gnaisse (rocha metamórfica), o<br />
levantamento geofísico detectou a rocha entre cotas de -16m a -32m em<br />
relação ao nível do mar.<br />
De acordo com os ensaios laboratoriais, a argila orgânica de fundação<br />
apresenta valores de Limite de Liquidez (LL) e Plasticidade (LP) de 75% e 36%<br />
respectivamente, com teor de umidade natural da ordem de 104%.<br />
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6-234
<strong>6.1</strong>.1.9.1 Avaliação da Geotécnica na área de interesse da Usinas<br />
Siderúrgicas de Minas Gerais S.A. – USIMINAS<br />
Dados de origem<br />
Os resultados apresentados neste subitem são exclusivamente oriundos dos<br />
documentos intitulados:<br />
“Diagnóstico Ambiental - Estudos Ambientais e de Engenharia para o<br />
Encerramento e Reabilitação da Antiga Unidade Industrial da INGÁ”, maio de<br />
2009, elaborado pela empresa ARCADIS Hidro Ambiente S.A.,<br />
Estudo de Remediação Ambiental da Cia Mercantil e Industrial Ingá -Itaguaí,<br />
Rio de Janeiro – Brasil, 2005, elaborado pela PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE<br />
CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO - PUC-Rio.<br />
Relatório das sondagens geotécnicas realizadas na Antiga Unidade Industrial<br />
da Ingá – Itaguaí, RJ, 2009, elaborado pela TENGEL TÉCNICA DE<br />
ENGENHARIA LTDA.<br />
Relatório Geotécnico Conceitual. Remediação do rejeito Ingá, 2009, elaborado<br />
pela MORETTI ENGENHARIA CONSULTIVA.<br />
Os referidos estudos incluíram a realização de uma série de atividades de<br />
campo para aquisição de dados, etapas de tratamento dos dados e estudos de<br />
engenharia relativos aos planos de descomissionamento e reabilitação<br />
ambiental de 968.000,00 m 2 da Massa Falida de Companhia Mercantil e<br />
Industrial INGÁ. Estes dados serviram de base para os estudos para o conceito<br />
de engenharia para encerramento e remediação da área para o uso proposto:<br />
pátio de estocagem e embarque de minério de ferro.<br />
Importantes recomendações são feitas nos estudos citados, com relação as<br />
características geotécnicas, hidrogeológicas, água subterrânea, avaliação e<br />
seleção das alternativas aplicáveis para o uso futuro da área – Terminal<br />
Portuário para embarque de minérios.<br />
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6-235
Dados geotécnicos<br />
Conforme a caracterização geológico-geotécnica a área do empreendimento é<br />
formada por depósitos quaternários inconsolidados, de ambiente aluvionar<br />
(fluvial, flúvio-marinho e flúvio-lacustre) sobrepostos ao arcabouço Pré-<br />
Cambriano, com os sedimentos representados por duas unidades:<br />
A inferior apresenta fácies arenosa pleistocênica, constituída por areias de<br />
granulometria média a muito grossa com cascalho, geralmente basal,<br />
constituído principalmente de quartzo e feldspato.<br />
A unidade superior, denominada aluvionar de cobertura, é formada por fácies<br />
síltico-argilosa holocênica.<br />
A predominância é um depósito de argila siltosa orgânica, de consistência muito<br />
mole a mole sendo este um material de alta compressibilidade, alta<br />
deformabilidade, baixas resistência e permeabilidade.<br />
O nível d‟água, observado por meio das sondagens, situa-se em profundidade<br />
aproximada de 1,5m abaixo da superfície do terreno (nas regiões não<br />
alagadas), entre a cota 1,0 a 5,0m, decrescendo no sentido sudoeste –<br />
nordeste.<br />
É possível notar que nas regiões situadas abaixo da pilha de rejeitos a<br />
espessura da camada de solo mole é menor. Acredita-se que este fato está<br />
relacionado com a expulsão do material mole decorrente da carga aplicada pela<br />
pilha ou devido ao adensamento desta camada.<br />
A camada de aterro com a presença de rejeito foi definido pelos resultados<br />
físicos do solo com granulometria silto-arenosa (areia fina a média) com porção<br />
argilosa, com uma porosidade de 57% e um grau de saturação de 89%. Atribuise<br />
a esta camada como sendo uma matriz silto-arenosa a qual foi incorporada o<br />
rejeito de mineração.<br />
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6-236
Solução proposta para melhoria do solo de fundação do pátio de Minério<br />
Problemas relacionados à presença de solos moles como elemento de suporte<br />
de obras civis são comumente enfrentados na engenharia geotécnica, e a<br />
empresa Moretti Engenharia Construtiva sugere a utilização de colunas<br />
preenchidas com material granular, chamadas colunas de brita, que consiste no<br />
preenchimento e compactação de aberturas cilíndricas no solo natural com<br />
material granular de melhores características mecânicas, quando se pretende<br />
aumentar a estabilidade global do sistema, reduzir e acelerar assentamentos<br />
em obras de aterro sobre solos moles.<br />
As colunas de brita podem ser utilizadas na melhoria de camadas de material<br />
mole, localizadas subjacentes a barragens e aterros de uma forma geral. Estas<br />
colunas têm a finalidade de reduzir os recalques, acelerar o processo de<br />
consolidação e aumentar a estabilidade e capacidade de carga do solo tratado.<br />
Em suma, as técnicas de melhoramento de solos por meio da utilização de<br />
colunas granulares constituem-se em sistemas auto-reguladores que<br />
apresentam como principal vantagem a redução significativa dos recalques pósconstrução.<br />
Tambem favorece o processo de drenagem das pressões das<br />
águas intersticiais, provocando redistribuição das cargas e aumento na<br />
velocidade dos recalques.<br />
Com este aumento da tensão de confinamento, o solo natural tende a expulsar<br />
o excesso de água que é drenada através do corpo poroso da própria coluna.<br />
Como resultado, a compressibilidade do terreno natural é reduzida enquanto<br />
sua capacidade de suporte é elevada. Com a evolução do processo, a<br />
concentração de tensões sobre as colunas vai se minimizando até que ocorra o<br />
equilíbrio do sistema.<br />
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6-237
Avaliação e seleção das alternativas aplicáveis à construção do Terminal<br />
O relatório “Diagnóstico Ambiental - Estudos Ambientais e de Engenharia para<br />
o Encerramento e Reabilitação da Antiga Unidade Industrial da INGÁ”,<br />
elaborado pela empresa ARCADIS Hidro Ambiente S.A, faz a avaliação e<br />
seleção das alternativas aplicáveis ao caso considerando as seguintes<br />
condicionantes e premissas:<br />
• Uso futuro da área: terminal portuário para embarque de minério;<br />
• A instalação do terminal envolverá uma série de obras de engenharia,<br />
incluindo o alteamento da cota do terreno, bem como projeto de<br />
fundação considerando os efeitos de recalque e drenagem;<br />
• A água subterrânea do local é naturalmente salobra, em decorrência da<br />
proximidade do mar, e consequentemente não pode ser considerado<br />
como manancial de abastecimento;<br />
Através de uma matriz de decisão a ARCADIS Hidro Ambiente observa que a<br />
alternativa mais adequada para a situação existente seja a alternativa de<br />
confinamento geotécnico (envelopamento), por se tratar de técnica viável e<br />
exeqüível mostrando ser a opção com menores impactos globais associados e<br />
tempo de execução compatível a implementação do terminal.<br />
Os trabalhos realizados mostraram que o conceito de envelopamento do rejeito<br />
associado ao controle da água subterrânea é solução adequada a problemática<br />
da área. Entretanto, a implantação desta solução deverá considerar alguns<br />
elementos e necessidades básicas do projeto de engenharia de transformar<br />
aquela área em um pátio de minério e terminal ferroviário e portuário.<br />
Segundo as informações deste estudo, a solução de confinamento geotécnico<br />
vai de encontro às necessidades firmadas no Protocolo de Compromisso entre<br />
os Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, compromissos esses assumidos<br />
pela USIMINAS no arremate da área da INGÁ. Este documento estabelece que<br />
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6-238
as ações relacionadas ao passivo ambiental estão limitadas a ÁREA da<br />
propriedade da Ingá e indica o envelopamento como alternativa viável e<br />
previamente considerada pelas autoridades.<br />
Técnica de envelopamento<br />
O confinamento geotécnico (envelopamento) de rejeitos consiste em uma obra<br />
de engenharia utilizada no controle da migração de contaminantes para o meio<br />
ambiente, mediante a contenção dos rejeitos, com a finalidade de evitar a<br />
contaminação das águas superficiais, das águas subterrâneas e do solo.<br />
O projeto de envelopamento de rejeitos deve ter como objetivo impedir o<br />
contato direto da massa de rejeitos com o terreno natural, bem como, sua<br />
exposição prolongada ao meio ambiente, evitando contato com o meio externo,<br />
e com a utilização futura da propriedade como Terminal da USIMINAS.<br />
O encerramento da atual pilha de rejeitos abrange o envelopamento do rejeito<br />
através da aplicação de uma cobertura composta por uma manta polivinílica ou<br />
outro material impermeável e solo argiloso.<br />
A execução desta camada de cobertura requer a construção de dique<br />
estruturado ao redor da área de disposição, divisão da área em células de<br />
armazenamento, espalhamento e a regularização dos rejeitos nas células e<br />
cobertura da área. Esta solução deve incluir elementos de fundação e<br />
geotecnia (compactação do material de base e rejeito disposto) com<br />
capacidade suficiente para suportar as cargas associadas ao projeto de<br />
engenharia.<br />
Conforme a caracterização geológico-geotécnica da região em estudo<br />
apresentada verifica-se a existência de um depósito de argila siltosa orgânica,<br />
de consistência muito mole a mole; sendo este um material de alta<br />
compressibilidade, alta deformabilidade, baixas resistência e permeabilidade.<br />
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6-239
Dessa forma, trata-se de um material que poderá ocasionar problemas quanto<br />
a recalques e estabilidade das estruturas assentadas.<br />
Recalques<br />
O problema dos recalques, decorrentes do adensamento do solo mole, se deve<br />
principalmente a alta porosidade e baixa permeabilidade da camada de argila<br />
mole.<br />
Na medida em que ocorre a dissipação da água, concomitantemente também<br />
haverá a redução dos vazios do solo, resultando dessa forma em uma<br />
deformação vertical denominada recalque.<br />
Para o caso da obra do terminal , o adensamento da camada de solo mole será<br />
em função do carregamento gerado pelo envelopamento e pelas pilhas de<br />
rejeito; podendo chegar à ordem de alguns metros. Esta deformação poderá<br />
ocasionar problemas de incompatibilidade de deslocamentos com as estruturas<br />
sobrepostas, como por exemplo, os trilhos das esteiras de lançamento.<br />
Estabilidade<br />
O problema de estabilidade está ligado à capacidade de suporte do solo de<br />
fundação. A camada de argila orgânica mole, presente na área em estudo,<br />
possui baixa resistência ao cisalhamento.<br />
Com a etapa de construção do envelopamento do material contaminado,<br />
somado ao esforço vertical, decorrente da pressão exercida pelas pilhas de<br />
minério de ferro com cerca de 20,0m de altura, estima-se que a carga total seja<br />
superior a 50tf/m², valor este muito maior do que a capacidade de suporte do<br />
solo mole.<br />
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6-240
Parâmetros adotados para os estudos de recalque e estabilidade<br />
A empresa Moretti Engenharia Consultiva, realizou estudos de recalque e<br />
estabilidade, adotando os seguintes parâmetros:<br />
1. Camada mole<br />
• Peso específico natural: γnat= 14,0kN/m3;<br />
• Peso específico saturado: γsat= 15,0kN/m3;<br />
• Resistência não drenada: CU=8,0kPa;<br />
• Razão de sobreadensamento: RSA=1,0<br />
• Coeficiente de adensamento primário: Cv=3x10-4cm2/s;<br />
• Coeficiente de compressibilidade/(1+eo): Cc/(1+e0)=0,20 a 0,41<br />
2. Dique de contenção<br />
• Peso específico natural: γnat= 18,0kN/m3;<br />
• Envoltória de resistência: τ = 10 + σn.tg30º<br />
3. Camada de argila compactada<br />
• Peso específico natural: γnat= 18,0kN/m3;<br />
• Envoltória de resistência: τ = 20 + σn.tg15º<br />
4. Camada de brita<br />
• Peso específico natural: γnat= 19,0kN/m3;<br />
• Envoltória de resistência: τ =σn.tg38º<br />
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6-241
5. Rejeito compactado<br />
• Peso específico natural: γnat= 18,0kN/m3;<br />
• Envoltória de resistência: τ=10 + σn.tg18º<br />
6. Material inerte<br />
• Peso específico natural: γnat= 18,0kN/m3;<br />
7. Pilha de minério de ferro<br />
• Peso específico natural: γnat= 25,0kN/m3;<br />
Conclusões do estudo das alternativas<br />
Uma recomendação é a conferência dos mesmos parâmetros após as obras de<br />
implantação do Terminal Portuário para a avaliação do comportamento dos<br />
efeitos de recalque e estabilidade da área.<br />
A alternativa de confinamento geotécnico (envelopamento), foi proposta pela<br />
ARCADIS Hidro Ambiental por se tratar de técnica viável e exeqüível que<br />
mostrou ser a opção com menores impactos globais associados e tempo de<br />
execução compatível a implementação do terminal. Esta solução deve incluir<br />
elementos de fundação e geotecnia (compactação do material de base e rejeito<br />
disposto) com capacidade suficiente para suportar as cargas associadas ao<br />
projeto de engenharia.<br />
Segundo as informações deste estudo, a solução de confinamento geotécnico<br />
vai de encontro às necessidades firmadas no Protocolo de Compromisso entre<br />
os Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, compromissos esses assumidos<br />
pela USIMINAS no arremate da área da INGÁ. Este documento estabelece que<br />
as ações relacionadas ao passivo ambiental estão limitadas a ÁREA da<br />
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6-242
propriedade da Ingá e indica o envelopamento como alternativa viável e<br />
previamente considerada pelas autoridades.<br />
<strong>6.1</strong>.2 Caracterização das Emissões Atmosféricas e da Qualidade do Ar<br />
<strong>6.1</strong>.2.1 Qualidade do Ar<br />
Na avaliação do impacto das emissões de poluentes do ar provenientes do<br />
projeto do Terminal Portuário USIMINAS - Itaguaí às concentrações estimadas<br />
de poluentes na atmosfera, resultantes do impacto das emissões do Terminal<br />
serão adicionados os níveis de concentração atuais (2009) monitorados ou<br />
estimados na área de influência do Terminal (concentrações de background). O<br />
impacto total é então comparado com os padrões de qualidade do ar para cada<br />
poluente para determinar se as emissões do projeto causaram uma violação<br />
dos padrões de qualidade do ar. Isto requer, portanto uma caracterização e<br />
avaliação da qualidade do ar atual na região onde será implantado o projeto.<br />
Nas concentrações atmosféricas atuais estão incluídas as concentrações<br />
referentes à contribuição das indústrias da região, do tráfego e de fontes<br />
naturais - Background Natural. O Background Natural refere-se à concentração<br />
de poluentes na atmosfera que é inerente à existência de vida animal ou<br />
vegetal no ambiente.<br />
A qualidade do ar é função das emissões de poluentes e muda com as<br />
condições meteorológicas. O diagnóstico da qualidade do ar é obtido através<br />
da comparação dos resultados das concentrações de poluentes atmosféricos<br />
medidas ou estimadas com os padrões de qualidade do ar. Tais padrões<br />
constituem os limites estabelecidos através de estudos científicos dos efeitos<br />
produzidos pelos poluentes.<br />
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6-243
<strong>6.1</strong>.2.1.1 Poluentes Atmosféricos<br />
Conforme a Resolução CONAMA 003 de 28/06/1990, considera-se poluente<br />
atmosférico “qualquer forma de matéria ou energia com intensidade e em<br />
quantidade, concentração, tempo ou características, em desacordo com os<br />
níveis estabelecidos, e que tornem ou possam tornar o ar impróprio; nocivo ou<br />
ofensivo à saúde; inconveniente ao bem-estar público; danoso aos materiais, à<br />
