01.11.2014 Views

tinea pedis: revisão da literatura e prevenção - Escola de Saúde do ...

tinea pedis: revisão da literatura e prevenção - Escola de Saúde do ...

tinea pedis: revisão da literatura e prevenção - Escola de Saúde do ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

1º Ten Al LETÍCIA TAMBASCO FERREIRA<br />

TINEA PEDIS: REVISÃO DA LITERATURA E<br />

PREVENÇÃO<br />

RIO DE JANEIRO<br />

2008


1º Ten Al LETÍCIA TAMBASCO FERREIRA<br />

TINEA PEDIS: REVISÃO DA LITERATURA E PREVENÇÃO<br />

Trabalho <strong>de</strong> conclusão <strong>de</strong> curso apresenta<strong>do</strong> à<br />

<strong>Escola</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> Exército, como requisito parcial<br />

para aprovação no Curso <strong>de</strong> Formação <strong>de</strong> Oficiais<br />

<strong>do</strong> Serviço <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, especialização em Aplicações<br />

Complementares às Ciências Militares.<br />

Orienta<strong>do</strong>r: Ana Beatriz Cunha<br />

RIO DE JANEIRO<br />

2008


,<br />

F383t<br />

Ferreira, Letícia Tambasco.<br />

Tínea Pedis: revisão <strong>da</strong> <strong>literatura</strong> e prevenção /. – Letícia Tambasco<br />

Ferreira - Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2008.<br />

19 f. ; 30 cm.<br />

Orienta<strong>do</strong>r: Ana Beatriz Cunha<br />

Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso (especialização) – <strong>Escola</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> Exército, Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Aplicações Complementares<br />

às Ciências Militares.<br />

Referências: f.18-19.<br />

1. Tínea Pedis. 2.Dermatofitose. I. Cunha, Ana Beatriz. II. <strong>Escola</strong><br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> Exército. III. Título.<br />

CDD 616.0758


1º Ten Al LETÍCIA TAMBASCO FERREIRA<br />

TINEA PEDIS: REVISÃO DA LITERATURA E PREVENÇÃO<br />

Trabalho <strong>de</strong> conclusão <strong>de</strong> curso apresenta<strong>do</strong> à<br />

<strong>Escola</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> Exército, como requisito parcial<br />

para aprovação no Curso <strong>de</strong> Formação <strong>de</strong> Oficiais<br />

<strong>do</strong> Serviço <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, especialização em Aplicações<br />

Complementares às Ciências Militares.<br />

Orienta<strong>do</strong>r: Ana Beatriz Cunha<br />

RIO DE JANEIRO<br />

2008<br />

A concretização <strong>de</strong> um i<strong>de</strong>al faz-se possível quan<strong>do</strong> os<br />

sonhos ganham asas e a


vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r materializa-se no fazer e conhecer.<br />

Deus, Mestre maior, presente em to<strong>do</strong>s os momentos,<br />

permitiu a meus<br />

pais, Dinorá Maria e Luiz Carlos, anjos visíveis e palpáveis em<br />

minha vi<strong>da</strong>, a<br />

sabe<strong>do</strong>ria <strong>do</strong> amor, <strong>do</strong> exemplo e <strong>da</strong> <strong>do</strong>ação. A vocês, pais,<br />

meu incomensurável<br />

agra<strong>de</strong>cimento, meu eterno reconhecimento.<br />

Às minhas irmãs, Aline e Fabíola, e aos meus familiares,<br />

parceiros <strong>de</strong> minhas expectativas e anseios, o meu<br />

muito obriga<strong>da</strong>.<br />

Ao Conra<strong>do</strong>, namora<strong>do</strong> e alia<strong>do</strong>, o meu abraço reconheci<strong>do</strong>.<br />

O seu incentivo foi<br />

marcante nesta etapa <strong>de</strong> minha vi<strong>da</strong>.<br />

Minha trajetória continua... O caminho aguar<strong>da</strong> o meu<br />

caminhar. Nele estou<br />

e sei que minhas mãos, presas às <strong>de</strong> Deus, continuarão na<br />

busca constante <strong>do</strong><br />

apren<strong>de</strong>r, para exercer, com digni<strong>da</strong><strong>de</strong>, a profissão por mim<br />

abraça<strong>da</strong>.<br />

AGRADECIMENTOS<br />

À queri<strong>da</strong> orienta<strong>do</strong>ra Ana Beatriz Cunha pelos ensinamentos, amiza<strong>de</strong> e <strong>de</strong>dicação.<br />

Ao gran<strong>de</strong> amigo Ayres Cunha, pelo apoio, amiza<strong>de</strong> e incentivo.<br />

Aos pacientes, vi<strong>da</strong>s que ensinam, o meu carinho, meu respeito.


RESUMO<br />

TINEA PEDIS: REVISÃO DA LITERATURA E PREVENÇÃO<br />

Letícia Tambasco Ferreira<br />

Orienta<strong>do</strong>ra: Ana Beatriz Cunha<br />

Tinea <strong>pedis</strong> é uma micose superficial comum que acomete a pele <strong>do</strong>s pés. Po<strong>de</strong> se<br />

apresentar com as seguintes variáveis clínicas: intertriginosa, macassim, vesicobolhosa,<br />

ou a combinação <strong>de</strong>les. É mais comum em comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s fecha<strong>da</strong>s como organizações<br />

militares e internatos escolares, mais frequente no verão e em populações que<br />

frequentam piscinas, e fazem uso <strong>de</strong> calça<strong>do</strong>s fecha<strong>do</strong>s não porosos. Tinea <strong>pedis</strong> é mais<br />

comumente causa<strong>da</strong> pelo Trichophyton rubrum.<br />

A apresentação clínica <strong>da</strong> <strong>tinea</strong> <strong>pedis</strong> inclui fissura, maceração e <strong>de</strong>scamação nas<br />

áreas interdigitais ou subdigitais <strong>do</strong>s pés. A região plantar e a face lateral <strong>do</strong>s pés também<br />

po<strong>de</strong>m estar envolvi<strong>do</strong>s com pouca inflamação, porém, com difusa <strong>de</strong>scamação, ou po<strong>de</strong><br />

ocorrer à presença <strong>de</strong> vesículas ou vesicopústulas na região plantar.<br />

Na prática clínica, o diagnóstico se baseia na apresentação clínica e também em<br />

estu<strong>do</strong>s laboratoriais: exame microscópico direto e cultura <strong>da</strong>s escamas cutâneas.<br />

O tratamento é realiza<strong>do</strong> com antifúngico tópico, sistêmico, ou ambos.<br />

