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Revista <strong>Adusp</strong><br />

rior está Gale Norton, advogada da<br />

Delta Petroleum (famigerada na<br />

Ásia Central) e da Bp Amoco, além<br />

da Henry Ford Inc. O ambiente é<br />

“protegido” por Christine Whitman,<br />

com interesses na Texas Oil<br />

Co. e em outras companhias petrolíferas<br />

credoras do ministro da<br />

Energia, Spencer Abraham, e do<br />

procurador-geral, John Ashcroft.<br />

Sendo que a agricultura também<br />

quer sua fatia, o ministro Ann Veneman<br />

provém da cadeia que levou<br />

a biotecnológica Calgene à Monsanto<br />

e de lá para a companhia financeira<br />

que agora a controla.<br />

Petróleo e gás — mesmo representando<br />

uma componente importante<br />

da batalha econômica e política<br />

pelas matérias-primas — não<br />

são a única força a ser examinada.<br />

Os recentes e repetidos boatos a<br />

respeito da tendência dos EUA a<br />

levar o conflito para a Somália, Sudão,<br />

Iêmen, que aqui representa<br />

Arábia do sul (o petróleo arábe está<br />

no norte), juntamente com os territórios<br />

palestinos ocupados por Israel,<br />

ou seja para controlar o acesso<br />

ao Mar Vermelho e ao Canal de<br />

Suez, demonstra o caráter estratégico<br />

e não apenas petrolífero do<br />

expansionismo norte-americano. À<br />

parte os países envolvidos na Guerra<br />

do Golfo Pérsico, ou seja, Arábia<br />

Saudita, Iraque, Kuwait, Curdistão<br />

(tanto na zona turca quanto na iraniana),<br />

Emirados Árabes Unidos,<br />

Quatar, Omã, na bacia do Mar Cáspio,<br />

para além da quentíssima região<br />

russa da Chechênia, encontram-se<br />

o Azerbaijão, o Irã, a Turquia<br />

e a Geórgia (naquela bacia<br />

há hidrocarburetos no valor de 5<br />

bilhões de dólares).<br />

Passando a seguir diretamente<br />

à Ásia Central (com um potencial<br />

ainda não explorado estimado em<br />

mais de 6 bilhões de metros cúbicos<br />

de gás, além das primeiras entradas<br />

possíveis de mais de 2 bilhões<br />

de dólares devidas ao petróleo)<br />

atravessam-se, de um modo ou<br />

de outro, dependendo do percurso<br />

escolhido para o “privilegiado Corredor<br />

8”, encabeçado pelo Turcomenistão<br />

e pelo Uzbesquistão, seguidos<br />

pelo Casaquistão, Quirguistão,<br />

Tadjquistão, e juntamente com<br />

Afeganistão e Paquistão, partes da<br />

Agora que a Enron<br />

declarou falência, a<br />

mídia denuncia que<br />

ela foi a maior<br />

financiadora do duo<br />

Cheney-Bush<br />

Índia e da China como vias de saída.<br />

Atualmente os EUA possuem<br />

não mais de 3% das reservas mundiais<br />

conhecidas (com 5% da população<br />

e 25% do consumo mundial),<br />

por isso o controle imperialista de<br />

todos os percursos de penetração<br />

da área do Golfo até a Eurásia assume<br />

uma prioridade estratégica<br />

que ultrapassa em muito a questão<br />

dos hidrocarburetos.<br />

Oleodutos e gasodutos provenientes<br />

da Bacia do Mar Cáspio<br />

atravessam até hoje a Rússia. Por<br />

isto, os investimentos alternativos<br />

Abril 2002<br />

referem-se, depois do controle de<br />

Kosovo e da Macedônia, à fiel Turquia<br />

e, na Ásia centro-meridional,<br />

à via caucásica incluída justamente<br />

entre Rússia e Irã. Neste quadro, o<br />

Afeganistão ocupa uma posição estratégica,<br />

não tanto por suas poucas<br />

reservas, mas por ser um local<br />

de entrecruzamento, encontrandose<br />

como ponto de equilíbrio dos<br />

países da Ásia Central, exatamente<br />

entre o Oriente Médio, o sub-continente<br />

indiano e o Turcomenistão,<br />

na perspectiva dos enormes mercados<br />

de capitais representados pela<br />

Índia, China e Japão.<br />

Esta é uma das principais razões<br />

pelas quais, para planejar o<br />

progresso dos próprios negócios<br />

naquela inteira zona depois do desmantelamento<br />

do Comecon, as empresas<br />

petrolíferas, cuja base são<br />

os EUA, devem antes de mais nada<br />

domar a instabilidade política da<br />

região. O consórcio Unocal (cuja<br />

base é constituída pelo controle<br />

acionário norte-americano) teria<br />

construído, a partir de 1996, mil<br />

milhas de oleodutos e outros tantos<br />

gasodutos até o terminal paquistanês<br />

de Gwadan, se a estabilidade<br />

afegã o tivesse garantido.<br />

A retirada momentânea da Unocal<br />

e os bombardeios americanos<br />

que se sucederam imediatamente<br />

sobre o Afeganistão assumem o claro<br />

significado adicional de procurar<br />

trazer estabilidade para o Mar Cáspio<br />

e a Eurásia. Os seis gigantes petrolíferos<br />

americanos atuais (Unocal,<br />

Total, Chevron, Pennzoil, Amoco<br />

e Exxon) investiram maciçamente<br />

na zona, encarregando a Enron<br />

do plano de exeqüibilidade.<br />

Agora que a Enron declarou fa-<br />

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