fauna e à flora ou prejudicial à segurança; ao uso e gozo da propriedade; e às<br />
atividades normais da comunidade”.<br />
Com relação a sua origem, os poluentes podem ser classificados como:<br />
Primários - são aqueles emitidos diretamente pelas fontes de emissão (Ex.<br />
dióxido de enxofre - SO2 e monóxido de carbono - CO); e Secundários - são<br />
aqueles formados na atmosfera como produtos de alguma reação entre<br />
poluentes ou um constituinte natural, podendo a reação ser fotoquímica ou não<br />
(Ex. ozônio - O3).<br />
As emissões de poluentes do ar provenientes do Terminal Portuário USIMINAS<br />
- Itaguaí consistem de partículas as quais resultam das operações de manuseio<br />
de minério, incluindo operações de embarque e desembarque, estocagem em<br />
pilhas e transferências em correias transportadoras.<br />
Partículas podem variar em tamanho de alguns nanômetros a 100 microns<br />
(μm) e podem ser geradas através da ação da turbulência do vento; por ação<br />
mecânica em material fino; e através do lançamento na atmosfera de gases<br />
contendo partículas.<br />
A poeira pode ser medida usando vários métodos, sendo o mais comum o<br />
realizado através das concentrações de Partículas Totais em Suspensão (PTS)<br />
o qual nominalmente mede partículas de até 50μm (Partículas de material<br />
sólido ou líquido que ficam suspensos no ar, na forma de poeira, neblina,<br />
aerossol, fumaça, fuligem, etc.); e de PM10 ou PM 2,5 (partículas de tamanhos<br />
menores que 10μm ou 2,5μm, respectivamente). Partículas depositadas<br />
medem a massa de qualquer poeira caindo de uma suspensão no ar, expressa<br />
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6-244
em massa por área por um determinado tempo e é menos comumente usada<br />
para determinação das concentrações de poeira.<br />
O presente diagnóstico da qualidade do ar na região do Projeto enfocará a<br />
análise dos níveis atuais de concentração na atmosfera de partículas totais em<br />
suspensão e partículas inaláveis (PM10).<br />
A poeira pode causar os seguintes impactos adversos:<br />
Impactos na Saúde<br />
Quanto menor o tamanho da partícula maior o efeito na saúde. Causam efeitos<br />
significativos em pessoas com doença pulmonar, asma e bronquite. Poeiras<br />
mais finas podem causar o aumento de atendimentos hospitalares e mortes<br />
prematuras.<br />
Os riscos à saúde humana dependem da composição química, concentração,<br />
tempo de exposição e, especialmente, tamanho da partícula. O transporte e<br />
deposição de uma partícula através das vias respiratórias são determinados<br />
pelo comportamento das partículas em escoamento de gases.<br />
Impactos na Vegetação<br />
Quando uma alta deposição de poeira se mantém por um determinado período,<br />
ela pode formar uma barreira física sobre a vegetação restringindo os<br />
processos naturais como a fotossíntese. Algumas espécies de plantas são<br />
mais sensíveis que outras.<br />
Impactos na Comunidade (incômodos)<br />
Além dos impactos potenciais a poeira pode também afetar o conforto e bem<br />
estar da comunidade. Os incômodos podem incluir:<br />
Prejuízos às atividades ao ar livre da comunidade;<br />
Sujar roupas em varal;<br />
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6-245
Deposição de poeira em prédios e veículos, requerendo lavagens<br />
freqüentes; e<br />
Formação de manchas em superfícies.<br />
Os incômodos são frequentemente considerados menos importantes que os<br />
impactos na saúde. Entretanto, os efeitos dos incômodos podem ser<br />
significativos em termos econômico e de bem estar social da comunidade. O<br />
stress associado com incômodos constantes pode também resultar em<br />
impactos secundários sobre a saúde.<br />
<strong>6.1</strong>.2.1.2 Padrões de Qualidade do Ar<br />
São padrões de qualidade do ar as concentrações de poluentes atmosféricos<br />
que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde, a segurança e o bem-estar da<br />
população, bem como ocasionar danos à flora e à fauna, aos materiais e ao<br />
meio ambiente em geral.<br />
Os parâmetros regulamentados são os seguintes: partículas totais em<br />
suspensão, fumaça, partículas inaláveis, dióxido de enxofre, monóxido de<br />
carbono, ozônio e dióxido de nitrogênio. Em 1990, a Resolução CONAMA<br />
003/90 aprovou padrões de qualidade do ar, distinguindo padrões primários e<br />
padrões secundários.<br />
São padrões primários de qualidade do ar as concentrações de poluentes que,<br />
ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população. Podem ser entendidos<br />
como níveis máximos toleráveis de concentração de poluentes atmosféricos,<br />
constituindo-se em metas de curto e médio prazo.<br />
São padrões secundários de qualidade do ar as concentrações de poluentes<br />
atmosféricos abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem<br />
estar da população, assim como o mínimo dano à fauna e à flora, aos materiais<br />
e ao meio ambiente em geral (ainda não regulamentados). Podem ser<br />
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6-246
entendidos como níveis desejados de concentração de poluentes, constituindose<br />
em meta de longo prazo.<br />
O estabelecimento de padrões secundários visa criar uma base para uma<br />
política de prevenção da degradação da qualidade do ar. Tais padrões devem<br />
ser aplicados em áreas de preservação, como, por exemplo: os parques<br />
nacionais, as áreas de proteção ambiental, as estâncias turísticas, etc. Não se<br />
aplicam, pelo menos em curto prazo, a áreas de desenvolvimento, onde devem<br />
ser aplicados os padrões primários. Como prevê a própria Resolução CONAMA<br />
003/90, a aplicação diferenciada de padrões primários e secundários requer<br />
que o território nacional seja dividido em Classes I, II e III, conforme o uso<br />
pretendido. O que ainda não foi feito. A mesma resolução prevê ainda que se<br />
considerem os padrões primários, enquanto as áreas não forem classificadas.<br />
Os padrões de qualidade do ar estabelecidos para poeira a nível nacional são<br />
mostrados na Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.2-1<br />
Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.2-1: Padrões Nacionais de Qualidade do Ar – Res. CONAMA 003/90<br />
Poluente<br />
Tempo de<br />
Amostragem<br />
Padrão<br />
Primário<br />
(µg/m³)<br />
Padrão<br />
Secundário<br />
(µg/m³)<br />
Partículas Totais em<br />
24 horas (1)<br />
240<br />
150<br />
Suspensão<br />
MGA (2)<br />
80<br />
60<br />
Partículas Inaláveis<br />
24 horas (1)<br />
MAA (3)<br />
150<br />
50<br />
150<br />
50<br />
Fumaça<br />
24 horas (1)<br />
MAA (3)<br />
150<br />
60<br />
100<br />
40<br />
Nota:<br />
(1) Não deve ser excedido mais que uma vez ao ano<br />
(2) Média geométrica anual<br />
(3) Média aritmética anual<br />
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6-247
A Resolução CONAMA 003/90 estabelece ainda os Níveis de Qualidade do Ar<br />
para elaboração do Plano de Emergência para Episódios Críticos de Poluição<br />
do Ar, visando providências dos governos de Estado e dos Municípios, assim<br />
como de entidades privadas e comunidade geral, com o objetivo de prevenir<br />
grave e iminente risco à saúde da população. Episódio Crítico de Poluição do<br />
Ar é considerado a presença de altas concentrações de poluentes na<br />
atmosfera, em curto período de tempo, resultante da ocorrência de condições<br />
meteorológicas desfavoráveis à dispersão dos mesmos. A Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.2-2<br />
mostra os Critérios para Episódios Agudos de Poluição do Ar.<br />
Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.2-2 Critérios para episódios agudos de poluição do ar – Resolução CONAMA<br />
03/90<br />
Parâmetro<br />
Níveis<br />
Poluente Período Unidade Atenção Alerta Emergência<br />
PTS 24 horas ( g m -3 ) 375 625 875<br />
PI 24 horas ( g m -3 ) 250 420 500<br />
A Comissão Estadual de Controle Ambiental – CECA, também fixa padrões de<br />
qualidade do ar para partículas, a serem atendidos no Estado do Rio de<br />
Janeiro (Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.2-3).<br />
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6-248
Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.2-3: Padrões Estaduais de Qualidade do Ar para Material Particulado – CECA<br />
NT- 603<br />
Poluente<br />
Tempo de<br />
Amostragem<br />
Padrão Primário<br />
Partículas Totais em Suspensão<br />
Partículas Sedimentáveis<br />
24 horas (1)<br />
MGA (2)<br />
30 dias<br />
240 µg/m³<br />
80 µg/m³<br />
1 mg/m 2 (áreas industriais)<br />
0,5 mg/m 2 (outras áreas)<br />
(1) Não deve ser excedido mais que uma vez ao ano<br />
(2) Média geométrica anual<br />
Para divulgação dos dados obtidos pela rede de amostragem da qualidade do<br />
ar à população, o Instituto Estadual do Ambiente (INEA) utiliza o índice de<br />
qualidade do ar, baseado no índice que foi concebido pelo “PSI – Pollutant<br />
Standard Index”, cujo desenvolvimento se baseou numa experiência<br />
acumulada de vários anos nos Estados Unidos e Canadá.<br />
Para efeito de divulgação, é utilizado o índice mais elevado dos poluentes<br />
medidos em cada estação. Portanto, a qualidade do ar em uma estação é<br />
determinada diariamente pelo pior caso entre os poluentes que forem<br />
monitorados.<br />
A relação entre índice, qualidade do ar e efeitos à saúde apresentada na<br />
Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.2-4, tem como base a Projeto de Divulgação realizado pela<br />
CETESB, SP, que abre a possibilidade de adesão de outros estados brasileiros<br />
que, ao adotarem forma semelhante de divulgação, simplificariam e<br />
uniformizariam a informação relativa à qualidade do ar.<br />
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6-249
Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.2-4: Faixas de Concentrações Limitantes - Índice de Qualidade do Ar – Material<br />
Particulado<br />
Qualidade Índice MP<br />
(μg/m³)<br />
Significado<br />
Boa 0 -50 0 -50 Praticamente não há riscos à saúde.<br />
Regular 51-100 >50-150 Pessoas de grupos sensíveis (crianças, idosos e<br />
pessoas com doenças respiratórias e cardíacas),<br />
podem apresentar sintomas como tosse seca e<br />
cansaço. A população, em geral, não é afetada.<br />
Inadequada 101-199 >150 e Toda a população pode apresentar sintomas como<br />
< 250 tosse seca, cansaço, ardor nos olhos, nariz e<br />
garganta. Pessoas de grupos sensíveis (crianças,<br />
idosos e pessoas com doenças respiratórias e<br />
cardíacas), podem apresentar efeitos mais sérios na<br />
saúde.<br />
Toda a população pode apresentar agravamento dos<br />
sintomas coo tosse seca, cansaço, ardor nos olhos,<br />
Má 200-299<br />
≥250 e<br />
<strong>6.1</strong>.2.1.3 Qualidade do Ar na Área de Influência do Terminal Portuário<br />
USIMINAS – Itaguaí<br />
A área de influência do projeto do Terminal Portuário USIMINAS - Itaguaí para<br />
fins de avaliação dos impactos na qualidade do ar compreende uma área<br />
quadrada de 400 km2 (20km x 20km), onde existem núcleos populacionais,<br />
distantes, a partir de 2.500 metros e até cerca de 8.000 metros, em direções<br />
diferentes.<br />
Para a caracterização da qualidade do ar na área de influência serão utilizados<br />
principalmente dados de monitoramento de partículas totais em suspensão e<br />
partículas inaláveis realizados pelo INEA na Estação Pesagro-Itaguaí<br />
(Seropédica) e de partículas inaláveis feitos pela GAIA em Itaguaí, nas<br />
Estações Vila Califórnia, Brisa Mar, Sítio Terezinha e Vila Aparecida.<br />
Para fins de avaliação e gestão da qualidade do ar na Região Metropolitana do<br />
Rio de Janeiro (RMRJ), o INEA levando em consideração as influências da<br />
topografia e meteorologia, divide a RMRJ em quatro Sub-Regiões,<br />
denominadas “Bacias Aéreas”. Dentro dessa divisão, a implantação pretendida<br />
do Projeto enquadra-se na Bacia Aérea I (Figura <strong>6.1</strong>.2.1.3-1) que ocupa uma<br />
área de 730 km 2 e compreende os distritos de Itaguaí e Coroa Grande, ambos<br />
no Município de Itaguaí, parte dos Municípios de Seropédica, Queimados,<br />
Japeri e Nova Iguaçu, além das Regiões Administrativas de Santa Cruz e<br />
Campo Grande no Município do Rio de Janeiro.<br />
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FORM-MKT-006/ 00<br />
6-251
Figura <strong>6.1</strong>.2.1.3-1: Bacias Aéreas na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Fonte: INEA -<br />
Relatório Anual de Qualidade do Ar - 20<strong>08</strong><br />
A partir do monitoramento e dos estudos especiais, é possível efetuar uma<br />
análise comparativa com os padrões de qualidade do ar. As concentrações são<br />
comparadas tanto com os padrões para longos períodos de exposição,<br />
normalmente médias anuais, quanto com o padrão de curto tempo de<br />
exposição (24 horas). Os padrões toleram o primeiro valor acima do padrão<br />
de curto prazo.<br />
As concentrações do Background 2009 para partículas na área de Influência do<br />
Projeto (Sub-Região I da RMRJ), para o presente estudo de impacto são<br />
mostradas na Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.3-1. Os padrões de qualidade do ar para PTS e<br />
PI, não foram ultrapassados. As maiores concentrações de partículas inaláveis<br />
ocorrem na estação Brisa Mar e Vila Aparecida.<br />
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6-252
Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.3-1: Partículas - Concentrações de Background 2009 – Área de Influência do<br />
Projeto (Sub-Região I da RMRJ)<br />
Estações Concentrações de Background 2009 g/m 3<br />
PTS<br />
PI<br />
N.º<br />
NOME<br />
MGA<br />
2º Máx.<br />
MAA<br />
2º Máx.<br />
24h<br />
24h<br />
01 Sítio Terezinha 35,40 (1) 72,60 (1) 31,74 (3) 68,86 (3)<br />
02 Vila Aparecida 35,40 (1) 72,60 (1) 35,58 (3) 110,41 (3)<br />
03<br />
Brisa Mar<br />
35,40 (1) 72,60 (1) 39,47 (3) 96,39 (3)<br />
04 Vila California 35,40 (1) 72,60 (1) 29,10 (3) 62,48 (3)<br />
05 Pesagro 40,00 (2) 90,00 (2) (4) 28,00 (2) 50,00 (2) (4)<br />
Padrão Nacional - g/m 3 80 240 50 150<br />
Nota:<br />
MGA = média geométrica anual<br />
MAA = média aritmética anual<br />
(1) Dados do estudo da implantação do Polo Petroquímico de Itaguaí – 1990<br />
(2) Dados referentes a 20<strong>08</strong> - Relatório Anual de Qualidade do Ar - 20<strong>08</strong> do INEA<br />
(3) Dados da Gaia (2009)<br />
(4) Representa 1º máximo.<br />
A seguir é feita uma avaliação das concentrações de Material Partículado –<br />
Evolução e Atendimento aos Padrões de Qualidade do Ar.<br />
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6-253
A - Partículas Totais em Suspensão (PTS)<br />
A avaliação dos níveis de partículas totais em suspensão na Bacia Aérea I é<br />
feita pelo INEA na Estação Pesagro-Itaguaí (Seropédica) e na Estação<br />
localizada na Agência do Banerj, no Centro de Itaguaí.<br />
Partículas Totais em Suspensão na Estação Pesagro-Itaguaí (INEA)<br />
Historicamente, na Bacia Aérea I, o INEA monitora a qualidade do ar em uma<br />
estação de monitoramento, localizada na Pesagro (coordenadas UTM:<br />
0635038; 7482691), em Itaguaí. Nesta Estação, o parâmetro PTS é monitorado<br />
desde 1989. As concentrações médias (geométricas) anuais de PTS na<br />
Estação Pesagro (Seropédica) no período 1989-20<strong>08</strong> são apresentadas na<br />
Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.3-2<br />
Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.3-2: Partículas Totais em Suspensão - Estação Pesagro-Itaguaí, INEA – média<br />
anual<br />
Ano<br />
Concentração - Média Geométrica Anual<br />
( g/m 3 )<br />
1989 26<br />
1990 32<br />
1991 35<br />
1992 32<br />
1993 33<br />
1994 42<br />
1995 41<br />
1996 44<br />
1997 55<br />
1998 44<br />
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6-254
1999 43<br />
2000 43<br />
2001 43<br />
2002 47<br />
2003 44<br />
2004 40<br />
2005 36<br />
2006 40<br />
20<strong>08</strong> 40<br />
Fonte: INEA - Relatório Anual de Qualidade do Ar – 2006 e 20<strong>08</strong><br />
Considerando-se que o padrão de qualidade do ar estabelecido pela Resolução<br />
CONAMA Nº. 03 de 28.06.90 para concentração média anual é de 80 g/m3<br />