Palavras-chave: Tinea <strong>pedis</strong> – Dermatofitose<br />

ABSTRACT<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

2008<br />

TINEA PEDIS: A REVISION OF LITERATURE AND PREVENTION<br />

Letícia Tambasco Ferreira<br />

Supervisor: Ana Beatriz Cunha


Tinea <strong>pedis</strong> is a commun superficial fungal (<strong>de</strong>rmatophytote) skin infection of the<br />

feet. It may presente in several clinical varieties: intertriginous, moccasin, vesicobullous, or<br />

a combination of these. It is more common in closed communities such army barracks and<br />

boarding schools, in warm weather, among those frequenting swimming pools, and when<br />

the feet are occlu<strong>de</strong>d with nonporous shoes. Tinea <strong>pedis</strong> is most commonly caused by<br />

Trichophyton rubrum.<br />

The clinical presentation of <strong>tinea</strong> <strong>pedis</strong> may inclu<strong>de</strong> fissuring, maceration, and scaling<br />

in the interdigital or subdigital area of the feet. Also, the area over the soles and on the<br />

si<strong>de</strong> of the foot could be involved with minimal inflammation but with a diffuse scaling, or<br />

there may be small vesicles or vesicopustules present on the plantar area around the<br />

instep of the foot.<br />

In clinical practice, diagnosis is often based presentation and sometimes also on<br />

laboratory studies: direct microscopic examination of skin scrapings and mycology culture.<br />

The treatment occurs with topic, systemic antifungals or both of them.<br />

Key words: Tinea <strong>pedis</strong> - Dermatophytose<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

2008


SUMÁRIO<br />

1 INTRODUÇÃO......................................................................................1<br />

2 OBJETIVOS...........................................................................................2<br />

3 REVISÃO DA LITERATURA................................................................3<br />

3.1 DEFINIÇÃO............................................................................................................3<br />

3.2 EPIDEMIOLOGIA...................................................................................................3<br />

3.3 PATOGÊNESE.......................................................................................................5<br />

3.4 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS..............................................................................8<br />

3.5 ACHADOS LABORATORIAIS..............................................................................11<br />

3.6 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL............................................................................11<br />

3.7 TRATAMENTO.....................................................................................................12<br />

4 PREVENÇÃO.....................................................................................16<br />

5 CONCLUSÕES...................................................................................17<br />

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................18


1. Introdução<br />

As micoses superficiais compreen<strong>de</strong>m grupos <strong>de</strong> afecções causa<strong>da</strong>s por fungos, limita<strong>da</strong>s às<br />

cama<strong>da</strong>s queratiniza<strong>da</strong>s ou semiqueratiniza<strong>da</strong>s <strong>da</strong> pele, ou localiza<strong>da</strong>s na sua superfície, atingin<strong>do</strong> pele<br />

e mucosas.<br />

As <strong>de</strong>rmatofitoses constituem um tipo <strong>de</strong> micose superficial, produzi<strong>da</strong>s por vários gêneros <strong>de</strong><br />

parasitos, <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s em conjunto <strong>de</strong> <strong>de</strong>rmatófitos, que utilizam a queratina como fonte <strong>de</strong><br />

subsistência e, por esta razão, parasitam as porções queratiniza<strong>da</strong>s ou semiqueratiniza<strong>da</strong>s <strong>da</strong> epi<strong>de</strong>rme,<br />

pêlos e unhas. Os <strong>de</strong>rmatófitos apresentam-se em sua forma assexua<strong>da</strong> ou anamorfa e são fungos <strong>do</strong>s<br />

gêneros Microsporum, Trichophyton e Epi<strong>de</strong>rmophyton. Po<strong>de</strong>m ser exclusivos <strong>da</strong> espécie humana<br />

(antropofílicos), próprios <strong>de</strong> animais <strong>do</strong>mésticos ou silvestres (zoofílicos) ou vivem no solo (geofílicos).<br />

As lesões <strong>de</strong>correm <strong>da</strong> presença <strong>do</strong> próprio fungo ou em virtu<strong>de</strong> <strong>da</strong> reação <strong>de</strong> hipersensibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

específica ao agente causal ou a seus produtos, as <strong>de</strong>rmatofíti<strong>de</strong>s. Consoante a localização,<br />

compreen<strong>de</strong>m: tinha <strong>do</strong> couro cabelu<strong>do</strong>, <strong>da</strong> barba, <strong>do</strong> pé e <strong>da</strong> mão, <strong>do</strong> corpo, inguinal, imbrica<strong>da</strong> e <strong>da</strong>s<br />

unhas.<br />

A <strong>de</strong>rmatofitose <strong>do</strong>s pés, também chama<strong>da</strong> tinha <strong>do</strong>s pés ou <strong>tinea</strong> <strong>pedis</strong>, é a infecção<br />

<strong>de</strong>rmatofítica <strong>da</strong> sola <strong>do</strong>s pés e <strong>do</strong>s espaços interdigitais. É comum em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong> e representa a<br />

forma mais prevalente <strong>de</strong> infecção por <strong>de</strong>rmatófitos. Constitui manifestação freqüente em to<strong>da</strong>s as partes<br />

<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Pre<strong>do</strong>mina na i<strong>da</strong><strong>de</strong> adulta, sen<strong>do</strong> mais comum no homem. A su<strong>da</strong>ção, a umi<strong>da</strong><strong>de</strong>, as<br />

marchas prolonga<strong>da</strong>s, os calça<strong>do</strong>s anti-higiênicos e o <strong>de</strong>scui<strong>do</strong> na higiene <strong>da</strong> pele, constituem fatores<br />

predisponentes para essa <strong>de</strong>rmatite. É mais comum no verão. A contaminação po<strong>de</strong> se fazer diretamente<br />

<strong>do</strong> <strong>do</strong>ente para a pessoa sã. Contu<strong>do</strong>, a maior parte <strong>da</strong>s vezes é indireta: os indivíduos se infectam ao<br />

an<strong>da</strong>r com os pés <strong>de</strong>scalços sobre solo contamina<strong>do</strong>. É viável ain<strong>da</strong> a contaminação ao usar meias ou<br />

calça<strong>do</strong>s <strong>de</strong> pessoa com tinha. É <strong>de</strong>scrita também contaminação a partir <strong>de</strong> pisos <strong>de</strong> banheiros e <strong>de</strong><br />

vestiários.<br />

2. Objetivos<br />

<strong>pedis</strong>.<br />

Analisar os aspectos etiopatogênicos, clínicos, diagnósticos, preventivos e terapêuticos <strong>da</strong> tinha


3. Revisão <strong>da</strong> Literatura<br />

3.1 Definição<br />

As <strong>de</strong>rmatofitoses são micoses superficiais cutâneas, <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s pela colonização <strong>do</strong>s teci<strong>do</strong>s<br />

queratiniza<strong>do</strong>s (pele, pêlos e unha) por <strong>de</strong>rmatófitos (<strong>de</strong>rmato = pele, phyton = planta) que são fungos<br />

ceratinolíticos anamorfos ou telemorfos.


