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Agostinho e a Literatura Portuguesa - Instituto de Filosofia

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Pensados e escritos para um público cujo nível cultural fosse o <strong>de</strong> curso<br />

secundário, reconhece anos mais tar<strong>de</strong>, “segundo parece..., para outros serviram<br />

também e talvez tenham estado na origem remota do muito que no<br />

género se faz, e bem melhor, tanto no Brasil como em Portugal…”. 28 Tendo<br />

como objectivo tratar “<strong>de</strong> tudo o que a vida possa conter <strong>de</strong> mais interessante<br />

em gente, planta, bicho ou coisa…”, almejava o autor, através da sua difusão,<br />

permitir uma sólida base cultural a qualquer pessoa. E os Ca<strong>de</strong>rnos foram,<br />

inegavelmente, responsáveis pela formação <strong>de</strong> muitos dos seus leitores.<br />

1. 2. As Antologias<br />

Consi<strong>de</strong>rando a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso ao livro, por parte <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

maioria da população, <strong>Agostinho</strong> da Silva vai traduzindo 29 e paulatinamente<br />

editando obras <strong>de</strong> autores que, segundo o seu critério, po<strong>de</strong>rão contribuir para<br />

a elevação cultural dos leitores. Fá-lo na forma <strong>de</strong> edição <strong>de</strong> autor; sempre a<br />

preço acessível, 30 passível <strong>de</strong> ser adquirido por qualquer bolsa. Igualmente, estando<br />

o esperanto em gran<strong>de</strong> expansão na época, vê <strong>Agostinho</strong> em tradução um<br />

consi<strong>de</strong>rável número dos seus ca<strong>de</strong>rnos e biografias (33 volumes, no total).<br />

O princípio subjacente à escolha dos textos seleccionados nos Ca<strong>de</strong>rnos<br />

Antologia, Introdução aos gran<strong>de</strong>s autores, 31 refere <strong>Agostinho</strong> na contracapa,<br />

é o <strong>de</strong> apresentar a obra sem qualquer “exclusivismo literário, político ou<br />

religioso”. Igualmente, “não houve a preocupação <strong>de</strong> escolher os textos por<br />

um critério <strong>de</strong> beleza puramente literário ou <strong>de</strong> apresentar aqueles em que o<br />

autor foi mais brilhante”. O intuito do organizador foi o <strong>de</strong> se fixar, por um<br />

lado, nos que “melhor po<strong>de</strong>m dar a i<strong>de</strong>ia do espírito do escritor e das circunstâncias<br />

da sua época” e, por outro, “nos que po<strong>de</strong>rão exercer maior acção <strong>de</strong><br />

esclarecimento”.<br />

Todas são precedidas, sem excepção, <strong>de</strong> um estudo introdutório on<strong>de</strong>,<br />

em regra, é apresentada a caracterização do autor, sua época e obra <strong>de</strong>senvolvida.<br />

Os registos opinativos tornam-se prática usual. A linguagem, como nos<br />

outros ca<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> divulgação cultural é objectiva, simples, clara. Aos breves<br />

estudos introdutórios acrescenta sempre referências bibliográficas, visando à<br />

pesquisa autónoma do leitor.<br />

2. O Ca<strong>de</strong>rno sobre <strong>Literatura</strong> <strong>Portuguesa</strong><br />

No produtivo ano <strong>de</strong> 1944 dá <strong>Agostinho</strong> da Silva à estampa a Parábola<br />

da Mulher <strong>de</strong> Loth, Pólicles e Apólogo <strong>de</strong> Pródico <strong>de</strong> Céos que abordam, tal como<br />

Revista Convergência Lusíada, 23 – 2007 ISSN 1414-0381

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