verifica-se que os níveis medidos encontram-se muito abaixo do limite fixado<br />
como Padrão Primário. Se for considerado o Padrão Secundário, para proteção<br />
de flora e fauna de 60 g/m3, também as concentrações registradas<br />
encontram-se abaixo.<br />
De acordo com a Figura <strong>6.1</strong>.2.1.3-2 as concentrações de PTS monitorados na<br />
Estação Pesagro-Itaguaí apresentam uma tendência de aumento no período de<br />
1989 a 20<strong>08</strong>, porém com tendência a um decréscimo a partir de 1997.<br />
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6-255
Concentração (ug/m3)<br />
Concentração de Partículas Totais em Suspensão - Estação Pesagro-Média<br />
Anual - Tendência<br />
60<br />
Padrão = 80 ug/m3<br />
50<br />
40<br />
30<br />
20<br />
10<br />
0<br />
1989<br />
1990<br />
1991<br />
1992<br />
1993<br />
1994<br />
1995<br />
1996<br />
1997<br />
1998<br />
1999<br />
2000<br />
2001<br />
2002<br />
2003<br />
2004<br />
2005<br />
2006<br />
20<strong>08</strong><br />
Figura <strong>6.1</strong>.2.1.3-2: Partículas Totais em Suspensão- Estação Pesagro (média anual). Fonte:<br />
INEA - Relatório Anual de Qualidade do Ar – 2006 e 20<strong>08</strong><br />
A Figura <strong>6.1</strong>.2.1.3-3 mostra a evolução da média anual de PTS na RMRJ<br />
(Relatório Anual de Qualidade do Ar – 20<strong>08</strong> - INEA) indicando que a Estação<br />
Pesagro-Itaguaí (Seropédica) apresenta os menores índices. Esse mesmo<br />
relatório indica que os padrões de 24h para partículas em suspensão não<br />
foram violados em 20<strong>08</strong> na estação Pesagro.<br />
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6-256
Figura <strong>6.1</strong>.2.1.3-3: Evolução da média anual de PTS em áreas da RMRJ. Fonte: INEA - Relatório<br />
Anual de Qualidade do Ar - 20<strong>08</strong><br />
De acordo com o Relatório FEEMA-GTZ (1995), a Estação Pesagro-Itaguaí<br />
(Seropédica), juntamente com a Estação Sumaré (no Rio de Janeiro), é<br />
apresentada como estação de background, onde a média das concentrações<br />
observadas situa-se em torno de 50% do valor da concentração média<br />
geométrica do Padrão Primário (80 g/m3). Neste relatório, os valores<br />
apresentados para a Estação Pesagro-Itaguaí foram: média geométrica = 43<br />
g/m 3 , média aritmética = 45 g/m 3 , mínimo = 21 g/m 3 e máximo = 95 g/m 3 .<br />
De acordo com o Relatório “os valores obtidos nas estações escolhidas como<br />
background orientam a avaliação da região estudada, ou seja, valores acima<br />
destes, quando encontrados em um local, mostram o grau de influência de<br />
atividades poluidoras”.<br />
Partículas Totais em Suspensão na Área do Pólo Petroquímico – Estação<br />
Banerj<br />
No ano de 1990 foram realizadas medições de partículas totais em suspensão,<br />
no período de 5 de março a 1 de setembro, com o objetivo de caracterizar a<br />
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6-257
qualidade do ar na área de influência do Pólo Petroquímico de Itaguaí. Para tal,<br />
foi instalado um amostrador Hi-Vol na Agência do Banerj, no Centro de Itaguaí.<br />
Os resultados indicaram para as concentrações de partículas totais em<br />
suspensão, no período, uma média geométrica de 68 g/m3 e uma<br />
concentração máxima diária de 113 g/m3, valores abaixo dos níveis<br />
estabelecidos pela Resolução CONAMA 03/90 como admissíveis para o<br />
parâmetro: 80 e 240 g/m 3 , respectivamente.<br />
Na área de implantação do Pólo, vizinha à área do presente Projeto, também<br />
foram realizadas medições de partículas totais em suspensão, indicando média<br />
geométrica de 35,4 g/m 3 e máxima diária de 72,6 g/m 3 , valores inferiores aos<br />
obtidos na área urbana de Itaguaí.<br />
Esses resultados confirmam algumas evidências: a área urbana de Itaguaí<br />
apresentou valores mais altos do que a área de implantação do Pólo<br />
Petroquímico e as concentrações observadas durante esse período de<br />
monitoramento claramente sofreram a influência do inverno (mais desfavorável<br />
à dispersão dos poluentes), período em que ocorreram quase todas as<br />
amostragens.<br />
O material particulado em suspensão coletado no monitoramento realizado<br />
quando dos estudos de implantação do Pólo Petroquímico também foi<br />
analisado, qualitativamente, quanto aos metais pesados que compusessem a<br />
poeira em suspensão naquela área. A análise do material revelou<br />
concentrações bastante reduzidas de metais, cerca de 7%, indicando que,<br />
naquela ocasião, a contribuição das indústrias instaladas nas proximidades da<br />
área urbana de Itaguaí era pouco significativa.<br />
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6-258
B - Partículas Inaláveis (PI)<br />
A avaliação dos níveis de concentração de partículas inaláveis na Bacia Aérea<br />
I é feita na Estação Pesagro-Itaguaí do INEA e nas Estações Vila Califórnia,<br />
Brisamar, Sítio Terezinha e Vila Aparecida em Itaguaí, operadas pela GAIA.<br />
Partículas Inaláveis na Estação Pesagro-Itaguaí (INEA)<br />
A partir de 1998 o INEA passou a realizar também, o monitoramento de<br />
partículas inaláveis na Bacia Aérea I, cuja estação de amostragem encontra-se<br />
localizada no mesmo local onde são monitorados os níveis de partículas totais<br />
em suspensão. Os resultados obtidos das concentrações médias anuais são<br />
mostrados na Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.3-3.<br />
Nota-se que os valores registrados não ultrapassam o padrão primário anual de<br />
50 g/m 3 , estabelecido pela Resolução CONAMA 03/90.<br />
Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.3-3: Concentração Média Anual de Partículas Inaláveis (Estação Pesagro) –<br />
1998 a 20<strong>08</strong><br />
Ano Concentração de Partículas Inaláveis ( g/m 3 )<br />
1998 37<br />
1999 31<br />
2000 34<br />
2001 34<br />
2002 44<br />
2003 37<br />
2006 34<br />
20<strong>08</strong> 28<br />
Fonte: INEA - Relatório Anual de Qualidade do Ar – 2006 e 20<strong>08</strong><br />
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6-259
O INEA, no seu Relatório Anual de Qualidade do Ar – 20<strong>08</strong> faz uma análise da<br />
evolução das médias anuais de PI em algumas áreas da RMRJ (Figura<br />
<strong>6.1</strong>.2.1.3-4). De acordo com a Figura <strong>6.1</strong>.2.1.3-5 as concentrações de PI,<br />
medidas na Estação Pesagro-Itaguaí (Seropédica) no período de 1998 a 2007<br />
apresentam-se abaixo do padrão de 50 g/m3, sendo uma das mais baixas da<br />
RMRJ, juntamente com as medidas na Estação Sumaré. Esse mesmo relatório<br />
indica que os padrões de 24h para partículas em suspensão não foram<br />
violados em 20<strong>08</strong> na estação Pesagro.<br />
Figura <strong>6.1</strong>.2.1.3-4:<br />
Evolução da média anual de Partículas Inaláveis em áreas da RMRJ.<br />
Fonte: INEA - Relatório Anual de Qualidade do Ar - 20<strong>08</strong><br />
Partículas Inaláveis nas Estações da GAIA<br />
A empresa GAIA opera na região do Terminal Portuário USIMINAS - Itaguaí<br />
uma rede de monitoramento dos níveis de concentração de partículas<br />
inaláveis, desde agosto de 2000.<br />
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6-260
Além de quatro estações de amostragem de Partículas Inaláveis, também são<br />
medidos os parâmetros meteorológicos no Porto de Sepetiba. A localização<br />
das estações é mostrada na Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.3-4 e Figura <strong>6.1</strong>.2.1.3-5.<br />
Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.3-4: Localização das Estações de Monitoramento de Partículas Inaláveis da<br />
GAIA<br />
Estação de<br />
Monitoramento<br />
Localização<br />
(UTM)<br />
Distância do<br />
Terminal (m)<br />
Início de Operação<br />
Vila Califórnia<br />
Brisamar<br />
Sítio Terezinha<br />
Vila Aparecida<br />
0626471<br />
747<strong>08</strong>63<br />
0621406<br />
7469268<br />
0622740<br />
747<strong>08</strong>05<br />
0626055<br />
7469866<br />
4.814 NE Agosto 2000<br />
3.140 NW Agosto 2000<br />
4.701 NE Julho 2003<br />
5.717 NE Julho 2003<br />
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6-261
Figura <strong>6.1</strong>.2.1.3-5:<br />
Mapa de Localização das Estações de Monitoramento de Partículas<br />
Inaláveis da GAIA. As coletas são efetuadas uma vez a cada 6 dias.<br />
A Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.3-5 apresenta as concentrações de partículas inaláveis nas<br />
estações da Haztec-Gaia em Itaguaí (período de 2000 a 2009) e analisa a<br />
situação com relação ao atendimento aos padrões de qualidade do ar.<br />
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6-262
Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.3-5: Partículas Inaláveis – Itaguaí – Período de 2000 – 2009 (Rede GAIA)<br />
Ano 2000*<br />
Variáveis<br />
N.º Média Aritm. Máximas 24 h (µg/m 3 )<br />
Nº. de<br />
ultrapassagens<br />
µg/m 3 1ª 2ª PQAR AT<br />
Estações<br />
Vila Califórnia 23 40,24 82,80 69,30 0 0<br />
Brisamar 23 38,59 83,90 70,10 0 0<br />
Padrões 50 150 250<br />
Ano 2001<br />
Variáveis<br />
N.º Média Aritm. Máximas 24 h (µg/m 3 )<br />
Nº. de<br />
ultrapassagens<br />
µg/m 3 1ª 2ª PQAR AT<br />
Estações<br />
Vila Califórnia 61 42,68 98,57 98,<strong>08</strong> 0 0<br />
Brisamar 61 49,60 151,25 130,06 0 0<br />
Padrões 50 150 250<br />
Ano 2002<br />
Variáveis<br />
N.º Média Aritm. Máximas 24 h (µg/m 3 )<br />
Nº. de<br />
ultrapassagens<br />
µg/m 3 1ª 2ª PQAR AT<br />
Estações<br />
Vila Califórnia 61 43,94 98,55 91,65 0 0<br />
Brisamar 61 46,69 107,79 90,86 0 0<br />
Padrões 50 150 250<br />
Ano 2003<br />
Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />
Tel (55 21) 3974 6150 . Fax (55 21) 2262 6847 . sac@haztec.com.br . www.haztec.com.br<br />
FORM-MKT-006/ 00<br />
6-263
Variáveis<br />
N.º Média Aritm. Máximas 24 h (µg/m 3 ) Média Aritm.<br />
µg/m 3 1ª 2ª PQAR AT<br />
Estações<br />
Vila Califórnia 61 43,31 102,68 101,16 0 0<br />
Brisamar 61 50,73 113,94 110.62 0 0<br />
Padrões 50 150 250<br />
* Dados a partir do mês de Agosto<br />
AT_Atenção<br />
Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />
Tel (55 21) 3974 6150 . Fax (55 21) 2262 6847 . sac@haztec.com.br . www.haztec.com.br<br />
FORM-MKT-006/ 00<br />
6-264
Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.3-6:Partículas Inaláveis - Itaguaí– Período de 2000 –2009 (Rede GAIA) -<br />
continuação<br />
Ano 2004<br />
Variáveis<br />
N.º Média Aritm. Máximas 24 h (µg/m 3 ) Média Aritm.<br />
µg/m 3 1ª 2ª PQAR AT<br />
Estações<br />
Vila Califórnia 61 31,11 72,43 65,71 0 0<br />
Brisamar 61 41,70 1<strong>08</strong>,37 105,56 0 0<br />
Sítio Terezinha 61 38,89 114,69 98,49 0 0<br />
Vila Aparecida 61 30,05 81,97 78.12 0 0<br />
Padrões 50 150 250<br />
Ano 2005<br />
Variáveis<br />
N.º Média Aritm. Máximas 24 h (µg/m 3 )<br />
Nº. de<br />
ultrapassagens<br />
µg/m 3 1ª 2ª PQAR AT<br />
Vila Califórnia 44 26,73 86,54 60,61 0 0<br />
Brisamar 44 41,36 1<strong>08</strong>,17 101,52 0 0<br />
Estações<br />
Sítio Terezinha 44 38,83 90,67 88,74 0 0<br />
Vila Aparecida 44 24,15 92,57 74.42 0 0<br />
Padrões 50 150 250<br />
Ano 2006<br />
Variáveis<br />
N.º Média Aritm. Máximas 24 h (µg/m 3 )<br />
Nº. de<br />
ultrapassagens<br />
µg/m 3 1ª 2ª PQAR AT<br />
Estações<br />
Vila Califórnia 61 33,73 98,02 79,46 0 0<br />
Brisamar 61 52,77 116,93 104,92 0 0<br />
Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />
Tel (55 21) 3974 6150 . Fax (55 21) 2262 6847 . sac@haztec.com.br . www.haztec.com.br<br />
FORM-MKT-006/ 00<br />
6-265
Sítio Terezinha 61 50,79 117,39 117,11 0 0<br />
Vila Aparecida 61 27,97 65,45 53,13 0 0<br />
Padrões 50 150 250<br />
AT_Atenção<br />
Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />
Tel (55 21) 3974 6150 . Fax (55 21) 2262 6847 . sac@haztec.com.br . www.haztec.com.br<br />
FORM-MKT-006/ 00<br />
6-266
Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.3-7: Partículas Inaláveis – Itaguaí – Período de 2000 – 2009 (Rede GAIA) –<br />
continuação<br />
Ano 2007<br />
Variáveis<br />
N.º Média Aritm. Máximas 24 h (µg/m 3 )<br />
Nº. de<br />
ultrapassagens<br />
µg/m 3 1ª 2ª PQAR AT<br />
Vila Califórnia 61 33,39 84,47 72,55 0 0<br />
Estações<br />
Brisamar 61 54,52 137,94 133,<strong>08</strong> 0 0<br />
Sítio Terezinha 61 49,39 128,88 105,57 0 0<br />
Vila Aparecida 61 36,19 83,51 80.99 0 0<br />
Padrões 50 150 250<br />
Ano 20<strong>08</strong><br />
Variáveis<br />
N.º Média Aritm. Máximas 24 h (µg/m 3 )<br />
Nº. de<br />
ultrapassagens<br />
µg/m 3 1ª 2ª PQAR AT<br />
Vila Califórnia 50 26,32 57,24 50,34 0 0<br />
Estações<br />
Brisamar 53 32,12 91,09 89,93 0 0<br />
Sítio Terezinha 53 31,35 76,41 70,47 0 0<br />
Vila Aparecida 52 28,69 77,41 55.1 0 0<br />
Padrões 50 150 250<br />
Ano 2009<br />
Variáveis<br />
N.º Média Aritm. Máximas 24 h (µg/m 3 )<br />
Nº. de<br />
ultrapassagens<br />
µg/m 3 1ª 2ª PQAR AT<br />
Estações Vila Califórnia 51 29,10 122,29 62,48 0 0<br />
Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />
Tel (55 21) 3974 6150 . Fax (55 21) 2262 6847 . sac@haztec.com.br . www.haztec.com.br<br />
FORM-MKT-006/ 00<br />
6-267
Brisamar 58 39,47 220,47 96,39 0 0<br />
Sítio Terezinha 59 31,74 75,26 68,86 0 0<br />
Vila Aparecida 59 35,58 121,47 110,41 0 0<br />
Padrões 50 150 250<br />
AT_Atenção<br />
No período de 2000 - 2009, em nenhuma das quatro estações foi ultrapassado<br />
o padrão de qualidade do ar para partículas inaláveis, estabelecido pelo<br />
CONAMA para exposição de curto prazo – 2o máximo de 24 horas de 150<br />
g/m3 (Figura <strong>6.1</strong>.2.1.3-6). Com relação à exposição de longo prazo,<br />
ocorreram pequenas violações do padrão anual de 50 g/m3 nas estações<br />
Brisa Mar e Sítio Terezinha em 2006 e 2007 (Figura <strong>6.1</strong>.2.1.3-7).<br />
As concentrações mais altas no bairro de Brisa Mar, são influenciadas pelo<br />
tráfego e ressuspensão de poeira. Mais de 70% das ruas estão sem<br />
calçamento, existindo muitas obras em todo o bairro. A área é próxima da BR<br />
101 e da malha ferroviária que corta todo o bairro, as quais também contribuem<br />
com parcela significativa de material particulado. Além disso, a estação Brisa<br />
Mar sofre a influência do piso onde a estação está localizada (ver Figura<br />
<strong>6.1</strong>.2.1.3-8).<br />
Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />
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6-268
Concentração - ug/m3<br />
Concentração - ug/m3<br />
Concentração de Partículas Inaláveis - média anual<br />
60,00<br />
50,00<br />
Padrão = 50 ug/m3<br />
40,00<br />
30,00<br />
20,00<br />
10,00<br />
0,00<br />
Vila Califórnia Brisamar Sítio Terezinha Vila Aparecida<br />
2004 31,11 41,70 38,89 30,05<br />
2005 26,73 41,36 38,83 24,15<br />
2006 33,73 52,77 50,79 27,97<br />
2007 33,39 54,52 49,39 36,19<br />
20<strong>08</strong> 26,32 32,12 31,35 28,69<br />
2009 27,17 37,37 29,61 33,52<br />
Concentração de Partículas Inaláveis - 2º Máximo 24h<br />
140<br />
120<br />
Padrão = 150 ug/m3<br />
100<br />
80<br />
60<br />
40<br />
20<br />
0<br />
Vila Califórnia Brisamar Sítio Terezinha Vila Aparecida<br />
2004 65,71 105,56 98,49 78,12<br />
2005 60,61 101,52 88,74 0,00<br />
2006 79,46 104,92 117,11 53,13<br />
2007 72,55 133,<strong>08</strong> 105,57 80,99<br />
20<strong>08</strong> 50,34 89,93 70,47 55,10<br />
2009 62,48 96,39 68,86 110,41<br />
Figura <strong>6.1</strong>.2.1.3-6: Partículas Inaláveis – 2004-2009. Fonte: Gaia<br />
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6-269
Figura <strong>6.1</strong>.2.1.3-7: Estações de Monitoramento do ar<br />
As maiores concentrações de partículas inaláveis ocorrem normalmente de<br />
junho a setembro (Figura <strong>6.1</strong>.2.1.3-8), correspondendo aos meses de pouca<br />
chuva.<br />
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6-270
Concentração (ug/m3)<br />
500,00<br />
450,00<br />
400,00<br />
350,00<br />
300,00<br />
250,00<br />
200,00<br />
150,00<br />
100,00<br />
50,00<br />
0,00<br />
31/12/09<br />
18/01/09<br />
02/05/09<br />
23/02/09<br />
13/03/09<br />
31/03/09<br />
18/04/09<br />
05/06/09<br />
24/05/09<br />
06/11/09<br />
29/06/09<br />
17/07/09<br />
04/<strong>08</strong>/09<br />
22/<strong>08</strong>/09<br />
09/09/09<br />
27/09/09<br />