A <strong>de</strong>rmatose <strong>do</strong>s pés, também chama<strong>da</strong> tinha <strong>pedis</strong> ou <strong>tinea</strong> <strong>pedis</strong> é a infecção <strong>de</strong>rmatofítica <strong>da</strong><br />

sola <strong>do</strong>s pés, <strong>do</strong>s espaços interdigitais e <strong>da</strong>s unhas <strong>do</strong>s <strong>de</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong>s pés. Neste tipo <strong>de</strong> infecção po<strong>de</strong>mos<br />

encontrar quatro tipos <strong>de</strong> lesões: vesiculosas, agu<strong>da</strong>s, geralmente causa<strong>da</strong>s por fungos não a<strong>da</strong>pta<strong>do</strong>s<br />

ao homem; interdigitais; escamosas crônicas, e em placas, anulares, com crescimento centrífugo e cura<br />

central.<br />

3.2 Epi<strong>de</strong>miologia<br />

As <strong>de</strong>rmatofitoses representam a infecção fúngica mais comum <strong>do</strong> homem. Aproxima<strong>da</strong>mente<br />

10% <strong>da</strong> população po<strong>de</strong> esperar contrair uma <strong>de</strong>rmatofitose <strong>do</strong>s pés em um <strong>da</strong><strong>do</strong> momento. Se apenas<br />

as comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s fecha<strong>da</strong>s <strong>de</strong> indivíduos, como times <strong>de</strong> atletismo, organizações militares, estu<strong>da</strong>ntes em<br />

regime <strong>de</strong> internato forem consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s, a taxa <strong>de</strong> infecção é ain<strong>da</strong> maior.<br />

Presentemente há <strong>de</strong>scritas mais <strong>de</strong> 40 espécies <strong>de</strong> <strong>de</strong>rmatófitos, porém apenas 12 infectan<strong>do</strong>,<br />

com freqüência, o homem. A mesma espécie po<strong>de</strong> produzir quadros clínicos bem diferentes e, inclusive,<br />

com seletivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> grupos etários. O Tricophyton rubrum é, <strong>de</strong> longe, o agente etiológico mais<br />

freqüente. Porta<strong>do</strong>res assintomáticos existem e torna complexa, pelo menos, parcialmente, a<br />

interpretação <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s epi<strong>de</strong>miológicos.<br />

Ocorre com maior freqüência após a puber<strong>da</strong><strong>de</strong>. Uma exceção entre as <strong>de</strong>rmatofitoses é a <strong>tinea</strong><br />

capitis, que acomete primariamente crianças pré-púberes e regri<strong>de</strong> espontaneamente com a puber<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

A infecção é comum durante os meses <strong>de</strong> verão e nos climas tropical e subtropical. A incidência<br />

<strong>de</strong> <strong>tinea</strong> <strong>pedis</strong> é maior em qualquer população que use calça<strong>do</strong>s fecha<strong>do</strong>s e nos indivíduos que utilizam<br />

banheiros ou piscinas públicas. A <strong>tinea</strong> <strong>pedis</strong> é uma infecção <strong>de</strong> transmissão exógena, na qual a infecção<br />

cruza<strong>da</strong> entre indivíduos suscetíveis prontamente ocorre.<br />

Existem <strong>de</strong>rmatófitos restritos geograficamente e outros <strong>de</strong> ocorrência mundial. Tricophyton<br />

rubrum, por exemplo, é o <strong>de</strong>rmatófito mais comum mundialmente falan<strong>do</strong>, enquanto o Tricophyton<br />

concentricum é endêmico em algumas áreas <strong>do</strong> sul <strong>do</strong> Pacífico e na América <strong>do</strong> Sul. Fatores como<br />

migração e viagens turísticas contribuíram para variações na distribuição geográfica <strong>do</strong>s <strong>de</strong>rmatófitos.


Outros importantes fatores epi<strong>de</strong>miológicos são estatus sócio-econômicos, ocupação, condições<br />

climáticas, como já cita<strong>do</strong>.<br />

Imunossupressão, como infecção pelo vírus HIV, não aumenta a freqüência <strong>de</strong> infecção, no<br />

entanto a manifestação clínica po<strong>de</strong> ser mais intensa e a recorrência maior.<br />

O sexo masculino ten<strong>de</strong> a ser mais acometi<strong>do</strong> que o feminino nos casos <strong>de</strong> <strong>tinea</strong> <strong>pedis</strong> e cruris.<br />

3.3 Patogênese<br />

Os <strong>de</strong>rmatófitos, na sua fase assexua<strong>da</strong>, que é a <strong>de</strong> parasitismo, são constituí<strong>do</strong>s por três<br />

gêneros: Microsporum, Tricophyton e Epi<strong>de</strong>rmophyton. Po<strong>de</strong>m ser exclusivos <strong>da</strong> pele humana<br />

(antropofílicos), próprios <strong>de</strong> animais <strong>do</strong>mésticos ou silvestres (zoofílicos) ou vivem no solo (geofílicos). As<br />

espécies antropofílicas a<strong>da</strong>ptaram-se à infecção <strong>do</strong>s seres humanos. Diferente <strong>da</strong>s infecções zoofílicas e<br />

geofílicas esporádicas, as infecções antropofílicas são frequentemente epidêmicas. Elas são transmiti<strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong> pessoa para pessoa, por contato direto ou por meio <strong>de</strong> fômites. As reações muito inflamatórias po<strong>de</strong>m<br />

ocorrer em virtu<strong>de</strong> <strong>da</strong>s diferenças <strong>de</strong> suscetibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong>s hospe<strong>de</strong>iros ou <strong>da</strong> virulência <strong>da</strong>s cepas. A<br />

formação <strong>de</strong> querium, supuração ou outras manifestações <strong>de</strong> <strong>tinea</strong> inflamatória facilitam o diagnóstico<br />

precoce nestes casos. Por outro la<strong>do</strong>, a <strong>do</strong>ença não inflamatória facilita a existência <strong>de</strong> um esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

carrea<strong>do</strong>r clinicamente são, que provoca um atraso no diagnóstico e propagação <strong>da</strong> infecção.<br />

No gênero Microsporum, temos a consi<strong>de</strong>rar as seguintes espécies: M. au<strong>do</strong>uinii, M. canis, M.<br />

ferrugineum e M. gypseum. Po<strong>de</strong>m raramente acometer a unha, ocorren<strong>do</strong> com maior freqüência em<br />

pacientes imuno<strong>de</strong>primi<strong>do</strong>s. Há casos <strong>de</strong> onicomicoses em pacientes imunocompetentes através <strong>do</strong><br />

contágio <strong>de</strong> gatos <strong>do</strong>mésticos <strong>do</strong>entes para humanos.<br />

No gênero Trichophyton, temos a consi<strong>de</strong>rar as seguintes espécies: T. rubrum, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> produzir<br />

praticamente quase to<strong>do</strong>s os quadros clínicos <strong>de</strong> <strong>de</strong>rmatofitose e ten<strong>do</strong> como característica principal<br />

certa resistência aos tratamentos; T. sou<strong>da</strong>nense, T. megninii e T. mentagrophytes que apresenta duas<br />

varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s: interdigitalis (homem) e mentagrophytes (animais).


O gênero Epi<strong>de</strong>rmophyton só tem uma espécie patogênica para o homem: E. floccosum, com<br />

preferência pelas <strong>do</strong>bras e pés, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> atingir também unhas e tronco, porém nunca o couro cabelu<strong>do</strong><br />

e barba.<br />

A presença <strong>de</strong> um ambiente apropria<strong>do</strong> na pele <strong>do</strong> hospe<strong>de</strong>iro é <strong>de</strong> importância crítica para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>rmatofitose. Atingi<strong>da</strong> a pele, o progresso <strong>da</strong> infecção <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> vários<br />

fatores. A pele lesa<strong>da</strong> facilita a infecção, enquanto a pele íntegra é uma barreira natural. A umi<strong>da</strong><strong>de</strong> é<br />

importante para a colonização <strong>do</strong> <strong>de</strong>rmatófito. Outros fatores são <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> e grau <strong>de</strong> virulência <strong>do</strong><br />

parasito. Os antropofílicos, sen<strong>do</strong> mais a<strong>da</strong>pta<strong>do</strong>s, têm maior facili<strong>da</strong><strong>de</strong> para a infecção.<br />

Mecanismos diversos dificultam a penetração <strong>do</strong> parasito. A <strong>de</strong>scamação normal <strong>da</strong> pele ten<strong>de</strong> a<br />

eliminar os <strong>de</strong>rmatófitos e os áci<strong>do</strong>s graxos têm ação antifúngica. As ceratinases e outras enzimas<br />

proteolíticas são produzi<strong>da</strong>s pelos <strong>de</strong>rmatófitos. O papel <strong>de</strong>stas enzimas na patogênese <strong>da</strong> infecção<br />

clínica relaciona-se tanto com a colonização e a invasão <strong>da</strong> pele quanto com a virulência <strong>do</strong><br />

microorganismo. Existem evidências que mostram que ocorre digestão real <strong>da</strong> ceratina. Este fato é<br />

<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à ceratinofilia <strong>do</strong>s <strong>de</strong>rmatófitos, isto é, esses cogumelos teriam facili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> cultivo na ceratina,<br />

<strong>da</strong>í o uso <strong>de</strong> cabelos para “pesca” <strong>de</strong> <strong>de</strong>rmatófitos <strong>do</strong> solo. Na reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, os <strong>de</strong>rmatófitos crescem em<br />

quaisquer outros órgãos tão bem como na queratina. Os <strong>de</strong>rmatófitos ficariam restritos à ceratina por um<br />

bloqueio <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à presença <strong>de</strong> fatores naturais fungistáticos. No soro humano há <strong>do</strong>is inibi<strong>do</strong>res <strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>s <strong>de</strong>rmatófitos: a transferrina insatura<strong>da</strong> e a macroglobulina alfa 2, que impe<strong>de</strong>m a<br />

ação <strong>da</strong> queratinase <strong>do</strong> <strong>de</strong>rmatófito sobre a queratina <strong>da</strong> epi<strong>de</strong>rme, impedin<strong>do</strong> a sua penetração no<br />

organismo. Com o progredir <strong>da</strong> infecção, <strong>de</strong>senvolve-se a imuni<strong>da</strong><strong>de</strong> celular evi<strong>de</strong>ncia<strong>da</strong> pela reação à<br />

tricofitina, com resposta papuloeritematosa em 24-48 horas e pelo eventual aparecimento <strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong>rmatofíti<strong>de</strong>s. Surgem também no sangue, anticorpos específicos. Entretanto, a imuni<strong>da</strong><strong>de</strong> humoral é <strong>de</strong><br />

pouco valor, sen<strong>do</strong> observa<strong>da</strong> pela presença <strong>de</strong> anticorpos séricos: fixa<strong>do</strong>res <strong>do</strong> complemento,<br />

aglutininas, fungistáticos e reaginas específicas, enquanto a imuni<strong>da</strong><strong>de</strong> celular é a maior responsável<br />

pela <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong> organismo. Os imunocomprometi<strong>do</strong>s ten<strong>de</strong>m a <strong>de</strong>senvolver <strong>de</strong>rmatofitoses extensas e<br />

recidivantes. Em casos raros, em geral por <strong>de</strong>ficiência imunológica específica ou sistêmica, os<br />

<strong>de</strong>rmatófitos po<strong>de</strong>m atingir a <strong>de</strong>rme, hipo<strong>de</strong>rme e, até mesmo, os ossos, a não ser por inoculação direta,<br />

como <strong>de</strong>pilação e fazer barba, por exemplo.


Se a pele <strong>do</strong> hospe<strong>de</strong>iro for inocula<strong>da</strong> sob condições favoráveis, ocorrem diversos estágios pelos<br />

quais as infecções por <strong>de</strong>rmatófitos progri<strong>de</strong>m, incluin<strong>do</strong> os perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> incubação, <strong>de</strong> evolução,<br />

refratário, e um estágio <strong>de</strong> involução.<br />

Durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> incubação, o <strong>de</strong>rmatófito cresce no estrato córneo, algumas vezes com<br />

sinais clínicos mínimos <strong>de</strong> infecção. Um esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> porta<strong>do</strong>r tem si<strong>do</strong> postula<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> a presença <strong>de</strong> um<br />

<strong>de</strong>rmatófito é <strong>de</strong>tecta<strong>da</strong> por meio <strong>de</strong> um exame direto ou cultura <strong>de</strong> uma pele aparentemente normal.<br />

Uma vez a infecção estabeleci<strong>da</strong> no estrato córneo, <strong>do</strong>is fatores são importantes para <strong>de</strong>terminar o<br />

tamanho e a duração <strong>da</strong> lesão: a taxa <strong>de</strong> crescimento <strong>do</strong> microorganismo e a taxa <strong>de</strong> renovação<br />

epidérmica. A taxa <strong>de</strong> crescimento <strong>do</strong> fungo <strong>de</strong>ve se igualar ou exce<strong>de</strong>r a taxa <strong>de</strong> renovação celular, ou<br />

então o microorganismo será elimina<strong>do</strong> rapi<strong>da</strong>mente.<br />