15/10/09<br />
02/11/09<br />
20/11/09<br />
<strong>08</strong>/12/09<br />
26/12/09<br />
SÍTIO TEREZINHA VILA APARECIDA BRISA MAR VILA CALIFÓRNIA<br />
Figura <strong>6.1</strong>.2.1.3-8: Variação das concentrações diárias de Partículas Inaláveis – 2009. Fonte:<br />
Gaia<br />
C - Metais Pesados - Estações Brisa Mar e Califórnia<br />
O monitoramento realizado pela GAIA não se restringe apenas à quantificação<br />
do material particulado inalável, sendo também analisados o teor de alguns<br />
metais pesados que compõem as partículas e carbono total.<br />
Na análise é utilizado o Método FEEMA – 613 - Determinação de Metais em<br />
Partículas em Suspensão, sendo empregada a espectrofotometria de absorção<br />
de chama. A Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.3-8 apresenta os valores de metais (ferro e zinco)<br />
nas partículas inaláveis, referentes ao período de janeiro a dezembro de 2007.<br />
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6-271
Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.3-8: Dados de Metais – 2007. Fonte: GAIA<br />
Estação<br />
janeiro<br />
Ferro<br />
(mg/m 3 )<br />
Zinco<br />
(mg/m 3 )<br />
Estação<br />
fevereiro<br />
Ferro<br />
(mg/m 3 )<br />
Zinco<br />
(mg/m 3 )<br />
Vila Califórnia 26/1/2007 0,3 0,63<br />
Vila<br />
Califórnia<br />
19/2/2007 0,3 0,5<br />
Brisa Mar 26/1/2007 0,41 0,4 Brisa Mar 25/2/2007 0,36 0,36<br />
Sítio Terezinha 26/1/2007 0,33 3,43<br />
Vila Aparecida 26/1/2007 0,2 0,36<br />
março<br />
Vila Califórnia 15/3/2007 0,02 0,09<br />
Sítio<br />
Terezinha<br />
Vila<br />
Aparecida<br />
Vila<br />
Califórnia<br />
25/2/2007 0,35 3,47<br />
25/2/2007 0,18 0,5<br />
abril<br />
2/4/2007 0,02 0,06<br />
Brisa Mar 15/3/2007 0,04 0,11 Brisa Mar 2/4/2007 0,007 0,46<br />
Sítio Terezinha 15/3/2007 0,03 0,<strong>08</strong><br />
Vila Aparecida 15/3/2007 0,02 0,06<br />
maio<br />
Vila Califórnia 26/5/2007 0,01 0,06<br />
Sítio<br />
Terezinha<br />
Vila<br />
Aparecida<br />
Vila<br />
Califórnia<br />
2/4/2007 0,05 1,18<br />
2/4/2007 0,02 0,<strong>08</strong><br />
junho<br />
13/6/2007 0,03 0,09<br />
Brisa Mar 26/5/2007 0,01 0,06 Brisa Mar 13/6/2007 0,03 0,01<br />
Sítio Terezinha 26/5/2007 0,03 0,09<br />
Vila Aparecida 26/5/2007 0,03 0,<strong>08</strong><br />
julho<br />
Vila Califórnia 7/7/2007 0,11 0,12<br />
Sítio<br />
Terezinha<br />
Vila<br />
Aparecida<br />
Vila<br />
Califórnia<br />
13/6/2007 0,02 0,06<br />
13/6/2007 0,02 0,07<br />
agosto<br />
12/8/2007 0,43 3,43<br />
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6-272
Brisa Mar 7/7/2007 0,36 3,88 Brisa Mar 12/8/2007 0,41 6,21<br />
Sítio Terezinha 7/7/2007 0,19 3,54<br />
Vila Aparecida 7/7/2007 0,19 4,34<br />
setembro<br />
Vila Califórnia 11/9/2007 0,11 1,22<br />
Sítio<br />
Terezinha<br />
Vila<br />
Aparecida<br />
Vila<br />
Califórnia<br />
12/8/2007 0,<strong>08</strong> 0,12<br />
12/8/2007 0,28 3,07<br />
outubro<br />
11/10/2007 0,13 3,55<br />
Brisa Mar 11/9/2007 0,31 3,84 Brisa Mar 11/10/2007 0,28 3,66<br />
Sítio Terezinha 11/9/2007 0,18 3,63<br />
Vila Aparecida 11/9/2007 0,11 3,37<br />
novembro<br />
Vila Califórnia 4/11/2007 0,09 0,97<br />
Sítio<br />
Terezinha<br />
Vila<br />
Aparecida<br />
Vila<br />
Califórnia<br />
11/10/2007 0,18 3,58<br />
11/10/2007 0,12 3,77<br />
dezembro<br />
0,11 1,47<br />
Brisa Mar 22/11/2007 0,<strong>08</strong> 1,06 Brisa Mar 0,18 2,41<br />
Sítio Terezinha 22/11/2007 0,18 3,35<br />
Vila Aparecida 4/11/2007 0,12 3,31<br />
Sítio<br />
Terezinha<br />
Vila<br />
Aparecida<br />
0,<strong>08</strong> 2,16<br />
0,07 1,2<br />
As concentrações de Ferro nas partículas inaláveis em 2007 variaram entre<br />
0,007 e 0,43 (mg/m3) e as concentrações de zinco variaram entre 0,01 e 6,21<br />
(mg/m3).Os resultados das concentrações de ferro apresentadas mostram-se<br />
razoáveis quando comparados à concentração de referência de 0,9 a 1,2<br />
g/m3 como óxido de ferro no particulado (USA). Para as concentrações de<br />
zinco, se os valores obtidos forem comparados à concentração de referência<br />
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6-273
de 4 g/m 3 – áreas industriais (USA) verifica-se que ocorrem duas<br />
ultrapassagens.<br />
<strong>6.1</strong>.2.1.4 Fontes de Emissão de Material Particulado na Bacia Aérea I<br />
A. Fontes Fixas<br />
Segundo o Macroplano de Gestão e Saneamento Ambiental da Baía de<br />
Sepetiba a COSIGUA, isoladamente, responderia por cerca de um terço das<br />
emissões de partículas em suspensão na região.<br />
Outras atividades industriais devem ser identificadas pelo seu potencial de<br />
geração de emissão de partículas: Terminal da CSN, Valesul Alumínio S/A,<br />
Forjas Brasileiras S/A, Morganite Isolantes Térmicos S/A, Casa da Moeda do<br />
Brasil, Ideal Standard Wabco Ind. e Com. LTDA, Cerâmica Vulcão Ltda., Forjas<br />
Brasileiras S/A, Fundição Grupo MPE, Furnas Centrais Elétricas S/A, etc.<br />
B. Fontes Móveis<br />
Os veículos automotores são considerados como fontes potenciais de emissão<br />
de poluentes não só nas áreas urbanizadas da Bacia Aérea I, como também<br />
nas rodovias que a cruzam. Como contribuição da emissão veicular, há que se<br />
atribuir aos veículos movidos a diesel, principalmente ônibus e caminhões,<br />
grande parte da emissão de partículas.<br />
A Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.4-1 mostra as emissões da frota dos municípios que<br />
compõem a Bacia Aérea I, excetuando-se o Rio de Janeiro (Santa Cruz e<br />
Campo Grande), de acordo com o “Inventário de Emissões Veiculares – 1999”,<br />
realizado pelo INEA. A Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.4-1 dá uma idéia da emissão veicular<br />
média da frota dos municípios.<br />
É importante notar, também, que a contribuição da emissão dos veículos na<br />
qualidade do ar deve ser bastante significativa na área de influência das<br />
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6-274
odovias, principalmente nos finais de semana, onde são verificados constantes<br />
congestionamentos.<br />
O tráfego em vias não pavimentadas representa também grande fonte de<br />
emissão de partículas. A estação de Vila Califórnia, especialmente, sofre<br />
impacto significativo das emissões veiculares na região.<br />
Tabela <strong>6.1</strong>.2.1.4-1: Emissão média da frota de veículos em diversos municípios próximos ao<br />
PROJETO – 1999<br />
Município<br />
Material Particulado - Emissão ( x 1000 ton/ano)<br />
Itaguaí 0,12<br />
Seropédica 0,01<br />
Queimados 0,01<br />
Japeri 0,01<br />
Nova Iguaçu 0,90<br />
MP – material particulado. Fonte: INEA<br />
<strong>6.1</strong>.3 Caracterização do nível de ruído<br />
<strong>6.1</strong>.3.1 Introdução<br />
Para realização da caracterização de ruídos foram estudados os mapas da<br />
região para determinação prévia dos pontos de medições sonoras, e realizada<br />
uma visita prévia ao empreendimento e suas vizinhanças, no dia 14/01/2010,<br />
para reconhecimento da área e observação do uso e ocupação do solo na<br />
região. Nesta ocasião foram levantadas informações e observadas as<br />
condições mais adequadas para a determinação dos pontos de medições<br />
sonoras e o planejamento da campanha de medições. Durante a campanha de<br />
medições sonoras, realizada nos dias 11 e 12 de março de 2010, a localização<br />
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6-275
dos pontos de medições foi ajustada de acordo com necessidades de<br />
segurança, facilidades de acesso, além da efetividade dos pontos escolhidos<br />
anteriormente.<br />
<strong>6.1</strong>.3.2 Determinação dos Níveis de Ruído Ambiente<br />
Para realização da campanha de medições sonoras visando a determinação<br />
dos níveis de ruído ambiente nas imediações do empreendimento nos dias 11<br />
e 12 /03/2010, levou-se em conta os limites da propriedade como referência<br />
para a localização dos pontos de medições. As medições foram realizadas de<br />
acordo com as condições exigíveis para avaliação da aceitabilidade do ruído<br />
em comunidades estabelecidas pela Norma NBR 10151 - Avaliação do Ruído<br />
em Áreas Habitadas Visando o Conforto da Comunidade – como indica a<br />
Resolução CONAMA 001/90, conforme se segue:<br />
<strong>6.1</strong>.3.2.1 Localização dos pontos de medições sonoras, descrição do<br />
equipamento utilizado, e enquadramento das áreas de estudo na<br />
legislação de uso do solo municipal<br />
Segundo a norma NBR 10151, “no levantamento de níveis de ruído deve-se<br />
medir externamente aos limites da propriedade que contém a fonte...”.<br />
Portanto, a localização dos pontos segue esta recomendação, considerando-se<br />
ainda a existência de receptores críticos (especialmente áreas residenciais,<br />
escolas, unidades de saúde, etc.) nas vizinhanças.<br />
Os pontos de medições foram escolhidos de modo a caracterizar o nível de<br />
ruído ambiente de áreas possivelmente afetadas com a instalação do<br />
empreendimento bem como com a operação do projeto a ser executado<br />
Foi utilizado um Medidor Sonoro Tipo 1 – SLM 01dB com certificado de<br />
calibração válido (emitido em junho/20<strong>08</strong> com validade de dois anos). A<br />
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6-276
calibração também foi feita em campo antes de cada medição sonora, com<br />
instrumento certificado.<br />
De acordo com o Plano Diretor do Município de Itaguaí o Zoneamento de Uso<br />
do Solo se dá de acordo com as seguintes macrozonas, e suas respectivas<br />
zonas:<br />
Macrozona Urbana<br />
ZR-1 Zona Residencial 1<br />
ZR-2 Zona Residencial 2<br />
ZE-CG Zona Especial Coroa Grande<br />
ZE – IM Zona Especial Ilha de Madeira<br />
ZE-IT Zona Especial Ilha Itacuruçá<br />
ZCS Zona de Comércio e Serviços<br />
ZI Zona Industrial<br />
ZEN Zona Estratégica de Negócios<br />
ZP Zona<br />
Macrozona do Complexo Portuário<br />
ZIP Zona Industrial e Portuária<br />
ZREC Zona de Recuperação do Ingá<br />
Macrozona Rural<br />
ZRR Zona Residencial Rural<br />
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6-277
Macrozona de Proteção Ambiental<br />
ZPAV Zona de Proteção de Áreas Verdes<br />
ZPP Zona de preservação Permanente<br />
Tabela <strong>6.1</strong>.3.2.1-1: Localização dos pontos de medições sonoras e enquadramento nas zonas<br />
de uso do solo correspondentes segundo o Zoneamento do Plano Diretor de Itaguaí<br />
Ponto<br />
Medição<br />
Localização<br />
01 Av. Itaguaí, n. 56<br />
02 Posto de Saúde<br />
03<br />
04<br />
05<br />
06 DPO<br />
07<br />
Galpão<br />
Pescadores<br />
de<br />
Rua Presidente<br />
Roosevelt<br />
Rua Olavo Bilac, n.<br />
7<br />
“Mirante<br />
Coqueiros”<br />
dos<br />
<strong>08</strong> Praça Luiz Gonela<br />
09* Linha do Trem<br />
Enquadramento na Zona de Uso de<br />
acordo com o Zonemaento de<br />
Itaguaí<br />
ZIP<br />
Zona Industrial Portuária<br />
ZP<br />
Zona de Parques<br />
ZE-IM<br />
Zona Especial Ilha de Madeira<br />
ZECG<br />
Zona Especial Coroa Grande<br />
ZR-1<br />
Zona Residencial 1<br />
ZPAV<br />
Zona de Proteção de Áreas Verdes<br />
ZE-IM<br />
Zona Especial Ilha de Madeira<br />
ZR-2<br />
Zona Residencial 2<br />
ZR-1<br />
10* Porto de Itaguaí A ZIP<br />
11* Porto de Itaguaí B ZIP<br />
Zona Residencial 1<br />
Observações<br />
Em frente à Comunidade Católica Santa<br />
Luzia, Loteamento Ingá,<br />
Ilha de Madeira<br />
Estrada Joaquim Fernandes, Ilha de<br />
Madeira<br />
Galpão de pescadores e peixaria, Ilha de<br />
Madeira<br />
Vila Geny<br />
Vila Geny<br />
Ilha de Madeira<br />
Ilha de Madeira<br />
Itaguaí, Centro<br />
Vila Geny<br />
Porto de Itaguaí, área interna, próximo<br />
às esteiras de transporte<br />
Porto de Itaguaí, área interna, próximo<br />
às esteiras de transporte e viaduto<br />
* Os pontos 9, 10 e 11 não são considerados na determinação do NRA (nível de ruído<br />
ambiente)<br />
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6-278
Procedimentos para medições<br />
As medições foram efetuadas em “pontos afastados de aproximadamente 1,2<br />
m do piso e a mais de 2 m do limite da propriedade em estudo e de quaisquer<br />
outras superfícies refletoras, como muros, paredes” etc., respeitando-se os<br />
períodos diurno (7:00 às 22:00 horas) e noturno (22:00 às 7:00 horas), de<br />
acordo com a Norma ABNT 10151. A duração de cada medição foi suficiente<br />
para se ter um LAeq bem definido, sendo que optou-se por um tempo de<br />
medição máximo de 20 (vinte) minutos em cada ponto, ao todo <strong>08</strong> (oito) pontos<br />
para determinação do NRA (nível de ruído ambiente) em três diferentes<br />
horários, incluindo os períodos diurno e noturno conforme a NBR 10151. Foram<br />
ainda feitas medições adicionais em 03 (três) pontos extras, para compreensão<br />
do cenário acústico local, totalizando 20 medições sonoras e mais de 5 (cinco)<br />
horas de dados coletados.<br />
OBS. IMPORTANTE: Não foram efetuadas medições na existência de<br />
interferências audíveis advindas de fenômenos da natureza (Ex: trovões,<br />
ventos e chuvas fortes etc.).<br />
Níveis de ruído ambiente medidos<br />
Na tabela abaixo se apresenta o resumo das medições sonoras caracterizado<br />
pelos níveis de pressão sonora equivalentes (LAeq) correspondentes a cada<br />
período de medição, conforme exige a Norma ABNT NBR 10151 (ver dados<br />
detalhados das medições sonoras no Anexo <strong>6.1</strong>-43). As observações sobre<br />
clima e cenário acústico local foram anotadas durante as medições.<br />
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6-279
Tabela <strong>6.1</strong>.3.2.1-2: Quadro Resumo das Medições Sonoras<br />
Data Medição Ponto Início Fim<br />
11/03/10<br />
Duração<br />
(min)<br />
Leq<br />
(dBA)<br />
01 01 11:48 12:05 17 68,4<br />
02 02 12:11 12:31 20 67,5<br />
Observações<br />
Céu claro, sem nuvens, ventos<br />
médios. Ruído altíssimo da<br />
pedreira próxima. Barulho de<br />
ventos nas folhas das árvores.<br />
Ventos na direção da pedreira para<br />
o ponto de medição. Lombada<br />
próxima. Passagem de trator às<br />
11:51h. Muito particulado da<br />
pedreira em suspensão. Operários<br />
passando geralmente em silêncio.<br />
Galo cantando em casa próxima<br />
esporadicamente. Moto passa às<br />
11:54h. Criança gritando longe.<br />
Sirene longe. Cachorro latindo.<br />
Buzina de carro no cruzamento às<br />
11:57h. Carro de passeio às<br />
12:04h. Caminhão de gás com<br />
som alto às 12:05h.<br />
Ventos fracos com algumas<br />
rajadas. Carros de passeio e<br />
ônibus passando. O ruído de fundo<br />
baixa a 42dB(A) sem veículos<br />
passando. Caminhão do gás com<br />
som alto passando às 12:17h<br />
elevam o Leq a 83dB(A). Veículos<br />
pesados esporádicos. Bicicleta<br />
passando. Cargas de brita em<br />
caminhão pesado chegando a<br />
79dB(A). Telefone do posto de<br />
Saúde toca alto ás 12:19h. Galo<br />
cantando longe. Cachorro latindo e<br />
batida de porta de Kombi próximo<br />
ao aparelho às 12:19h (64dB(A)).<br />
Criança chorando dentro de uma<br />
casa. Passa carro com pessoa<br />
gritando às 12:27h. Muitas<br />
caçambas começam a passar.<br />
Muitos carros de passeio e<br />
veículos pesados. Ouve-se<br />
passarinhos nos intervalos de<br />
passagem.<br />
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6-280
03 03 12:46 12:49 03 62,6<br />
04 03 12:52 12:54 02 63,0<br />
05 04 16:48 17:<strong>08</strong> 20 54,7<br />
Céu limpo e brisa fraca. Medição<br />
curta, dentro do galpão. Os<br />
pescadores presentes receberam<br />
mal a visita. Os dois pescadores<br />
estavam lavando panelas. Canto<br />
eventual de garças. Havia rádio<br />
tocando e foi pedido para baixá-lo<br />
um período. Clientes chegaram<br />
com som alto no carro e então foi<br />
interrompida a medição.<br />
Pescadores trabalhando, lavando<br />
panelas, bacias, piso, e carros<br />
passando do lado de fora.<br />
Pássaros cantando. Rádio ao<br />
longe. Marteladas em casa<br />
próxima. Pessoas conversando<br />
longe. Cão latindo longe. Sem<br />
tráfego de veículos. Passa um<br />
carro ás 16:51h. Ouve-se aviões a<br />
jato passando longe e<br />
esporadicamente, não visíveis.<br />
Pessoas falando alto dentro das<br />
casas. Cães latindo<br />
esporadicamente. Motor de veículo<br />