3.4 Manifestações Clínicas<br />

A <strong>tinea</strong> <strong>pedis</strong> po<strong>de</strong> apresentar-se como uma <strong>da</strong>s variantes clinicamente aceitas ou como uma<br />

sobreposição <strong>de</strong> um ou mais <strong>de</strong>stes tipos.<br />

O tipo intertriginoso, <strong>de</strong> curso crônico, é o mais comum. Apresenta <strong>de</strong>scamação e maceração <strong>da</strong><br />

pele <strong>do</strong>s espaços interdigitais ou subdigitais, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ocorrer fissuração e pruri<strong>do</strong>. Os espaços<br />

interdigitais laterais, isto é, entre o 4º e o 5º ou entre o 3º e o 4º po<strong>do</strong>dáctilos, são os sítios mais comuns<br />

<strong>de</strong> infecção. Deste local, a infecção po<strong>de</strong> se disseminar para a região plantar, mas raramente para o<br />

<strong>do</strong>rso <strong>do</strong>s pés. A hiperhidrose po<strong>de</strong> ser um problema subjacente para um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong>stes<br />

pacientes e <strong>de</strong>ve ser trata<strong>da</strong> conjuntamente com a <strong>de</strong>rmatofitose. A <strong>do</strong>ença é conheci<strong>da</strong> como “pé-<strong>de</strong>atleta”<br />

e não é causa<strong>da</strong> somente pelos <strong>de</strong>rmatófitos. Espaços interdigitais <strong>de</strong> aparência normal possuem<br />

uma flora cutânea que consiste em Micrococcaceae, geralmente Staphylococcus, corineformes aeróbicos<br />

e pequeno número <strong>de</strong> microorganismos gram-negativos. Os <strong>de</strong>rmatófitos po<strong>de</strong>m também colonizar


frequentemente os espaços interdigitais normais. A forma intertriginosa é normalmente causa<strong>da</strong> pelo T.<br />

mentagrophytes var. interdigitalis.<br />

O quadro clínico <strong>de</strong> “pé-<strong>de</strong>-atleta” sintomático resulta <strong>da</strong> interação entre bactérias e <strong>de</strong>rmatófitos.<br />

Um supercrescimento isola<strong>do</strong> <strong>de</strong> bactérias ou a presença isola<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>rmatófitos produz um quadro<br />

clínico discreto, que é <strong>de</strong> curta duração e relativamente assintomático.<br />

Outra variante <strong>da</strong> <strong>tinea</strong> <strong>pedis</strong> é o padrão papuloescamoso crônico. Ela é geralmente bilateral e<br />

caracteriza<strong>da</strong> por inflamação mínima e uma <strong>de</strong>scamação local ou difusa em “mocassim” nas regiões<br />

plantares. O T. rubrum e ocasionalmente o T. mentagrophytes são os microorganismos causa<strong>do</strong>res<br />

habituais. Além <strong>do</strong>s pés, as mãos e várias unhas <strong>do</strong>s quirodáctilos po<strong>de</strong>m ser comprometi<strong>da</strong>s. Uma<br />

apresentação comum, porém intrigante é a apresentação “uma mão, <strong>do</strong>is pés” observa<strong>da</strong><br />

frequentemente nas infecções por T. rubrum.<br />

O tipo vesiculoso ou vesicobolhoso é geralmente causa<strong>do</strong> pelo T. mentagrophytes var.<br />

interdigitalis. Pequenas vesículas ou vesicopústulas são vistas no cavo plantar e na superfície média<br />

anterior plantar. Geralmente há uma <strong>de</strong>scamação associa<strong>da</strong>s nestas áreas bem como nos espaços<br />

interpo<strong>do</strong>dáctilos. Bolhas maiores são incomuns, mas po<strong>de</strong>m ser vistas. Este tipo <strong>de</strong> infecção po<strong>de</strong><br />

tornar-se clinicamente quiescente durante os meses mais frios <strong>do</strong> ano para se tornarem sintomáticas<br />

novamente no verão.<br />

A variante ulcerativa agu<strong>da</strong> está comumente associa<strong>da</strong> com maceração e ulceração <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />

áreas <strong>da</strong> região plantar. Hiperceratose <strong>de</strong>sagradável e um o<strong>do</strong>r estão caracteristicamente presentes.<br />

Esta infecção é frequentemente complica<strong>da</strong> por um supercrescimento bacteriano (frequentemente gram<br />

negativos) secundário.<br />

Os tipos vesiculoso e ulcerativo agu<strong>do</strong> são comumente vistos em associação a uma reação tipo<br />

“i<strong>de</strong>” vesiculosa ou como uma distribuição disidrótica-símile nas mãos ou na região lateral <strong>do</strong> pé ou na<br />

área <strong>do</strong>s po<strong>do</strong>dáctilos. A cultura <strong>de</strong>sta vesícula é, por <strong>de</strong>finição, estéril.<br />

As onicomicoses são dividi<strong>da</strong>s em quatro tipos clínicos: onicomicose subungueal distal,<br />

onicomicose subungueal proximal, onicomicose superficial branca e onicomicose candidiásica causa<strong>da</strong><br />

por Cândi<strong>da</strong> spp.


A onicomicose subungueal distal é o tipo mais comum e inicia-se pela invasão <strong>do</strong> estrato córneo<br />

<strong>do</strong> hiponíqueo e <strong>do</strong> leito ungueal. Uma hiperceratose subungueal resulta <strong>de</strong> uma reação proliferativa <strong>do</strong><br />

leito ungueal em resposta à infecção. À medi<strong>da</strong> que o processo continua, a invasão <strong>da</strong> lâmina ungueal<br />

resulta em uma unha progressivamente distrófica. Inicia-se com uma <strong>de</strong>scoloração esbranquiça<strong>da</strong> ou<br />

amarelo-acastanha<strong>da</strong> na bor<strong>da</strong> livre <strong>da</strong> unha ou próxima à <strong>do</strong>bra lateral. À medi<strong>da</strong> que a infecção<br />

progri<strong>de</strong>, a hiperceratose subungueal po<strong>de</strong> levar à separação <strong>da</strong> lâmina ungueal <strong>do</strong> leito ungueal. Os<br />

fungos inva<strong>de</strong>m a lâmina ungueal pela superfície ventral, e, com o tempo, a unha inteira se torna friável e<br />