acelerando em outra rua. Atividade<br />
em pequeno estaleiro próximo,<br />
onde homens conversam. Passa<br />
um carro às 16:55h. Canto de<br />
garças. Pessoa passa falando<br />
próximo ao aparelho às 16:56h.<br />
Outro carro ás 16:57h. Sirene alta<br />
às 16:59h. Cães latindo às 17:00h.<br />
Crianças passam de bicicleta às<br />
17:03h. caminhão e carro passam<br />
ás 17:05h. Trator passa longe às<br />
17:07h.<br />
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6-281
06 05 17:16 17:36 20 60,9<br />
07 06 17:55 18:<strong>08</strong> 13 66,1<br />
<strong>08</strong> 07 18:21 18:41 20 59,7<br />
09 <strong>08</strong> 19:23 19:38 15 53,0<br />
Céu limpo e sem vento. Dois<br />
carros passam às 17:18h e o<br />
aparelho teve que ser deslocado.<br />
Pessoas falando dentro de casa<br />
próxima. Bicicletas e carros<br />
passando. Carro com som alto e<br />
outro sem escapamento passam<br />
às 17:20h. Vários carros passam.<br />
Cão latindo e trem passando longe<br />
às 17:23h. Muitos latidos ás<br />
17:24h. Buzinadas do trem várias<br />
vezes às 17:26h bem altas. Ruído<br />
bem alto do trem passando. Ruído<br />
alto dos trilhos. A passagem do<br />
trem dura 4 min. Motos passando.<br />
Carro sem escapamento passa ás<br />
17:29h e trator ao longe. Portão<br />
rangendo às 17:30h. Mulher idosa<br />
gritando dentro de casa próxima.<br />
Várias caçambas passaram<br />
durante a medição. Moto sem<br />
escapamento passa às 17:34h.<br />
Céu com poucas nuvens no<br />
horizonte. Tráfego pesado de<br />
veículos e cruzamento próximo, de<br />
vias asfaltadas e da linha do trem.<br />
Policiais se queixam do altíssimo<br />
ruído da passagem do trem várias<br />
vezes ao dia. Ar condicionado do<br />
posto policial sempre ligado.<br />
Céu limpo e sem vento. Crianças<br />
brincando por perto. Pessoas<br />
falando dentro das casas. Às<br />
18:34h começa um “baba‟ de<br />
crianças na praia. Cãozinho<br />
participa do baba latindo. Carros<br />
passando esporadicamente.<br />
Lancha a motor passa às 18:30h.<br />
Lugar tranqüilo apesar de próximo<br />
ao Centro comercial de Itaguaí.<br />
Ouve-se buzinada do trem<br />
passando longe às 19:26h. Praça<br />
próxima à escola, cemitério e<br />
igreja. Carros de passeio passam<br />
esporadicamente. Barulhos de<br />
pessoas dentro das casas e rádio<br />
bem longe. Buzinas esporádicas<br />
de carros. Cães latindo e motos<br />
passando às 19:36h. Carro com<br />
som alto às 19:38h.<br />
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6-282
10 01 22:26 22:46 20 49,9<br />
11 02 22:53 23:13 20 56,8<br />
12 07 23:23 23:43 20 53,2<br />
Céu limpo e estrelado, sem vento.<br />
Pessoas conversando alto a 50m.<br />
Cães latindo. Partida de carro ás<br />
22:32h. Muitos cães latindo.<br />
Pessoas gritando com os cães.<br />
Barulho ao longe de máquinas do<br />
porto, provavelmente das esteiras<br />
que não param de funcionar.<br />
Poucas pessoas passam. Cães<br />
latem o tempo todo. Pedreira em<br />
recesso noturno. Buzinada do trem<br />
às 22:37h. Pessoas nas frentes<br />
das casas conversando e outras<br />
quietas. Trem buzina várias vezes<br />
às 22:42h.<br />
Som de grilos. Cachorros latindo<br />
ao longe. posto de saúde fechado.<br />
Poucos veículos de passeio<br />
passam. Trem passando e<br />
buzinando várias vezes às 22:58h.<br />
Sino ao mesmo tempo. Carro<br />
passando com som alto às 22:37h.<br />
Ouve-se atividade de máquinas<br />
emitindo ruído contínuo ao longe.<br />
Alarme de carro dispara longe às<br />
22:02h e mais buzinadas de trem,<br />
desta vez mais longe, às 22:03h.<br />
Carro passa com som muito alto às<br />
23:04h. Um homem vem na<br />
direção da consultora às 23:07<br />
tirando satisfação e reclamando da<br />
“invasão de privacidade” da<br />
medição sonora. Trem buzina<br />
várias vezes. Pessoa passa<br />
falando.<br />
Céu limpo e estrelado, sem vento.<br />
Maré parada. Trem passando e<br />
buzinando ao longe. pessoas<br />
conversando perto. Porta de carro<br />
batendo. Trem demora muito para<br />
passar. Carro dando partida e um<br />
caminhão passando. Silêncio na<br />
rua de um modo geral. Cão latindo<br />
às 23:35h. Ave aquática canta<br />
longe. Carros esporádicos, ônibus<br />
e motos passam entre 23:40h e<br />
23:44h.<br />
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6-283
12/03/10<br />
13 06 23:58 00:18 20 56,6<br />
14 05 05:28 05:48 20 56,4<br />
15 04 05:55 06:15 20 48,3<br />
16 09* 06:19 06:21 02 86,9<br />
17 <strong>08</strong> 06:39 06:59 20 53,5<br />
Céu limpo e estrelado, sem vento.<br />
Ruído alto do ar condicionado do<br />
posto policial próximo. Ruído<br />
contínuo de maquinaria em<br />
funcionamento ao longe,<br />
parecendo as esteiras rolantes.<br />
Carros esporádicos. Trem começa<br />
a passar às 00:01h, bem devagar e<br />
aparentemente sem carga, pois o<br />
ruído é menor. O trem pára às<br />
00:06h. Buzinadas de carros às<br />
00:07h.<br />
Céu limpo e sem vento. Ouve-se o<br />
ruído da BR101 longe. Movimento<br />
esporádico de carros. Bicicleta<br />
passando. Cães latindo às 5:31h.<br />
Trem buzinando longe às 5:36h.<br />
caminhão passa junto ao aparelho<br />
às 5:38h. Barulho do trem mais<br />
perto. Buzina do trem mais alta.<br />
Cães latem para o trem. O barulho<br />
do trem diminui ás 5:42h. Passa<br />
carro às 5:43h. Buzinadas do trem<br />
bem longe às 5:44h. Cães latindo e<br />
passarinhos cantando. Passa um<br />
carro às 5:46h, depois moto e<br />
pessoa, e ainda se ouve a buzina<br />
do trem.<br />
Muitos pássaros cantando, bem-tevis,<br />
galos. Ouve-se o ruído da<br />
rodovia ao longe. Buzina do trem<br />
às 6:07h ao longe, ao tempo em<br />
que passa um carro perto. Ouve-se<br />
um ruído ao longe contínuo de<br />
maquinaria aparentemente do<br />
porto.<br />
Medição feita a 5m dos trilhos no<br />
cruzamento com a via asfaltada,<br />
no momento da passagem do<br />
trem, de dentro do táxi.<br />
Movimento de carros. Caminhão<br />
passando. Grupo de jovens<br />
conversando, esperando a escola<br />
abrir. Cano de cigarra. Cães<br />
latindo longe. motos e carros<br />
passando nas vias rodeando a<br />
praça, com freqüência. Canto de<br />
galo longe.<br />
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6-284
18 01 11:55 12:05 10 66,6<br />
19 10* 12:50 13:00 10 73,3<br />
20 11* 13:10 13:20 10 71,2<br />
Céu limpo e brisa constante.<br />
Pedreira em atividade, ruído<br />
predominante no local. Pessoas<br />
falando dentro do centro<br />
comunitário. Caminhão de gás<br />
passa com som alto (música com<br />
chamada de voz). Canto de<br />
cigarra. Carro do sacolão com som<br />
alto passa e estaciona na rua às<br />
12:05h, quando a medição é<br />
interrompida.<br />
Medição dentro da área privativa<br />
do porto foi preciso autorização<br />
para entrar. Conjunto de esteiras a<br />
mais ou menos 20m. Fluxo de<br />
veículos leves e pesados. Às<br />
12:54h ouve-se uma sirene alta.<br />
Acredita-se que este ruído<br />
caracteriza o cenário acústico local<br />
a grandes distâncias, pois o<br />
funcionamento do conjunto é de<br />
24h por dia.<br />
Ventos fracos e céu limpo.<br />
Conjunto de esteiras a mais ou<br />
menos 20m do aparelho,<br />
localizado debaixo do viaduto de<br />
acesso ao porto.<br />
Total 05:02h<br />
<strong>6.1</strong>.3.2.2 Avaliação do ruído ambiente e determinação do Nível critério<br />
de Avaliação (NCA)<br />
Níveis sonoros indicados por Lei<br />
A Lei n. 2.654 de 26 de fevereiro de 20<strong>08</strong>, que altera os dispositivos da Lei<br />
Municipal 1.710/93, e dispões sobre a Poluição Sonora no Município de Itaguaí,<br />
não exige a caracterização do nível de ruído ambiente para determinação do<br />
nível critério de avaliação, como indica a legislação federal em vigor<br />
(Resolução CONAMA 001/90, que remete à norma ABNT 10151). Na Tabela<br />
03 a seguir apresenta-se uma comparação entre o enquadramento das áreas<br />
de localização dos pontos de medições na legislação municipal e na Norma<br />
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6-285
NBR 10151. Note-se que os horários diurnos e noturno são definidos na<br />
legislação de Poluição Sonora Municipal de Itaguaí de forma diversa àquela da<br />
Norma NBR 10151, que se caracteriza como critério federal de acordo com a<br />
Resolução CONAMA 001. Com há discrepâncias entre as duas legislações,<br />
prevalece a legislação federal, e adota-se neste trabalho o critério da Norma<br />
NBR 10151 para enquadramento dos usos do solo e determinação dos níveis<br />
de ruído ambiente e dos níveis critérios de avaliação.<br />
O método de avaliação do ruído baseou-se numa comparação entre o Nível de<br />
Ruído Ambiente (Lra) com o Nível de Emissão Sonora correspondente à área<br />
de uso do solo onde se localizou o ponto de medição sonora. Para<br />
determinação dos níveis critérios de avaliação (NCA) foram respeitados os<br />
procedimentos e níveis sonoros limites estabelecidos pela Norma NBR 10151,<br />
que estabelece que caso o nível de ruído ambiente seja superior aos níveis<br />
estabelecidos por lei, os níveis medidos passam a ser os níveis critérios. Para<br />
a zona de uso do solo abrangida pela área de influência acústica direta do<br />
empreendimento onde não foram feitas medições sonoras (apenas a ZP –<br />
Zona de proteção) foram consideradas as medições realizadas nas áreas<br />
semelhantes como referência para a caracterização do nível sonoro máximo.<br />
Neste trabalho adota-se o critério de dois períodos, um noturno e outro diurno,<br />
que corresponde ao da Norma NBR 10151, remetida pela Resolução CONAMA<br />
001, que é uma Legislação Federal.<br />
Enquadramento da área de influência acústica nas zonas de uso do<br />
solo segundo Legislação do Município de Itaguaí – Plano Diretor, e<br />
segundo a NBR 10151<br />
As zonas de uso do solo abrangidas pela área de influência acústica direta do<br />
empreendimento são dispostas na tabela a seguir, com os níveis de emissões<br />
sonoras limites correspondentes, de acordo com o Zoneamento de Itaguaí, e<br />
de acordo com a NBR 10151. Como já explicitado, neste trabalho adota-se a<br />
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6-286
Norma NBR 10151 como referência para estabelecimento dos Níveis Critérios<br />
de Avaliação, e caracterização acústica da região (ver também a Tabela 01 que<br />
identifica os pontos de medições sonoras e suas respectivas zonas de uso do<br />
solo):<br />
Tabela <strong>6.1</strong>.3.2.2-1: Níveis sonoros limites (em dBA) para as zonas de uso do solo abrangidas<br />
pela Área de Influência Acústica estimada de acordo com a Lei 2654/20<strong>08</strong> e a Norma NBR<br />
10151<br />
Lei2654/20<strong>08</strong> NBR 10151<br />
Zoneamento do Uso do Solo<br />
ZIP<br />
Zona Industrial Portuária<br />
ZP<br />
Zona de Parques<br />
ZE-IM<br />
Zona Especial Ilha de Madeira<br />
(mista)<br />
ZECG<br />
Zona Especial Coroa Grande<br />
(mista)<br />
ZR-1<br />
Zona Residencial 1<br />
ZR-2<br />
Zona Residencial 2<br />
ZPAV<br />
Zona de Proteção de Áreas<br />
Verdes<br />
Período<br />
Diurno<br />
(das 7<br />
às 19h)<br />
- -<br />
- -<br />
60 55<br />
60 55<br />
55 50<br />
55 50<br />
Período<br />
Noturno<br />
(das 19<br />
ás 7h)<br />
Tipos de áreas<br />
Área predominantemente<br />
industrial<br />
Área mista com vocação<br />
recreacional<br />
Área mista, com vocação<br />
comercial<br />
e<br />
administrativa<br />
Área mista, com vocação<br />
comercial<br />
e<br />
administrativa<br />
Área<br />
mista,<br />
predominantemente<br />
residencial<br />
Área mista, com vocação<br />
comercial<br />
e<br />
administrativa<br />
Período<br />
Diurno<br />
(das 7<br />
às 22h)<br />
70 60<br />
65 55<br />
60 55<br />
60 55<br />
55 50<br />
60 55<br />
- - Área de sítios e fazendas 40 35<br />
Período<br />
Noturno<br />
(das 22 às<br />
7h)<br />
De acordo com os resultados das medições sonoras (Anexo <strong>6.1</strong>-43 deste<br />
trabalho), e com as anotações de eventos sonoros esporádicos feitas em<br />
Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />
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6-287
campo, alguns ajustes foram feitos para interpretação adequada do Lra (nível<br />
de ruído ambiente) em cada medição, levando-se em conta os índices<br />
estatísticos, para a determinação mais fidedigna dos níveis critérios de<br />
avaliação (NCA).<br />
Determinação dos Níveis Critérios de Avaliação<br />
Para determinação dos níveis critérios foram levados em consideração, além<br />
dos níveis de pressão sonora equivalente em A para cada período (Leq),<br />
também a análise dos índices estatísticos. A partir deste método, incluindo a<br />
análise do histórico dos níveis medidos no tempo e composição espectral do<br />
período é possível estabelecer uma compreensão melhor contribuição das<br />
fontes de ruído que compõem o cenário acústico local e determinar o nível<br />
critério de avaliação mais condizente com a exigência para os períodos diurno<br />
e noturno, como especificado na legislação.<br />
Tabela <strong>6.1</strong>.3.2.2-2: Localização dos pontos de medição do nível sonoro<br />
Ponto<br />
Medição<br />
Localização<br />
01 Av. Itaguaí, n. 56<br />
02 Posto de Saúde<br />
03<br />
04<br />
05<br />
06<br />
Galpão<br />
Pescadores<br />
de<br />
Rua Presidente<br />
Roosevelt<br />
Rua Olavo Bilac,<br />
n. 7<br />
DPO Ilha de<br />
Madeira<br />
Enquadramento na Zona de Uso de<br />
acordo com o Zonemaento de<br />
Itaguaí<br />
ZE-IM<br />
Zona Especial Ilha de Madeira<br />
ZP<br />
Zona de Parques<br />
ZE-IM<br />
Zona Especial Ilha de Madeira<br />
ZECG<br />
Zona Especial Coroa Grande<br />
ZR-1<br />
Zona Residencial 1<br />
ZPAV<br />
Zona de Proteção de Áreas Verdes<br />
Observações<br />
Em frente à Comunidade Católica<br />
Santa Luzia, Loteamento Ingá,<br />
Ilha de Madeira<br />
Estrada Joaquim Fernandes, Ilha<br />
de Madeira<br />
Galpão de pescadores e peixaria,<br />
Ilha de Madeira<br />
Vila Geny<br />
Vila Geny<br />
Ilha de Madeira<br />
Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />
Tel (55 21) 3974 6150 . Fax (55 21) 2262 6847 . sac@haztec.com.br . www.haztec.com.br<br />
FORM-MKT-006/ 00<br />
6-288
07<br />
“Mirante dos ZE-IM<br />
Coqueiros” Zona Especial Ilha de Madeira<br />
<strong>08</strong> Praça Luiz Gonela<br />
ZR-2<br />
Zona Residencial 2<br />
09* Linha do Trem<br />
ZR-1<br />
Zona Residencial 1<br />
10* Porto de Itaguaí A ZIP<br />
11* Porto de Itaguaí B ZIP<br />
Ilha de Madeira<br />
Itaguaí, Centro<br />
Vila Geny<br />
Porto de Itaguaí, área interna,<br />
próximo às esteiras de transporte<br />
Porto de Itaguaí, área interna,<br />
próximo às esteiras de transporte e<br />
viaduto<br />
PONTO 01 – Comunidade Católica Santa Luzia<br />
Este ponto está localizado no Loteamento Ingá, Av. Itaguaí, em frente ao n. 56.<br />
A proximidade da Pedreira Sepetiba, que se caracteriza como fonte fixa,<br />
contribuindo em maioria para tornar a área acusticamente bastante degradada,<br />
apesar da existência do loteamento residencial. No texto da Legislação<br />
Municipal – Plano Diretor, há uma referência sobre o Loteamento Industrial de<br />
Ingá como inserido na ZE-IM (Zona Especial da Ilha de Madeira), no entanto no<br />
mapa anexo ao Plano Diretor o loteamento está inserido na ZIP (Zona<br />
Industrial Portuária). Com a proximidade da ZREC (Zona de Recuperação de<br />
Ingá), e a pertinência à ZIP (Zona Industrial Portuária), o uso industrial<br />
predomina na área, no entanto o loteamento residencial impõe um critério mais<br />
protetivo aos moradores. Deste modo opta-se por estabelecer o limite de zona<br />
mista, com vocação comercial e administrativa, para este ponto de medições,<br />
mais de acordo com o texto do Plano Diretor que inclui a área do Loteamento<br />
Ingá na ZE-IM (Zona Especial da Ilha de Madeira). Para esta zona de uso o<br />
NCA – Nível critério de Avaliação para o período diurno é igual a 60db(A) e<br />
para o período noturno é igual a 55dB(A).<br />
Foram realizadas duas medições diurnas neste ponto. A primeira medição, com<br />
duração de 17 minutos, resultou em um Leq = 68,4 dB(A). Durante a medição<br />