<strong>de</strong>scolori<strong>da</strong>. Os restos celulares subungueais também proporcionam um sítio para infecção oportunista<br />

secundária por bactérias ou outros fungos filamentosos, ou leveduras. Um amplo espectro <strong>de</strong> alterações<br />

clínicas po<strong>de</strong> ocorrer quan<strong>do</strong> a infecção está avança<strong>da</strong>.<br />

A onicomicose subungueal proximal é a variante menos comum. Inicia-se pela invasão <strong>do</strong> fungo<br />

no estrato córneo <strong>da</strong> <strong>do</strong>bra ungueal proximal e, subsequentemente, na lâmina ungueal. O primeiro sinal<br />

clínico é uma área brancacenta a marrom-esbranquiça<strong>da</strong> na parte proximal <strong>da</strong> lâmina ungueal. Esta área<br />

po<strong>de</strong> gradualmente aumentar até afetar to<strong>da</strong> a unha. Os microorganismos inva<strong>de</strong>m a superfície ventral<br />

<strong>da</strong> lâmina ungueal pela <strong>do</strong>bra proximal <strong>da</strong> unha.<br />

A onicomicose superficial branca difere <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as outras variantes por invadir primariamente a<br />

superfície <strong>do</strong>rsal <strong>da</strong> lâmina ungueal. A morfologia <strong>do</strong> fungo é tipicamente aquela <strong>do</strong> sapróbio. Há<br />

<strong>de</strong>sfolhamento erosivo como visto na invasão <strong>da</strong> ceratina dura in vitro. Apresenta-se como áreas brancas<br />

bem <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s na superfície <strong>da</strong>s unhas <strong>do</strong>s po<strong>do</strong>dáctilos. As unhas <strong>do</strong>s quirodáctilos não são afeta<strong>da</strong>s.<br />

Qualquer área <strong>da</strong> unha po<strong>de</strong> ser acometi<strong>da</strong> inicialmente, e, com o tempo, a maior parte <strong>da</strong> superfície <strong>da</strong><br />

unha po<strong>de</strong> estar comprometi<strong>da</strong>. A superfície <strong>da</strong> unha fica geralmente áspera e friável à medi<strong>da</strong> que o<br />

<strong>de</strong>sfolhamento erosivo <strong>do</strong>s microorganismos permanecem bem superficiais. O T. mentagrophytes é o<br />

agente mais comum.<br />

3.5 Acha<strong>do</strong>s Laboratoriais<br />

É feito comumente e, com muita fi<strong>de</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>, pelo raspa<strong>do</strong> <strong>da</strong>s escamas prepara<strong>do</strong> com KOH, que<br />

no exame direto mostra hifas septa<strong>da</strong>s e ramifica<strong>da</strong>s. Se as lesões vesicobolhosas estão presentes, o<br />

exame <strong>de</strong> uma porção <strong>do</strong> teto <strong>da</strong> bolha promove a maior taxa <strong>de</strong> positivi<strong>da</strong><strong>de</strong>.


A cultura é importante para fazer o diagnóstico <strong>da</strong> espécie e, portanto, rastrear a fonte <strong>de</strong> contágio,<br />

importantes para problemas <strong>de</strong> prognóstico e epi<strong>de</strong>miologia. Devem ser feitas utilizan<strong>do</strong> o meio <strong>de</strong><br />

Sabouraund com adição <strong>de</strong> cicloeximi<strong>da</strong> e <strong>do</strong> cloranfenicol.<br />

O exame histopatológico revela diferentes padrões, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>da</strong> variante clínica envolvi<strong>da</strong>. A<br />

variante hiperceratósica <strong>de</strong>scamativa mostra acantose, hiperceratose e um infiltra<strong>do</strong> inflamatório<br />

perivascular superficial crônico, esparso na <strong>de</strong>rme. Ocasionalmente, focos <strong>de</strong> neutrófilos po<strong>de</strong>m ser<br />

vistos no estrato córneo. Na variante vesiculosa há espongiose, paraceratose e bolhas espongióticas<br />

intra-epiteliais ou subcórneas. Neutrófilos também são vistos no estrato córneo. Em ambos os padrões<br />

histopatológicos, colorações especiais (PAS ou prata metenamina) mostram os microorganismos na<br />

cama<strong>da</strong> córnea.<br />

3.6 Diagnóstico Diferencial<br />

Na varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>scamativa, hiperceratótica <strong>da</strong> <strong>tinea</strong> <strong>pedis</strong>, a confusão po<strong>de</strong> ocorrer com <strong>do</strong>enças<br />

como psoríase, cerato<strong>de</strong>rmias palmo-plantares hereditárias ou adquiri<strong>da</strong>s, ptiríase rubra pilar e síndrome<br />

<strong>de</strong> Reiter. Na <strong>de</strong>rmatite <strong>de</strong> contato por calça<strong>do</strong>s, as lesões são vistas no <strong>do</strong>rso <strong>do</strong>s pés mais comumente<br />

que na <strong>tinea</strong> <strong>pedis</strong>. Nas crianças, a <strong>de</strong>rmatite atópica é mais comum <strong>do</strong> que a <strong>tinea</strong> <strong>pedis</strong>. Na<br />

apresentação vesiculosa ou vesicopustulosa, a <strong>tinea</strong> <strong>pedis</strong> po<strong>de</strong> ser confundi<strong>da</strong> com a psoríase<br />

pustulosa, com a pustulose palmoplantar e com os pio<strong>de</strong>rmas bacterianos. Em muitos casos, um exame<br />

cui<strong>da</strong><strong>do</strong>so <strong>da</strong>s unhas po<strong>de</strong> revelar sinais convincentes <strong>de</strong> <strong>de</strong>rmatofitose, que não são vistos em muitos<br />

<strong>do</strong>s diagnósticos acima cita<strong>do</strong>s.<br />

3.7 Tratamento<br />

A conduta terapêutica varia com a forma clínica e espécie causa<strong>do</strong>ra. Em geral, os processos<br />

inflamatórios são <strong>de</strong>vi<strong>do</strong>s a espécies zoofílicas e geofílicas e são <strong>de</strong> fácil tratamento, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> haver<br />

mesmo cura espontânea, ao contrário <strong>da</strong>s infecções causa<strong>da</strong>s pelos fungos antropofílicos, que po<strong>de</strong>m<br />

ser crônicas e recorrentes como a <strong>tinea</strong> <strong>pedis</strong> e onicomicose pelo T. rubrum.