(Medição 01) o ruído da pedreira foi constante e altíssimo, semelhante ao<br />
Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />
Tel (55 21) 3974 6150 . Fax (55 21) 2262 6847 . sac@haztec.com.br . www.haztec.com.br<br />
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6-289
arulho de britadeiras. Os ventos médios estavam vindo da pedreira em<br />
direção ao ponto de medição, havia muitos particulados em suspensão e<br />
barulho das folhas da árvore próxima ao ponto de medição aumentou de modo<br />
que a medição foi interrompida. No Gráfico 2 a distribuição espectral a 1/3 de<br />
oitava dos níveis medidos revela que os níveis mínimos estão próximos dos<br />
médios, e os níveis máximos bem mais elevados que os médios, característica<br />
de uma fonte sonora de emissão contínua com componentes de impacto<br />
(Anexo <strong>6.1</strong>-43). Já os níveis mínimos, médios e máximos mais altos estão na<br />
região de 500Hz a 2k, bem na faixa relativa à fala, caracterizando um tipo de<br />
ruído altamente prejudicial à compreensão da comunicação oral. Esta mesma<br />
configuração se repete na Medição 18, realizada no mesmo ponto, no período<br />
diurno.<br />
Essa segunda medição, realizada no dia seguinte (Medição 18), com duração<br />
de 10 minutos, resultou num Leq igual a 66,6 dB(A). Este valor está de acordo<br />
com o L50 da primeira medição, o que confirma a adequação do mesmo como<br />
nível de ruído ambiente no local. Na direção de favorecer medidas mais<br />
preservativas em relação à comunidade residente no local, e considerando-se<br />
a influência dos ventos na primeira medição, adota-se o valor do Leq da<br />
segunda medição como representativo do nível de ruído ambiente neste ponto,<br />
já que em comparação com o nível critério de 60db(A) o nível medido é mais<br />
alto, portanto passa a ser o nível critério. Mesmo assim, note-se que durante a<br />
medição 18 a pedreira estava em funcionamento, o caminhão de gás passou<br />
com som alto e ainda o carro do sacolão com megafone também contribuíram<br />
para os níveis de ruído local. Fica estabelecido então o NCA = 66,6 dB(A) para<br />
o período diurno neste ponto.<br />
Já no período noturno foi realizada neste ponto uma medição sonora de 20<br />
minutos resultando num Leq de 49,9 dB(A). O recesso noturno da pedreira<br />
contribuiu para a diminuição drástica de mais de 16 dB(A) entre o nível diurno<br />
e o nível noturno. No entanto o nível máximo nesta medição chegou a 68,1<br />
dB(A), revelando abruptas variações de níveis de ruído ambiente mesmo no<br />
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Tel (55 21) 3974 6150 . Fax (55 21) 2262 6847 . sac@haztec.com.br . www.haztec.com.br<br />
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6-290
período noturno, quando o nível mínimo chegou a 40,3 dB(A). O nível medido<br />
Leq = 49,9 dB(A) é 0,1 dB(A) menor que o nível critério estabelecido, este<br />
último permanece como o nível critério para a área, ou seja, para o período<br />
noturno permanece o NCA = 50dB(A).<br />
PONTO 02 – Posto de Saúde<br />
Neste ponto o cenário acústico se caracteriza pela passagem de veículos de<br />
passeio e pesados, sendo que o tráfego de veículos pesados é bastante<br />
intenso. Na Medição 03, período diurno, o nível máximo chegou a 86,4 dB(A)<br />
neste ponto (Anexo <strong>6.1</strong>-43). A diferença entre o nível máximo e o nível mínimo<br />
nesta medição ultrapassam 44dB(A) o que se constitui numa diferença imensa,<br />
em muitos momentos abrupta, como se pôde observar no local. As fontes<br />
móveis (veículos) contribuem majoritariamente na caracterização do cenário<br />
acústico neste local, durante o dia.<br />
O ponto de medição está localizado na zona de uso ZP – Zona de Parques,<br />
cujos níveis critérios são 65 dB(A) para o período diurno e 55 dB(A) para o<br />
nível noturno. No entanto este ponto também está no limite da ZE-IM – Zona<br />
Especial Ilha de Madeira, cujos níveis critérios são 60bB(A) para o período<br />
diurno e 55 dB(A) para o período noturno, e da ZIP – Zona Industrial Portuária,<br />
cujos níveis critérios são 70 dB(A) para o período diurno e 60 dB(A) para o<br />
período noturno. Os níveis critérios para a ZP são intermediários dentre essas<br />
outras duas zonas limítrofes. A Medição 03 neste ponto, no período diurno,<br />
resultou no Leq = 67,5 dB(A). Já que o L20 = 63,1 dB(A) indica que o nível de<br />
67,5 dB(A) só foi ultrapassado em menos que 20% do tempo de medição e o<br />
L50 = 52,7 dB(A) indica que na metade do tempo de medição o nível medido<br />
estava quase 15 dB(A) abaixo da média, compreende-se que o nível de ruído<br />
ambiente no local fica melhor caracterizado pelo L50. Neste caso o NRA = 52,7<br />
contra o nível critério na zona de localização do ponto de medição (ZP)<br />
corresponde a 65 dB(A) para o período diurno. Sendo assim, como o nível<br />
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6-291
medido (NRA) é mais baixo que o nível critério, prevalece o maior, resultando<br />
para o período diurno no NCA = 65 dB(A).<br />
No período noturno foi realizada a Medição 11, que resultou num Leq = 56,8<br />
dB(A). O L50 para esta medição equivale a 47,5 dB(A), resultando numa<br />
diferença de pouco mais de 9 DB(A) entre o L50 e o Leq. Esta diferença é<br />
bastante significativa no que diz respeito à percepção do ouvido humano. Notese<br />
que a passagem de veículos neste horário é diminuída em relação ao dia<br />
mas potencializada no que diz respeito ao contraste com os níveis mínimos de<br />
ruído ambiente, que chegam a 40 dB(A). Com o L10 = 55,1 dB(A) infere-se que<br />
o nível médio só foi ultrapassado menos que 10% do tempo total de medição.<br />
Sendo assim compreende-se que o nível L50 dB(A) caracteriza melhor o nível<br />
de ruído ambiente e adota-se o NRA = 55,1 dB(A) como característico do local.<br />
Como o nível critério noturno para a ZP – Zona de Parques, onde se localiza o<br />
ponto de medição 02, corresponde a 55 dB(A) para o período noturno, o nível<br />
critério passa a ter o valor do nível medido, ou seja resulta no NCA = 55,1<br />
dB(A) para o período noturno.<br />
PONTO 03 – Galpão de Pescadores<br />
Foram feitas duas medições consecutivas diurnas no Ponto 03, dentro do<br />
Galpão dos Pescadores (Medições 03 e 04). Não foram feitas medições<br />
noturnas neste ponto, primeiro porque o Galpão não funciona à noite, e<br />
segundo porque outro ponto próximo, o ponto 07, caracteriza satisfatoriamente<br />
o nível de ruído ambiente na mesma região, no período noturno. No Ponto 03 a<br />
primeira medição resultou num Leq = 62,6 dB(A) e a segunda num Leq = 63<br />
dB(A). As duas medições somam 7 minutos e foram interrompidas devido a<br />
intercorrências indesejadas (ver Tabela 01). Na primeira medição o L50 = 54,2<br />
dB(A) e na segunda o L50 = 58,2 dB(A). como nos dois casos o Leq foi<br />
ultrapassado em menos de 20% do tempo de medição, infere-se que o L50<br />
representa melhor o nível de ruído ambiente. Uma média simples entre os dois<br />
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6-292
níveis corresponde a um L50 = 56,2 dB(A). O nível de ruído ambiente fica<br />
então melhor caracterizado por NRA = 56,2 dB(A). Sendo o nível critério<br />
estabelecido para o ponto igual a 60 dB(A) para o período diurno e sendo este<br />
maior que o NRA = 56,2 dB(A) resulta que o nível critério para o período diurno<br />
corresponde a NCA = 60 dB(A).<br />
PONTO 04 – Presidente Roosevelt<br />
Este ponto fica localizado na ZECG – Zona Especial de Coroa Grande, cujos<br />
níveis critérios estabelecido são 60 dB(A) para o período diurno e 55 dB(A)<br />
para o período noturno. A Medição 05 realizada no período diurno neste ponto<br />
resultou num Leq = 54,7 dB(A). O nível mínimo nesta medição chegou a 37,1<br />
dB(A) e o nível máximo chegou a 77,9 dB(A). O nível máximo foi alcançado em<br />
menos de 1% do tempo de medição, tendo sido praticamente um pico. A<br />
elevação dos níveis de ruído ambiente é claramente alterada com a passagem<br />
de veículos esporádicos, cujos níveis elevados de emissões contribuíram para<br />
a diferença de mais de 17 dB(A) entre o nível mínimo e o nível médio e de mais<br />
de 40 dB(A) entre o nível mínimo e o nível máximo. Sendo o nível L50 = 43,6<br />
dB(A) pouco mais de 11 dB(A) abaixo do nível médio Leq = 54,7 dB(A) cujo<br />
valor foi ultrapassado em menos de 10% do tempo da medição de 20 minutos,<br />
entende-se que o L50 representa melhor o ruído ambiente no local,<br />
caracterizando-se o NRA = 43,6 dB(A). Mas tanto o Leq como o L50 estão<br />
abaixo do valor estabelecido como nível critério para a zona em questão.<br />
Como nível critério diurno para a zona é maior, prevalece este último,<br />
resultando em um NCA = 60 dB(A) para o período diurno.<br />
No período noturno foi realizada a Medição 15 neste ponto, com duração de 20<br />
minutos, que resultou num Leq = 48,3. Neste caso o L50 = 45,2 dB(A), abaixo<br />
3,1 dB(A) do nível médio, representa uma variação apenas perceptível pelo<br />
ouvido humano, portanto o Leq nesta medição representa bem o nível de ruído<br />
ambiente (NRA), dado ainda que já se ouvia neste horário o início de<br />
Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />
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6-293
atividades ruidosas no porto, na rodovia, e na ferrovia. Sendo o nível critério<br />
para este ponto estabelecido em 55 dB(A) para o período noturno, mais alto<br />
que o nível médio medido, resulta para o período noturno o NCA = 55 dB(A)<br />
PONTO 05 – Olavo Bilac<br />
Este ponto fica localizado na ZR-1 – Zona Residencial 1, cujos níveis critérios<br />
estabelecido são 55 dB(A) para o período diurno e 50 dB(A) para o período<br />
noturno. A Medição 06 realizada no período diurno neste ponto, com duração<br />
de 20 minutos, resultou num Leq = 60,9 dB(A). O nível mínimo nesta medição<br />
chegou a 38,4 dB(A) e o nível máximo chegou a 78,5 dB(A). O L50 = 49,1<br />
resultou mais de 10 dB(A) abaixo do Leq. O nível máximo de 78,5 dB(A) foi<br />
ultrapassado em menos de 1% do tempo caracterizando-se por um pico<br />
sonoro. Sendo assim o nível de ruído ambiente se caracteriza melhor pelo L50,<br />
ou seja, NRA = 49,1 dB(A). Nesta medição a passagem do trem contribui de<br />
modo significativo para os resultados, durou cerca de 4 minutos, ou seja 20%<br />
do tempo total da medição. O nível médio foi ultrapassado em 20% do tempo<br />
de medição, de onde se infere que a passagem do trem contribuiu<br />
significativamente para a elevação do Leq. Como o nível de ruído ambiente<br />
NRA = 49,1 está abaixo do nível critério para a região, estabelecido em 55<br />
dB(A), resulta que permanece o NCA = 55dB(A) para o período diurno na zona<br />
correspondente a este ponto.<br />
No período noturno foi realizada a Medição 14 neste ponto com duração de 20<br />
minutos e que resultou num Leq = 56,4 dB(A). O L50 ficou 11 dB(A) abaixo do<br />
Leq, cujo valor por sua vez foi ultrapassado menos de 10% do tempo da<br />
medição. O nível mínimo chegou a 37 dB(A) e o nível máximo a 80,1 dB(A),<br />
uma diferença enorme de 33 dB(A), muito indesejada para o período noturno.<br />
Várias buzinadas do trem e a passagem de veículos pesados contribuíram para<br />
estes resultados. Tomando-se o L50 = 45,3 como NRA característico da região,<br />
Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />
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6-294
temos um nível de ruído ambiente medido abaixo do nível critério estabelecido,<br />
portanto, para o período noturno fica estabelecido o NCA = 50 dB(A).<br />
PONTO 06 – DPO Ilha de Madeira<br />
Este ponto fica localizado na ZPAV – Zona de proteção de áreas Verdes, cujos<br />
níveis critérios estabelecido são 40 dB(A) para o período diurno e 35 dB(A)<br />
para o período noturno. A Medição 07 realizada no período diurno neste ponto<br />
resultou num Leq = 66,1 dB(A). O nível mínimo nesta medição chegou a 49,6<br />
dB(A) e o nível máximo chegou a 83,4 dB(A). O nível máximo foi alcançado em<br />
menos de 1% do tempo de medição, tendo sido praticamente um pico. O<br />
tráfego pesado de veículos e cruzamento próximos contribuíram para a<br />
diferença de quase 10 dB(A) entre o nível mínimo e o nível médio e de mais de<br />
33 dB(A) entre o nível mínimo e o nível máximo. Sendo o nível L50 = 59 dB(A)<br />
pouco mais de 7 dB(A) abaixo do nível médio Leq = 66,1 dB(A) cujo valor foi<br />
ultrapassado em menos de 20% do tempo da medição, entende-se que o L50<br />
não representa neste caso o ruído ambiente no local, e sim o Leq, já que a<br />
contribuição da passagem do trem não influenciou a medição. Embora no<br />
momento da medição não tenha passado nenhum trem, os policiais do posto<br />
se queixaram do ruído da linha bem próxima à DPO. O Leq = 66,1dB(A) está<br />
acima do valor estabelecido como nível critério diurno para a zona em questão.<br />
Como nível de ruído ambiente diurno medido para a zona é maior, prevalece<br />
este último, resultando em um NCA = 66,1 dB(A) para o período diurno.<br />
No período noturno foi realizada a Medição 13 neste ponto, com duração de 20<br />
minutos, que resultou num Leq = 56,6. Neste caso o L50 = 50,5 dB(A), abaixo<br />
6,1 dB(A) do nível médio. Houve uma passagem de trem que durou 5 minutos<br />
durante a medição, e o valor do Leq foi ultrapassado menos de 30% do tempo<br />
da medição. Infere-se então que a passagem do trem tenha contribuído<br />
significativamente para a elevação do Leq acima do L50. O L50 nesta medição<br />
representa bem o nível de ruído ambiente (NRA), considerando a passagem<br />
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6-295
noturna do trem como um evento esporádico. Sendo o nível critério para este<br />
ponto estabelecido em 35 dB(A) para o período noturno, mais baixo que o nível<br />
de ruído ambiente medido, resulta para o período noturno o NCA = 50,5 dB(A).<br />
PONTO 07 – Mirante dos Coqueiros<br />
Este ponto fica localizado na ZE-IM – Zona Especial Ilha de Madeira, cujos<br />
níveis critérios estabelecidos são 60 dB(A) para o período diurno e 55 dB(A)<br />
para o período noturno. A Medição <strong>08</strong> realizada no período diurno neste ponto<br />
resultou num Leq = 59,7 dB(A). O nível mínimo nesta medição chegou a 37,4<br />
dB(A) e o nível máximo chegou a 78,6 dB(A). O nível máximo foi alcançado em<br />
menos de 1% do tempo de medição, tendo sido praticamente um pico. Fora o<br />
latido de um cão e a passagem esporádica de veículos e de uma lancha o<br />
ruído ambiente foi muito estável e baixo, chegando a 37 dB(A) de valor mínimo.<br />
Sendo o nível L50 = 50,6 dB(A) pouco menos de 10 dB(A) abaixo do nível<br />
médio Leq = 59,7 dB(A) cujo valor foi ultrapassado em menos de 20% do<br />
tempo da medição, entende-se que o L50 representa neste caso o ruído<br />
ambiente no local já que os eventos mais ruidosos foram esporádicos. O NRA<br />
= 50,6dB(A) está abaixo do valor estabelecido como nível critério diurno para a<br />
zona em questão. Como nível de ruído ambiente diurno medido para a zona é<br />
menor, permanece o NCA = 60 dB(A) para o período diurno.<br />
No período noturno foi realizada a Medição 12 neste ponto, com duração de 20<br />
minutos, que resultou num Leq = 53,2. Neste caso o L50 = 42 dB(A), restou<br />
abaixo 11,2 dB(A) do nível médio. Ouvia-se o trem ao longe, e algum<br />
movimento de pessoas próximas. Ainda passavam ônibus neste horário. O<br />
nível máximo chegou a 68,9 devido a uma batida de porta de carro próximo,<br />
evento muito atípico. O L50 nesta medição representa bem o nível de ruído<br />
ambiente (NRA). Sendo o nível critério para este ponto estabelecido em 55<br />
dB(A) para o período noturno, mais alto que o nível de ruído ambiente medido<br />
(tanto Leq quanto L50), resulta para o período noturno o NCA = 55 dB(A).<br />
Rua São José,70 . 18ºandar . Centro . Rio de Janeiro . RJ . CEP 20010-020<br />
Tel (55 21) 3974 6150 . Fax (55 21) 2262 6847 . sac@haztec.com.br . www.haztec.com.br<br />
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6-296
PONTO <strong>08</strong> – Praça Gonela<br />
Este ponto fica localizado na ZR-2 – Zona Residencial 2, cujos níveis critérios<br />