Em relação ao tratamento tópico, a clássica solução alcoólica <strong>de</strong> io<strong>do</strong> 1%, áci<strong>do</strong> salicílico 2% e<br />

áci<strong>do</strong> benzóico 3% foi por muito tempo a primeira escolha terapêutica, sobretu<strong>do</strong> nas lesões <strong>de</strong> pele<br />

glabra, pés e unhas. Outros medicamentos mais eficazes e atuais são: terbinafina tópica a 1%; <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s<br />

imi<strong>da</strong>zólicos (miconazol a 2%, oxiconazol a 1%, tioconazol a 1%, isoconazol a 1%, flutrimazol a 1%) em<br />

uma ou duas aplicações diárias. Existem em apresentações <strong>de</strong> creme, loção e pó. Tolciclato a 1%,<br />

ciclopiroxolamina a 1% e amorolfina a 0,025% são outras opções. Nas formas localiza<strong>da</strong>s é suficiente. O<br />

uso <strong>de</strong> vaselina salicila<strong>da</strong> ou uréia a 20%, na <strong>tinea</strong> <strong>pedis</strong> com <strong>de</strong>scamação é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valia.<br />

O tratamento sistêmico não dispensa o tratamento tópico. É man<strong>da</strong>tório faze-lo nos casos <strong>de</strong><br />

onicomicose com grau <strong>de</strong> acometimento <strong>de</strong> maior que 50% <strong>da</strong> superfície ungueal, bem como <strong>tinea</strong> <strong>pedis</strong><br />

crônica. Embora a griseofulvina continue sen<strong>do</strong> <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> utili<strong>da</strong><strong>de</strong>, ela é suplanta<strong>da</strong>, em eficácia e<br />

menor toxici<strong>da</strong><strong>de</strong>, por to<strong>do</strong>s os novos antifúngicos, porém po<strong>de</strong> ser a única opção em termos <strong>de</strong> custo. A<br />

<strong>do</strong>se para crianças é <strong>de</strong> 10 a 20 mg/Kg/dia e, para adultos, 1 g/dia dividi<strong>da</strong> em duas toma<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong><br />

ser ingeri<strong>da</strong> logo após as refeições. O tempo <strong>de</strong> tratamento é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 45 dias. Várias cepas <strong>de</strong> T.<br />

rubrum são resistentes a ela. Itraconazol 100 mg/dia, fluconazol 150 mg/semana e terbinafina 250<br />

mg/dia, são superiores em termos <strong>de</strong> eficácia.<br />

Quan<strong>do</strong> há maceração, eritema e erosão <strong>da</strong> pele associa<strong>do</strong> à <strong>do</strong>r, uma infecção bacteriana<br />

secundária <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>scarta<strong>da</strong> com bacterioscopia e cultura. Antibióticos sistêmicos apropria<strong>do</strong>s,<br />

basea<strong>do</strong>s nos estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>vem ser inicia<strong>do</strong>s se uma infecção bacteriana for<br />

<strong>do</strong>cumenta<strong>da</strong>. Microorganismos gram negativos, bem como o Staphylococcus aureus são patógenos<br />

comuns nesta área. Medi<strong>da</strong>s tópicas coadjuvantes, tais como o uso <strong>de</strong> compressas antibacterianas,<br />

como, por exemplo, o áci<strong>do</strong> acético a 0,25% para o supercrescimento <strong>de</strong> Pseu<strong>do</strong>monas é útil. Tintura<br />

incolor <strong>de</strong> Castellani (resorcinol fenola<strong>do</strong>) é também utiliza<strong>da</strong> com freqüência.<br />

Em relação ao tratamento <strong>de</strong> onicomicose, os agentes tópicos são geralmente <strong>de</strong> pouco benefício.<br />

A apresentação em esmalte tornou obsoleta as loções e soluções, ain<strong>da</strong> que tenham alguma eficácia.<br />

Amorolfina a 5%, aplica<strong>da</strong> semanalmente, e ciclopirox olamina a 1%, aplica<strong>do</strong> nas duas primeiras<br />

semanas a ca<strong>da</strong> 3 dias e, então, semanalmente, po<strong>de</strong>m ser capazes <strong>de</strong> curar sozinhos as onicomicoses<br />

menos exuberantes. Antes <strong>da</strong> aplicação, recomen<strong>da</strong>-se lixar a área a ser aplica<strong>da</strong>. Tioconazol a 28% em


solução, 2 vezes/dia, é também eficaz. Oxiconazol a 1%, miconazol a 1% e isoconazol a 1% são menos<br />

eficazes.<br />

A griseofulvina era o tratamento padrão para as onicomicoses até recentemente. A absorção<br />

pobre, os efeitos colaterais e as interações medicamentosas afetaram a aceitação e, portanto, a eficácia.<br />

As taxas <strong>de</strong> cura micológica variam <strong>de</strong> 40% a 80% nas unhas <strong>do</strong>s quirodáctilos e <strong>de</strong> 3% a 38% nas<br />

unhas <strong>do</strong>s po<strong>do</strong>dáctilos. Um curso <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> 4 a 6 meses para as unhas <strong>do</strong>s quirodáctilos e 10 a<br />

18 meses para as unhas <strong>do</strong>s po<strong>do</strong>dáctilos é requeri<strong>do</strong>.<br />

O itraconazol tem uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> largo espectro, fica incorpora<strong>do</strong> na unha e persiste inaltera<strong>do</strong><br />

na unha por 6 meses após a interrupção <strong>da</strong> terapia. Terapia contínua (200 mg, 1 vez ao dia por 3 meses)<br />

e pulsoterapia (200 mg, 2 vezes ao dia, por 1 semana por mês e por 3 meses consecutivos) são<br />

mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> tratamento efetivas e seguras. Interações medicamentosas e toxici<strong>da</strong><strong>de</strong> hepática são as<br />

maiores preocupações para os clínicos.<br />

A terbinafina é um agente alilamina fungici<strong>da</strong> efetivo contra os <strong>de</strong>rmatófitos e alguns fungos<br />

filamentosos. Os níveis terapêuticos <strong>da</strong> droga persistem na unha por 3 a 6 meses após o término <strong>da</strong><br />

terapia. A cura completa <strong>da</strong> onicomicose <strong>do</strong>s po<strong>do</strong>dáctilos tem si<strong>do</strong> alcança<strong>da</strong> após 12 semanas <strong>de</strong><br />

tratamento em 82% <strong>do</strong>s casos. Estu<strong>do</strong>s indicam que o perío<strong>do</strong> ótimo <strong>de</strong> tratamento para as unhas <strong>do</strong>s<br />

quirodáctilos e <strong>do</strong>s po<strong>do</strong>dáctilos é <strong>de</strong> 6 semanas e <strong>de</strong> 12 semanas, respectivamente, em uma <strong>do</strong>se <strong>de</strong><br />