estabelecidos são 60 dB(A) para o período diurno e 55 dB(A) para o período<br />
noturno. A Medição 09 realizada no período diurno neste ponto resultou num<br />
Leq = 53 dB(A). O nível mínimo nesta medição chegou a 43,4 dB(A) e o nível<br />
máximo chegou a 67,3 dB(A). O nível máximo foi alcançado em menos de 1%<br />
do tempo de medição, tendo sido praticamente um pico. A área onde se<br />
localizou o ponto está preservada do ruído do comércio do Centro de Itaguaí,<br />
bairro onde se localiza a praça em questão. Neste ponto, escolhido por causa<br />
da topografia, escuta-se o ruído do trem passando ao longe. Veículos de<br />
passeio esporádicos elevaram o Leq. Sendo o nível L50 = 47,7 dB(A) pouco<br />
mais de 5 dB(A) abaixo do nível médio Leq = 53 dB(A) cujo valor foi<br />
ultrapassado em menos de 20% do tempo da medição, entende-se que o L50<br />
representa neste caso o ruído ambiente no local já que os eventos mais<br />
ruidosos foram esporádicos. O NRA = 47,7dB(A) está abaixo do valor<br />
estabelecido como nível critério diurno para a zona em questão. Como nível de<br />
ruído ambiente diurno medido para a zona é menor, permanece o NCA = 60<br />
dB(A) para o período diurno.<br />
No período noturno foi realizada a Medição 17 neste ponto, com duração de 20<br />
minutos, que resultou num Leq = 53,5. Neste caso o L50 = 50,7 dB(A), restou<br />
abaixo menos de 3 dB(A) do nível médio. Esta diferença é menos que apenas<br />
perceptível para o ouvido humano, sendo que o Leq representa bem o nível de<br />
ruído ambiente da região. Sendo o nível critério para este ponto estabelecido<br />
em 55 dB(A) para o período noturno, mais alto que o nível de ruído ambiente<br />
medido (tanto Leq quanto L50), resulta para o período noturno o NCA = 55<br />
dB(A).<br />
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6-297
CONSIDERAÇÃOES FINAIS<br />
Os Níveis Critérios de Avaliação estabelecidos para as zonas abrangidas pela<br />
AIA – área de Influência Acústica estimada, extrapolam-se os níveis<br />
determinados nos pontos de medições para todas as áreas das zonas de uso<br />
onde os pontos foram localizados, leva-se em conta as características dos<br />
cenários acústicos locais.<br />
Tabela <strong>6.1</strong>.3.2.2-3: Resumo dos Níveis Critérios de Avaliação – NCA, definidos para fins do<br />
EIA-RIMA USIMINAS – Tópico Ruídos (dentro da AIA – Área de Influência Acústica)<br />
Zona de Uso do Solo<br />
Plano Diretor de Itaguaí<br />
ZE-IM<br />
Zona Especial Ilha de Madeira<br />
ZP<br />
Zona de Parques<br />
ZE-IM<br />
Zona Especial Ilha de Madeira<br />
ZECG<br />
Zona Especial Coroa Grande<br />
ZR-1<br />
Zona Residencial 1<br />
ZPAV<br />
Zona de Proteção de Áreas Verdes<br />
ZE-IM<br />
Zona Especial Ilha de Madeira<br />
ZR-2<br />
Zona Residencial 2<br />
ZR-1<br />
Zona Residencial 1<br />
Ponto de Medição Sonora<br />
de referência<br />
NCA<br />
Diurno<br />
dB(A)<br />
01 66,6 50<br />
NCA Noturno<br />
dB(A)<br />
02 65 55,1<br />
03 60 -<br />
04 60 55<br />
05 55 50<br />
06 66,1 50,5<br />
07 60 55<br />
<strong>08</strong> 60 55<br />
09* - -<br />
ZIP 10* e 11* - -<br />
*Os resultados obtidos nas medições nos pontos 9, 10 e 11 não foram utilizados<br />
para a determinação dos níveis de ruído ambiente, pois não são medições<br />
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6-298
adequadas para tal. O dados destas medições foram coletados com o objetivo de<br />
auxiliar na composição do prognóstico, e serão referenciados na próxima etapa do<br />
estudo.<br />
<strong>6.1</strong>.4 Caracterização Marinha – Oceanografia<br />
<strong>6.1</strong>.4.1 Baía de Sepetiba<br />
A Baía de Sepetiba está situada no sul do Estado do Rio de Janeiro, a cerca de<br />
50 km do centro da capital. É um corpo de águas salinas e salobras com cerca<br />
de 520 km² de superfície e perímetro de 170,5 km (Figura <strong>6.1</strong>.4.1-1). A costa<br />
norte é limitada pelas montanhas da serra do Mar, com um litoral caracterizado<br />
por pequenas praias e estuários separados por pontas rochosas. À leste é<br />
limitada por uma extensa planície quaternária que é drenada pelos rios, que<br />
são responsáveis pela maior contribuição de água doce. Ao sul tem por limite a<br />
restinga e o morro da Marambaia.<br />
Figura <strong>6.1</strong>.4.1-1: Baía de Sepetiba.<br />
A restinga da Marambaia é uma imensa barragem de areia que, apesar de<br />
seus poucos metros acima do nível do mar, funciona como um dique, isolando<br />
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6-299
a baía. A ligação com o oceano Atlântico é feita através de passagens e canais<br />
existentes entre o continente e as ilhas de Itacuruçá, Jaguanum e Pombeba. O<br />
canal mais importante fica entre a ponta dos Castelhanos, na ilha Grande, e a<br />
ponta Grossa, na ilha da Marambaia. Na extremidade leste da baía há<br />
pequenos canais (Pau Torto, Pedrinho e Bacalhau) com baixas profundidades<br />
que estabelece a ligação desta com o oceano, através da barra de Guaratiba.<br />
A Baía de Sepetiba tem de 2 a 12 m de profundidade, exceto nos canais, onde<br />
é maior. Aproximadamente 50% de sua área é inferior a 6 metros. O maior<br />
aporte de sedimentos se dá pelos rios. A taxa de sedimentação da baía é<br />
estimada entre 0,30 a 1,0 cm por ano. Possui cerca de 60 praias continentais e<br />
40 insulares e aproximadamente 49 ilhas e ilhotas.<br />
A Baía de Sepetiba e sua região litorânea apresentam uma gama de<br />
ecossistemas tais como ilhas, costões rochosos, restingas, praias, mangues e<br />
lameiros intertidais. A Baía de Sepetiba é um ecossistema estratégico para o<br />
desenvolvimento socioeconômico, não somente dos municípios do entorno,<br />
mas também do Estado do Rio de Janeiro e do Brasil, devido às<br />
potencialidades turísticas, de lazer, de pesca, maricultura e navegação e pelas<br />
excelentes condições para empreendimentos portuários.<br />
<strong>6.1</strong>.4.2 Temperatura e Salinidade<br />
A região central da Baía de Sepetiba, entre as ilhas de Itacuruçá e Jaguanum,<br />
é uma zona de temperatura mais baixa devido a penetração de águas<br />
oceânicas mais frias. Apresenta influência do aporte dos rios, que trazem do<br />
continente água com temperatura ligeiramente superior. A água superficial,<br />
além da influência dos rios, sofre o efeito da insolação, que provoca um<br />
aumento da temperatura de aproximadamente 1 °C em relação a água do<br />
fundo. A água proveniente dos rios, por ser menos densa, ao penetrar na Baía<br />
de Sepetiba tende a se manter na superfície. Segundo Costa & Araújo (2003) a<br />
temperatura da água na Baía de Sepetiba varia entre 20 e 26 °C (Figura<br />
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6-300
<strong>6.1</strong>.4.2-1a). A Baía pode ser caracterizada como um corpo de águas salinas e<br />
salobras semi-enclausurado. A invasão das águas do mar pelas correntes de<br />
maré e o aporte fluvial do canal de São Francisco e do rio Piracão tem uma<br />
influência significativa na distribuição da salinidade dentro da baía. De forma<br />
geral, a salinidade varia entre 20 e 34, sendo que o fundo da baía e as áreas<br />
costeiras apresentam salinidade inferior a 30. Na parte central, e próximo ao<br />
cordão rochoso da ilha de Jaguanum a salinidade varia entre 30 e 34 (Figura<br />
<strong>6.1</strong>.4.2-1b) (SEMA/ZEE-RJ, 1996).<br />
a) b)<br />
Figura <strong>6.1</strong>.4.2-1: Distribuição horizontal da (a) temperatura e (b) salinidade na Baía de<br />
Sepetiba (SEMA/ZEE-RJ, 1996 apud SEMADS/GTZ, 2001).<br />
Registros mensais de temperatura e salinidade foram realizados entre julho de<br />
1993 e junho de 1994, compreendendo sete estações de coletas distribuídas<br />
no interior da baía, tanto na parte mais interna e protegida pelo “cordão” de<br />
ilhas, como na mais externa e desprotegida próxima da ligação com o mar<br />
(Figura <strong>6.1</strong>.4.2-2) (Araújo et al., 1998).<br />
Diferenças sazonais significativas foram verificadas para a temperatura da<br />
água de superfície e de fundo. A temperatura da água de superfície e de fundo<br />
apresentou um evidente padrão de variação sazonal com mínimas de<br />
aproximadamente 22 ºC em agosto e máximas em torno de 26 ºC em fevereiro.<br />
Não foram apresentadas diferenças significativas na temperatura da água entre<br />
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6-301
as estações de coletas. A temperatura da água de fundo esteve sempre entre 1<br />
e 2 ºC abaixo da temperatura da água de superfície, com exceção de maio e<br />
junho, quando esta situação se inverteu.<br />
Figura <strong>6.1</strong>.4.2-2: Baía de Sepetiba, RJ, com a indicação das estações de coleta. Zona interna:<br />
1 - Laje das Enxadas, 2 - Ilha do Socó, 3 - Ilha Bonita. Zona externa: 4 - Costa do Guandu, 5 -<br />
Canal da Restinga, 6 - <strong>Meio</strong> da Baía e 7 - Fundo da Baía (Araújo et al., 1998).<br />
A salinidade da água de fundo apresentou pequena amplitude de variação,<br />
oscilando entre 29 e 32, sem evidenciar uma tendência ao longo do ciclo anual,<br />
enquanto a salinidade na superfície apresentou sempre valores abaixo da<br />
salinidade no fundo com diferenças nas médias mensais de até 5 (Araújo et al.,<br />
1998) (Figura <strong>6.1</strong>.4.2-3).<br />
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6-302
Figura <strong>6.1</strong>.4.2-3: Variação temporal da temperatura e salinidade da água na Baía de Sepetiba,<br />
RJ, entre julho de 1993 e junho de 1994. Barras representando +/- 1 erro padrão. Fonte: Araújo<br />
et al. (1998).<br />
Espacialmente, apenas a salinidade da água de superfície apresentou menores<br />
médias na estação 4, Costa do Guandu (média = 21,1), em relação às outras<br />
estações (médias: 28,3-29,9). As únicas interações (estações do ano versus<br />
locais de coleta) significativas foram apresentadas para a salinidade na<br />
superfície, o que indica que diferenças sazonais apesar de não significativas<br />
foram mais amplas apenas na estação de Costa do Guandu (estação 4),<br />
devido à maior influência de água doce, especialmente no mês de maio, o que<br />
aumentou a variabilidade da média (Figura <strong>6.1</strong>.4.2-4) (Araújo et al., 1998).<br />
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6-303
Figura <strong>6.1</strong>.4.2-4: Variação espacial da temperatura e salinidade e transparência da água na<br />
Baía de Sepetiba, RJ, entre julho de 1993 e junho de 1994. Barras representando +/- 1 - erro<br />
padrão. Fonte: Araújo et al. (1998).<br />
Em 2005, próximos ao Terminal Portuário, foram caracterizados diversos<br />
parâmetros ambientais nos principais rios e canais, bem como nas suas foz,<br />
levando-se em consideração a ação da maré. Para tal, as coletas foram<br />
realizadas contemplando os momentos de sizígia e quadratura (preamar e<br />
baixamar) (Analytical Solutions/CVRD/CSA, 2005).<br />
O Rio da Guarda (pontos 09, 10, 11 e 12) apresentou águas salobras<br />
(salinidade entre 0,5 e 30) ao longo da extensão amostrada, tanto nas marés<br />
alta quanto baixa, em quadratura e sizígia. Em todas as situações de maré, o<br />
canal de São Francisco (pontos 13 a 17) apresentou água superficial doce<br />
(salinidade inferior a 0,5) ao longo da extensão amostrada, com exceção da<br />
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6-304
LATITUDE<br />
LATITUDE<br />
LATITUDE<br />
LATITUDE<br />
desembocadura (ponto 13), onde o aporte das águas da baía tornou a água<br />
salobra (exceto na maré alta de sizígia).<br />
No rio Guandu (pontos 18 a 21), a influência das águas da Baía de Sepetiba<br />
também foi verificada na desembocadura (ponto 18), a qual, com exceção da<br />
maré baixa de sizígia, apresentou água salobra.<br />
Os demais locais amostrados neste rio apresentaram águas doces. A região<br />
costeira na Baía de Sepetiba (pontos 01 a <strong>08</strong>) apresentou água salobra em<br />
todas as situações de maré (Figura <strong>6.1</strong>.4.2-5).<br />
Salinidade Quadratura Maré Baixa<br />
Salinidade Quadratura Maré Alta<br />
a)<br />
22.86ºS<br />
22.88ºS<br />
22.9ºS<br />
22.92ºS<br />
22.94ºS<br />
22.96ºS<br />
22.98ºS<br />
23ºS<br />
17<br />
11<br />
12<br />
16<br />
21<br />
15<br />
20<br />
10<br />
9<br />
14<br />
13<br />
22<br />
19<br />
2<br />
1<br />
23<br />
5<br />
18<br />
3<br />
6<br />
4<br />
8<br />
7<br />
43.82ºW 43.8ºW 43.78ºW 43.76ºW 43.74ºW 43.72ºW 43.7ºW 43.68ºW 43.66ºW<br />
LONGITUDE<br />
25<br />
24<br />
23<br />
22<br />
21<br />
20<br />
19<br />
18<br />
17<br />
16<br />
15<br />
14<br />
13<br />
12<br />
11<br />
10<br />
9<br />
8<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
b)<br />
22.86ºS<br />
22.88ºS<br />
22.9ºS<br />
22.92ºS<br />
22.94ºS<br />
22.96ºS<br />
22.98ºS<br />
23ºS<br />
17<br />
11<br />
12<br />
16<br />
21<br />
15<br />
20<br />
10<br />
9<br />
14<br />
13<br />
22<br />
19<br />
2<br />
1<br />
23<br />
5<br />
18<br />
3<br />
6<br />
4<br />
8<br />
7<br />
43.82ºW 43.8ºW 43.78ºW 43.76ºW 43.74ºW 43.72ºW 43.7ºW 43.68ºW 43.66ºW<br />
LONGITUDE<br />
25<br />
24<br />
23<br />
22<br />
21<br />
20<br />
19<br />
18<br />
17<br />
16<br />
15<br />
14<br />
13<br />
12<br />
11<br />
10<br />
9<br />
8<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
c)<br />
22.86ºS<br />
22.88ºS<br />
22.9ºS<br />
22.92ºS<br />
22.94ºS<br />
22.96ºS<br />
22.98ºS<br />
23ºS<br />
Salinidade Sizígia Maré Baixa<br />
17<br />
11<br />
12<br />
16<br />
21<br />
15<br />
20<br />
10<br />
9<br />
14<br />
13<br />
22<br />
19<br />
2<br />
1<br />
23<br />
5<br />
18<br />
3<br />
6<br />
4<br />
8<br />
7<br />
43.82ºW 43.8ºW 43.78ºW 43.76ºW 43.74ºW 43.72ºW 43.7ºW 43.68ºW 43.66ºW<br />
LONGITUDE<br />
25<br />
24<br />
23<br />
22<br />
21<br />
20<br />
19<br />
18<br />
17<br />
16<br />
15<br />
14<br />
13<br />
12<br />
11<br />
10<br />
9<br />
8<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
-1<br />
d)<br />
22.86ºS<br />
22.88ºS<br />
22.9ºS<br />
22.92ºS<br />
22.94ºS<br />
22.96ºS<br />
22.98ºS<br />
23ºS<br />
Salinidade Sizígia Maré Alta<br />
17<br />
11<br />
12<br />
16<br />
21<br />
15<br />
20<br />
10<br />
9<br />
14<br />
13<br />
22<br />
19<br />
2<br />
1<br />
23<br />
5<br />
18<br />
3<br />
6<br />
4<br />
8<br />
7<br />
43.82ºW 43.8ºW 43.78ºW 43.76ºW 43.74ºW 43.72ºW 43.7ºW 43.68ºW 43.66ºW<br />
LONGITUDE<br />
25<br />
24<br />
23<br />
22<br />
21<br />
20<br />
19<br />
18<br />
17<br />
16<br />
15<br />
14<br />
13<br />
12<br />
11<br />
10<br />
9<br />
8<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
-1<br />
Figura <strong>6.1</strong>.4.2-5: Salinidade da água superficial durante as marés de quadratura a) baixamar,<br />
b) preamar e sizígia c) baixamar e d) preamar (Analytical Solutions/CVRD/CSA, 2005).<br />
A temperatura não apresentou variações severas, oscilando entre 19,4 e 23,4<br />
ºC (Figura <strong>6.1</strong>.4.2-6).<br />
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6-305
LATITUDE<br />
LATITUDE<br />
LATITUDE<br />
LATITUDE<br />
Temperatura Quadratura Maré Baixa<br />
Temperatura Quadratura Maré Alta<br />
a)<br />
22.86ºS<br />
22.88ºS<br />
22.9ºS<br />
22.92ºS<br />
22.94ºS<br />
22.96ºS<br />
22.98ºS<br />
23ºS<br />
17<br />
11<br />
12<br />
16<br />
21<br />
15<br />
20<br />
10<br />
9<br />
14<br />
13<br />
22<br />
19<br />
2<br />
1<br />
23<br />
5<br />
18<br />
3<br />
6<br />
4<br />
8<br />
7<br />
43.82ºW 43.8ºW 43.78ºW 43.76ºW 43.74ºW 43.72ºW 43.7ºW 43.68ºW 43.66ºW<br />
LONGITUDE<br />
25<br />
24<br />
23<br />
22<br />
21<br />
20<br />
19<br />
18<br />
17<br />
16<br />
15<br />
14<br />
13<br />
12<br />
11<br />
10<br />
9<br />
8<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
-1<br />
b)<br />
22.86ºS<br />
22.88ºS<br />
22.9ºS<br />
22.92ºS<br />
22.94ºS<br />
22.96ºS<br />
22.98ºS<br />
23ºS<br />
17<br />
11<br />
12<br />
16<br />
21<br />
15<br />
20<br />
10<br />
9<br />
14<br />
13<br />
22<br />
19<br />
2<br />
1<br />
23<br />
5<br />
18<br />
3<br />
6<br />
4<br />
8<br />
7<br />
43.82ºW 43.8ºW 43.78ºW 43.76ºW 43.74ºW 43.72ºW 43.7ºW 43.68ºW 43.66ºW<br />
LONGITUDE<br />
25<br />
24<br />
23<br />
22<br />
21<br />
20<br />
19<br />
18<br />
17<br />
16<br />
15<br />
14<br />