250 mg diários. 82% <strong>da</strong>s infecções <strong>da</strong> unhas <strong>do</strong>s po<strong>do</strong>dáctilos e 95% <strong>da</strong>s infecções <strong>da</strong>s unhas <strong>do</strong>s<br />

quirodáctilos são cura<strong>da</strong>s com este regime.<br />

Em i<strong>do</strong>sos ou <strong>do</strong>entes hipertensos, cardíacos, hepáticos, renais e outras <strong>do</strong>enças gerais, não é<br />

aconselhável a terapia sistêmica, pelos efeitos colaterais e possíveis interações medicamentosas. Devese<br />

esclarecer o <strong>do</strong>ente e prescrever somente a terapia tópica. A avulsão cirúrgica <strong>da</strong> unha é <strong>do</strong>lorosa e<br />

inútil. A avulsão química com uréia a 40% possibilita resulta<strong>do</strong>, mas, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aos novos tratamentos<br />

tópicos, está em <strong>de</strong>suso.<br />

O fracasso no tratamento <strong>da</strong>s micoses superficiais <strong>de</strong>corre <strong>de</strong> vários fatores:<br />

• Irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong> no tratamento (freqüência, <strong>do</strong>ses);<br />

• Defeito na absorção (griseofulvina);<br />

• Falta <strong>de</strong> correção <strong>da</strong>s concausas;


• Eliminação <strong>da</strong>s complicações inflamatórias (corticói<strong>de</strong>) e bacterianas (antibacterianas);<br />

• Resistência microbiana;<br />

• Reexposição;<br />

• Imuno<strong>de</strong>ficiência.<br />

4. Prevenção<br />

A <strong>tinea</strong> <strong>pedis</strong> po<strong>de</strong> ser transmiti<strong>da</strong> pelo contato com escamas infecta<strong>da</strong>s no assoalho <strong>de</strong> banheiros e<br />

piscinas, bem como no vestuário. A lavagem <strong>do</strong> vestuário nem sempre é efetiva na remoção <strong>do</strong> material<br />

infeccioso, e é impossível evitar que a maioria <strong>do</strong>s indivíduos infecta<strong>do</strong>s, utilize banheiros ou piscinas<br />

comunitárias. O controle <strong>da</strong> hiperhidrose concomitante é importante na prevenção <strong>da</strong> <strong>tinea</strong> <strong>pedis</strong>. Talcos<br />

ou pós antifúngicos (pó <strong>de</strong> áci<strong>do</strong> un<strong>de</strong>cilênico ou tolnaftato) po<strong>de</strong>m ser utiliza<strong>do</strong>s junto com meias<br />

absorventes e calça<strong>do</strong>s abertos. Em algumas ocasiões, o uso <strong>de</strong> cloreto <strong>de</strong> alumínio hexaidrata<strong>do</strong> a 20%<br />

ou a 25% topicamente irá auxiliar a restringir a umi<strong>da</strong><strong>de</strong> excessiva.


5. Conclusões<br />

1. A <strong>tinea</strong> <strong>pedis</strong> é comum em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong> e representa a forma mais prevalente <strong>de</strong> infecção por<br />

<strong>de</strong>rmatófitos.<br />

2. A contaminação po<strong>de</strong> ocorrer por contato direto e mais comumente, <strong>de</strong> forma indireta.<br />

3. Observa-se maior incidência em comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s fecha<strong>da</strong>s <strong>de</strong> indivíduos, como organizações<br />

militares, por compartilharem banheiros e vestuários, e também <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao uso <strong>de</strong> calça<strong>do</strong>s<br />

fecha<strong>do</strong>s.<br />

4. O T. rubrum é o agente etiológico mais freqüente.<br />

5. As lesões cutâneas po<strong>de</strong>m ser agu<strong>da</strong>s, com presença <strong>de</strong> vesículas, interdigitais, crônicas com<br />

<strong>de</strong>scamação e acometimento ungueal.<br />

6. O diagnóstico é realiza<strong>do</strong> através <strong>do</strong> exame micológico direto e cultura <strong>do</strong> material.<br />

7. O tratamento mais eficaz ocorre com uso <strong>de</strong> terbinafina e <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s imi<strong>da</strong>zólicos.


6. Referências Bibliográficas<br />

ALV R et al. Ecology and Epi<strong>de</strong>miology of Dermatophyte Infections. J Am Acad Dermatol 1994; 31: S 21-<br />

5.<br />

BURNS T et al. Rook’s Textbook of Dermatology. 7 th ed. Blackwell Publishing, 2004; 41: 54-59.<br />

CUZZI-MAYA T, PIÑEIRO-MACEIRA J. Dermatopatologia: Bases para o diagnóstico morfológico. 1ª<br />

edição. São Paulo: Editora Roca, 2001: 49-50.<br />

ELDER D et al. Histopatologia <strong>da</strong> Pele <strong>de</strong> Lever. 1ª edição brasileira. São Paulo: Manole, 2001: 165.<br />

FUCHS, A., FIEDLER, J., LEBWHOL, M., SAPADIN, A., et al. 2004. Frequency of Culture-Proven<br />

Dermatophyte Infection in Patients with Suspected Tinea Pedis. Am. J. Med. Sci. 327(2):77-78.<br />

GIANELLI MA et al. Dermatofitose <strong>do</strong> pé: estu<strong>do</strong> epi<strong>de</strong>miológico prospectivo. An Bras Dermatol 1987; 62:<br />

272.<br />

JANG KA et al. Tinea <strong>pedis</strong> in Korean children. International Journal of Dermatology 2000; 39: 25.<br />

INGORDO V et al. Prevalence and Awareness of Tinea <strong>pedis</strong> in Italian Sailors. Dermatology 2000; 201:<br />

349-50.<br />

LACAZ CS, PORTO E, MARTINS JEC - Micologia Médica - 7ª edição - São Paulo: Sarvier. pág. 131 e<br />

155, 1984.<br />

LEYDEN JJ, KLIGMAN AM - Interdigital Athlete's foot. The Interaction of Dermatophytes and Resi<strong>de</strong>nt<br />

Bacteria. Arch Dematol, 114:1466-1472, 1978.<br />

MARTIN AG, KOBAYASHI GS. Tinea <strong>pedis</strong>. Em Fitzpatrick TB et al. Fitzpatrich’s <strong>de</strong>rmatology in general<br />

medicine VII, 5 th ed. New York: McGraw-Hill, 1999, p. 2337-58.<br />

SAMPAIO SAP, RIVITTI EA. Dermatologia. 2ª edição. São Paulo: Artes Médicas, 2001: 517-26.<br />

SCHECHTMAN RC, AZULAY DR, AZULAY RD. Micoses Superficiais. Em Dermatologia Azulay & Azulay.<br />

3ª edição. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2004: 273-84.<br />

TACHIBANA DK - Microbiology of the foot. An Rev Microbiol, 30:351-375, 1976

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!