13<br />
12<br />
11<br />
10<br />
9<br />
8<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
-1<br />
Temperatura Sizígia Maré Baixa<br />
Temperatura Sizígia Maré Alta<br />
c)<br />
22.86ºS<br />
22.88ºS<br />
22.9ºS<br />
22.92ºS<br />
22.94ºS<br />
22.96ºS<br />
22.98ºS<br />
23ºS<br />
17<br />
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5<br />
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3<br />
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4<br />
8<br />
7<br />
43.82ºW 43.8ºW 43.78ºW 43.76ºW 43.74ºW 43.72ºW 43.7ºW 43.68ºW 43.66ºW<br />
LONGITUDE<br />
25<br />
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-1<br />
d)<br />
22.86ºS<br />
22.88ºS<br />
22.9ºS<br />
22.92ºS<br />
22.94ºS<br />
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22.98ºS<br />
23ºS<br />
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43.82ºW 43.8ºW 43.78ºW 43.76ºW 43.74ºW 43.72ºW 43.7ºW 43.68ºW 43.66ºW<br />
LONGITUDE<br />
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1<br />
0<br />
-1<br />
Figura <strong>6.1</strong>.4.2-6: Temperatura superficial da água as marés de quadratura a) baixamar, b)<br />
preamar e sizízia c) baixamar e d) preamar (Analytical Solutions/CVRD/CSA, 2005).<br />
<strong>6.1</strong>.4.3 Correntes<br />
A Baía de Sepetiba engloba uma área de aproximadamente 500 km 2 ,<br />
composta por águas salinas e salobras, cuja ligação com o Oceano Atlântico é<br />
feita por dois canais: o primeiro e mais importante, entre a ponta de restinga da<br />
Marambaia e a Ilha Grande; e o segundo, na Barra de Guaratiba. O perímetro<br />
da baía é de aproximadamente 130 km.<br />
A Baía de Sepetiba é fortemente influenciada pela descarga de água doce<br />
proveniente de canais e rios e além disso, a troca de águas com o oceano<br />
adjacente é dificultada pela barreira formada pela Restinga da Marambaia. Um<br />
fato marcante da circulação do sistema Ilha Grande/Sepetiba é a presença de<br />
um fluxo unidirecional no sentido oeste-leste no canal entre o continente e a<br />
Ilha Grande, cuja existência foi observada por vários autores.<br />
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6-306
Na Baía de Sepetiba, o principal mecanismo responsável pela geração de<br />
correntes é o fluxo e refluxo da maré (Signorini, 1980a e b, Fragoso, 1995 e<br />
1999)). Com isto, há um processo regido por parâmetros oceânicos,<br />
ocasionando corrente predominante na direção leste - oeste. Esta circulação,<br />
segundo Borges (1990), acompanha a morfologia do fundo, ocorrendo com<br />
maior intensidade através dos canais de 20 a 30 metros de profundidade, entre<br />
as ilhas de Itacuruçá e Jaguanum, e entre as ilhas de Itacuruçá e o continente<br />
(Kale, 2000). A circulação na Baía de Sepetiba tem sentido horário (Figura<br />
<strong>6.1</strong>.4.3-1).<br />
Figura <strong>6.1</strong>.4.3-1: Sistema de correntes na Baía de Sepetiba (Borges, 1998).<br />
Signorini (1980a) aponta um grande contraste entre a circulação gerada pela<br />
maré nas duas baías (Sepetiba/Ilha Grande), estudando resultados obtidos por<br />
correntômetros e por simulação numérica (Signorini, 1980b). Enquanto na Baía<br />
de Sepetiba, o sinal de maré nas correntes é bastante evidente, com<br />
velocidades máximas da ordem de 1 m/s, na Baía da Ilha Grande este sinal é<br />
muito pequeno. O autor aponta dois prováveis fatores que causariam esta<br />
diferença. Sendo a Baía da Ilha Grande conectada ao oceano por duas<br />
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6-307
entradas, a onda de maré chegaria em fase nas duas e se dividiria em duas<br />
ondas separadas que entrariam na baía propagando-se em direções opostas,<br />
tendo seus efeitos parcialmente cancelados. Outro fator estaria relacionado ao<br />
comprimento da Baía de Sepetiba que é bastante próximo da quarta parte do<br />
comprimento de onda da componente de maré M4 (período de 6.21 h),<br />
amplificando assim seu sinal. Esse fato foi indicado também por Fragoso<br />
(1995), que utilizou um modelo numérico para a análise da circulação da Baía<br />
de Sepetiba. O autor apontou ainda a maré como forçante predominante sobre<br />
o vento local na geração de correntes naquela baía (Fragoso, 1999).<br />
Como na maioria dos estuários e baías, a onda de maré é do tipo estacionária,<br />
que não depende tanto da profundidade, mas sim da amplitude e de outros<br />
fatores físicos, como ventos, morfologia de fundo e configuração de canais. No<br />
caso da Baía de Sepetiba, além da maré, outros fatores determinantes da<br />
circulação são as morfologias costeiras e de fundo e o vento, além de eventos<br />
sazonais. De um modo geral, o padrão de circulação na Baía resulta em um<br />
pequeno tempo de residência da água (4,17 dias) e uma grande mistura da<br />
coluna d‟água (SEMADS, 2001).<br />
A ação dos ventos gera uma corrente superficial que forma células de<br />
circulação em forma de oito (Brönnimann et al., 1981). Os ventos<br />
predominantes nesta região são os ventos de direção sul/sudoeste, sendo os<br />
mais frequentes e de maior velocidade (Signorini, 1980a; Borges, 1990;<br />
Fragoso, 1995).<br />
Os padrões das correntes de superfície seguem a topografia do fundo, levando<br />
a criação de uma área de deposição preferencial em direção à costa norte. A<br />
hidrologia da Baía de Sepetiba é fortemente influenciada por parcelas d‟água<br />
subantárticas derivadas da Corrente das Malvinas, que chegam sazonalmente<br />
à costa sul-sudeste brasileira. Durante o inverno austral, estas parcelas de<br />
água fria e densa penetram por canais profundos na parte oeste da Baía,<br />
aquecem-se em seu interior e tornam-se superficiais na altura da foz do rio<br />
Guandu. Na superfície, contornam toda a baía e retornam pelos mesmos<br />
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6-3<strong>08</strong>
canais por onde entraram, gerando uma superposição de correntes (Stevenson<br />
et al., 1998).<br />
A entrada de água do mar se dá através de passagens e canais existentes<br />
entre o continente e as ilhas de Itacuruçá, Jaguanum e Pombeba. O canal mais<br />
importante fica entre a Ponta dos Castelhanos, na Ilha Grande, e a Ponta<br />
Grossa, na Ilha da Marambaia. Na extremidade leste da baía há pequenos<br />
canais (Pau Torto, Pedrinho e Bacalhau) com baixas profundidades que<br />
estabelecem a ligação desta com o oceano, através da “Barra de Guaratiba”.<br />
Considera-se em ordem crescente de importância, as seguintes áreas de<br />
entrada de correntes na baía: canais em Barra de Guaratiba; área entre a Ilha<br />
Grande e o Morro da Marambaia e a Ilha Jaguanum e; a região entre as ilhas<br />
de Jaguanum e Itacuruçá e o continente (Borges, 1998).<br />
A circulação marinha da região das Baías de Sepetiba e Ilha Grande foi<br />
estudada numericamente por diversos autores (Fragoso, 1995, 1999; INPH,<br />
2005), visando analisar o papel que exerce, na geração das correntes marinhas<br />
do local, cada uma das forçantes que atuam sobre esse complexo sistema de<br />
baías: maré, vento e gradientes de densidade.<br />
Pode-se observar velocidades da ordem 1m/s na sizígia e da ordem de 0,5 m/s<br />
na quadratura na Baía de Sepetiba, enquanto que na Baía da Ilha Grande as<br />
velocidades são da ordem 0,2 m/s na sizígia e de 0,1 m/s na quadratura<br />
(Fragoso, 1999). Exemplos do campo de velocidade e direção de corrente<br />
obtidos em situação de maré vazante e enchente para os períodos de sizígia e<br />
quadratura estão apresentados nas Figura <strong>6.1</strong>.4.3-2 e <strong>6.1</strong>.4.3-3.<br />
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6-309
a) b)<br />
Figura <strong>6.1</strong>.4.3-2: Campo de velocidades para o instante de (a) 50 horas de simulação, numa<br />
situação de maré enchente e (b) 56 horas numa situação de vazante, em período de sizígia. A<br />
gradação de cores indica a velocidade da corrente em m/s (Fragoso, 1995).<br />
a) b)<br />
Figura <strong>6.1</strong>.4.3-3: Campo de velocidades para o instante de (a) 224 horas de simulação, numa<br />
situação de maré enchente e (b) 230 horas numa situação de vazante, em período de<br />
quadratura. A gradação de cores indica a velocidade da corrente em m/s (Fragoso, 1995).<br />
Os resultados das diversas simulações realizadas com as diferentes forçantes<br />
mostraram que a circulação gerada pela maré é bem mais intensa na Baía de<br />
Sepetiba do que na da Ilha Grande, provavelmente devido à propagação da<br />
onda de maré no sistema, que faz com que o nível do mar na Baía da Ilha<br />
Grande oscile em fase. Na Baía de Sepetiba existe uma defasagem da onda de<br />
maré entre a entrada e o fundo da baía, o que gera acentuados gradientes de<br />
elevação do nível do mar, resultando em fortes correntes de maré nesse local.<br />
As Figuras <strong>6.1</strong>.4.3-4 a e b mostram exemplos de resultados do modelo<br />
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numérico em condições de maré enchente e vazante, obtidos por Fragoso,<br />
1999 apud ECOLOGY/BrasFELS (2005).<br />
a) b)<br />
Figura <strong>6.1</strong>.4.3-4: Campo de Correntes em Superfície Obtidas por Simulação Numérica em<br />
Condição de (a) Maré Enchente e (b) Maré Vazante. A escala de cores representa velocidades<br />
de correntes em cm/s.<br />
As velocidades de corrente geradas pelos gradientes de densidade existentes<br />
na região são bastante reduzidas e o vento que atua sobre a Plataforma<br />
Continental adjacente pode exercer papel importante nas correntes do interior<br />
das baías (Fragoso, 1999).<br />
Os estudos realizados pelo Instituto de Pesquisas Hidroviárias - INPH na Baía<br />
de Sepetiba, entre agosto de 1974 e dezembro de 1975, mostraram que a<br />
circulação d‟água na baía é regida predominantemente pela maré. Os efeitos<br />
meteorológicos e aqueles associados às descargas fluviais dos pequenos rios<br />
que deságuam na baía são desprezíveis. Observou-se também que o padrão<br />
de circulação d‟água acompanha a morfologia do fundo e que as correntes de<br />
enchente, tanto na quadratura quanto na sizígia, são mais intensas do que as<br />
correntes de vazante (INPH, 2005 apud ECOLOGUS/DOCAS-RJ, 20<strong>08</strong>).<br />
Para simular as condições de escoamento da baía, foi utilizada série histórica<br />
dos níveis d‟água observados nos marégrafos da Ilha Guaíba e do Porto de<br />
Itaguaí por período de 15 dias, abrangendo um ciclo de maré de sizígia e um<br />
ciclo de maré de quadratura (Figura <strong>6.1</strong>.4.3-5 e <strong>6.1</strong>.4.3-6).<br />
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a) b)<br />
Figura <strong>6.1</strong>.4.3-5: Maré de Sizígia - representação vetorial das correntes para situações típicas<br />
de (a) maré enchente e (b) vazante (INPH, 2005).<br />
a) b)<br />
Figura <strong>6.1</strong>.4.3-6: Maré de Quadratura - representação vetorial das correntes para situações<br />
típicas de (a) maré enchente e (b) vazante (INPH, 2005).<br />
Para a elaboração do EIA/RIMA do Porto Sudeste (ECOLOGY/LLX, 2007)<br />
foram adquiridos dados de corrente com ADCP (Acoustic Doppler Current<br />
Profiler) em diversos locais na Baía de Sepetiba (Figura <strong>6.1</strong>.4.3-7).<br />
Ilha da<br />
Madeira<br />
Ilha de<br />
Itacuruça<br />
Figura <strong>6.1</strong>.4.3-7: Localização nos pontos de medições de corrente com ADCP na Baía de<br />
Sepetiba (RJ) (ECOLOGY/LLX, 2007).<br />
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Durante a campanha de medição, com a duração aproximada de 18 dias,<br />
foram efetuadas medições de correntes com dois correntômetros do tipo ADCP<br />
fundeados nos pontos denominados II e VI medindo continuamente durante 18<br />
dias (fevereiro-março/20<strong>08</strong>). Um ADCP de 600 kHz foi fundeado no ponto II<br />
(profundidade de 7 m) e um ADCP de 300 kHz foi fundeado no ponto VI<br />
(profundidade de 24 m) para medir simultaneamente as correntes a intervalos<br />
de 10 minutos. A seguir são ilustrados os resultados das medições de<br />
correntes (Figura <strong>6.1</strong>.4.3-8 e <strong>6.1</strong>.4.3-9).<br />
Figura <strong>6.1</strong>.4.3-8: Medições de corrente durante 18 dias no ponto II (Baía de Sepetiba - RJ)<br />
(ECOLOGY/LLX, 2007).<br />
Durante o dia 22/02/<strong>08</strong> - no ponto II: as maiores magnitudes da corrente<br />
ocorreram durante a meia-maré enchente com valores entre 0,30 e 0,45 m/s e<br />
com direção variando em torno de ENE. Durante a meia-maré vazante foram<br />
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6-313
observados valores entre 0,15 e 0,30 m/s e direções variando<br />
significativamente em torno de SW.<br />
Durante o dia <strong>08</strong>/03/<strong>08</strong> - no ponto II: as maiores magnitudes da corrente<br />
ocorreram durante a meia-maré enchente com valores entre 0,20 e 0,45 m/s e<br />
com direção variando em torno de ENE. Durante a meia-maré vazante foram<br />
observados valores entre 0,20 e 0,35 m/s e direções variando<br />
significativamente em torno de SW.<br />
Figura <strong>6.1</strong>.4.3-9: Medições de corrente durante 18 dias no ponto VI (Baía de Sepetiba - RJ)<br />
(ECOLOGY/LLX, 2007).<br />
Durante o dia 21/02/<strong>08</strong> - no ponto VI: as maiores magnitudes da corrente<br />
ocorreram durante a meia-maré enchente com valores entre 0,40 e 0,60 m/s e<br />
com direção variando em torno de N (com diferenças entre fundo - ENE e<br />
superfície - NNW). Durante a meia-maré vazante foram observados valores<br />
entre 0,30 e 0,45 m/s e direções variando em torno de SW.<br />
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Durante o dia <strong>08</strong>/03/<strong>08</strong> - no ponto VI: as maiores magnitudes da corrente<br />
ocorreram durante a meia-maré enchente com valores entre 0,45 e 0,65 m/s e<br />
com direção variando em torno de N (com diferenças entre fundo - ENE e<br />
superfície - NNW). Durante a meia-maré vazante foram observados valores<br />
entre 0,35 e 0,50 m/s e direções variando em torno de SW.<br />
<strong>6.1</strong>.4.4 Marés<br />
O regime de marés na Baía da Sepetiba é classificado como semi-diurno, com<br />
desigualdade diurna. Este regime é marcado pela ocorrência de duas<br />
preamares e duas baixa-mares no período de 24 horas, sendo a desigualdade<br />
diurna caracterizada pela diferença de altura entre duas preamares ou baixamares<br />
sucessivas no mesmo período. São observadas amplitudes inferiores a<br />
2 metros: a amplitude média da maré de sizígia é de 110 cm, enquanto que a<br />
de quadratura é da ordem de 30 cm (DHN, 1986 apud Borges, 1990).<br />
A maré penetra na baía por um único canal e encontra um forte gradiente<br />
batimétrico, o que provoca uma diferença de fase significativa entre a<br />
embocadura e o fundo, provocando maiores velocidades de corrente de maré.<br />
As maiores velocidades, em torno de 1,5 nós, se encontram sempre no canal<br />
localizado entre as Ilhas de Itacuruçá e Jaguanum, tanto nas enchentes quanto<br />
nas vazantes. As menores velocidades estão no setor leste da baía. A<br />
circulação no sistema estuarino parece acompanhar as isobatimétricas, ou<br />
seja, as maiores velocidades acompanham os canais de maior profundidade<br />
(SEMADS/GTZ, 2001).<br />
<strong>6.1</strong>.4.5 Ondas<br />
A penetração de ondas oceânicas na Baía de Sepetiba é pequena ou<br />
desprezível. As ondas no interior da baía são geradas pelos ventos incidentes<br />
sobre o corpo líquido, basicamente os de leste, sudeste e nordeste, que<br />
provocam as perturbações na superfície da água. Cerca de 99% das<br />
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ocorrências são de ondas com altura abaixo de 0,75 m, com período<br />
compreendido entre 3 a 5 segundos, com raras ocorrências de ondas com<br />
alturas entre 1,3 e 1,0 m (SEMADS/GTZ, 2001).<br />
A média da altura máxima de onda prevista para o entorno da baia é de 0,25<br />
m, para a região central é de 0,35 m e nas áreas Sul e Sudoeste da ilha de<br />
Itacuruçá a maior altura prevista é de 0,50 m, devido à influência do canal de<br />
navegação da Baía e da maior proximidade com a entrada da mesma<br />
(ECOLOGY/LLX, 2007).<br />
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